Você está na página 1de 17

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/332574568

As Grandes Síndromes Psiquiátricas

Research Proposal · August 2018


DOI: 10.13140/RG.2.2.27498.77769

CITATIONS READS

0 1,124

1 author:

Vivian Silva
Pólo Universitário de Rio das Ostras
1 PUBLICATION   0 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

As Grandes Síndromes Psiquiátricas View project

All content following this page was uploaded by Vivian Silva on 23 April 2019.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Vivian Pinto Freitas da Silva

AS GRANDES SÍNDROMES PSIQUIÁTRICAS

Psicopatologia Fundamental

Monica Roza

29/08/2018
INTRODUÇÃO

Síndromes são conjuntos de sintomas recorrentes observados na prática clínica que


trata a psiquê humana. Podendo se manifestar de forma persistente, crônica e até
mesmo episódica, estes conjuntos de sinais vem sendo estudados ao longo da história
da Psicopatologia, desde a maneira com que podem se manifestar até que tipo de
tratamento pode ser aplicado para melhorar a qualidade de vida do paciente, de
acordo com o diagnóstico dado.

Durante o desenvolvimento do estudo das síndromes, o método de identificação e


diagnóstico foi se definindo, e separando os sintomas entre nucleares e periféricos, e
a maneira com o qual cada categoria de sintoma se comporta na formação psíquica
do paciente, a fim de observar como sua vida se modifica ou se transforma, para que
a abordagem quanto ao tratamento seja correta.

Divididas entre ansiosas, depressivas, maníacas, neuróticas, psicóticas, agitação,


estupor ou lentificação das capacidades psicomotoras, relacionadas ao consumo de
substâncias psicoativas, alimentares, relacionadas à sexualidade, sono ou cultura,
além das demências e síndromes mentais orgânicas, estas viajam com o tempo, e
mudam de acordo com a metamorfose da sociedade e dos indivíduos que nela
habitam. Ao longo do tempo, pesquisas classificaram as incidências de cada uma em
tipos diferentes de pacientes, divididos entre idade, país, cidade, sexo, etc. Dentro
destas categorias, existem subcategorias, que são o nome do transtorno propriamente
dito, como o Transtorno Bipolar, por exemplo, que se encaixa na categoria de
síndrome Maníaca.

De acordo com o que foi citado anteriormente, o trabalho a seguir será sobre as
síndromes Maníacas, Neuróticas, Psicóticas, relacionadas à sexualidade e à cultura,
tratando de maneira expositivas seus transtornos e subtipos, relacionados ao
conteúdo do livro Psicopatologia e Semiologia dos Tanstornos Mentais (Paulo
Dalgalarrondo, 2008, segunda edição).
SÍNDROMES MANÍACAS

As síndromes denominadas como maníacas incluem todas aquelas em que o paciente


apresenta a aceleração de suas funções psíquicas, como por exemplo falar em
excesso ou em uma velocidade muito rápida, ás vezes até sem conseguir fazer
sentido, irritabilidade ou alegria em excesso, característica conhecida como
taquipsiquismo.

Indivíduos que se incluem neste tipo de síndrome normalmente apresentam em maior


ou menor grau, de acordo com o subtipo e gravidade da síndrome, os seguintes
sintomas:

• aumento da auto-estima;
• elação;
• insônia;
• loquacidade;
• logorréia;
• pressão para falar;
• distraibilidade;
• agitação psicomotora;
• irritabilidade;
• arrogância;
• heteroagressividade;
• desibinição social e sexual;
• tendência exagerada a comprar ou doar seus pertences;
• ideias de grandeza poder e importância social, podendo se caracterizar como
delírios ou até mesmo alucinações.

De acordo com a presença e gravidade da apresentação de cada sintoma, cabe ao


terapeuta examinar o paciente para que o diagnóstico seja correto. Dentro das
Síndromes Maníacas existem seus subtipos, ou seja, os transtornos que se encaixam
nesta categoria, dentre eles o Transtorno Bipolar, que tem uma das maiores variações
dentro destes subtipos; entre eles estão:

• Mania franca ou grave: a forma mais intensa da mania, em que o paciente


apresenta o taquipsiquismo em sua forma mais forte. Comum em pacientes
idosos e/ou com lesões cerebrais. Pode ser confundida com delirium,
dependendo da situação do paciente;
• Hipomania: forma atenuada de um episódio maníaco, muitas vezes não é
notada nem pelo próprio paciente, pois raramente altera sua qualidade de vida.
Pode ser apenas um episódio;
• Mania irritada ou disfórica: uma forma de mania em que predominam os
comportamentos mais agressivos entre os sintomas, como por exemplo
heteroagressividade e irritabilidade;
• Mania mista: transtorno em que o paciente alterna entre estados de mania
extrema e depressão, oscilando entre estados de humor extremamente
agitados e de tristeza, podendo ter até mesmo pensamentos suicidas;
• Ciclotimia: caracteriza-se por apresentações de sintomas maníacos e
depressivos, parecidos com os da mania mista, porém mais suaves e com
períodos de tempo que tendem a se repetir, o que faz com que o transtorno
muitas vezes não seja diagnosticado, pois não necessariamente altera a
qualidade de vida do paciente e não causa comportamentos fora da
“normalidade” de acordo com as normas sociais,
• Mania com sintomas psicóticos: caracteriza-se pelo comportamento maníaco
com sintomas psicóticos mais graves, como delírios importantes de grandeza,
poder e até mesmo alucinações auditivas e visuais, pacientes com este tipo de
transtorno mostram também comportamento psicomotor bastante alterado,
além de grande desinibição sexual e social;

Subtipos Bipolares

Dentro das Síndromes Maníacas, os subtipos Bipolares são os que mais apresentam
distinções de acordo com os sintomas mostrados pelo paciente São transtornos que
fazem com que o paciente demonstre episodicamente sintomas de mania e
depressão, ocorrendo durante um certo período de tempo, alternando entre eles
períodos de remissão em que o paciente não apresenta, ou apresenta de maneira
mais atenuada, os sintomas.

• Transtorno Bipolar Tipo I: episódios depressivos que podem variar entre leves
a graves, intercalando com fases de remissão e mania bem acentuada;
• Transtorno Bipolar Tipo II: episódios depressivos que podem variar entre leves
a graves, intercalando com fases de remissão e hipomania;
• Transtorno Afetivo Bipolar, tipo ciclador: episódios depressivos que podem
variar entre leves a graves, intercalando com fases de remissão e mania,
podendo variar também entre leve e grave, porém que foram intercalando em
um período muito curto de tempo. O paciente deve apresentar pelo menos 4
episódios de mania e depressão em um período de 12 meses.
SÍNDROMES NEURÓTICAS

Apesar do termo “Neurose” ter sido abandonado na atualidade, o livro Psicopatologia


e Semiologia dos Transtornos Mentais (Paulo Dalgalarrondo, 2008, 2ª edição) refere-
se às Síndromes Neuróticas como aquelas que apresentam como sintoma
comportamentos:

• Ansiosos;
• Fóbicos;
• Obsessivos;
• Histriônicos;
• Hipocondríacos;
• Angústia Frequente

Além de manifestar-se também de uma maneira em que os pacientes que apresentem


estes tipos de síndrome tenham uma formação de Subjetividade muito sujeita à
conflitos psíquicos internos (o sujeito sente-se inadequado à situações sociais e
relacionamentos) e à relacionamentos interpessoais, como por exemplo:

• Dificuldade em lidar com o Recalque;


• Luta com pensamentos internos;
• Frustração e insatisfação com o afeto que recebe de relacionamentos;
• Rigidez social.

“Assim, o constructo neurose fornece essa moldura


conceitual e classificatória que abarca a grande
sobreposição e o intercâmbio de sintomas da série da
ansiedade, da fobia, da obsessão, da frustração, da
dissociação e da somatização.” (DALGALARRONDO,
Paulo)

Os principais transtornos denominados como Neuróticos podem se classificar por


síndromes fóbicas, obsessivo-compulsivas, histéricas, hipocondríacas e
neurastênicas (atualmente encaixadas nas síndromes de fadiga crônica). Suas
principais características são:

• Quadros Fóbicos: caracterizam-se por comportamento de pânico extremo


relacionado a situações que não apresentam perigo real ao paciente,
conhecidos também como medos extremos. Entre as fobias mais comuns
existem a Agorafobia, medo de lugares abertos e/ou com dificuldade de acesso
ou fuga rápidos; fobias simples, como o medo irracional de animais como
baratas ou aranhas; e até mesmo a fobia social, em que o indivíduo apresenta
grande pânico de situações que necessitem de exposição ou contato
interpessoal, variando de pequenas conversas à grandes apresentações em
público;
• Quadros Obsessivo-Compulsivos: caracterizam-se por comportamentos ou
ideias fantasiosas, que geralmente são respostas ligadas à um pensamento ou
alguns pensamentos obsessivos, como por exemplo um indivíduo que não pisa
em linhas ou precisa lavar-se toda hora por ter medo de pegar alguma doença.
Outra característica deste transtorno é a execução repetitiva de rituais ou
comportamentos habituais, quase como se fosse algo mágico ou mítico, como
pessoas que batem sempre o mesmo número de vezes em uma porta ou usam
sempre a mesma cor de camisa, com justificações como “esta cor me trás
sorte”.
• Quadros Histéricos: historicamente famosos, principalmente graças às
“Histéricas de Freud”, são transtornos que caracterizam-se por apresentar
alterações tanto no corpo quanto na mente, manifestando no corpo sintomas
como a alteração de funções motoras e sensoriais; e na mente manifestando-
se com sintomas como alterações de consciência, memória ou percepção.
Podem apresentar-se de duas maneiras distintas: a Dissociativa e a Histeria de
Conversão.
o Histeria Dissociativa: conhecido também como Transtorno Dissociativo,
caracteriza-se por crises em que o paciente pode apresentar alterações
de consciência que se assemelham à crises epiléticas, com diminuição
gradual de consciência, amnésia ou alterações de memória (podendo ou
não serem seletivas), e até mesmo pseudo alucinações. É fundamental
para a prática clínica saber a diferença entre uma crise dissociativa e
uma crise epilética, para tratamento adequado.
o Histeria Conversiva ou De Conversão: caracterizada por episódios em
que um paciente em crise pode apresentar alterações sensoriais e
motoras bastante variadas, como paralisia, andar e ficar de pé de
maneiras bastante alteradas, rouquidão e até mesmo perda da fala.
Alguns pacientes podem até mesmo apresentar cegueira momentânea.
• Quadros Hipocondríacos e de Somatização:
o Os quadros hipocondríacos caracterizam-se principalmente por
episódios em que o paciente está constantemente se sentindo doente e
apresentando sintomas físicos da doença que pensa que está, muitas
vezes indo em médicos e tomando remédios, apesar deste
comportamento, não apresentam delírios.
o Pacientes que apresentam a Somatização utilizam-se de suas
condições físicas (de maneira consciente ou não) para obter ganhos
pessoais e psicológicos, como por exemplo se utilizar de uma dor física
para receber um benefício; quando não consciente, a somatização pode
estar ligada ao bloqueio da fala de um acontecimento ou acontecimentos
específicos da vida daquele paciente. Alguns pacientes podem também
ter a dificuldade de diferenciar sentimentos de sensações físicas,
podendo confundi-las como uma lesão ou dor orgânica e não “da
mente”, a este quadro se dá o nome de Alexitimia.
• Quadros Neurastênicos: atualmente caindo em desuso, porém extremamente
popular e usado pelo público leigo, a neurastenia se dá quando o paciente
sente dores físicas até mesmo extremas depois de um esforço mental ou físico
excessivo. Podem estar associados à transtornos como a depressão, o stress
e até o burn out.
SÍNDROMES PSICÓTICAS

As síndromes denominadas como Psicóticas são bastante conhecidas da população


e habitam certas questões imaginárias, normalmente apresentando os sintomas que
as pessoas usam pejorativamente para se referir aos “malucos”. Estas síndromes são
caracterizadas por sintomas que tendem ao delírio, e incluem transtornos dentro do
espectro da Esquizofrenia. Entre os seus sintomas estão:

• Alucinações e delírios de leves a graves, desde auditivos à sensoriais;


• Pensamento desorganizado;
• Mania de Perseguição;
• Perda de contato com a realidade;
• Pensamento e comportamento desorganizados;
• Insight prejudicado (precária ou nenhuma consciência do transtorno).

Dentre os transtornos denominados psicóticos, o mais conhecido é a Esquizofrenia,


como citado anteriormente. Tendo como conjunto de comportamentos apresentados
sintomas de primeira e segunda ordem, é o subtipo mais diferenciado entre os de
característica psicótica.

Esquizofrenia

O principal transtorno conhecido, principalmente pela sua importância clínica, tem


como Sintomas de Primeira Ordem, ou seja, aqueles que mostram a distorção entre
o eu e o mundo, quase como uma crise de identidade, em que não há diferença entre
o paciente e o mundo externo. São eles:

• Percepção delirante: significação delirante de fatos absolutamente normais,


que ocorre de maneira repentina como uma “revelação” maior ao paciente;
• Alucinações auditivas características: vozes que mandam o paciente fazer
alguma coisa ou que comentam sobre o paciente, muitas vezes de maneira
pejorativa e ofensiva;
• Eco ou sonorização dos pensamentos: o paciente ouve seus pensamentos,
como uma voz falando em seu ouvido;
• Roubo do pensamento: experiências em que o paciente sente como se seu
pensamento fosse extraído de sua cabeça, quase como um roubo;
• Vivências de influência corporal ou ideativa:
o Influência corporal: experiências em que o paciente sente como se algo
ou alguma força controlasse seu corpo de fora, como uma marionete;
o Influência ideativa: experiências em que o paciente sente como se algo
ou alguma força controlasse ou influenciasse seus pensamentos e
consciência, sempre externamente.

Os sintomas tidos como de segunda ordem são considerados de “menor importância”


no diagnóstico, não sendo necessários em todos os casos para o diagnóstico. São
eles:

• Perplexidade,
• Alterações sensoriais e de percepção (incluídas também nos sintomas de
Primeira Ordem);
• Vivência de influência ou empobrecimento no campo afetivo do paciente;
• Intuição delirante
• Alterações do ânimo de colorido depressivo ou maniatiforme

Dentro da Esquizofrenia existem os seus subtipos, que se definem por características


específicas de cada um, são eles:

• Esquizofrenia paranoide: caracterizada por alucinações e pensamentos


delirantes, presença significativa de pensamentos com mania e perseguição;
• Catatônica: caracteriza-se por alterações severas na habilidade motora,
hipertonia, alterações de vontade, impulsividade, mutismo e negatividade;
• Hebefrênica: pensamento desorganizado, comportamento e afeto tidos como
“bizarros” e infantilizados. Muito parecida com a Síndrome Desorganizada, com
predomínio de desorganização mental e social;
• Simples: tem como característica a falta dos sintomas tidos como Primários,
porém observa-se nestes pacientes o empobrecimento progressivo psíquico e
comportamental, que leva o paciente a se negligenciar e não cuidar de si
mesmo, distanciamento social e distanciamento afetivo progressivo. Muito
parecido com a Síndrome Negativa ou Deficitária.
• Síndrome Produtiva ou Positiva: pacientes com esta síndrome apresentam
sintomas ditos como negativos, tais como alucinação, agitação, pensamentos
delirantes e agitação motora, porém de maneira produtiva e positiva,
conseguindo até mesmo produzir novas neologismos ou parafrasias.
• Transtorno Delirante (Paranóia): caracteriza-se pelo surgimento de
pensamentos paranoides, muitas vezes ligadas à manias de perseguição,
porém sem afetar os outros traços da personalidade do paciente;
• Parafrenia ou Esquizofrenia Tardia: psicoses dentro do espectro da
esquizofrenia que se desenvolvem em indivíduos de mais idade, normalmente
a partir dos 40 anos;
• Psicoses breves, reativas ou psicogênicas: quadros psicóticos, dentro do
espectro da esquizofrenia ou não, que surgem em pacientes aparentemente
saudáveis causados por fatores externos, normalmente com sintomas
“floridos”, tais como alucinações, ideias delirantes (normalmente paranoicas) e
medos difusos, que se apresentam no paciente e tem remissões muito rápidas,
normalmente não causando sequelas na vida do mesmo.
SÍNDROMES RELACIONADAS À SEXUALIDAE

A sexualidade humana sempre foi alvo de grande atenção, tanto de estudos quanto
pessoais, muito se fala sobre a origem da vida do prazer, sempre relacionados a este
assunto, “Ela compreende três dimensões básicas: uma biológica, uma psicológica e
outra cultural (Basson, 2006)”, estando estas três intimamente ligadas e quase
inseparáveis, já que muitos dirão que não há prazer físico sem prazer mental, por
exemplo, e o que é prazer sexual pode mudar muito de acordo com o local e a cultura
que estamos inseridos. Por conta de tanta pressão que este assunto acaba
significando na vida de cada indivíduo, muitos transtornos sexuais surgiram ao longo
do tempo, sempre relacionadas à uma das três dimensões citadas anteriormente ou
à um momento da relação sexual, como o ápice da relação, por exemplo. Estes
transtornos são:

• O Desejo Sexual Inibido: caracteriza-se pela inibição de qualquer desejo


sexual, fantasias ou até mesmo interesse que o paciente possa ter pelo
assunto, deve ser considerada um transtorno sempre que for para o paciente
uma questão que atrapalhe sua qualidade de vida, direta ou indiretamente
(como quando envolve um parceiro, por exemplo);
• Excitação e Orgasmo Feminino Inibidos: conhecido popularmente como
frigidez, este termo acabou se tornando pejorativo com o tempo. Caracteriza-
se pela impossibilidade da mulher de atingir o orgasmo durante relações
sexuais, está ligado às condições psíquicas da mulher durante o ato;
• Ejaculação Precoce: caracteriza-se pelo ápice do prazer masculino sendo
atingido de maneira muito precoce durante o ato sexual, muitas vezes
impedindo o paciente de desfrutar do prazer psicológico do ato, é causado por
fatores biológicos e psíquicos
• Disfunção Erétil (Impotência): caracteriza-se pela dificuldade ou
impossibilidade do homem de manter uma ereção até o final da relação sexual,
também tem causas biológicas e intrapsíquicas;
• Transtorno da Identidade de Gênero: caracteriza-se pela incapacidade de
identificar-se com o corpo e gênero em que o indivíduo nasceu, como se o
paciente fosse uma “mulher presa em um corpo de homem”, ou o oposto;
• Parafilias: também conhecidas como “perversões sexuais”, são termos que
acabaram caindo em desuso ao longo do tempo, caracterizam-se por
indivíduos que precisam vivenciar certas situações ou fantasias para poder
chegar ao ápice ou até mesmo começar uma relação sexual, considera-se
transtorno quando atrapalha a qualidade de vida do paciente, direta ou
indiretamente;
• Problemas relacionados ao ato sexual: abusos ou estupros acontecem por
distorções de realidade ou pensamento por parte dos abusadores, causando
graves danos intrapsíquicos às vítimas.
TRANSTORNOS LIGADOS À CULTURA

Entende-se por cultura uma significação dada à um conjunto de símbolos, valores,


“pensamentos”, modos de sentir e agir, dentre outros, de acordo com o local em que
o sujeito cresce, mora, se socializa e cria laços de relacionamento. Esta definição de
cultura tem total relação também com a maneira que o sujeito adoece, o que o faz
adoecer e como ele reage à tais acontecimentos, tanto de maneira biológica quanto
intrapsicológica. Transtornos psicológicos como a Depressão, Hipocondria,
Somatização, Fobia Social, entre outros, se desenvolvem de maneira e com números
diferentes de acordo com a divisão de “estilos de sociedades” feita pelos
pesquisadores:

• Sociedades Industrializadas: sociedades tidas como “modernas”, como por


exemplo potências ocidentais como os EUA, ou Europeias, como a Inglaterra,
tem suas próprias características, como a menos influência da religião e uma
organização familiar diferente, menos tradicional ou ortodoxa. Apresentam
maior nível de escolarização, simetria entre direito e deveres de homens e
mulheres, e o claro domínio entre a divisão e vida particular e pública
• Sociedades Tradicionais ou “Rurais”: sociedades tidas como “imersas em
tradições”, como por exemplo alguns países da Oceania como a Nova
Zelândia, nas quais predominam o modelo tradicional de família, a religião é
um grande influenciador e a escolarização tende a ser influenciada pela
mesma, além de ser mais baixa comparada com a das sociedades “modernas”.
A diferenciação entre homens e mulheres é maior, existe a interpenetração
entre a vida de domínio público e a particular.

De acordo com essas divisões, fica clara a diferença cultural que existe de sociedade
para sociedade, fora os tipos de subcultura que predominam em determinadas
regiões. Por conta dessa diferença, o adoecimento de cada cultura também é
diferente, já que as questões e os anseios mudam muito com o fator social.

De acordo com cada sociedade, a manifestação de sintomas de cada transtorno varia.


Por exemplo, se formos comparar a manifestação de Síndromes Ansiosas, por
exemplo, as Sociedades Industrializadas tendem a manifestar sintomas psíquicos,
ligados à pânico ou stress, por exemplo, enquanto as Sociedades Rurais tendem a
manifestar sintomas somáticos, como dores de cabeça crônicas.
Em se tratando de Síndromes Sexuais, por exemplo, o grande fluxo de informação faz
com que as Sociedades Industrializadas apresentem mais sintomas ligados à
ideologia, como por exemplo o Transtorno da Identidade de Gênero; enquanto nas
Sociedades Rurais, os indivíduos tendem a apresentar sintomas ligados à
comportamento, como por exemplo os abusos ou estupros.

Portanto, pode-se perceber que enquanto as Sociedades Tradicionais apresentam


mais sintomas psicossomáticos e comportamentais, as Sociedades Modernas
apresentam em maior incidência sintomas intrapsíquicos, pois suas vivências são
diferentes. Essa incidência de sintomas pode ser percebida em todas as Síndromes
Psiquiátricas, e as influências que gênero, escolaridade, idade, local, religião,
biológicas, etc, são claramente visíveis e interferem na maneira de apresentar
sintomas, diagnosticá-los e trata-los.
Referências bibliográficas:

Psicopatologia e Semiologia dos Tanstornos Mentais (Paulo Dalgalarrondo, 2008,


segunda edição)

https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#0

View publication stats

Você também pode gostar