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Resumo de “Formação Econômica do Brasil”

Capítulo 1 – Da expansão comercial à empresa agrícola

A descoberta das terras americanas acabou ocorrendo após os europeus tentarem contornar
os obstáculos turcos, que começaram a criar dificuldades às linhas orientais de abastecimento
de produtos de alta qualidade. Para os portugueses a descoberta da América foi um episódio
secundário, para os espanhóis, que deram de cara com o ouro acumulado pelas civilizações
andinas e mesoamericanas, não. A possibilidade de encontrar novas riquezas despertou o
interesse de outros países europeus pela América, e como, nem Espanha, nem Portugal
queriam perder tais terras, eles resolveram ocupá-las efetivamente. Se não fosse por isso, a
ocupação do continente teria demorado mais tempo para ocorrer. A Espanha encontrou
riquezas o bastante pra poder defender sua parte, mas, como algumas terras lhe pareciam
inúteis, resolveu concentrar sua defesa no eixo México-Peru, produtor de metais preciosos, no
rio da Prata e na Flórida. Portugal possuía recursos limitados para ocupar o Brasil e mesmo que
desviasse recursos das empresas no Oriente, muito mais produtivas, não suportaria a pressão
externa por muito tempo. A solução foi encontrar alguma utilidade econômica para essa terra,
o que resultou no início da exploração agrícola das terras brasileiras.

Capítulo 2 – Fatores do êxito da empresa agrícola

A experiência adquirida com a produção de açúcar em algumas ilhas do Atlântico e o


desenvolvimento de indústrias de equipamentos para engenhos açucareiros facilitaram o
sucesso de Portugal na empresa agrícola no Brasil. A produção de açúcar portuguesa nas ilhas
do atlântico quebrou o monopólio veneziano dos meios de produção, entretanto, como o
açúcar era um produto novo e não possuía muita demanda, houve uma superprodução e seus
preços caíram. Mas a quebra de monopólio dos meios de produção possibilitou à região de
Flandres, nos Países Baixos, recolher o açúcar português para refinamento. E isso fez com que
o mercado consumidor de açúcar se expandisse, absorvendo, anos mais tarde, a produção
brasileira também. Além disso, grande parte do recurso usado na empresa agrícola brasileira
veio dos Países Baixos. Outro fator que contribuiu para esse sucesso foi a possibilidade do uso
de mão-de-obra escrava, já que não havia mão-de-obra suficiente em Portugal, e o trabalho
assalariado era inviável. Além desses fatores, a crença portuguesa de que ainda encontrariam
ouro em grande escala foi essencial para a manutenção do Brasil nas mãos de Portugal, ou
seja, para o sucesso na ocupação efetiva de grande parte das terras americanas.

Capítulo 3 – Razões do monopólio

A Espanha continuou apenas extraindo metais preciosos. Com a pressão dos outros países,
eles aumentaram o isolamento da área produtora desses metais, que não desenvolveu
intercâmbio com a Metrópole, nem com outras colônias. A Espanha tinha intenção de criar
colônias autossuficientes e exportadoras de metais preciosos para a Metrópole. Essa constante
exportação fez com que o poder econômico do Estado crescesse exageradamente, e o
aumento do fluxo de caixa provocou uma inflação e um constante déficit na balança comercial.
A inflação diminuiu as exportações e aumentou as importações espanholas, e o ouro que
continuava vindo da América prejudicava a produção interna e estimulava a produção de
outros países europeus. A decadência econômica da Espanha prejudicou suas colônias
americanas, já que as empresas agrícolas não alcançou importância significativa, retardando a
transformação das economias de subsistência que já existiam na região. Se houvesse
transferência de manufaturas europeias para as áreas de mineração, que eram densamente
povoadas, teriam criado vínculos econômicos mais complexos e, desse modo, produtos
produzidos na América seria exportados para a Espanha e talvez revendidos para o resto da
Europa. Isso provocaria um desenvolvimento ainda maior no modo de vida arcaico das
colônias espanholas. Se isso tivesse ocorrido, Portugal teria tido dificuldades com sua empresa
agrícola e, provavelmente a Espanha teria dominado a produção de açúcar mundial, já que as
colônias espanholas possuíam mais terras propícias para a produção, eram bem mais próximo
da Europa, possuíam uma mão-de-obra indígena barata e mais evoluída do ponto de vista
agrícola e ainda possuíam uma quantidade enorme de recursos. Ou seja, se não fosse a própria
decadência econômica espanhola, a empresa agrícola portuguesa não teria êxito.

Capítulo 4 – Desarticulação do sistema

A Unificação Ibérica modificou o quadro político-econômico da empresa agrícola açucareira no


Brasil. Isso porque a Holanda entrou em guerra com a Espanha, e os holandeses controlavam o
comércio dos países europeus feito pelo mar e ainda eram em boa parte responsável pelo
sucesso do açúcar brasileiro, por esses motivos não desistiriam facilmente do controle do
açúcar aqui produzido. A Holanda dominou uma parte da região produtora de açúcar brasileira
por um quarto de século e a ruptura com o antigo sistema cooperativo trouxe consequências.
Com essa ocupação, os holandeses adquiriram conhecimento suficiente para acabar com o
monopólio português. Isso fez o preço do açúcar despencar pela metade pouco tempo depois,
e derrubou o lucro português. E como a balança de pagamentos portuguesa dependia
bastante do açúcar brasileiro, o valor da moeda portuguesa também despencou, comparando
com o ouro.

Capítulo 5 – As colônias de povoamento do hemisfério norte

O debilitamento da Espanha deu mais força para a vontade francesa e inglesa de apoderar-se
das colônias espanholas na América. Assim, logo eles dominaram as Ilhas do Caribe para
formar colônias de povoamento como estratégia militar para um futuro assalto em larga escala
ás colônias espanholas. Com intenção de manter nessas ilhas núcleos de populações
europeias, resolveram promover uma colonização no sistema de pequenas propriedades, que
eram dados para alguns colonos que a pagavam através de seus ganhos futuros. As Antilhas
inglesas se povoaram com mais facilidade e com menos incentivo do governo do que as
francesas por causa da facilidade de recrutamento de colonos. Essa facilidade é devida ás
perseguições políticas e religiosas que causaram grandes deslocamentos de população. Como
não havia embargos e a população estava disposta a aceitar duras condições para fazer a
travessia do Atlântico, algumas companhias se organizaram para promover a travessia. Essa
colonização de povoamento não sofreu com a escassez de mão-de-obra como a Espanha e
Portugal, graças ao excedente populacional causado pelas modernizações na agricultura e a
vontade dessa população, que já vivia em condições precárias, de se emigrar mesmo sabendo
que viveria um tempo em regime de servidão. No começo, essa colônia de povoamento causa
um grande prejuízo ás companhias. Nas colônias na América do Norte, a dificuldade em
encontrar algum artigo que pudesse ser produzido em pequenas propriedades e que possuísse
um mercado com crescimento da demanda, já que não adiantaria produzir artigos já feitos na
Europa porque não seriam capazes de recompensar o capital investido, foram responsáveis
por esse fato. Já nas Antilhas, o fumo, o algodão e o café obedeciam á esses requisitos e, por
isso, obteve lucros para as companhias. A Inglaterra fez enormes esforços para recrutar
colonos, grande parte deles, criminosos, para trabalhar na América em vez de ser preso.

Capítulo 6 -

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