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NA PRÁTICA
Um manual para transformar as áreas dos
relacionamentos, corpo e dinheiro/profissão
Esse e-book foi escrito por Paramita Sobre a autora 05
com a contribuição dos facilitadores
Como funciona este e-book 11
Marcus Rocha e Amelia Clark.
O início: por que preciso me conhecer melhor? 13
PARTE 1
ÍNDICE
1. Mudanças que quero fazer mas não consigo 15
2. Será que a solução vai cair do céu? 22
3. Estou tentando me proteger de algo? 27
4. Indo além das velhas desculpas de sempre 33
A racionalização 34
Será que a pressa ajuda? 38
PARTE 2
ÍNDICE
5. Olhando para a nossa história 42
Infância 43
As crenças e padrões inconscientes que se instalaram com a nossa história 52
6. A zona de conforto e a preguiça 58
Como funciona a preguiça 60
7. E como eu saio de tudo isso? 64
Vamos no passo a passo? 66
8. Nossos grandes desafios: dinheiro/profissão, relacionamentos e o corpo 69
Dinheiro/profissão 70
Relacionamentos 76
Corpo 79
Planos de ação 82
Conclusão 90
INTRODUÇÃO
SOBRE A
AUTORA
Olá! Meu nome é Paramita.
Eu sou mineira, nasci em Juiz de Fora e, desde muito pequena, a
vida me mostrou que eu não tinha vindo aqui neste mundo
apenas a passeio.
Nasci em uma família muito bem-sucedida financeiramente,
meus pais eram herdeiros de fazendeiros ricos mas, com o
tempo e a má administração da herança, o dinheiro ficou curto.
Minha mãe pensou que estava na menopausa, até que um dia
descobriu que, na verdade, a menopausa era eu. Ela estava
grávida de três meses e tinha mais cinco filhos, o mais velho
já com 20 anos!
Cheguei numa casa sempre cheia de gente, com muitas
festas e momentos felizes, mas também com muitas brigas
e desarmonia. A minha lembrança é de que aquilo tudo
era um pouco forte demais para mim.
6 Quando eu tinha nove anos de idade, minha mãe teve um aneurisma cere-
bral e ficou com limitações físicas muito sérias e, depois de um ano, faleceu.
Então, desde muito pequena eu passei a questionar a vida, pois já havia
convivido com a morte, com uma doença séria, com a violência entre meus
irmãos e as drogas que eles usavam na minha frente, o alcoolismo do meu
pai, a perda de dinheiro e, consequentemente, a perda da qualidade de vida.
Eu estava convencida de que não tinha sido atingida pelos traumas e hu-
milhações que havia passado por não ter tido uma mãe e nem uma vida ou
casa estruturadas como a maioria das minhas amigas tinham.
Então, segui em frente evitando entrar em contato com meu passado e
levantando a bandeira de quem deu a volta por cima.
“Eu sou uma vencedora!”
7 Ainda muito jovem, eu namorava um rapaz que era considerado um “bom
partido” pelos meus amigos, eu tinha um bom emprego, fazia muita ginásti-
ca e me orgulhava do meu corpo. Eu estava bem adequada perante a so-
ciedade, porém bastante infeliz e insatisfeita e não conseguia entender o
porquê. Eu tinha uma tensão dentro de mim que não relaxava nunca, mas
eu não mostrava isso para ninguém. E, se alguém não acreditava naquela
minha imagem de perfeição e me questionava, eu pensava: “Essa pessoa
não me entende! Ela deve ter inveja de mim!”
Até que no ano de 1994, minha irmã me convidou para ir a um centro de
terapias e autoconhecimento na Índia, e eu respondi: “- Me desculpa, essas
coisas de terapia são para pessoas problemáticas e eu não preciso disso!”
Mas ela insistiu: “- Vamos lá! É legal, tem um resort, lugares lindos para
passear e fazer boas compras.” Eu mordi a isca e pensei: “Ok! Esse lugar
é exótico e vou ter mais uma coisa para falar sobre mim: Nossa...eu fui pra
Índia!” Quando cheguei lá, pensei: “Já que estou aqui, vou fazer alguns
desses cursos e grupos de autoconhecimento, já que quero fazer psicologia
para ajudar as pessoas.”
E, se alguém não acreditava Quando ingressei nesses eventos, logo percebi que toda aquela imagem
naquela minha imagem de de perfeição que eu tinha montado sobre mim não fazia sucesso entre
perfeição e me questionava, aquelas pessoas. Elas percebiam que eu havia criado uma fachada para es-
eu pensava: “Essa pessoa conder as dores e humilhações da minha infância e me questionavam: “Mui-
não me entende! Ela deve to bonito tudo isso que você está dizendo, mas não há sentimento nas suas
ter inveja de mim!” palavras. Quem é você, afinal? O que você está querendo provar?”
8 Este foi o primeiro passo de um profundo trabalho de desconstrução de
todas aquelas paredes que eu havia erguido para não ter que tocar no meu
passado. Foi muito impactante, mas eu já podia sentir o gostinho que es-
tava por trás de me libertar desses padrões do inconsciente e relaxar um
pouco em mim mesma.
Eu descobri muita coisa. Fiz psicologia, me mudei para São Paulo, me
submeti a vários grupos de autoconhecimento e terapias, conheci mestres
e professores deste caminho que me ajudaram, fiz formações e especial-
izações e voltei à Índia mais de vinte vezes.
Comecei a estudar tudo isso com muita paixão. O livro principal deste
estudo foi a minha vida. Com ela, aprendi demais! Mas as vidas das outras
pessoas dos grupos de autoconhecimento que participei também me ensi-
naram profundamente.
COMO FUNCIONA Este e-book foi criado para que você possa iniciar ou dar continuidade ao
seu estudo de autoconhecimento. Ele pode ser lido e relido aos poucos ou
ESTE E-BOOK de uma vez, como você preferir.
A primeira parte é dedicada ao estudo e à compreensão de mecanismos
internos que muitas vezes nos atrapalham. Você vai ver que o texto é re-
cheado de exemplos destacados, que são histórias reais de pessoas que
estão vivendo um dia a dia que pode ser parecido com o seu e com o meu.
Por isso deixamos espaços para você também incluir os seus exemplos, se
juntando a nós. A intenção da Parte 1 é mostrar alguns caminhos possíveis
para você se conhecer.
Na segunda parte, eu te convido a entrar num estudo mais profundo e
específico. Sugiro vários exercícios e dou alguns direcionamentos com Pla-
nos de Ação para que você possa tirar um proveito prático e real de todo
o estudo apresentado. Lembrando que você não precisa ter pressa e que
pode ir aos poucos.
12 Nessa parte 2, me concentrei em três áreas da vida que acredito serem
muito importantes: dinheiro/profissão, relacionamentos e o corpo. Então,
alguns dos exercícios têm estes focos, mas podem, a todo momento,
serem aplicados em qualquer área da sua vida.
A minha intenção é que você tenha acesso a um passo a passo neste
“Autoconhecimento na prática” para que possa ir consultando sempre
que desejar ou quando a vida te apresentar algo novo. Mas peço que
tenha em mente que não existe certo ou errado e muito menos rápido ou
devagar na forma de usufruir deste conhecimento. Cada um tem seu jeito,
sua história e necessidades, então eu sugiro que você vá desfrutando dos
exercícios no seu tempo, deixando espaço para os conteúdos internos
serem trabalhados.
Se você tiver dúvidas ou precisar de ajuda, não hesite em entrar em
contato com a gente.
www.yeshe.com.br
13 Hoje em dia, posso dizer que a resposta a essa pergunta está bem mais
clara para mim. Eu diria até que é óbvio que se quero ter uma vida mais
plena e aumentar o meu bem-estar e autoestima, lidar melhor com o stress,
insônia, depressão e ansiedade, ou ter relacionamentos mais saudáveis e
um propósito na vida, é claro que preciso me conhecer melhor.
Mas, por muitos anos não foi assim, como vocês puderam ler na minha
apresentação. Eu achava que já estava “resolvida” e que me conhecia
mais do que o suficiente. A prova disso era o “sucesso” que eu fazia per-
ante todos. Mas, este sucesso estava vazio, ou melhor, estava recheado de
O INÍCIO: “POR QUE uma voz que não me deixava relaxar...era uma cobrança constante de que
eu não era boa o suficiente. Quando descobri que essa voz vinha lá do
PRECISO ME CONHECER centro de uma insegurança que eu ainda não conhecia e, pelo contrário, re-
MELHOR?” jeitava, foi se instalando em mim uma esperança e uma nova direção. Isso
me levou a dar passos além dessas vozes internas que me angustiavam,
amedrontavam e me faziam abrir mão de grandes possibilidades.
Eu pude vivenciar e me beneficiar muito de conhecimentos e ferramentas
adequadas e entrei nessa grande aventura que é o autoconhecimento.
Nela, eu percebi que viemos para esse mundo sem o nosso manual de
instruções. Ele precisava ser descoberto. Sabemos como funcionam sofisti-
cados computadores, eletrodomésticos, foguetes que viajam pelo espaço,
enfim, são muitos os manuais de instruções. Mas...onde estava o meu?
À medida que fui me aprofundando, passei a sentir gratidão a cada passo
que dava, a cada parte minha que eu conhecia melhor e entendia, mesmo
14 com todo os desafios. E o meu propósito passou a ser inspirar as pessoas
a se buscarem e se conhecerem melhor e criar meios e metodologias para
que isso possa acontecer.
São muitos os mitos e medos ao redor desse tema do autoconhecimento
e das terapias, mas aprendi que, se vamos além deles com o devido cui-
dado, podemos encontrar trabalhos e pessoas que podem realmente nos
ajudar. E respostas às perguntas mais difíceis que trazemos dentro de nós
começam a se revelar, e a vida vai fazendo muito mais sentido.
Esta é só a minha perspectiva e a minha experiência. Meu desejo é que
você possa experimentar o mesmo. Que possa colher frutos do ato de
conhecer as suas profundezas, seu inconsciente e padrões para, quem
sabe, ter chances de atingir aquilo que você veio buscar nessa vida. Desejo
que você seja feliz e realizado! Acredito que esse trabalho possa te ajudar
na busca de algumas peças-chave para entender a sua vida e o seu fun-
cionamento. Algumas pessoas ouvem falar sobre o autoconhecimento e
pensam que ele é para pessoas problemáticas ou desajustadas, mas este é
um grande engano! Eu gostaria de convidar você a entrar no seu mundo in-
terno: em seus pensamentos, sentimentos, emoções, memórias, e descobrir
por si mesmo as inúmeras possibilidades do caminho do autoconhecimento.
Respostas às perguntas mais E os que já estão nessa busca há algum tempo vão encontrar aqui uma
difíceis que trazemos dentro oportunidade de dar mais um passo. E àqueles que talvez pensem que o
de nós começam a se revelar, autoconhecimento não é o seu caminho, espero que esse registro possa
e a vida vai fazendo muito despertar para a imensa oportunidade que é se conhecer e se libertar de
mais sentido. padrões inconscientes que aprisionam a todos nós.
PARTE 1
1.
MUDANÇAS
QUE QUERO
FAZER MAS
NÃO CONSIGO
16 E se eu te disser que os nossos padrões inconscientes são o grande em-
pecilho para as mudanças que queremos fazer e não conseguimos?
Talvez você esteja pensando: “Que história é essa de padrões incons
cientes”?
Não se preocupe, vou buscar explicar bem claramente. Podemos começar
nos perguntando:
E olha que aqui estamos falando de coisas práticas , mas poderíamos ainda
olhar para nossas questões emocionais. “Não quero estar dependente de
alguém, mas estou... Não quero mais falar daquela forma bruta, mas falo...
Quero tratar uma pessoa de maneira diferente, mas não consigo... Estou
18 há muito tempo querendo ganhar dinheiro e vejo esta área travada... Que
ro um relacionamento amoroso mais saudável e me vejo repetindo com
portamentos que me colocam em situações negativas que não gostaria
mais de estar.”
Vamos estudar um exemplo?
“Forças internas” Vamos olhar para um caso verídico da relação de um pai com seu filho.
que são maiores O pai tinha o costume de sempre criticar o filho, o tempo todo apontando para os
do que a nossa seus defeitos e problemas. O filho já estava com uma obesidade mórbida e deprimi-
própria vontade! do e o pai estava muito chateado com isso, mas não conseguia fazer diferente, sem-
pre apontava para a parte negativa do filho.
Um dia ele disse: “- A partir de hoje, eu não o critico mais. Se for preciso, mordo
minha língua, mordo minha mão, mas não vou falar nada!”
Nesse momento pensei: “Se ele não conhece os motivos reais de estar fazendo
isso, provavelmente não vai dar certo. Mas é verdade que ele precisa tentar!”
Então no dia do aniversário do rapaz, o pai o convidou para caminhar no Parque do
Ibirapuera de São Paulo para ter uma conversa. Eles começaram a caminhar e o pai
disse: “Quero te dar um presente muito especial de aniversário. Eu não vou mais te
criticar! Quero fazer essa promessa aqui com você!”
19 O filho, que já estava entalado de tantas reclamações, começou a desabafar: “- Nos
sa... finalmente! Eu não aguento mais! Você é isso e aquilo...” e começou a expres-
sar todas as suas insatisfações.
O pai, já irritado, pensou: “Nossa! Como esse menino anda devagar! Olha o jeito
que ele está falando comigo!” E uma grande raiva começou a brotar. Ou seja, aque-
le padrão de querer criticar o filho, de jogar o menino para baixo, começou a vir com
todas as forças.
Para resumir a história, na terceira volta pelo parque eles já começaram a brigar e o
pai percebeu e pensou: “Realmente, eu não tenho condições de dar isso.”
Vamos olhar para o caso acima. Este pai que criticava seu filho também
recebeu muitas críticas de um pai autoritário e cético que só apontava e
reclamava sobre seus erros. Cresceu, então, um homem cheio de raiva
escondida, que passava todo o tempo reclamando do seu filho. E assim vai
a roda da vida.
Enquanto alguém não olhar para essa raiva, essas mágoas, essa tristeza de
não ter sido cuidado, essa família vai gerar homens que julgam e criticam,
pois não conhecem outro caminho.
21 EU QUERO MUITO,
MAS NÃO CONSIGO!
“Eu gostaria de ter um relacionamento amoroso saudável, mas nunca consigo.”
“Embora eu me ache competente, sempre tenho dificuldade de cobrar pelo meu
trabalho.”
“Quero muito me expressar, mas na hora de falar o que penso, eu travo.”
“Eu sempre perco o meu poder diante dos homens...ou das mulheres...ou das
autoridades.”
“Já tentei várias vezes criar o hábito de me alimentar saudavelmente, mas acabo
voltando a comer tranqueira.”
“Por mais que eu malhe e faça dieta, me sinto desconfortável com o meu corpo.”
“Já mudei várias vezes de trabalho, mas não encontro um propósito no que faço.”
“Eu tento ser diferente, mas não consigo mudar esse meu jeito agressivo de falar
com as pessoas.”
AQUI coloco alguns exemplos de
queixas que as pessoas trazem
sobre o que querem realizar, até
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
tentam, mas não conseguem.
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
deixei três linhas em branco para
você preencher com coisas da sua “----------------------------------------------------------------------------------------------“
vida que tem tentado mudar, mas
não tem obtido sucesso.
2.
SERÁ QUE A
SOLUÇÃO VAI
CAIR DO CÉU?
23
Não vou dizer que essa é uma tarefa fácil. Para nos formarmos em uma
universidade, por exemplo, estudamos muitos anos para receber aquele
diploma. Para construir uma casa, precisamos trabalhar muito e economizar
dinheiro. Na construção é necessário colocar um tijolo em cima do outro
até finalmente ver a casa pronta.
O mesmo ocorre com relação ao nosso mundo emocional, ao nosso auto-
conhecimento. Não podemos simplesmente querer um milagre, querer que
a solução caia no nosso colo. Não estou dizendo que milagres não aconte-
cem, mas precisamos fazer a nossa parte.
24
Não dá para Certa vez, assisti à entrevista de uma pedagoga. Me lembro que ela contou que
resolver a vida toda semana ia em um determinado lugar em São Paulo onde ficavam crianças de
toda em 1 dia! rua, e ali abria sua mesinha de ferro e as ensinava a ler, escrever e fazer contas.
As crianças mais novas aceitavam e queriam aprender. Os adolescentes não, eles só
olhavam de longe. As crianças começaram a ficar mais espertas, e aí ela contou que
um dia um dos adolescentes disse: “- Eu quero aprender também isso aí que você
está ensinando!”
“- Claro! Pode se sentar aqui”, ela respondeu.
“- Mas eu sou diferente desses meninos” ele disse, e então tirou uma arma do bol-
so, colocou em cima da mesa e afirmou: “- Você vai ter que me ensinar tudo hoje!”
Você consegue imaginar como é possível aprender tudo de uma vez?
Já pensou no enorme alívio que seria não precisarmos mais secar o chão
molhado e ter esse cano consertado? Eu não acho, digo ou proponho que
façamos tudo corrido ou que iremos resolver tudo de uma vez. Não quero
lhe enganar! Mas precisamos começar!
26 Conhecer a si
mesmo é um
desafio, uma
jornada.
3.
ESTOU
TENTANDO
ME PROTEGER
DE ALGO?
28
“Nunca me esqueço das vezes que passei fome.” “Minha mãe nunca deixava eu dormir na casa das minhas amigas e nem ir nas viagens da escola.”
“Meu professor me mandou ficar em pé e me ridicularizou na frente de todos “Meu irmão tinha crises de asma muito fortes e era todo frágil. Depois que ele nasceu, eu
os meus colegas.” passei a não dar mais trabalho para os meus pais para não sobrecarregá-los.”
“Meu pai nunca elogiou nada que eu fiz, só me criticava. Quando eu tirava 10, ele dizia: “Não
“-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------“
fez mais do que a obrigação.”
“-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------“
“Eu não levava jeito para os esportes e era sempre o último a ser escolhido para os times da
“-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------“ escola. A aula de educação física era uma tensão semanal durante toda a minha infância.”
“Eu tinha vergonha das apresentações da escola porque meus pais nunca iam me assistir.”
“-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------“
“-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------“
“-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------“
31 São muitas as possibilidades de choques, eles fazem parte da vida. E mui-
tos de nós vivemos tanto os alopáticos quanto os homeopáticos. Como
a criança não podia e nem queria ir embora porque, obviamente, amava
muito essas pessoas, ela precisou se defender.
A RACIONALIZAÇÃO
As desculpas Imagine o caso de uma mulher que teve um pai alcoólatra e diz: “- Olha, o meu pai
verdadeiras que bebia! Mas, coitado! Ele não podia fazer diferente! O pai dele também bebia. Ele
adoramos dar teve uma infância muito difícil e, por isso, eu o compreendo. Eu já perdoei meu pai!”
É verdade! Ele teve motivos para beber! E até fez o melhor que pôde, mas isso não
muda o fato de que doeu para aquela menina conviver com o pai alcoólatra. E talvez
35 hoje ela seja uma adulta que tenha problemas no relacionamento com os homens,
mas não sabe explicar o porquê. E segue afirmando que já compreendeu e per-
doou o pai.
Você percebe que essa conta não fecha? Percebe que há coisas guardadas e escon-
didas atrás dessa explicação? Isso é o que chamamos de racionalização. Raciona
lização é uma desculpa verdadeira.
Uma outra maneira de racionalizar é se comparar: “Olha, eu não preciso de auto
conhecimento! Tem tanta gente com tantos problemas sérios na vida. O meu é tão
“normal”! E minha infância foi feliz.”
Quero te chamar a atenção para essa racionalização. Ela é bem sutil. É verdade que
existem pessoas que tiveram uma infância pior que a nossa, mas seria o mesmo que
dizer: “Nossa! Tem pessoas em estados terminais! Por que vou olhar esse tumor
pequeno no meu corpo?”
Aí mora uma armadilha, um truque da mente.
Aí então eu digo:
“- Sim, é possível dar esses passos e, concordo, precisamos fazê-lo
com cuidado.”
37
Músculos Vamos imaginar o exemplo de uma pessoa que teve pais muito severos, que não
emocionais permitiam que ela se expressasse quando criança e exigiam que fosse perfeita. A
atrofiados criança estava frágil (lembra?) e não podia enfrentar a força dos adultos. Ela passou
a se calar e agradar a todos, tentando ser perfeita naquilo que os pais consideravam
importante. Essa pessoa foi moldada neste comportamento.
Ela esqueceu sua própria expressão e, sem perceber, tem medo de ser espontânea:
o músculo da espontaneidade atrofiou. Ela não sabe como é se expressar de ver-
dade e talvez tenha aplicado uma racionalização: “Eu entendo meus pais. Foi bom
39 para mim eles serem severos, eu dei certo na vida. Eles fizeram o melhor
que puderam.”
Posso afirmar e concordo que eles fizeram o melhor que puderam, mas ex-
istem sentimentos que essa pessoa está evitando olhar, existem limites da
sua própria história que cercam a vida sem que ela saiba. Há espaços para
ela se expandir muito mais e, com isso, se comunicar melhor nos relaciona-
mentos, engolir menos sapos, controlar menos as coisas, cuidar mais de si
e de suas vontades, ou seja, ter uma vida bem mais saudável e verdadeira.
Mas, como o “músculo” dessas expressões está atrofiado, não será de uma
hora para outra que ela conseguirá alcançar essa transformação. Como
disse, a saída talvez não seja levantar um peso de cem quilos de uma vez,
exigindo-se estar em um lugar que ainda não está, pois pode acabar se
machucando e afirmando: “Está vendo? Isso não é pra mim!”
Então, não precisa se forçar a ser uma mulher cheia de expressão e se tor-
nar uma pessoa agressiva ou sinceríssima. Pode ir entendendo melhor a
própria história e os limites que a biografia lhe impôs, se aproximando dos
sentimentos que teve que esconder e ir, aos poucos, levantando pesos para
sua musculação emocional. Um peso de um quilo pode significar correr o
risco de falar de alguns sentimentos. Dois quilos, talvez, falar das suas von-
tades e percepções na vida. Três quilos, lidar com os medos e sentimentos
que estão por trás de tudo isso e, a partir daí, muita coisa pode acontecer,
abrindo espaço para o novo poder entrar.
40
SUCESSO
------------------
DINHEIRO
--------------------
e você?
INTIMIDADE -------------------------
-----------------------
41
5.
OLHANDO
PARA A
NOSSA
HISTÓRIA
43
INFÂNCIA
A criança, quando chega aqui neste mundo, não sabe nada a respeito da
vida. Nada! Ela não sabe que existem outros países e culturas, outras pes-
soas, maneiras de pensar diferentes dos pais, não sabe mesmo como essa
vida funciona. Ela é um livro totalmente em branco, muito aberta e sensível.
Então, à medida que vai tendo experiências e convivendo com as pessoas
que estão à sua volta, vai assimilando o que é e como funciona a vida, vai
absorvendo o exemplo de como essas pessoas estão vivendo.
Aquele livro que estava em branco vai sendo escrito em seu inconsciente,
determinando como ela vai ser e viver. E existe um ponto muito importante
sobre o funcionamento da criança que precisamos entender: toda criança
tem a tendência a generalizar. Ela ainda não sabe discernir e generaliza
qualquer evento que aconteça como se essa fosse a única realidade.
Vou dar um exemplo simples.
44
Um livro Imagine uma criança ainda na fase em que é um livro em branco, que não sabe
em branco como é trabalhar e ganhar dinheiro mas está ali, aberta, captando tudo que
acontece no ambiente. Seu pai chega todo dia insatisfeito do trabalho, reclamando,
cansado, dizendo que rala muito para ganhar pouco e que não gosta do que
está fazendo.
A criança não consegue discernir da seguinte forma: “O meu pai não gosta do tra
balho dele e não está satisfeito com o que faz.” Como o funcionamento natural dela
é generalizar, vai pensar: “Trabalho é sofrimento! Precisa-se trabalhar muito para
poder ganhar dinheiro!”
Era uma vez Gostaria de descrever uma experiência que vi acontecer com uma criança em uma
uma crença festa de aniversário. Eu estava conversando com um amigo, quando seu filho che-
gou muito assustado, e perguntou: “- Pai, minha mãe fuma”? E o pai respondeu:
“- Claro que não, menino! De onde você tirou isso? Não tem sentido isso que você
está falando! Sua mãe não fuma!” O filho retrucou: “- Fuma, pai! Eu vi ela fuman
do”. E o pai encerrou o assunto: “- Você está confundindo! Você não viu isso!” E
mandou a criança voltar a brincar.
Meu amigo, então, olhou para mim e disse: “- Será que ele viu?” Me assustei muito
na hora e perguntei: “- Por quê? Ela fuma?” Ele respondeu: “Fuma, mas não quer
que o menino descubra.”
Gostaria de usar este exemplo para poder chamar sua atenção para uma reflexão:
Aquele momento estava carregado de emoção para o menino. Dava para ver que a
confiança dele estava sendo abalada.
46 Que conclusões ele pode ter tirado? Vamos imaginar algumas hipóteses?
“Eu não sou capaz de ver a realidade”, “meu pai está mentindo pra mim” ou
“minha mãe está mentindo pro meu pai”, dentre muitas outras possibilidades.
Mas você lembra que a criança não sabe discernir? Ela vai generalizar e talvez
registre: “Mulheres mentem para os homens. Não se pode confiar nas mulheres.”
E assim nasce o que chamamos de crença.
A crença é justamente a conclusão generalizada na qual a criança chega diante
de uma experiência que está carregada de emoções fortes.
Neste caso, a tendência é enterrar a situação e crescer com a constante desconfi-
ança de que, a qualquer momento, a mulher vai trair ou mentir. Para complicar ainda
mais, quando este menino for se relacionar com mulheres, vai ter a tendência a se
sentir atraído por uma que de fato mente, porque a crença é como um imã que vai
fazer com que a coisa aconteça de novo. Se ela não tem o perfil de mentirosa, o
rapaz tende a continuar desconfiado por causa da sua própria crença, e pode sufo-
cá-la e controlar os seus passos a ponto de induzi-la a mentir.
Então podemos ver as repetições que criamos na nossa vida. Elas estão cheias de
emoções, crenças e padrões, e nos prendem naquilo que mais queremos evitar sem
que percebamos.
47
Quem comeu Posso dar mais um exemplo de uma pessoa que veio procurar ajuda nos nossos
essa bolacha? trabalhos em grupo. Ela mentia o tempo todo e isso a prejudicava muito. Quando
chegamos no ponto de trabalho das crenças, criamos as condições para que tudo
ficasse mais claro e ela entendesse o porquê da necessidade de mentir.
Ela se lembrou que quando era criança e fazia alguma coisa errada, a mãe pergun-
tava: “- Quem comeu essa bolacha de chocolate que não era pra comer?” Ela re-
spondia: “- Eu!” E a mãe batia na menina. Numa outra situação, a mãe questionava:
“- Por que você chegou atrasada da escola?” E a menina: “- Porque eu fiquei brin-
cando.” E acabava tomando uma surra da mãe.
Um dia a mãe perguntou de novo: “- Quem comeu essa bolacha?” E a menina desta
vez respondeu: “- Não sei.” Nesse dia, não levou nem mesmo uma chinelada. “-
Por que você chegou atrasada da escola?” “- Porque eu fiquei estudando.”
E, dessa vez, não apanhou.
Ali ela começou a associar verdade com punição: “Se eu falar a verdade vou ser
punida. Preciso mentir.” Ela cresceu repetindo isso inconscientemente.
48 A situação carregada de emoção, vivida por uma criança que não sabe
o que é este mundo, vai determinar sua existência. Hoje em dia esta-
mos lidando com a vida influenciados pelas experiências da nossa infân-
cia. Não somos capazes de ver o mundo como ele realmente é em sua
totalidade.
Olhamos os nossos relacionamentos, o dinheiro, a sexualidade e tudo mais
que seja importante, através das lentes do nosso passado.
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
“----------------------------------------------------------------------------------------------“
Sou incompetente.
Os homens não
Sucesso não é para mim. são confiáveis.
Se eu me expor em
um relacionamento Trabalho é sofrimento.
vou ser abandonado.
Casamento
As mulheres mentem e traem. é prisão.
São situações que parecem que nunca vão mudar ou que vão se repetin-
do e repetindo... “Eu mudo de relacionamento e daqui a pouco me vejo
naquele mesmo padrão de me relacionar... Eu troco de emprego e contin-
uo insatisfeito e sem reconhecimento. Eu transformo meu estilo de vida e
sigo sentindo a mesma ansiedade”.
53
Meu inconsciente, Me lembro de uma moça que veio fazer um dos nossos grupos terapêuticos. Seu pai
meu destino! nunca estava disponível, era realmente um homem muito distante. Pois adivinhe?
Esta mulher acabava sempre se relacionando com homens de outras cidades ou
países, que de alguma forma não estavam disponíveis. A crença que ela tinha sobre
o que é se relacionar com um homem estava determinando sua vida sem que ela
percebesse.
Um dia, essa mulher começou a namorar um rapaz de sua cidade. O homem tinha
um emprego fixo, era funcionário público. Ela pensou: “Realmente, agora vou fazer
diferente! Vou experimentar como é ficar com este homem. Por mais que eu não
esteja completamente envolvida, preciso ter essa experiência. Estou cansada de
relacionamentos à distância!” Começaram a se relacionar, foram se aprofundando e
decidiram: “Vamos morar juntos!”
Após pouco tempo construindo uma vida juntos, acreditem ou não, ele foi transferi-
do para trabalhar em outra cidade! E mais uma vez a moça se viu em um relaciona-
mento à distância.
54 Por que algo assim acontece?
Conscientemente, queremos muito uma coisa, mas há algo dentro de nós
que está bloqueando essa realização. Há uma crença que, por estar incon-
sciente, fora do nosso campo de visão, determina o rumo dos aconteci-
mentos, apesar das nossas vontades.
No caso do nosso exemplo acima, a crença que acompanha esta mulher é
“Todos os homens são distantes e indisponíveis.”
Sem que ela saiba nem como nem porquê, sentia-se atraída por homens
que reforçavam sua crença. Por mais que aquele companheiro morasse na
mesma cidade, ele tinha um emprego com possibilidades de transferência.
Sem que percebesse, sua atração era direcionada para alguém assim, pois
estava presa à sua crença.
Como dizia Carl Jung: “Enquanto você não se tornar consciente, o incon
sciente irá controlar sua vida e você chamará isso de destino.”
“Enquanto você não se Muitas vezes não temos a noção da profundidade deste processo. E talvez
tornar consciente, o possamos encontrar aí as respostas de muitas das perguntas que temos
inconsciente irá controlar feito ao longo da vida.
sua vida e você chamará “Talvez eu esteja há vidas lidando com problemas financeiros, ou sem con-
isso de destino.” seguir me relacionar sexualmente de uma forma saudável, ou sendo inca-
Carl Jung paz de conectar o prazer com o trabalho”.
55
Fugindo do Vejam o exemplo de um rapaz que, quando criança, tinha muita vergonha que os
passado amigos fossem em sua casa, pois seu pai era um homem enfraquecido e dominado
pela esposa. Segundo sua percepção de menino, o que seus amigos encontrariam lá
seria um pai que era “a dona da casa” e uma mãe que saía para trabalhar e susten-
tar a família. Independente dos papéis, o pai não conseguia se impor e se expressar.
56 Convivendo com essa falta de presença masculina, o rapaz criou uma crença de que
“homem é fraco” e resolveu lutar contra isso com todas as forças. Ele se tornou um
workaholic que sustenta toda a família, não tem tempo para nada, está ansioso e
com problemas de saúde. Sem perceber, está preso na sua crença, tentando provar
para o mundo que não é um homem fraco.
Uma vez fui chamada para trabalhar em uma empresa com o time de um
executivo que era bastante agressivo. Ele tratava os funcionários com
pressão e todos estavam muito cansados. Tinha escrito um livro de como
ser bem-sucedido e, realmente, ele era um exemplo de sucesso na carrei-
ra. Ao estudar sua biografia, foi interessante perceber que, quando ele era
muito novo, seu pai faliu no auge do sucesso. Durante sua infância foi difícil
lidar com essa falência e o impacto que ela teve. Ele passou muita ver
gonha e medo.
Ao longo do processo, eu pude perceber que os funcionários estavam
sentindo a pressão daquela pessoa que estava, sem saber, fugindo do
passado. Ele não era um homem que estava somente trabalhando ou ex-
pressando sua força, ele estava fugindo de algo. Por isso, tinha temores,
ansiedade e sentia muita pressão. Era uma fuga de uma lógica equivocada:
“Eu sou bem-sucedido, portanto posso falir a qualquer momento e passar
vergonha e medo.”
57
Como você deve estar percebendo, são muitas as variáveis e armadi
lhas que essas crenças podem trazer, e talvez esteja pensando: “Nos
sa...que preguiça! Melhor não mexer com essas coisas!”
Se isso veio à sua mente, faço a seguinte sugestão:
A preguiça, que parece ser algo tão inofensivo, às vezes tem o poder de
paralisar as nossas vidas mais do que podemos imaginar. Ela ama trabalhar
com aquelas desculpas verdadeiras que mencionamos no capítulo da ra-
cionalização, para usar a sua arma preferida que é o adiamento.
Ela diz frases do tipo:
“Eu vou fazer mais um curso ou workshop para começar a montar o meu
currículo e procurar aquele emprego.” A pessoa termina o curso e a mente
continua dizendo: “Agora já é fim de maio. Vou esperar as férias de julho e
vou atrás disso.”
Ou
“Semana que vem começo minha dieta.” A semana que vem chega e:
“Acho que vou aos poucos. Essa semana vou tentar reduzir o açúcar e
depois eu entro realmente na dieta.”
Ou
“As crianças estão muito novas. Eu estou completamente infeliz, mas ainda
61 não vou terminar meu relacionamento”. As crianças crescem e a preguiça
continua dizendo: “Meu parceiro não está preparado. Ele está muito inse
guro com a saída dos nossos filhos de casa.”
E a roda vai girando, a vida vai passando e a mente continua com estes
tipos de afirmações. Só que lá no fundo, ela está dizendo:
“Não sou boa o suficiente; não vai dar certo; não posso sobreviver sem um
parceiro.”
Quando a preguiça está atuando, não fazemos o que é necessário para
evoluirmos além das nossas crenças. Ficamos prostrados ou nos ocupamos
de tantas outras coisas que não achamos tempo para fazer o que é preciso.
Sempre adiamos!
Não queremos lidar com o desconforto que essa movimentação pode tra
zer e a preguiça age como um mecanismo de defesa para não termos que
mexer ali.
Daqui a pouco Me lembro de uma moça que vendia roupas como sacoleira, mas ela adiava mais do
eu faço! que vendia. Em algumas tardes passava as roupas e fazia listas de quem ia procu-
rar para vender (preguiça ativa) e em outras ficava assistindo séries e perdia a hora.
Eram muitas as desculpas para não agir e para não sair de casa e vender.
62 À medida que foi se trabalhando, ela percebeu que estava evitando a possibilidade
de receber alguns “nãos” e se sentir humilhada. Tinha vergonha de se ver em uma
posição de inferioridade e demonstrar que dependia que as pessoas comprassem
os seus produtos para ela sobreviver. Para não assumir esses medos, ficava tardes
inteiras fechada em casa (zona de conforto) adiando tomar uma atitude.
Conforme o processo foi andando, ela pôde fazer as conexões e ver que o senti-
mento de humilhação que estava com medo de sentir era bem mais antigo do que
aparentava. Ela havia passado por isso quando criança na escola onde, no geral, os
amigos tinham uma condição financeira melhor que a dela.
E COMO
EU SAIO DE
TUDO ISSO?
65
Talvez você esteja pensando: “Ok! Muito bonita toda essa explicação, mas
tem uma pergunta que não quer calar: Como eu saio disso?“
Calma! Sugiro aqui um passo a passo que vai te auxiliar, mas é importante
deixar claro que não tem como sabermos quanto tempo você terá que se
dedicar a cada um deles. O fator tempo, nesse processo de autodesen-
volvimento, é muito relativo. Muita paciência nessa hora!
Outra coisa importante! Não há uma ordem exata para realizar o que estou
sugerindo. Você pode começar em um passo, seguir para o outro, e depois
voltar para o passo anterior, caso seja necessário.
Para facilitar essa compreensão, mostro aqui um passo a passo que vai te
ajudar no seu estudo. Lembre-se que esse processo pode levar tempo e
requer empenho e, às vezes, uma ajuda profissional é necessária para po-
dermos ver e entender tudo que está sendo proposto aqui.
PASSO 2
66 Identificar os meus
PASSO 1 padrões repetitivos
Reconhecer o que não
está bom na minha Perceber que existe
um padrão instalado
vida hoje em mim e que venho
Olhar para minha vida repetindo situações e
de uma forma madura e comportamentos que me
sincera e admitir onde prejudicam.
estou insatisfeito.
PASSO 4
Mudar as atitudes
PASSO 3 À medida que evoluímos nos
Acessar minhas memórias passos anteriores, começamos,
e sentimentos aos poucos, e de forma
consciente, a agir diferente.
Este passo é imprescindível! Lembrando que não adianta
Buscar a origem dos meus levantar um peso de 100 kg
padrões e comportamentos de uma vez com o músculo
observados no passo anterior e atrofiado.
Vamos no passo comparar com o que vivenciei
a passo? na infância. (Te daremos sugestões a seguir).
67 Para que esses passos fiquem ainda mais claros, vamos a um exemplo.
Um passo Imagine uma mulher que tem o padrão de sempre atrair homens fechados e está em
a passo na um casamento com uma pessoa assim. Eles trabalham muito e ela está sempre ocu-
prática pada. Ela sabe que o marido tem este comportamento e que isso a machuca, mas
nunca tem tempo para pensar sobre isso ou conversar com ele. O adiamento (lem-
bra da preguiça?) está presente.
Até que chega um ponto em que ela fica incomodada e começa a entrar no primeiro
passo: reconhecer que está insatisfeita com a situação do relacionamento.
Ela poderá então reconhecer a repetição e o padrão, entrando assim no segundo
passo: “Afinal, não é o meu primeiro parceiro que se comporta desta maneira comi
go - já tive outros namorados assim. Isso é algo que se repete. Inclusive já tive um
parceiro que não agia desta forma e ele não me atraía tanto. Será que a solução é
trocar de marido ou olhar melhor para este meu padrão?”
Quando ela investiga mais profundamente, que é o que propomos no terceiro
passo, ela se lembra de muitas situações em que se sentiu assim em relação ao pai,
que era um homem muito frio e distante. Percebe que este sentimento que é des-
pertado em seu casamento a acompanha praticamente desde sempre. Essa carência
da presença de um homem é algo que começou na infância e está tão instalada que
ela acredita que intimidade em um relacionamento é algo que não existe.
68 Ao se tornar mais consciente de tudo isso, ela entra no quarto passo onde, aos pou-
cos, muda alguns comportamentos. Passa, por exemplo, a acusar menos o marido
ou fazer convites para que eles possam ter mais tempo juntos.
E se, no terceiro passo, ela tiver tido a oportunidade de lidar um pouco mais com
esse sentimento de rejeição que teve na infância, e que agora sabe que sempre
a acompanhou, talvez pressione menos o marido e ele sinta mais vontade de se
aproximar.
8.
69
NOSSOS
GRANDES DESAFIOS:
DINHEIRO/PROFISSÃO,
RELACIONAMENTOS
E O CORPO
70
DINHEIRO / PROFISSÃO
Vamos a alguns exemplos de crenças com relação a este tema para nos
ajudar a chegar mais próximos das nossas próprias crenças.
73
CRENÇAS SOBRE
DINHEIRO E PROFISSÃO
“O que eu gosto de fazer no meu trabalho nunca “Dinheiro é uma coisa podre que só traz problema.”
vai me trazer dinheiro.” “Eu tenho, mas esse dinheiro pode acabar a qualquer
“Eu não sou capaz de atingir meus objetivos.” momento.”
“Alguém tem que pagar para mim.” “Eu tenho, mas preciso de mais.”
“Eu não posso gastar o meu dinheiro.” “Eu não tenho a possibilidade...e nem nunca vou ter.
A vida é assim mesmo!”
74
Neste e-book estou buscando formas e alternativas para que você possa
trazer para o consciente essas barreiras que te separam do fluxo da vida.
No exercício abaixo vou trazer essas afirmações negativas que, como
aprendemos, são frutos de uma experiência vivida que se tornou uma
generalização. A mente entendeu equivocadamente que a vida é assim e
na verdade ela não é.
Este exercício pode ser aplicado em qualquer área da sua vida. Ele é uma
oportunidade de trazer luz para essas partes guardadas no escuro.
Na próxima página você verá um desenho que simboliza uma selfie. Você
6
2
4 5
questões abaixo. No final, você terá uma fotografia mais clara de como este
tema está na sua vida hoje.
Em seguida, haverá um plano de ação para que você possa iniciar uma
transformação prática.
DINHEIRO/
75 PROFISSÃO 6
Preencha na selfie ao lado
as questões dos números 2
correspondentes:
4 5
6
76
RELACIONAMENTOS
CRENÇAS SOBRE
RELACIONAMENTOS
6
79
CORPO
Vamos olhar agora nossa relação com o corpo físico. Ele nos foi empresta-
do para vivermos essa experiência aqui na Terra e um dia teremos que
devolvê-lo.
Será que estamos fazendo bom uso dessa ferramenta que é o nosso corpo?
Como temos cuidado dele? O quanto o aceitamos e o respeitamos?
Temos ultrapassado os seus limites? Dormindo pouco, ingerindo alimentos
e substâncias que fazem mal, fazendo atividades em excesso?
Criamos tempo para cuidar dele de uma forma adequada?
Será que brigamos com o nosso corpo ou não o aceitamos por não atingir
os padrões de beleza impostos?
As crenças impressas em nosso inconsciente com relação ao corpo físico
impactam diretamente em nossa saúde, bem-estar, tensão, autoestima e
muito mais. Algumas dessas crenças talvez possam ser:
80
CRENÇAS SOBRE
O CORPO FÍSICO
6
82
PLANO DE AÇÃO
Quais as ações a
Qual o primeiro 6
serem feitas no
passo a ser dado?
próximo mês?
Quais as ações a
serem feitas na
segunda semana?
8
7
plano de ação
DINHEIRO/ 4
84 PROFISSÃO
Preencha ao lado
conforme o modelo da
página 91. 3
5
1
8
7
EXEMPLO
plano de ação
DINHEIRO/ 4
85 PROFISSÃO
Não ficar no sufoco para pagar Na hora que a preguiça bater para
as contas no início do mês. promover o meu trabalho, me levantar e agir.
Começar a mostrar meu trabalho nas mídias
3 Poder viajar nas férias da minha
filha sem esforço financeiro. sociais e vencer a minha timidez.
RELACIONAMENTOS
4
86
Preencha ao lado
conforme o modelo da
página 91. 3
5
1
8
7
EXEMPLO
plano de ação
RELACIONAMENTOS
4
87
Não ficar enciumada quando ele Não esperar que ele decida quando e o que
quer sair com os amigos. vamos fazer no final de semana.
Estar atenta aos programas que as minhas
3 Reencontrar minhas amigas que
não vejo há muito tempo. amigas vão fazer para sair com elas.
1
“Eu só sou feliz quando estou
acompanhada.”
A Aninha e a Clara, minhas
“Se eu não fizer tudo que ele melhores amigas que adoram sair
2 gosta, ele vai me largar.”
Não viver somente a vida do
para bater papo.
“Nada que eu gosto é A Fátima, que já fez o curso de
importante.” meu namorado, viver também moda e sabe como tudo funciona.
as minhas coisas pessoais.
CORPO
4
88
Preencha ao lado
conforme o modelo da
página 91. 3
5
1
8
7
EXEMPLO
plano de ação
CORPO
4Parar de comprar e estocar
89
Poder comer sem me sentir chocolates e doces.
constantemente com culpa. Comer fora de casa somente quando necessário.
Estar satisfeita com o meu corpo e Diminuir o tempo na Internet que consome minha
3 me sentir atraente. energia e alimenta a preguiça de me mexer.
Sentir que eu tenho força de Parar de dar tantas desculpas dizendo que
vontade e atinjo os meus objetivos. começo na segunda ou depois das férias. 5