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DIREITO
Para iniciarmos os estudos de direito empresarial e trabalhista temos que conhecer o sistema
jurídico e político brasileiro e o melhor é começarmos pelos conceitos de Origem e finalidade.
O direito tem a sua origem com a civilização e a formação das sociedades, sob a forma de
costumes que se tornavam obrigatórios e cuja finalidade era a de regular as relações e
comportamentos humanos.
Deste modo, o direito pode ser entendido como um conjunto de regras, normas, leis que
disciplinam a nossa conduta de forma coativa, isto é, o seu descumprimento acarretará na
aplicação de uma pena. Assim, para que a sociedade possa viver em harmonia respeitando as
leis.
Este conjunto de normas é o direito Objetivo, direito este previsto em uma lei. Enquanto que o
exercício para a aplicação desta norma é o direito Subjetivo.
Então, o direito objetivo será aplicado ao caso in concreto através do exercicio do direito de
cada um de nós ou pela nossa, que nada mais é que o direito subjetivo.
E o que é Moral? vamos trazer aqui a interpretação mais comum de moral como o conjunto
de valores, de normas e de noções do que é certo ou errado; proibido e permitido; dentro de
uma determinada sociedade ou cultura.
Como sabemos, as práticas positivas de um código moral são importantes para que possamos
viver em sociedade, fato que fortalece cada vez mais a coesão dos laços que possam garantir a
solidariedade social. Do contrário, teríamos uma situação de caos, de luta de todos contra
todos para o atendimento de nossas vontades.
Então, podemos dizer que a moral são valores construídos pela coletividade que está
diretamente ligado ao comportamento humano quando inserido em uma sociedade e tem
como finalidade dar parâmetros de convivência.
Deste modo, poderemos afirmar que a moral diz respeito a uma consciência coletiva e a
valores que são adquiridos por condições familiares e sociais
Veremos que as regras tem cunho ético, emanando da moral e do direito que vêm a ditar
como deve ser o comportamento de cada indivíduo conforme nos ensina Max & Édis (2007).
Então, aquele que rouba, furta, sonega, estupra, está infringindo as regras jurídicas e da moral,
pois são atos repudiadas pela sociedade.
Bilateral Unilateral.
RAMOS DO DIREITO
Para melhor entendermos o sistema jurídico, vamos dividi-lo e estudá-lo em ramos do Direito:
Será Natural quando este depender da vontade dos homens, sem imposição do Estado
como, por exemplo, o direito a vida.
Será Internacional quando aplicados nas relações entre os países (tratados, acordos
internacionais etc.).
Será Privado quando as normas forem disponíveis, são as normas que regem as
relações entre as pessoas (civil/empresarial) e que depende da vontade das pessoas.
Será Difuso quando o resultado não atingirá somente uma pessoa, mas sim uma
coletividade, como exemplo temos o direito ambiental e consumidor.
FONTES DO DIREITO.
De nada adiantaria conhecermos os ramos do direito se não soubermos onde buscar estas
informações como as leis, as normas e os decretos. Então, vamos falar sobre as Fontes do
Direito.
ESTADO
Agora temos a formação do nome do nosso País que fica da seguinte forma: República
Federativa do Brasil.
Muito bem, agora que conhecemos como é a formação do Nosso Estado (Brasil), a sua forma
de estado (Federação) e regime de governo (República) vamos estudar como ele será
governado.
Fonte:
Para que haja harmonia entre os Poderes cada um tem a sua própria competência atribuída
pela Constituição Federal/88 (CF/88).
No território Nacional temos uma divisão em três poderes legislativos e autônomos: (a) o
Poder Legislativo Federal (União), (b) Legislativo Estadual (Estados) e o (c) Legislativo Municipal
(Municípios).
O Poder Legislativo Federal é representado por duas casas legislativas que compõe o
Congresso Nacional: a Casa do Senado e a Câmara dos Deputados Federais.
Fonte:
O Poder Legislativo Estadual é a casa legislativa dos Estados chamada de Assembleia
Legislativa, que é composta pelos Deputados Estaduais.
(*) Obs.: Como o Distrito Federal é uma unidade federativa anômala em que não há subdivisão
em municípios, a Assembleia Legislativa do Distrito Federal acumula a competência legislativa
municipal, não havendo, portanto, Câmaras de Vereadores.
Por último temos o Poder Judiciário cuja função típica é a de aplicar o direito pondo fim aos
conflitos sociais por meio das ações judiciais e aplicando a justiça.
O Poder Judiciário garante o Estado Democrático de Direito por ser o aplicador dos direitos
dispostos na Constituição Federal e nas leis do nosso país.
Diferente dos demais poderes o ingresso na magistratura se dá por concurso público, salvo os
cargos destinados ao quinto constitucional (indicado pelo Chefe do Executivo e aprovado por
sabatina na Casa Legislativa).
PROCESSO LEGISLATIVO : Agora vamos ver as atribuições do processo legislativo que tem por
responsabilidade informar a elaboração e aprovação de uma lei.
Este processo legislativo está contemplado na Constituição Federal nos artigos 59 à 69,
aplicáveis a todas as unidades Federativas (Estado, União, Municípios e Distrito Federal).
A Constituição Federal não integra o processo legislativo, porque como é tratada de Lei
Fundamental, antecede ao processo legislativo.
A lei de introdução do Código Civil traz que a Lei respeitará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito, a coisa acabada. Assim as leis são editadas para regular comportamento ou relações
futuras para dar segurança jurídica aos negócios, podemos afirmar que as normas são
irretroativas, não atingem atos pretéritos
Quando os atos forem da administração Federal (União) será publicado no Diário Oficial da
União (D.O.U) e no Diário Oficial do Estado (D.O.E.) quando os atos forem da administração
pública Estadual e Municipal.
Assim ao ser publicada uma Lei não podemos mais alegar o seu desconhecimento, mas nem
sempre com a publicação se dá a imediata obrigação do seu cumprimento. Isto acontece
porque a força compulsória da norma se dá com a vigência da mesma, isto é quando entrar em
vigor.
Então para sabermos quando a Lei entrará em vigor temos que analisar alguns
aspectos: a) quando a lei traz no seu bojo, no seu corpo, no seu teor, a data que a mesma vai
entrar em vigor; e b) quando a lei não traz quando a mesma entrará em vigor, na omissão da
lei, o prazo a ser estabelecido é de 45 dias a partir da data da sua publicação.
Como estamos vendo, toda norma atingirá os atos que acontecerão (futuro), desta forma
podemos afirmar que as normas são irretroativas, pois elas não atingirão fatos pretéritos (já
ocorridos).
A lei de introdução do Código Civil traz que a Lei respeitará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito, a coisa acabada. Assim as leis são editadas para regular comportamento ou relações
futuras para dar segurança jurídica aos negócios, podemos afirmar que as normas são
irretroativas, não atingem atos pretéritos.
Portanto, não teríamos que falar sobre a retroatividade se não houvesse as exceções, pois a lei
somente retroagirá quando houver previsão legal para retroagir ou na Lei Penal quando a lei
nova beneficiar o Réu aplicar-se-á a lei penal mais benéfica ao mesmo.
O direito civil é o principal ramo do direito privado, tratando de um conjunto de normas que
regulam as relações entre os particulares, entre as pessoas. Estamos falando das pessoas,
físicas (natural) e jurídicas, que são as que darão forma a complexidade jurídica nas relações
econômicas e sociais.
Muito importante iniciar este estudo trazendo Coelho (2010) que nos ensina que os direitos da
personalidade são essenciais às pessoas naturais, porque não há quem os titulariza. Estamos
falando sobre o direito ao nome, à imagem, ao corpo e as suas partes, à honra, etc., este
direito é absoluto, vitalício e imprescritível, indisponível, irrenunciável e impenhorável e
intransmissível e está intimamente ligado à pessoa.
O início da personalidade da pessoa Natural ou Pessoa Humana se dá com o nascimento com
vida, mas a lei põe a salvo (protege) os direitos do nascituro desde a sua concepção. (Direito
Constitucional – Direito a Vida) proibindo e tipificando como crime a prática de aborto.
A morte será considerada natural quando esta for atestada por um médico, assim temos o
corpo do “de cujus” para a verificação (doença, mortes violentas e assassinato);
Portanto será considerará morte presumida quando não houver o corpo do indivíduo para ser
atestado por um médico. Esta morte será declarada pelo Juiz somente quando ficar
comprovado que esta pessoa se encontrava em situação de risco e perigo e não foi encontrada
(exemplo: acidente aéreo, guerra).
A presunção da morte pela Ausência se dará quando a pessoa desaparece de seu domicílio,
sem motivo aparente, sem deixar qualquer notícia. Nesta situação também deverá ser
declarada a presunção da morte através de processo judicial.
COMORIÊNCIA: Vamos entender o fenômeno jurídico da comoriência que ocorre quando duas
ou mais pessoas morrem ao mesmo tempo, ou quando não é possível concluir qual delas
morreu primeiro, razão pela qual o direito trata como se elas tivessem morrido no mesmo
instante. No direito este fenômeno é muito importante para os casos de sucessão (herança).
É através da capacidade civil que a pessoa natural terá a aptidão para exercer direitos e
assumir obrigações, embora este seja o conceito mais comum da capacidade civil da pessoa
natural (pessoa física ou humana), tem-se àquelas pessoas que possuem capacidade civil
limitada e não podem exercer seus direitos ou assumir obrigações sem estarem representados
ou assistidos.
A partir de 2003 com o novo Código Civil a maioridade na legislação brasileira, foi alterada para
18 (dezoito) anos completos e unificada com a maioridade penal, assim em regra geral as
pessoas a partir dos 18 anos completos assumem a capacidade civil absoluta.
A capacidade civil absoluta poderá ser antecipada pela pessoa natural quando esta tiver 16
anos completos até 18 incompletos em algumas hipóteses, como por exemplo, pela
emancipação; casamento; emprego público; colação de grau em curso superior; aquisição de
economia própria.
Considera-se a pessoa natural com incapacidade relativa àquele que tiver 16 anos completos
até 18 anos incompletos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e aqueles que, por causa
transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade. Deste modo, nos atos da sua
vida civil estes serão assistidos para assumir obrigações.
São portadores de incapacidade relativa (CC, art. 4º) - a) Os maiores de 16 e menores de 18
anos; b) Os ébrios habituais, os toxicômanos, e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido; c) Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; d) Os
pródigos.
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Exercício Final
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Referências
CORREIA. A.; .SCIASCIA. G. Manual de Direito Romano. 5.ed, Rio de Janeiro, Livros, Cadernos
Ltda., s/d -série caderno didático.
COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Civil, São Paulo, Editora Saraiva., 2010
MAX & EDIS – Manual de Direito Público e Privado – Ed. Revista dos Tribunais, 2007.
MONTORO, André Franco - Introdução à ciência do direito, 23ª. Ed. SP, RT, 1995.
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do Direito Empresarial.0:00100%AudimaReduzir a velocidade da voz em5%Aumentar a
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Ficou fácil entendermos que toda pessoa física que explorar uma atividade econômica
(investindo capital para obter lucro) devidamente regular (legalmente registrado) de forma
profissional (habitual) para produção ou circulação de bens e de serviços é considerado
empresário.
E empresa como poderíamos conceituar? Vejam como é fácil entender o que é empresa: é
aquela que tem por finalidade uma atividade econômica e organizada com o objetivo de
produzir ou circular produtos ou serviços.
Parece até que os conceitos se confundem, mas não, eles se somam pois a empresa só existe e
sobrevive com a pessoa do empresário,. Então, podemos resumir que o empresário é aquele
que exerce profissionalmente a atividade empresária, que nada mais é que o objetivo
econômico de forma organizada para a produção e circulação de bens e serviços.
Embora tenham outras atividades econômicas, a legislação entendeu por excluir as profissões
intelectuais, científicas, literária e artística.
Fonte:
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
O estabelecimento empresarial veio definido no código civil (art.1142) e nada mais é que o
local onde estão reunidos de forma legal (organizada) os bens (corpóreos e incorpóreos) para
o exercício (trabalho) da empresa, pelo empresário ou pela sociedade empresária.
PONTO EMPRESARIAL
Este ponto empresarial recebe uma proteção especial junto ao ordenamento jurídico, o que
possibilita ser negociado.
Na eventualidade deste imóvel onde é exercida a atividade empresarial for alugado e pelo
locatário foi desenvolvido o ponto empresarial este fica desvinculado da propriedade do
imóvel, nos termos da lei de locações de Imóveis Urbanos, conhecida como Lei do inquilinato
nº 8.245/91 alterada pela Lei nº 12.119/09.
O ponto Empresarial é um importante ativo incorpóreo das Empresas e por este motivo, se o
imóvel for locado, a lei garante a renovação dos contratos por prazo igual ao contrato inicial.
NOME EMPRESARIAL
Então o nome empresarial é aquele que será utilizado, para o exercício da atividade
empresarial.
Vejamos os exemplos:
-Sociedade em nome coletivo. Ex: Jair Melo & Tom Braz; Jair Melo & Cia; J. Melo & Cia
Veículos; etc.
-Sociedade em comandita simples. Ex: João Rui, Tim Maia, Lia Silva & Cia; Rui, Maia & Silva
Chocolates; etc.(aqui sempre vai haver a expressão " & Cia", para fazer referência aos sócios
comanditários, uma vez que estes não figuram na firma, pois não possuem responsabilidade
ilimitada.
-sociedade anônima. Em primeiro lugar é preciso frisar que vai ter que aparecer na
denominação o tipo societário, ou seja, "Sociedade Anônima", "S.A." ou "S/A" no início, no
meio ou no final da denominação, ou a expressão "companhia" ou "Cia" no início ou no meio
da denominação. Ex: S/A Maremoto Eventos; Maremoto S.A. Eventos; Maremoto Eventos S.A.;
Corcovado Produções Sociedade Anônima; Companhia de Shows Corcovado; Corcovado Cia.
de Shows; etc.
-Sociedade limitada. Nesse caso, independentemente do nome que adotar, também se faz
necessária a discriminação do tipo societário por meio da expressão "limitada" ou "Ltda.". Ex:
Tom Jobim & Cia. Ltda.; Jobim & Veloso Limitada; T. Jobim & Cia. Produções Ltda.; Maremoto
Produções Ltda.; etc.
-Sociedade em comandita por ações. É obrigatória a identificação do tipo societário pela
locução "comandita por ações" ou "C.A." no início ou no fim do nome. Os exemplos podem ser
idem aos acima, mas onde se lê Ltda., leia-se C.A.
A Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte veio para complementar a
Constituição Federal de 1988 e somente em 2006 regulamentou o tratamento diferenciado e
favorecido a elas.
Para dar fôlego aos empresários instituiu-se o regime tributário específico para os pequenos
negócios, com a redução da carga de impostos e a simplificação dos processos de cálculo e dos
recolhimentos de tributos, assim nasce o Simples Nacional.
A Lei deu um conceito mais amplo às Empresas ao enquadrá-las com base em sua receita bruta
anual.
Se a receita bruta anual for superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00. Esta
sociedade será enquadrada como empresa de pequeno porte (EPP). É importante lembrar que
a empresa de pequeno porte não perde o seu enquadramento como EPP se obtiver adicional
de receitas de exportação, até o limite de R$ 3.600.000,00. Estes valores que poderão ser
alterados anualmente ou a critério da Receita Federal. (www.receita.fazenda.gov.br)
O empresário individual é a pessoal natural que após o seu devido registro na Junta Comercial
em nome próprio e empregando um determinado capital, natureza, insumo, tecnologia e mão
de obra, visa à obtenção de lucro com profissionalismo com objetivo de circular e/ou produzir
bens e serviços. Exemplo, um vendedor de produtos no varejo.
MICROEMPREEENDEDOR INDIVIDUAL
A Lei Geral também criou o microempreendedor individual, que é a pessoa que trabalha por
conta própria e se legaliza como pequeno empresário optante pelo Simples Nacional, com
receita bruta anual de até R$ 60.000,00.
O microempreendedor (MEI) pode possuir um único empregado e não pode ser sócio ou
titular de outra empresa (SEBRAE. 2016).
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI é aquela constituída por uma única
pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País e somente poderá figurar em
uma única empresa EIRELI.
Quiz
Exercício Final
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Referências
DINIZ, Maria Helena. Lições de Direito Empresarial – São Paulo, Editora Saraiva, 2011
COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Civil, São Paulo, Editora Saraiva, 2010.
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Sociedade é uma organização formada por duas ou mais pessoas, por meio de um contrato
com ou sem o registro, para o exercício de uma atividade econômica profissional e partilhando
resultados entre eles (Art. 981 Código Civil).
As associações, ao contrário, não visam lucros, destinando-se apenas a atividades culturais,
religiosas ou recreativas.
Estas sociedades que estão em nossa legislação são as seguintes: a) comum; b) por conta de
participação; c) simples; d) associações; e) empresariais.
As sociedades NÃO PERSONIFICADAS são aquelas que não possuem seus registros do seu
contrato social ou do seu estatuto social e por isso não adquirem personalidade jurídica.
As sociedades Não personificadas são de dois tipos: (a) comum e (b). Sociedade por conta de
participação.
MATERIAL COMPLEMENTAR
No documento dos atos constitutivos (contrato social ou estatuto social) devem obedecer
alguns requisitos previstos no Código Civil Brasileiro e em leis específicas constando a
qualificação de todos os sócios; sede social da empresa; nome da empresa ou razão social;
capital social em reais e a sua divisão em cotas ou ações (conforme o tipo de sociedade), os
poderes de cada um dos sócios, o seu aspecto tributário, pró-labore dos sócios, da sucessão e
da extinção da sociedade, data e assinatura de todos com firma reconhecida.
As sociedades anônimas possuem alguns requisitos especiais que estão elencados na Lei das
Sociedades Anônimas.
Vamos tratar agora das sociedades Não Personificadas, são aquelas que não estão registradas
e mesmo assim a lei disciplinou sobre elas e sobre a sua responsabilidade. São elas:
Sociedade por conta de participação são aquelas sociedades em que há dois tipos de sócios o
sócio Oculto e o sócio Ostensivo.
Em nome do sócio ostensivo, que são feitos todos os negócios, e este responderá
ilimitadamente pelas obrigações. Já o sócio oculto, que não aparece perante terceiros e que é
o investidor do negócio, responderá de forma limitada ao capital investido (Artigo 991 do
CC/02).
Já as sociedades PERSONIFICADAS, são aquelas que possuem o registro dos atos constitutivos
(contrato social ou estatuto social) junto ao órgão competente (junta comercial ou Cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas) e nesta categoria temos três espécies:
a) As sociedades simples;
b) Associações/cooperativas;
c) Sociedades empresariais.
b) Associações são consideradas sempre simples (CC/02, art. 982, § único). Regula-se pela Lei
5.764 de 1971. e devem usar uma denominação (nome fantasia), que sempre deve vir
acompanhado com a adição da palavra “Associação, Cooperativa”.
Fonte:
Se a sociedade não saldar seus compromissos, os sócios poderão ser chamados para responder
com seu patrimônio pessoal.
O nome desta sociedade só pode ter a forma de FIRMA ou RAZÃO SOCIAL (CC/02 – artigo
1.157)
Sociedade em Comandita Simples – Neste tipo de sociedade temos dois tipos de sócios: os
COMANDITÁRIOS ou capitalistas que respondem exclusivamente pela integralização das cotas
subscritas (capital social) por contribuirem somente com o capital e não com o trabalho, e
também não promoverem qualquer ingerência na administração da sociedade.
O nome desta sociedade pode ser adotado como FIRMA (ou razão social), ou DENOMINAÇÃO
(nome fantasia), aditada da expressão “Comandita Simples ou CS” (CC/02 – artigo 1.161)
Observem que a FIRMA ou RAZÃO social só pode ser composta com os nomes dos sócios
solidários (comanditados).
Enquanto nas Sociedades Anônimas os diretores são eleitos e destituíveis a qualquer tempo
pela Assembleia Geral ou pelo Conselho de Administração e, em princípio não respondem
pelas dívidas da sociedade, na Comanditas por Ações, contudo, os diretores e gerentes são
nomeados no estatuto e só podem ser destituídos por uma maioria de 2/3 do capital social,
além de responderem ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.
O Nome da sociedade pode ser RAZÃO SOCIAL ou DENOMINAÇÃO, com o acréscimo, neste
caso, da expressão “comandita por ações ou CA”.
Sociedade Limitada (LTDA) – Na sociedade limitada, cada sócio, entra com uma parcela do
capital social, que será convertido em cotas sociais, que terá o valor unitário (de cada cota)
estabelecido pelos sócios, ficando cada um deles responsável diretamente pela integralização
da cota que subscreveu, e indiretamente ou subsidiariamente, pela integralização das cotas
subscritas por todos os outros sócios.
Uma vez integralizadas as cotas sociais de todos os sócios, nenhum deles a princípio, será
chamado para responder com os seus bens particulares pelas dívidas adquiridas pela
sociedade. A responsabilidade, portanto, é limitada à integralização do Capital Social.
O nome desta sociedade pode ser formado pela FIRMA ou RAZÃO SOCIAL (Pereira & Gomes
Cia. Ltda.) ou por DENOMINAÇÃO (Padaria São Paulo Ltda.), é obrigatório que em todos os
casos se acrescente ao nome a palavra “limitada” por extenso ou abreviada “Ltda.”.
O documento para ser levado à registro neste tipo de sociedade é o CONTRATO SOCIAL, que
deverá ser elaborado contendo os elementos primordiais, como a qualificação dos sócios,
nome/razão social da Empresa, local da sede social, capital social, cotas sociais, objetivo social
(a atividade da empresa), opção tributária, levantamento de balanço, gerência, retiradas de
pró-labore, sucessão da sociedade, distrato e rescisão, bem como ser datado, assinado por
todos os sócios, pelas testemunhas e levado à registro na Junta Comercial do Estado da sede
social da empresa. (Art.997 do Código Civil)
A partir do registro a Sociedade passa a ter personificação, e deverá ser levada ao cadastro
junto à Prefeitura do Município da sede social, junto a Receita Federal, e conforme o ramo de
atividade na Secretaria do Estado e Ministério da Saúde.
Este conselho é facultativo às sociedades limitadas, conforme prevê o Código Civil, entretanto
quando formado este conselho deverá ser composto por no mínimo três integrantes eleitos
em assembleia anual ordinária.
As atribuições deste conselho são de se reunir no mínimo uma vez a cada trimestre, examinar
os livros fiscais e os documentos da sociedade, verificar o caixa e a carteira de investimentos,
proceder à lavratura das atas de reunião, apontando falhas, fraudes, parecer sobre os negócios
e investimentos, convocação para reuniões anuais, entre outros.
Sociedade Anônima (S/A) – Esta sociedade rege-se pela Lei nº 6.404/76 (Leis das Sociedades
Anônimas) e alterações pelas Leis 8.021/90, 9.457/97, 10.303/2001, 11.638/2007 e
11.941/2009 e nas omissões pelo Código Civil (art.1.089).
Os registros do seu Estatuto de inicio de atividades e suas alterações são feitos na junta
comercial do Estado da sede social no âmbito do Sistema Nacional de Registro de Empresas
Mercantis.
a) Grandes Empreendimentos;
e) Aberta ou fechada;
Capital Social.
Temos que salientar alguns pontos relevantes desta sociedade e vamos começar pelo Capital
Social, que é o valor subscrito pelos sócios no ato da abertura da sociedade – dividido em
ações – cujo valor deste capital não é estabelecido e somente haverá a exigência do valor
mínimo do capital quando a sociedade anônima tiver por objetivo atividade que depende de
autorização do poder público (capital autorizado) e aquelas que optarem pela abertura do
capital (venda de ações) terão ainda a sua atividade controlada pelo Estado, pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) e pela BM&F-Bovespa.
Denominação.
A Sociedade Anônima opera sob a denominação designativa do objeto social, integrada pelas
expressões "Sociedade Anônima" ou "Companhia", por extenso ou abreviadamente.
Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido
para o bom êxito da formação da empresa, o que não é usual.
Valores Mobiliários.
Os valores mobiliários de uma Sociedade Anônima são representados por ações, debêntures,
partes beneficiárias e bônus de subscrição e commercial papers emitidos pelas Sociedades
Anônimas.
A distinção entre elas está no fato que as acoes representam parcela do capital social desta
S/A e os seus titulares adquirem direitos na participação, gestão e investimentos da sociedade
e as demais são apenas obrigações das sociedades anônimas para com os investidores ou
terceiros.
Podemos classificar as ações quanto (a) a sua natureza; (b) a sua forma e (c) o seu valor;
As ações quanto a sua Natureza trazem os direitos que conferem às ações que podem ser
ordinárias, preferenciais e de gozo de fruição.
Ações Ordinárias (ou comuns): são as que conferem os direitos comuns aos seus titulares,
conforme disposto no Estatuto Social de cada Sociedade sem restrições ou privilégios, inclusive
o direito a voto.
Ações Preferenciais: são as que dão aos seus titulares alguns privilégios ou preferências, como,
por exemplo, a prioridade na distribuição dos dividendos, a fixação de um dividendo mínimo,
ou a prioridade de reembolso em caso de liquidação. Contudo, estas açoes são privadas de
alguns direitos, como o de voto.
Ações de gozo e fruição: quando sobram lucros em caixa, pode a direção da S/A, ao invés de
distribuir dividendos, resolver amortizar um lote de ações, geralmente por sorteio, pagando o
valor nominal a seus titulares. Em seguida é permitido àqueles possuidores adquirirem novas
ações em substituição. Estas últimas são de gozo e fruição que não representam parte do
capital social da empresa, e seus possuidores terão apenas os direitos que forem fixados no
estatuto social ou em assembleia.
Nominativas: podem ser escriturais quando as ações são mantidas em conta depósito em
nome do seu titular (não há a emissão da ação em papéis) motivo pelo qual a sua transferência
deverá ser operada por transcrição no livro de registro de ações na instituição do Sistema
Financeiro e na C.V.M. e as não escriturais são emitidas fisicamente (emissão física).
Endossáveis: são aquelas que a sua circulação se dará por mero endosso, assinatura de
autorização e transferência do proprietário à terceiro.
Portador: ocorre através da simples tradição (entrega) do título (ação), e quem estiver na
posse do mesmo é o titular do seu direito. Entretanto, no Brasil há norma contrária à emissão
dos títulos ao portador, para evitar sonegação.
E por fim, a classificação quando ao valor das ações podem ser nominal, patrimonial e real.
Nominal: é o valor do Capital Social da empresa dividido pelas quantidades de ações emitidas,
encontrando o valor unitário de cada uma das ações.
Real: é o valor comercializado na bolsa de valores, que possui uma variável conforme o
mercado.
Assembleias
Estas sociedades são completas e possuem órgãos que vão gerir os negócios através de
deliberações, que são tomadas em assembleias que podem ser de três tipos: a) Geral
ordinária; b) Geral Extraordinária e c) Especiais, cuja finalidade de cada uma delas está prevista
na Lei das Sociedades Anônimas nº 6404/76 – Artigos 132 e seguintes.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm
(Reorganização estrutural-societária).
Como isso funciona: a empresa incorporadora absorve toda a estrutura (bens e direitos) das
empresas incorporadas que serão extintas, permanecendo somente a incorporadora no
mercado.
incorporação
A fusão de empresas é quando duas ou mais sociedades se unem, com a finalidade de serem
extintas para a formação de uma NOVA sociedade. Então, a fusão é a criação de uma NOVA
sociedade para substituir àquelas que se extinguiram.
E por último temos a cisão que corresponde à criação de uma nova sociedade com parte do
capital empregado por duas ou mais sociedades, mantendo todas as empresas em atividade.
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Exercício Final
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VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Propriedade
Industrial (marcas e patentes).0:00100%AudimaReduzir a velocidade da voz em5%Aumentar a
velocidade da voz em5%Retroceder o áudio10sAvançar o áudio10sOuça este conteúdo
Foi em Paris em 1883 em uma convenção internacional na qual o Brasil teve participação onde
se declarou os princípios da propriedade industrial.
Esta convenção foi revista em Bruxelas (1900), Washington (1911), Haia (1925), Londres
(1934), Lisboa (1958) e Estocolmo (1967) quando se ampliou o conceito de propriedade
industrial, abrangendo não somente o conceito como também direitos dos inventores e das
marcas (COELHO, 2010).
Convenção de Paris.
“Art. 1º, n.2: a proteção da propriedade industrial tem por objeto as patentes de invenção, os
modelos de utilidade, os desenhos ou modelos industriais, as marcas de fábrica ou de
comércio, as marcas de serviços, o nome comercial e as indicações de proveniência ou
denominações de origem, bem como a repressão da concorrência desleal.”
()
Pela abrangência do texto elaborado na Convenção de Paris, adota-se este como conceito de
propriedade industrial.
No Brasil o direito industrial iniciou no início do século XIX e hoje está regulado pela Lei de
Propriedade Industrial (LPI) nº 9.279/96.
Invenção: não está definida na Lei, mas utiliza-se o entendimento de que é a criação de coisa
nova industrializável, que represente um progresso em relação à técnica usual.
Vale destacar que a descoberta não é invenção, por não se tratar de criação humana, mas de
revelação de produto ou lei científica já existente na natureza.
No Brasil diferentemente do que acontece nos EUA e na França os sinais sonoros não são
registrados como as marcas. Vejam um grande exemplo é o “plim plim” utilizado pela Rede
Globo de Televisão, este sinal sonoro não é passível de registro, assim como o cheiro, gosto e
tato de que se revestem os produtos ou serviços.
Conforme nos ensina Coelho (2010) apenas os sinais visualmente perceptíveis podem ser
registrados como marcas, como por exemplo, temos a Coca-cola, Saraiva, Itaú etc.
As marcas são passíveis de registro e proteção do uso e temos que classificá-las como (a)
quanto a sua aplicação; (b) quanto a sua forma; (c) quanto ao conhecimento comum (NEGRÃO,
2010).
Mistas: são aquelas formadas por nomes e figuras, como o Burguer King, Adidas;
Marcas notórias são aquelas que já são reconhecidas pelo seu produto naquele ramo
de atividade, e estão protegidas em relação a produtos idênticos ou similares. Este tipo
de marca não depende do registro em face da sua notoriedade.
nas duas primeira figuras - MARCAS NOTÓRIAS e na terceira figura MARCA DE ALTO RENOME
Os prazos para manter a exclusividade e o uso da propriedade industrial ou das marcas, são
distintos, vejamos:
As marcas possuem seus prazos de 10 anos contados da concessão, podendo ser prorrogado
por períodos iguais e sucessivos sem limites de renovação.
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Exercício Final
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Referências
GONÇALVES, Marcus Vinicius – Novo Curso de Direito Processual Civil, São Paulo, Saraiva
2013.
MAX & ÉDIS. Manual de Direito Público e Privado – 16ª. São Paulo, Revista dos Tribunais,
2007.
NEGRÃO, Ricardo. Direito Empresarial – estudo unificado. São Paulo, Saraiva 2010
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PROF. PEDRO LUIZ ZARANTONELLI
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Vamos conhecer um pouco da evolução histórica dos títulos de crédito que teve seu início na
idade média, quando estes títulos significavam um crédito, cuja dívida era garantida pelo
documento e somente poderia ser cobrado pelo credor originário.
Esta garantia documental dava segurança aos negócios, e com a evolução dos tempos estes
títulos começaram a ter circulação, podendo ser negociados pelos credores, isto é,
determinada pessoa comprava este título (o crédito) com a garantia que receberia o valor no
seu vencimento pelo devedor e se este não o pagasse o credor originário pagaria e teria de
volta o título vencido.
Hoje podemos trazer o conceito de título de crédito como sendo um documento formal com
força executiva, representativo de dívida líquida e certa, sem qualquer dúvida, cuja circulação
está desvinculada do negócio que deu origem ao título.
(a) literalidade: significa que este documento é válido somente por aquilo que nele estiver
escrito, então deve ter a promessa ou a confissão da dívida e as condições e local de
pagamento;
(b) autonomia: quer dizer que as pessoas que se obrigam ao pagamento deste documento
assumem uma obrigação autônoma sem depender se uma ou outra pessoa irá cumprir, pois
no mesmo título podemos ter diversos devedores e qualquer um pode efetuar o pagamento e
cumprir a obrigação de forma isolada. Assim, a autonomia do título dá ao portador (credor) a
segurança do cumprimento dessas obrigações por qualquer uma das pessoas que tenham
assinado no documento;
(c) abstração: é a desvinculação do título de crédito em relação ao que deu origem ao mesmo.
Vamos estudar com detalhes os títulos de crédito, pois estamos falando na circulação de
dinheiro.
Agora é importante notarmos que o titulo de crédito pela sua importância dentro dos estudos
empresariais e comerciais devem obedecer a alguns princípios, são eles:
Princípio Documental: quer dizer que o título deve ser escrito, não vale a declaração pela
oralidade.
Princípio da Literalidade: este princípio é importante, pois temos que preencher o título com
todos os elementos, pois ele só terá valor ou valerá por aquilo que nele estiver escrito, por
exemplo, o valor, o vencimento, o nome do devedor, do credor etc.
Princípio da Abstração: , por este princípio o título não se vincula ao negócio que o deu origem.
Assim estamos falando da autonomia do título de crédito.
Os títulos de crédito devem atender a todos os princípios. Além disso o título de crédito deve
circular e para que isso aconteça é necessária a transmissão do crédito que é revestido de
confiabilidade.
a) pela entrega do título: se você entregar o título a terceiros este será o novo credor,
chamamos este ato de tradição (entrega da coisa);
Vamos aproveitar para tratar com mais detalhe o endosso que é a assinatura de autorização
de transmissão de um título de crédito. Entretanto, este endosso pode ocorrer de quatro
formas:
iv. Endosso caução (garantia): quando se entrega o título de crédito somente para
caucionar (garantir) o cumprimento de uma determinada obrigação.
O endosso tem duplo efeito, o primeiro é o de transferir o título a uma terceira pessoa. O
segundo efeito é o que gera uma nova garantia, pois se o devedor não efetuar o pagamento ao
terceiro o endossante garantirá o pagamento. Neste último caso é como se o endossante
(primeiro credor) funcionasse como fiador ou avalista do título.
AVAL
O aval ocorre como na fiança. O avalista (que presta o aval) se obriga pelo avalizado (devedor),
assim como o fiador se obriga pelo afiançado, comprometendo-se a satisfazer a obrigação caso
este não o faça.
O aval é sempre pleno e deve ser passado no verso do título de crédito. Se o aval for prestado
por pessoa casada o cônjuge deverá assinar o título.
PROTESTO
O título deve ser protestado contra o sacado ou o emitente (devedor) no primeiro dia útil que
se seguir ao da recusa do aceite (assinatura) ou ao do vencimento.
nota promissória
Como o cheque é uma ordem de pagamento à vista não é considerado aquele emitido com
datas futuras, conhecido como pré-datado (pós-datado), pois o mesmo poderá ser
apresentado para saque ou compensação antes da data gravada e sempre será pago como se
fosse à vista.
Há alguns tipos de cheques como o cheque ao portador, cheque nominal, nominal à ordem,
nominal não a ordem.
cheque
DUPLICATA – tem sua origem na Fatura/Nota fiscal. Esta é emitida para pagamento parcelado
ou à vista. Neste título há a figura do sacado (devedor) e do sacador (credor).
duplicata.
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Títulos de Crédito.
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Referências
FUHER, MAXIMILIANOS C. Américo. Resumo de Direito Comercial - São Paulo, Malheiros, 2004.
MAX & EDIS – Manual de Direito Público e Privado – São Paulo, Revista dos Tribunais, 2007.
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VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Noções de contratos
empresariais / mercantis.0:00100%AudimaReduzir a velocidade da voz em5%Aumentar a
velocidade da voz em5%Retroceder o áudio10sAvançar o áudio10sOuça este conteúdo
Conceito
Contrato é o vínculo jurídico existente entre dois ou mais sujeitos de direito, que manifestam
livremente a sua vontade e responsabilidade pelo ato firmado.
Peculiaridades
O contrato faz lei entre as partes e, em razão desse fato, as cláusulas contratuais não podem
estar em desconformidade com o Direito Positivo (leis e normas), sob pena de serem
consideradas nulas.
No Brasil, as cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser invalidadas pelo juiz,
mantendo-se válidas as demais cláusulas.
Ordem geral
São requisitos comuns a todos os atos e negócios jurídicos especialmente aos contratos:
Desconstituição de um contrato
Vejamos:
a) Invalidação
b) Nulidade absoluta
São considerados nulos os negócios que, por vício grave, deixam de ter eficácia jurídica.
Decaído o prazo para entrar com a ação anulatória, o contrato fica validado.
As causas de dissolução ocorrem após a realização de um contrato, seja porque ele não foi
cumprido (resolução), seja por vontade das partes (resilição).
Podemos citar, por exemplo, a doação, o mútuo, a compra e venda, dentre outros.
Vamos estudar agora os principais contratos, regulados pelo Código Civil Brasileiro e outros
por leis especiais.
Acordo de vontades.
Exemplo: quando alguém vende um automóvel, a tradição ocorre pela entrega das chaves.
É importante que vocês não esqueçam que as aquisições sempre devem ser registradas, o ato
deve se tornar público "Quem não registra, não é o dono!"
Portanto, sempre que comprarem um bem imóvel é essencial que seja lavrada a escritura do
registro de transmissão da propriedade.
c) Doação
Considera-se doação o contrato em que uma pessoa transfere "livremente" o seu patrimônio
ou parte dele para outra pessoa que o aceite.
Nulidade da doação
Como todo negócio jurídico, a doação pode apresentar vícios que a tornem nula ou anulável.
2) Doação da parte "inoficiosa": chama-se inoficiosa, a parte da doação que atinge a legítima
dos herdeiros (herança).
d) Contrato de empréstimo
- Comodato
É o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, ou seja, aquelas que não podem ser
substituídas por outra de mesma qualidade e valor econômico.
- Mútuo
É o empréstimo de coisas fungíveis (que podem ser substituídas por outras de mesmo valor e
qualidade).
e) Contrato de empreitada
Contrato bilateral.
a) Alienação fiduciária
A alienação fiduciária de imóveis regula-se pela Lei n. 9.514/1997. Já a de coisas móveis regula-
se pelos artigos 1361 a 1368-A do Código Civil, bem como pela Lei de Mercado de Capitais (l
4.728/1965, com as modificações da l 10.931/2004).
A locação de imóvel urbano regula-se pela Lei n. 8.245, de 18 de outubro de 1991, com as
alterações dadas pela Lei n. 12.112, de 9 de dezembro de 2009.
Nestes contratos temos a figura do garantidor da locação e seus acessórios, como o FIADOR,
podendo ainda ser contratada a garantia com o depósito caução ou seguro fiança.
c) Arrendamento mercantil (leasing)
Consiste na locação de bens móveis duráveis, adquiridos pela locadora para esse fim, sendo
dada ao locatário, no término da locação, a opção de prorrogar o aluguel, devolver o bem ou
comprá-lo pelo seu valor residual.
Uma indústria necessita de novas máquinas, mas não deseja dispor de seu capital. Poderá
desta forma, contratar com uma empresa arrendadora a compra das máquinas desejadas. A
empresa de leasing compra o maquinário solicitado em seu próprio nome e o aluga à
contratante. Ao término da locação, a indústria poderá optar pela prorrogação da locação,
pela devolução do bem ou pela compra pelo valor residual.
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Exercício Final
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Referências
CAMPOS, Nelson Renato Palaia Ribeiro de. Noções essenciais de direito. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 18. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007.
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Conceito de Direito do Trabalho
No Brasil o Direito do Trabalho foi influenciado por fatores externos advindos da Europa com
movimentos que cresciam diariamente através de leis protecionistas à classe trabalhadora.
Ainda com o ingresso do Brasil na formação da O.I.T. (Organização Internacional do Trabalho),
que foi criada pelo Tratado de Versalhes em 1919, fez com que fossem criadas normas de
proteção trabalhistas.
Direito do Trabalho
o A revolução industrial que assolava o País entre 1910 e 1920, com a implantação de
um grande número de indústrias (12.000 fábricas) e de operários (300.000 operários);
“O escravo não se apresenta no mundo jurídico como titular de direitos, nem se lhe
reconhecer a possibilidade de contrair obrigações: não é sujeito de direito; é sim objeto de
direito de outrem. A relação que se mantém não é outra senão de direito real entre o amo
(dominus) e a coisa, o escravo (res). Não existe azo, portanto, nesse período, para se falar em
Direito do Trabalho, pois o próprio modo de produção das sociedades da época era lastreado
na escravidão, em que, como ficou dito, o que presta o trabalho escravo não é reconhecido
como sujeito, mais como objeto de Direito, afasta tal possibilidade.” (SOUZA, 2010, p.18)
Por outro lado a Constituição de 1937 mostra claramente a intervenção do Estado com todos
os sinais do sistema corporativista baseado no sistema Italiano, instituindo o sindicato único
que estava diretamente vinculado ou subordinado ao Governo, proibindo as greves. Esta
Constituição era vista como recurso anti-social e nocivo à economia.
Neste mesmo diploma Constitucional o Estado intervinha nas relações entre empregados e
empregadores, uma vez comprovado que o Estado Liberal era incapaz de intervir com
eficiência.
O direito do trabalho vivia em um mundo jurídico com uma infinidade de leis esparsas, o que
se impõem uma sistematização através da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), aprovadas
pelo Decreto-lei 5.452, de 1º de maio de 1943, cuja principal função foi a de reunir as leis
trabalhistas.
Esta constituição chamada Carta Mãe traz grande inovação valorizando formas autônomas de
exercício do poder, não apenas através de instrumentos políticos clássicos e ao acentuar a
importância das convenções e acordos coletivos (Artigos. 7º, XXVI, e 8º, VI, CF/88).
Ainda pode ser observado que a CF/88 traça uma fase democrática do Direito do Trabalho no
Brasil, quando vêm disciplinados nos seus artigos 7º à 11º os Direitos dos trabalhadores,
valorizando a participação dos trabalhadores nas negociações coletivas e a valorização dos
sindicatos, equilibrando a relação de emprego tendo como base a hipossuficiência do
empregado perante o empregador. (SOUZA, 2010)
Constituição Federal promulgada em 05/10/1988.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
Antes mesmo de adentramos ao estudo destes Princípios que norteiam a relação de trabalho
vamos conceituar de forma bem básica a palavra princípio que nada mais é a forma de se
posicionar, interpretar e se orientar diante de determinados fatos.
Os Princípios Trabalhistas no Brasil surgem como padrões culturais, valores sociais, econômico
e ético da sociedade.
Embora devêssemos seguir o texto expresso das Leis trabalhistas e preceitos Constitucionais,
os Princípios Trabalhistas são aplicados como fonte secundária, ajudando ao direito solucionar
questões.
Os princípios jurídicos sejam de que ramo do direito ele for deve servir como guias normativos
sempre à disposição dos agentes do Direito com a finalidade de suprir as eventuais omissões e
lacunas das leis diante de determinado fato.
Vamos destacar que são quatro os Princípios Trabalhistas: a) Princípio da Proteção; b) Princípio
da Irrenunciabilidade do Direito; c) Principio da Continuidade da Relação de Trabalho; d)
Princípio da Primazia da Realidade.
Princípio da Proteção
Na Constituição de 1988, ficou clara a necessidade de igualdade entre as partes nas relações
jurídicas, pois no caput do art. 5º diz que "Todos são iguais perante a lei".
A proteção dada à pessoa Humana e a ela como trabalhador inicia-se desde o ingresso do
trabalhador no emprego até o término da relação empregatícia como a proibição de atos
discriminatórios para admissão do trabalhador, tais como, cor, idade, sexo, religião e estado
civil.
Então podemos afirmar que o Princípio da Proteção visa a aplicação da máxima “in dúbio pro
operário”, isso quer dizer que, na dúvida devemos interpretar e aplicar a norma em benéfica
ao Trabalhador.
Então sempre que houver dúvida de qual norma deverá ser aplicada ao caso em concreto,
deveremos aplicar a mais benéfica ao Trabalhador e aquela que lhe dá melhores condições.
Em juízo é possível flexibilizar esta renúncia, mas também de anular àquelas que foram
renunciadas sem a tutela judicial.
Uma grande característica deste princípio é tentar manter como regra geral o contrato por
prazo indeterminado.
O princípio da Realidade traz a possibilidade se contrariar através de prova oral, entre outras,
os documentos apresentados pelo Empregador.
Como assim! Veja o empregado é a parte mais fraca na relação de trabalho e é capaz de
assinar qualquer documento quando da sua contratação, sem mesmo saber o que está
assinado, no curso do trabalho pode ser submetido a trabalho, executar horas extraordinária
sem a autorização do empregador do seu apontamento, daí a possibilidade de serem feitas
provas para contrariar os documentos apresentados que contrariam os fatos reais, que irão
evidenciar realmente a realidade dos fatos que são mais valoradas que os documentos
apresentados.
Na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), privilegia o Princípio da Realidade no seu art. 9º da
CLT, o qual preceitua: "Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo
de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação".
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Exercício Final
Direito do Trabalho.
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Referências
DELGADO, Maurício Godinho - Curso de Direito do Trabalho - 8 Edição - São Paulo, LTR,
2009;
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Curso de Direito do Trabalho - São Paulo, Método, 2007;
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Falar sobre empregado, empregador e terceirizado, é falar sobre as pessoas que movimentam
o direito do trabalho, vamos lá !
EMPREGADO
É muito simples definirmos empregado e vamos fazer de forma bem simples como sendo:
“empregado é uma pessoa física, que exerce uma atividade habitual e contínua a uma pessoa
jurídica ou física, sob subordinação e com pessoalidade mediante salário”.
a.-pessoa física – somente será considerado empregado a pessoa física ou natural, pois é
quem a lei busca proteger que presta serviço para pessoa física ou jurídica.
c.-subordinação – principal traço que distingue o empregado das demais figuras legais.
Atualmente, existem várias correntes trazendo o conceito de subordinação. A corrente que
vem recebendo maior aceitação classifica a subordinação como jurídica, ou seja, significando a
situação contratual do trabalhador em decorrência de receber ordens;
Rural: São aqueles trabalhadores que exercem suas atividades na área rural. São os
trabalhadores que prestam serviços em propriedade rural, continuamente, mediante
subordinação e remuneração.
Há algumas características deste tipo de empregado como, por exemplo: a) tem a sua mão de
obra intermediada pelo sindicato ou órgão gestor de mão de obra para disponibilização junto
ao contratante; b) curta duração dos serviços prestados para um mesmo contratante e c)
remuneração resultante de rateio promovido pelo sindicato ou órgão que o aloca em
determinado contratante, por determinação constitucional; quando trabalha, recebe como se
empregado fosse, com igualdade de direitos.
EMPREGADOR:
Já no parágrafo primeiro (§1º) deste mesmo artigo define que “equipara-se ao empregador,
para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitem trabalhadores como empregados”.
Empregador.
Poder de controle consiste na fiscalização das atividades profissionais dos seus empregados,
para a certificação de que os serviços pelos quais estejam sendo remunerados sejam
executados, bem como o controle sobre os comportamentos, tendo em vista ser o
empregador responsável pela preservação da qualidade do ambiente de trabalho.
A revista a empregados poderá ser feita, desde que preservada a dignidade do trabalhador,
nos moldes do artigo 373 A, inciso VI da CLT, (revista intima feminina).
Por fim, a lei não autoriza multar o empregado, existindo, entretanto, atletas profissionais que
são multados com base nas normas desportivas, que consideramos uma exceção.
TERCEIRIZAÇÃO
Com esta nova figura do direito do trabalho tem que o terceirizado é aquele que presta serviço
remunerado sob a subordinação da contratada-empregadora e esta está diretamente
vinculada à contratante através de contrato que é regido pela Lei Civil que é conhecida como
tomadora do serviço.
Deste modo, podemos considerar que na terceirização há uma relação que se dá entre três
sujeitos: contratante (tomador), contratada (fornecedora da mão de obra) e o terceirizado
(prestador de serviço).
terceirização
Temos que deixar claro que a terceirização de mão de obra só pode ser feita quando a
atividade a ser terceirizada é atividade MEIO, isto é, não pode ser uma atividade relacionada
ao objeto social da empresa. Exemplo: um escritório de contabilidade poderá terceirizar os
serviços de segurança, limpeza, arquivo, telefonia, pois são atividades de meio.
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Exercício Final
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Referências
DELGADO, Maurício Godinho - Curso de Direito do Trabalho - 8 Edição - São Paulo, LTR,
2009;
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa - Curso de Direito do Trabalho São Paulo, Método, 2007;
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CONTRATO DE TRABALHO
Na C.L.T. o artigo 442 prescreve que “o contrato individual de trabalho é o acordo tácito
(verbal) ou expresso (escrito), correspondente à relação de emprego”.
Para a validade deste contrato individual de trabalho devem ser observadas as condições dos
contratos.
Como qualquer ato ou negócio jurídico, o contrato de trabalho deve atender às condições que
a lei impõe para a sua validade, quais sejam: agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou
não defesa em lei.
No vencimento do prazo deste contrato, caso não seja denunciado pelas partes, o mesmo
continuará em vigor por prazo indeterminado.
Este tipo de contrato individual de trabalho somente poderá ser firmado quando o serviço a
ser contratado for transitório (pequena duração), quando a atividade empresária tiver caráter
transitório (limita-se no tempo) e o contrato de experiência (FÜHRER, FÜHRER, 2010).
"CLT. Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado,
()
No termo final do contrato individual de trabalho por prazo determinado, encerra a relação de
trabalho, não sendo devido o pagamento de aviso prévio.
A rescisão do contrato individual de trabalho por prazo determinado, sem justa causa, por
iniciativa do empregador, deverá o mesmo pagar ao empregado indenização equivalente à
metade a que seria devido até o final do contrato.
Na eventualidade da rescisão do contrato de trabalho individual ocorra por iniciativa do
Empregado, sem justa causa, este deverá ao empregador o valor correspondente aos prejuízos
causados sempre limitados ao valor que receberia em caso contrário (metade a que seria
devido até o final do contrato).
Este tipo de contrato poderá ser firmado por prazo máximo de 90 dias. (artigo 445 § único,
CLT).
A princípio, os contratos de trabalho não podem ser alterados, entretanto há exceções trazidas
na Lei como, por exemplo:
c. Por faculdade derivada do poder de direção pela qual o empregado pode determinar
alterações no contrato de trabalho em circunstância especiais. (variações de horário,
local e função).
É a paralisação provisória (temporária) do trabalho, isto quer dizer que o empregado não está
prestando o serviço ao empregador e este não está obrigado a efetuar o pagamento do
salário. Este período de suspensão não conta como tempo de trabalho.
h. Suspensão disciplinar;
a. Férias;
c. Feriados;
e. Licença maternidade;
g. Casamento (gala) por até três dias ou nove dias para professores;
k. Alistamento militar;
m. Exame vestibular;
n. Comparecimento em juízo;
Nos casos de interrupção e suspensão poderão ser alterados de acordo com acordos e
convenções coletivas.
DISPENSA
Nascimento (2004) nos ensina que a dispensa do empregado é um dos temas mais
importantes, pela sua repercussão econômica que pode projetar-se sobre o trabalhador e sua
família, além dos reflexos sociais que o problema do desemprego pode trazer.
Há alguns tipos de dispensa que acabam por classificar a conduta do empregado como: a
dispensa com ou sem justa causa; dispensa indireta e demissão.
Já na dispensa por justa causa, o empregador deverá observar os elementos subjetivos (a culpa
ou o dolo) e objetivos (a gravidade do comportamento do empregado) para justificar a
dispensa.
Na dispensa por justa causa deve-se observar o disposto no artigo 482 que traz os elementos
que caracterizam a motivação do empregador.
“Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando
constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial
ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão
da execução da pena;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas
físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
()
Nesta modalidade, confirmada a justa causa do empregador para se admitir a rescisão indireta,
serão impostas as sanções ao Empregador no tocante às obrigações com relação às multas e
aviso prévio ao empregado.
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da
honra e boa fama;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
§ 3º – Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato
de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até
final decisão do processo”.
()
A dispensa por iniciativa do Empregado, sem justa causa, é chamada de pedido de demissão,
que é a comunicação do empregado ao empregador de que não pretende mais continuar com
o contrato de trabalho (Art. 487 CLT).
Nesta modalidade o Empregado poderá cumprir o aviso prévio para o empregador, deixará de
receber o FGTS e seguro desemprego, ficando o Empregador dispensado do pagamento de
multa.
“Art. 487 – Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o
contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
II – 30 (trinta) dias aos que receberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze)
meses de serviço na empresa.
§ 1º – A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu
tempo de serviço.
‘§ 3º – Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos
parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de
serviço.
§ 5° - O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.
()
a) Por culpa recíproca: quando ambos, empregado e empregador, dão motivo para a extinção
do contrato. Neste caso será ponderada a multa do FGTS, reduzindo-a pela metade, além
disso, o empregado não fará jus ao aviso prévio.
()
b) Por acordo: Esta modalidade não é bem aceita na conjuntura do direito do trabalho, vista
que quebra o princípio da continuidade da relação de trabalho. Devemos levar em
consideração que quando a extinção de contrato se dá por comum acordo não teríamos a
figura da rescisão e sim do distrato.
Entretanto, se ocorrer à extinção pelo acordo não é permitida a liberação do FGTS em favor do
Empregado e as verbas trabalhistas poderão ser pactuadas com exceção do saldo de salário e
das férias vencidas.
..
..
()
e) Pela Extinção da Empresa: Nos casos de fechamento de filiais, encerramento das atividades,
o contrato de trabalho também será considerado extinto.
O empregado terá direito a todas as verbas rescisórias e será autorizado o levantamento dos
depósitos do FGTS.
f) Por termo final do contrato de trabalho (contrato por prazo determinado): encerrado o
prazo do contrato fica extinta a relação de trabalho. O empregado receberá todas as verbas
rescisórias (saldo de salário, férias, férias proporcionais, 13º salário e 13º salário proporcional)
e autorizado o levantamento (saque) dos depósitos do FGTS.
Neste tipo de contrato caso o Empregador resolva extinguir antes do final do termo previsto
no contrato, o empregado terá direito a todas as verbas rescisórias, além de fazer jus ao
levantamento dos depósitos do FGTS, bem como da multa de 40%.
Outra observação para este tipo de extinção do contrato de trabalho está firmada no artigo
480 da CLT, como por exemplo, a extinção antecipada por culpa do empregado.
“Art. 480 – Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem
justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato
lhe resultarem.
§ 1º – A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em
idênticas condições”.
()
Quiz
Exercício Final
O contrato de trabalho.
INICIAR
Referências
BRASIL – CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo. Saraiva (Atualizada).
CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2009.
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 30. ed. São Paulo: LTr, 2004.
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Salário e adicionais.
Traçar conceitos de salário e seus tipos bem como dos adicionais trabalhistas.
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SALÁRIOS E ADICIONAIS
Não existe uma definição precisa do que seria salário, entretanto alguns artigos da CLT
definem o que o compõem.
Alguns autores conceituam de forma bem simplória que salário é o pagamento realizado
diretamente pelo empregador ao empregado, como retribuição pelo seu trabalho, no entanto
o artigo 7º Inc. IV da CF/88 e artigo 76 da CLT traz a melhor definição como sendo:
“CF/88 - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
...
...
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”;
“CLT. Art. 76 – Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo
empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia
normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas
necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte”.
A estipulação do valor do salário hoje, bem como a sua atualização ao longo do tempo, é
resultado de negociação entre as partes, que pode ocorrer de forma individual, em torno do
contrato individual de trabalho, ou de forma coletiva, quando é objeto de ACT (acordo coletivo
de trabalho) ou CCT (convenção coletiva de trabalho).
Não é válido acordo coletivo ou convenção coletiva estabelecendo salário inferior ao salário
mínimo. Embora o artigo 7o., inciso VI, da CF/88, autorize por meio de instrumentos coletivos
a redução salarial, esta somente poderá ser promovida sobre salários com valor acima do
salário mínimo e limitado a ele.
PISO SALARIAL: Também chamado de salário base da categoria, é o valor mínimo que deve ser
pago a um empregado pertencente a uma determinada categoria profissional. Esse valor é
fixado em convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho, tendo sua previsão
legal no artigo 7º, inciso V, da CF/88.
Os salários são contratados entre empregado e empregador e estes poderão ser pagos
(quitados) de formas distintas:
3. Por tarefa.
4. In natura, salário pago em espécie (cesta básica, uniformes etc.) e não em pecúnia (em
dinheiro), com as exceções previstas no § 2º, do artigo 458, da CLT.
Equiparação Salarial
A equiparação salarial será promovida com o objetivo de assegurar o mesmo salário para
empregados que prestem serviço de igual valor conforme artigo 7º, inciso XXX, da CF/88, e
artigo 461 da CLT, com a interpretação dada pela Súmula nº 6 do TST.
A. Mesmo empregador;
D. Tempo na função não superior a dois anos, embora no parágrafo 1º do artigo 461,
da CLT, conste em sua redação como tempo de trabalho;
E. Mesma produtividade;
Salário Família;
O salário família é um benefício aos segurados da Previdência Social, instituído através da Lei
nº 4.266/63 àqueles que possuem filhos, enteados e tutelados até 14 anos de idade e em
caráter definitivo se foram inválidos.
A Previdência Social estipula um valor (cota) de acordo com uma tabela dos salários recebidos
pelos segurados, e para o ano de 2016 o valor é o estipulado na tabela abaixo:
R$ 806,80 R$ 41,37
A Partir de 01/01/2016
Fonte: http://www.consultainss.net/tabela-inss-2016/
O valor do salário família é atualizado todos os anos e poderá ser pesquisado no site da receita
federal ou da previdência social (http://www.consultainss.net/tabela-inss-
2016/ ou http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_familia.htm).
Horas Extras
A legislação trabalhista vigente estabelece que a duração normal do trabalho (jornada de
trabalho), salvo os casos especiais, é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro)
semanais, no máximo.
Esta jornada de trabalho poderá ser acrescida de horas extraordinárias, no máximo de duas
horas diárias, desde que o empregado não seja menor de idade, mediante acordo individual,
acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa.
Estas horas extraordinárias e seus percentuais deverão ser tratados nas convenções e acordo
coletivos de trabalho e nunca fixados em percentuais inferiores.
Os empregados que prestam serviços externos sem que haja condições de controle de horário
e do cumprimento da jornada de trabalho, deverá ter esta condição anotada na carteira de
trabalho, bem como, no seu contrato de trabalho, pois este empregado não terá direito a
horas extras.
Súmula 264/TST - 26/10/2015. Horas extras. Hora suplementar. Cálculo. CLT, arts. 59, § 1º,
64 e 457.
Devemos sempre observar que não podem ser descontadas nem computadas como horas
extras as variações de horário no registro de ponto inferiores a cinco minutos, observado o
limite máximo de 10 minutos diários (Lei nº 10.243, de 19.6.2001).
O chamado banco de horas é uma possibilidade legal (lei nº 9.601/98) em que se admite a
compensação de horas extras, de modo flexível, devendo estar prevista nos acordos coletivos,
para que o empregador possa adequar a jornada de trabalho de seus empregados à
necessidade da empresa no tocante à produção e demanda.
Esta nova modalidade não é utilizada somente quando há grande demanda ou aumento na
produção, também pode ser utilizado quando há baixa produtividade ou demanda escassa, até
mesmo reduzindo a jornada de trabalho por curto período de tempo (sem a redução do
salário) e neste caso o empregador ficará credor destas horas para compensação futura.
Isto quer dizer que as horas acumuladas deverão ser compensadas no curso do contrato de
trabalho e na rescisão caso não tenham sido compensadas todas as horas estas deverão ser
quitadas como extraordinárias com acréscimo não inferior a 50% (cinquenta por cento).
Adicional de insalubridade
O adicional de insalubridade é um direito concedido àqueles trabalhadores que são expostos a
agentes agressivos ou nocivos à saúde.
Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Art . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e
adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a
esses agentes.
Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do
organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes,
alérgicos ou incômodos.
Esta exposição é caracterizada em três graus: mínimo, que dá adicional no salário de 10%,
médio (20%) e máximo (40%).
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente
de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da
região, segundo se classifiquem nos graus, máximo, médio e mínimo.
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância;
Tal situação pode ocorrer, por exemplo, com a utilização de Equipamentos de Proteção
Individual- EPI, que neutralizem os possíveis efeitos dos agentes ou condições insalubres.
Há uma discussão sobre a base de cálculo do adicional de insalubridade se este deve ser
calculado sobre o salário mínimo, sobre o salário-base, sobre o piso da categoria ou sobre a
remuneração total. Para melhor aplicação deste adicional as convenções sindicais e acordos
coletivos vêm disciplinando sobre a base de cálculo de cada categoria.
Adicional de Periculosidade
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja
devido.
Adicional Noturno
O adicional noturno é devido àqueles empregados que trabalham no turno noturno calculados
em 20% sobre o salário base.
O turno noturno para os trabalhadores urbanos é entre as 22:00 horas até as 5:00 horas da
manhã.
Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração
superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por
cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
Cabe salientar que o horário nas atividades rurais, será considerado noturno o trabalho
executado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte, e na
pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia seguinte.
b) a convenção coletiva de trabalho firmada pelo sindicato da categoria pode estabelecer um
adicional maior (superior a 20%) para as horas noturnas;
c) horas noturnas produzem reflexos no repouso semanal remunerado, nas férias, no décimo
terceiro salário e no FGTS;
Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas
consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das
empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
Art. 2º Entre os empregados a que se refere esta lei, incluem-se os trabalhos rurais, salvo os
que operem em qualquer regime de parceria, meação, ou forma semelhante de participação
na produção.
Art. 3º O regime desta lei será extensivo àqueles que, sob forma autônoma, trabalhem
agrupados, por intermédio de Sindicato, Caixa Portuária, ou entidade congênere. A
remuneração do repouso obrigatório, nesse caso, consistirá no acréscimo de um 1/6 (um
sexto) calculado sobre os salários efetivamente percebidos pelo trabalhador e paga
juntamente com os mesmos.
Este benefício somente será devido ao funcionário caso não haja falta injustificada durante a
semana, não podendo ser convertido em benefício pecuniário.
Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver
trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de
trabalho.
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha
havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento;
O mesmo ocorre com os feriados que são considerados dia de descanso remunerado, desde
que não haja falta injustificada. No entanto, os dias de feriados podem ser revertidos em
remuneração com o pagamento em dobro (100% da hora trabalhada)
Art. 8º Excetuados os casos em que a execução do serviço for imposta pelas exigências
técnicas das empresas, é vedado o trabalho em dias feriados, civis e religiosos, garantida,
entretanto, aos empregados a remuneração respectiva, observados os dispositivos dos artigos
6º e 7º desta lei.
Art. 9º Nas atividades em que não for possível, em virtude das exigências técnicas das
empresas, a suspensão do trabalho, nos dias feriados civis e religiosos, a remuneração será
paga em dobro, salvo se o empregador determinar outro dia de folga.
A remuneração do D.S.R. tomará por base o salário base com os acréscimos e adicionais.
Art. 395 - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher
terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de
retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.
Quiz
Exercício Final
Salário e adicionais.
INICIAR
Referências
CARRION, Valentin; CARRION, Eduardo. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho:
Legislação complementar / jurisprudência. 34. ed. atualizada, São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL – CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo. LTr, Saraiva ou RT (Atualizada).
CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2009.
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 30. ed. São Paulo: LTr, 2004.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 30. ed. São Paulo: LTr, 2009.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 30. ed. São Paulo: LTr, 2011.
RIBEIRO, Eraldo Teixeira. Elementos do Direito – Direito e Processo do Trabalho. 4. ed. São
Paulo: Premier Máxima, 2004.
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O contrato de trabalho.
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JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho é um dos pontos do direito do trabalho que gera muitas dúvidas, então
vamos ver como funciona:
Isto quer dizer que a jornada de trabalho é o período de tempo em que o trabalhador deve
prestar serviços ou permanecer à disposição do empregador, então, enquanto o empregado
estiver à disposição das ordens do empregador será computada como jornada de trabalho.
Este período que chamamos de jornada de trabalho também está previsto na nossa
Constituição Federal, que determina o período máximo de jornada como sendo 44 horas
semanais.
CF/88 - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).
§ 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por
qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando,
tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador
fornecer a condução.
§ 3o Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de
acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de
difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo
empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração. (Incluído pela LEI
COMPLEMENTAR 123 DE DEZEMBRO DE 2006)
Ainda a Constituição Federal fixa a jornada especial de seis horas para o trabalho quando
realizadas em turnos ininterruptos de revezamento.
Os turnos ininterruptos de revezamento são utilizados por empresas que necessitam trabalhar
vinte quatro horas por dia para atendimento de produção e a jornada de trabalho máximo
nesta hipótese é de seis horas diárias pelo desgaste do funcionário com esta mudança de
turno, pois o funcionário fica submetido a jornadas de trabalho variadas a cada período
(laborando pela manhã, à tarde e à noite).
()
O revezamento nada mais é que a mudança periódica a ser realizado por equipe de
trabalhadores, sendo esta equipe substituída por outra, ou ainda quando o turno é contínuo e
sem pausas.
Mas ainda temos as exceções com relação a cada categoria profissional, que possuem jornadas
diferenciadas como aqueles com 6 horas de trabalho diário, como, os operadores de
telemarketing, os bancários etc, e ainda aqueles com jornadas de 5 horas, que podemos
exemplificar a jornada de trabalho dos jornalistas, e, em ambos os casos poderão estender o
tempo de trabalho com duas horas extras por dia.
Neste caso cada categoria tem o seu critério definido na convenção e acordo coletivo da
categoria.
Temos que fazer uma observação importante com relação ao trabalho noturno que é mais
penoso do que o trabalho executado durante o dia.
Esse tipo de jornada ocasiona maior cansaço do que o trabalho prestado durante o dia,
exigindo maior esforço mental e em conseqüência, a fadiga, que pode gerar a diminuição do
rendimento profissional e aumentar o risco de acidentes de trabalho.
Também acarreta prejuízos de ordem social e familiar tendo em vista que o trabalho noturno,
o período de descanso e os hábitos da vida social não se harmonizam.
Do ponto de vista médico é pacífico o entendimento de que a jornada de trabalho realizada no
período noturno deve ser formal e genericamente proibida, uma vez que é extremamente
prejudicial à saúde do trabalhador.
Por tais motivos a jornada noturna tem horário diferenciado para trabalhadores urbanos é das
22:00 horas às 5 horas da manhã, e a hora noturna é computada com 52 minutos e trinta
segundos.
A proibição de trabalho noturno aos menores de dezoito anos está prevista no inciso XXXIII do
art. 7º da Constituição Federal. Antes dos dezoito anos, o texto constitucional veda, sem
excepcionar, qualquer tipo de trabalho em jornada noturna.
A vedação do trabalho noturno aos menores de dezoito anos também encontra fundamento
legal no artigo 404 da Consolidação das Leis do Trabalho e no inciso I, do artigo 67, do Estatuto
da Criança e do Adolescente.
Temos que trazer ao estudo as horas “in itinere” que é o tempo em que o empregado dispõe
para chegar até o trabalho e o seu retorno para sua residência, mas somente quando não
houver disponibilidade de farto transporte coletivo e o local for de difícil acesso e o
empregador não dispor de condução particular.
Neste caso a jornada de trabalho se inicia e deve ser computada a partir do momento em que
o empregado sai de sua casa até que a ela retorne.
§ 1o ...
§ 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por
qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando,
tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador
fornecer a condução.
()
Intervalos
Somente poderá ser diferente se esta hora de intervalo for convencionada pelo sindicato de
cada categoria.
Para as categorias com jornadas de trabalho que ultrapassem de quatro horas e no máximo de
seis horas diárias, obrigatório o intervalo (intrajornada) de 15 minutos.
Este período de intervalo para refeição ou descanso (intrajornada) não será computada como
jornada de trabalho, conforme previsto na lei.
Prazo para
Jornada Horas extras
compensação
Vamos aqui deixar gravado o intervalo interjornada que é aquele que ocorre entre uma
jornada e outra de trabalho, ou seja, o intervalo entre duas jornadas cujo descanso deve ser de
no mínimo de onze horas.
Quiz
Exercício Final
Jornada de Trabalho.
INICIAR
Referências
CONCURSOS http://www.concursoeapostilas.com.br/apostila_pdf/direito_do_trabalho_01.pdf
- acesso 14/416
CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da. Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva 2009.
FÜHRER, Maximilianus C.A. FÜHRER, Maximiliano R.E. Resumo de Direito do Trabalho, São
Paulo, Malheiros, 2010.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho, LTr, São Paulo 2004.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho, LTr, São Paulo 2009.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho, LTr, São Paulo 2011.
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de Trabalho.0:00100%AudimaReduzir a velocidade da voz em5%Aumentar a velocidade da voz
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Vejam, agora temos que falar sobre as hipóteses de extinção do contrato de trabalho
individual, também chamado de rescisão do contrato de trabalho, e os seus reflexos.
Vamos iniciar revendo as causas que podem dar azo à rescisão ou extinção do contrato:
extinção do contrato de trabalho
A indenização consiste no pagamento da multa de 40% sobre o valor dos depósitos do FGTS
(que serão levantados pelo demitido) e a contribuição social de 10% sobre a mesma base de
cálculo, aviso prévio e as antecipações das verbas rescisórias.
Dispensa indireta.
Prevista no Artigo 483 da CLT, consiste na rescisão do contrato de trabalho pelo funcionário
por culpa exclusiva do empregador.
i. Exigir do empregado serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos
bons costumes, ou alheios ao contrato;
v. Praticar contra o empregado ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa
fama;
vi. Ofender fisicamente o empregado ou pessoas de sua família, salvo em caso de legítima
defesa própria ou de outrem;
vii. Reduzir unilateralmente o trabalho do empregado, sendo este por peça ou tarefa, de
forma a afetar sensivelmente a sua remuneração.
É importante lembrar que o empregador nem sempre é representado pelo seu sócio, e na
maioria das vezes são os seus Gerentes, Supervisores, Diretores, Presidentes etc., que o
representam. Os atos descritos no Artigo 483 da CLT, praticados por estes, frente aos
empregados na relação do trabalho, podem acarretar a despedida indireta.
Portanto, cabe ao empregador tomar as medidas plausíveis para evitar que algum ato que
configure a despedida indireta seja praticado, sob pena de arcar com a despedida indireta e as
indenizações como as da despedida arbitrária ou sem justa causa.
A rescisão do contrato de trabalho ou dispensa por justa causa, somente ocorre quando a
conduta do Empregado estiver prevista na Lei.
Estão elencadas no Artigo 482 da CLT as figuras que justificam a dispensa por justa causa.
“Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando
constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial
ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão
da execução da pena;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas
físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Há casos de demissão por justa causa iniciados pela advertência do Empregado. A advertência
não tem caráter punitivo e sim educativo.
A advertência serve para mostrar ao Empregado aonde ele errou para o funcionário saber
aonde errou e se corrigir.
É essencial que esta advertência seja um aviso ao funcionário de que “aquele comportamento”
é inaceitável e que a reincidência pode ter consequências mais graves, como a suspensão e a
demissão por justo motivo.
A demissão por justa causa libera o empregador do pagamento da multa relativa ao FGTS e do
aviso prévio, proibindo o Empregado ao saque do FGTS, do Seguro desemprego, Aviso Prévio e
13º salário.
O motivo da demissão não poderá ser apontado na CTPS (Carteira de Trabalho da Previdência
Social).
Pedido de Demissão.
Ainda, o empregado fica tolhido do saque dos depósitos do FGTS e do seguro desemprego.
Comunicação da Demissão.
Outras Modalidades.
Se a rescisão se der por culpa de ambas as partes, Empregado e Empregador, a multa do FGTS,
a ser depositada pelo empregador, será reduzida pela metade, isto é será de 20% (vinte por
cento) e os valores poderão ser levantados pelo Empregado.
O empregado não fará jus ao aviso prévio, às férias proporcionais e a gratificação natalina do
ano respectivo.
b.Acordo;
Quando autorizado pela convenção coletiva, a rescisão amigável faz com que todas as verbas
poderão ser negociadas.
Ficam fora desta negociação as férias vencidas e o saldo de salário e fica proibido o
levantamento dos depósitos do FGTS.
c.Aposentadoria;
O Artigo 49, I, “b” da Lei n. 8.213/91, traz que o empregado poderá permanecer no trabalho
enquanto aguarda o deferimento da sua aposentadoria pela Previdência social.
Depois de deferida a aposentadoria, esta será anotada na CTPS e procedido um novo registro.
Hoje muitas empresas não procedem desta forma, mantendo o funcionário em atividade sem
a baixa na CTPS.
Extinção natural do contrato com a devida baixa na CTPS e o pagamento das verbas rescisórias
diretamente aos herdeiros e sucessores (ordem da vocação hereditária) que é diferente
daquela disposta na Lei Civil (Código Civil/2002).
e. Morte do Empregador;
O empregado terá todo o direito às verbas rescisórias, bem como do levantamento do FGTS.
Aqui temos que fazer melhores considerações, pois teremos que analisar a extinção do
contrato por prazo certo nas seguintes hipóteses: (f.1) extinção pela ocorrência do termo final;
(f.2) antes do termo final; (f.3) por vontade do empregado.(f.4) antecipada por justa causa do
empregado;
f.1 – Extinção pela ocorrência do termo final do contrato de trabalho. Neste caso o empregado
terá somente o direito de receber saldo de salário, férias proporcionais e vencidas (se houver)
acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salário proporcional e poderá fazer o levantamento do
FGTS.
f.2 – Extinção do contrato de trabalho entes do termo final. O empregado deverá ser
indenizado pelo valor equivalente a 50% dos salários do período restante (faltante) e autoriza
o levantamento do FGTS, bem como saldo de salário, 13º proporcional, férias vencidas (se
houver) ou proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional.
f.4 – Extinção do contrato de trabalho por justa causa do Empregado. Neste caso somente será
devido ao empregado o saldo de salário e as férias vencidas. O empregado poderá ser
obrigado a indenizar o Empregador pelos prejuízos causados.
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O Aviso prévio.
Conhecer as formas do aviso prévio.
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O aviso prévio é a comunicação obrigatória na relação de trabalho para colocar fim ao contrato
de trabalho por prazo indeterminado.
Nos casos em que o empregado pede demissão, ele fica sujeito ao cumprimento do aviso
prévio pelo período máximo de trinta dias, o que configura o aviso prévio trabalhado.
O Empregado demissionário receberá pelos dias trabalhados e este período será contado para
as férias e 13º salário, cujas verbas serão quitadas no último dia do cumprimento do aviso
prévio.
No caso do empregado não cumprir o aviso prévio o valor correspondente aos dias não
trabalhados será descontado dos valores da rescisão a título de indenização ao empregador.
O desconto do aviso prévio das verbas rescisórias só será possível se houver saldo para isso,
sendo terminantemente proibida a quitação negativa, isto é o empregado dever para a
empresa.
O empregado fica responsável em pagar o valor de um mês de salário se houver saldo das
verbas rescisórias.
Na eventualidade de saldo positivo o valor deverá ser liquidado (pago) em até 10 (dez) dias do
pedido da demissão.
c) Na hipótese do empregador não deixar o empregado cumprir o aviso prévio.
Caso este fato ocorra, o funcionário não terá que indenizar a empresa do aviso e tampouco a
empresa pagar para o empregado, prevalecendo a regra para quitação de 10 dias após o
pedido de demissão.
s/l
Fonte:
a.1. – A empresa exige que o Empregado Trabalhe o aviso prévio (aviso prévio trabalhado).
Nos casos em que o empregador demite o funcionário ele deverá pagar o aviso prévio da
seguinte forma: no primeiro ano de trabalho 30 dias e nos demais anos deverá acrescer 3 dias
ao ano.
Em ambos os exemplos conta como tempo de trabalho o tempo laborado como aviso prévio.
Notem que no exemplo 2 transcorreu o terceiro ano completo mais dois meses (contando o
tempo do aviso prévio) e por este pequeno lapso de tempo (2 meses) a mais, deverá ser
indenizado mais 3 dias ao Empregado.
A rescisão do contrato de trabalho, ou melhor, o pagamento das verbas rescisórias, neste caso,
deverá ser feito no dia seguinte ao último dia trabalhado pelo Empregado.
a.2.- A empresa não deixa o Empregado cumprir o aviso prévio (aviso prévio indenizado)
No caso do aviso prévio indenizado o empregador deverá pagar o valor do aviso prévio da
seguinte forma: no primeiro ano de trabalho 30 dias e nos demais anos deverá acrescer 3 dias
ao ano.
Nesta hipótese as verbas rescisórias deverão ser quitadas em até 10 dias da demissão do
funcionário.
a.3.- Quando a empresa demite sem justa causa e manda o funcionário cumpri-lo em casa.
Neste caso adota-se a mesma regra do aviso prévio indenizado, somente difere no tocante a
data do pagamento das verbas rescisórias, que será no dia seguinte ao último dia do
cumprimento do aviso prévio em casa.
Quando o empregado é mandado embora por justa causa, ele perde o direito do aviso prévio.
Embora o empregado tenha sido demitido por justa causa a sua quitação das verbas rescisórias
deverá ocorrer em 10 dias a partir da demissão, e deixará de receber o aviso prévio, não fará
jus à multa do FGTS, não poderá sacar o FGTS e não terá direito ao seguro desemprego.
PRAZOS
Após a rescisão do contrato de trabalho, o empregado terá 2 anos para propor ação
trabalhista, a contar da data da baixa na carteira de trabalho, para reclamar os seus direitos,
que não foram honrados pelo Empregador, nos últimos 5 anos a contar da data da propositura
da ação.
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O Aviso prévio.
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Referências
CUNHA, Maria Inês Moura S. A. da.Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2009.
KONKERO, acesso: http://www.konkero.com.br/financas-pessoais/seus-direitos/entenda-o-
aviso-previo-e-como-funcionam-os-pagamentos: em 09/05/2016 – 15:00 horas
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 30. ed. São Paulo: LTr, 2011.
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Há alguns benefícios que são concedidos aos Empregados e dentre eles temos as férias e o 13º
salário que também é conhecido como gratificação natalina.
FÉRIAS
As férias são o período concedido ao funcionário para o seu descanso físico e mental depois de
uma jornada de 12 meses de trabalho, remunerado.
Período aquisitivo: É o período de doze meses, contados a partir da data de admissão. A partir
daí gera o direito do Empregado ao período de descanso.
Período concessivo: É o prazo que o empregador tem para conceder as férias ao empregado.
Este prazo poderá ser concedido ao funcionário pelo Empregador até 11 meses a partir dos 12
primeiros meses (período aquisitivo).
As férias a princípio devem ser concedidas em um único período, entretanto vem se admitindo
que a mesma seja fracionada em um período de 20 dias e outro de 10 dias, exceto para os
menores de 18 anos e os maiores de 50 anos de idade, que deverão gozar integralmente sem
fracionamento exceto no caso de férias coletivas que segue a regra acima para todos os
empregados.
Não é automática a concessão das férias, esta deve ser marcada pelo Empregador e
comunicada ao empregado por escrito, com antecedência mínima de trinta dias sobre o
período de gozo de suas férias e o pagamento da mesma deverá ocorrer até dois dias antes do
início do período.
O empregador deve estar atento que a concessão das férias dos menores de 18 anos deve
coincidir com as férias escolares.
Há um rigor na concessão das férias, pois concedidas intempestivamente, isto é após o período
de 11 meses a contar do período aquisitivo o Empregador será apenado com o pagamento das
férias em dobro.
O 13º salário também é conhecido como gratificação natalina e o seu valor corresponde à
quantidade de meses trabalhados dentro do ano corrente, considerando a fração de 15 dias
como mês integral e o valor limitado à uma remuneração média do ano.
O pagamento do 13º salário pode ser feito em duas parcelas, sendo que a primeira deve ser
entre os meses de fevereiro até o último dia do mês de novembro e corresponderá a 50% da
remuneração do mês anterior ao pagamento.
A segunda parcela deve ser quitada até o dia 20 de dezembro, tendo como base de cálculo a
remuneração deste mês, descontado o adiantamento da 1ª parcela.
O pagamento do 13º salário, se solicitado pelo Empregado, por escrito, no mês de janeiro de
cada ano, poderá ser antecipada a primeira parcela juntamente com o pagamento das férias.
sem legenda
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Antes de adentramos especificamente aos benefícios da previdência social, vamos falar sobre
o conceito de previdência social que nada mais é que o ramo do direito que disciplina a
estrutura das organizações, o custeio, os benefícios e os beneficiários do sistema
previdenciário (NASCIMENTO, 2004).
A sociedade conhece os riscos que correm e o maior deles é a inatividade forçada do homem
que trabalha e todas as conseqüências decorrentes.
Nascimento (2004) esclarece que o direito de previdência social tem como objeto a
previdência social. Esta é uma técnica científica que se utiliza de um sistema de seguros: o
seguro privado e o seguro social.
Seguro Privado: é o contrato feito entre o interessado e uma Empresa de Seguro Privado. Na
ocorrência do risco contratado que pode ser automóvel, imóvel, saúde, entre outros, o
segurado terá a cobertura contratada.
Seguro Social: Não é de natureza contratual, pois é uma adesão compulsória estabelecida pelo
Estado aos Cidadãos como uma poupança coletiva. O seguro é feito com uma Instituição de
Direito Público, cuja cobertura é de necessidades pessoais.
Somente poderá ser beneficiário da previdência social as pessoas físicas que exercem atividade
laborativa remunerada (segurados obrigatórios) com exceção dos ocupantes de cargos efetivos
permanentes de regime próprio da previdência social, ou pessoas que, não exercendo trabalho
remunerado filiam-se à previdência por meio de contribuições e são considerados segurados
facultativos (TORRES, 2016).
O artigo 11 da Lei 8.213/91 trata dos segurados obrigatórios da Previdência Social, que são
classificados em:
1- Empregado;
2- Empregado Doméstico
3- Contribuinte Individual;
4- Trabalhador Avulso e
5- Segurado Especial.
O benefício da previdência social que iremos estudar adiante pode ser consultado no sitio da
Previdência Social (http://www.mtps.gov.br), então vamos a eles:
a. Aposentadorias;
É o benefício devido ao segurado que for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de
reabilitação para o exercício de atividade (arts. 42-7, Lei 8.213/91).
A renda mensal será 100% do valor do salário-de-benefício, e poderá ser acrescido de 25% na
eventualidade do segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa.
É o benefício devido ao segurado urbano que completar 65 anos, se homem, e 60, se mulher.
Publicada no Diário Oficial da União no dia 18 de junho, a nova regra de cálculo das
aposentadorias por tempo de contribuição.
Ficou estabelecido através da Medida Provisória nº 676 que a partir de agora, o cálculo leva
em consideração o número de pontos alcançados, somando a idade e o tempo de contribuição
do segurado (chamada Regra 85/95 Progressiva).
O contribuinte alcançando os pontos necessários para o benefício integral não terá a aplicação
do fator previdenciário.
Para se aposentar por tempo de contribuição, sem incidência do fator, até 2016, o segurado
deve somar 85 pontos, se mulher, 95 pontos, se for homem. Conforme tabela abaixo:
Mulher Homem
Até dez/2016 85 95
De jan/2017 à
dez/2018 86 96
De jan/2018 à
dez/2019 87 97
De jan/2019 à
dez/2020 88 98
De jan/2020 à
dez/2021 89 99
De jan/2022 em
diante. 90 100
b. Salários
b.1.- Salário-família
O salário família é um benefício aos segurados da Previdência Social, instituído através da Lei
nº 4.266/63 àqueles que possuem filhos, enteados e tutelados até 14 anos de idade e em
caráter definitivo se foram inválidos (arts. 65 a 70, lei 8.213/91).
Este benefício será encerrado quando o filho completar 14 anos, salvo se o mesmo for inválido;
com a morte desse; pela recuperação da capacidade pelo filho inválido; pelo desemprego do
segurado ou término do trabalho avulso.
b.2.- Salário-maternidade
c. Auxílios
c.1.- Auxílio-doença;
Para ter direito ao benefício, o trabalhador deve ter contribuído para a Previdência Social por
no mínimo 12 meses.
c.2.- Auxílio-acidente
Este benefício concedido pela Previdência Social é procedido como forma de indenização, ao
empregado, exceto ao trabalhador avulso e ao segurado especial, que sofre um acidente e fica
com seqüelas que reduzem sua capacidade de trabalho (art. 86, Lei 8.213/91).
Para concessão do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas deve
comprovar a impossibilidade de continuar desempenhando suas atividades, por meio de
exame da perícia médica da Previdência Social.
É o benefício concedido pela Previdência Social aos dependentes do segurado, quando de sua
morte.
Para concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário
que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado.
O benefício deixa de ser pago quando o pensionista morre, quando se emancipa ou completa
21 anos (no caso de filhos ou irmãos do segurado) ou quando acaba a invalidez (no caso de
pensionista inválido).
b.- Auxílio-reclusão
Não há tempo mínimo de contribuição para que o dependente do segurado possa requer o
benefício.
O auxílio-reclusão deixará de ser pago: com o óbito do segurado. Neste caso os dependentes
deverão requerer a conversão do benefício em pensão por morte.
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A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 9º juntamente com a Lei nº 7.783/89, garante o
direito de greve a todo trabalhador.
Greve nada mais é que a paralisação coletiva, temporária, de forma pacífica da atividade do
empregado para reivindicação e evolução nas relações de trabalho e nos direitos trabalhistas.
Para entendermos o direito à greve, temos que saber da legitimidade deste exercício. A Lei
considera legítimo o exercício de greve quando este for de suspensão coletiva temporária e
pacífica, total ou parcial, de prestação de serviços, quando o empregador ou a entidade
patronal, correspondentes tiverem sido pré-avisadas 72 horas nas atividades essenciais e 48
horas nas demais atividades.
Movimento de greve de trabalhadores.
Em princípio o contrato de trabalho ficará suspenso na eventualidade da greve ser legal (lícita)
e neste caso não haverá o pagamento do salário referente aos dias parados.
Do mesmo modo a empresa não poderá adotar meios que violem o direito de greve dos seus
funcionários.
Dispensa do Empregado-grevista.
No período de paralisação é vedada a dispensa sem justa causa dos empregados, bem como, a
contratação de funcionários para a substituição, exceto nos casos de serviços essenciais ou se
houver abuso de direito de greve (greve abusiva)
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
VII - telecomunicações;
XI compensação bancária.
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas,
coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a
prestação dos serviços indispensáveis.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente
Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou
decisão da Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso
do exercício do direito de greve a paralisação que:
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leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Teoria das
Organizações: teorias, paradigmas e organizações.0:00100%AudimaReduzir a velocidade da
voz em5%Aumentar a velocidade da voz em5%Retroceder o áudio10sAvançar o áudio10s
Muitas vezes escutamos: "lá vem mais teoria". Contudo, o que realmente é ou representa uma
teoria? Qual é a importância das teorias para o administrador moderno?
Antes de apresentar qual o significado da teoria, vamos discutir como muitas empresas são
administradas, pois alguns gestores conduzem seu cotidiano nas organizações de acordo com
o que aparece à sua frente, sem ferramentas ou modelos adequados. Eles agem de tal forma
como os problemas são percebidos ou não, ou seja, eles têm uma atitude ou comportamento
diferente a cada momento, ora com uma atitude mais dura e rígida, ora com outra postura
totalmente contrária à anterior. Para esse tipo de gestor está muito bem claro o que é
administrar.
E lá vem aquela máxima novamente: "aqui se administra o dia a dia". Temos que saber lidar
com as adversidades sem nos preocuparmos com as teorias, pois se aprende fazendo. Para
que teoria! Aqui resolvemos as coisas no feeling.
Tenha medo, muito medo. Conduzir uma empresa no feeling, sem uma base conceitual e sem
parâmetros, é a mesma coisa que conduzir uma empresa na base do "achismo".
Uma teoria nada mais é do que um conjunto de suposições inter-relacionadas para explicar
alguma coisa. Também, é verdadeiro que essa teoria é composta de suposições que são
aceitas pelos seus adeptos (CLEGG; HARDY; NORD, 1998). Desse modo, cada abordagem
reflete as preocupações e as relações socioeconômicas de sua época.
Portanto, uma "teoria" é a tentativa de associar e integrar diversos acontecimentos,
experimentos e observações a fim de criar um sistema explanatório compreensível, sendo a
teoria composta de conceitos, interpretações e proposições de uma "realidade"
(CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005).
Assim, pode-se dizer que as teorias representam uma explicação ou proposição do que se
observa em determinado momento. É a construção de uma realidade, um "retrato
explanatório" que pode trazer elementos importantes para o entendimento de uma
determinada situação ou ambiente.
As pessoas ou grupos de pessoas que constroem uma teoria trabalham com foco em um
conjunto de suposições, que cria uma rede de conexões entre conceitos e observações para
explicar ou fazer proposições de soluções sobre uma realidade percebida.
Desse modo, as teorias são construídas com base em paradigmas que são utilizados como
norteadores para a tomada de decisão. Esses paradigmas servem de marcos de referência,
uma "régua" que é utilizada para balizar e interpretar as diversas situações ou problemas que
aparecem a nossa frente (CLEGG; HARDY; NORD, 1998). Como definir, porém, um paradigma?
Paradigmas
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, assista a animação abaixo. Esta
animação faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
ANIMAÇÃO
No caso da gestão de uma empresa, se você não estiver utilizando o paradigma adequado, não
conseguirá visualizar e interpretar a realidade organizacional. A mensagem que você receberá
é: "arquivo desconhecido".
Como salientam Caravantes, Panno e Kloeckner (2005), um paradigma pode ser definido como
um conjunto de crenças, valores e técnicas compartilhadas por membros de uma determinada
comunidade. A pobreza paradigmática, o que pode ser entendido como um repertório de
conhecimento limitado, dificulta a evolução e a capacidade de aprender de um gestor.
Kuhn (apud MORGAN, 2005) popularizou o conceito de paradigma, mas ele o utilizou de
diversas formas e os dois significados a seguir são importantes para ressaltarmos.
Então, um paradigma funciona como uma visão que é utilizada para tomar decisões. Se
escolhermos as ferramentas erradas, o problema pode não estar nas ferramentas, mas sim na
visão que escolhemos para tratar o problema.
Desse modo, para construirmos novas teorias, novos modelos ou novos instrumentos,
devemos em algumas situações nos tornar mais acessíveis a novos paradigmas. Assim,
poderemos utilizar as ferramentas adequadas e de forma correta.
Não podemos esquecer que alguém foi tido como louco por dizer que o planeta era redondo, e
propôs um novo paradigma de pensamento que sofreu muita resistência por parte da
comunidade em geral. Imagine o louco que propôs vender chinelos de dedo, tidos
antigamente como "sapatos de pobre", na Europa e nas lojas mais chiques do Brasil.
Isso não quer dizer que quebrar paradigmas a todo instante seja necessário para os gestores
ou para suas organizações, pois em alguns casos o sucesso da organização está centrado na
capacidade de manter o paradigma.
Pense em uma organização que tem como sua principal proposta a padronização e a
previsibilidade. Agora, se alterarmos esse conceito de organização, ou como foi descrito: o
paradigma organizacional, estaremos mudando a essência dessa organização. Assim, será
alterado também o que é e como vai ser gerida essa nova organização.
Como pode ser percebido, até mesmo o significado de organização vem mudando com o
passar dos tempos. Assim, vale a pena entender: o que é uma organização no século XXI?
Organizações
Clegg, Hardy e Nord (1998) descrevem organizações como unidades sociais que são
deliberadamente construídas e reconstruídas para atingir determinado objetivo.
Assim, as organizações são entidades compostas de vários elementos, entre eles as pessoas
que trabalham em conjunto, compartilhando atividades comuns para atingir um objetivo pré-
estabelecido. Para isso se faz necessária a criação de alguns processos.
Uma organização tem como finalidade produzir um bem ou prestar um serviço, e deve agregar
uma série de fatores que contribuirão para essa finalidade. Além disso, esses fatores deverão
ser dispostos de tal forma que os resultados possam ser maximizados.
Esse processo somente é possível com a atuação de uma pessoa ou grupo para integrar ou
colocar em funcionamento este sistema chamado organização, ou seja, um administrador que
a conduzirá de acordo com a visão que tem desse sistema organizacional
Como vimos, então, as teorias organizacionais foram construídas para explicar as organizações
ou para propor soluções aos problemas delas. Todas partem de uma visão, isto é, um
paradigma. Além disso, esse mesmo paradigma pode ou não ser utilizado como parâmetro
para a resolução dos problemas, a exemplo do software mencionado anteriormente..
Lá vai o desafio: como lidar com o século XXI utilizando paradigmas do século XVIII, XIX ou XX?
Saiba Mais
Para entender melhor o conceito de organizações, visite o site de algumas empresas e leia sua
descrição.
Para entender melhor o conceito de organizações, visite o site de algumas empresas e leia sua
descrição.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
Referências
BERTERO, Carlos Osmar; CALDAS, Miguel P. (org.). Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas,
2007.
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Descrever a evolução ocorrida nas organizações sobre a influência das diversas transformações
sociais, econômicas e tecnológicas.
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Na aula anterior descobrimos a importância das teorias e dos paradigmas para a administração
de uma organização. Nesta aula vamos tratar do ambiente, da tecnologia e de outros fatores
que influenciam direta ou indiretamente as organizações.
Logo de início podemos dizer que o ambiente organizacional está em constante mudança e
elas acontecem por influência de fatores que podem ter origem nas
mudanças microambientais ou macroambientais.
Esse contexto de transformações causa um ambiente de incertezas e conflitos, o que faz com
que os gestores, por diversas vezes, não saibam como lidar com as situações apresentadas,
sejam elas problemas ou oportunidades.
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, assista a animação abaixo. Esta
animação faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
ANIMAÇÃO
Como ressalta Maximiano (2011), depois desse período evolutivo da sociedade, houve uma
mudança radical na cultura ocidental, cuja produção domiciliar e manufatureira dá lugar às
fábricas – Revolução Industrial. Esse período sofreu forte influência no momento da criação da
máquina a vapor, por James Watt em 1776.
Essa situação fazia com que as pessoas se sentissem mecanizadas, o homem perdia sua
identidade e se via automatizado e forçado a repetir suas tarefas sem saber a finalidade delas.
Essas pessoas não tinham nenhum contato com o processo decisório e isso gerava
inevitavelmente uma queda no rendimento.
Dessa forma, chegou-se à conclusão de que teria de ser mudado o paradigma de controle
sobre as pessoas da organização para resolver os problemas. Esse paradigma construído
principalmente na Revolução Industrial até o início do século XX não é mais adequado para
nossos dias (BERTERO; CALDAS, 2007).
Além disso, o foco da administração moderna como novo paradigma demonstra que as
relações informais dentro da organização são muito importantes, por isso é necessário fazer
uma análise melhor e dar uma maior valorização dessas variáveis. Desse modo, pôde-se
verificar que quanto mais satisfeitos os empregados estiverem com sua organização, maior e
melhor deve ser o seu desempenho (DAFT, 2008).
Como salientamos no início desta aula, diversos fatores externos também influenciam as
organizações, que começam a desenvolver a chamada visão sistêmica. Além disso, também
passam a entender que o ambiente influencia suas ações, bem como também é influenciado
por elas (MORGAN, 1996; DAFT, 2002).
A premissa básica dessas redes sociais é que as organizações são compostas de múltiplas
conexões que interagem entre si, e cujo objetivo é fazer com que haja um fluxo de bens,
serviços, influências e informações para que sejam alcançados os objetivos propostos (CLEGG;
HARDY; NORD, 1998).
Podemos dizer que, principalmente as ações que um administrador promove para aumentar
suas relações interorganizacionais fazem com que a organização esteja mais bem preparada
para os novos paradigmas da sociedade moderna. Essa que é situada na chamada era da
informação ou era do conhecimento.
No final da aula 01 foi deixada uma pergunta para você: como lidar com o século XXI utilizando
os paradigmas do século XVIII, XIX ou XX?
Divisão do trabalho Separação de fazer Autonomia no trabalho Relações entre técnicos Trabalho criativo Orien
e pensar Automatização Orientação para para
as funções Autoridade baseada no posto os processos Autoridade baseada nas competências
Como pode ser percebido no quadro 1, há diversas mudanças que impõem um novo estilo de
gestão e uma visão mais holística sobre as organizações. Desse modo, somente promover
controles dos processos e das pessoas não trará mais vantagem competitiva para uma
organização.
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, veja o slideshow abaixo. Este slideshow
faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
SLIDESHOW
O diferencial competitivo não está mais em ser o maior ou o que tem mais capital, pois na
sociedade do conhecimento as relações e a capacidade de inovar e se reinventar é o que traz
vantagens para uma organização.
Dessa forma, temos que repensar como uma organização se apresenta e deve ser gerida, pois
a globalização e a revolução da tecnologia da informação fizeram com que fosse impulsionada
a sociedade do conhecimento.
Com base nessas informações, deixamos você com uma nova pergunta: que tipo de
organização será criada no século XXI?
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida-a com seus colegas e professor.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
Referências
BERTERO, Carlos Osmar; CALDAS, Miguel P. (org.) Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas,
2007.
DAFT, L. Richard. Organizações: teoria e projetos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas,
2001.
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabela Francisca Freitas Gouveia de. Teoria
Geral da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
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Para responder a essa pergunta, é importante entender que nesse novo contexto o fluxo de
informações é contínuo e as mudanças são constantes (CHILD, 2012; DAFT, 2008). Assim, nesse
ambiente as organizações modernas exigem uma nova realidade que deve ser enfrentada por
meio de ações como.
Desse modo, o tipo de organização que atende às demandas do século XXI muda a forma de
pensar e de agir dos administradores. Assim, se faz necessário repensar a organização do
modelo convencional preparado para o período pós-industrial, passando para uma
organização cujo modelo atenda às demandas da era do conhecimento.
Podemos dizer que essas demandas estão ligadas à globalização, uso mais intenso da
tecnologia, responsabilidade socioambiental e a humanização do ambiente de trabalho, e
essas e outras fazem com que mudemos a estrutura e a forma de lidar com uma organização.
Os modelos organizacionais
Como foi dito anteriormente, temos que rever o modelo da organização, pois a melhor
estrutura será aquela que se adéque e proporcione resultados positivos em um ambiente cada
vez mais incerto e mutável.
Essa transformação no ambiente e nas relações produtivas cria um novo modelo
organizacional. Esse modelo foge dos padrões convencionais da estrutura hierarquizada e
verticalizada, passando para um modelo mais flexível e horizontal. O quadro 2 à frente expõe
as principais diferenças entre eles.
pecializados bem definidos (foco na tarefa) Papéis menos especializados e flexíveis (Foco no processo)
Fonte: Elaborado por SILVA, 2012 (CHILD, 2012; DAFT, 2008; FRIEDMANN, 2004
Como podemos perceber, a verticalização do sistema organizacional funciona de tal forma que
faz com que não exista troca ou influência constante com o ambiente externo, ou seja, a
administração tem seu foco em melhorar os processos organizacionais internos sem levar em
conta as alterações do ambiente, o que leva à construção de um sistema fechado.
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, veja o infográfico abaixo. Este
infográfico faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
INFOGRÁFICO
Desse modo, as operações desse tipo de organização estão centradas em processos que são
desenhados com papéis bem definidos e que exigem um conhecimento específico, sem
necessidade de atualizações constantes. No campo da competição, o pensamento é de
defender uma posição por meio da visão local.
Esse novo tipo de ambiente exige das pessoas da organização uma visão sistêmica e um
pensamento global. Além disso, a interação com o ambiente externo traz novos
conhecimentos e o desenvolvimento de novas habilidades e competências, pois há uma
necessidade de aprendizado constante.
No século XXI, a maior empresa calçadista de um país pode não fabricar nenhum produto em
seu território, inclusive pode não fabricar nenhum produto por ela própria. Ela pode somente
desenvolver novos modelos e gerir sua marca. Assim, poderá comprar a embalagem de uma
organização, produzir em outra os seus calçados e ter um sistema de distribuição terceirizado.
Desse modo, um administrador consciente terá que entender as novas relações com as
pessoas e que tipo de comportamento elas terão, pois essa evolução no ambiente fez com que
o perfil e o comportamento do homem também mudassem.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO 01
EXERCÍCIO 02
Referências
DAFT, L. Richard. Organizações: Teoria e Projetos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabela Francisca Freitas Gouveia de. Teoria
Geral da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
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homem e o trabalho0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
Primeiramente, devemos entender como era visto o homem no passado e como ele é
percebido no presente. Desse modo, podemos interagir melhor com as diversas pessoas que
interferem de alguma forma com os resultados organizacionais.
Nessa época era emergencial a necessidade de aumentar a produtividade, e isso somente era
possível pela mecanização do trabalho, inclusive do próprio homem. Os estudiosos da época
chegaram à conclusão de que o trabalhador era movido pelas
recompensas monetárias ou materiais.
Essa pessoa era vista como um indivíduo previsível e controlável, sendo egoísta e utilitarista
em seus propósitos. Agia otimizando suas ações de forma racional, pesando todas as
alternativas possíveis e escolhendo a que melhor lhe garantisse recompensas materiais ou
melhores salários.
Esse trabalhador recebia incentivos baseados na sua produção. Segundo essa visão, isso fazia
com que muitas pessoas trabalhassem até o limite de suas forças para garantir os maiores
ganhos.
Contudo, percebeu-se posteriormente que essa não era uma visão adequada do ser humano.
O homem não era somente motivado pelos bens materiais ou salários. Principalmente, depois
da experiência de Hawthorne e da consolidação dos pressupostos da teoria das Relações
Humanas.
Dessa forma, foi estabelecido que o homem também é condicionado pelo sistema social e
biológico. Assim, a partir dessa nova perspectiva, percebeu-se que o homem é motivado pelas
suas relações sociais e pela satisfação de suas necessidades, de acordo com o que descreve os
conceitos da Pirâmide Maslow ou a Teoria dos dois fatores de Herzberg.
Essa visão do homo social somada à teoria das relações humanas fez com que a organização
tivesse, além de uma função econômica com a produção de bens e serviços, também uma
função social ou de interação e satisfação de seus membros.
A partir dessas ideias, discutiram-se temas como liderança, motivação, cultura e clima
organizacional, entre outras que levaram em conta as pessoas da organização. Assim, ficou
evidente que os ganhos de produtividade não vinham somente do melhor desenho dos
processos organizacionais, mas também da interação social.
Além dessas duas visões sobre o homem, uma importante definição sobre as pessoas foi a
do homo organizacional (MOTTA; VASCONCELOS, 2004; MAXIMIANO, 2012). Essa visão foi
construída principalmente pelas teorias estruturalistas, que foram elaboradas como uma
forma de integrar as ideias tanto da abordagem científica e clássica da administração, quanto
os pressupostos da teoria das relações humanas, ideias contrapostas nas duas visões
anteriores do homem.
A teoria estruturalista é caracterizada por sua abordagem múltipla, que engloba em sua
análise a construção da organização formal (tarefas e funções) e da organização informal
(pessoas), isso levando em conta que há a motivação tanto por recompensas materiais,
quando por interações sociais. O foco não está nem no indivíduo nem no grupo, mas na
estrutura organizacional percebida como um sistema sociotécnico.
As principais caracteristicas do homo organizacional é que esses indivíduos desempenham
diferentes papéis nas diversas situações em que atuam. Esse homem é cooperativo e
coletivista, mas também competitivo na busca para alcançar seus objetivos. Ele é flexível e
tolerante às frustrações, pois possui a capacidade de adiar as recompensas para satisfazer seu
contínuo desejo por realização.
O homo organizacional é visto como um homem político, que age estrategicamente para
atingir as suas metas e objetivos organizacionais. Assim, esse indivíduo está habilitado para
conduzir mudanças rápidas e contínuas.
bre o Homem
Como podemos perceber no quadro 3, existem diferenças entre essas três visões sobre o
homem. Isso quer dizer que dependendo de qual visão você adote como verdadeira para sua
organização, ela vai determinar qual será sua postura para com os empregados.
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, assista a animação abaixo. Esta
animação faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
ANIMAÇÃO
Dessa maneira, vale a pena, antes de tomar decisões, responder a seguinte pergunta: como
estabelecer relações entre as pessoas e a organização de forma a otimizar os resultados?
Como vimos até agora, houve diversas mudanças no aspecto social e organizacional no século
XXI. Nas relações entre as pessoas e as organizações não foi diferente, podemos dizer que o
antigo empregado que chegava para ficar, ficava anos em uma mesma função somente
obedecendo a ordens quase não existe mais com o surgimento da sociedade moderna e das
novas gerações que, como já demonstrado anteriormente com o homo organizacional, estão
preocupadas com suas realizações e conquistas e, para isso, não medem esforços e possuem
uma visão mais clara de como fazer para alcançar seus objetivos (CHID, 2012; DAFT, 2008).
Portanto, esse novo personagem das organizações sempre está em busca de oportunidades e
lugares em que possa desempenhar seus papéis e funções, não somente para contribuir com a
organização, mas também consigo próprio. Nessa nova situação, pode-se dizer que as relações
entre as pessoas e as organizações mudaram. O foco não está mais no controle e na tarefa,
agora o foco é na proatividade, responsabilidade e autonomia.
O trabalho se torna cada vez mais dinâmico, mutável e imprevisível. Essa nova realidade
necessita de uma organização mais horizontal com equipes multifuncionais e
interdependentes. Portanto, é exigido desse novo profissional um empenho constante por
capacitação e uma atitude mais proativa.
Neste início do século XXI, as organizações oferecem cada vez mais ações de reaproveitamento
interno entre outros programas e oportunidades, o que faz com que a única coisa que proíba
um empregado de crescer e evoluir seja ele mesmo. Além disso, muitos desses novos
profissionais que não veem mais oportunidade em uma organização pedem para sair e vão em
busca de outras oportunidades (GIL, 2001).
Esse é um ponto muito importante para nós gestores, pois criar uma estrutura organizacional
não é fácil, e mantê-la está ficando mais difícil ainda. Na era da informação e do
conhecimento, perder pessoas representa perder também capital humano e capital
intelectual. É perder inteligência e competitividade.
Para verificar essa mudança nas relações entre empresa e empregados, pesquise sobre a
relação das empresas com a geração Y.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
Referências
CHILD, John. Organização: principais e prática contemporâneos. São Paulo: Saraiva, 2012.
DAFT, L. Richard. Organizações: teoria e projetos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas,
2001.
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabela Francisca Freitas Gouveia de. Teoria
Geral da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
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Administração para a Teoria das Organizações0:00100%AudimaAbrir menu de opções do
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Na aula anterior falamos sobre as mudanças que aconteceram com relação à visão sobre o
homem, além de destacarmos as transformações ocorridas nas relações de trabalho entre as
pessoas e as organizações. Nesta aula vamos apresentar a mudança do foco de somente
administrar situações específicas internas para a administração da organização como um todo
e sua relação com os diversos fatores ambientais externos.
Para tanto, podemos dizer que a administração de uma organização pode ser entendida como
um meio de fazer com que os recursos sejam alocados de forma sistêmica para proporcionar
os melhores resultados possíveis.
Quer dizer então, que o foco da administração, principalmente em seus primórdios, era de
explorar ao máximo os recursos e otimizar os processos para a obtenção dos melhores
resultados, que basicamente eram alcançados com o lucro sobre o capital investido (MORGAN,
1996; DAFT, 2008).
Como consequência desse modelo de gestão, defendida pela teoria científica e clássica, surgiu
uma mecanização das pessoas, a qual Morgan (1996) e Clegg, Hard e Nord (1998) afirmam que
trouxe ganhos com o aumento da lucratividade para as organizações.
Todavia, essas ideias que estabeleciam uma visão centrada nos processos, aliadas à evolução
da tecnologia, gerou uma alienação das pessoas no ambiente de trabalho, visto que estas não
precisariam praticamente pensar (MOTTA, 2001).
No entanto, tais ideias fazem parte de uma contradição quando se fala da administração
moderna, visto que é mais centrada nas pessoas e na capacidade das organizações de
aprender e inovar (MORGAN, 1996). Assim, é preciso entender como a gestão voltada para as
pessoas se tornou assunto relevante dentro das organizações, e também como surgiu o tema.
Desse modo, a ideia do one best way, de Taylor, que era a busca e a preocupação de diversos
autores, passou a ser complementada por Mayo, quando da afirmação de que além de ganhos
financeiros, o homem precisa ter atendidas suas demandas de ordem biológica e social, o que
inspira o surgimento da escola das relações humanas.
Como descrito por Gil (2001), a gestão para as pessoas se tornou uma função da administração
que visa à cooperação das que atuam nas organizações, visto que o foco não é mais alocá-las
em atividades previamente estabelecidas, mas determinar uma estratégia organizacional e
conduzir as atividades com as pessoas da organização para o alcance dos objetivos.
Logo, uma organização pode ser analisada como um sistema que favorece a maior
comunicação entre as partes, em um processo interligado e interdependente em busca de um
objetivo comum.
Essa visão da empresa como um sistema social sugere que, no momento da tomada de
decisões, sempre deverá ser levado em consideração o ambiente onde ela está inserida e seus
diversos elementos internos (MORGAN, 1996). Nessa evolução sobre as situações e as
demandas organizacionais, foram surgindo novos questionamentos que levaram a pensar na
organização como um todo.
Motta (2001) considera que a transição da Teoria da Administração para a Teoria das
Organizações ocorreu com o livro de March e Simon (1958) sobre as organizações, como uma
tentativa de estudar o sistema social em que a administração é exercida, contestando a
relação entre a motivação e a produtividade. Esses autores mudaram o foco da preocupação
com a produtividade para a eficiência do sistema.
Essas ideias têm forte influência das proposições da sociologia política de Max Weber sobre o
ambiente social. Assim, March e Simon (apud MOTTA, 2001) perceberam que a alta
produtividade não vem somente de um moral elevado. Eles verificaram que o comportamento
no trabalho parece ser mais influenciado pela percepção das relações entre eventuais
condições futuras e as alternativas atuais.
Desse modo, March e Simon identificaram que alguns desses fatores que motivam um
aumento de produtividade são de responsabilidade dos administradores, mas boa parte deles
estão ligados a fatores psicossociais e culturais que fogem do controle da administração. Além
disso, a organização é vista como uma rede de tomada de decisão em que a eficiência irá
depender da interação entre diversos fatores estruturais e comportamentais.
Assim, o foco de análise da Teoria das Organizações não é mais somente as pessoas ou os
grupos isolados, mas sim a organização como um todo. Os conceitos relevantes incluem as
dimensões da estrutura, funcionamento e do contexto da organização. As dimensões de
formalização, especialização, hierarquia, centralização, profissionalismo, tamanho, tecnologia,
ambiente, estratégias e cultura propiciam indicações para medir e analisar as organizações, e
essas dimensões variam amplamente de uma organização para outra (DAFT, 2004).
Essas ideias influenciaram as teorias estruturalistas e, mais tarde, a teoria geral dos sistemas.
Essas teorias iniciaram um processo que deixa o foco interno organizacional, passando a uma
preocupação com a parte externa voltada para a incerteza ambiental.
A Teoria dos Sistemas nasceu dos conceitos criados na área da Biologia, passou para as
Ciências Sociais e acabou influenciando quase todas as áreas do conhecimento humano. O que
aconteceu quando Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão, lançou em 1937 as bases da Teoria
Geral dos Sistemas (CLEGG; HARDY; NORD, 1998; CHILD, 2012).
A Teoria dos Sistemas foi amplamente reconhecida na administração nos anos de 1960, e sua
difusão ocorreu em razão da necessidade de síntese e integração das teorias anteriores. Essa
nova teoria se opõe à fragmentação do conhecimento ou das ideias, e seus principais
conceitos são.
Holístico – o todo não é a simples soma das partes, o sistema só pode ser explicado
em sua totalidade, assim um administrador deve ter a visão do TODO.
Inputs – são todas as entradas no sistema, ou seja, tudo o que a empresa recebe do
ambiente externo e insere no sistema interno para serem processadas.
Além desses elementos citados, a Teoria dos Sistemas estudou a forma com que se apresenta
um sistema, e ele pode ser tratado de forma fechada ou aberta. O primeiro está mais para os
modelos de organização vertical e mecanicista. Já o segundo, para os modelos horizontais e
orgânicos.
As ideias da teoria dos sistemas foram completadas pela Teoria da Contingencia Estrutural que
surgiu nas décadas de 1960 e 1970. A teoria da contingência é definida como o conjunto de
conhecimentos derivados da prática e da pesquisa, que procuram delimitar a validade dos
princípios gerais da administração a situações específicas. O conflito entre os sistemas
mecânicos e orgânicos é considerado algo que diferencia a estrutura e a cultura organizacional
(MORGAN, 1996; MOTTA, 2001).
Essas ideias trouxeram o foco social ao estudo sistêmico das organizações. Uma importante
ideia apresentada é a de que as organizações são sistemas abertos que, para sobreviverem
devem se adaptar ao ambiente. Assim, não existe uma estrutura absoluta, esta dependerá de
uma série de fatores que influenciam uma organização.
Em aulas futuras falaremos mais sobre essas e outras teorias ambientais, pois cada vez mais a
turbulência e a incerteza do ambiente substituem a estabilidade como traço definidor das
organizações modernas. Alguns dos desafios específicos enfrentados pelos administradores
são os de competir globalmente, considerar as mudanças, competir por meio do comércio
eletrônico, gerir o conhecimento, sustentar a diversidade e manter padrões elevados de ética
e responsabilidade social.
Dessa forma, muitas organizações estão sendo projetadas em direção a uma estrutura flexível
com capacidade de aprendizagem, a qual se caracteriza por uma estrutura horizontal,
informação compartilhada, estratégia colaborativa e cultura adaptativa (DAFT, 2008).
Podemos dizer com isso que os sistemas organizacionais não são todos iguais. Para que você
se torne um bom administrador ao projetar uma organização para a aprendizagem e para a
adaptação em um ambiente turbulento, deve usar as Teorias das Organizações para identificar
a estrutura, as metas, as estratégias e os sistemas de administração mais adequados para cada
organização.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios no AVA e verifique seu
conhecimento. Caso fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida-a com seus colegas
e professor.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
Referências
DAFT, L. Richard. Organizações: teoria e projetos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabela Francisca Freitas Gouveia de. Teoria
Geral da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
MOTTA, Fernando. C. Prestes Teoria das Organizações: evolução e cCrítica. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2001.
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Apresentar as principais características das metáforas das organizações vistas como máquinas
e das organizações vistas como organismo vivo.
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e do organismo vivo0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
Iniciaremos então pelas organizações como máquina. Porém, antes de falarmos das
características dessa imagem, vale ressaltar como o uso de máquinas transformou
radicalmente a natureza da atividade produtiva e da sociedade de forma geral (MORGAN,
1996; 2002). Esse instrumento se tornou uma extensão de nosso corpo, o que influenciou
fortemente a nossa imaginação, pensamento e sentimentos.
A vida, não somente nas organizações como fora delas, se tornou rotinizada e mecanizada.
Tudo tem que funcionar como a precisão de um relógio. Dessa maneira, espera-se que tudo
aconteça do modo esperado, no tempo esperado, com a precisão esperada. Tal máxima, que
tem como base a precisão e o controle, torna-se o principal roteiro para as nossas atividades.
Assim, se pensarmos na organização e nas nossas atividades como uma máquina, teremos a
intenção de administrá-las como se fossem. Esperaremos que tudo e todos funcionem como
um conjunto de engrenagens, que se interligam em um processo cujos papéis estão
claramente definidos e programados.
A forma mecânica de pensar está tão enraizada nas nossas concepções sobre uma
organização, que é muito difícil administrá-la de outra forma. Assim, queremos implantar um
modelo em que todos são percebidos como componentes, inclusive o próprio homem que
passa a ser tratado como uma parte da máquina organizacional.
Nesse ambiente, que descreve a organização de forma verticalizada e rígida, tudo segue em
uma relação de causa e efeito. O que gera a falta de visão sobre os detalhes do funcionamento
de uma organização. Enxergamos somente o superficial, não se faz um bom diagnóstico dos
problemas.
Sem verificar quais são realmente os fatores originadores dos problemas, atacamos somente
os sintomas. Como fazemos muitas vezes com os sintomas do stress ou de uma gastrite em
nosso organismo, tratamos a dor de cabeça com um analgésico, desse modo, enganamo-nos
quanto às soluções.
Contudo, tal visão não tem somente pontos negativos, pois algumas vezes ela pode também
ser necessária e altamente eficaz (MORGAN, 1996; 2002). O que podemos perceber é que a
visão mecanicista vai funcionar bem em situações que:
Nesse tipo de ambiente, as pessoas percebem que possuem uma permissão para errar, mas
têm também uma quota para os erros. Essas pessoas podem adotar um comportamento de
omissão como: "não vou me incomodar para corrigir os erros, vou deixar isso para a próxima
etapa ou para os inspetores".
As limitações dessa metáfora estão em criar organizações que tenham uma incapacidade de se
adaptar às mudanças, o que pode acontecer justamente pela perda do significado dos
controles – "burocratismo". O efeito dessa situação é a desumanização do ambiente de
trabalho.
Além disso, as organizações que são mecanizadas perdem a oportunidade de evoluir e crescer.
O foco da organização se torna a eficiência e não mais a eficácia. O fazer e obedecer se torna
mais importante do que os resultados.
A visão das organizações como organismos vivos possuem uma lógica diferente da visão
anterior, pois ela está apoiada em conceitos biológicos. Essa metáfora defende que os
indivíduos e os grupos, assim como os organismos biológicos atuam de forma mais eficaz
quando suas necessidades são satisfeitas (MORGAN, 1996; 2002).
Tal visão defende que uma organização existe como uma entidade viva, em constante
mutação, interagindo com seu ambiente interno e externo na tentativa de satisfazer suas
necessidades e adaptar-se às circunstâncias. Desse modo, podemos entender que a
organização a exemplo de uma lagarta para virar uma borboleta, está em um processo de
mutação e interação com o meio ambiente.
A metáfora citada faz uma crítica aos conceitos da administração científica de Taylor e os
princípios de administração de Fayol, ou seja, propõe uma quebra de paradigma da visão
mecanicista da organização.
Portanto, o enfoque orgânico desta metáfora reforça os ideais e os valores humanos, além da
ênfase na biologia defendendo uma organização flexível e que interage com o ambiente
externo.
Os valores humanos são compostos pelos conceitos apresentados pela Teoria das Relações
Humanas com Elton Mayor, depois complementadas pelas ideias de Maslow com a pirâmide
das necessidades e Herzberg com a Teoria dos dois fatores (MAXIMIANO, 2011).
Além destes, também são princípios norteadores desta metáfora os conceitos da Teoria dos
Sistemas, na Teoria da Contingência Estrutural e da Teoria da Ecologia das Populações
Organizacionais. A primeira já foi tratada em aulas anteriores, já as outras duas serão tratadas
em aulas futuras.
Essas três teorias compõem uma estrutura lógica que justifica o funcionamento do sistema
orgânico organizacional como um sistema aberto. Sendo esse sistema composto por processos
em um fluxo contínuo, em uma relação de partes interligadas e interdependentes. Diferente
da visão mecanicista que identificava a organização como uma coleção de partes relacionadas,
como um conjunto de engrenagens.
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, veja o infográfico abaixo. Este
infográfico faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
INFOGRÁFICO
Uma organização vista como organismo vivo leva em conta as necessidades e as relações com
as pessoas, além da interação com o ambiente externo. A organização é vista como
um sistema sociotécnico, sendo este caracterizado por conciliar as necessidades humanas com
a eficiência do sistema técnico organizacional.
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, assista a animação abaixo. Esta
animação faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
ANIMAÇÃO
Seguindo as orientações da metáfora da organização como organismo vivo, pode-se dizer que
para que uma organização seja bem sucedida depende da habilidade da alta administração em
interpretar as condições que enfrenta, para assim adotar em curso de ação significativo.
Na próxima aula, vamos entender como uma organização pode se tornar auto-organizada.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida-a com seus colegas e professor.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
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EXERCÍCIO
Com base no conteúdo aprendido nesta aula, clique no botão a seguir e complete o quadro.
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PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL
VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Metáfora da
organização vista como um cérebro0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
Na aula anterior, falamos sobre a diferença entre as organizações vistas como máquinas e as
organizações vistas como organismos vivos. Nesta aula, vamos apresentar as ideias da
metáfora que explica as organizações vistas como um cérebro.
Em aulas anteriores, foi deixada uma pergunta que tratava de como gerir uma organização do
século XXI com base em paradigmas antigos. A resposta não é tão simples, mas podemos dizer
que esta metáfora de Morgan (1996; 2002) traz uma série de dicas de como construir uma
organização que esteja mais bem preparada para o cenário que se constrói.
Ver a organização pelo funcionamento de um cérebro é entender que ela deve possuir a
capacidade de se organizar e se reorganizar, estando assim preparada para lidar com as
mudanças constantes, demonstrando competências e habilidades para a auto-organização.
ANIMAÇÃO
Nesse tipo de organização, o todo se transforma no resultado da soma das partes previamente
planejadas, levando em conta que cada uma dessas partes da organização deve ter a
capacidade de perceber e interagir com o todo. Isso realmente cria um sistema sinérgico e
inteligente.
Assim, quanto maior o grau de incerteza no ambiente, mais difícil é programar e rotinizar as
atividades de uma organização. Geralmente, os gestores as tentam fazer pela criação prévia e
estruturada de respostas para os problemas do cotidiano de uma organização. Normalmente,
é utilizado da hierarquização para lidar com situações razoavelmente certas, previsíveis e
constantes.
Contudo, as organizações vistas e administradas como um cérebro leva a criar novas formas de
organização, o que gera sistemas de processamento de informações espalhados por toda a
organização, em lugar de somente confiná-las a unidades especiais ou áreas funcionais.
Para entender esse tipo de visão, faz-se necessário o resgate dos conceitos da Teoria Geral dos
Sistemas vistos anteriormente, principalmente dois deles, que são:
Com base no exposto até agora, pode vir à mente uma pergunta: como fazer para uma
empresa ser capaz de aprender de maneira semelhante a um cérebro?
Para facilitar neste raciocínio, e na possível construção de uma organização como um cérebro,
é importante conhecer dois modelos. O primeiro utiliza os princípios da cibernética. O
segundo fala nas características de uma organização como um sistema holográfico.
Vamos entender, inicialmente, os princípios da cibernética, sendo ela uma ciência que une
diversas áreas do conhecimento de forma integrada, seu foco está na informação,
comunicação e controle.
Esse sistema deve ser capaz de relacionar as informações percebidas com as normas
operacionais que guiam o sistema comportamental da organização.
Esse sistema deve ser capaz de detectar os desvios significativos entre as informações
obtidas e as normas operacionais.
Esse sistema deve ter autonomia para iniciar uma ação corretiva quando necessária.
Como dito anteriormente, outra forma de dar inteligência para uma organização é construí-la
como um sistema holográfico (MORGAN, 1996; 2002). Este funciona como um sistema
autônomo, ou seja, independe do todo para se reconstruir. Cada parte desse sistema contém,
nela mesma, informações necessárias para tal.
O sistema holográfico é construído com base no que foi desenvolvido com os conhecimentos
sobre o laser. A holografia usa uma câmera sem lentes para registrar o todo em suas partes.
Assim, como dito anteriormente, cada uma de suas partes isolada traz arquivado em si mesma
informações do todo.
Requisitos de variedade: o sistema deve ser tão complexo quanto o ambiente que se
atua ou se quer atuar.
Tais princípios são usados de tal forma que exista um processo de criação da auto-organização.
Vale ressaltar que quanto a construir o todo em cada uma de suas partes, esse é um dos
conceitos principais da visão sistêmica. Já quanto à redundância, temos de explicar melhor
para podermos entender.
Um processo redundante é aquele que possui uma repetição de atividades. Isso pode
acontecer de duas formas: a redundância das partes e a redundância das funções.
Para a redundância das partes, devem-se acrescentar partes extras ao sistema, como o
incremento de novas especializações. Ocorre quando sobrepomos no processo inspetores ou
supervisores, assim, podemos garantir ao sistema que tudo seja realizado da forma como foi
previsto. Esse tipo de redundância pode ser vista de forma mecanicista, como uma forma de
controle.
Para o item requisito de variedade, uma organização deve estar em constante interação com o
ambiente externo, deste modo poderá incorporar e lidar com as diversas demandas que
deverão enfrentar. Isso cria um equilíbrio homeostático no sistema organizacional.
Antes de passarmos para o último princípio, vamos fazer um apanhado dos quatro anteriores.
Eles são complementares em sua execução, pois quando temos o todo em cada uma das
partes, criamos uma redundância do sistema que deve ser tão complexo quanto o ambiente
em que vai atuar. Além disso, como há uma competência para essa atuação, não é necessário
um roteiro detalhado, mas um objetivo a ser alcançado.
Para finalizarmos, vale a pena ressaltar que para uma organização funcionar como um cérebro
e caminhar para a auto-organização, é necessário mudar as crenças e atitudes com relação ao
poder, ou seja, é importante rever o comportamento da organização. Esse será o assunto de
nossa próxima aula: Organização como Culturas e Organização como Sistema Político.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
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MORGAN, Gareth. Imagens da Organização: Edição executiva. São Paulo: Atlas, 2002.
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PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL
VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Metáforas das
organizações vistas como cultura e sistemas políticos0:00100%AudimaAbrir menu de opções
do player Audima.
Na aula anterior, você ficou sabendo sobre as características de uma organização vista como
um cérebro. Falamos de como tornar uma empresa flexível, dinâmica e autogerenciada, todos
os elementos funcionando como o caminho para capacitar a organização para o processo de
"aprender a aprender".Vale a pena ressaltar que um dos principais requisitos para o bom
funcionamento desse tipo de organização é o desprendimento pelo poder, sendo este um dos
grandes motivos da mecanização do sistema organizacional. Assim, um gestor para administrar
corretamente deve entender o ambiente em que está atuando para que possa interagir com
ele. Um dos componentes importantes que deve ser levado em conta no ambiente
organizacional é a cultura. Mas o que é a cultura da organização?
A cultura é representada pelas crenças, valores, rituais, costumes e, também, pela exclusão do
que é diferente. Para entendermos a cultura da organização, temos que vivenciá-la, pois uma
cultura não pode ser decretada ou imposta. Ela se desenvolve durante o processo de interação
social (MORGAN, 1996; 2002).
Como já foi dito, a cultura não pode ser imposta. Um gestor geralmente influencia o
comportamento das pessoas, mas a alteração dele ao longo do tempo pode levar à construção
de uma nova realidade organizacional, ou seja, uma nova cultura organizacional.
Buscar administrar e planejar as organizações com um olhar para seus valores, crenças e
outros padrões de significados compartilhados serve para entender o caráter e a identidade de
uma organização. Assim, um gestor poderá adotar uma postura condizente com está
realidade.
Morgan (1996; 2002) destaca que o Japão representa uma potência industrial, além de servir
como base de estudo para entender a cultura corporativa. Seus princípios culturais norteiam a
vida organizacional, criando uma filosofia de trabalho e condução da vida social dentro e fora
das organizações.
Um exemplo claro da força dessa cultura para o sucesso de uma organização é que as pessoas
que colaboram para alcançar os objetivos organizacionais acreditam que o sucesso da
organização contribui também para o sucesso de seu país.
Assim, os slogans e as crenças podem transmitir valores centrais em torno dos quais uma
organização é construída, o que simboliza uma importante fonte da filosofia de uma
organização. Nesse contexto, descobre-se que a cultura representa uma realidade que é
compartilhada pelos seus membros.
Aliás, quando se observa a existência de grupos coesos, pode ser verificado que estes são
formados em torno de entendimentos comuns. No entanto, os grupos fragmentados, ou
podemos dizer os agrupamentos de pessoas, tendem a ser encontrados quando há realidades
múltiplas na organização.
Uma boa cultura chega a ser mais importante do que o melhor dos modelos de gestão, pois se
as pessoas não estiverem comprometidas e compartilharem dos mesmos ideais e objetivos da
organização, nada sairá como planejado.
Tais conceitos e ideias levam à construção de uma organização com identidade própria. O que
gera o compartilhamento e o aceite das normas e regras que conduzem a realidade
organizacional, se essas normas e regras forem quebradas, inevitavelmente a harmonia do
ambiente entrará em colapso.
Assim, podemos dizer que uma organização pode ser equiparada a uma microssociedade,
onde há normas e regras próprias que estabelecem como as pessoas devem agir e se
comportarem.
Morgan (1996; 2002) destaca que a organização nesse ponto pode também ser vista como
um sistema político, ou seja, um ambiente onde existem relações de interesses, conflitos e
lutas pelo poder.
As situações em que a política nasce estão diretamente ligadas aos momentos em que ocorre
uma divergência de opiniões, o que cria uma tensão que pode ser resolvida por meios
políticos, quer dizer, pela conversa e pela negociação.
A política e o jogo político fazem parte da vida organizacional, e essa prática não
necessariamente retira a funcionalidade ou a operacionalidade de uma organização.
Vale lembrar que a atividade política permite encontrar meios de negociação quando os
interesses são conflitantes e, quase sempre, há interesses distintos em uma organização.
Podemos dizer com isso que um gestor deve entender o ambiente político de uma organização
e levá-lo em conta na sua tomada de decisão. Porque não adianta trabalhar somente com a
racionalidade do processo, pois para sua efetivação também são necessárias a interação e a
negociação entre as pessoas para a execução das tarefas.
Esta imagem faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
COMPLEMENTAR
No dia a dia de uma organização, diversas atividades devem ser planejadas e executadas.
Contudo, uma coisa é colocar o processo e as metas no papel, outra é a sua execução.
Assim, uma organização muitas vezes tem que aceitar soluções satisfatórias, em lugar de
ótimas para os seus problemas. Para isso deverá usar da negociação e da flexibilidade, pois
essas se tornam ferramentas mais importantes do que a racionalidade técnica do processo.
Para que o gestor possa agir de forma eficiente e eficaz no ambiente de trabalho, se faz
necessário estabelecer uma forma de governar a organização. Algumas das variações mais
comuns das regras políticas encontradas nas organizações são:
Autocracia: poder de um indivíduo ou de um pequeno grupo que trabalha com base
em um poder absoluto (hierarquia).
Cogestão: as opiniões são aceitas em função de interesses mútuos para o bem comum
da organização.
Essas formas de governo podem ajudar a minimizar os conflitos nas organizações sempre
presentes. E qualquer que seja sua razão ou sua forma, a sua origem residirá em algum tipo de
divergência de interesses que podem ser reais ou percebidos. O fato é que o comportamento
político representa uma resposta bastante natural às tensões criadas entre as pessoas e a
organização.
A habilidade de usar as regras e normas em uma organização para obter vantagens sobre
alguém é uma importante fonte de poder. Nas organizações, as relações de poder e a luta por
ele definem o que pode ser negociado, preservado ou modificado no ambiente.
Desse modo, um gestor deve identificar as fontes e origens do poder para assim administrá-
las. Algumas das fontes de poder identificadas em uma organização são:
Essas entre outras fontes de poder da organização dão relativo autoridade para as pessoas que
as controlam. Podemos ficar sob seu controle por depender de um carimbo em um
documento, uma informação para prosseguir com um trabalho ou recursos, como transportes
e verbas.
Uma das limitações dessa metáfora é que se um administrador visualizar uma organização
somente como um sistema político, ele pode só enxergar conflitos e interesses em todos os
lugares. Assim, qualquer um que chegar perto dele poderá ser visto como um interesseiro.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
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VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Metáfora das
organizações vistas como prisões psíquica0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player
Audima.
Desse modo, podemos dizer que o comportamento das pessoas dentro da organização deve
ser observado e levado em conta, para assim constituir os processos organizacionais e as
respectivas atividades que deverão ser executadas. Essas ideias reforçam a visão de que as
atitudes das pessoas na organização podem influenciar de forma negativa ou positiva em seu
ambiente.
Para tanto, Morgan (1996; 2002) destaca que as pessoas de modo geral são levadas a
comportamentos que as aprisionam, ou seja, as pessoas tendem a ficar prisioneiras de suas
ideias, pressupostos falsos, crenças preestabelecidas, além das regras operacionais que não
são questionadas.
Esses elementos combinados compõem uma maneira das pessoas perceberem o universo ao
seu redor, o que muitas vezes funciona como um ponto de vista estreito. Quer dizer que
vemos em determinadas situações o que queremos ver, mesmo que isso ocorra de forma
inconsciente, embora o que se apresenta contradiga tal pensamento.
Este é um bom exemplo do paradoxo dito em aulas anteriores, pois as aparências constroem
uma realidade percebida, que pode ser adotada como conhecimento e usada para influenciar
na tomada de decisão.
Uma história que ilustra essas ideias sobre o aprisionamento pelos pensamentos é a famosa
alegoria da caverna descrita por Sócrates, em "A República", de Platão. Ele descreve um grupo
de pessoas que está de frente para uma fogueira crepitante. Essas pessoas expõem suas ideias
e pensamentos de tal forma como percebem a realidade a sua volta.
Contudo, a realidade descrita por essas pessoas que estão aprisionadas em uma caverna
subterrânea, cuja entrada volta-se para uma fogueira, não passa do reflexo nas paredes de
tudo o que se passa na sua frente. De tal forma que a única verdade que se vê são as sombras
obscuras refletidas.
Ali, o mundo a volta dessas pessoas se apresenta com uma deformidade e irregularidade que
assombra. Mas se um dos membros desse grupo sair da caverna e conseguir verificar que a
realidade, é muito mais do que os reflexos obscuros nas paredes. Este vai ser identificado
como louco. Além disso, ele não conseguiria mais compartilhar da realidade ainda percebida
por seus companheiros.
Então, podemos perceber que as pessoas tendem a adotar as aparências como realidade. O
que pode ser reforçado pelo pensamento coletivo, que é o sentimento de realidade
compartilhado pelos membros de um grupo.
Como falamos anteriormente, esse tipo de situação constrói paradigmas que conduzem a vida
de uma sociedade ou de uma organização. Isso pode ser percebido na própria explicação da
organização, que se torna uma prisão que o homem pode imaginar e criar. Tal realidade pode
desenvolver nos membros dessa organização um sentimento negativo, que influencia
diretamente no alcance dos seus objetivos.
As pessoas podem estar presas nas armadilhas de seus próprios pensamentos, ideias, crenças
ou preocupações. Isso pode levar ao medo e à insegurança quando se organiza o mundo a
nossa volta.
Algumas das formas de organizar essa realidade a nossa volta são manifestadas com base em
pensamentos ou sentimentos, alguns destes exemplos são:
Medo da morte.
Essas e outras formas de tentar controlar o mundo a nossa volta é o resultado da tentativa de
dar sentido e significado ao que vemos e percebemos. Assim, o que não tomamos consciência
segue um fluxo de significados que são compartilhados pelo pensamento coletivo. Essa visão
da vida torna a existência das pessoas alienante.
Quer dizer, as pessoas ficam ausentes ou alheias à realidade a sua volta, dependendo assim
das armadilhas criadas pelo inconsciente. Uma situação que pode ser facilmente percebida
neste novo século, pois conduzimos nosso dia a dia muitas vezes no automático. Começamos e
terminamos uma semana como se não percebêssemos o que está acontecendo a nossa volta.
Essa situação leva a uma sensação de vazio e angústia na maioria das vezes. Realizamos muitas
atividades e não paramos um instante, mas no fim de um período ou de uma semana, a
sensação é de que não fizemos nada. Por isso, vivemos algumas vezes aprisionados em nossas
próprias histórias de vida.
Duas visões importantes sobre o aprisionamento das pessoas em suas próprias mentes são
descritas por Freud e Jung.
Freud acreditava que alguns transtornos são causados por motivos psicológicos e não por
problemas fisiológicos. A técnica da psicanálise utilizada por Freud demonstrou que se atribui
pensamentos e ações a conflitos e motivos inconscientes.
Com base nessa ideia, Myers (2006, p. 424) salienta que a personalidade humana "origina-se
de um conflito entre nossos impulsos biológicos agressivos em busca de prazer e as restrições
sociais que foram interiorizadas contra eles".
Entre as diversas ideias apresentadas por Freud, sua grande contribuição para a psicologia foi o
estudo do inconsciente e o conflito entre os impulsos biológicos e as restrições sociais.
Para uma compreensão do real significado do que é feito ou dito em uma organização, faz-se
necessário levar em conta a dinâmica e interação do inconsciente das pessoas. Uma vez que
esse inconsciente, segundo Freud, é criado quando as pessoas reprimem seus desejos e
pensamentos secretos. O que também é usado para lidarmos o com o nosso mundo exterior.
Jung por sua vez atribuiu um grau de importância maior no inconsciente coletivo, sendo este o
resultado da interação dos pensamentos e sentimentos da mente individual, com a natureza a
sua volta em uma visão holística.
Um ponto importante nas ideias de Jung é a ênfase que ele dá aos arquétipos. Estes são
descritos como modelos ou padrões de comportamento que ligam o indivíduo ao inconsciente
coletivo. O que ordena os pensamentos das pessoas e dá sentido e organiza o mundo a sua
volta.
Jung nos apresenta uma maneira de compreender as relações entre a vida interior e a exterior,
sendo os arquétipos possuidores do papel de entender e organizar este mundo exterior. Isso
ocorre porque temos imagens simbólicas de uma atitude ou ação, que pode ser representada
por personagens como loucos, guerreiros, magos, sacerdotes, amantes, entre outros.
Este inconsciente que pode ser compartilhado por diversos membros da organização que
formam um arquétipo, quer dizer, um padrão de comportamento. E mesmo que a organização
tente reprimir ou suprimir por meio da racionalidade organizacional os arquétipos, estes
podem lutar para emergir e mudar a natureza do ambiente em que atua.
Com base nos conceitos apresentados pela metáfora da prisão psíquica podemos estabelecer
uma relação direta entre consciente e inconsciente das organizações. O que pode ser
verificado pelos medos, anseios, carências e arquétipos.
Dessa maneira, um gestor pode ficar mais sensível em relação aos diversos acontecimento e
atitudes presenciadas no cotidiano de uma organização. Além disso, um gestor também pode
direcionar essa energia inconsciente para atividades construtivas, eliminando ou minimizando
reações de inveja, raiva, agressão e ressentimentos que podem estar presentes de forma
oculta – inconsciente.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
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VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Organizações vistas
como fluxo e transformação e das organizações como instrumentos de
dominação0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
Na aula passada, falamos de como uma organização pode apresentar uma realidade baseada
na racionalização por meio dos processos organizacionais, mas, em contrapartida, esconder
sentimentos que aprisionam seus indivíduos. Como descrito nessa mesma aula, as pessoas
possuem uma tendência toda especial para criar prisões mentais para elas mesmas.
Heráclito observou que tudo flui e se transforma e que nada permanece igual. Ele usa como
exemplo a situação de que uma pessoa dificilmente colocará o pé no mesmo rio duas vezes,
pois este possui um fluxo e uma mudança constante. Aparentemente, o rio está em um estado
relativamente imutável e permanente nele mesmo, mas ele somente possui uma aparência de
estabilidade por que flui e sofre influência do ambiente.
Desse modo, a lição que fica para nós gestores é que a única coisa que podemos ter certeza é
que as coisas mudam. Mesmo quando o que se apresenta tenha similaridades com a situação
anterior, estaremos de frente para uma nova situação, que deverá ser tratada como tal.
Tente lembrar-se das mudanças ocorridas nos últimos tempos, só para citar algumas, podemos
falar da internet, da globalização, da tecnologia computacional, da câmera digital, entre
outras.
Podemos dizer que algumas destas mudanças ocorridas transformaram a ordem vigente, o que
conduziu a novos comportamentos e a construção de novos paradigmas. Assim, é certo
afirmar que as mudanças dão forma à vida social.
Aliás, uma organização não está alheia ao fluxo e transformação de uma sociedade ou do seu
ambiente, pelo contrário, ela deve ser um agente ativo nesse processo. E este intercâmbio
entre a realidade interna e as mudanças externas promove a criação de novos produtos,
processos e até mesmo de novos modelos de organizações.
Portanto, devemos compreender as forças que moldam a natureza das organizações no nível
da interação social, que é o resultado das relações e dos conflitos que podem gerar um novo
elemento, este que pode ou não ter similaridades com o anterior.
Com base nessas ideias, podemos dizer que os principais problemas que as organizações
modernas enfrentam originam-se das mudanças em seu ambiente. O que é gerado porque não
entendem a sua identidade ou a sua finalidade de negócio.
Muitas vezes uma organização toma para si como identidade ou finalidade de vida a produção
de um bem ou a prestação de um serviço, mas seu verdadeiro negócio vem da interação ou
atuação no ambiente em que está inserida.
Imagine quantos produtos já deixaram de ser fabricados por mudanças no ambiente, assim se
as organizações que fabricam estes bens insistissem no produto, só estariam jogando dinheiro
fora. Quantas fábricas de máquinas de escrever você espera para serem inauguradas nos
próximos anos?
Assim, como foi dito anteriormente, a única certeza que podemos ter é que as coisas mudam.
Além disso, o futuro das coisas dependerá de uma série de acontecimentos inter-relacionados.
Olhando para essa interação das organizações com o ambiente externo de forma sistêmica,
pode-se dizer que os eventos surgem em um fluxo contínuo constituído por uma relação de
ação e reação.
A importância dessa metáfora para um gestor está em perceber que o futuro de uma empresa
está relacionado com os diversos elementos que interagem em um mesmo ambiente. Assim,
uma organização que não modifica sua atitude perante essas mudanças poderá estar fora do
jogo.
Além disso, podemos ainda ressaltar que as mudanças ocorrem geralmente em círculos e não
linhas retas. Isso faz com a tarefa de monitorar e agir no ambiente se torne muito difícil.
Assim, tal metáfora segue a ideia de que nada no universo é estático, tudo flui e muda. Logo,
uma organização pode ganhar uma aparência de estabilidade ao longo do tempo, mas ela
deverá continuar em um processo de mudança.
Morgan (1996; 2002) descreveu as organizações como um ambiente em que a luta constante
pela sobrevivência a leva uma organização a usar seus empregados, as comunidades em que
atuam e o mundo econômico para atingirem seus fins. Isso geralmente é feito de forma a
explorar os seus recursos.
Nessa metáfora, as organizações são vistas como o reflexo das divisões de classe. Os níveis
hierárquicos mais altos dominam e exploram os mais baixos. A essência da organização
repousa sobre um processo que funciona como um instrumento de dominação. Esse
ambiente e seu cotidiano demonstram como certas pessoas impõem seus desejos sobre as
outras.
Uma referência importante para entendermos esta metáfora são as ideias de Max Weber
sobre a dominação. Weber (apud MOTTA; VASCONCELOS, 2002) descreve que um indivíduo
pode exercer o poder sobre outro por três formas, que são:
Carismática: Está ligada ao poder exercido por um líder.
Essas três formas de poder podem ser utilizadas de forma negativa oprimindo as pessoas de
uma organização. Quer dizer que os indivíduos não poderão exercer suas vontades, pois serão
submissos ao sistema de poder organizacional. Este regime é dedicado à obediência e à
autoridade.
Essa forma de ver a organização está ligada as organizações como sistemas políticos, pois a
utilização da organização como um instrumento de dominação pode ser caracterizado como
uma forma de governar.
Um exemplo salientado por Morgan (1996; 2002) é o das pirâmides do Egito. Quando olhamos
do ponto de vista da obra ou do monumento arquitetônico, vemos grandes e belas
engenhosidades da humanidade.
Contudo, se olharmos pelo ponto de vista de sua execução e realização, veremos o trabalho
pesado e o prejuízo de várias vidas perdidas neste processo. Estas que foram usadas para
servir e glorificar alguns poucos privilegiados.
Aqui encerramos as oito metáforas descritas por Morgan. Você lembra qual é o significado e a
necessidade de aprendermos estas metáforas?
Para responder a esta pergunta, volte para aula número seis e reveja o descritivo de cada uma
delas. Verifique se realmente essa descrição representa a ideia central de cada visão.
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Teoria da contingência
É possível que você tenha dito que é mais fácil responder: Qual é a organização que não opera
em um ambiente como esse?
Portanto, podemos dizer que o ambiente externo influencia no modo como as organizações
operam e obtêm seus recursos. Esta interação com o ambiente se dá tanto no nível do
ambiente da tarefa, ou aquele próximo à organização, quanto no ambiente geral,em que
surgem as condições macroambientais (MORGAN, 1996).
A teoria da contingência estabelece que não existe um tipo de organização único que seja
altamente confiável e efetivo para todas as situações ou ambientes. Assim, quando verificamos
o dia a dia de uma organização, percebemos que há diversos fatores que contingenciam seu
funcionamento, sejam eles a estratégia, o seu tamanho, as incertezas com relação às tarefas
ou a evolução tecnológica (MAXIMIANO, 2011).
Desse modo, o foco principal da teoria da contingência está na forma como a estrutura
organizacional é constituída, de maneira a satisfazer as necessidades do ambiente e as tarefas
daí originadas. Esse pensamento é contrário ao que ocorria anteriormente, pois até o final dos
anos 1950 a escola clássica da administração determinava que só havia uma única estrutura
organizacional que seria altamente efetiva para todos os tipos de organização.
Contudo, já na Teoria das Relações Humanas criticava-se essa estrutura com estilo top-down,
ou seja, um modelo de organização que impõem uma racionalidade e obediência ao seu
funcionamento. A ideia que se prega a partir desse questionamento era a de que a organização
do trabalho emergia da dinâmica dos grupos, em um estilo botton-up, de baixo para cima.
Desse modo, a Teoria da Contingência é um passo além da Teoria Geral dos Sistemas. Quer
dizer que suas ideias complementam as ideias lançadas inicialmente, porque ela adverte que
uma organização é um sistema composto de subsistemas e delineado por limites identificáveis
em relação ao seu suprassistema ambiental, sendo este responsável pelas diversas alterações
no sistema organizacional.
Essa teoria nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para verificar os modelos de
estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias. A utilização do
termo "Teoria da Contingência" foi usada inicialmente por Laurence e Lorsh, em um artigo de
1967 (MOTTA; VASCONCELOS, 2004).
Esses autores verificaram que uma organização se move mudando suas características
inadequadas para as adequadas, de acordo com as mudanças e incertezas ambientais. Assim,
pode-se dizer que um crescimento ou um planejamento sem contemplar ajustes na estrutura
de uma organização podem levar a uma ineficiência.
Assim, ela mantém transações e intercâmbio para a obtenção de recursos. Isso faz com que
tudo o que ocorra externamente no ambiente passe a influenciar internamente na
organização. Dessa forma, chegou-se a conclusão nessa Teoria de que não há uma única e
melhor forma de se administrar uma organização.
A ideia central da Teoria da Contingência é de que não há um método ou técnica válidos para
todas as organizações. Além disso, não há também nada ótimo ou ideal para todas as
situações. O que realmente existe é uma variedade de alternativas de modelos ou técnicas,
que poderão ser adequados para uma situação específica (CLEGG; HARDY; NORD, 1998).
Aliás, a aplicação da Teoria da Contingência leva em conta duas variáveis que determinam toda
a organização da empresa e os relacionamentos entre suas partes, o ambiente e
a tecnologia (MAXIMIANO, 2011).
Para o primeiro item nós falamos que está relacionado ao ambiente externo, divido em dois
perímetros: o Geral e o da Tarefa. O ambiente geral é aquele comum à todas as organizações
do macrossistema ambiental. Já o ambiente da tarefa é o ambiente direto à organização (se
tiver dúvidas volte ao conteúdo anterior).
Para a segunda variável, a tecnologia, podemos afirma que é algo que se desenvolve por meio
dos conhecimentos acumulados e desenvolvidos ao longo do tempo. A tecnologia possui como
significado a execução das tarefas, ou seja, o know-how, mas também é identificada pelas suas
manifestações físicas, como as máquinas, os equipamentos, as instalações, além da enorme e
complexa rede de instrumentos e ferramentas utilizados no processo de transformação do
sistema organizacional.
A teoria da Contingência sustenta que a estratégia leva à estrutura. Contudo, autores como
Hall e Saias (1980 apud CLEGG; HARDY; NORD, 1998) argumentam que a estrutura leva a uma
estratégia adequada. Assim, os autores defendem que a maior parte das organizações se
adequam adaptando a estrutura à estratégia.
Uma estrutura traz em sua aplicação uma complexidade relativa ao ambiente em que opera ou
se propõem a operar. Contudo, nem sempre a complexidade do ambiente é levada em conta
para construir uma estrutura adequada para uma organização.
Na próxima aula vamos entender como construir uma estrutura organizacional e que tipos de
estruturas podemos montar.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
Referências
CARAVANTES, Geraldo G.; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, Mônica C. Administração: teorias e
processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
CLEGG, Stewart R.; HARDY, Cyntia.; NORD, Walter R. (Org). Handbook de estudos
organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. São Paulo:
Atlas, 1998, vol. 1.
DAFT, L. Richard. Organizações: Teoria e Projetos. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabela Francisca Freitas Gouveia de. Teoria
Geral da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
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VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: AVA
UNINOVE0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
A estrutura de uma organização é constituída com base na alocação dos recursos que servirão
para alcançar os objetivos propostos. Assim, essa organização das partes servirá para compor
um todo ordenado ou estruturado seguindo determinados critérios ou princípios
(MAXIMIANO, 2011).
Um gestor deverá estabelecer estes critérios da melhor forma possível para conduzir uma
organização a um fluxo positivo de recursos para que ela obtenha a eficiência e eficácia
desejadas (DAFT, 2008). Desse modo, para que esta função seja executada corretamente, você
deverá se atentar a três componentes chaves, que são:
A estrutura organizacional deve ser projetada para garantir uma comunicação eficaz,
coordenação e integração das atividades da organização.
Com base nesses três componentes, um gestor conseguirá iniciar o processo para projetar uma
estrutura organizacional adequada. Todavia, muitos administradores utilizam somente o
primeiro componente como balizador de sua estrutura, isto é, ele constrói uma estrutura
somente pensando em quem vai mandar em quem.
Este é um erro que muitos podem cometer, mas como já falamos as organizações que atuam
no ambiente competitivo do século XXI, devem estar preparadas para a flexibilização e a
mutabilidade do ambiente, além dos seus fatores contingenciais.
Assim, podemos dizer que a forma como você constrói a estrutura de uma organização vai
determinar se ela será competitiva ou não em seu ambiente de atuação. Uma estrutura deve
ser projetada para estabelecer interações que facilitem a melhor utilização dos recursos para o
alcance dos objetivos, não somente estipule relações de subordinação e controle.
Além disso, uma estrutura fornece ligações verticais e horizontais com base no processamento
de informações que serão necessárias para o alcance das metas globais da organização (DAFT,
2008).
Estas ligações estabelecem como as pessoas conduzirão seus trabalhos, pois enquanto as
ligações horizontais são projetadas para criar relações de coordenação e colaboração, as
ligações verticais são criadas com o princípio de controle.
Desse modo, podemos ter organizações que são criadas e projetadas para uma relação de
eficiência. Mas também podemos ter organizações que são projetadas para a comunicação e o
aprendizado, o que da maior flexibilidade e agilidade ao fluxo de atividades de uma
organização.
Tipos de estruturas
Todavia, podemos dizer que o objetivo deste desenho organizacional chamado organograma
traz em seu conteúdo uma função muito mais importante. O desenho da organização
representa como ela estará apta ou não para responder as demandas do ambiente.
Portanto, um gestor deve identificar qual será a melhor forma para sua organização, quer dizer
qual será o desenho de sua estrutura (DAFT, 2008). Vamos falar de quatro formas básicas do
desenho organizacional: a estrutura funcional, estrutura divisional, estrutura matricial e
estrutura de redes virtuais.
A estrutura funcional é o desenho da organização que tem como foco a departamentalização
pelo critério funcional no seu primeiro nível, isso ocorrendo pelo agrupamento de pessoas que
executam funções ou processos similares sobre o mesmo controle (marketing, vendas,
finanças, etc.). Existe somente um grande centro de resultados e controle, geralmente essa
estrutura está associada a organizações verticalizadas e centralizadoras.
Isso ocorre por que muitas vezes a estrutura da organização linear e funcional fica limitada em
seus gargalos, mas quando utilizamos uma estrutura de rede de organizações interligadas, a
capacidade da organização depende das relações que ela estabelece com outras organizações.
Quer dizer que uma organização pode aumentar ou diminuir sua capacidade independente de
suas dependências ou estrutura interna. Diferente dos modelos anteriores, que dependiam de
instalações próprias e da contratação de novos empregados. Assim, diversas organizações
estarão ligadas por uma coordenação central das atividades para o alcance dos objetivos
propostos – Relações Interorganizacionais.
Como vimos anteriormente, o tipo de estrutura determina como será a operação de uma
organização. Muitas organizações projetam um tipo de estrutura e depois vão fazendo ajustes
para adequá-la às necessidades do ambiente (MORGAN, 1996).
Uma estrutura não está adequada quando ela apresenta alguns dos sintomas a seguir (DAFT,
2008):
Como destacado anteriormente, uma estrutura organizacional, muitas vezes, representa uma
série de linhas e caixas dispostas hierarquicamente – organograma. Contudo, uma estrutura
organizacional deve estar alinhada com os propósitos da organização e com as características
do ambiente em que se propõe atuar (JONES, 2010).
A Teoria da Contingência Estrutural estabelece que para atuar no ambiente externo de forma
eficiente uma organização deve projetar uma estrutura adequada. O acréscimo da palavra
estrutural é porque as organizações moldam suas estruturas para se tornarem mais aptas a
interagir no ambiente.
Desse modo, um gestor deve projetar uma estrutura interna seguindo os modelos acima para
controlar o ambiente em que atua de tal forma que alcance seus objetivos organizacionais.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
Estimule seu raciocínio com o jogo da forca, clique no botão a seguir.
EXERCÍCIO
Referências
CARAVANTES, Geraldo G.; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, Mônica C.Administração: teorias e
processos.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
JONES, Gareth R.Teoria das Organizações.6. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabela Francisca Freitas Gouveia de.Teoria
Geral da Administração.São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
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VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Teoria da
contingência estrutural: aplicação0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
A Teoria da Contingência Estrutural propõe que não existe uma estrutura única e adequada
para todas as organizações. Diversos fatores podem contingenciar uma estrutura, exemplos
desses fatores são: estratégia, tamanho, incerteza com relações as tarefas e a tecnologia
(CLEGG; HARDY; NORD, 1998).
Assim, um administrador precisa levar uma estrutura organizacional de uma forma inadequada
para uma forma adequada ao seu ambiente, uma vez que o grau de complexidade das tarefas,
tecnologia ou do ambiente fazem com que a administração saia de um modelo centralizado e
hierarquizado para modelos horizontais e mais flexíveis.
Como descrito na aula anterior, podemos projetar uma estrutura organizacional de forma
funcional ou levá-la a uma forma de redes virtuais. Quer dizer que dependendo do grau de
incerteza ou mutabilidade do ambiente podemos construir uma estrutura voltada para o
controle ou para a colaboração e o aprendizado.
Em contra partida, quando a incerteza das tarefas aumenta com a complexidade do ambiente
ou com a inovação e mudança constante da tecnologia, neste tipo de ambiente a hierarquia e
a centralização sedem espaço para as estruturas que contemplem a comunicação e a
colaboração entre suas partes.
Desse modo, podemos dizer que os estudos sobre a teoria da Contingência Estrutural tiveram
como base a evolução e a mudança dos sistemas organizacionais mecânicos para os orgânicos,
isso vem acontecendo graças à imprevisibilidade e a incerteza do ambiente em uma relação de
causa e efeito.
Diversos autores pesquisaram sobre estas mudanças nas estruturas, estes estabeleceram
parâmetros de estudo para a criação e identificação das organizações.
Um dos estudos de maior influência sobre esse enfoque foi o de Burns e Stalker nos anos 1950.
Os autores verificaram que a forma de gerenciar está ligada à situação que se procura resolver,
assim, cabe à gerência em um primeiro lugar interpretar o ambiente e determinar um modelo
adequado de organização.
Burns e Stalker (apud JONES, 2010) concluíram que organizações com uma estrutura orgânica
mostram-se mais eficientes em ambientes instáveis. Dessa forma, a maneira centralizada,
formalizada e padronizada de coordenar e motivar as pessoas interage melhor em ambientes
previsíveis e estáveis.
Joan Woodward foi outra autora que tratou sobre as contingências ambientais. Ela verificou
que há uma relação positiva entre a tecnologia e a estrutura nas organizações bem sucedidas
(MORGAN, 1996). Essa autora tratou a tecnologia como o principal fator contingencial para as
organizações.
Woodward identificou que as teorias mecanicistas são mais apropriadas quando a tecnologia
está ligada à produção em massa. Todavia, as organizações que utilizam a tecnologia para
produção de pequenos lotes, de unidades ou que utilizam um sistema de produção por
processos contínuos e dinâmicos necessitam de uma abordagem mais orgânica.
O trabalho que é considerado clássico para essa teoria é o de Paul Lawrence e Jay Lorsch em
1969. Estes autores buscaram identificar as características estruturais mais apropriadas para
lidar com diferentes situações ambientais. Assim, eles estabeleceram que existe uma lógica
entre as exigências ambientais, uma estrutura adequada para enfrentar o ambiente e um
melhor desempenho de uma organização (JONES, 2010).
O trabalho de Lawrence e Lorsch pode ser entendido como complementar as ideias de Burns e
Stalker. A grande diferença entre eles é que Burns e Stalker dividiram tipos de organizações. Já
Lawrence e Lorsch reconheceram que as organizações podem trabalhar com estruturas
mecânicas e orgânicas em diferentes partes de uma mesma organização (CARAVANTES;
PANNO; KLOECKNER, 2005).
Lawrence e Lorsch afirmaram que não há uma forma única e absoluta de administrar uma
organização. Eles estabeleceram uma relação que leva a uma palavra muito importante para
um gestor que é: depende. Quer dizer que a melhor forma organizacional ou de administração
dependerá de uma série de fatores e/ou situações.
Eles também disseram que devemos examinar o funcionamento das organizações em relação
às demandas de seus membros, bem como das pressões externas que esta organização deve
enfrentar. Isso leva a um processo de dependência entre os requisitos externos e as
necessidades internas para um melhor desempenho.
Ambientes em que haja taxas lentas de mudanças tecnológicas e incertezas são mais
apropriados para organizações altamente estruturadas (funcionais ou divisionais). Já
ambientes em que as situações são imprevisíveis são ideais para organizações menos
estruturadas e que possuam unidades especiais coordenadoras (matriciais ou redes virtuais).
Portanto, diferentes tipos de organizações são necessários para lidar com diferentes situações
de mercado e evolução tecnológica. Essas ideias podem ser descritas de tal modo que um
administrador leve em conta a complexidade do ambiente e a sua capacidade interna de
interagir com ele.
Tais características são descritas para contemplar uma relação entre estratégia, tipo de
estrutura, pessoas, tecnologia e estilo de gestão, e de acordo com a complexidade e
previsibilidade do ambiente, deve-se adotar uma estrutura ou administração adequada.
de gestão Reativo com a base na fixação de objetivos operacionais. Proativo com a criação de um sistema de apren
co Papéis rotineiros com pouca autonomia. Papéis complexos com muita autonomia.
cultural) Orientado para o trabalho econômico e instrumental. Orientado para a autorrealização no trabalho.
Subsistemas
Ambiente Estável e previsível Ambiente Tur
Organizacionais
Estratégia de gestão Reativo com a base na fixação de objetivos operacionais. Proativo com a
Com base nesse quadro e nas ideias de Lawrence e Lorsch, os administradores devem analisar
e fazer o diagnóstico quanto ao tipo de estrutura adequada para cada situação.
Sendo possível que dentro de uma mesma organização possam existir departamentos com um
grau mais alto de previsibilidade e estabilidade, o que requer um modelo mais mecanicista de
estrutura (produção e finanças). Contudo, nessa mesma organização podem existir
departamentos com um baixo grau de previsibilidade e estabilidade (Pesquisa e
Desenvolvimento e Marketing).
Esta situação leva a uma diferenciação das estruturas nos departamentos, o que requer dos
gestores uma integração da organização. O que necessita de uma decisão estratégica quanto
ao como conduzir uma organização.
Como já dissemos anteriormente, existem alguns autores que dizem que a estrutura leva à
estratégia. No entanto, o contrário também é verdadeiro, pois a estratégia pode levar a uma
estrutura.
A relação entre a estrutura e a estratégia está muito bem clara na Teoria da Contingência
Estrutural. Os conceitos apresentados descrevem um papel ativo e decisório na
responsabilidade do sucesso de uma organização.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
Referências
CARAVANTES, Geraldo G.; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, Mônica C. Administração: teorias e
processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
DAFT, L. Richard. Organizações: teoria e projetos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
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Teoria da ecologia das populações organizacionais
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PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL
VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Teoria da ecologia
das populações organizacionais0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
Para entender essa situação melhor, temos que inicialmente reconhecer que uma organização
faz parte de um ecossistema, e este por sua vez é constituído pelas diversas organizações e
outros elementos que compõem o meio ambiente em que ela atua.
Desse modo, para compreender a Teoria da Ecologia das Populações Organizacionais se faz
necessário lembrar os conceitos da biologia. Porque ela, como, ciência estuda as espécies de
plantas e animais, sua evolução por meio da interação e da dependência dos recursos
disponíveis no meio ambiente, ou seja, o seu ecossistema.
A Teoria da Ecologia destaca que o papel do administrador com relação ao ambiente é restrito,
sendo até passivo as mudanças ambientais. Esta relação organização-ambiente conduz a
um isomorfismo organizacional, o que remete a questão de que a seleção é oposta a
adaptação (ROBALO, 1995; FREEMAN; HANNAN, 2005).
Já a seleção leva em conta a disputa por recursos que são finitos e independem da estratégia
gerencial para uma espécie de organização. O ponto principal para as organizações é sua
dependência de recursos, pois pode considerar que o ambiente exerce uma influência crítica
nas organizações, concentrada nos fluxos de recursos que são cruciais e escassos (MORGAN,
1996).
Estes recursos são obtidos por meio das interações ambientais. Sendo que os recursos podem
ser identificados por entes tangíveis ou intangíveis disponíveis no ambiente para as
organizações. E a competição pelos recursos faz com uma organização esteja mais ou menos
apta à sobrevivência.
No entanto, como salientado por Freeman e Hannan (2005), são os processos de seleção que
regem a vida das organizações, visto que a adaptação é um processo virtualmente impossível
devido a um conjunto de forças que levam a uma inércia estrutural.
Quer dizer que a adaptação da organização ao ambiente está limitada pelas pressões inerciais,
isto é, a estrutura organizacional sofre pressões de elementos internos (arranjos estruturais) e
externos (restrições ambientais) que podem causar a inércia. Esta significando a falta de
movimento ou ação com relação às adaptações que deveriam ser necessárias para a
sobrevivência.
Para melhor compreensão devemos destacar que as pressões internas consistem em
investimento em fábricas, equipamentos, profissionais especializados, informações em posse
dos tomadores de decisão, políticas internas e a cultura organizacional.
Como se trata de um modelo análogo à seleção natural pode-se identificar a existência de três
estágios na seleção das organizações (BAUM, 1999), que são:
Assim, a teoria da ecologia das populações organizacionais reforça que o ambiente é um fator
crítico na definição de quais organizações terão sucesso ou quais falharão, o que leva a um
processo de darwinismo organizacional (FREEMAN; HANNAN, 2005).
Donaldson (1995 apud CUNHA, 1999), ressalta alguns aspectos que fazem parte da teoria da
ecologia organizacional, a saber:
O ambiente externo é "proativo" e cabe aos gestores um papel passivo e de resistência quanto
às mudanças impostas por este ambiente.
Levando em conta que são as populações de organizações que mudam, e não suas unidades,
essa teoria não serve como uma teoria prescritiva no que concerne às atividades de adaptação
organizacional.
A utilização da teoria darwiniana nos estudos organizacionais deve ser feita com precaução,
pois alguns aspectos devem ser levados em conta como o fato das organizações não herdarem
qualquer tipo de patrimônio genético de outras organizações.
Quanto ao papel do gestor nos resultados da organização, essa teoria não nega sua
importância, ela somente dá ênfase ao fator de que a influência do ambiente e a racionalidade
organizacional diluem-se na racionalidade populacional.
Para tanto, esta teoria tem a capacidade de colaborar com o desenvolvimento de estratégias
organizacionais, pois sensibiliza os teóricos e os gestores sobre as relações de causa-efeito.
Tratando as organizações como um item coletivo e não individual. Além disso, descreve o
ambiente como uma realidade socialmente construída.
Para a teoria da ecologia organizacional, a adequação das formas organizacionais ao meio, não
é tão importante para sua sobrevivência. As organizações não se adaptam ao meio ambiente,
pelo contrário, elas tendem a inércia conservando suas formas originais.
Todavia, é o meio ambiente que seleciona as organizações, ou seja, as espécies mais aptas à
sobrevivência e as que vão perdurar ao longo do tempo (FREEMAN; HANNAN, 2005).
Para um estudo das populações organizacionais se faz necessário para verificar quais fatores
do ambiente de negócios promovem esta seleção, como estrutura, tamanho e os tipos de
competências exigidos em determinado setor.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
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PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL
VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Teoria da ecologia
das populações organizacionais: aplicação0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player
Audima.
Nesta aula, vamos entender o funcionamento destes conceitos para as organizações. Você se
lembra daquela frase: "uma andorinha não faz verão". Se fizermos uma analogia podemos
dizer que uma única empresa não compõe um ambiente para sua sobrevivência.
Por isso devemos analisar e compreender o que acontece com a população de organizações
que vamos fazer parte. Entendendo quais são as suas características e como elas competem
pelos mesmos recursos. Na análise das populações organizacionais, podemos observar alguns
aspectos importantes.
Logo no início do ciclo de vida de uma população de organizações, as mais aptas tendem a
crescerem lentamente e substituírem progressivamente a espécie que predominava
anteriormente. Depois desse estágio e com a conquista de certo grau de confiabilidade e
legitimidade do setor, essa nova espécie de população de organizações passa a um
crescimento rápido e espetacular atingindo seu pico (BERNARDES; MARCONDES, 2003;
MORGAN, 1996).
Na sequência, por motivo da maior competição por recursos há uma queda brusca no número
de organizações, o que tende a se estabilizar até que ocorram mudanças nos fatores
ambientais novamente. Assim, podemos verificar a ocorrência destas situações quase sempre
que um novo tipo ou espécie de organização nasce.
Lembre-se das videolocadoras e lan houses. Estes tipos de organizações iniciaram seu ciclo
aumentando em muito o seu número no mercado, porém depois de um tempo começaram a
morrer por uma questão de seleção ou disputa por recursos (clientes, pontos, matéria-prima
etc.). No caso destas organizações houve um aumento por motivo das oportunidades de
negócios e demanda no mercado.
No primeiro caso, por motivo da pirataria e da nova modalidade de locação que é a virtual,
houve a criação de novas formas de locadoras. Ou seja, uma nova espécie de organização.
No segundo tipo de organização, podemos dizer que o maior número de acesso à internet nos
computadores pessoais e smartphones fez com que diminuísse a quantidade de clientes
dispostos a utilizar os serviços das lan houses.
Desse modo, pode-se dizer que em cada região ou setor o número de espécies não cresce
além de um máximo permitido pelos fatores ambientais. Este motivo que é ocasionado pelo
efeito da resistência ambiental ou por um fator inercial.
Como dito na aula anterior os fatores ambientais que levam à inércia podem ser
caracterizados por elementos tangíveis como disponibilidade de recursos (insumos,
transporte, etc.). E há elementos intangíveis como inovações ou pela legislação.
Contudo, por influência e pressão de fatores ambientais esta população sofre com a seleção
do ambiente. Primeiro pela escassez de recursos e, posteriormente, pela capacidade ou não
em disputar por estes recursos com organizações da mesma espécie.
Essa situação cria uma relação de semelhança nas características e comportamento da uma
espécie de organização, o que nós já denominamos de isomorfismo organizacional; ou seja,
uma espécie de organizações com a mesma forma e comportamento (ROBALO, 1995).
Desse modo, se analisarmos as organizações de forma isolada teremos pouco poder sobre a
determinação do seu destino. Então, temos que olhar para a população e a sua "teia de
transferência", que pode ser identificada analogamente com a cadeia alimentar na natureza
(BERNARDES; MARCONDES, 2003).
Além disso, essas transferências são realizadas por diversos elementos que estão diretamente
ligados à sobrevivência e ao funcionamento de uma organização. Estes são denominados
de agentes ecológicos que podem ser descritos como clientes, fornecedores, concorrentes,
bancos, mão de obra, governo, etc. (BERNARDES; MARCONDES, 2003).
ores Pontualidade nas entregas; facilidade nos pagamentos, qualidade dos insumos, etc.
ntes Política de preços; tipo de propaganda; qualidade de produtos; política de distribuição, etc.
Fornecedores Pontualidade nas entregas; facilidade nos pagamentos, qualidade dos insumos
Bancos Limites de créditos; custos dos financiamentos; agilidade nos processos, etc.
Como se pode notar há várias atividades de cada agente ecológico que podem sofrer uma
variação, o que leva a uma mudança no ambiente em que a organização está inserida, o que
também refletirá no seu desempenho e sobrevivência.
Segundo Bernardes e Marcondes (2003), essas variações determinam uma faixa de tolerância
e um ponto ótimo. E a análise deste ponto levará o estabelecimento de um ponto forte, que é
entendido como uma diferenciação conseguida por uma categoria de organizações, o que lhes
dá vantagem operacional em seu ecossistema.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
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Com base no conteúdo aprendido nesta aula, clique no botão a seguir e complete o quadro.
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Apresentar as ideias que diferenciam a relação entre sexo e gênero nos estudos
organizacionais e as ações de um administrador no comportamento de uma organização.
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PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL
VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça: Abordagem feminista
em estudos organizacionais0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
Nas aulas anteriores nós discutimos sobre as teorias ambientais e a influência dos diversos
fatores externos no sistema organizacional. Nessa aula vamos falar sobre a relação entre sexo
e gênero influenciando na sociedade e nas organizações. Contudo, antes vale apena responder
a seguinte questão: Qual é a diferença entre sexo e gênero?
Quando falamos da sociedade ou do ambiente organizacional, estamos tratando da interação
e do comportamento das pessoas. Desse modo, a resposta à pergunta anterior nos ajuda a
entender que uma coisa é falar do comportamento e outra é da biologia das pessoas.
Vamos explicar!
A discussão que está contida na categoria sexo descreve uma questão da biologia das pessoas.
Portanto, a classificação entre macho ou fêmea está relacionada a uma diferença biológica e
física entre os indivíduos de uma mesma espécie.
Então, se tratarmos sexo e gênero como algo idêntico estaremos cometendo um erro, pois
teremos tanto machos quanto fêmeas com comportamentos masculinos e femininos.
Inclusive, podemos verificar que algumas fêmeas terão um comportamento mais masculino
que alguns machos.
Esses conceitos, quando tratados no âmbito organizacional, servem para que busquemos
entender o que acontece muitas vezes em nosso ambiente, porque o que acontece em uma
organização é influenciado pelo sentimento e pelas ações do grupo de pessoas que o compõe.
Antes de descrevermos as diferenças entre os gêneros vamos entender como elas foram
construídas, pois como dissemos, o sexo é a representação de uma condição biológica de uma
espécie, já a condição do gênero é socialmente construída.
O homem consegue perceber o todo, pois suas atividades estavam voltadas para a observação
e a ação de forma rápida e contínua. Assim, esse mesmo homem consegue defender melhor o
seu território. Isso leva também ao desenvolvimento de características voltadas para a luta e
para a competição.
Já a mulher consegue se atentar aos detalhes e é mais cuidadosa com suas ações. Suas
habilidades e competências para a comunicação e para as relações interpessoais são mais
desenvolvidas, o que facilita os trabalhos direcionados para o grupo e para a cooperação.
Essas relações entre as atividades e as ações dos homens e das mulheres levaram a um padrão
de comportamento que criou estereótipos predeterminados para ambos. No quadro 1 são
descritos alguns desses traços de personalidade que conduzem às suas atividades.
Intuitiva
Emocional
Submissa
dedor Empática
o Espontânea
ente Materna
vo Cooperadora
Intuitiva
Emocional
Submissa
dedor Empática
o Espontânea
ente Materna
vo Cooperadora
Isto quer dizer que tanto homens quanto mulheres podem ser competitivos, espontâneos,
estratégicos ou ter qualquer outra dessas características e também pode ser usado para
descrever o comportamento de um grupo ou de uma organização.
Desse modo, podemos dizer que os traços característicos das pessoas ou dos grupos para
competir no século XXI estão mais ligados ao gênero feminino. Assim, as organizações devem
desenvolver seus indivíduos para a empatia, o coletivismo e a solicitude como descrito no
quadro anterior.
As diferenças entre homens e mulheres não ficavam restritas ao sexo. Essa classificação
biológica colocou a mulher muitas vezes em uma condição de desigualdade e indiferença.
Para uma mulher ter sucesso teria que se colocar no lugar do próprio homem, o que, em
alguns casos, fez com que ela se masculinizasse, obrigando-a a desenvolver características de
comportamento direcionadas para o controle e para o comando, para o poder e imposição.
Não podemos esquecer que a mulher no início do século passado não tinha uma série de
direitos, inclusive o de votar em seus governantes. Nas organizações, as mulheres
desempenhavam papéis com certo grau de importância, mas que muitas vezes tinham uma
menor visibilidade e pouquíssimas chances de progressão de carreira (SARTI, 2004).
Não só com relação ao salário, mas alguns postos colocados à disposição na organização eram
destinados somente aos homens. Desse modo, como dito anteriormente, a mulher acabou
adquirindo muitos dos comportamentos masculinos para competir e se manter em um
ambiente organizacional extremamente concorrencial.
Este aspecto da competição e da luta pelo poder para a construção do modelo de "mulher
profissional", fez com que ela desenvolvesse em alguns momentos um comportamento
masculino (SARTI, 2004; SMIRCICH; CALÁS, 1998), mas também fez com que, em muitos casos,
ganhássemos líderes competentes e um ambiente organizacional com características mais
humanistas. Podemos dizer então que o século XXI é feminino!
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios propostos e verifique seu
conhecimento. Caso fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida-a com seus colegas
e professor.
Depois de rever o conteúdo desta aula, solucione os exercícios de múltipla escolha propostos.
Lembre-se de que você poderá postar suas dúvidas no Fórum e ter auxílio de seus colegas e
professor.
EXERCÍCIO
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Apresentar a relação que existe entre a diversidade nas organizações e a construção de uma
identidade social organizacional, com base na soma das identidades individuais ou grupais.
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identidade nas organizações0:00100%AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
Na aula anterior você ficou sabendo sobre as diferenças entre sexo e gênero. Vimos o quanto é
difícil agregar o diferente em um ambiente dominado por uma consciência única e
homogênea. Isso mostra o quanto negamos e excluímos o que é diferente e essa situação é
uma constante em diversos ambientes organizacionais.
Esse aspecto faz com que seja difícil administrar a diversidade nas organizações,
principalmente quando falamos de organizações modernas, em que a globalização e a
internacionalização não se dão somente em seus negócios, mas em seus processos, na
contração de profissionais e no uso dos diversos recursos tangíveis e intangíveis disponíveis no
ambiente externo da organização (DAFT, 2008).
Os estudos que possuem como foco a diversidade, geralmente tratam da questão com uma
abordagem mais negativa. Quer dizer que tratam da discriminação e da exclusão das pessoas
em determinado ambiente ou ação, o que é feito para eliminar ou minimizar os conflitos
(CLEGG; HARDY; NORD, 1998; DAFT, 2008).
Para tanto, a diversidade é vista sob os temas relacionados à raça, gênero, etnia ou idade. Nas
organizações, os problemas que podem ser encontrados quando se fala em diversidade são o
racismo, o sexismo, heterossexismo, classista, físico ou qualquer outra forma de discriminação
no ambiente.
Todavia, uma questão realmente importante a ser tratada é o enriquecimento da cultura pela
variedade de seus membros. Isto é possível por motivo das diversas experiências e visões que
contrastam no mesmo ambiente. Assim, a maior entrada de mulheres, negros, estrangeiros e
portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho, inclusive em postos de alto
escalão, fazem com que realmente seja aproveitada a diversidade na organização.
Desse modo, podemos dizer que a diversidade está relacionada com a inserção de outros com
idade, história de vida, preferência sexual, origem geográfica, habilidades físicas e todas as
outras formas de fazer com que o grupo não permaneça homogêneo e em conformidade para
sempre.
Esse aspecto faz com que as diferenças pessoais elevem a capacidade do grupo ou da
organização de mudar e evoluir, dada as transformações que ocorrem a todo instante no
ambiente externo. Por isso, para um gestor promover a diversidade ele deverá iniciar novos
métodos de recrutamento, além de implementar programas de treinamento e promoção que
contemplem a diversidade na organização (DAFT, 2008).
Assim, os gestores devem lembrar que não somos todos iguais e que devemos tirar proveito
desse aspecto. Desse modo, essa diversidade pode ser percebida como um misto de pessoas
com identidades diferentes dentro do mesmo sistema social. Muitas vezes essa ação é feita de
forma obrigatória, por meio das cotas, mas esta imposição pode gerar mais segregação ainda
(ROBINS, 2010).
Essa atitude faz com que as pessoas que se sentem diferentes permaneçam marginalizadas no
ambiente organizacional, pois os indivíduos tendem a classificar a si próprios e aos outros em
categorias sociais. A forma que se dá a classificação dessas categorias será um fator
determinante para as interações sociais (CLEGG; HARDY; NORD, 1998).
Essa diversidade e sua interação nos grupos de trabalho determinam um fluxo dos processos
que impactam nos resultados organizacionais. Assim, as metas que são comuns aos diversos
grupos devem transcorrer em um ambiente sem barreiras, pois existe uma relação de
interdependência que possibilita a utilização das habilidades e competências dos vários
indivíduos e grupos na organização.
Para conhecer um pouco mais sobre essas atividades, assista a animação abaixo. Esta
animação faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
ANIMAÇÃO
Esse tipo de gestão leva à diminuição dos conflitos, o que provoca uma sinergia necessária
para gerar uma maior competitividade na organização. Podemos dizer então que o diferente
pode agregar e não somente causar conflitos ou discriminação.
As pessoas tendem a escolher atividades e grupos que sejam congruentes com sua
identidade social.
Como podemos perceber, a falta de gestão da diversidade nas organizações pode causar a
formação do que chamamos de "panelas", quer dizer, grupos coesos que se auxiliam em suas
atividades e problemas, mas que excluem o que não é semelhante ao seu grupo (FREITAS;
DANTAS, 2012; ROBINS; 2010).]
Uma organização sofre quando ocorre uma ligação muito forte dos indivíduos com a
identidade grupal, porque a afiliação ao seu grupo de identidade social pode se sobrepor à
afiliação à identidade do grupo organizacional. Assim, uma relação positiva dessas duas
identidades vai depender das relações sociais que acontecem nas organizações.
Uma empresa pode inclusive dificultar essa diversidade pelas suas políticas de eliminação dos
conflitos. Isso pode ocorrer pela busca da homogeneidade em alguns grupos. Uma forma de
evitar conflitos segregando os grupos por sexo, etnia ou capacidades físicas faz com ocorra um
fortalecimento do conjunto e uma exclusão pela diferença.
Assim, o que pode acontecer é uma falta de entendimento ou a exclusão de outras culturas e
visões de mundo, fazendo com que os relacionamentos sejam ineficazes.
A organização que adota essa atitude somente visa administrar seus processos.
Portanto, a falta de visão sobre as diferenças interculturais leva a uma má aplicação das
teorias e métodos de administração. Geralmente, escolhe-se administrar as tarefas e os
processos. O gestor foca nas metas e no tangível, evitando administrar o intangível e a
aprendizagem.
Como dito anteriormente, olhamos muitas vezes para a parte negativa da diversidade, pois
queremos evitar os conflitos e os debates. Contudo, nem sempre a harmonia e
homogeneidade trazem vantagens para uma organização, principalmente quando o ambiente
é cada vez mais competitivo e mutável. Temos que aumentar a capacidade da empresa de
perceber e questionar, pois somente assim ela terá a capacidade de inovar e evoluir.
A gestão da diversidade deve ser adotada como uma postura contínua, pois cada vez mais
teremos gerações e nacionalidades distintas dentro do mesmo ambiente organizacional. Esta
gestão consciente traz uma maior competitividade para a organização.
Na próxima aula vamos tratar da subjetividade nas organizações e entender como lidar com a
parte intangível, além de perceber que não é somente administrando os processos e as tarefas
que podemos trazer vantagens para uma empresa.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida-a com seus colegas e professor.
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fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
Referências
DAFT, L. Richard. Organizações: Teoria e Projetos. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
FREITAS, Maria Ester de; DANTAS, Marcelo (orgs.). Diversidade sexual e trabalho. São Paulo:
Cengage Learning, 2012.
ROBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 14 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.
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Na aula anterior discutimos sobre a diversidade e a identidade nas organizações. Além disso,
vimos como algumas empresas tentam eliminar essa diversidade para fazer com que os
processos prossigam de forma contínua e previsível.
Nesta aula vamos discutir sobre como a complexidade do século XXI faz com que a cada dia
passemos a obter mais informação, no entanto isso não garante mais inteligência, pelo
contrário, pode fazer com que as pessoas e as organizações se tornem mais rígidas e
controladas.
Como descrevemos em outras aulas, as organizações a cada dia ficam maiores e o mundo
torna-se muito mais próximo em suas relações. Ressaltando que esse crescimento
organizacional não necessariamente está relacionado com o tamanho físico, mas sim com o
foco no tamanho das relações com as outras organizações e com o resto do mundo.
É esse cenário originário da globalização que cria novas formas de relações de trabalho, como
a administração participativa, as equipes autogerenciadas, redes virtuais, gestão por
competências e gestão do conhecimento. Essa nova filosofia de trabalho traz propostas
inovadoras, mas muitas vezes na sua implementação reforçam a ideologia do controle sobre
os corpos e mentes dos trabalhadores (SHAW; PERKINS,1994; MORGAN, 1996).
A situação descrita constrói-se pelo uso mais intenso da tecnologia e de outras formas de
comunicação, que fazem com que aumente as redes de relações, que por sua vez tornam-se
cada vez mais densas e eficazes. Ao mesmo tempo isso aumenta o isolamento da consciência
individual e o desconhecimento de si próprio dos trabalhadores (CALDAS; BERTERO, 2007).
Portanto, a questão a ser estudada nas organizações é a existente entre o concreto (tangível) e
o subjetivo (intangível). Este último está na maneira como se conduz as interações sociais na
execução dos processos de uma organização, ou seja, é a interação e a capacidade de discutir
sobre os diversos temas e problemas de uma organização.
Esse aspecto traz ganhos e contribui para a evolução e o aumento de sua competitividade.
Esta relação entre a subjetividade e o trabalho intangível faz muitas vezes com que as pessoas
tenham maior necessidade de controle. O que é reforçado pelo avanço tecnológico, pois com o
uso da tecnologia podemos trabalhar de qualquer lugar e a qualquer momento. Basta um
equipamento e uma conexão a internet. Isto ainda permite um acesso remoto e um controle
sobre o que fazemos e em que momento fazemos.
Essa necessidade pelo controle vem da carência por tangibilizar os resultados de uma
organização. A racionalidade da organização está contida nos seus gráficos e planilhas,
contudo não conseguiremos tangibilizar tudo. Pense na criatividade, no conhecimento e na
capacidade de aprender a aprender.
Uma das causas geradoras dessa ação é a pressão pelo desempenho e pelo tangível. Isso faz
com que as pessoas sofram as tensões de ter que atender aos objetivos de desempenho a
curto prazo, minimizando, com freqüência, a capacidade e a importância da reflexão e de
questionamento. O foco para gerar o tangível faz com que esqueçamos do intangível, no
entanto, como dito, é este muitas que gera valor para uma organização.
Além disso, a pressão pelo tempo e pelo controle retira dos membros de uma organização a
atitude pela iniciativa, o que leva, consequentemente, as organizações a perderem sua
capacidade de aprender, pois ela está relacionada ao fato de se adquirir novos conhecimentos
com as experiências próprias e a dos outros, assim podendo modificar sua forma de funcionar
com esses novos saberes (SHAW; PERKINS,1994).
Desse modo, as pessoas de uma organização são conduzidas ao aprendizado eficiente quando
são incentivadas a refletir sobre as consequências de seus atos e funções. Todavia, quando a
realidade de uma organização funciona de forma alienada e rotineira, retira-se essa
capacidade dos indivíduos.
Assim, as organizações que são orientadas para a aprendizagem são concebidas como espaços
onde as pessoas podem ampliar suas possibilidades de gerar resultados, por meio de novos
modelos de pensamentos que se sustentam em um ambiente favorável à comunicação e à
colaboração.
Essas atitudes e comportamentos de uma organização são influenciados pela sua cultura, ou
seja, pelos seus valores, crenças e atitudes. A cultura da organização gera uma influência
importante sobre o processo de aprendizagem e sobre o grau de eficácia com que uma
organização pode se adaptar às mudanças do ambiente.
Dessa forma, a subjetividade dos indivíduos e das suas atividades contribui para criar
explicações diferenciadas da realidade organizacional, o que sem esta mesma subjetividade
seria um agregado de tarefas preestabelecidas em um sistema rígido e complexo.
É importante ressaltar que a capacidade de refletir e gerar o aprendizado ocorre quando as
pessoas discutem e questionam sobre as consequências de suas decisões. Esta relação entre as
ações e os resultados é complexa e como vimos, subjetiva. Assim, as crenças e o
comportamento podem influenciar nos resultados de uma organização.
Esperamos que você tenha assimilado o conteúdo a ponto de se tornar um ótimo gestor. Se
ficar alguma dúvida pergunte ao seu professor no Fórum ou simplesmente consulte o material,
pois nele você encontrará informações importantes que tratam da realidade das organizações.
Não esqueça que outras disciplinas também o ajudarão com ferramentas adequadas para a
boa administração.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
Referências
BERTERO, Carlos Osmar.; CALDAS, Miguel P. (org.) Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas,
2007.
SHAW, Robert B.; PERKINS, Dennis N.T. Ensinar as organizações a aprender: o poder dos
fracassos produtivos. In: NADLER, David A.; GERSTEIN, Marc S.; SHAW, Robert B. et
al. Arquitetura organizacional: a chave para a mudança empresarial. Rio de Janeiro: Campus,
1994, p.157-172.
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