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AGRICULTURA BRASILEIRA

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As atividades econômicas agrárias, também denominadas primárias, são aquelas próprias do meio
rural: agricultura, pecuária e extrativismo. Estão voltadas para a produção de alimentos ou de
matérias-primas a serem transformadas pela atividade secundária, isto é, a indústria.

Vários fatores foram responsáveis pelo avanço da agricultura brasileira: vasta extensão territorial
nacional, abundância de sol, água e outros recursos naturais, desenvolvimento tecnológico,
crescimento da produtividade das lavouras, diversidade de produtos e aumento da demanda dos
países asiáticos.

A importância da agricultura no Brasil


Em 2012, o agronegócio no Brasil empregava cerca de 37% da mão de obra do país, ou seja, da PEA
(população economicamente ativa). Estima-se que em 2013, o agronegócio será responsável por
23% do PIB (produto interno bruto) brasileiro. O agronegócio é responsável por cerca de 44% da
renda das exportações nacionais (2013).

A importância da agricultura brasileira é observada sob dois principais aspectos: o abastecimento da


uma população urbana que cresce em ritmo acelerado e a geração de excedentes para exportação.

O Censo Agropecuário de 2006 revela que os 5.175.489 estabelecimentos agropecuários ocupam


329.941.393 hectares, o que equivale a 36,75% do território brasileiro (851.487.659 hectares).
Houve uma redução de 6,69% na área ocupada pelos estabelecimentos em relação ao censo anterior
(1995-1996). Isso significa uma queda equivalente a 23.659.882 hectares na área total dos
estabelecimentos agropecuários.

O Brasil importa alimentos como arroz, pescado, produtos lácteos e trigo. Este é o de maior valor e
relevância.

O governo brasileiro oferece créditos rurais e incentivos à agricultura e criou vários programas
visando ao crescimento da agricultura e do agronegócio. Contudo, em algumas áreas do Brasil,
persiste ainda a baixa produtividade e há subemprego e pobreza no campo. O planejamento agrário
deve, portanto, servir como um modificador da ocupação e expansão do espaço agrícola. As áreas
mais adequadas para o plantio devem ser identificadas e adequadas para que haja máxima
produtividade e rentabilidade. Ao mesmo tempo, é sempre importante considerar os impactos ao
meio ambiente, procurando preservá-lo e desenvolver uma política agrária visando ao
desenvolvimento sustentável.

O Brasil ainda apresenta uma grande concentração de terra nas mãos de poucos. Segundo o Censo
Agropecuário (2006 – 2007), 15% dos proprietários de terra possuem mais de 75% da área produtiva
do país.

Apesar de o Brasil ser muito rico em terras cultiváveis, o país luta contra a fome. Segundo a FAO
(Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), nas últimas duas décadas houve
uma redução na taxa de brasileiros subnutridos – de 15% para 6.9% da população. Contudo, 30% dos
lares brasileiros ainda apresentam algum grau de insegurança alimentar.

Sistemas agrícolas de produção


A agropecuária é classificada como intensiva ou extensiva. A intensiva emprega capitais,
mecanização e mão de obra qualificada. Há capitalização e um alto índice de produtividade. Já a
extensiva é caracterizada por pouco capital, pouca tecnologia, técnicas agrícolas rudimentares e mão
de obra reduzida, apresentando baixos índices de exploração da terra e baixa produtividade. Essas
definições não estão necessariamente associadas ao tamanho de uma propriedade. Uma pequena
propriedade pode apresentar elevados índices de produtividade ao passo que um grande latifúndio
pode ter baixos índices de produtividade.

No Brasil, há vários tipos de sistemas agrícolas aplicados no campo.

Sistema Extensivo
O sistema extensivo é caracterizado pela utilização de mão de obra escassa e não qualificada e por
pouco rendimento em grandes extensões de terras.

Algumas práticas do sistema extensivo são o desflorestamento e o esgotamento e rotação de solos.


Já que as técnicas utilizadas são bastante rudimentares e há pouco ou nenhum adubo, a terra é
esgotada e, posteriormente, abandonada. No Brasil, esse sistema, também conhecido como sistema
de roça, é largamente encontrada. Resulta em agricultura de baixos rendimentos e produção
irregular.

Plantation
Plantation – latifúndio monocultor dedicado à produção de gêneros primários e voltada ao mercado
externo – foi o sistema agrícola utilizado, a partir do século 16, na colonização dos países americanos
pela Europa. Esse sistema se caracteriza pelo emprego de volumosos capitais para a produção em
larga escala de monoculturas voltadas para a exportação e pela utilização de farta mão de obra. A
adoção da plantation tem como consequência a concentração de terras por meio de latifúndios e a
maior dependência em relação ao mercado externo.

Com o cultivo da-cana-de-açúcar em terras brasileiras, foi introduzido no país: monocultura, grandes
estabelecimentos, capitais abundantes, mão de obra numerosa e barata, alto nível tecnológico,
trabalho assalariado, aproveitamento agroindustrial de produção, cultivos destinados à exportação e
grande rendimento.

Sistema Intensivo
O sistema intensivo emprega capitais, mecanização e mão de obra qualificada. Em contraste ao
sistema extensivo, é caracterizado por capitalização e por um alto índice de produtividade.

Utilizado em propriedades nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, o sistema intensivo apresenta as
seguintes características: uso permanente do solo, rotação de cultivos, uso de fertilizantes, seleção
de sementes, seleção de espécies, mecanização, grande rendimento, alta produção por hectare,
terra escassa e mão de obra abundante e qualificada.

Agricultura Familiar
A grande maioria dos estabelecimentos rurais brasileiros, 84,4%, são classificados como
“estabelecimentos da agricultura familiar”, mas ocupam apenas 24,3% do território ocupado no
campo brasileiro. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tais
estabelecimentos rurais são responsáveis por 70% dos empregos no campo e por 40% do total da
produção agrícola no país.

A agricultura familiar apresenta áreas de cultivo menores, em pequenas e médias propriedades, com
o trabalho e administração das terras nas mãos das famílias proprietárias. A agricultura familiar é
responsável pelo fornecimento de boa parte dos alimentos do mercado interno.

Com a agricultura familiar abastecendo o mercado interno, as grandes empresas atuam com maior
participação no mercado exportador.
O pequeno produtor brasileiro é quem mais sofre com a falta de preparo técnico e de incentivos
sociais e econômicos. O somatório da produção de vários pequenos e médios produtores, por meio
do cooperativismo, tem possibilitado aumentar a participação nos mercados nacionais.

Áreas de agricultura familiar, a exemplo do que vem ocorrendo no norte do Paraná, voltaram-se
para cultivos altamente mecanizados como os da soja e do trigo.

As atividades agrárias são muitos influenciadas por fatores naturais, como características tropicais,
que favorecem a produção de cultivos de destaque no mercado mundial. A economia
agroexportadora contribuiu, durante um extenso período, para estabelecer uma organização social
que relacionou a propriedade da terra à concentração do poder político e econômico, favorecendo
os conflitos existentes. A atividade agrícola apresenta forte dualidade entre uma agricultura
comercial, mecanizada e de exportação, e lavouras arcaicas de subsistência, com trabalho familiar.

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