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O NÚMERO TC
O NÚMERO ir
Professor da disciplina
Banca Examinadora:
Orientador
trabalho;
SUMÁRIO
1. Introdução 8
2. Histórico lo
3. A Agulha de Buffon 14
4. A Irracionalidade de 7
6 Aproximações numéricas de 7r J
6.2 A integral de y = 34
9 Conclusão 47
— A prova de Cantor 56
— Números de Liouville 62
Referências bibliográficas 67
7
Resumo
O número 7t é aqui estudado. 0 valor da raAo constante entre o comprimento da
circunferência e seu diâmetro tem sido procurado através dos tempos. Aproximações
geométricas de 7, como a de Arquimedes, e aproximações numéricas de 7I, como a
de Leibniz e a de Euler, são objetos deste estudo. Demonstra-se a irracionalidade de
7. Sao feitas considerações sobre números algébricos e transcendentes, com as
provas de Cantor e de Liouville da existência de números transcendentes. Da
transcendência de rc resulta a impossibilidade de sua construção apenas com régua e
compasso, o que põe fim ao antigo problema grego da quadratura do circulo. 0
número ir surge em situações que envolvem probabilidade, como o Problema da
Agulha de Buffon.
8
1 Introdução
Meu interesse pelo estudo do número 7 tem sua origem no inicio do curso de
interessados em matemática, quando questionam: "Para que estudar isto, se não vou
usar"
Mas meu interesse por este problema seguiu em outra direção, pois em seu
decorrer dos séculos, muitos estudos foram feitos para o cálculo de aproximações de
neste trabalho.
do circulo.
10
2 Histórico
o diâmetro de um circulo, ele determinou que 7r estava entre 223/71 e 22.7. A partir
ou seja, 25/8 < TC < 22/7. Em frações decimais, isto significa 3,125 <ir < 3,142. Já
Velho Testamento contém um trecho segundo o qual 7c = 3. (Primeiro Livro dos Reis,
V11:23).
qual o valor exato de 7r seria 256/81, ou seja, 7r 3,16. 0 curioso é que o valor
256/81 = (4/3) 4 = 3,1604, é o mesmo que foi obtido pelo escriba egipcio Ahmes,
autor do famoso papiro de Rhind, escrito dois mil anos antes de Cristo.
de meio grau. Usando um polígono regular inscrito de 360 lados, ele obteve um
valor, dado em notação sexagesimal como 3 ° 8' 30". Em linguagem decimal, isto é
aproximação racional 355/113 = 3,1415929..., que é correto até a sexta casa decimal.
Ii
valor exato de 7, 22/7 como um valor inexato e Jr) para trabalhar com o número
em cálculos izrosseiros.
até 15 casas decimais, pelo método clássico, usando polígonos que têm 2 30 =
1.073.741.824 lados.
lados. Foi considerada uma descoberta tão extraordinária que, por um tempo,
7r. Uma das razões poderia ser o fato destes homens buscarem uma sucessão repetida
Abraham Sharp, com 71 casas corretas, em 1699 e De Lag,ny, com 112 casas
corretas, em 1719.
com 808 algarismos decimais, mas Ferguson detectou um erro no 732 2 algarismo.
Ern janeiro de 1948, publicaram juntos um valor, corrigido e verificado. para ;-r de
10.013.395.
representado por essa letra grega. Antigamente, não havia uma notação padronizada
mundo todo o seguiu. Alguns anos antes, o matemático inglês William Jones
1-1/3+1/5-1/7 + = 7r./4 e Euler provou que a soma dos inversos dos quadrados de
todos os números naturais é igual a n2/6. A area da regido plana compreendida entre
para que dois números naturais, escolhidos ao acaso, sejam primos entre si é de 6/7 2 ;
Desde que ficou clara a idéia de numero irracional, suspeitou-se que it era um
seja, não poderia ser raiz de uma equação algébrica com coeficientes inteiros.
circulo não tem solução. Esse problema requeria que se construísse, com auxilio de
régua e compasso, um quadrado cuja area fosse igual à de um circulo dado. Tomando
Todo número que pode ser construido (com régua e compasso) é algébrico,
isto e, pode ser expresso como raiz de uma equação algébrica com coe fi cientes
3 A Agulha de Buffon
verdadeiro nome era George Louis Leclerc (1707-1788). Escreveu obras importantes,
possível que ela corte alguma das retas riscadas ou que se situe
Uma estimativa desta probabilidade pode ser obtida pela razão entre o número
de vezes que, ao ser abandonada, a agulha corta alguma das retas, e o número total de
(I) P=
a é o comprimento da agulha,
com d. Descrevemos a posição em que a agulha cai no papel por duas variáveis:
(2) e 0<0<—
2
desigualdade
( a 2) cos 0 (a 2) co; d
Figura 1
x"
d2 x =( a 2) cos 0
7x/2
Figura 2
5_
area sob a curva -= a cos 6i (10
(4) _ ° 2
( dY ir
area do retângulo
2a f.-, a 2a
=—
7rd o
- cosO.d0 =
izzi Jai
1
comprimento da agulha (d=2a), a fórmula (1) resulta em p = — ,
iT
experimento sugerido por Buffon, para o cálculo de um valor aproximado para rc.
Não foram poucos os pesquisadores que se dedicaram a esta tarefa, tendo obtido
prático.
18
pesquisas.
gdp
(5) a=
empiricamente.
medição direta, poderá ter seu comprimento estimado. Um feixe plano de radiações
feixes emitidos.
(1887-1956).
4 A Irracionalidade de 7E
Número irracional é qualquer número real que não possa ser expresso como
razão entre 2 inteiros, ou seja, aquele que não é racional. Também é o número cuja
medida comum, um segmento que caiba n vezes inteiras ern um e PI vezes inteiras no
profundo a Matemática e Filosofia da época grega, que tinha a crença que tudo podia
2
supor que rt- = , onde — é uma fração irredutível, e chegar a um absurdo,
61
mostrando assim que 7 2' não é racional, pois o quadrado de um racional e tambern um
racional.
Considere a função
x" -
.1.(x) =
n'
(3)
k
Df=— E
1 k [1c) k •
Dixn D (1- xi'. — J
n./ j=0
se jn
(4) D i x': = o ! se j= n
O se j n
onde a barra com x = 0 quer dizer que a derivada é calculada no ponto x = 0. Logo,
(5) 1) k f - O se k < n
(k \
e (6) Dk f (0) = 1 n Dk-"(1 xr x=o
n! n
(k`
Ok - - se k n
ri)
n(n-1)...(2n- k÷ 1) , se n<k< l n
2. 0
1. se k ri
0, se k 2n
1,
f (1-x) -
0- -o- o- o - + 0- x-
(
n! n! 11!
p
Vamos supor agora que rr-, = — , em que —
P 6 uma fração irredutivel.
Defina a função
(r) _ q n („Tr2n fix) _ Tc2n-2 D2 f (x.) (-1)' D2n p.a.) 1 .
(7)
_ 11 2) " vi(x) T( 2D 2Jo) (-1) 72n-2nD2n.f(x)i
(9) ( F '(t,) sen i - n- F (x) cos nx}' = F "(x) sen F(x) sen nx.
(10)
Ou seja
1
(12) 0 <J
n!
11
7 -1 2p"
(13) < ir p f (x) sen (nx) d:c < sen (7rx) dx
77' fo n!
pn 2 pn
um = , vê-se que podemos tomar um n e N tal que — < 1, logo
n! n.'
pn
J f (x) sen (, rr) dx
não inteiro. Mas, por (11), essa expressão é F(1)+ F(0), que é inteiro. Absurdo!
24
5 Aproximações geométricas de Tr
1 1
P-v < 71- < P
12, 24, 48 e 96 lados. 0 resultado do cálculo de Arquimedes sobre o circulo foi uma
,i0 22
< 71" < - .
71 7
1 1
(1) = Nsen ON e = N tan 0.,
Figura 1
ângulo subtendido por cada lado e o centro dos hexágonos mede 60".
lados, a partir dos hexágonos, dividindo cada lado destes ao meio, e assim
a uma mudança de O para 1/20 .v, para a qual serão necessárias as identidades
trigonométricas:
1 1 1 1 1
(2) e = +
tan(q)
2 sen 0 tan O sen 2 tan2(,0 )
26
desigualdades:
1 1 1 1
(3) a< <a, fl < <h , a + 13 < <a±b.
tan 6/ sen6 tan 0 sen 0
1
(4) + f3 < <a+b.
tan(-4. )
1
<1+ (cl +
tan' (e)
1 r
(5) < kc, -i- .
sen0
1 1
_ ,j =2.
tan 06 sen 06
265 r- 1351
Em (3), )6 = b = 2 e as aproximações racionais a e a para são — < <
153 780
265 1 3351
Logo, ----- +?
153 780
571 1 2911
e por (4) < .
153 tan 012 780
Assim,
A próxima etapa é obter aproximações para tan 024 e sen p24' aplicando novamente
E para sen01 4 :
1+0 162 92 1 < 1 823 )2
153 < sen 924 + 240)
Então
)1 04 1 )2 1
1+ -..-)1 -)53 4 < sen8 <
( 1007 \2
66
2 3391
4<
V547 2 13/- 16 1/1 0 1 8405 1009 '
<
153 153 sen 048 66 66
Assim,
96x153 1 22
96 tan Om <
4673k 7 7
96x66 10
e 96 sen Om > >3- ,
20171,- 71
10 1 1
Logo, 3- < — <r < <
71 2 7
circulo, pode-se obter o polígono inscrito de 2/1 lados (2n-ditono), como na fig. I
Figura I
AB = 2 é o didmetro e AC = BC.
Figura 2
Pelo Teorema de Pitágoras,
22 = 2 (AC) 2 e AC
Afirma-se:
Prova:
12 =BD e AB 2.
Figura 3
I
- (BD . AD). No triângulo retângulo Ah), pelo Teorema de Pitaaoras têm-se
AD = AB 2 BD 2 .
1
2.- 1 = /, V2 2 -1 2 2,, e 1„ = 12„ 112 2 - 122„ ou 12'„(4 - /22,, ).
"
=2+ - /,2, . Despreza-se a raiz ,r = 2 + 1/4 - /,2„ o que leva a / 2„ >'J, sendo
Assim, 12„ =
ou
17 —1 raizes aninhadas
da circunferência de raio 1.
2k+
pois, 2 +.... 115: --> 2 ir quando k
k raizes aninhadas
k raizes aninhadas
32
1 1
—= -1- — -- + uma de suas primeiras descobertas matemáticas. Essa série,
4 3 5 7
arctg que tinha sido dada antes por Gregory." [Boyer, pp 296-2971
1 1 4 6 n 1411-2
(1) = 1- + t t + .. + t4
1 +1 2 1+ r -
que e valida para todo I e pode ser conferida ao multiplicar-se ambos os membros por
dx
integração de arctg x — Integra-se (1) no intervalo 0 < t < x:
1± x 2
(2) arctg x =
x
= x3 x5 x 7 + +
1„ 1+/ - 3 5 7 4n+1
onde
2, t 4n+2
Como 1 5_ I ± ( temos < t 4/7+2 , logo
1+
R„(x) 1ri4n±2cit
ou
,4 1+3
1
•
4n+ 3
portanto
0 Rn (x) <
– 4n +3
logo, Rn(x) -->O quando n 00. Assim pode-se usar (2) para deduzir que a fórmula
3 5 7
X X X
(3) arttg X = x--+---+ ...
3 5 7
arctg 1 = + I–
3 5 7
ir ill
Ou seja, = ..., a serie de Leibniz.
4
— 3 5 7
34
Gráfico I
(1) - e -X - _4_
f e - X dx = 2 je-x- dr
(2)
Como não importa a letra que utilizemos para a variável de integração, temos
12 dy) .
(3) "' t
(4) J
= ec r e-(x2±Y2 )dx16).
Vamos escrever J em coordenadas polares. É preciso, portanto, considerar
1) x2 + y2 = r2 x r cos 6 ,* y = r sen
-X
(5) J = 12 Crs r.drd0.
oo
Ou seja,
b
(6) = lim 1 2 e r.drd0
00
e, logo,
,r
(7) J=
b., 0 -•e
dO = iim sO2 1 1
b-
,-110
e [
e7
ir
E
= 12i---.oo L— 1 d 0 = S2 —.dt9 =
02
[OP- = —
2
— o
7r
ir
Portanto, J=
4
2
(8) /2=
o
e drr
o
dy = f3 F e -x2 - 2 dycLT =1.
oo
V-Tz-
Logo, I =
ou fo e x2 dx = .
36
Assim,
+. r-
I ercL= 2 e = 1
„or = -" Tr
o
Giesy.
sen[(2n +1)x 2]
(2) fri(4 =
2sen(x 2)
onde x não é múltiplo de 2n. Para provar essa fórmula, usa-se a identidade
trigonométrica 2 cos° semi) = sen (0 (I)) - sen (0 - (I)). Usando-a, escreve-se, com
1 1 1
2.- sen- x = sen- x ,
1 3 1
cos x sen- x = sen- - sen — x ,
1 5 3
2 cos 2xsen- x = sen- x - sen- x,
1 (2n + (2n-Ox
2 cos nx sen—x sen sen
cancelamentos.
38
1-71-
(3 )
En =i0 (x).dr
(1
E„ = x - +cos x cos 2.r + + cos nx (LT
10 '7
1 1
(4) x nx )dx = - x sen( ) + cos( nx
n-
1
com u = x, du = cLr dv= cos(nx)dx e v= - sen(
,
1
(5) Ell = —+ x sen x + cos x + ...+ -xsen(nx) + cos(
4 n
O
os valores de cos (nx) alternam-se entre 1 e -1. Portanto (5) pode ser escrito como
= +E
4 k =1 _ k2
onde os termos pares são nulos. Reescreve-se novamente (5) com os termos impares
e divide-se por 2:
jr 2 n 1
—-
(6) 2 8 (2k - 1)2
3
1 lr-
(7) E
k=,(2k — 1)2 8
x
Define-se g(x)
cLx[s en( x 2)
x di x
u= du = = g(x) ,
sen( x 2) ca. sen( x 2)
[(4n- 1)xl
= sen cix
2
v 1
4n —1
.2f sen [(4n —1)x1 a,(4n-1
-----x =
v—
1 ( cos
(4n —1)x -
4n-1 -
2
hm —1.
x—>0 sen( x 2)
40
(4n 1 )_r
(9) — 1 [2 + 2 fir g( )cos cLx
4n —1
termo entre colchetes é limitado. Como cos é limitada, resta mostrar que g(X)
limitada no intervalo de integração. Mas g(r) é crescente e seu limite nesse intervalo
é dado por
e gOr) = 1/2.
Com isso tem-se que lim E2n_ 1 = O, o que prova a igualdade (7).
,i-2
3 7r, 2
Logo,
= 8
2
1 4 71" ir 1 7Z
ou seja, 2 3 8
k 6 k2 = 6
41
probabilidade para que dois números naturals, escolhidos ao acuso, sejam primos
6
entre .vi', cuja resposta é [7]
,-z-
Vejamos.
1 1 1
(1)
2- 32 42 5:
1 ■
1– —,
5 . A I– —41
7. – =1
11 2
1 1 1 1 1
3, 4, 5_ 6_
2,
(x) 1– —
-) 2
1 1 1 1 1
3L. 4 ., 52 6,
1 1
(+)
-)2" 42 62
32 +— +
1
Todos os múltiplos de — desaparecem do primeiro fator. Continua-se a
72
multiplicação:
42
1 1 1 1
32 5- 7- 92
, 1
(x) 1— —
.3 2
1 1 1 1
1+—+„
3 2 5- 72 92
1 1
32
1 1
1 5 7,_ 7 .,
1
Desaparecem, então, todos os múltiplos de —2 . As próximas etapas serão
1 I
multiplicações pelos inversos dos quadrados de primos, que fardo
5- 7-
( 1 1 1 1 ) .=
1+—+ —+ —++ —
22 32 4 2 52 71.62
7I 2 )(I _ 1
Tji =1
6 J
e, logo
6
(2) (1—-
—
712 ) 32 — 52 — 7 2 )(1 — IF )..= = 7r 2 •
1
número primo a. A quantidade — de todos os inteiros é divisível por a, porque a
a
43
1
divide todos seus múltiplos. Então, a probabilidade de a dividir m é — . Da mesma
, I
forma, a probabilidade de a dividir n e —. Portanto, a probabilidade de a dividir m e
1 1 1 1
n é dada por —x , , e a probabilidade de a n5o dividir m nem n é I —
a a a- u-
1
probabilidade 1— para todos os primos a. E isto leva à (2), como se afirmou no
inicio:
I 6
( 1- 1 Ï1- 1 (1--1 "1- 1\ (1— ...=
22 ) 32 ) 52 72 ) 112)
44
satisfi zer nenhuma equação deste tipo, dizemos que ele e um número transcendente.
(1), mas nenhuma equação deste tipo de grau inferior, diz-se que y é um número
Desta definição segue que todo número racional é algébrico, pois o número
Assim, todo número não algébrico é não racional, ou seja, todo numero
transcendente é irracional.
"isto pode ser demonstrado por uma prova, atribuida a Cantor, de que
a totalidade dos números algébricos é enumerável. Uma vez que o
conjunto de todos os números reais é não-enumerável, devem existir
45
números reais que não são algébricos. Estes números são chamados de
transcendentes, porque, como afirmou Euler, eles transcendem o
poder dos métodos algébricos.'[...] Uma prova da existência dos
números transcendentes que antecede a de Cantor foi dada por J.
Liouville (1809 — 1882); sua prova efetivamente permite a construção
de exemplos de tais números.72, pp.124-1251 (ver apêndices 2 e 3)
aqueles que não podem ser aproximados por números racionais com um grau muito
afirmação anterior, então z não pode ser algébrico e, portanto, deve ser
.7 = 0,110001000000000000000001000...
= 10 10-2 + 10 ! + 10 + 10 +
transcendente.
Paris em 1900, o grande matemático alemão David Hilbert propôs uma lista de 23
problemas não-resolvidos que ele considerava como sendo os maiores desafios aos
foram resolvidos nesse meio tempo e, com freqüência, a solução significou progresso
transcendente, ou até mesmo irracional. Por quase três décadas não havia a mais
9 Conclusão
interessantes.
professor.
48
Apêndice 1
Construções Geométricas
Alguns problemas clássicos de construção com régua e compasso, cujas soluções são
solução, cresceu a suspeita de que estes problemas poderiam ser insolúveis, o que
levou a seguinte questão: Como é possível provar que certos problemas não podem
equação podem ser escritas como expressões algébricas obtidas a partir dos
coeficientes da equação por uma seqüência de operações, cada uma delas uma
uma raiz quadrada, cúbica ou quarta (diz-se resolvidas por radicais"). Mas as
raizes de ordem mais alta, fracassaram. (não se trata aqui do fato de a equação
49
algébrica de grau n possuir soluções, o que foi provado a primeira vez por Gauss, em
1799).
não ser encontrada teoricamente, com régua e compasso, e não em desenhar figuras
com certo grau de exatidAo (o que pode ser resolvido com o uso de outros
144]
sempre obtido como solução de urn sistema de 2 equações a 2 incógnitas cujos graus
qualquer número racional), a'b e ah. Por exemplo, para construir alb, vejamos a
fig. I.
51
x I
determinando OC — x. Por semelhança de triângulos temos que — = — x=
a h
Figura I
c, ..., pode-se, por meio da aplicação sucessiva destas construções simples, construir
podemos construir com régua e compasso todos os números que podem ser obtidos a
racionais alb, onde a e h são inteiros. 0 conjunto dos números racionais é um corpo
segmento a é dado, então -N1T2 também pode ser construída utilizando somente régua
Figura 2
Pelas relações métricas num triângulo retângulo temos que: x 2 =axl => x =
(1)
construtivel
:33
1114--If
(2) p crirt ,
Assim, vemos que as etapas de uma construção geométrica ( traçar uma reta
passando por dois pontos conhecidos, desenhar um circulo com centro e raio
números que estão no corpo do qual partimos, que já sabemos serem construtiveis.
alcançados por uma tal seqüência de corpos extensão; isto e, que estão
contidos em um corpo Fri do tipo descrito. 0 número n de extensões
necessárias não importa; de certa forma, ele mede o grau de
complexidade do problema. - [2,p.155].
de equação de 4 ° grau.
onde todos os coeficientes estão em um corpo F 1 , gerado por Is:. Portanto, usando
Uma vez que um circulo com raio r tem a area t r2, o problema de construção
os membros de quaisquer dos corpos destes números são algébricos, ou seja, são
Apêndice 2
A prova de Cantor
Niven (6,pp.193-2041, que restringe seu trabalho aos números reais. -Os resultados
[...], bem como suas demonstrações, são válidos também para os números
complexos- .[6,p.193]
Vejamos:
al, a2 a3,
,
seqüência, mas basta uma para mostrar que o conjunto é enumerável. Também não
primo. É suficiente sabermos que existe um tal primo para que possamos conceber
1- a b
Niven apresenta a tabela 1 abaixo, com todas as equações lineares com índice
Tabela 1
indice 1 Equações
x= 0
3 2x --- 0, x- 1 = 0, x- 1 =0
4 3x= 0,7 r± 1=0, /r- 1 =0, x+ 2=0, x-- 7 = 0
4x= 0, 3x+ 1=0,3x-1=0, 2x÷ 2=0,
5
2x - / = 0, x -'- 3 = 0, x - 3 = 0
Tabela 2
formadas pela combinação dos números inteiros cujos módulos são menores que j.
58
tabela 2: primeiro a raiz da equação de índice 2, seguida das raizes das equações de
tipo
(1) an X - an _1 x 1 a - ao = O (n 1, u„ 0)
Demonstração.
tabela 3.
Tabela 3
Índice Equações
/ x= 0
_.
3 x` = 0, lr = 0, x -- 1 = 0, x— 1 = 0
4
7 r-1=0, 7 r-1=0, x-'- 7 =0. x- 7 =0
11 +1 -
— .j5 /7) +1
ii
33 ' v
os coeficientes an, ..., ao estão restritos a um conjunto finito de inteiros. Além disso,
Portanto, todos os números reais algébricos vão aparecer na seqüência (2). [6]
índice, mas não pode-se listar suas raizes no modo feito em (2).
Demonstração.
su fi ciente que se prove este fato para os números reais .r, tal que O <..r I,
pelo Teorema 3. Supõe-se que o conjunto dos números reais entre 0 e 1 seja
enumerável:
r 1 , r2 , r3 „
decimal finita, usa-se sua forma infinita periódica ( L/2 é escrito como 0, 4 999_, e não
como 0,5).
Têm-se, então
h = 0, h i h2 b3 b4 •••,
números reais que não sejam algébricos. Estes são os números transcendentes, cuja
Demonstração.
Mas pelo Teorema 2 o conjunto dos números reais algébricos é enumerável, ou seja,
a l , a2 , a3, a4, . 0 conjunto dos números reais poderia ser esc ri to em forma de
sequência:
Teorema 4.
62
Apêndice 3
Números de Liouville
1 1 1
Oki - .
10 1 10 2' 10j
(3 )
- b = 10-(i+1)' + 101+2)! +
(4) = - h - 0,000...00002
h< 10 .4,+n ,
uma contradição.
com coeficientes inteiros, de Errau n, e nenhuma deste tipo de grau inferior. Para
3. 0 número h não é uma raiz deko, isto 6, f(b) 0. Pois, se b fosse raiz de
(5), teríamos
fatoração de f(x)- (x - h) (A:0, q(x) tem grau n - I, ou seja, urn grau menor do que
f(x). Ainda, q(x) tem coeficientes racionais, pois na divisão de", de coeficientes
inteiros, por (..r h), os processos são racionais (adição, subtração, multiplicação e
divisão). Assim, pode obter-se aq(x) = 0, com coeficientes inteiros. Logo, tem-se
Vejamos.
= u,, 1:'1 - + - uo
Então f(.-:) -1(h) = a„(:" _ 6') - an_1(.:""1 _ h'34) - ...± a(:72 _ b2) h).
Obtêm-se assim
az ( 1. -
- a 1].
de e h serão positivas. Alem disso, como < 1 e h < 1, têm-se _-: < 1 e hi < 1,
Isto mostra que pode-se escrever uma desigualdade para o segundo membro
Desta forma, têm-se que (6) pode ser escrita como a desigualdade
Logo,
If (z)- f (b)l< - b) .
A transcendência de z
5. 0 número
Comof(f) = O têm se -
r = f(bA ou r=
e das equações (3) e (5)
+ t. 10»» ao . 10 n ,
na qual o segundo membro é um inteiro, que não pode ser zero, pois f(h) 7-- 0. Em
valores absolutos,
JO
) . 10'1, ou LOA .
e 1.
/N
(10) 100+1 < que é equivalente a <1,
Este expoente, para um n fi xo, pode tornar-se tão grande quanto deseja-se bastando
para isto tomar j muito grande. Os valores de n e N são fi xados pelas equações (5) e
(8); mas como j não depende nem de n, nem de N, pode-se tomar j suficientemente
7. Usa-se agora as desigualdades (4) e (6) para mostrar que o número dado por
o(i+0 <1,
Referências bibliográficas