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E-book: Gerenciando

o maquinário agrícola
Para quem é esse E-book?

Nível Básico Nível Intermediário Nível Avançado

Para quem está começando a se envolver Esse e-book é feito para ajudar produtores Esses materiais serão bem mais complexos e
com a agricultura. A abordagem será mais rurais no gerenciamento das máquinas profundos, o que requer que você já possua
superficial, com explicação de conceitos agrícolas. Portanto, os produtores já estão um conhecimento bastante significativo
básicos. Esses materiais serão de conteúdos familiarizados com os temas da agricultura. da área. Serão conteúdos específicos para
introdutórios. Aqui explicamos e ensinamos com maior quem quer avançar ainda mais na carreira
aprofundamento nos assuntos. Devido a profissional.
tudo isso, este guia é considerado de nível
intermediário.

Gerenciando o Maquinário Agrícola


Sobre os autores

Gressa Chinelato Luis Gustavo Mendes Maiara Maria Franzoni


Autora Autor Autora
Engenheira Agrônoma e mestra Engenheiro Agrônomo e licenciado Engenheira Agrônoma e mestra
pela Esalq-USP. Cursando MBA em em ciências agrárias pela Esalq-USP. em Fitotecnia-Plantas Daninhas
Agronegócios e doutoranda no Programa Mestre em engenharia de sistemas pela Esalq-USP e especialista em
de Fitopatologia pela mesma instituição. agrícolas na mesma instituição. Agronegócios (Pecege/Esalq-USP).

Gerenciando o Maquinário Agrícola


Sumário

Tipos de máquinas e implementos agrícolas..............................................7


Manutenção ideal.................................................................................................8
Preventiva ou corretiva?..................................................................................15
Custo do abastecimento de máquinas........................................................17
Semeadora ideal para plantio direto...........................................................23
Como otimizar sua lavoura com pulverizador autopropelido..............28
Regulagem dos implementos .......................................................................35
Regulagem da plantadeira de soja...............................................................37
Colhedora desregulada causa muito prejuízo?.........................................43
Depreciação de Máquinas Agrícolas............................................................45
Conclusão.............................................................................................................51

Gerenciando o Maquinário Agrícola


Sobre o E-book

O E-book: Gerenciando o Maquinário Agrícola é totalmente interativo!

Aqui você vai encontrar links para outros sites, textos ou materiais para saber
ainda mais sobre um assunto específico. Os links aparecerão desse jeito aqui.

Clique em um tópico do índice que lhe interessa mais e vá diretamente para


esse assunto.

Fique à vontade também para dar zoom e poder visualizar melhor as informações.

Boa leitura!

Gerenciando o Maquinário Agrícola 5


Introdução

Criamos esse e-book para te ajudar a melhorar o gerenciamento do maquinário


agrícola como um todo, desde a manutenção, abastecimento até a depreciação
e gestão de custos.

Aqui você verá os principais tipos de máquinas e implementos agrícolas, assim


como a semeadora ideal para plantio direto e dicas essenciais para o pulveriza-
dor autopropelido.

Você também vai encontrar informações sobre a manutenção, regulagem e defi-


nição dos custos com combustível.

Com essas estratégias, esperamos que você tenha ainda mais eficiência em sua
gestão e, consequentemente, maior produtividade!

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Tipos de máquinas e implementos agrícolas

Existem 10 grupos de máquinas e implementos 6. Cultivo, desbaste e poda (cultivadores de enxadas


agrícolas usados na lavoura dependendo da fun- rotativas, ceifadoras, etc);
ção no campo:
Os implementos agrícolas são equipamentos que 7. Trator Agrícola para colheita (colheitadoras em
acoplamos a algum sistema de tração, os tratores 1. Preparo do solo (correntão, lâminas geral);
nos dias atuais, e é ele que determina o tipo de desenraizadoras, arados de disco, sulcadores, etc);
atividade agrícola a ser realizada. 8. Processamento (beneficiadoras de café, arroz,
2. Semeadura, plantio e transplante (semeadoras, algodão, cana, etc);
Atividades estas, que vão desde o preparo do solo, plantadoras, transportadoras);
adubação, implantação da cultura e colheita. 9. Transporte, elevação e manuseio (carretas,
3. Aplicação, carregamento, e transporte de adubos carroças, caminhões, etc);
Porém, o correto dimensionamento e escolha do e de corretivos (adubadoras, calcareadoras, carretas);
maquinário são essenciais para o sucesso de todo 10. Utilitárias (perfurador de solo, etc).
o manejo das culturas. 4. Limpeza de terrenos (roçadoras);

Caso ocorra uma paralisação em alguma máquina 5. Aplicação de defensivos (pulverizadoras, Veja mais: 4 tipos de implementos
ou implemento nas operações agrícolas pode haver fumigadores, atomizadores, etc); agrícolas e quais são seus usos
grandes prejuízos.

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Manutenção ideal O custo de acompanhamento da frota
é bem menor do que quando existe a
necessidade de parada do equipamento
para manutenção corretiva (Alvarez, 1991).

Para checar a eficiência das máquinas agrícolas,


As despesas com reparos e manutenção compõem preste atenção aos seguintes fatores:
um dos mais elevados custos operacionais das
máquinas e implementos agrícolas usados. • Nível de fluidos (cárter, transmissão, radiador
etc.);
Máquinas agrícolas necessitam de cuidados perió- Alguns fatores contribuem para acelerar os desgas- • Pressão e estado de conservação dos pneus;
dicos, assim como nós, que vamos ao médico para tes e aumentar os custos das máquinas agrícolas.
• Filtros de ar;
realização de exames de rotina.
Dentre eles: • Pontos de engraxe;
A correta manutenção, além de manter o bom fun-
• O uso intensivo das máquinas; • Sistemas elétricos (partida, luzes etc);
cionamento dos equipamentos, aumenta sua vida
útil e você evita gastos desnecessários. • Falta de manutenção preventiva; • Lastreamento;

• Qualidade das peças de reposição; • Treinamento dos operadores.


Com o melhor gerenciamento, os danos prematuros
também são evitados e o rendimento operacional • Treinamento inadequado dos operadores. Quando algo não vai bem, isso reflete nos custos
aumenta. dos implementos e máquinas agrícolas.
Com a manutenção adequada e o armazenamento
Fazer as máquinas trabalharem mais, gastando correto das máquinas e implementos agrícolas, o No entanto, se você não tem um controle sobre
menos, pode parecer impossível, mas com o cor- tempo perdido com paradas para correção de even- esses custos, fica difícil perceber esses gastos e
reto gerenciamento isso é viável. tuais problemas são minimizados. corrigir o problema.

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O Aegro é um aplicativo de gestão agrícola que te Com o Aegro, você pode controlar a quantidade
auxilia a calcular o custo operacional do maquiná- de combustível utilizada nas operações e vincular
rio, a capacidade efetiva de trabalho e o consumo estes valores ao custo realizado em cada talhão.
de combustível por hectare.

Você consegue todos esses indicadores de modo


muito mais automático, simples e seguro.

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Abastecimento da frota: Qual o melhor jeito de fazer

O correto abastecimento da frota é outro fator Essa água irá se misturar ao óleo diesel do tanque, Para evitar o desgaste desnecessário de peças e
muito importante para garantir melhor gerencia- provocando possíveis contaminações. outros problemas, inclusive com combustíveis, tam-
mento das nossas máquinas agrícolas. bém é necessário entender melhor sobre o lastre-
Assim, o óleo diesel misturado com água poderá amento da frota.
Na medida em que as operações vão se realizando causar desgastes acelerados e possíveis corrosões
e o combustível vai sendo consumido, os vapores nas peças dos motores e de todo conjunto de ali-
se acumulam dentro do tanque. mentação do maquinário.

É recomendado o abastecimento no final da Além de desgaste acelerado de peças, o combustível


jornada de trabalho, com o trator ainda quente e misturado com água se torna menos eficiente
preenchendo totalmente o tanque (Mialhe, 1980). durante as operações, acarretando em maiores
gastos de combustível dos equipamentos.
Dessa forma, abastecer no final do turno expulsa
os vapores de água acumulados dentro do tanque No entanto, como o trabalho se encerra no campo
das máquinas e impede a contaminação do com- próximo ao horário de saída dos funcionários, mui-
bustível. tos não o fazem.

Se os operadores não abastecerem as máquinas no Por isso, são necessárias algumas simples mudan-
mesmo dia, o vapor dentro dos tanques irá con- ças no planejamento das atividades nas fazendas
densar nas paredes. por parte dos gestores das atividades.

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Lastreamento da frota e pressão dos pneus

O lastreamento é o peso do trator que deve ser As máquinas agrícolas mais recentes possuem inú- Alguns dos itens mais comuns que podem ser visu-
adequado para as operações agrícolas, evitando meras funcionalidades que auxiliam os operadores alizados no painel de instrumentos são:
acidentes e desgaste de peças. no correto manuseio e uso dos equipamentos.
• Temperatura além do intervalo;
Assim, o lastreamento dos tratores, bem como as Os painéis possuem uma infinidade de alarmes e • Rotação do motor;
calibrações dos pneus devem seguir o manual do luzes que indicam funcionamento ideal ou não dos
fabricante para cada tipo de operação. componentes envolvidos. • Indicador de restrição de passagem de ar;
• Falta de lubrificação;
Pressões acima do recomendado auxiliam no
• Nível de combustível.
aumento da patinagem. Já pressões muito baixas
aceleram o desgaste dos pneus, podendo danifi-
cá-los. Nesse sentido, aquele sinal de luz apontando res-
trição da passagem de ar pelo filtro é indicativo de
O peso excessivo ou abaixo do recomendado resulta baixa eficiência do elemento filtrante.
em prejuízos nas máquinas agrícolas, como mostra
a figura ao lado: Como consequência direta desse fator, o motor
pode perder potência, provocar aumento do con-
Outro fator importante para manter todo o maqui- sumo de combustível, bem como danos de supe-
Fonte: Alisson Henrique em Revista RPA News
nário em ordem são as manutenções. Vou explicar raquecimento.
melhor:

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Aliás, hoje já é possível gerenciar as manutenções
de nossas máquinas em aplicativos que nos avisam
quando é hora de trocar o óleo ou realizar uma
checagem geral, como o Aegro.

>> Leia mais: “Como fazer administração


rural com essas 3 ferramentas mesmo
não sabendo nada de tecnologia”

Como já citamos brevemente, para que tudo corra


bem com as máquinas agrícolas é primordial o
planejamento agrícola.

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Planejamento do maquinário

O planejamento do maquinário agrícola é funda- cooperativas que compartilham o uso de máquinas Cabe a você dimensionar a sua frota e calcular qual
mental para o correto dimensionamento da frota agrícolas. é a saída mais vantajosa.
a ser adquirida pela propriedade.
Além disso, o conhecimento prévio dos serviços E é claro que, com um planejamento agrícola con-
Máquinas paradas ou quebradas custam muito caro prestados por terceiros pode ajudar os produtores siderando todos os custos, fica muito mais fácil de
a todos produtores. na escolha frente às operações agrícolas. visualizar qual a melhor estratégia.

As máquinas agrícolas deveriam trabalhar na maior


parte do tempo e apenas parar para reabasteci-
mento ou manutenções preventivas.

Um bom gestor sabe a importância da realização


de um bom planejamento agrícola.

Assim, ele conhece a necessidade de máquinas


para cada cultura e operações a serem realizadas
nas fazendas.

Se somente para uma propriedade o planejamento já


Com o Aegro, você faz o planejamento orçamentário da sua safra e obtém uma
era necessário, imagine agora com o surgimento das análise de custos detalhada para cada item do seu maquinário.

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Afinal, como fazer para aumentar o rendimento das máquinas agrícolas?

Hoje em dia existem diversas maneiras de aumentar Temperatura e pressão do óleo, velocidade de Um trator agrícola mais potente às vezes é mais
o rendimento operacional das máquinas agrícolas. deslocamento das máquinas são exemplos dessas econômico do que um trator de menor potência
informações. que trabalha no limiar de sua força de tração.
Como comentamos, uma boa manutenção preven-
tiva e regulagens asseguram que grande parte das Com esse banco de dados em mãos, é possível que O trator trabalhando em altas rotações do motor
peças não quebrem no meio da operação. os gestores ou produtores analisem os dados e grá- consome mais combustível do que outro que tra-
ficos e realizem melhores ajustes no maquinário. balha em uma faixa mais econômica.
Além disso, já existem sistemas que possibilitam
o acompanhamento em tempo real ou quase ins- Ademais, sempre trabalhe em faixas ideais de rota-
tantâneo dos componentes das nossas máquinas. ção para cada operação, o que é vital para a eco-
nomia de combustível nas máquinas agrícolas.
É possível saber e gravar informações de qualidade
das operações realizadas pelas máquinas nas nos- Dessa forma, para aumento do rendimento das
sas lavouras. máquinas, é necessário o correto dimensionamento
de tratores e tipos de implementos agrícolas que
Também existem sistemas eletrônicos que gravam irão realizar cada operação é essencial.
as rotações de trabalho utilizadas durante a ope-
ração e outras informações.

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Itens a serem verificados - 250h Serviços

Preventiva ou corretiva? Vazamentos do motor e transmissão Verificar a estanqueidade


Óleo do diferencial e redutores Verificar e completar
Bateria, cabos e conexões Verificar e limpar
Filtro do óleo hidráulico Substituir
Filtro do combustível Substituir
Articulações do eixo dianteiro Verificar e lubrificar
Pedais e acionamento do freio e embreagem Verificar e lubrificar
Óleo e filtro do motor Substituir
Correias e tensionadores Verificar e ajustar
Itens de 50h não contemplados Executar
Afinal, qual manutenção é melhor para minhas troca de correias antes que estas se quebrem é um
máquinas e implementos agrícolas? exemplo de manutenção preventiva. Itens a serem verificados - 500h Serviços
Óleo dos redutores finais Substituir

A manutenção preventiva é realizada antes que os “As máquinas precisam de manutenções periódicas Filtro de ar Substituir
Bateria Testar
problemas ou quebras de peças ocorram. para desempenhar a atividade para a qual foram
Sistema Elétrico Revisar e testar
projetadas” (Joel Sebastião Alves) E mais os itens de 250h Executar
É utilizada como uma forma de prevenir que a
Itens a serem verificados - 1000h Serviços
máquina se quebre ou pare de atuar no meio da Essa manutenção varia de acordo com cada máquina
Fluido do freio Substituir
operação em que ela foi designada a realizar. e fabricante.
Óleo hidráulico e filtro Substituir
Sistema hidráulico Teste de pressão e vazão
Garante seu bom funcionamento e maximiza a vida Mas em geral, você pode fazer uma boa manutenção Óleodo diferencial Substituir
útil e é semelhante às revisões feitas em nossos preventiva verificando os itens ao lado conforme Correias do motor Revisar ou substituir

carros. as horas trabalhadas: Líquido de arrefecimento Revisar ou substituir


Mangueira do sistema de arrefecimento Revisar ou substituir
Respiro do carter do motor Verificar e limpar
A substituição de peças como filtros de óleo, revisão
E mais os itens de 250h Executar
das engrenagens, checagens de pontos de engraxe,
Fonte: Portal Máquinas Agrícolas

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A manutenção corretiva acontece com o objetivo
de substituir uma peça quebrada ou algum sistema
danificado.

Na maioria dos casos em que esta manutenção é


necessária, a máquina ou o implemento cessa a
operação que está realizando, gerando atrasos ou
acarretando em tempo ocioso de máquina e ope-
rador.

Evidentemente que este tipo de manutenção é


mais cara, tanto financeiramente quanto operacio-
nalmente.

Por isso, devemos sempre realizar a manutenção


preventiva: custa menos e depende apenas de um
bom planejamento agrícola.

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Custo do abastecimento de máquinas

Uso de combustível como


Você sabe o quanto o preço do combustível afeta
seu custo de produção agrícola total? E por talhão?
Mas, sugerimos que você, nesse primeiro momento,
coloque uma estimativa de quanto ficou por litro.
um todo na fazenda
Aqui vamos ver como você pode conhecer esse Anotado? Se você está começando a implementar uma ges-
ponto tão importante no sistema de produção tão agrícola efetiva na fazenda, talvez esse seja
agrícola: Agora você tem algumas opções de cálculo, aqui um bom começo.
vamos mostrar a principal forma:
Aqui você vai considerar o uso do combustível como
Registro de atividades Considerar o uso do combustível como um todo na um todo, se lembrando de todas as vezes em que
fazenda. houve abastecimento.
Você tem um reservatório ou estoque de diesel em
sua propriedade, certo? Então, o que você deve fazer é anotar cada vez que
esse estoque for reabastecido, registrando quantos
Para começar a entender o custo de combustível, litros foram colocados e quanto custou cada litro.
anote em algum lugar quantos litros de diesel você
tem em estoque e, de preferência, as datas em que Assim, é só ir multiplicando o preço por litro por
comprou. quantos litros foi comprado.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 17


Sementes, adubos, defensivos agrícolas, salários
e outros.

Para saber em detalhes como fazer seu custo de


produção agrícola é só acessar este artigo.

Também para te auxiliar, temos a planilha de geren-


ciamento de custos agrícolas feita pela Embrapa
que você pode baixar aqui.
É interessante também colocar para que safra foi A cada safra, é possível verificar qual foi o custo de
aquele combustível, conforme exemplo: combustível total, como mostra na planilha acima Após fazer o custo de produção agrícola você pode
e o custo por hectare. compará-lo com o custo de combustível por uma
Nesse exemplo, consideramos o primeiro abaste- regra de 3 simples.
cimento como tudo o que eu tinha no estoque de Se no exemplo acima a safra 2017/18 tenha sido
diesel, colocando o preço que paguei por litro. feito em 500 hectares, isso resultaria em um custo
médio por hectare de 195,86 reais.
Também consideramos que usamos todo o com-
bustível que colocamos no estoque nessa safra de Para saber o quanto esse custo de combustível
soja, o que é realmente comum acontecer. afeta seu custo de produção é preciso fazer esse
mesmo tipo de planilha (ou caderno, o que você
Ao decorrer das safras, anotamos os reabasteci- preferir) para todos os insumos.
mentos desse nosso reservatório de diesel.

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Explicando melhor x = 11,39% é o que representa meu custo com A importância de saber
e retomando nosso combustíveis dentro da minha produção agrícola
de soja 2017/18. o custo em detalhes
exemplo anterior: Essa forma de cálculo também é muito impor- Se houver qualquer coisa errada envolvendo o uso de
Se meu custo de produção agrícola total for por tante para ter o controle do seu estoque, então os combustíveis é aqui que você os encontrará.
volta de 860 mil, saberei que que o custo com mantenha em local de fácil acesso e seguro, sem
combustível será pouco mais de 10% do meu custo chances de perdê-los. Sem falar que uma gestão agrícola bem feita aos deta-
total: lhes é fundamental para o sucesso de seu negócio.
Falando em estoque, baixe nossa planilha de
859 450 = 100% controle de estoque gratuitamente. Desse modo, é interessante ligar os abastecimentos
às máquinas e veículos.
97 930 = x Mas será que só saber esses dados do custo de
combustível, e sobre as máquinas, é o suficiente? Você pode fazer isso para todos os insumos envol-
vendo sua safra e também detalhar por talhão.

Assim, também é possível saber qual talhão está lhe


proporcionando mais ou menos lucro.

Mas, sabemos que fazer tudo isso em planilha dá um


trabalho grande e leva um bom tempo.

Em caderno fica até difícil de imaginar nesses detalhes.

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Sem falar que o risco de errar, dos dados se perde- Controle seus custos de Ou seja, o Aegro faz todos os cálculos de rateamento
rem ou de tudo ficar confuso é muito grande.
forma muito mais rápida de despesas de maneira automática.

Devido a isso, temos softwares agrícolas que nos


ajudam muito, resultando em ganho de tempo,
e com segurança Você só precisa inserir no software os seus dados
de abastecimento. E isso pode ser feito facilmente
agilidade e fácil compreensão de seus dados. Com um software de gestão agrícola como o Aegro, pelo celular, até mesmo sem acesso à internet. Veja
você pode ter o registro de todas suas atividades, como é fácil registrar um abastecimento no Aegro.
abastecimentos e manutenções de máquinas em
apenas alguns cliques.

Os dados ficam seguros, para nunca mais serem


perdidos ou esquecidos. Torna-se fácil de visuali-
zar todos os indicadores sobre cada um dos seus
custos de produção agrícola.
Relatório de patrimônio no Aegro
Ao adicionar no sistema uma nova despesa de com-
bustível, por exemplo, você pode vincular esse
custo às safras de sua escolha.

Você também pode escolher entre apropriar o custo


do abastecimento a uma ou mais safras, ou mesmo
a determinadas áreas de sua propriedade.

O que nos leva à questão de rendimento das máquinas.

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Quais das minhas máquinas têm melhor rendimento?

Sempre recomendamos o máximo de detalhamento Você poderia nos falar agora que é claro que o pri- Em uma primeira e superficial análise podería-
em sua gestão da produção agrícola. meiro trator é mais econômico. Mas a comparação mos ter falado que o segundo trator deveria ser
continuou para os detalhes. menos utilizado, mas sabendo os detalhes dos cus-
Assim, sempre é possível verificar erros, onde pode tos entendemos que não é bem assim.
haver melhorias e para onde seu dinheiro está indo. Desse modo, o uso de litros de combustível por
hectare foi de 18,1 litros/ha para o primeiro trator, Saber esse nível de detalhamento é fundamental
No caso de combustíveis temos um exemplo e de 19 litros/ha para o segundo. para uma tomada de decisão bem feita.
bem claro.
De novo, o primeiro trator foi mais econômico. Será
Conforme noticiado, foi realizado um teste em mesmo?
uma fazenda no interior de São Paulo sobre o
rendimento dos tratores. Então foi verificada a área trabalhada por cada tra-
tor: o primeiro trator fez 0,87 hectares por hora,
Assim, dois tratores de mesma potência e com o enquanto que o segundo trator fez 1,21 hectares
mesmo equipamento, mas de marcas diferentes, por hora.
foram comparados.
É verdade que o segundo trator tem maior con-
O primeiro trator consumiu 15,8 litros de combus- sumo de litros por hora, mas ele também é mais
tível por hora, sendo que o segundo trator apre- produtivo que o primeiro trator.
sentou consumo de 23 litros por hora.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 21


Pode ser difícil obter isso em cadernos ou planilhas. Mas com o Aegro isso muda:

Nesse texto, por exemplo,


nós contamos como o
Elivelton Menezes descobriu
que o custo de manutenção
de uma máquina chegava
a 40% do seu valor total.

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Semeadora ideal para Semeadoras adubadoras: • Carrinhos de sementes independentes e
desencontrados;
plantio direto principais características • Sistema pantográfico, principalmente nas
sementes;
É comum optar por plantadeira plantio direto que
• Boa flutuação vertical nos carrinhos;
possua a função de adubação também.
• Sulcadores que mobilizem pouco o solo;
Semeaduras inadequadas podem ocasionar perdas Para semeadoras adubadoras de sementes graúdas
• Diversas opções de regulagens;
na emergência de 15% ou mais na cultura do milho (milho, soja, etc.) em plantio direto, deve-se buscar:
e 10% ou mais na cultura da soja. • Fácil troca de sulcadores.

Se cada planta de soja produz em média 18 g de


grãos, com a falta de emergência de uma planta
por metro linear já perdemos 6 sacas de soja por
hectare.

Veja agora quais são os melhores tipos de semea-


doras e outras dicas para não perder mais nenhuma
saca devido ao plantio:

Fonte: Grupo Cultivar

Gerenciando o Maquinário Agrícola 23


Semeadoras sem São máquinas maiores e utilizadas em terrenos Semeadora múltipla:
adubadoras extensos e relativamente planos, como temos nos
cerrados brasileiros. é possível sementes
São máquinas que realizam a semeadura, mas Tratam-se de plantadoras de grandes dimensões
miúdas e graúdas
não possuem depósitos de fertilizantes acopla- para agricultores de média e grande escala. As
dos à máquina. máquinas variam de 23 a 48 linhas. Esta plantadeira é conhecida como multisse-
meadora, semeadora 2 em 1, ou ainda semea-
Para estes casos é necessário a realização de duas Algumas máquinas possuem capacidade opera- dora múltipla.
operações na área: uma máquina realizará a seme- cional de até 18 hectares por hora, o que auxilia
adura da cultura e outra a adubação, na maioria nas curtas janelas de semeadura, encontrados em A mesma máquina possui mecanismos que são
das vezes à lanço. diversas regiões brasileiras. capazes de executar semeaduras tanto de fluxo
contínuo quanto de precisão.
Desse modo, é possível a realização da adubação
antecipada no sulco de semeadura utilizando fer- Tais máquinas possibilitam que sejam realizadas
ramentas de agricultura de precisão disponíveis algumas alterações nos mecanismos dosadores
no mercado. e distribuidores.

A vantagem dessas semeadoras sem o depósito de Com essas alterações é possível semear desde cul-
adubos são os ganhos em rendimento operacional. turas de inverno, como também de verão.
Uma vez que, retirados os depósitos de fertilizan-
tes é possível acoplar um maior número de linhas vEssas multissemeadoras são mais comuns nas peque-
e ganhar em escala. nas propriedades, uma vez que com apenas uma
máquina, ambas as operações podem ser executadas.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 24


No entanto, a complexidade da regulagem das Essa distribuição uniforme é o resultado do meca- Se os custos com manutenções e peças de repo-
peças para as operações fazem com que elas não nismo dosador-distribuidor e do deslocamento da sição forem altos e o rendimento operacional for
sejam muito utilizadas. máquina. prejudicado, vale sempre buscar alternativas para
aquisição de máquinas novas.
Além disso, as multissemeadoras exigem certa
capacitação e pessoal qualificado para realização Plantadora nova X No entanto, fica difícil essa avaliação se você não
das manutenções, substituições e troca de compo-
nentes para cada operação. Plantadora usada tem os custos reais de toda a sua produção, espe-
cialmente as máquinas e seus abastecimentos.

>> Leia mais: “Plantio direto na soja: Como É uma dúvida de muitos produtores: compro uma
fazer ainda melhor na sua lavoura”. plantadora nova ou usada?

Atualmente existem diversas linhas de crédito que


Semeadoras de precisão auxiliam a compra de máquinas novas.

(ou de sementes Um programa de financiamento é o Moderfrota,


graúdas) disponível com taxa de juros prefixada de até 7,5%
ao ano aos produtores que possuem faturamento
anual de até R$ 90 milhões e 9,5% daqueles que
São as plantadeiras que fazem a semeadura e adu- faturam acima de R$ 90 milhões.
bação de sementes graúdas, como o milho ou soja.
A aquisição de máquinas usadas pode ser uma
Assim, as sementes são depositadas no solo uma solução também, porém, o estado da máquina a
a uma, com distância (em geral) uniforme. ser adquirida deve ser muito bem avaliada.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 25


Cálculo de rendimento operacional:
Quanto a máquina consegue trabalhar por dia?
Vamos aprender a calcular o rendimento operacional da plantadeira plantio direto. Se eu tenho que plantar 2000 ha e meu rendimento
operacional é de 182,25 ha/dia:
Exemplo de uma DB74, da John Deere, plantando soja:
2000 ha/182,25 ha/dia = 10,97 dias

Precisaremos de uma janela de plantio de aproxi-


madamente 11 dias para realizar a operação com
essa máquina.

Se a minha janela de plantio for menor que esses


11 dias, uma solução é terceirizar parte do plantio.
Outra solução seria aumentar a jornada de traba-
lho diário.

A compra de outra máquina que fique ociosa pode


(Fonte: John Deere) acarretar em custos desnecessários, por isso o bom
planejamento agrícola é essencial para o sucesso
Dessa forma, conseguimos calcular o quanto em hectares conseguimos plantar em um dia de trabalho das operações.
de 10h.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 26


Plantadeira plantio direto ou Plantadora? Semeadeira ou semeadora?

Você pode perceber que ao longo do texto utiliza- A plantadora é a máquina que realizará o plantio das
mos várias denominações. No entanto, no conceito culturas e inserção no solo de partes vegetativas
teórico, ocorreu em 2011, um fórum para padroni- de plantas como bulbos, colmos e tubérculos.
zação destes termos no meio acadêmico.
Além disso, a transplantadora é a máquina que Qual é o correto:
Esse fórum ficou conhecido pelo seu tema de “Ter- realizará o transplantio das culturas nas nossas Semeadeira ou Semeadora?
minologia de Máquinas Agrícolas” e foi inserido na lavouras, inserindo plântulas ou mudas no solo em
Geralmente o sufixo “ora”
programação do Conbea (Congresso Brasileiro de seu estágio inicial. remete à máquina agrícola
Engenharia Agrícola). que realiza a operação.
Como exemplos das três operações podemos citar:
E o sufixo “eira” remete à pessoa
As diferenças, basicamente, dependem da opera-
• Semeadura: soja, milho, feijão, aveia; que planta ou semeia, por exemplo
ção que cada máquina realiza.
plantadeira e semeadeira.
• Plantio: cana, mandioca, batata;
Assim, o mais correto seria semeadeira.
A semeadora é a máquina que acoplada a um trator
agrícola que realiza a operação da semeadura das • Transplantio: eucalipto, café, tomate.
culturas, ou seja, introduz sementes de plantas no
solo. Portanto, como em plantio direto normalmente
temos grãos, ocorre a semeadura dos mesmos.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 27


Como otimizar sua lavoura com
pulverizador autopropelido Para entender melhor, vamos ver quais seus com-
ponentes e funções.

>> Leia mais: ”8 perguntas para fazer ao seu


consultor sobre defensivos agrícolas”

A mecanização agrícola é um dos mais importantes O que é um pulverizador


fatores da produção, podendo apresentar em até
50% dos seus custos totais. autopropelido?
Dentre as atividades de mecanização está a pul- O pulverizador autopropelido também é chamado
verização da lavoura. E só quem viu uma lavoura de automotriz ou autopropulsor.
infestada sabe a importância dessa atividade.
Esses pulverizadores são máquinas de alto
Você já parou para pensar qual tipo de pulveriza- desempenho, com velocidade de pulverização de
dor, autopropelido ou tratorizado, é utilizado na 15 a 30 km/h.
sua lavoura?
Em situações favoráveis, a velocid ade operacional
Vamos falar a seguir sobre todos esses assuntos pode chegar próxima a 40 km/h.
para suas pulverizações se tornarem ainda mais
eficientes! Além disso, geralmente apresentam alta tecnolo-
gia em eletrônica de bordo para o preciso e total
controle da pulverização. (Fonte: Pulverjet)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 28


Componentes do pulverizador autopropelido
Cabine

A cabine do pulverizador é fechada, o que propor-


ciona conforto ao operador e impede a contami-
nação com agrotóxicos.

Eletrônica embarcada

É representada por sensores, atuadores, computa-


dores de bordo, software e GPS.

A eletrônica embarcada é utilizada para as funções


(Fonte: Casali, 2015 adaptado de Manual de Operação Massey Ferguson 9030) vitais da máquina, como controle da pulverização,
controle da velocidade de deslocamento, transfe-
Veja a função de alguns componentes: Barras de pulverização rência de dados, entre outras.

Reservatório de calda Podem ser instaladas na parte traseira, parte fron- Esses pulverizadores ainda podem apresentar piloto
tal ou central. automático, constituindo outra tecnologia comu-
Local onde é armazenada a calda que é utilizada na mente vista nessas máquinas.
pulverização. Existem diversas capacidades desses As barras são equipadas com corpos de bicos múl-
reservatórios no mercado. tiplos e com as pontas de pulverização e podem Além disso, esse tipo de pulverizador apresenta uma
medir em média de 15 a 48 metros. característica importante para as pulverizações:

Gerenciando o Maquinário Agrícola 29


Característica importante Classificação dos Vantagens do uso
do autopropelido pulverizadores de pulverizador
O pulverizador autopropelido também possui maior A Andef classificou os pulverizadores como:
autopropelido
vão livre, a medida composta pela distância do solo Podemos citar como vantagens de se utilizar pul-
até o primeiro ponto da estrutura da máquina. • Pulverizador costal manual; verizador autopropelido:
• Pulverizador costal motorizado;
Assim, se seu pulverizador apresenta maior vão • Maior precisão na pulverização;
livre, permite realizar pulverização em estágios • Pulverizador tratorizado com mangueira e
• Otimização de custos de produção e insumos;
pistola de pulverização;
mais avançados de desenvolvimento da sua cultura.
• Permite ser utilizado na agricultura de
• Pulverizador de barras (tratorizado ou
precisão;
autopropelido);
• Maior planejamento da atividade de
• Turbopulverizador ou turboatomizadores;
pulverização;
• Pulverização com aeronave.
• Menor risco e maior conforto ao operador;
No caso do pulverizador autopropelido há dois tipos • Maior rendimento operacional.
de classificação:
Agora vamos para uma etapa crucial da pulveri-
• Máquinas projetadas originalmente como zação e que é decisiva para um manejo e gestão
pulverizadores autopropelidos; agrícola eficaz:
• Pulverizadores adaptados à estrutura do
trator agrícola.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 30


Regulagens e calibração do pulverizador

Alguns passos básicos e simples podem fazer toda 2. Regulagem das barras
a diferença na sua pulverização.
Regule o espaçamento entre os bicos na barra e a
1. Manutenções e Limpeza altura da barra em relação a sua cultura (em geral,
deve ser 1 m da barra até o chão).
Você deve realizar as manutenções como a limpeza
dos filtros do pulverizador e também dos bicos. Verifique o ajuste das ponteiras da barra, eliminando
as folgas entre o encosto do terminal da barra e a
Para não esquecer de realizar manutenções pre- estrutura metálica da ponteira.
ventivas no seu maquinário, você pode contar com
um software de gestão agrícola. Lembrando que as ponteiras são as porções termi-
nais da barra de pulverização.
Com o Aegro, por exemplo, é possível programar
alertas de manutenção pontuais ou periódicos. Verifique também o ajuste do movimento vertical
Assim, você recebe um aviso por e-mail sempre que da barra, o nivelamento das ponteiras em relação
estiver na hora de realizar uma nova checagem. às barras e o ajuste do desarme das ponteiras.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 31


3. Comece a calibração: encha o 6. Faça a medição da vazão
tanque do pulverizador com água Você também pode pedir a vazão em todos os bicos
Colete a água de um bico unitário por 1 minuto em e verificar se eles não estão desgastados.
um recipiente graduado.
4. Com o pulverizador ligado, Se algum dos bicos apresentar vazão acima de 10%,
verifique se há vazamento nos Para saber a vazão total dos bicos, veja o exemplo: o bico deve ser trocado.
filtros e nos bicos
Se em um bico foi coletado 800 mL em 1 minuto, Nessa etapa também se atente para o jato que sai
então, a vazão unitária é 0,8 L/min. dos bicos, observando se há entupimentos e deve
5. Calibração da pressão desentupir adequadamente conforme mostra figura
Se a barra tem 40 bicos, 0,8 x 40 = 32 L/min de abaixo:
A pressão será realizada na calda de pulverização vazão total.
pela bomba de pressão.

A pressão deve ser selecionada nos comandos ele-


trônicos dentro da cabine do pulverizador e deve
ser calibrada na parte de fora do pulverizador em
cada seção.

Assim, você deve abrir o manômetro e verificar se a


pressão em cada seção está de acordo com a qual
você selecionou no comando eletrônico.

(Fonte: Jacto)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 32


7. Faça a medição da velocidade do 8. Calcular a área tratada por 9. Taxa de aplicação
pulverizador minuto
A fórmula da taxa de aplicação é:
Marque um percurso de 50 metros com uma trena Nessa etapa, continuaremos nosso exemplo para Taxa de aplicação = vazão total/área tratada
e afaste o pulverizador do local demarcado, pode facilitar o entendimento dos cálculos:
ser 5 metros como na figura abaixo. Continuando nosso exemplo:
Exemplo:
Taxa de aplicação = 32 L/min/0,48 ha/min = 67 L/
Largura da área tratada = 40 bicos x 0,6 m de espa- ha
(Fonte: UFRRJ) çamento entre bicos = 24 metros
10. Quantidade de produto para o
Esse afastamento permite que a velocidade se Área tratada = velocidade x largura da área tratada preparo da calda
estabilize até chegar na marcação de 50 metros
para sua medição. Área tratada = 200 m/min x 24 metros = 4800 m/ Quantidade = (capacidade do tanque x dosagem
min do produto)/taxa de aplicação
Após isso, anote o tempo que o pulverizador per-
correr os 50 metros. Em hectare = 4800/10000 = 0,48 ha/min Exemplo:

Com a distância dividida pelo tempo sabemos facil- Se o tanque é de 2000 litros e dosagem do pro-
mente qual a velocidade real da máquina. duto de 0,2 L/ha:

Então, se o tempo para percorrer a distância de 50 Quantidade = (2000 x 0,2)/67 = 5,97 L de produto
metros e o tempo foi de 15 segundos, a velocidade para o preparo da calda de um tanque cheio do
é (50/15) x 60 = 200 m/min. pulverizador.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 33


O que podemos Isso já te prepara e também a sua equipe para as • Realize manutenções nos pulverizadores e
limpeza;
concluir e planejar paradas e o abastecimento mais rápido e eficaz
possível. • Certifique-se que o trabalhador está treinado;
com a calibração dos Sabendo a área total que deve ser tratada você
• Uso de equipamento de proteção individual
(EPI);
pulverizadores também sabe a quantidade total do defensivo agrí-
• Calibração e regulagem dos pulverizadores;
cola a ser comprado.
Continuando com nosso exemplo, temos os seguin- • Utilize água de boa qualidade;
tes dados após a calibração: Desse modo, a regulagem e calibração podem até • Verifique condições climáticas no local de
parecer algo trivial de se fazer, mas pode ser um pulverização antes de iniciar as atividades;
Se a taxa de aplicação de 67 L/ha e o tanque pos- ótimo começo para uma gestão e planejamento • Verifique como deve proceder com o descarte
sui volume de 2000 litros, já sabemos que a cada agrícola bem feitos. de produtos químicos (resíduos);
aproximadamente 30 hectares (2000/67) teremos
uma parada para reabastecer o tanque. Após todas as vantagens, regulagem e calibração • Se atente com a deriva.
dos pulverizadores, você também deve ter alguns Falando em deriva, saiba que muitas vezes ela pode
E em quanto tempo teremos que reabastecer o outros cuidados importantes nessa atividade: ser evitada com a consulta das condições climáti-
tanque? cas na hora de pulverização.
Cuidados durante a sua
Só precisamos dividir o número de hectares que pulverização E para verificar as condições você pode utilizar
um tanque trabalha (30 ha no nosso exemplo) pela aplicativos de celular para isso.
área tratada por minuto (0,48 ha/min), o que resulta • Utilize pulverizadores adequados para a cada
em aproximadamente 1 hora. atividade e área; Além disso, ressaltamos, que não devemos esquecer
• Utilize o defensivo agrícola recomendado que em toda pulverização é necessário utilizar EPI.
para a cultura e na dose correta;

Gerenciando o Maquinário Agrícola 34


Regulagem dos implementos

Um exemplo é o Adulanço 3.1, desenvolvido pelo


Laboratório de Agricultura de Precisão (LAP) da
ESALQ/USP.

Com o auxílio do Adulanço é possível verificar qual


A adequada regulagem dos equipamentos varia de a largura de trabalho ideal em máquinas de distri-
acordo com cada fabricante. buição transversal de fertilizantes e corretivos.

O gestor da propriedade deve buscar um profissio- No programa, ele gera a largura de aplicação de
nal qualificado frente aos equipamentos e imple- cada máquina avaliada, segundo os coeficientes
mentos que possui. de variação.
Bicos entupidos podem comprometer a eficiência de controle
O que você deve fazer com certeza é testar o fun- (Fonte: Teejet) Para começar, você pode baixá-lo gratuitamente
cionamento dos implementos agrícolas antes de aqui.
autorizar a realização da operação na área inteira. Desse modo, você evita que a operação em toda
área fique comprometida.
É nesse momento que vão aparecer os problemas Quer conhecer mais sobre os equipamentos
a serem solucionados: colhedora com corte muito Algumas operações possuem softwares e progra- mais utilizados na agricultura de
alto ou muito baixo, bico de pulverização entupi- mas gratuitos para avaliação do desempenho das precisão? Então veja este infográfico.
dos, semeadoras com discos dosadores errados etc. máquinas agrícolas.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 35


Após ler o manual, você pode começar seu teste. Após inserir os dados de quantidade de insumo de Assim, você pode saber exatamente qual a lar-
cada coletor, é possível ver o perfil de distribuição, gura de trabalho mais eficiente das suas máquinas
Em geral, o teste consiste em arranjar correta- segundo a largura simulada (neste caso é 8,5 m) ensaiadas.
mente bandejas (coletores) em campo; regular sua de acordo com as passadas do implemento.
máquina e implemento e passar pelas bandejas,
depositando nelas os insumos.

Demonstração da primeira guia de apresentação do Adulanço Simulação do perfil de distribuição do


implemento gerado no Adulanço

Gerenciando o Maquinário Agrícola 36


Regulagem da plantadeira de soja

Semeaduras inadequadas acarretam em perdas De forma que atrasos na semeadura, devido à Neste caso, a semeadura tardia chegou a atingir
maiores que 10% na produtividade da cultura. máquinas descalibradas ou mal reguladas podem 24 kg/ha de redução diária na produção agrícola
acarretar em grandes prejuízos à produtividade. de soja.
Há vários tipos de máquinas e implementos pre-
sentes no mercado. Em estudo realizado no Mato Grosso, nota-se a Assim, a semeadura inadequada e com máquinas
diferença de 7,7 sacas/ha entre sojas semeadas desreguladas pode acarretar em:
Mas o importante é entender que é melhor des- entre a primeira data de semeadura (24/out) e a
pender algumas horas realizando manutenções e segunda data (12/nov). • Maior ocorrência de plantas duplas;
preparação do maquinário, do que semear ou uti- • Má germinação das plântulas;
lizar peças desreguladas durante a operação.
• Falha no estande;
Uma má regulagem de plantadeira de soja pode • Atraso na semeadura;
resultar em baixa germinação e falha no estande,
• Desuniformidade no dossel.
afetando diretamente nossa produtividade.

Além disso, uma vez que a operação já fora iniciada, E como fazer essa regulagem de plantadeira de
a janela de plantio é curta e todos os contratem- soja? Veja a seguir:
pos devem ser evitados. (Fonte: Denilso José Mombelli em Coagril)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 37


Começando a regulagem correta das plantadeiras de soja
A plantadeira é uma máquina que merece atenção Além disso, uma inspeção geral deve ser realizada A distância convencional e também a mais indicada
redobrada na regulagem. no maquinário, a fim de checar peças quebradas para a semeadura na cultura da soja é de espaça-
ou desgastadas, que precisam de reposição. mento 45 ou 50 cm entre fileiras, e de 7 a 10 cm
Assim, a regulagem correta se inicia com uma lim- entre plantas, sempre em linhas paralelas.
peza geral das máquinas agrícolas que irão semear No caso da soja, os produtores devem escolher o
a soja. espaçamento de semeadura ideal. Lembrando que o melhor desempenho da lavoura
normalmente está na população de plantas de 200
A limpeza geral do maquinário impede possíveis con- Após isso, monte e ajuste os carrinhos de acordo a 400 mil plantas/ha.
taminações de plantas daninhas ou doenças de safras com esta distância predefinida.
passadas, em talhões onde antes elas não existiam. Além dessa metodologia, alguns produtores utili-
zam a semeadura com plantio cruzado, ou redução
de espaçamento entre fileiras.
Espaçamento (cm) Plantas/metro linear
Assim, escolha seu método de semeadura e faça
6 8 10 12 14 16 18 a regulagem de plantadeira de soja para o modo
40 150 000 200 000 250 000 300 000 350 000 400 000 450 000 desejado.

45 133 333 177 777 222 222 266 666 311 111 355 555 400 000 Após esses procedimentos, veja como fazer a
escolha correta dos discos e anéis da plantadeira
50 120 000 160 000 200 000 240 000 280 000 320 000 360 000 de soja:

(Fonte: Embrapa)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 38


4 Passos para escolher disco e anel da plantadeira de soja

1. Separe um pequeno volume de sementes que 4. Agora insira o anel sob o disco e verifique Os mais indicados para a cultura da soja são:
representam o nosso lote adquirido; como ficaram as sementes: elas não devem ficar
expostas acima da altura do disco, ou muito • Discos de 45 furos (média de plantio de até
2. Deste volume, separe as sementes maiores e 10 sementes/metro);
fundas dentro do disco escolhido.
experimente colocá-las no disco;
• Discos de 90 furos (média de plantio de 11 a
3. Se as sementes ficarem bem alojadas, sem 21 sementes/metro);
que haja a presença de duas sementes no
mesmo orifício ou a presença de sementes • Discos de 135 furos (acima de 22 sementes/
presas, isso quer dizer que o disco é apropriado; metros, exclusivo para dosador Titanium).
Agora que já escolhemos nossos discos e anéis,
vamos para a profundidade de semeadura:
(Fonte: J. ASSY)

Dessa forma, algumas especificações podem ser


levadas em conta na escolha dos discos.

(Fonte: J. ASSY)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 39


Cálculo da quantidade de sementes por hectare e metro linear

Para realizar os cálculos de sementes por hectare Então, supondo um cenário de: Andar com a plantadeira 10 metros e coletar as
nas nossas lavouras, basta seguir os cálculos abaixo. semente depois de 5 metros rodados, já que assim
1. Estande = 350.000 sementes/ha; a velocidade da máquina e a dosagem de sementes
O estande inicial de soja pode variar de 200 a 400 foi estabilizada.
mil plantas por hectare, idealmente. 2. Espaçamento = 0,45 m;
Desse modo, em 5 metros o valor total coletado
Assim, sabendo as fórmulas abaixo temos como 3. Poder germinativo = 98% (informação no saco da deve ser próximo de 17 x 5 = 85 sementes.
conferir a regulagem da plantadeira: semente evitando confusões);
Calculadas as sementes, vamos para os cálculos
4. Sobrevivência = 95% (estimado). de fertilizantes:

Sementes/ha = 350.000/ 0,98x 0,95


= 375.939,9 sementes/ha

Metros Lineares ou metros de sulco/ha =


10.000/0,45m = 22.222,22 metros lineares

Sementes/metro = 375.939,9/ 22.222,22


= 17 sementes em cada linha de plantio.
(Fonte: Anselmi, Spekken e Molin em A Granja)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 40


Regulagem de plantadeira de soja e cálculo da quantidade de adubo

Algumas semeadoras também adubam o sulco de Para correta distribuição de fertilizantes, deve-se verem muito desgastadas devem ser substituídas,
semeadura, sendo que o fertilizante deve ficar ao verificar o estado dos rotores denteados e das ros- a fim de evitar quebras durante o plantio.
lado ou abaixo da semente. cas sem-fim.
Após essa checagem, vamos para o cálculo do
As partes responsáveis pela distribuição do adubo No caso das roscas sem-fim, deve-se checar as adubo:
devem ser checadas e reparadas se houver neces- bases do distribuidor. Se as peças das bases esti-
sidade.

Devido ao fertilizante ser um produto com carac-


terísticas salinas, as peças envolvidas nestas dis-
tribuições podem apresentar oxidações.

Dessa forma, é comum ocorrer o travamento da


transmissão destes mecanismos.

Como teste rápido, pode-se tentar girar o eixo


responsável pela distribuição com uma chave ou
manivela, o sistema deve virar sem muito esforço.
(Fonte: Massey Ferguson em Portal do Agronegócio)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 41


Cálculo do adubo para regulagem de plantadeira de soja

Passe a área de hectares para metros lineares: Caso os volumes coletados estiverem fora dos cal- Além desses fatores citados, de uma maneira geral,
culados, novas regulagens nas engrenagens devem as peças com defeito devem ser listadas e trocadas.
1 ha/ espaçamento da cultura (m) ser realizadas até que se atinja o número desejado
de adubo. Faça isso de preferência antes da plantadeira ini-
10000 m²/0,45m = 22.222 metros lineares ciar a semeadura, e assim possibilitar maiores efi-
Agora que temos a quantidade adequada de adubo ciências operacionais e gerenciais.
Supondo 500 Kg de adubo por hectare: e semente que serão requeridas, vamos para outros
cuidados fundamentais: Ademais, a procedência das peças adquiridas deve
500 Kg/22.222 metros lineares = 0,0225 Kg ser levada em conta, uma vez que as peças origi-
Outros cuidados fundamentais com a regulagem nais garantirão melhores desempenhos.
Ou seja, em 1 m a plantadeira coloca 0,022 Kg ou de plantadeira de soja:
22,5 g de adubo. A qualidade da operação também depende do ope-
• Velocidade de semeadura de 4 a 6 Km/h; rador.
Se você preferir, é possível conferir apenas em um • Calibragem dos pneus;
metro linear se há 22,5 g de fertilizante. Os funcionários ou operadores das plantadeiras
• Engrenagens em perfeito estado (limpas e devem saber tudo o que acontece com as máqui-
lubrificadas);
Mas você pode testar melhor ao andar 10 metros nas e possuir treinamento especializado para rea-
com a plantadora, coletando o adubo após 5 metros • Lubrificação das correntes; lização da operação.
caminhados, onde devemos ter um valor de 22,5 x
• Verificação de pinos e contrapinos;
5 = 112,5 g de adubo.
• Lubrificação geral da máquina e graxeiras.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 42


Colhedora desregulada causa muito prejuízo?
Além da boa regulagem das máquinas, o momento
de realização da colheita é essencial para evitar
perdas. O teor de umidade dos grãos deve ser res-
peitado.

A regulagem dos equipamentos é o procedimento Segundo Nunes, do total de perdas na colheita, Para a colheita da cultura do milho, o ideal é que
mais importante a ser realizado na colheita. 80% se deva a má regulagem da colhedora e 20% os grãos estejam entre 12% e 13% de umidade e a
ao manejo inadequado da cultura. colhedora com velocidade entre 4 e 6 km/h.
O objetivo é coletar o máximo dos produtos com
a melhor qualidade possível. Se houver necessidade de colheita antecipada com
umidades entre 18% e 20%, o produtor precisará
Após todo o trabalho de correção do solo, adubação levar em conta a secagem do material antes do
adequada, manejo de pragas e doenças ao longo armazenamento, segundo José Nunes.
da safra, temos o produto pronto para ser colhido
e vendido, perdas não são toleráveis. Em grãos, a colhedora é considerada uma máquina
combinada, pois realiza na mesma passada diver-
Máquinas desreguladas ocasionam perdas de sas operações.
colheita da ordem de 3 a 10%, cerca de 2 sacas
de soja /ha ou mais, segundo a Conab. Durante a colheita da soja ou do milho, a colhedora
efetua as operações de corte do material, alimen-
O aceitável nacional e internacionalmente para a (Fonte: Emater em RS.gov)
tação, trilha e limpeza.
cultura da soja é 1 saca/ha.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 43


É essencial que cada um desses sistemas esteja Fique atento para alguns fatores de perdas na É evidente que o manejo das lavouras também deve
calibrado e com as devidas regulagens e manuten- colheita: ser realizado adequadamente, mesmo uma máquina
ções em dia. Se um sistema estiver em desequilí- bem regulada irá embuchar numa colheita de soja
brio, vários outros podem ser prejudicados. • Barra de corte, substituição de navalhas com a presença de muitas plantas daninhas.
danificadas e ajuste da folga;
• Troca de dedos quebrados e alinhamento dos
dedos;
• Velocidade de rotação do molinete, de acordo
com umidade e massa de plantas;
• Altura do molinete (geralmente 30 cm a
frente da barra de corte);
• Caracol (altura em relação a parte posterior
(Fonte: Cotrisoja)
de alimentação);
• Velocidade de colheita (entre 4 e 8 km/h).

(Fonte: Embrapa)
Uma colheita mal feita deixa muitos grãos no solo,
os quais germinarão e resultarão em tiguera na
próxima cultura.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 44


Já na questão da obsolescência, o equipamento
Depreciação de Máquinas Agrícolas adquirido com certos pacotes tecnológicos podem
apresentar defasagens com o passar do tempo.

Com as constantes inovações no meio agrícola, as


máquinas estão cada dia mais tecnológicas e tais
softwares podem ser renovados pelos fabricantes.

A depreciação das máquinas, aqui especialmente Com o passar dos anos, as horas de uso acabam
falando das utilizadas na agricultura, pode ser defi- desvalorizando as máquinas que foram submetidas
nida como a perda de valor dos equipamentos com ao duro trabalho no campo.
o passar do tempo.
Esse desgaste, conhecido como depreciação, acar-
Vamos explicar como funciona na prática! reta em perda do valor dos equipamentos com o
passar dos anos.
Os equipamentos e máquinas agrícolas, ao serem
adquiridos novos, possuem todas as peças e A depreciação pode ocorrer devido a dois principais
tecnologias que acabaram de sair da fábrica e estão fatores: desgaste dos equipamentos devido ao uso (Fonte: GauchaZH)
sem desgaste algum. e obsolescência.

À medida em que estes equipamentos são levados Neste cenário, podemos citar as máquinas agrí- Sistemas de posicionamento mais precisos, sen-
ao campo para trabalho, existe um desgaste natu- colas como: tratores, plantadeiras, colhedoras, sores mais eficientes, válvulas mais rápidas para
ral das peças do conjunto. carros da frota da fazenda e implementos sendo aplicação de insumos, são exemplos presentes
desgastados, perdendo valor, de acordo com o nas máquinas novas do mercado, tornando as
uso ao longo dos anos. antigas obsoletas.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 45


A obsolescência operacional reflete exatamente Vale ressaltar que existem dois tipos de deprecia- Ferramentas para cálculo
esse cenário! ção aplicadas às máquinas: a depreciação fiscal e
a depreciação gerencial. de depreciação
Uma vez que são lançados novos sensores e pro- Ressaltamos que para calcular e controlar a depre-
dutos com vantagens adicionais, temos uma depre- Na depreciação fiscal, também chamada de depre- ciação de máquinas na sua fazenda, o mais indi-
ciação dos equipamentos antigos com o passar do ciação contábil, o valor do bem adquirido é cal- cado é a utilização de uma planilha de Excel e um
tempo. culado para ser reduzido a zero após o período software de gestão agrícola.
determinado para sua vida útil.
A obsolescência também pode ser física nas máqui- Isso porque, nos dois casos, você consegue uma
nas agrícolas, que ocorre quando temos danos como Já na depreciação gerencial, o valor final do bem sistematização melhor, especialmente no software,
batidas, desgastes, envelhecimento e falta de peças não necessita chegar a zero: pode ser calculado já que nem sempre as contas são fáceis, ainda mais
para reposição. durante um intervalo menor que a duração de sua se você tiver um número considerável de máquinas.
vida útil.
Para te ajudar nisso, disponibilizamos uma planilha
Como começar a Assim, o estado de conservação e manutenções gratuita para você começar os cálculos agora de uma

calcular a depreciação realizadas nos equipamentos pode manter o valor


do bem mais elevado. Isso depende de cada modo
maneira bem mais rápida e simples. Baixe aqui!

de máquinas e de utilização.

equipamentos?
Para começar o nosso cálculo, devem ser inseridas
a vida útil do equipamento e sua taxa mensal ou
anual de depreciação.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 46


Mas saiba que, com um software agrícola, você O Aegro, por exemplo, permite que você controle O aplicativo ainda oferece indicadores precisos
pode acompanhar a depreciação das máquinas de a taxa de depreciação dos equipamentos ano após sobre o rendimento de cada máquina. Com essas
maneira organizada, ao longo de toda a sua vida ano. Assim, você consegue ter uma visão muito informações, fica fácil de entender se o equipa-
útil. mais clara sobre o valor do seu patrimônio. mento está operando com eficiência ou se chegou
a hora de trocá-lo.

Veja como é fácil


realizar o registro de
depreciação no Aegro.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 47


Qual o percentual de depreciação de máquinas e equipamentos?

Falamos de depreciação de máquinas e equipa- A porcentagem de depreciação varia de acordo com Para acessar a tabela de depreciação da Receita
mentos e sua importância para a manutenção do cada máquina e equipamento agrícola. Federal clique neste link.
fluxo de caixa da fazenda.
Uma boa baliza que utilizamos é a tabela de depre- Lembrando que a tabela da Receita Federal não
Mas como calculamos, de fato, a depreciação? ciação da Receita Federal. Nela, encontramos as é obrigatória para o cálculo da depreciação dos
taxas anuais de depreciação de cada bem e vida bens de empresas que se enquadram no Simples
útil em anos. Nacional ou Lucro Presumido.

Ela é apenas uma sugestão de valores norteadores


para utilização.

(Fonte: Receita Federal)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 48


Além da tabela da Receita Federal, a Conab tam- Pegando uma colhedora de cana comprada por R$ Como calcular a
bém disponibiliza algumas tabelas voltadas para
a cadeia agrícola.
1 milhão como exemplo. Após 5.000 horas de tra-
balho, seu valor final seria de 25% do valor pago, depreciação fiscal
ou seja, R$ 250 mil.
Você pode acessar a tabela da Conab clicando aqui. Como a depreciação e perda do valor das máquinas
Porém, a taxa anual de depreciação, apesar de ser está relacionada à forma de utilização destes
A Conab também apresenta a vida útil considerada geralmente calculada com uma porcentagem fixa equipamentos, modelos de gestão da frota de cada
em horas e valor residual para cada equipamento, para a maioria dos equipamentos, pode variar de fazenda podem influenciar em maiores taxas de
de acordo com tipo de operação que desenvolve. acordo com cada propriedade. depreciação anuais.
O valor residual é o preço de venda deste equipa-
mento, depois do tempo de vida útil calculado. Vamos calcular um exemplo de depreciação fiscal
de uma máquina agrícola que custe R$ 250 mil.

Olhando na tabela da Receita Federal, para uma


máquina que se encaixe na categoria de referência
8432 “Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola
ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou
para cultura; Rolos para gramados (relvados) ou para
campos de esporte” a vida útil é de 10 anos e taxa
anual de depreciação de 10%.

(Fonte: Conab)

Gerenciando o Maquinário Agrícola 49


O cálculo consiste em dividir o valor total da nossa Como calcular a Claro que outros fatores devem ser levados em
máquina pela vida útil em meses estipulada pela
Receita Federal. depreciação gerencial conta no momento da venda, como utilidade e
demanda da máquina na propriedade.

R$ 250.000 / 120 (10 anos) = No caso de uma depreciação gerencial, vamos supor Mas, certamente, a depreciação é um cálculo que
R$ 2.083,33 (depreciação mensal) que venderemos essa máquina após três anos de ajuda no planejamento financeiro do negócio.
uso por R$ 170 mil.
Nesse cálculo de depreciação fiscal, levamos, após
10 anos, o valor da nossa máquina a zero reais. Nesse caso, a diferença do valor da máquina no
momento da venda foi de R$ 80 mil. O cálculo
Para calcular a depreciação por hora, iremos supor consiste em dividir a diferença pelos meses de uso
que esta máquina irá trabalhar 1.500h no ano. do equipamento.

1500 h / 12 meses = 125 h/mês R$ 250.000 - R$ 170.000 = R$ 80.000,00

A depreciação por hora será calculada como depre- R$ 80.000 / 36 meses (3 anos) =
ciação mensal dividido pela quantia de horas tra- R$ 2.222,22 (depreciação mensal)
balhadas por mês.
Máquinas presentes no campo
Note que a venda após 3 anos de uso, nessas con- estão cada vez mais tecnológicas
R$ 2.083,33 (depreciação mensal) / 125 h/mês dições apresentadas, não seria compensatória. Isso (Fonte: Jornal do Comércio)
= R$ 16,65/h porque, se mantivéssemos a máquina operando na
propriedade, a depreciação ao final do ciclo seria
menor.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 50


Conclusão

As máquinas e implementos agrícolas são nossas Ainda mostramos sobre o uso de softwares e do
ferramentas de trabalho e, toda ferramenta, pre- aplicativo Aegro para facilitar os cálculo dos custos
cisa de regulagem, manutenção e uso adequado. operacionais e nas análises dos dados da safra.

Máquinas com manutenções em dia possuem maior Sendo que o planejamento das operações e máqui-
valor na revenda, menos problemas no meio da nas agrícolas juntamente com a análise dos dados
operação e, assim, menos prejuízos. posteriores, é essencial para o bom gerenciamento.

Vimos também neste e-book sobre a correta maneira Lembre-se que você pode consultar esse documento
de abastecer sua frota e calcular seus custos, sem sempre que houver qualquer dúvida.
causar contaminações do combustível nos tanques
das máquinas. Com isso, esperamos que você obtenha mais efici-
ência e redução de prejuízos com seus patrimônios
Além da depreciação das máquinas e como calcular e maquinário agrícola. E conte sempre com a gente!
essa taxa de desvalorização para os equipamen-
tos agrícolas. Pois assim, fica fácil se preparar para
aquisição de novos bens ao longo do tempo, sem
prejudicar a saúde financeira do negócio.

Gerenciando o Maquinário Agrícola 51


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para sua gestão de
patrimônio e máquinas

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