Você está na página 1de 9

ONDE ESTÃO AS MULHERES?

PRIMEIRAS IMPRESSÕES DA FICHA DE


AVALIAÇÃO DOS GUIAS DOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA (2007-
2013)

BERNARDELLI, Marília Alcântara


Programa de Mestrado em Educação – Universidade Estadual de Londrina (UEL)
/Agência financiadora: Programa de Demanda Social da CAPES
mabernardelli14@gmail.com

INTRODUÇÃO

O presente estudo contempla parte de uma pesquisa de mestrado em


desenvolvimento. Tal pesquisa tem como tema a imagem contemporânea da mulher nos
livros didáticos (LD) de História dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5ºano)
sendo orientada pela Professora Doutora Marlene Cainelli (UEL). Nossa investigação
pretende compreender a (as) forma (s) ou o ocultamento de como os LD de História
vêm representando em imagens e textos a figura da mulher. Para isso, estamos
trabalhando em consonância com os Guias dos Livros Didáticos dos anos de 2007, 2010
e 2013, nos quais consta uma ficha de avaliação que posteriormente indicará
quantitativa e qualitativamente a coleção que foi avaliada. Tendo como foco a menção
da mulher, buscamos nessas fichas a localização dos critérios relacionados a elas em
concomitância com o aparecimento das questões de gênero.
A primeira parte do título desse texto apresenta-se pela constante indagação que
fazem as pesquisadoras que se debruçam ao assunto. Podemos abordar em textos e em
exemplos empíricos que comumente as mulheres são integradas na sociedade com um
grande esforço, mesmo os movimentos sociais e as pesquisas feministas apresentando
resultados positivos neste âmbito, neste viés, ainda encontramos pensamentos e atitudes
que seguem a intolerância sexista.
Como forma de contribuir com a pluralização da desconstrução de conceitos
“estratificados”, este estudo tem como objetivo analisar teoricamente o modo como
supostamente é avaliado a mulher nos LD por meio específico da ficha de avaliação.
Uma vez que a dissertação está em desenvolvimento, torna-se inviável apresentar uma
conclusão, dessa forma, apontaremos algumas impressões que de maneira pertinente
irão potencializar a nossa reflexão visando o desdobramento da pesquisa. Podemos
compreender que as fichas são elaboradas a partir de normas dos editais de cada
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) que estruturam-se metodologicamente
por conhecimentos pré-estabelecidos. Posteriormente são utilizadas pelos avaliadores do
Programa para a elaboração das resenhas, após, são disponibilizadas nos Guias com
intuito de reflexão e análise das coleções pelo professor, caso as deseje utilizar. No caso
da mulher e de gênero, ambos localizam-se nos critérios de construção e no
desenvolvimento da cidadania, bem como à seção dos princípios éticos.
Nesse sentido, suscitamos que o diálogo sobre as mulheres e o aporte
estruturante das fichas tornam-se talvez insuficientes quando não transmitem –
categoricamente falando - uma ampliação dos conceitos de mulher e gênero, podendo
assim implicar na neutralização dos assuntos ou, mesmo da forma questionada, torná-
los suficientes. Sendo assim, é pertinente a multiplicação dos debates sobre o tema para
não se ficar somente na primeira impressão.

IMPRESSÕES TEÓRICA DAS FICHAS DE AVALIAÇÃO

“Mas por que você vai pesquisar isto? Isto o que você pesquisa não serve para
nós, isto, é importante só para vocês. Me desculpa!”. Inicio o texto com essa frase que
escutei de uma diretora de uma escola estadual do município de Ourinhos. Ao
questioná-la sobre a utilização dos livros didáticos na escola em que trabalha e sobre a
possível disponibilidade das coleções para minha pesquisa recebi tal resposta. O fato
ocorrido no ano passado me deixou um tanto quanto estável em sua frente, que nem
consegui me justificar, falei algumas coisas que considerava importantes sobre o LD e
ali na sala dela ficou por isso mesmo.
Olhando para os conceitos abordados na pesquisa e considerando a importância
dos acontecimentos dos fatos ocorridos mesmo tratando-se de uma pesquisa teórica
qualitativa não achamos viável desconsiderar essa situação, uma vez que também
acreditamos ser necessário o afinamento dos nossos sentimentos pela observância e
registro dos comportamentos e práticas das pessoas envolvidas nesse processo
(LOURO, 1997). Essa passagem pessoal e talvez corriqueira com outras tentativas de
pesquisadores quanto aos seus variados temas de pesquisa me propõe constantemente a
reflexão para que realmente vai “servir” a minha pesquisa. Com base nesse pensamento,
indago ainda mais o seu objeto – a imagem da mulher – e vejo o quão é necessário o
conhecimento sobre a temática, que por sua vez abordam os conceitos de mulher e livro
didático, que se não discutidos implicarão em relações de poder neutralizada e diluída
em pensamentos, discursos e ações dos sujeitos. Por isso acreditamos que os espaços
para tais discussões, como as escolas, devam-se ampliar, ao passo que os assuntos sejam
dialogados com mais frequência e novos pensamentos sejam construídos.
Como dissemos anteriormente, esse trabalho é parte integrante de uma pesquisa
de mestrado em educação que está sendo desenvolvida. Para nossa investigação nos
utilizaremos dos LD de História para os anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º
ano), cabe nesse momento ressaltar que ainda não fizemos as escolhas das coleções a
serem utilizadas, porém em concomitância estamos analisando a ficha de avaliação que
compõe unicamente cada um dos guias dos LD. Escolhemos os triênios de 2007, 2010 e
2013, pois, elas se apresentam respectivamente nesses guias.
Para a pesquisa de mestrado iremos analisar a imagem da mulher nos livros
didáticos de História (1996-2013) pautada em dois métodos de análise, o iconológico
pela perspectiva da autora Martine Joly em consonância com a categoria analítica de
gênero proposta por Joan Wallach Scott. Tendo em vista o presente estudo, sem perder
o foco da pesquisa nos nortearemos por uma análise teórica que propicie a
problematização e o contexto das fichas de avaliação dos guias didáticos refletindo a
cerca das relações de gênero e de livro didático.
Entendemos que o produto cultural, denominado livro didático, encontra-se
presente diariamente nas escolas brasileiras sendo utilizado como suporte ou principal
material pedagógico do professor. Segundo as informações contidas no site do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) o Programa Nacional do Livro
Didático (PNLD) é o mais antigo dos programas voltados à distribuição de obras
didáticas aos estudantes da rede pública de ensino brasileiro. A última escolha dos
livros para os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) ocorreu em 2013 e
num total foram beneficiadas 47.056 dos anos iniciais. Tendo um total de investimento
de R$ 751.725.168,04 (lucro revertido para as Editoras participantes) entre os anos
iniciais e anos finais (incluindo a modalidade de ensino para jovens e adultos – EJA).
O Programa Nacional do Livro Didático foi criado em 1985 (Brasil, 2012). A
partir de 1997 houve uma mudança significativa na forma de organização e distribuição
dos livros. Eles agora se complementam por coleções e não por séries, no caso do de
História, ele vem acompanhado do livro de Geografia até o PNLD de 2004 (BRASIL,
2003). A separação dessas disciplinas pelos livros do PNLD é apresentada no Guia de
2007 (BRASIL, 2006) e segue-se respectivamente pelo PNLD de 2010 e 2013.
O livro didático ou o artefato da cultura escolar como descreve Garcia (2013)
preenche um espaço considerável nas aulas e na sua utilização pelos professores e
alunos. Assim, considerando em números as escolas que são atendidas pelo Programa e
supostamente a quantidade de docentes e discentes que irão relacionar-se com esse
produto, podemos pensar que há vários tipos de conhecimentos científicos sendo
disseminados, cada coleção apresenta-se de um modo, porém, os editais de cada PNLD
indicam a estrutura que os livros pretendidos deverão seguir, e isso vale tanto para sua
estética quanto para o seu conteúdo.
De acordo com as pesquisas desenvolvidas por Garcia (2013, p. 82) e demais
pesquisadores no Núcleo de Pesquisa em Publicações Didáticas (NPPD/UFPR) devem
lembrar estes pesquisadores, que, no Brasil o PNLD: “[...] impõe estruturas, conteúdos e
formas que devem ser atendidos pelas editoras para que uma obra seja aprovada e
disponibilizada à escolha dos professores e escolas”. As coleções possuem autonomia
na disposição dos assuntos, mas ao mesmo tempo devem nortear-se pelos critérios
indicados.
No caso do livro da disciplina de História ocorre a produção de outro livro de
História Regional. Ao escolhermos os LD de História como suporte para análise do
nosso objeto partimos da expectativa dos anos iniciais como lócus de processo do
desenvolvimento do saber científico com relação intrínseca a vida social. Tomando
como pressuposto as considerações de Cainelli e Oliveira (2013, p. 294) acreditamos
que:
[...] se entendermos os anos iniciais como um espaço de formação,
como um dos lugares nos quais o sujeito entrará em contato com o
saber científico e considerando que o saber histórico transita entre as
memórias advindas de toda vivência social, que essas memórias
interferem na aprendizagem histórica e que o sujeito precisa aprender
a se locomover entre memória e história, entre passado e presente,
refletindo sobre o anacronismo ou sobre o decalque do passado no
presente e vice-versa [...].
Questões como a aprendizagem histórica e o uso do LD em sala de aula não
serão abordado na pesquisa, portanto, não faremos investigações acerca dos temas. Por
outro lado não podemos nos abster que essas questões estabelecem relações com o
assunto pesquisado, afinal, falaremos de um instrumento que pode servir de apoio para
os docentes na escolha dos livros, que, primeiramente foi utilizado pelos profissionais
especialistas na disciplina que avaliaram as coleções e elaboraram as resenhas.
A ficha de avaliação funciona como um meio de apoio ao docente no momento
em que está em contato com a resenha de cada coleção. Os critérios de avaliação das
fichas seguem as normas da proposta de conteúdo e formas indicada pelo edital de
convocação de cada PNLD. Na ficha do PNLD de 2007 consta a seguinte informação:
“A ficha é reproduzida a seguir para o professor, se assim o desejar, possa ter um ponto
de referência para as próprias análises” (Brasil. 2006, p. 26).
A disposição das fichas é basicamente em forma de questionário. Em uma parte
dessas fichas é analisada especificamente a questão da mulher ou o modo como aparece
nos livros didáticos. Nelas podemos notar as seguintes perguntas a serem analisadas. No
guia do PNLD de História de 2007 as questões de gênero e mulher encontram-se no
item de princípios gerais que aborda a construção da cidadania:

IV – Princípios gerais
Construção da cidadania
O livro didático (nos textos, atividades e ilustrações) está isento de
preconceitos ou indução a preconceitos de: (exclusão):
[...] gênero
[...] Promove positivamente, visando uma sociedade justa e igualitária:
A imagem da mulher [...] (Brasil. 2006, p. 29).

Nessa parte tem que ser preenchidos “sim” ou “não” para cada item, além disso,
alguns critérios também constam com outras respostas como “bom”, “satisfatório”,
“inexistente” entre outros similares. Também, no guia do PNLD de História de 2010
essa questão está em consonância com o desenvolvimento da cidadania:

IV – CIDADANIA
[...] Desenvolvimento de ações positivas à cidadania
71 – Promove positivamente a imagem da mulher, considerando sua
participação em diferentes trabalhos e profissões e espaços de poder
72 – Aborda a temática de gênero e da não violência contra a mulher,
visando à construção de uma sociedade não sexista, justa e igualitária,
inclusive no que diz respeito ao combate à homofobia
73 – Promove a imagem da mulher através do texto escrito, das
ilustrações e das atividades, reforçando sua visibilidade (Brasil. 2009
p. 328).

No guia do PNLD de História de 2013 podemos ver esse questionamento na


seção de respeito aos princípios éticos, designado pelo item 37:

Está isenta de estereótipos e preconceitos de condição social, regional,


étnico-racial, de gênero, de orientação sexual, de idade ou de
linguagem, assim como qualquer outra forma de discriminação ou de
violação de direitos (Brasil. 2012, p. 352).

As três fichas de avaliação fazem menção a mulher e a sua relação com o


cotidiano e os demais aspectos social podendo fazer a uma conotação com as diversas
maneiras de se exporem na sociedade uma vez que os itens das fichas de 2010 e 2013
explicitam a isenção de preconceitos de gênero. Porém, tal repercussão pode não ocorrer
devido ao fato dos livros supostamente não abordarem o tema sobre as mulheres ou com
mulheres, ou mesmo a apresentação desses conteúdos serem tratados por aspectos
tradicionais onde as mulheres são representadas como donas de casa dedicadas.
Colocaremos tal pensamento como hipótese da pesquisa.
Pensando nas descrições a serem questionadas nas fichas, as mulheres aparecem
uma única vez em cada uma delas. Seria esse um assunto pouco apresentado no LD?
Deixamos aqui outra indagação para a pesquisa, mas algumas primeiras impressões
podemos destacar, talvez a pouca discussão do assunto entendendo que eles poderão ser
conteúdos dos livros, e o lugar que preenchem tendo em vista uma sociedade
normatizadora que dita regras aos corpos sexuados. Nas duas primeiras fichas
apresentadas ambas localizam a mulher na construção da cidadania. Mas de qual
modelo de cidadania estão falando? Acreditamos ser o modelo tradicional, o que é
considerado “normal” onde a mulher com todo seu esforço e bondade, atributos
considerados por essa sociedade como biologicamente pertencentes a elas, contribui até
que significativamente com o desenvolvimento social.
Acreditamos lógico, que existam mulheres esforçadas e bondosas, mas também
acreditamos que as pessoas se constroem e se desenvolvem socialmente não sendo o
corpo sexuado definidor dos atributos emocionais, pessoais e físicos de alguém. A
noção de uma relação social ideal baseada no biológico por si só impõe condições
específicas a serem seguidas pelos sujeitos tornando os corpos únicos sem a
possibilidade de transgressão dos sexos. A predominância de posicionamentos
essencialistas possui um caráter excludente com as diversas formas que se tem de “ser”
um corpo. Como diz a historiadora Tania Navarro Swain (2014, p. 619): “A história
mata simbolicamente as mulheres ao condená-las aos limites de um corpo reprodutor”.

REFLEXÃO
Primeiramente destacamos que as impressões apresentadas com relação as fichas
de avaliação estão passivas a outros questionamentos que surgirão no decorrer da
pesquisa podendo mudar as considerações apresentadas aqui. Concomitantemente
entendemos que a problematização do seu conteúdo é inerente a mais estudos sobre a
temática o que pretendemos continuar realizando para o feito da dissertação. Por isso
consideramos pertinente a apresentação do trabalho em eventos que discutem o assunto,
sendo contribuinte a ocasião para a pluralização dos nossos conhecimentos.
Retomando a indagação do título: onde estão as mulheres? Descrevemos que
elas se encontram em lugares supostamente reservados a elas e mesmo assim pouco
ampliado o espaço para a discussão nos livros visando os critérios aplicados nas fichas.
Por outro lado, as fichas não ocultam a mulher e lhes atribuem significados quanto a sua
representação na sociedade, representação essa a ser questionada na pesquisa que
compreende a mulher construída por suas relações sociais. Cabe aqui um ilustre
pensamento de Simone de Beauvoir, expressado e desenvolvido também por outras
historiadoras e feministas, (1970, p. 57) que ao tentar entender nos entrelaces da
sociedade a construção mulher, salienta:

“[...] o corpo da mulher é um dos elementos essenciais da situação que


ela ocupa nesse mundo. Mas não é êle tampouco que basta para a
definir. Êle só tem realidade vivida enquanto assumido pela
consciência através das ações e no seio de uma sociedade”.

Até o momento as ponderações feitas sobre as fichas de avaliação refletem a


necessidade de subverter um imaginário social criado que se cultua um ideário de
sujeitos. Por fim, compreendemos que pesquisa sobre a mulher e as relações de gênero
nos livros didáticos de História para o Ensino Fundamental podem “servir” na forma de
propiciar o diálogo entre pesquisadores, docentes e discentes que atuam ou pesquisam
nas escolas possibilitando a reflexão das formas que nos colocam a pensar sobre alguns
“assuntos” para assim, volto a dizer, não ficarmos na primeira impressão.
REFERÊNCIAS

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. (Trad. Sérgio Milliet). 4. ed. São Paulo:
Difusão Européia do livro, 1970.

BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2013: História. Brasília: Ministério da


Educação, 2012.

BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2010: História. Brasília: Ministério da


Educação, 2009.

BRASIL. Guia do livro didático 2007: História: série/anos iniciais do ensino


fundamental. Brasília: Ministério da Educação, 2006.

BRASIL. Guia de livros didáticos: 1ª a 4ª séries. Brasília: Compográfica. 2003.

CAINELLI, Marlene Rosa; OLIVEIRA, Sandra Regina F. “Se está no livro de História
é verdade”: as ideias dos alunos sobre os manuais escolares de História no ensino
fundamental. In: GARCIA, Tânia Maria F. Braga; SCHMIDT, Maria Auxiliadora;
VALLS, Rafael (orgs). História e manuais escolares: contextos Ibero-americanos.
Ijuí: Unijuí, 2013. p. 291-312.

Fundo nacional de desenvolvimento da educação. Disponível em:


<http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-dados-estatisticos>.
Acesso em: 30 set. 2014.

GARCIA, Tânia Maria F. Braga. Os livros didáticos na sala de aula. In: GARCIA,
Tânia Maria F. Braga; SCHMIDT, Maria Auxiliadora; VALLS, Rafael (orgs). História
e manuais escolares: contextos Ibero-americanos. Ijuí: Unijuí, 2013. p. 69-102.

LOURO. Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-


estruturalista. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
Plano nacional do livro didático – PNLD 2013. Dados estatísticos por Estado.
Disponível em: < http://www.fnde.gov.br/programas/livro-didatico/livro-didatico-
dados-estatisticos>. Acesso em: 30 set. 2014.

SWAIN, Tania Navarro. Histórias feministas, história do possível. In: STEVENS,


Cristina; OLIVEIRA, Susane Rodrigues; ZANELLO, Valeska. Estudos feministas e de
gênero: articulações e perspectivas [livro eletrônico]. Florianópolis: Mulheres, 2014.
p. 613-620.

Você também pode gostar