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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

NAIARA ALVES ATAÍDES, NAYARA CÁSSIA ALVES RODRIGUES E


VÂNIA FERREIRA DA SILVA.

AS PRÁTICAS DE LEITURA EM UMA CLASSE


HOSPITALAR

Iporá
2020
NAIARA ALVES, NAYARA CÁSSIA E VÂNIA FERREIRA.

As práticas de leitura em uma classe hospitalar

Trabalho de Leitura significativa apresentado à


Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial
para a obtenção de média bimestral nas disciplinas do 6°
semestre.

Orientador: Prof. Marcia de Souza Quadros.

Iporá
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
3 CONCLUSÃO........................................................................................................6
4 REFERÊNCIAS......................................................................................................7
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1 INTRODUÇÃO

A educação não está limitada somente ao espaço escolar, sabendo que a


aprendizagem pode se efetivar de diferentes formas e em lugares distintos, o
pedagogo que se dispõe a se especializar para tabalhar em locais não escolares,
como por exemplo, em hospitais, carrega consigo um grande desafio. Fazer com
que as crianças e adolescentes enfermos, passando por uma situação difícil,
desafiadora e que lhe tira o bem-estar, se interessem e se sintam motivados a
continuar o tratamento e participar dos momentos de aprendizagem, exigem
empenho e habilidades.
A pedagogia hospitalar possibilita aos alunos-pacientes a chance de dar
continuidade aos conteúdis escolares de forma mais lúdica, visando a aprendizagem
efetiva.
De acordo com a pesquisa “Pedagogia hospitalar: A relevância do
pedagogo” de Ame Cruz Sousa, Damares Araújo Tele e Maria Perpetua do Socorro
Beserra Soares, “[…] o pedagogo tem uma função muito maior do que apenas trazer
atividades que possam gerar conhecimento nos alunos-pacientes, o pedagogo tráz
ânimo, força de vontade e alívio para esses pequenos que acabam respondendo
melhor ao tratamento por enxergar o hospital com um outro olhar.”
Partindo desse ponto positivo, podemos destacar a leitura como um fator
fundamental para o desenvolvimento do aluno-paciente, tanto para o
desenvolvimento da criança como aluno, tanto como paciente. Atividades com a
leitura podem ser individual ou com os pais/acompanhantes, sendo assim uma
forma de também poder aproximar o aluno-paciente de quem o acompanha,
ampliando a intimidade, a confiança, o carinho e pode ser a melhor parte do
tratamento para ambas as partes.
A leitura, seja ela feita na escola ou em qualquer lugar, nos apresenta um
mundo novo, cheio de possibilidades, de história diferentes, um mundo encantado
diferente, com finais diferentes, sujeitando ao leitor pazer, imaginação, criatividade e
talvez, por alguns momentos, olvidar a situação em que o jovem se encontra.
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2 DESENVOLVIMENTO
Durante muito tempo as crianças hospitalizadas sofreram com a exclusão
social durante o período de internação, as que enfrentavam doenças com períodos
longos de tratamento sofriam uma grande perca em sua vida escolar. Então em
1935, Henri Sellier inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos
arredores de Paris. Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na
Europa e nos Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de
crianças tuberculosas.
No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do
Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item
9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação
para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência
hospitalar”.
As práticas pedagógicas hospitalares não diferem das práticas
pedagógicas escolares, pois o objetivo básico é o mesmo, fazer com que aquela
criança continue a se desenvolver plenamente como um cidadão crítico, autônomo e
ativo na sociedade.
A preocupação de um pedagogo ao entrar em uma sala de aula com
diferentes “tipos” de aluno, é em conseguir alcançar todos, conseguir compreender
melhor cada um com o seu jeito de ser, seus costumes, sua cultura, seu modo de
vida.
Saber o que cada um conhece do mundo em que vive, os conhecimentos
prévios de seus alunos são imprenscidíveis, pois é apartir daí que o professor
poderá construir métodos e práticas para obter uma aprendizagem significativa. Em
uma escola esse passo é um grande desafio e em um hospital ele pode ser maior
ainda.
O pedagogo em um ambiente hospitalar é desafiado o tempo inteiro pois
as adversidades podem ser maiores nesse ambiente.
Tomar gosto pela leitura é algo que devemos plantar em nossas crianças,
mas gostar de fazer algo quando se está saudável é bem mais fácil do que quando
se está em uma cama de hospital. Conseguir conquistar uma cirança que te vê
como um estranho e em um ambiente que pode ser incômodo para ela pode ser o
primeiro grande desafio.
Criar condições e possibilidades para o aluno-paciente te ver com bons
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olhos deve ser um ponto de muita atenção, pois ali será o primeiro contato com a
criança. Saber do que ela gosta pode ser uma barreira vencida, pois assim existe
uma possibilidade mais acertiva de sucesso no primeiro contato. Cativar o aluno-
paciente é primordial.
Quando se pensa em atividades para crianças que estão em hospitais,
precisamos nos orientar por um curriculo pré elaborado, baseado na BNCC e
também pelo contato com a escola do aluno. O aluno que frequenta a classe por três
dias ou mais é realizado contato telefônico com sua escola, comunicando da sua
participação na classe e obtendo-se informações referentes aos conteúdos que
estão sendo trabalhados, no momento, em sua turma. Após alta hospitalar, é
enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu
desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas.
O objeivo da classe hospitalar é da normalização do cotidiano do aluno-
paciente, preenchendo de forma produtiva as horas vazias de sua hospitalização,
resgatando, não só sua escolarização, mas também a manutenção da sua
autoestima, da alegria de viver, de modo a encorajá-lo a agir criativamente diante
deste momento inesperado da sua doença.
O planejamento em geral precisa ser flexível, podendo receber novos
alunos e tendo seu início, meio e fim durante o dia.
A leitura tem uma grande visibilidade quando se fala em classes
hospitalares, as histórias infantis quando bem contadas, proporcionam um grande
fascínio nas crianças e permitem que elas viajem por seus próprios entendimentos,
em seu mundo encantado particular, podendo olvidar a própria doença e o
tratamento enfrentado.
Portanto a literatura infantil é muito utilizada nessas classes, muitas vezes
ela vai além das possibilidades pensadas pelo pedagogo como expandir seu
vocabulário, ampliar e adquirir conhecimentos, tomar gosto pela leitura, etc; ela pode
criar laços mais fortes com os familiares ou acompanhantes e até mesmo com o
professor, conseguir criar pontes de intimidade, carinho e afeto.
Esse é um dos motivos que tem levado a literatura para as classes
hospitalares, utilizando-a com seus múltiplos sentidos: terapêutico, lúdico, educativo
e de formação pessoal e intelectual.
Como é possível observar até aqui, as classes hospitalares tem o objetivo
de mudar a compreensão do paciente sobre o hospital, ela pode abrir novos
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horizontes para a criança ou adolescente.


Essa escolarização humanizada deve ser um trabalho em conjunto com
os familiares, com o hospital e pedagogos para a efetivação de atividades que serão
realizadas para motivar os alunos-pacientes de modo que eles se sintam seguros e
com disposição para conseguir continuar seu tratamento e ao mesmo tempo
estudar.
É essencial que as atividades prestadas aos alunos sejam lúdicas,
cativantes e criativas, mas não deve deixar de lado etapas que desenvolvam
atividades com objetivos pedagógicos. O aluno deve se sentir à vontade, mas ao
mesmo tempo, deve se sentir desafiado, não deve perder o gosto pelo novo, a
curiosidade de conhecer novas coisas, é importante que aconteça uma troca de
aprendizagem entre aluno e professor.
As brinquedotecas nos hospitaias ocupam um importante lugar no
desenvolvimento das atividades pedgógicas propostas. E foi por meio da aprovação
da Lei n° 11.104/05 em 21 de março de 2005, no Congresso Nacional, que ficou
determinada a obrigatoriedade da instalação de brinquedotecas nas unidades de
saúde que oferecem atendimento pediátrico em regime de internação.
As atividades desenvolvidas nas brinquedotecas devem estar de acordo
com o intreresse do paciente infantil, sua idade e suas especificidades. Pensando
nisso e na interdisciplinaridade presente nas competências gerais da educação
básica, as atividades podem ser variadas, com o intuíto pedagógico.
Para que haja uma interação transdisciplinar no ambiente escolar é
preciso que o professor tenha uma visão e uma compreensão mais abrangente, por
isso, é importante que o pedagogo hospitalar participe de formações continuadas,
que envolvam trabalhos com diferentes situações, como por exemplo, cursos
voltados para a área da atuação do pedagogo hospitalar para que possam constuir
novas propostas criativas de atendimentos das crianças e adolescentes
hospitalizados.
As ativideades planejadas devem dar continuidade aos estudos da
criança, de modo que haja um aprendizado contínuo e proveitoso e sempre de
cunho pedagógico, para que não se torne um simples passatempo, respeitano os
conteúdos, as datas comemorativas do ano entre outros fatores.
Com uma internação de um membro da família ocorrre uma
desestruturalização emocional natural dos membros familiares. Envolver as famílias
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nas atividades pedagógicas podem ter um valor muito signifivativo para o


desenvolvimento do aluno, tanto didaticamente quanto emocionalmente, já que a
família é o principal pilar para a reconstrução social e moral da criança e do
adolescente, após o tratamento. Os membros também podem se sentir mais
próximos e até úteis para a criança inferma, podendo enxergar a motivação que
pode nascer daquela relação pré criada.
Visando envolver as famílias dos alunos-pacientes nas atividades
pedagógicas hospitalares, o professor deve manter seu currículo sempre flexível,
sempre disponibilizar materiais pedagógicos de fácil manuseio e sempre incentivar
os pais/acompanhantes à se envolverem com o momento de aprendizagem.
A leitura é muito importante para essas crianças e trabalhar com a leitura
vai além de simplesmente ler. Deve ser criado um ambiente de contextualização
para que os alunos-pacientes saibam do contexto, para que eles possam expor seus
próprios conhecimetos sobre o assunto, para que eles troquem informações, para
que sintam curiosidade em ler algo mais sobre o que estavam discutindo. Essa é
uma parte importante para que a criança não perca o interresse em conhecer mais
sobre o mundo em que vive, conhecer mais sobre literatura, sobre músicas, sobre
artes, sobre história, sobre brincadeiras, enfim, para que não percam o seu instinto
investigativo. Proporcionar momentos que possam explorar essas áreas com a
família é de grande valor para ambos, pois ali existe uma forma diferente de
interação entre pai e filho ou paciente e família.
Está presente na BNCC, especificamente nas competências gerais da
educação básica que é preciso “Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação […]”, levar a literatura para trabalhar esses sentidos é uma
grande porta de abertura para trabalhar o emocional dessas crianças, para saber
como anda a saúde mental do aluno-paciente.
A criança é sempre a protagonista, precisamos voltar os olhos e criar
condições para que ela possa passar por esse momento díficil de tratameno sem
sofrer grandes percas, tanto psicológicamente, socialmente, emocionalmente e
pedagógicamente. Portanto a esperança se faz presente em todos os momentos,
principalmente no âmbito hospitalar.
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PROJETO DE LEITURA
TEMA Projeto identidade.
JUSTIFICATIVA
De acordo com a competência geral 9 da BNCC, é preciso
“Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.”
OBJETIVO Os alunos-pacientes conhecerão melhor a si mesmos assim
GERAL como os outros alunos-pacientes do hospital e criarão
perspectivas sobre seu futuro.
OBJETIVOS Um projeto interdisciplinar visa expandir conhecimentos prévios
ESPECÍFICOS sobre matemática, história, geografia, português e artes,
trabalhando diferentes conteúdos dessas matérias.
Os alunos-pacientes também expandirão os conhecimentos
que possuem de si e de sua família.
Os conteúdos serão:
Receitas;
Acrósticos;
Gráficos;
Tabelas;
Mapas;
Artes: colagens e desenhos.
Os assuntos serão distribuidos por idade.
METODOLOGIA De acordo com a idade do aluno, serão distribuidos os
conteúdos para que possa ser dado cada comando.
O projeto está embasado em 5 perguntas que serão respondias
de diferentes formas.
As perguntas são as seguintes:
1- Quem sou eu?
2- O que gosto de fazer/brincar?
3- Qual a minha comida predileta?
4- Como vim parar aqui?
5- Como será o meu futuro?
As criancas de 6 anos poderão utilizar dois gêneros textuais
para responder as perguntas, podendo ser eles: acróstico ou
receita. Também poderão fazer desenhos. Cada resposta será
feita em uma folha chamex A4 para que depois possam ser
coladas no mural.
As crianças de 7 anos, além de poder responder as questões
utilizando acrósticos e receitas, também poderão usar mapas
para as suas representações.
As crianças de 8 anos poderão usar acrósticos, rceitas, mapas
e gráficos e tabelas para responder o questionário.
As criancas de 9 anos poderão utilizar acrósticos, rceitas,
mapas e gráficos, tabelas e tirinhas para a conclusão do seu
projeto identidade.
As criancas de 10 ano podrão usar acrósticos, rceitas, mapas e
gráficos, tabelas, tirinhas e literatura de cordel para fazerem o
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seu projeto.
Antes do pojeto ser iniciado o pedagogo resposável terá de
apresentar todos os conteúdos disponíveis para as respostas,
sendo assim apresentar o que é um acróstico, como fazer, etc.
o mesmo deve ser feito com todos os conteúdos disponíveis.
RECURSOS Brinquedoteca para a classe hospitalar;
DIDÁTICOS Folhas A4;
Lápis;
Cola;
Giz de cera;
Lápis de colorir;
Glitter;
Régua;
Mapas;
Revistas;
AVALIAÇÃO A avaliação será individual e será qualitativa, podendo observar
as barreiras vencidas pelo aluno-paciente, a criatividade e o
empenho.
REFERÊNCIAS BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Governo Federal,
04 de dez. de 2018. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#introducao
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3 CONCLUSÃO

Já se passou o tempo em que a educação era reconhecida somente na


escola com um professor detentor de todo o conhecimento, hoje acreditamos no
conhecimento de mundo do aluno, nada é descartado, tudo é vantagem, cada
bagagem que o aluno trás não deve ser deixado de lado, pois tudo parte do
conhecimento prévio do aluno. Diante disso, percebemos a grande necessidade de
desenvolver ações aducativas nos mais diversos espaços, pois o ato de ensinar não
se fraz apenas no interior da escolas. O hospital é mais um ambiente onde a
educação pode e deve acontecer, espaço onde o pedagogo vai atuar como
colaborador, desenvolvendo um trabalho que dê continuidade a escolaridade de
crianças e adolescentes.
Com tantas leituras sobre a história da educação hospitalar no Brasil,
temos uma noção do qaunto as crianças e os adolescentes eram negligenciados;
por motivos banais elas perdiam o direito de receber educação por estar no leito de
um hospital. O trabalho do pedagogo vai sempre além de pensar em atividades e
avaliações, o objetivo é sempre construir um cidadão crítico, ativo, autonômo, não
podendo, então, esquecer daqueles que estão sendo excluídos.
Percebemos então, que o objetivo do trabalho pedagógico em hospitais é
estimular a capacidade de aprendizagem, trabalhar laços afetivos das crianças e
adolescentes, levar para eles um pouco da rotina que eles tinham fora daquele
ambiente hospitalar, é sempre ser flexível.
Esse trabalho nos permitiu enxergar um pouco além do que é ser um
pedagogo, tivemos certeza da diferença que um profisional bem preparado pode
fazer na vida de muitas famílias, sabendo que esse é um trabalho que está sempre
ligado a fortes emoções, sentimentos dolorosos e dias difíceis. Saber que uma aula
de contação de histórias, por exemplo, pode mudar o dia de uma família nos motiva
a semper buscar novas capacitações.
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REFERÊNCIAS

ARIÉS, P. A descoberta da infância. In Historia Social da crança e da família. Rio


de Janeiro: Zahar, 1978.

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. São Paulo: Ática,


1998.

BRASIL. Constituição da República do Brasil. 1988. Texto Constitucional de


05/10/1988 e ementas (versão atualizada).

MATOS, E. M.; MUGGIATII, M. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Champagnat, 2001

MENEGOLLA, Maximiliano; Sant’anna, Ilza Martins. Por que planejar?: como


planejar?: currículo, área, aula. 17. Ed. Petrópolis; Vozes, 2009.

VIEGAS, Drauzio. Brinquedoteca hospitalar: isto é humanização. 2. ed. Rio de


Janeiro: Walk, 2008.

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