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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – IFES

COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA – CTQ

BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL

KARINE MARTINS

KIANY FERREIRA

MARCELA FRANCISCO

TAYNNA CAMARGO

Prática nº 3 (13/04/2017)

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA UREASE DE


SOJA

Disciplina: Biotecnologia Industrial

Professor: Cristiane Zdradeck

Turma: TQVV3.V

VILA VELHA

ABRIL - 2017
1 – INTRODUÇÃO

“A soja é uma leguminosa muito valorizada economicamente devido à sua


composição de nutrientes e fitoquímicos que a classifica como um alimento de
alto valor nutricional e com alegação funcional” (ANDRADE, 2010). A partir da
soja pode ser extraída uma enzima chamada uréase, a qual tem como principal
característica a capacidade de realizar hidrólise da ureia, transformando-a em
carbonato de amônio, segundo a reação:

Figura 1: reação química de hidrólise da ureia pela ação da enzima uréase.

As enzimas se caracterizam como um conjunto de substâncias orgânicas do


grupo das proteínas, com atividade intra ou extracelular,e que atuam como
catalisadores de reações químicas. Isso é conseguido através do abaixamento
da energia de ativação necessária para que se dê uma reação química,
resultando no aumento da sua velocidade.

Uma das aplicações da uréase no cotidiano é o chamado teste da uréase, que


é utilizado pela medicina para detectar a bactéria Helicobacterpylori no
estômago. Essa bactéria é uma das principais causas de problemas como
gastrite, esofagite, duodenite, úlcera e câncer no estômago.

No setor da agricultura, a ureia é muito utilizada como fertilizante. Grande parte


da uréia aplicada é hidrolisada por ureases produzidas por bactérias do solo,
que possibilitam a volatilização do nitrogênio na forma de amônia (COREAS,
2014).

2 – OBJETIVOS

Observar a presença da enzima urease nos produtos que contém soja,


observar sua atividade enzimática e desnaturação pelo calor.
3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 – Materiais e Reagentes

 Balão volumétrico;
 Béquer;
 Bastão de vidro;
 Chapa aquecedora;
 Farinha de soja;
 Funil de vidro;
 Glicerol;
 Uréia 1%;
 Sol. vermelho de fenol;
 Sol. de ureáse;
 Tampão fosfato 0,001M, pH7;
 Termômetro;
 Tubos de ensaio;

3.2 – Procedimento Experimental

 Primeiro, pesaram-se 6,0230 g de farinha de soja em um béquer de 50ml.


 Foram adicionados 40 mL de glicerol ao béquer, homogeneizou-se o meio
com bastão de vidro.
 Em seguida, a solução foi transferida para um balão volumétrico.
Completou-se o volume com água destilada, agitou-se o balão por 15
minutos. Posteriormente a solução foi colocada em refrigeração.
 Separadamente, colocou-se água em um béquer de 400 mL para
aquecimento com um termômetro. Separaram-se 5 tubos de ensaio e os
enumeraram de 1 a 5.
 Ao tubo 1 foi adicionado 3 mL de sol. tampão com 1% de ureia, 2 gotas do
indicador e 4 gotas de urease.
 Ao tubo 2 foi adicionado 3 mL de sol. tampão, 2 gotas do indicador e 4
gotas de urease.
 Ao tubo 3, foi adicionado 2 mL de água destilada, e 4 gotas de urease,
agitou-se e ferveu-se por 2 minutos. Em seguida, foi adicionado 3 mL de
sol. tampão com 1% de uréia, 2 gotas de indicador e 4 gotas de urease
fervida.
 Ao tubo 4 foi adicionado 3 mL de sol. tampão com 1% de uréia, 2 gotas do
indicador e 4 gotas de urease.
 Ao tubo 5 adicionou-se 3ml de sol. tampão com 1% de tiouréia e 4 gotas de
urease.

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

O experimento foi realizado em etapas. A primeira etapa consistiu na extração


da urease de soja. Essa parte do experimento foi realizada para o
conhecimento da técnica utilizada, já que a solução preparada precisaria
permanecer durante um dia em resfriamento. Devido a essa falta de tempo a
urease utilizada para as etapas seguintes já se encontrava pronta para a
realização do experimento.

A segunda etapa do procedimento consistiu na caracterização da enzima,


iniciando pela atividade enzimática. Nesse procedimento utilizou-se o indicador
vermelho de fenol que passa de cor amarela ou laranja em meio ácido ou
neutro para cor rósea ou vermelha, em meio alcalino. Na realização do
procedimento prepararam-se dois tubos de ensaio (T1 e T2). O T1 era
composto por 3 ml de solução tampão com 1% de ureia, 2 gotas de indicador
vermelho de fenol e 4 gotas de urease. O T2 era composto por 3 ml de solução
tampão, 2 gotas de indicador de vermelho de fenol e 4 gotas de urease. Ambos
os tubos apresentaram coloração inicial amarela. Os tubos 1 e 2 foram postos
em aquecimento até que se observou a mudança em sua coloração. Observou-
se que o T1 apresentou uma coloração avermelhada após o aquecimento, isso
ocorreu devido a presença da uréia, que, quando hidrolisada pela uréase
presente em solução, aumenta o pH devido a formação de carbonato de
amônio, obtendo-se como produto final a amônia, constatada pela mudança de
coloração para a cor vermelha. Esta reação pode ser descrita pela equação
química:
CO (NH2)2 + H2O → 2 NH3 + CO2 

Em seguida realizou-se o procedimento para desnaturação da enzima pelo


calor. Na realização dessa etapa preparou-se um tubo de ensaio (T3), este que
continha 2 ml de água destilada, 3 ml de solução tampão com 1% de uréia, 2
gotas de indicador vermelho de fenol e 4 gotas de urease fervida. Observou-se
que o T3 apresentou uma coloração vermelha bem mais clara, um pouco
diferentemente do T1.

Logo após realizou-se o procedimento de especificidade da enzima. Para este


procedimento prepararam-se mais dois tubos de ensaio (T4 e T5). O T4 era
composto por 3 ml de solução tampão com 1% de uréia, 1 gota de indicador
vermelho de fenol e 4 gotas de urease. O T5 era composto por 3 ml de solução
tampão com 1% de tiouréia, 2 gotas de indicador vermelho de fenol e 4 gotas
de urease. O T4 trazia tampão com uréia e esperava-se a presença de uma
tonalidade rosa, já que a uréase, ao catalisar a reação de hidrolise da uréia,
tornaria a solução alcalina pela liberação de amônia. No T5, e foi acrescentada
a tioureia, não se esperava mudança na coloração, já que a uréase é
específica para catalisar reações de hidrolise da uréia e não reagem da mesma
forma com a tioureia. Entretanto, por erros operacionais na realização do
procedimento, como por exemplo confusão entre as soluções tampão de ureia
e de tioureia, não foram obtidos os resultados esperados. Observou-se que T4
e T5 apresentaram coloração amarelada igualmente ao T3.

5 – CONCLUSÃO

Uma vez que o intuito do experimento era reconhecer a presença da enzima


uréase nos produtos de soja e observar seu processo de desnaturação, pode-
se concluir que o experimento foi eficiente para tal fim, mesmo com erros
quanto à diferença das soluções não tenha sido observada.

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, G. F. et al. Tratamento térmico adequado proporciona melhoria da


qualidade nutricional de farinhas de soja elaboradas a partir de novos cultivares
destinados à alimentação humana. Rev. Inst. Adolfo Lutz. São Paulo, 2010;
69(4):537-44. Disponível em
<http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/rial/v69n4/v69n4a15.pdf>. Acessado em 22
de abril de 2017.

COREAS, N. M. G. Síntese e atividade inibidora de uréase de novos γ-


alquilidenobutenolídeos análogos aos rubrolídeos. Dissertação (Pós-graduação
em Agroquímica) – Universidade Federal de Viçosa. Minas Gerais,
dezembro/2014. Disponível em
<http://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/7622/texto
%20completo.pdf?sequence=1>. Acessado em 22 de abril de 2017.

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