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Quando uma pessoa falta à Missa para ir ao shopping, para adiantar um trabalho, para
dormir algumas horas extras ou para participar de um evento social, não é preciso
muito para perceber o lugar que Deus ocupa na sua vida.
P.: Visitei os meus parentes na última Páscoa e, infelizmente, eles não foram à Missa.
Quando saí para participar, lembrei a eles que faltar à Missa era pecado mortal, ao
que eles responderam:
"Isso foi muito tempo atrás... Faltar à Missa não é mais pecado mortal."
R.: Mais do que abordar essa questão sob o ângulo do pecado, é preciso trazer à
mente qual a importância da Missa. A cada domingo, nós nos reunimos como Igreja,
com os corações repletos de alegria, para prestar a Deus o nosso culto de adoração.
Mais uma vez, recordamos e professamos a nossa fé no mistério da salvação: Jesus
Cristo, o Filho de Deus, sofreu, morreu e ressuscitou para a nossa redenção. As ações
salvíficas da Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado Santos estão todas reunidas no Santo
Sacrifício da Missa. A Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium afirma que "a
Liturgia, pela qual, especialmente no sacrifício eucarístico, se opera o fruto da nossa
Redenção, contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem
aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da verdadeira Igreja" (n. 2).
Mais do que isso, na Missa, cada fiel católico é alimentado com abundantes graças:
primeiro, somos nutridos com a Palavra de Deus – a verdade eterna de Deus que nos
foi revelada e escrita sob a inspiração do Espírito Santo. Depois, damos a nossa
resposta a Ele, professando a nossa santa fé católica, tal como apresentada no Credo,
dizendo não simplesmente "Eu acredito", como uma pessoa só, mas "Nós
acreditamos", como parte da Igreja.
Justamente porque nos oferece dons tão preciosos, nos alimenta com tão grandes
graças e nos une como Igreja, nós também temos o dever sagrado de participar na
Santa Missa. O terceiro mandamento do Decálogo manda "santificar o dia do sábado"
(Ex 20, 8). Para o povo judeu, no Antigo Testamento, o sábado marcava o "dia de
descanso" após a Criação. Nós, cristãos, sempre guardamos o domingo, dia da
Ressurreição do Senhor. Assim como a Criação se inicia no primeiro dia da semana,
com Deus dizendo, "Faça-se a luz" (Gn 1, 3), Nosso Senhor, a Luz que veio para destruir
a escuridão do pecado e da morte, ressuscitou dos mortos naquele primeiro dia
inaugurando a Nova Criação.
Ao examinar essa questão, contudo, uma pessoa deve refletir realmente no valor e na
grandeza da Missa e do sacramento da Eucaristia. Todos os dias, fiéis católicos na
República Popular da China arriscam não só oportunidades educacionais e econômicas,
mas também as suas próprias vidas, só para assistir à Santa Missa. Em territórios de
missão, pessoas viajam vários quilômetros só para participar da Eucaristia. Um
missionário africano contou-me que alguns dos seus fiéis caminham 16 quilômetros
para vir à Missa aos domingos, e então têm que andar mais 10 milhas de volta. Eles se
arriscam e se sacrificam porque realmente acreditam na Missa e na presença do
Senhor na Eucaristia.
Deus deve vir em primeiro lugar nas nossas vidas. No domingo, nosso primeiro dever
como católicos é adorar a Deus na Missa e ser alimentado com a Sua graça.
A Didascalia Apostolorum, um escrito do terceiro século, exorta: "Deixai tudo no Dia
do Senhor e correi diligentemente à assembleia, porque é o vosso louvor a Deus. Caso
contrário, que desculpa darão ao Senhor esses que não se reúnem no Seu dia para
ouvir a palavra da vida e receber o divino alimento que dura para sempre?" De
verdade, que desculpa eles darão?