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Oficio das Sete dores de Nossa Senhora.

Comentário:
Segundo uma antiga tradição, os cristãos recordam “as sete dores de
Nossa Senhora”: momentos em que, perfeitamente unida ao seu Filho
Jesus, pôde compartilhar de modo singular a profundidade de dor e de
amor do Seu sacrifício.
Santo Afonso M. Ligorio, Doutor da Igreja, em seu livro "Glórias de Maria
Santíssima", diz: “Se é certo que todas as graças que Deus nos concede,
como eu tenho por certo, passará pelas mãos de Maria, também tenho por
certo que só por meio de Maria poderemos esperar e conseguir a sublime
graça da perseverança final. E certamente a conseguimos, se
confiadamente a pedimos sempre a Maria suplicando-lhe por intermédio de
suas benditas dores. Pobres daqueles que se afastam desta defesa e
deixam de ser devotos de Maria e de se encomendar e ela em todas as
suas necessidades. Perca uma alma a devoção a Maria e logo ficará
em trevas. Ai daqueles que desprezam a luz deste sol”.
Contemplar as sete dores de Maria é mergulhar, como filhos afetuosos,
na intimidade do coração da mãe, atalho maravilhoso de imersão no oceano
do amor inesgotável de Deus. Iniciemos cantando este oficio das Dores de
Nossa Senhora.

Canto de Entrada

3. Saudação

Oficiante: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.


Todos: Amém!
O- Nós vos louvamos Senhor, e vos bendizemos!
T- Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.
O- Nós contemplamos vossas Dores, ó mãe de Deus!
T- E vos seguimos no caminho da fé!

O- Oremos: (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor com
que acompanhastes vosso Filho à sepultura e ali O deixastes sepultado,
concedei-nos que, por meio dos auxílios da vossa Igreja, vivamos uma vida
reta e digna; para que, no dia do juízo, mereçamos ressuscitar
com os verdadeiros cristãos e ser levado à direita do Pai. Por Cristo, Nosso
Senhor.
T-Amém.

O: Virgem Doloríssima, seriamos ingratos se não nos esforçássemos em


promover a memória e o culto de vossas dores.
Vosso Divino filho tem vinculado a devoção de vossas dores, particulares
graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas
as necessidades e perigos e particularmente na hora da morte. Alcançai-
nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos méritos de Vossas Dores e
lágrimas, as graças que necessitamos. Amém

Iª dor de Nossa Senhora: A Profecia de Simeão na Apresentação de Jesus


no Templo

Leitura (Lc2,33-35).
Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está
destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de
contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).

Sermão

Leitor 1: Ó magoada senhora e Mãe querida das dores, vejo-vos com


trêmulos braços apresentar o vosso Filhinho nos braços de Simeão; e em
retorno ouço este santo velho dizer-vos:” A tua alma será transpassada por
uma grande dor aguda”. Já começa a cumprir-se a profecia porque ao
ouvirdes estas palavras começais a sentir a primeira lançada que não sairá
mais de vosso terníssimo coração, enquanto estiverdes na Terra. Reparti-a
comigo, alcançando-me a grande dor de minhas culpas, que foram a causa
de vossas dores.
Leitor2: Naquele dia houve uma grande comoção no templo de Jerusalém.
Um venerável ancião, sacudido pelo espírito Santo, tomou em seus braços
o menino, disse que agora podia dormir em paz porque seus olhos tinham
contemplado o esperado, cujo destino seria destruir, derrubar e levantar, e
disse à mãe que estivesse preparada porque também ela seria envolvida no
fragor daquele destino de ruína e de ressurreição. E Ana uma venerável
octogenária, sentiu-se repentinamente rejuvenescida e começou a falar
maravilhas daquele menino... No meio da comoção geral, que fazia. Que
dizia a mãe?” sua mãe estava admirada das coisas que se diziam”. Mas a
mãe deve ter vivido tão intensamente aqueles episódios que lhe ficaram
vivamente gravados os nomes, a idade e as palavras daqueles anciãos e
depois de muitos anos, retransmitiu tudo, fielmente, á comunidade primitiva.
A virtude nos apresentada nesta dor é a da santa obediência. Sejamos
obedientes aos nossos superiores, a exemplo de Maria desde o seu sim,
porque são eles instrumentos de Deus; e quando a obediência nos trouxer
qualquer sacrifício, confiando em Deus, a Ele entreguemos nossas dores e
apreensões, sofrendo de bom grado. Obedeçamos não por motivo
humanos, mas pelo amor daquele que por nosso amor se fez obediente até
a morte de Cruz.

Oremos: (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor que
sofrestes quando o ancião Simeão vos profetizou as contradições com que
o mundo haveria de perseguir vosso Filho, suplicamos-lhe que não permitas
que nos encontremos entre os mundanos inimigos de Cristo, senão entre os
que professam docilmente vossa doutrina. Por Cristo, Nosso Senhor.
T-Amém.

Compadeço-me de Vós, Senhora, pela dor que sofreste ao ouvir a


profecia de Simeão de que uma espada de dor transpassaria o vosso
coração, Senhora das Dores e consoladora dos aflitos, rogai por nós.

AVE-MARIA
(ao término, acende-se a primeira vela)

CANTO
A voz de Simeão no templo escutais/ Cruéis profecias. Bendita sejais.
Bendita sejais, Senhora das dores/ Ouvi nossos rogos. Mãe dos pecadores.

2ª dor de Nossa Senhora a Fuga para o Egito


Leitura ( Mt 2,13-18).
O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o
menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes
vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e
a mãe, e partiu para o Egito.

Sermão

Leitor 1: Virgem Santíssima e Mãe querida das Dores, vejo-vos sair


apressada ao peito virginal o vosso infinito tesouro e correr terra estranha
com tantas fadigas para o salvar da fúria do ímpio Herodes. Repartir comigo
essa grande dor. Alcançando-me a graça de fugir de todas as ocasiões de
matar em minha alma a graça divina, o fruto de vossas dores.

Leitor 2: Nesse momento, Maria está na condição de fugitiva política. A


existência do menino ameaçava a segurança do trono. O cetro, para
defender a segurança, ameaça a segurança do menino; e este, nos, braços
da mãe, tem que fugir para garantir a existência. Os três fugitivos devem
ter-se arrastado fatigosamente durante o dia sobre as areias móveis e sobre
o sol escaldante, passando a noite estendidos na terra, contando com
pouca água e o pouco alimento que levava consigo, isto e, o suficiente para
uma semana. Para dar conta dessa travessia, o viajante atual tem que ter o
passado diversas noites, sem dormir e ao relento, na desolada Iduméia, a
ter percebido como passava por eles pequenos grupos de homens e
algumas mulheres com crianças no peito, e divisá-los taciturnos e
pensativos, resignados à fatalidade, enquanto se afastavam na desolação,
para uma ignorada meta. Assim viveu a mãe naqueles dias: de sobressalto
em sobressalto, repetindo permanentemente o seu amém.
Maria não se aflige pelas dificuldades em terras longínquas; mas por ver
seu
filho inocente perseguido, suportou o exílio por amor e com alegria por Deus
fazer dela cooperadora do mistério da salvação. No exílio sofreu
provocações, mas as portas do Céu futuramente se abririam para Ela. Esta
dor nos ensina a aceitar as provocações do dia-a-dia com alegria de quem
sofre para agradar a Deus. Esse agir e esse procedimento chamam-se
santidade. No meio da dor sofrem os infelizes, entregam-se ao desespero,
porque não têm a amizade divina, que traz paz e confiança em Deus. Por
isso, somos convidados a aceitar os sofrimentos por amor a Deus.
Exultemos de alegria, porque grande é o nosso merecimento,
assemelhando-nos a Jesus Crucificado, que tanto sofreu por amor a vossas
almas!
2ª dor de Nossa Senhora a Fuga para o Egito.

Leitura (Mt 2,13-14).


O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o
menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes
vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e
a mãe, e partiu para o Egito.

Leitor 1: Virgem Santíssima e Mãe querida das Dores, vejo-vos sair


apressada ao peito virginal o vosso infinito tesouro e correr terra estranha
com tantas fadigas para o salvar da fúria do ímpio Herodes. Repartir comigo
essa grande dor. Alcançando-me a graça de fugir de todas as ocasiões de
matar em minha alma a graça divina, o fruto de vossas dores.

Leitor 2: Nesse momento, Maria está na condição de fugitiva política. A


existência do menino ameaçava a segurança do trono. O cetro, para
defender a segurança, ameaça a segurança do menino; e este, nos, braços
da mãe, tem que fugir para garantir a existência. Os três fugitivos devem
ter-se arrastado fatigosamente durante o dia sobre as areias móveis e sobre
o sol escaldante, passando a noite estendidos na terra, contando com
pouca água e o pouco alimento que levava consigo, isto e, o suficiente para
uma semana. Para dar conta dessa travessia, o viajante atual tem que ter o
passado diversas noites, sem dormir e ao relento, na desolada Iduméia, a
ter percebido como passava por eles pequenos grupos de homens e
algumas mulheres com crianças no peito, e divisá-los taciturnos e
pensativos, resignados à fatalidade, enquanto se afastavam na desolação,
para uma ignorada meta. Assim viveu a mãe naqueles dias: de sobressalto
em sobressalto, repetindo permanentemente o seu amém.
Maria não se aflige pelas dificuldades em terras longínquas; mas por ver
seu
filho inocente perseguido, suportou o exílio por amor e com alegria por Deus
fazer dela cooperadora do mistério da salvação. No exílio sofreu
provocações, mas as portas do Céu futuramente se abririam para Ela. Esta
dor nos ensina a aceitar as provocações do dia-a-dia com alegria de quem
sofre para agradar a Deus. Esse agir e esse procedimento chamam-se
santidade. No meio da dor sofrem os infelizes, entregam-se ao desespero,
porque não têm a amizade divina, que traz paz e confiança em Deus. Por
isso, somos convidados a aceitar os sofrimentos por amor a Deus.
Exultemos de alegria, porque grande é o nosso merecimento,
assemelhando-nos a Jesus Crucificado, que tanto sofreu por amor a vossas
almas!

Sermão

O: (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor que


tiveste quando o soberbo e ambicioso Herodes quis dar morte a vosso
Filho, livrai-nos de toda ambição e soberba, de modo que não sejamos
orientados por nossos interesses, mas por vossa Misericórdia que
ultrapassa a nossa limitação humana. Por Cristo, Nosso Senhor.
T-Amém.

O- Compadeço-me, Senhora, de Vós, Pela dor que sofrestes no desterro ao


Egito, pobre e necessitada naquela longa viagem. Fazei, Senhora, que eu
seja livre das perseguições de meus inimigos, Senhora das Dores e
consoladora dos aflitos, rogai por nós.

AVE-MARIA
(ao término, acende-se a segunda vela)

Canto
O céu manda um anjo dizer que fujais/ Da fúria de Herodes, Bendita sejais.
Bendita sejais, Senhora das dores/ Ouvi nossos rogos. Mãe dos pecadores.

3ª dor de Nossa Senhora a perda do Menino Jesus no Templo.

Leitura (Lc 2,43b-45.48).


Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus
ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que
estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre
parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura
dele. Filho, por que fizeste assim conosco? “Eis que teu pai e eu te
procurávamos cheios de aflição”.

Leitor 1: Mãe Santíssima das Dores! Minha dulcíssima Rainha! Ouço os


angustiados suspiros com que, por três dias contínuos debulhada em pranto
buscais o vosso amável Filho, sem que entre conhecidos e parentes, o
encontrais.
Reparti comigo esta dor prolongada, alcançando-me a dor de o haver tantas
vezes perdido pelo pecado e a graça de nunca mais me apartar dele, até
me
unir a Ele para sempre no céu.

Leitor 2: A mãe tomou a primeira caravana e regressou a Jerusalém e


andou
procurando-o angustiosamente durante três dias. Crêem vocês que a mãe
se
alimentou convenientemente durante esses dias? Crêem vocês que Maria
descansou suficientemente naquelas noites? Que desapareceu aquela
espada de incerteza? Ai anda a mãe, perdida entre multidão, entre as
caravanas que entram e saem do templo, olhando ansiosamente por aqui e
por ali, perguntando aos sacerdotes e. Nada! Logo se lança à rua repleta de
gentes.
Percorre as praças, percorre os mesmos lugares inúmeras vezes
perguntando, e tudo inútil! Quem de vocês poderá dizer-me o grau de
angústia e incerteza que marcava o termômetro da mãe?
E Deus como de costume em silêncio; e a mãe como de costume
abandonada à sua condição normal: peregrina dolorosa, a que procura e
não encontra; metida na encruzilhada e terrível escuridão, como se as
coisas acontecessem por acaso, como se tudo acontecesse pela fatalidade
cega da história, como se por trás dos fatos não houvesse uma mão
providente ou uma mente condutora: a noite escura da fé! A mãe, depois de
três dias de ansiosa busca, por fim o encontrou. Aqui devemos contemplar
as mães que choram ao verem os seus filhos generosos ouvirem o
chamamento divino, aprendendo com Maria a sacrificar o seu amor natural.
Almas eleitas chamadas e que sacrificam as afeições mais caras e a sua
própria vontade para servir a Deus! Grande é sua recompensa. Sigam em
frente!
Sejam generosas em tudo e louvem a Deus por terem sido escolhidas para
tão nobre fim. Vocês que choram pais, irmãos, regozijam-se, porque suas
lágrimas um dia converter-se-ão em pérolas, como as de Maria Santíssima
se converteram em favor da humanidade.

Sermão

O- (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor que sofrestes
quando perdeste vosso Filho em Jerusalém e estiveste por três dias a
buscá-Lo, suplicamos-lhe que nunca O percamos pelo pecado e que, se O
perdermos, O busquemos com arrependimento, e buscando-O, O
encontremos com a sincera confissão no templo e O conservemos com a
verdadeira religião. Por Cristo, Nosso Senhor.
T-Amém.

Compadeço-me, de Vós, Senhora, pela dor que padecestes, com a perda


de vosso Filho em Jerusalém por três dias. Concedei-me lágrimas de
verdadeira dor para chorar minhas culpas, pelas vezes que perdi a meu
Deus, e que o ache para sempre, Senhora das Dores consoladora dos
aflitos, rogai por nos.

AVE-MARIA
(ao término, acende-se a terceira vela)

CANTO
Voltando do Templo, Jesus não achais/ Que susto sofrestes, Bendita sejais.
Bendita sejais, Senhora das dores/ Ouvi nossos rogos. Mãe dos pecadores.

4ª dor de Nossa Senhora o encontro com Jesus no caminho do Calvário.

Leitura (Lc 23,26-27).


Ao conduzir Jesus, lançaram mão de certo Simão de Cirene, que vinha do
campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o
grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam

Leitor1: Mãe Santíssima das Dores e minha terna Senhora escutam os vossos
soluços por entre o tropel do povo e soldados, buscando o vosso Jesus. E o
encontrais aí, Senhora, curvado debaixo do grande madeiro, esvaído de forças,
lançando-lhes olhares de compaixão, que dobram a vossa amargura.
Reparti comigo essa vossa acerbíssima dor, alcançando-me a graça de
conhecer a malícia de meus pecados com que oprimi o ombro de vosso Jesus
e o vosso terníssimo coração.
Leitor 2: Voltando-se para elas, Jesus disse: Filhas de Jerusalém não chorem
sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. Porque virão
dias em que se dirá: felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos
que não amamentaram!
Então dirão aos montes: caí sobre nós! E aos outeiros: cobri-nos! Porque, se
eles fazem isto ao lenho verde que acontecerá ao seco? Neste encontro, Jesus
fitou os olhos da Mãe e a fez compreender a dor de sua alma. Não pôde
dizer-lhe palavra, porém a fez compreender que era necessário que se unisse
à Sua grande dor. A união da grande dor de Maria e Jesus nesse encontro tem
sido à força de tantos mártires e de tantas mães aflitas! Almas que temem o
sacrifício aprendam nesta meditação a se submeterem à vontade de Deus,
como Maria e Jesus se submeteram! Aprendam a calar nos seus sofrimentos.
No nosso silêncio, armazenamos riquezas imensuráveis! Nossas almas hão de
sentir a eficácia desta riqueza na hora em que, abatidos pela dor, recorrermos
a Maria, fazendo a meditação deste encontro dolorosíssimo, onde o valor do
nosso silêncio se converte em forças, quando nas horas difíceis soubermos
recorrer à meditação desta dor! Como é precioso o silêncio nas horas de
sofrimentos! Há almas que não sabe sofrer uma dor física, uma tortura de
alma em silêncio; desejam logo contá-la para que todos o lastimem! Jesus e
Maria tudo suportaram em silêncio por amor a Deus! A dor humilha e é na
santa humildade que Deus edifica! Sem a humildade, trabalhamos em vão;
vejam, pois como a dor é necessária para a nossa santificação: Pois o homem
que sofre, completa na cruz o sofrimento de Jesus, aprendamos a sofrer em
silêncio, como Maria e Jesus sofreram neste doloroso encontro no caminho
do Calvário.

Sermão
Oremos: (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor que
tiveste quando pelo vale da amargura acompanhaste vosso Filho até o
Calvário, fazeis que nós também O acompanhemos, levando a cruz que
vossa providência nos tem dado, com humilde paciência e digna
constância, sofrendo bem todas as moléstias que venham de nossos
próximos. Por Cristo, Nosso Senhor.
T-Amém.

Compadeço-me, de Vós, Senhora, pela dor que padecestes, vendo Vosso


Filho com a cruz sobre seus ombros, caminhando para o Calvário entre
escárnios, e quedas. Fazei, Senhor, que leve com paciência a cruz da
mortificação e dos trabalhos, Senhora das dores, consoladora dos aflitos,
rogai por nos.
AVE-MARIA
(ao término, acende-se a quarta vela)

CANTO
Que dor indisível, quando O encontrais/ Com a cruz às costas, Bendita
sejais.
Bendita sejais, Senhora das dores/ Ouvi nossos rogos. Mãe dos pecadores.

5ª dor de Nossa Senhora a morte de Jesus na Cruz.

Leitura (Jo 19,25-27)


“Perto da cruz estavam a Mãe de Jesus e a irmã dela, mulher Cléofas e
também Maria Madalena. E Jesus disse a sua mãe: Ai está o vosso filho. E
a João ele disse: Ai está tua mãe”.

Leitor 1: Mãe Santíssima das Dores, minha amabilíssima, que espetáculo é


esse que vejo nesse momento! O vosso divino Filho pregado em uma cruz,
morrer depois de três horas de uma tormentosa agonia! Reparti comigo,
aflitíssima Mãe, essa vossa dor, alcançando-me a graça de morrer na santa
amizade de Deus e em vossos santíssimos braços, dizendo: Jesus e Maria
eu vos dou o meu coração e a minha alma.

Leitor 2:“Naquela tarde a fidelidade levantou um altar no cume mais alto do


mundo.” Maria manteve resolutamente o “Faça-se” no calvário, fechou os
olhos diante destas evidencias, transcendeu tudo, cravou seus olhos na fé
naquele que está por trás dos acontecimentos e em cujas mãos estão os
fios da história, depositou nestas mãos um cheque em branco, um voto de
confiança; reclinou a cabeça nessas mãos, repetiu uma e outra vez a
palavra dos pobres de Deus deste mundo:” Faça-se” e ficou mais
engrandecida e rainha do que nunca. Foi o holocausto perfeito, a oblação
total. A mãe adquiriu uma estátua espiritual vertiginosa; nunca foi tão pobre
nem tão grande, parecia uma pálida sombra, mas tinha ao mesmo tempo a
estampa de uma rainha. Na meditação desta dor encontraremos consolo e
força para nossas almas contra mil tentações e dificuldades e
aprenderemos a ser fortes em todos os combates de nossa vida. Jesus
precisava dar o exemplo, para que seus filhos tivessem a força de praticar
uma virtude, que tanto custa aos filhos deste mundo, que têm nas veias a
herança do orgulho. Infelizes os que, à imitação dos que crucificaram a
Jesus, ainda hoje não sabem se humilhar! Aprendamos a meditar muitas
vezes esta dor, pois ela nos dará força para sermos humildes: virtude
amada de Deus e dos homens de boa vontade.

Sermão
Oremos: (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor que tiveste
quando viste Jesus cravado na cruz, concedei-nos que aproveitemos dos
frutos de Sua Paixão, sendo verdadeiros cristãos crucificados com Cristo, e
que consideremos como uma honra o padecer e o sofrer pelas causas do
Reino. Por Cristo, Nosso Senhor.
T-Amém.

Compadeço-me, de Vós, Senhora, pela dor que padecestes, vendo morrer


Vosso Filho, pregado numa cruz entre dois ladrões. Fazei, Senhora, que
viva crucificado a meus vícios e paixões, Senhora das dores, consoladora
dos aflitos, rogai por nos.

AVE-MARIA
(ao término, acende-se a quinta vela)

CANTO
A dor ainda cresce quando contemplais/ Jesus expirando, Bendita sejais.
Bendita sejais, Senhora das dores/ Ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

6ª dor de Nossa Senhora ao receber o corpo de Jesus retirado da Cruz.

Leitura (Mc 15,42).


Chegada à tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de
sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu
o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo
da cruz.

Leitor 1: Ó Mãe! A mais amargurada de todas as mães! Vejo-vos tomar o


vosso divino Filho em vossos braços, mas Ele está morto. Oh! Que imensa
dor! É aqui a Rainha dos mártires; à vossa dor, não há dor que se possa
igualar, é um imenso mar de amarguras. Reparti comigo essa vossa do
alcançando-me o dom das lágrimas e a compaixão pelos sofrimentos de
vosso Divino filho, meu Salvador. Fazei com que essa vossa dor penetre
bem
no íntimo de minha alma, e me dê à fome de receber a Sagrada Comunhão.

Leitor 2: Com a alma imersa na mais profunda dor, Maria viu Longinus
transpassar o coração de seu Filho, sem poder dizer uma palavra!
Derramou muitas lágrimas... Só Deus pode compreender o martírio desta
hora, na alma e no coração! Depois depositaram Jesus em seus braços,
não cândido e belo como em Belém... Morto e chagado, parecendo mais um
leproso do que aquele adorável e encantador menino, que tantas vezes
apertara ao seu coração! No meio daquele cenário desolado teria sido uma
consolação infinita para a mãe saber que a terra não engoliria inutilmente
nem uma só gota desse sangue precioso; que perderia um filho mais
ganhava o mundo e a história: saber que a ausência do filho seria
momentânea, nessa circunstancias, pouco lhe teria custado aceitar com paz
aquela morte. Segundo os evangelhos esse foi o caminho da fé para Maria.
Se Maria tanto sofreu, não será ela capaz de compreender os nossos
sofrimentos? Por que, então, não recorramos a Maria com mais confiança,
ela que tem tanto valor diante do Altíssimo? Por muito ter sofrido aos pés da
cruz, muito lhe foi dado! Se não tivesse sofrido tanto, não teria recebido os
tesouros do Paraíso em suas mãos. A dor de ver transpassar o Coração de
Jesus com a lança conferiu a Maria o poder de introduzir, em seu amável
Coração, a todos aqueles que a ele recorrerem. Vamos a Maria, porque ela
pode nos colocar dentro do Coração Santíssimo de Jesus Crucificado,
morada de amor e de eterna felicidade! O sofrimento é sempre um bem
para a alma. Regozijemo-nos, pois, com Maria, que foi a segunda mártir do
Calvário! Sua alma e seu coração participaram dos suplícios do Salvador,
conforme a vontade do Altíssimo, para reparar o pecado da primeira mulher!
Jesus foi o novo Adão e Maria a nova Eva, livrando assim a humanidade do
cativeiro no qual se achava presa. Para correspondemos, porém, a tanto
amor, sejamos muito confiantes em Maria, não nos afligindo nas
contrariedades da vida; ao contrário, confiemos todos os nossos receios e
dores a Ela, que saberá dar em abundância os tesouros do Coração de
Jesus! Não nos esqueçamos de meditar esta imensa dor, quando nossa
cruz estiver pesada. Nela encontraremos força para sofrer por amor a Jesus
que sofreu na Cruz a mais infame das mortes.

Sermão
Oremos: (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor que
sofrestes ao receber vosso Filho morto e baixado da cruz, suplicamos que
nos alcances o perdão de nossas culpas, que foram a causa da morte do
vosso Filho, e que suas feridas se gravem profundamente em nossa
memória e em nosso coração, como testemunho de seu amor, para que o
amemos até a morte. Por Cristo, Nosso Senhor.
T-Amém.
Compadeço-me, de Vós, Senhora, pela dor que padecestes ao receberdes
em vossos braços aquele Santíssimo Corpo de Jesus, descido da Cruz.
Fazei, Senhora, que meu coração viva ferido do amor divino, e morto a todo
amor profano, Senhora das dores consoladora dos aflitos, rogai por nos.

AVE-MARIA
(ao término, acende-se a sexta vela)

CANTO
No vosso regaço, seu corpo abrigais/ Com ele abraçada, Bendita sejais.
Bendita sejais, Senhora das dores/ Ouvi nossos rogos. Mãe dos pecadores.

7 ª dor de Nossa Senhora o sepultamento de Jesus.


Leitura (Jo 19,40-42a).
Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho
com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do
local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde
ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus.

Leitor 1: Ó Mãe querida das Dores! Minha Mãe dolorosíssima! Chegou


finalmente ao termo a vossa dor! O vosso coração transborda aqui de
amargura, ficais na mais desolada viuvez! Reparti comigo essa imensa dor
sem alívio, alcançando-me a graça de viver suspirando pelo céu, onde
poderei contemplar a Jesus, já sem véus, e a vós, Mãe querida do Belo
Amor!
Leitor 2: Quanta dor padeceu Maria quando teve que ver sepultado seu
Filho. A quanta humilhação seu Ele se sujeitou, deixando-se sepultar, sendo
Ele o mesmo Deus! Por humildade, Jesus submeteu-se à própria sepultura,
para depois, glorioso, ressuscitar dentre os mortos! Bem sabia Jesus o
quanto Maria sofreria vendo-o sepultado; não a poupando, quis que Ela
também fosse participante na sua infinita humilhação! Deus nos ama tanto
que se deixou sepultar nos Santos Sacrários, a esconder sua majestade e
esplendor, até o fim do mundo! Na verdade, é o que se vê no Sacrário,
apenas uma Hóstia Branca e nada mais! Que esconde sua magnificência
debaixo da massa branca da espécie de pão! Infelizmente não o admiramos
tanto quanto Ele merece, por Jesus assim se humilhar até o fim dos
séculos! A humildade não rebaixa o homem, pois Deus se humilhou até a
sepultura e não deixou de ser Deus. Apresentamos estas sete Dores de
Maria, não para queixar somente, mas para mostrar as virtudes que
devemos praticar, para um dia estar ao seu lado e ao lado de Jesus!
Receberemos a glória imortal, que é a recompensa das almas que, neste
mundo, souberam morrer para si, vivendo só para Deus.

Sermão

Oremos: (silêncio) Ó Deus, que pela Virgem dolorosa e pela dor com que
acompanhastes vosso Filho à sepultura e ali O deixastes sepultado,
concedei-nos que, depois de uma vida mortificada com Cristo, mereçamos
viver eternamente na glória com Ele, de modo que essa esperança nos
ensine a viver na cruz com paciência, e reinar pela cruz com a vossa vitória.
Por Cristo, Nosso Senhor.
T-Amém.

Compadeço-me, de Vós, Senhora, pela dor que padecestes em vosso Filho.


Fazei, Senhora, que eu fique sepultado para tudo o que é terreno e viva só
para Deus e para Vós, Senhora das dores consoladora dos aflitos, rogai por
nos.

AVE-MARIA
(ao término, acende-se a sétima vela)

Canto
No vosso regaço, seu corpo abrigais/ Com ele abraçada, Bendita sejais.
Bendita sejais, Senhora das dores/ Ouvi nossos rogos. Mãe dos pecadores.

Salve-Rainha
O- Glória ao Pai...
Oficiante: Oremos: (silêncio) Ó Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja,
vós nos ajudaste nesta caminhada quaresmal rumo ao céu. Nós vos
agradecemos o amor com que nos destes Vosso Filho Jesus Cristo para
nos garantir a plenitude da vida. Abençoai-nos e protegei-nos, Por Jesus
Cristo vosso Filho.
T-Amém.
Ladainha de Nossa Senhora das Dores
Senhor ,tende piedade de nós! (repete-se)
Cristo, tende piedade de nós! (repete-se)
Senhor, tende piedade de nós! (repete-se)
Cristo, ouvi-nos! (repete-se)
Cristo, atendei-nos! (repete-se)
Deus Pai, que estais no céu / tende piedade
de nós!
Deus Filho, redentor do mundo
Espírito Santo Paráclito
Trindade Santa, que sois um só Deus
Mãe de Jesus crucificado / rogai por nós!
Mãe do coração traspassado...
Mãe do Cristo Redentor...
Mãe dos discípulos de Jesus...
Mãe dos redimidos...
Mãe dos viventes...
Virgem obediente...
Virgem oferente...
Virgem fiel...
Virgem do silêncio...
Virgem da espera...
Virgem da Páscoa...
Virgem da Ressurreição...
Mulher que sofreu o exílio...
Mulher forte...
Mulher da Nova Aliança...
Mulher da esperança...
Nova Eva...
Colaboradora na Salvação...
Serva da reconciliação...
Defesa dos inocentes..
Coragem dos perseguidos...
Fortaleza dos oprimidos...
Esperança dos pecadores...
Consolação dos aflitos...
Refúgio dos marginalizados...
Conforto dos exilados...
Sustento dos fracos...
Alívio dos enfermos...
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, perdoai-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, ouvi-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, Tende piedade de nós!

O- Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,


T- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos:
Ó Deus, por vosso admirável desígnio, dispusestes prolongar a paixão do
vosso Filho nas infinitas cruzes da humanidade. Suplicantes vos pedimos:
assim como quisestes que ao pé da cruz do vosso Filho estivesse sua Mãe
como companheira na dor, da mesma forma, à imitação da Virgem Maria,
possamos nós também colocar-nos ao lado dos irmãos que sofrem, para
levar-lhes conforto e esperança de libertação. Por Cristo, nosso Senhor.
Amém!
Benção final

Canto final.
Oração a Nossa Senhora das Dores

Ó Mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores,

nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz,

tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho.

Uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho


Simeão.

Vós sois a Mãe das dores.

E continuais a sofrer as dores do nosso povo,

porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária.

Recolhei em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido,

sem paz, sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente.
E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em
nossa sociedade.

Permanecei conosco e dai-nos o vosso auxílio,

para que possamos converter as lutas em vitórias

e as dores em alegrias.

Rogai por nós, ó Mãe,

porque não sois apenas a Mãe das dores,

mas também a Senhora de todas as graças.

Amém!

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