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Economia Criativa em conjunto com ações de políticas públicas no

cenário audiovisual de Mato Grosso

Naiara Cristina Gonçalves Rocha Passos


Andrea Ferraz Fernandez

Resumo

Atualmente a indústria cinematográfica brasileira conta com uma grande diversidade de


fatores que refletem diretamente na sua formatação. Os idealizadores dessas obras não
meçam esforços para que os filmes sejam realizados e os investimentos sejam aplicados
e tragam retorno. Neste artigo iremos apresentar um olhar sobre a configuração
contemporânea da economia criativa do audiovisual no contexto brasileiro com o
recorte e dados da produção atual no audiovisual/cinema de Mato Grosso, suas fontes de
recursos, como editais de financiamentos público das esferas de governo federal,
estadual e municipal.

Palavra chaves: cinema, economia criativa, políticas públicas.


Sumário

Introdução..................................................................................................................................2
1. O que é Economia Criativa....................................................................................................3
2. Políticas públicas de financiamento no setor audiovisual brasileiro..................................5
2.1 Políticas de financiamento da ANCINE por meio do FSA................................................7
3. A produção audiovisual em Mato Grosso.............................................................................9
3.1 Editais estaduais orientados ao audiovisual no período de 2015 a 2019.......................9
3.2 Editais municipais orientados ao audiovisual no período de 2015 a 2019..................10
3.3 A produção audiovisual em Mato Grosso.....................................................................11
3.4 “Box de curtas”...............................................................................................................12
Conclusões................................................................................................................................13
Referências................................................................................................................................14
Introdução

O setor audiovisual é um dos grandes integrantes da chamada Economia


Criativa, um conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural, e na
criatividade que gera valor econômico, extremamente conectado e, propriamente um
sintoma do contemporâneo. Ao pensarmos a realidade global, podemos tomar por
exemplo aquilo que autores como Gilles Lipovetsky e Jean Serroy (2011) designam de
cultura-mundo, uma dinâmica se estabelece a partir da expansão das formas de
produção de imagens e sons, do acentuado consumo simbólico-cultural, do novo
volume de demanda de turismo cultural, diversão, lazer, moda, arquitetura e design, da
ampliação do mercado publicitário, e da ocupação do ciberespaço pelos negócios
culturais, todas características e movimentos de um capitalismo cada vez mais cultural e
baseado em valores como criatividade e comunicabilidade. Apesar desses autores não
falarem especificamente de deste tema, descrevem a expressão de movimentos muito
próximo à chamada Economia Criativa, também denominada, “indústria criativa”, uma
reunião de atividades que são progressivamente consideradas estimuladoras de geração
de renda, de criação de empregos e de produção de receitas de exportação, ao mesmo
tempo, promovendo a diversidade cultural e o desenvolvimento humano (HOWKINS,
2001).
De maneira mais abrangente, a Economia Criativa abrange todos os ciclos de um
produto/bem ou de um serviço: criação, produção e distribuição, sempre em torno, e
tendo como insumos primários, a criatividade, da cultura e do capital intelectual. Mas
entre todos os setores abarcados por ela, um em especial nos interessa neste trabalho: o
audiovisual. Assim, este trabalho procura trazer dados da produção no
audiovisual/cinema de Mato Grosso, suas fontes de recursos, como editais de
financiamentos público das esferas de governo federal, estadual e municipal, buscando
entender suas dinâmicas e o atual lugar ocupado pelo setor dentro da produção cultural
do estado e as possibilidade de expansão.
Para isso, iniciamos com esclarecimentos do que é a Economia Criativa, para
localizar no seu interior o setor audiovisual. Passamos então ao entendimento de como
se constrói a atual estrutura de fomento e regulação do audiovisual produzido no Brasil,
do caminho percorrido até a estruturação da Agencia Nacional de Cinema (Ancine) e
então suas políticas direcionadas à chamada regionalização, que atendem à região
Centro-Oeste, onde está localizado o estado de Mato Grosso. Posteriormente, descremos
os editais realizados pelo Governo do Estado de Mato Grosso e pela Prefeitura
Municipal de Cuiabá após o ano de 2014, quando é instituída da política de
regionalização, ou seja, de descentralização da produção, realizada pela Ancine, por
intermédio do Funda Setorial do Audiovisual, na ação direta dos editais de Arranjos
Regionais com complementação de cotas. Ainda trazemos uma parte de estudos iniciais
sobre o setor do audiovisual em Mato Grosso que estão sendo levantados pela Secretaria
de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso e pelo Sebrae-MT, e então um
“case” realizado atualmente, o “Box de Curtas” que procura maximizar os valores de
investimento realizado através da associação de produtoras.

1. O que é Economia Criativa

Conceito novo e ainda sem formulação definitiva, a Economia Criativa, como as


duas palavras formadoras de seu enunciado já trazem, é a união de “economia” com
“criatividade” formando, de forma ampla, um campo de atuação onde a matéria-prima é
o capital intelectual e todos os valores simbólicos que o compõe.
De forma mais direta, a Economia Criativa é o setor econômico formado pelas
indústrias criativas, ou seja, um conjunto de atividades econômicas que agregam as
fases de produção e distribuição de bens e serviços tendo como insumos primários a
criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos.
Os primeiros apontamentos sobre a Economia Criativa surge com autores como
Allen Scott (1997) abordando um estudo sobre as chamadas cidades culturais, e logo
então, Harold Vogel (2001), com apontamentos e desenvolvimentos mais profundos e
de como estava se estruturando uma cadeia de indústrias culturais, sua produção, seus
resultados e lugar a ocupar na economia. A própria Unesco 1, em 2008 e 2010,
estabelece delimitações tanto sobre como se configura e se apresenta a Economia
Criativa, como sua importância no tempo contemporâneo.
O termo ganhou registro com o livro “The Creative Economy”, do autor
britânico John Howkins, em 2001, como atividades nas quais a criatividade e o capital
intelectual são a matéria-prima para a criação, produção e distribuição de bens e

1
Relatório publicado sob o título de “Creative economy”, nos canais oficiais da UNESCO em 2008 e
posteriormente em 2010.
serviços. O autor, deu delimitações à Economia Criativa apresentando-a como um modo
dos indivíduos de transformarem ideias em dinheiro (HOWKINS, 2001).
Apesar de bastante difundida em países como Inglaterra, França e Estados
Unidos, recentemente, a Economia Criativa vem ganhando espaço nos países do “sul”.
A exemplo disso, em 2010, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (UNCTAD) discutiu o tópico de Economia Criativa, através da
Unidade Especial para Cooperação Sul-Sul do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), desenvolvendo um relatório de que apresenta uma
perspectiva sistêmica global relacionando-a aos conceitos de “indústrias culturais” e
“indústrias criativas”. Assim, apresenta a economia criativa como

um conceito em evolução baseado em ativos criativos que


potencialmente geram crescimento e desenvolvimento econômico.
(...)pode estimular a geração de renda, criação de empregos e a
exportação de ganhos, ao mesmo tempo em que promove a inclusão
social, diversidade cultural e desenvolvimento humano. Abraça
aspectos econômicos, culturais e sociais que interagem com objetivos
de tecnologia, propriedade intelectual e turismo. É um conjunto de
atividades econômicas baseadas em conhecimento, com uma
dimensão de desenvolvimento e interligações cruzadas em macro e
micro níveis para a economia em geral. É uma opção de
desenvolvimento viável que demanda respostas de políticas
inovadoras e multidisciplinares, além de ação interministerial. No
centro da Economia Criativa, localizam-se as indústrias criativas
(UNCTAD, 2012, p. 10).

Mais diretamente para o Brasil, em 2012, a Conferência das Nações Unidas


sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), pontuou discussões sobre a Economia
Criativa atreladas à cultura, instituindo-a como um quarto pilar do desenvolvimento
sustentável.
Ainda em 2012, foi criada a Secretaria da Economia Criativa (SEC), vinculada
ao Ministério da Cultura (MINC), com o Decreto nº 7.743, e o Observatório de
Economia Criativa (OBEC) com o propósito de ser uma espaço de pesquisa e difusão
dos dados sobre a Economia Criativa brasileira. Atualmente, com a extinção do MINC
(Ministério da Cultura) e realocação dentro do Ministério da Cidadania, o setor de
ocupações criativas compõe uma das secretarias dentro da Secretaria Especial de
Cultura.
Mas quais são os setores da econômica criativa? Segundo o relatório da
UNCTAD, a Economia Criativa é dividida em quatro eixos: patrimônio, artes, mídia e
criações funcionais. Em patrimônio estão expressões culturais tradicionais e sítios
culturais; em artes as artes visuais e artes dramáticas; em mídia, o audiovisual, a
publicidade e a mídia impressa; e no eixo criações funcionais o design, as novas mídias
e os serviços criativos (UNCTAD, 2012).
Assim, também de acordo com o Plano da Secretaria da Economia Criativa, que
leva por base os dados da UNCTAD, os setores criativos são “aqueles cujas atividades
produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou
serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em riqueza
cultural, econômica e social” (MINISTÉRIO DA CULTURA, 2012).
Ainda é importante ressaltar que muitos dos setores criativos não se submetem
às leis tradicionais do mercado, por essa razão a Economia Criativa se constitui como
uma forma de inserir muitos dos profissionais dessas áreas numa economia sustentável.
Atualmente, o audiovisual tem ganho espaço e atenção se consolidando com uma das
principais atividades da Economia Criativa, não apenas pela diversidade de
profissionais que sua execução engloba, como também pelo montante de valores que
movimenta.
As atividades criativas aliam criação individual, habilidade e talento produzindo
emprego e renda através da geração e exploração de novos conteúdos e propriedade
intelectual, ou seja, produtos que, segundo John Howkins (2001), possuem maior valor
agregado pois ao mesmo tempo que possuem recursos intangíveis forjados em
qualidade, não em custo, também mantêm um ganho prolongado através da propriedade
intelectual (HOWKINS, 2001).
Segundo o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, a área criativa gerou
uma riqueza de 155,6 bilhões de reais para a economia brasileira em 2015, segundo
(FIRJAN, 2016), uma participação estimada do PIB Criativo no PIB brasileiro foi de
2,64% em 2015, e um participação em empregos de 851,2 mil profissionais formais. No
caso do audiovisual, esse setor, segundo a Agência Nacional do Cinema (2016) cresceu
com boa ascensão até o ano de 2016, adicionando, naquele ano, à economia brasileira
24,5 bilhões em renda, e gerando mais de 90 mil empregos.

2. Políticas públicas de financiamento no setor audiovisual brasileiro


Antes de adentrarmos especificamente no que está vigente como políticas
públicas para o setor audiovisual, vamos passar por um panorama desde a década de
1990, para entender como se consolida a atuação via Agencia Nacional do Cinema
(ANCINE) e o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Luana Zubelli (2017) em sua tese2, apresenta as intervenções do Estado no setor
do audiovisual desde a década de 1990, na chamada “Retomada”, classificando todo
esse processo que se consolida na atualidade como "um movimento em ondas" (p. 55).
Na primeira onda, aponta uma atuação indireta, durante os anos 1990, ou seja:

O suporte estatal ao setor passava a ocorrer através de


mecanismos de incentivo originários de renúncia fiscal, por
pessoas físicas ou jurídicas que decidem aportar capital em
determinado projeto, sendo o valor de aporte abatido (integral
ou parcialmente) no imposto de renda devido. Com isso, o
Estado continua sendo o indutor do processo de produção, mas
apenas de forma indireta, ou seja, os agentes de mercado
tornam-se parte interna a esse modelo. (ZUBELLI, 2017, p. 57).

A segunda onda é marcado pela Medida Provisória nº 2.228-1/01, que cria a


ANCINE, e possibilita a formação do “tripé institucional” formado por três órgãos
estatais focados em desenvolver a Economia do Audiovisual, atuando em
complementaridade: o Conselho Superior de Cinema (CSC) “grupo responsável pela
formulação de políticas públicas para o setor audiovisual” (ZUBELLI, 2017, p. 61), a
ANCINE “cujo escopo de atuação definido na medida provisória é de regular, fiscalizar
e fomentar as atividades” (ZUBELLI, 2017, p.63), e a Secretaria do Audiovisual (SAV),
direcionada “à promoção da produção de curtas e médias-metragens, difusão de obras
em festivais, formação de mão-de-obra qualificada e preservação do acervo
cinematográfico brasileiro” (ZUBELLI, 2017, p. 64).
Já na terceira onda, há o fortalecimento da atuação direta do estado com a
criação do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), estabelecido pela Lei nº 11.437/06.
Em 2011, com a política regulatória de veiculação de obras brasileiras nos canais e
pacotes de TV por assinatura através da Lei nº 12.485; e “a majoração do tributos
arrecadados” (p. 71) pela Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria
Cinematográfica Nacional (Codecine), diretamente para o setor audiovisual, ou seja, a

2
“Uma visão sistêmica das políticas públicas para o setor audiovisual: entendendo sua trajetória desde os
anos 1990 no Brasil”, tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Economia do
Instituto de Economia da UFRJ.
contribuição paga pelos agentes do setor audiovisual criada pela MP 2.228-1/01, mesma
MP de criação da ANCINE, retorna ao setor. Ainda, no final de 2011, há a aprovação da
Lei nº 12.485/11, chamada de “Lei da TV paga” com objetivo de assegurar um mercado
para a produção independente brasileira estipulando cotas de programação nacional nos
canais e nos pacotes da TV por assinatura (ZUBELLI, 2017).
Zubelli ainda no ajuda a visualizar alguns outros retornos atuais em “real
inserido” no mercado audiovisual através dos recursos público: para cada 1 real inserido
2,09 reais são gerados de receita de bilheteria direta e 3,7 contando com os efeitos
indiretos em outros setores.
Nesse sentido, a atuação das políticas públicas teria modificado os números
expressos pela quantia de títulos produzidos ao longo das décadas. Durante os anos de
1995 e 1999, na primeira onda, com política de incentivo da Lei Rouanet e Lei do
Audiovisual foram produzidos 104 títulos; de 2000 a 2007, após a criação da ANCINE,
na segunda onda, são 356 títulos; e durante os anos 2008 a 2017, com a criação do FSA
e da Lei da TV Paga esses número passa para 1.098 títulos.
Mais quais são as políticas específicas de financiamento da ANCINE, por meio
do FSA, e quais são direcionadas especificamente para a regionalização da produção
audiovisual?

2.1 Políticas de financiamento da ANCINE por meio do FSA

Como já vimos, a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) foi criada em 2001


pela Medida Provisória 2228-1, surgindo como uma agência reguladora que tem como
atribuições o fomento, a regulação e a fiscalização do mercado do cinema e do
audiovisual no Brasil. É uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da Cidadania
que tem por missão desenvolver e regular o setor audiovisual em benefício da sociedade
brasileira.
A ANCINE opera suas políticas públicas através do Fundo Setorial do
Audiovisual (FSA) uma categoria de programação específica do Fundo Nacional de
Cultura (FNC), que é “destinado ao desenvolvimento articulado de toda a cadeia
produtiva da atividade audiovisual no Brasil, criado pela Lei nº 11.437, de 28 de
dezembro de 2006, e regulamentado pelo Decreto nº 6.299, de 12 de dezembro de
2007” (ANCINE, 2017, s/p).
O FSA, por sua vez, tem como fonte de recursos o Orçamento da União e
provêm de diversas fontes, principalmente da arrecadação da Contribuição para o
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (CONDECINE), e de receitas
de concessões e permissões, principalmente o Fundo de Fiscalização das
Telecomunicações (FISTEL).

A Condecine tem como fato gerador a veiculação, produção,


licenciamento e distribuição de obras audiovisuais com
finalidade comercial e, a partir da Lei 12.485/11, passou a ser
devida pelos prestadores de serviços que se utilizem de meios
que possam distribuir conteúdos audiovisuais, tais como as
empresas de telecomunicações e operadoras de televisão por
assinatura (serviço de acesso condicionado). Além destas, o
FSA aufere receitas decorrentes da cobrança de taxas e multas e
do produto de rendimento de aplicações financeiras. Para a
relação completa, vide Art. 2º da Lei 11.437/06 (ANCINE,
2017, s/p).

Assim, o FSA contempla atividades associadas aos diversos segmentos da cadeia


produtiva do setor – produção, distribuição/comercialização, exibição, e infra-estrutura
de serviços – mediante a utilização de diferentes instrumentos financeiros, tais como
investimentos, financiamentos, operações de apoio e de equalização de encargos
financeiros.
O FSA é regido pelo O Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual
Brasileiro (PRODAV), com diferentes linhas de investimento, como Arranjos
Regionais, Comercialização, Desenvolvimento, Produção, Suporte Automático, TVs
Públicas, e Prêmio Adicional de Renda.
Dentre estas diferentes linhas, há uma destinação que atende à regionalização da
produção audiovisual, ou seja, a uma progressiva descentralização da produção de
conteúdo para cinema e TV dos grandes centros de produção Rio-São Paulo, para as
regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste (CONE).
Dentre as linhas, a principal é a de Arranjos Regionais, provendo editais com o
objetivo de suplementação de recursos financeiros já aportados pelos Estados, Distrito
Federal, Capitais e Municípios, através das Chamadas Públicas para fomento dos
conteúdos independentes das localidades. Outra linha de atuação, é a destinações das
chamadas “cotas”, ou seja, porcentagens de recursos e de obras premiadas, para as
regiões do CONE, em editais de Produção e para TV Pública, este último com
destinação aos segmentos de TV Comunitária e Universitária, confluindo em Editais
operados em parceira com a EBC.
Como essas linhas são reguladas pela resolução do PRODAV, é nessa resolução
que se encontram as leis de proporcionalidade para cada uma das regiões. A antiga
resolução, instituía uma proporção de 2 reais injetados dos editais para cada 1 real
investido pelos governos Estaduais ou Municipais. Ou seja, os estados e municípios,
responde à chamada pública da ANCINE/FSA apresentando os montantes de
investimentos para o audiovisual, e a ANCINE/FSA por sua vez injeta nesses editais a
regulamentação de proporcionalidade (ANCINE/PRODAV, 2013). Recentemente, essa
quantia foi alterada pela resolução nº 132, de 13 de março de 2018, modificando no
regulamento do PRODAV à proporção suplementada nos grupos regionais dos editais
de arranjos financeiros estaduais e regionais da seguinte forma:

no chamado Grupo A, que abrange as regiões Norte, Nordeste e


Centro-Oeste, terá até cinco vezes os valores aportados pelos
órgãos e entidades. Já Grupo B, da região Sul, Minas Gerais e
Espírito Santo, até quatro vezes os valores, enquanto o Grupo C,
que contempla os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, até três
vezes os valores. As linhas regionais são os Arranjos Regionais
e a Produção para TV Pública, através do programa Brasil de
Todas as Telas (ANCINE, 2018, s/p).

Os editais de Arranjos Regionais disponibilizados pela ANCINE/FSA, como


veremos agora, foram utilizados apenas duas vezes pelo Governo Estadual de Mato
Grosso, e uma vez pelo Governo Municipal de Cuiabá, apesar do programa ter realizado
sua primeira chamado pública em 30 de março de 2014 sob o título: Seleção de
Propostas para Investimento Suplementar do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) em
projetos Audiovisuais Selecionados em Chamadas Públicas Estaduais, do Distrito
Federal e das Capitais. As chamadas públicas foram realizadas nos anos de 2014, 2015,
2016, 2017 e 2018.
Deste modo, como os primeiros editais de Arranjos Regionais foram lançados a
parti de 2014, nosso escopo de dados de editais estaduais e municipais direcionados ao
audiovisual ficará restrito aos anos que se seguem a partir de 2015.
3. A produção audiovisual em Mato Grosso

3.1 Editais estaduais orientados ao audiovisual no período de 2015 a 20193

Em 13 de agosto de 2015, o Governo de Mato Grosso, por meio da, nomeada na


época, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e do Conselho Estadual
de Cultura, publicou no Edital 007/2015/Cec/Secel – MT, pleito que contemplava várias
setores culturais como (grafite, literatura, dança, etc). No caso específico do
audiovisual, o objetivo era selecionar 06 (seis) projetos para o chamado “Circula –
Audiovisual”. A seleção correspondia ao valor de 50 mil reais para cada projeto
selecionado – somando um montante de 300 mil reais – com o intuito de levar mostras,
programações em cineclubes e festivais para outros municípios, além da capital, Cuiabá.
Em dezembro de 2015, com recursos empenhados para o ano de 2015,
disponibilizou o Edital para seleção de Propostas de Desenvolvimento de Projetos de
Obras Audiovisuais seriadas e não seriadas de longa-metragem e de formatos de obra
audiovisual, brasileiros de produção independente, publicado em 22 de dezembro de
2015, que premiou 5 (cinco) obras em diferentes linguagens, num montante total de 500
mil reais. O valor contemplava o desenvolvimento dos projetos, etapa anterior às
gravações e filmagens.
Em 30 de maio de 2016, o Governo lança o primeiro edital acrescido de
complementação de recursos pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA): Edital de
licitação modalidade concurso – Produção de obras audiovisuais SEC/MT/nº04-2016, o
qual premiou 19 (dezenove) projetos de obras audiovisuais entre curta, média e longa-
metragem, pilotos de séries para TV e telefilme, somando 4,5 milhões, dentre estes 1,5
milhões provenientes de recursos estaduais e 3 milhões através da proporção 2 para
cada 1 real, da política de complementação do FSA.
Já em 30 de novembro de 2017, o Governo de Mato Grosso publica o Edital de
seleção de projetos na área de audiovisual 2017, edital que também contava com
complementação do FSA, ainda na proporção de 2 para cada 1 real. O Governo do
Estado participa, especificamente desse edital com 1,4 milhões para a etapa de produção
do projetos, e com 600 mil reais destinado a um programa de formação para o setor de
audiovisual. Assim o edital de produção totalizava 5,4 milhões, contemplando 9 (nove)
obras de diferentes formatos: curta, telefilme e longa-metragem, mantendo a reserva de
3
Todas as informações que constam nesse tópico foram retiradas dos próprios editais disponibilizados no
site oficial da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso.
600 mil para formação. Apesar de ter sido lançado há quase dois anos, o edital possui
um processo arrastado de pagamentos e contratações, justificado pelo Governo do
Estado, a conturbado último ano da gestão 2015-2018. O pagamento dos 1,4 milhões,
via Governo do Estado só ocorreu no apagar das luzes de 2018, sendo direcionados aos
curtas-metragens e telefilmes. Com a mudança de gestão 2019-2022, o setor do
audiovisual ainda aguarda a aplicação do restante do montante, os 600 mil para a
formação, para que após esse uso, a contrapartida do FSA de 4 milhões, esteja liberada
para a contratação dos últimos dois projetos selecionados a serem pagos: 2 (dois)
longas-metragens. Essas informações constam em Carta Aberta divulgada pelos
produtores que ainda aguardam a deliberação da SECEL-MT para a entrada em
contratação, junto à ANCINE, dos valores referentes ao Arranjo Regional realizado
neste edital (OLHAR DIRETO, 2019).

3.2 Editais municipais orientados ao audiovisual no período de 2015 a 20194

Em 22 de julho de 2015, a Governo Municipal de Cuiabá, através da Secretaria


Municipal de Cultura, Esportes e Turismo, lançou o Procine 01 Cuiabá 2015, edital com
complementação do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), na mesma proporção de 2
para cada 1 real aplicado pelo município, totalizando um edital de 1 milhão de reais,
com investimento de 660 mil do FSA e 340 mil da Prefeitura de Cuiabá. Foram
selecionadas 9 (nove) projetos em diferentes formatos (curta, média, longa e telefilme).
Em outubro de 2017, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e
Turismo de Cuiabá e do Conselho Municipal de Cultura, é lançado o Editais Culturais
2017, dentro do qual havia um prêmio de 100 mil reais para produção de 03 (três)
curtas-metragens. O edital não conta com suplementação do FSA e é realizado apenas
com recursos do Fundo Municipal de Apoio e Estímulo à Cultura em Cuiabá.
Em dezembro de 2019, já prevendo os recursos do Fundo Municipal de 2019, e
sem recorrer à complementação do FSA, a Prefeitura de Cuiabá, também por meio da
Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá e do Conselho Municipal
de Cultura, lança o Edital FUNDO/2019, que contempla sete diferentes linguagens
artísticas, dentre elas o Audiovisual, com um prêmio de 300 mil reais dividido entre 3
(três) curtas-metragem e um festival de exibição audiovisual.

4
Todas as informações que constam nesse tópico foram retiradas dos próprios editais disponibilizados no
site oficial da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá.
3.3 A produção audiovisual em Mato Grosso

Em janeiro de 2017, a Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso (SEC-


MT), agora sobre a nomenclatura Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de
Mato Grosso (SECEL-MT), realizou uma pesquisa preliminar de levantamento sobre as
empresas do setor do audiovisual de Mato Grosso. O objetivo da coleta de dados é
identificar e avaliar o mercado e os diferentes núcleos do segmento audiovisual para a
proposição de políticas públicas, e à princípio, de oficinas de capacitação profissional.
Nessa primeira etapa das pesquisa 23 empresas produtoras responderam
adequadamente ao questionário, das quais 43,5% delas são empresas relativamente
jovens fundadas a partir de 2010. Outros 35% tiveram fundação entre 2005 e 2009; 9%
entre 2000 e 2004; 9% entre 1995 a 1999; e apenas uma empresa entre 1990 a 1994
(SEC-MT, 2017).
Além de ser empresas jovens, a grande maioria das empresas tem como fonte
específica de recursos a prestação de serviços de publicidade (73,9% das empresas
obtiveram recurso dessa fonte), e apenas 35% fizeram uso de recursos públicos para
produção de cinema ou TV (SEC-MT, 2017).
Ainda, outro dado, é que a grande maioria das empresas que chega a produz
obras audiovisuais não voltadas para a publicidade, realiza em formatos de curta-
metragem/media-metragem (82,6% delas). Apesar disso, as produtoras tem se
interessado cada vez mais pela produção de conteúdo independente, enquanto em 2014,
12 empresas haviam produzido conteúdos para TV e cinema, em 2016, esse número
subiu para 16 delas produtoras (SEC-MT, 2017).

3.4 “Box de curtas”

Como é possível ver nos números divulgados, grande parte do que é produzido
em audiovisual em Mato Grosso, ainda se refere ao setor de empresas de publicidade.
Apesar de as produtoras terem equipamentos e, teoricamente, pessoal técnico
compatível com a produção audiovisual, as especificidades de uma produção de
conteúdo para TV e cinema são muito diferentes da de produção de peças audiovisuais
de publicidade.
Com um produção ainda rarefeita em obras audiovisuais voltado para a TV e em
cinema, e tendo consciência desse contexto, mais uma vez o setor audiovisual tem de
lançar mão da criatividade e técnicas inovadoras para se estruturar, produzir e otimizar
resultados. Foi assim que surge um “case” que trazemos nessa parte final do texto: o
“Box de curtas”. Em 2017, e posteriormente em 2019, aproveitando um fluxo de entrada
de financiamentos em obras voltadas a TV (séries e telefilmes) e ao cinema, através dos
editais públicos (federal, estadual e municipal), já mencionados em item anterior do
texto, entre os anos 2015 e 2017, foi realizada uma produção em associação de obras.
O projeto Box de Curtas, idealizado pela produtora executiva Bárbara Varela, foi
uma parceria e colaboração entre empresas produtoras vencedoras do edital de Produção
de Obras Audiovisuais da Secretaria de Estado de Cultura (SEC-2016) em parceria com
a ANCINE/FSA - Fundo Setorial do Audiovisual. Cinco obra, entre elas quatro curta-
metragem e um piloto de série, contemplados por meio de três produtoras proponentes,
compuseram um cronograma de produção e filmagens que se sucedia uma semana ao
pós a outra, o que permitiu otimização de equipe técnica, de equipamentos e de
prestações de serviços:
unir os recursos e a agenda de filmagens de maneira sequencial,
e isso permitiu um melhor poder de compra. Bárbara conta que
“a estrutura do box possibilitou acesso a equipamentos e
profissionais que não seriam possíveis se cada filme fosse
rodado de forma individual. Trouxemos um caminhão de
equipamentos de fora e isso gerou um salto de qualidade não só
no produto final, mas no próprio processo de produção em si”. A
ideia foi muito bem recebida por todos e colocada em prática.
Além disso, “os setores de direção de arte, figurino e elenco
puderam avançar em qualidade devido aos recursos que, de
maneira cooperada, trouxeram maiores possibilidades”
(VARELA, 2019, s/p).

Em 2017 foram filmados entre os meses de março e maio, e lançados em


outubro do mesmo ano, as seguintes obras: "Aquele disco da Gal", de Juliana Curvo e
Diego Baraldi; "A gente nasce só de mãe", de Caru Roelis; "Juba", de Severino Neto e
Rafael de Carvalho; "Teodora quer dançar", de Samantha Col Debella; e "Ciranda", de
Ângela Coradini e Felippy Damian. Para Varela (2019) os resultados dessa primeira
experiência foram proveitosos:
(...)a primeira edição deixou concretamente a prova de que foi
uma atitude acertada. Foram mais de 60 festivais percorridos e
mais de 10 prêmios para os filmes do Box de Curtas de 2017. O
lançamento no Cineteatro com lotação máxima também nos
comprovou que o público local anseia por produções locais e se
orgulha muito quando identifica nossa região nas telas.
Atualmente estamos em negociação para a mostra permanente
do Box de Curtas em Cuiabá, devido à grande procura do
público em assistir as obras enquanto também estamos em fase
final de negociação do Box para exibição em um canal de TV
por assinatura (VARELA, 2019, s/p).

A experiência foi repetida em 2019, em ocasião da contemplação pelo edital


Edital de seleção de projetos na área de audiovisual 2017, desta vez com três diferentes
curta-metragem, de três diferentes produtoras, e três diferentes diretores, durante os
meses de abril e maio, como: “O menino e o Ovo”, Infinity Filmes, com roteiro e
direção de Juliana Capilé; “O conto da perda”, Cafeína Conteúdos Inteligentes, roteiro e
direção de Ângela Coradini; e a obra “Ausência”, Calm Produtora, roteiro e direção de
Luiz Marchetti.

Conclusões

A alteração progressiva desses números de produções, em curtas, médias, longa-


metragem, telefilmes e pilotos de séries, em Mato Grosso pode ser associada a dois
eventos complementares: primeiro a política de financiamento da ANCINE, através da
linha de Arranjos Regionais, como já apresentado. E complementar, a própria
organização da Secretaria de Estado de Cultura (SEC-MT), nos anos de 2015, 2016 e
2017, com a proposição de dois editais de produção de audiovisual, e um edital de
desenvolvimento de projetos que contaram com um substancial aumento de volume de
recursos através dos Arranjas Regionais do FSA. E também, do lançamento de três
editais pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá, um deles
ocntando com aporte dos Arranjos Regionais.
Através disso, é perceptível que a produção audiovisual em Mato Grosso,
excluindo a produção de conteúdo publicitária, é ainda, grande dependente de editais
proporcionados por políticas públicas de fomento. Mais ainda, observa-se que tomando
como parâmetro a disponibilidade de recursos do programa PRODAV e da linha de
Arranjos Regionais proporcionada pelo FSA, por meio da ANCINE, essa potencialidade
não foi explorada de forma efetiva pelos Governos Estadual e Municipal, já que a
política de complementação lançada em 2014 e realizada por quatro anos consecutivas,
foi ativada apenas duas vezes pelo Governo do Estado, em 2015 e 2017, e uma vez pelo
Governo do Município, em 2015.
Outro ponto a salientar e a preocupação recente das entidades, Secretaria de
Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso e Sebrae-MT, em levantar dados
econômicos do setor audiovisual, para embasar justificativas de investimento no setor.
Até o momento desse artigo, tanto o Sebrae como a SECEL ao serem consultados,
argumentaram estar em fase de distribuição de questionários e contato com as
produtoras audiovisuais independentes de Mato Grosso, com intuito de documentar
tanto os números de produções, quanto o fomento, estrutura e profissionais atrelados ao
mercado audiovisual.
Apesar disso, iniciativas como a apresentada pelo “Box de Curtas” demonstram
como o setor audiovisual, ao estar localizado dentro da Economia Criativa, ativa as
características consideradas seus insumos primários, como criatividade, cultura, capital
intelectual e inovação, e vem se propondo como uma fonte de emprego, capacitação
técnica e intuito de produtos de qualidade que consigam alcançar relevância em espaços
outros que não apenas os locais de sua realização.

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