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O uso das velas na liturgia

"No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e
vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as
águas. Deus disse: “Faça-se a luz!”. E a luz foi feita." (Gn, 1,1-3)

A luz sempre teve um significado especial para o homem e


diversas religiões do mundo antigo e também os judeus
utilizavam velas acessas nas suas celebrações. Os cristãos
mantiveram este costume e deram para a luz das velas toda uma
significação nova e especial.

A primeira coisa que está escrito na Bíblia, a primeira palavra que


é dita por Deus é o “Faça-se a luz!”. Onde existe Deus não pode
existir trevas e escuridão e então Deus, que é a própria Luz,
ilumina o mundo com o seu amor, com uma luz especial que
aquece, dá vida e colorido ao mundo.

Velas litúrgicas:

As velas litúrgicas que usamos todas as missas ao lado do altar significam justamente este
entendimento de que Deus é luz, e que Jesus é a luz de Deus, tal como está escrito nos evangelhos:

"Falou-lhes outra vez Jesus: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz
da vida” (Jo, 8,12)

"Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam."
(Jo, 1,1-5)

Jesus Cristo no evangelho narrado por Matheus pede a cada um de nós que, seguindo o seu
exemplo, sejamos também luz para o mundo:

"Vós sois a luz do mundo […] brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem vosso Pai que está nos céus. (Mt, 5,13-16)

As velas do altar estão presentes em quase todas as missas. Sua cor varia conforme o tempo
litúrgico (verde, vermelha, roxa, branca, rosa). É função da nossa pastoral estarmos sempre atentos
para ver se a vela está no presbitério, se está na cor certa, se é preciso aparar a borda da vela para
que a luz não fique escondida, e acender a vela antes da celebração começar.

Velas do batismo:

Outro momento que usamos velas em nossas celebrações é no


batismo, onde renunciamos às trevas do pecado e aceitamos a luz
da vida nova em Cristo. Durante o rito de batismo quem segura a
vela são os padrinhos. Isso simboliza que não estamos
abandonados e precisamos buscar sozinhos a luz, pois sempre
teremos a ajuda de um irmão mais experiente para nos auxiliar na
caminhada da fé.
Velas da coroa do Advento:

No tempo do advento, quando nos preparamos para o natal, usa-se


uma coroa com ramos verdes com quatro velas. Os ramos possuem
a cor verde, tradicionalmente associada à esperança. O círculo,
forma geométrica que não tem começo nem fim significa o infinito
e a eternidade. E a cada domingo conforme vai chegando o natal,
uma vela diferente é acesa e a luz vai aumentando até o momento
do nascimento de Jesus, a luz do mundo que dissipa toda a
escuridão. Normalmente utiliza-se três velas roxas (cor do advento)
e uma vela rosa no terceiro domingo do advento, simbolizando a
alegria. Mas as cores podem variar em cada paróquia.

Círio Pascal:

Na missa da vigília da Páscoa e durante o tempo pascal as velas


usadas no tempo comum são substituídas pelo Círio Pascal. O Círio
Pascal simboliza, mais do que todas as outras velas, Jesus Cristo
como sendo a Luz do mundo, que foi morto e crucificado, mas que
ressuscitou dos mortos e agora vive eternamente no Céu de onde
nos ilumina e nos guia pelo caminho da salvação.

No Círio Pascal está gravado uma cruz central, símbolo da nossa


redenção.

Também é escrito a primeira e a última letra do alfabeto grego, o


alfa (Α) e o ómega (Ω), simbolizando Cristo como princípio e fim.

E cinco grãos de incenso são cravados no círio representando as


chagas de Jesus na cruz. O ano em que acontece a celebração é
gravado e representa Jesus como senhor de toda a eternidade.

Durante a celebração da vigília pascal o fogo do Círio é usado para acender as velas pequenas que
cada fiel carrega, simbolizando a fé que todos nós recebemos e compartilhamos.

Velas na Procissão de entrada e na proclamação do Evangelho

Em missas mais solenes também pode-se usar castiçais com


velas para acompanhar a cruz na procissão de entrada. Jesus no
dia do domingo de ramos caminhou até Jerusalém para
consumar o seu sacrifício na cruz. Agora, a cada nova missa que
é celebrada, é o próprio Jesus crucificado que já ressuscitou,
quem renova o seu santo sacrifício e guia o seu povo peregrino
que caminha com Ele rumo à Jerusalém Celeste.

As velas dos castiçais também podem ser usadas para acompanhar a proclamação do Evangelho.
Pois é o próprio Jesus Cristo, luz do mundo, que fala diretamente para o seu povo. O coroinha ou
clarissa que desempenha esta função é chamado de ceroferário.

"Já não haverá noite, nem se precisará da luz de lâmpada ou do sol, porque o Senhor Deus os iluminará, e hão
de reinar pelos séculos dos séculos." (Ap, 22,5)

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