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Introdução
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Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Comunicação e Sociedade”, do I Ecomig, PUC-Minas, Belo
Horizonte, julho de 2008.
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Mestrando do PPGCom/UFMG. E-mail: almeida1984@gmail.com
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Para Schegloff (1999), os estudos sobre a ‘‘organização interacional das conversações’’ incluem investigações
sobre a mudança de assuntos nas conversações, produção de reparos e correções nos diálogos, construções de
seqüências complexas, bem como estudos sobre o tema da abertura e fechamento de conversas, revezamentos de
turnos na fala, funcionamento dos pares adjacentes, entre outros.
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Como já apontamos anteriormente, para além desses temas, o estudo da organização interacional da
conversação (organization of talk in interaction, nos termos de Schegloff) tratou também de questões relativas a
mudanças de assuntos nas conversações, produção de reparos e correções nos diálogos, construções de
seqüências complexas, entre outros (Schegloff, 1999). Nesse trabalho optamos por nos deter nas investigações
relativas à abertura e ao fechamento das conversações, aos revezamentos de turno e aos pares adjacentes, por
considerar que esses foram temas que receberam grande destaque, especialmente no obra dos fundadores da
análise da conversação, Sacks e Schegloff.
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Em Conversation (1975) os estudos de Sacks, Schegloff e Jefferson, demonstram que existe uma série de
técnicas que servem para assegurar a coordenação das ações dos participantes no que tange às alterações de
turno nas práticas conversacionais. Segundo os autores, as técnicas de atribuição da palavra mais comuns
dividem-se em dois grupos: a) aquelas nas quais a palavra é atribuída a um agente pelo locutor precedente; b)
aquelas nas quais o turno é tomado por auto-seleção (BANGE, 1992).
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conversacional nos permite compreender a forma com que uma perspectiva compartilhada
pode ser construída a partir da ação conjunta realizada pelos participantes.
Os pares adjacentes, por sua vez, são intervenções encadeadas, tais quais perguntas e
respostas, troca de saudações ou despedidas; atos que, no processo mesmo em que se
estabelecem, contribuem para construir uma ordenação dos turnos de fala ou para sugerir o
início ou o fim de uma conversação. Segundo Dominique Traverso, os pares adjacentes são
‘‘as unidade interacionais mínimas’’ da conversação (TRAVERSO, 1999, p. 33). Dizem
respeito a dois enunciados contíguos produzidos por locutores diferentes, de modo que um
deles seja reconhecido como a primeira parte do par (first pair part) e o outro como a
segunda parte (second pair part). A pronunciação dessa primeira parte por um ator
constrange seu interlocutor a oferecer um tipo de resposta previsível: uma vez que o primeiro
elemento de um par adjacente foi manifesto, o segundo é esperável (quando alguém diz ‘‘Olá
João!’’, espera-se que João também diga ‘‘Olá’’). Enquanto elementos centrais no sistema de
tomada de palavra, os pares adjacentes ajudam a estabelecer a organização da conversação,
introduzindo na prática interacional uma relação de implicabilidade seqüencial e instituindo a
pertinência de seqüências possíveis na conversação (BANGE, 1992; TRAVERSO, 1999;
HERITAGE, 1999).
Dessa forma, os pares adjacentes funcionam como mecanismos de base a partir do qual
a compreensão intersubjetiva é construída e mantida durante a interação. Como sugere
Heritage, a segunda parte de um par adjacente
manifesta uma compreensão pública da declaração anterior à qual se dirigem, e
essas compreensão é disponível para a confirmação, o comentário, a correção, etc.
da primeira vez pelo produtor da primeira parte do par. Desse modo o
posicionamento adjacente proporciona um recurso para a contínua atualização das
compreensões intersubjetivas (HERITAGE, 1999, p. 373).
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O termo ‘‘categoria’’ talvez seja por demais genérico. Optamos por utilizá-lo nesse trabalho para nos
mantermos fiéis à nomenclatura apresentada por Sacks (1966) e Schegloff (1999).
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Nos termos de Sacks (1966), categorias são elementos ‘‘inference rich’’.
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Considerações finais
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Referências
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