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UNIVERSITÁRIO
SENSE EFFECTS IN LETTERS OF SERTANEJO UNIVERSITÁRIO
Abstract: This article proposes a reflection about the explicit and implicit effects of the lyrics in
two songs of the sertanejo universitário modality of the singers Jorge and Mateus, musicians
who have Analysis, notoriety in the current scenario, and, as a proposal of Portuguese
Language teaching, the the applicability of this reflection in the classroom. The initial approach
came from the theoretical support of Discourse more precisely from the works of Eni P. Orlandi
(1992), raising the concepts such as Discourse, Ideology, Silence and Interdiscourse, which
forwarded the reflections on the content of the lyrics of music. The lyrics chosen - the corpus of
this article - come loaded with values that may suggest machismo and violence against women,
but in a subtle way, almost imperceptible to the listener. In this way, they produce explicit
meanings; however, when one thinks of the silenced forms of discourse, the implicit meanings
emerge; the work then revolves around these senses that exist in the non-spoken forms within
the language game. The objective was to re-read these letters, from a more critical and
reflective focus on the values contained there, and instigate this student in this reflexive
movement so that it can develop its own values about the theme.
Keywords: university sertanejo, discourse, woman
Linguagens Híbridas e Educação, Palmas, Paraná, Brasil. Pós-doutorando com o projeto de pesquisa
“Problemas de enunciação: possíveis relações entre Butler e Pêcheux no estudo discursivo
funcionamento da linguagem”, sob supervisão da Profa. Livre Docente Mônica Graciela Zoppi-Fontana, no
Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. – jacob.biziak@ifpr.edu.br
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1 INTRODUÇÃO
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alunos devem ser expostos a tais discussões, pois, não só para sua formação
intelectual, opinativa, mas em suas formações ideológicas, em suas formações
como seres humanos, pensadores e, futuramente, formadores de opinião.
2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
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somente a fatos, mas abrindo as portas para que discussões importantes
sejam reforçadas, por meio do acesso a textos diversos, de diferentes gêneros
discursivos, trazendo liberdade tanto no currículo, quanto na formação cultural.
Assim o currículo de outrora é desconstruído, “as teorias críticas e pós-críticas
de currículo deslocaram a ênfase dos conceitos meramente pedagógicos de
ensino/aprendizagem para os conceitos de ideologia e poder como
construtores da identidade social” (CARDOZO, 2014, p.128).
Para Orlandi (1992), o discurso é este efeito dos sentidos, entre o que é
dito e o que é silenciado, na relação de linguagem entre os que dizem, porém
este dito é, para ela, um já-dito, num cenário onde o “autor das palavras” tem
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esta “ilusão” de ser o proprietário do que diz — isto se dá através dos
“esquecimentos”, onde o locutor esquece-se de onde ouviu aquele já-dito pela
primeira vez — mas ele não é, pois suas palavras fazem parte de seu discurso,
um mosaico gigantesco de inúmeros outros discursos, produzido, ainda que
inconscientemente, através de suas formações discursivas, que foram
chanceladas por suas formações ideológicas: “As formações discursivas são
diferentes regiões que recortam o interdiscurso e que refletem as diferenças
ideológicas, o modo como as posições dos sujeitos, seus lugares aí
representados, constituem sentidos diferentes” (ORLANDI, 1992, p. 20).
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Trazer para o espaço escolar uma diversidade de gêneros textuais
em que ocorra uma combinação de recursos semióticos significa,
portanto, promover o desenvolvimento neuro psicológico de nossos
aprendizes (...) vivemos em ambientes de aprendizagem cada vez
mais permeados pelos avanços tecnológicos. Além disso, como o uso
da linguagem é sempre um ato retórico, observar a relação entre a
retórica e a tecnologia é fundamental.
Texto 1:
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Análise: “Ela queima o arroz/Quebra copo na pia/ Tropeça no sofá,
machuca o dedinho”: A que lugares/espaços, esta mulher (Ela) pertence, ou é
identificada como pertencente, que funções ela pode exercer, segundo esta
estrofe, porque pode ter sido feita esta escolha como recurso para identificar
esta mulher? Será que há aí alguma intenção em desmerecer ou descreditar
esta mulher? Por que é importante para o eu lírico identificar esta mulher
nestes espaços?
“Só faço isso pra malandro não querer crescer o olho”: A personagem
não pode ser desejada? Pra haver uma estabilidade, a imagem dela tem de
estar “feia” perante os demais?
Texto 2:
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A rescisão é 1 milhão
De onde cê vai tirar isso?
Vai ter que acordar com um beijo todo dia de manhã / E aceitar café na
cama com chazinho de hortelã / Ganhar massagem no pezinho na banheira de
espuma / E, depois do jantar, a louça é minha e não é sua: Por que este “eu”
que fala pensa que são bons argumentos para se assinar um contrato que
envolva um relacionamento? É o suficiente? A opinião da mulher, aqui,
importa? Será que são coisas importantes para esta mulher?
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O trabalho com ambas as letras deve ser recheado de discussões com
os alunos, propiciando a eles o momento de ter voz, de emitir suas opiniões,
suas ideias e visões acerca tanto do material que está sendo trabalhado,
quanto dos valores ali propostos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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