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1964  
Golpe militar depõe o governo constitucional de João Goulart.
A ditadura impõe controle total sobre os sindicatos. Realiza 536 intervenções em organizações sindicais, substituindo os líderes
eleitos por dirigentes nomeados pelo regime (1).
  
1968 a 1974  
Período conhecido como do “milagre brasileiro”. Crescimento econômico e arrocho salarial. A ditadura atribui aos sindicatos um
papel administrativo e assistencialista. Greves importantes em Osasco e Contagem em 1968.
  
1969  
Paulo Vidal Neto é eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC; Lula integra a diretoria, como suplente.
  
1971  
Em outubro tem início luta pela antecipação salarial.
  
1972  
Paulo Vidal Neto é reeleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Lula integra a diretoria como 1º secretário. Nessa
gestão ocorre a criação do Conselho de Coordenação dos Trabalhos de Base (num momento em que as grandes montadoras eram
sacudidas por surdas manifestações reivindicatórias). Esse conselho procura sistematizar a experiência e articular as ações dos
dirigentes de base no interior das fábricas. O grupo que participa do movimento de 80 forma-se nessa gestão.
  
1974  
1º Congresso dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. O grupo que se congrega em torno de Lula
intensifica as ações em direção às bases.
 
1975  
Paulo Vidal Neto deixa o sindicato. Lula é eleito presidente.
  
1977  
O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) denuncia que o governo manipulou os índices
do ano de 1973, relativos ao aumento do custo de vida, o que resultou em prejuízos salariais para os trabalhadores.
Um grupo de economistas do Banco Mundial confirma os dados do DIEESE afirmando que em 1973 o índice correto deveria ser de
22,5%, e não de 14,9%, conforme afirmara o governo.
Um estudo do DIEESE demonstra que o aumento salarial adicional que os metalúrgicos deveriam ter recebido, caso não tivesse
havido a manipulação dos índices é de 34,1%.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e outros sindicatos da região (Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio
Grande da Serra) lançam uma Campanha pela Reposição das Perdas Salariais. Essa campanha é derrotada; Lula afirma: “Os patrões
só escutarão a voz dos trabalhadores quando cessar o barulho das máquinas

1978  
Paralisações parciais em São Bernardo, em setores da “Mercedes Benz” e da “Ford” e outros movimentos no interior das fábricas, sob
severa repressão. Os trabalhadores da “Saab-Scania” cruzam os braços e realizam sua paralisação no dia 12 de maio. Estas ações
deflagram um grande movimento, marcado por paralisações nas fábricas do ABC, que perduram até dezembro de 1978. Esta greve da
Scania ficou conhecida como a dos “Braços cruzados, máquinas paradas”.
 
1979 
Mais de três milhões de trabalhadores fazem greves em 15 estados. Surgem novas lideranças sindicais, em várias regiões do país.
Destacam-se, neste período, a greve dos trabalhadores na construção civil de Belo Horizonte/MG, que se rebelam violentamente
contra os patrões e a direção pelega do seu sindicato (e Lula é chamado para negociar em nome dos grevistas), e a greve dos
trabalhadores da cana-de-açúcar de Pernambuco.
Além das questões salariais, os trabalhadores passam a reivindicar direitos, alterações na legislação trabalhista e sindical e
participação democrática na sociedade.
No dia 13 de abril, os metalúrgicos de São Bernardo e Diadema deflagram a primeira greve geral da categoria. Foi o primeiro
movimento de massas da classe operária depois de 1964, na forma de uma greve fora da fábrica, com piquetes, por tempo
indeterminado e com a realização de grandes assembléias.
A greve é considerada ilegal pela Justiça do Trabalho e o Ministério do Trabalho intervém no Sindicato e afasta a diretoria da
entidade.
Os trabalhadores acabam forçados a decidir pela suspensão da greve. A ausência de experiência, a falta de estrutura e de recursos que
não dependessem do sindicato, leva os metalúrgicos a um acordo salarial onde os ganhos são praticamente nulos em troca do
levantamento da intervenção que o Ministro do Trabalho Murillo Macedo havia decretado. O cenário das assembléias em que se
tomavam as decisões fundamentais era o estádio da Vila Euclides. A liderança de Lula e da direção do sindicato cresce
significativamente neste período.
O Fundo de greve, que terá papel fundamental na sustentação do movimento de 1980, nasce dentro da greve de 1979, com o objetivo
de reunir a diretoria afastada, a comissão de salários e os ativistas operários para traçar as diretrizes e dar direção ao movimento.
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1º de maio:  
É comemorado no ABC com o Sindicato sob intervenção. Foi organizado por mais de 60 entidades que, juntamente com a diretoria de
São Bernardo do Campo e em torno de bandeiras comuns de luta, atraíram para o Estádio da Vila Euclides mais de 120 mil pessoas

1980
Sem abandonar o espaço sindical, a direção recupera a fábrica e as organizações de bairro que, revitalizadas, jogarão papel decisivo
durante a greve e no período de refluxo que se segue ao fim do movimento. A campanha salarial começa a ser preparada ainda em
1979 por meio de reuniões de base e de uma rede de apoio nos bairros formada pelos trabalhadores e suas famílias. Outro espaço
fundamental de articulação será, em 1980, o Fundo de Greve, onde se concentra uma geração de ativistas operários e estabelecem-se
teias de relações com outros setores sociais. Mais de oito mil pessoas trabalham e jogam um papel importante na manutenção do
movimento através da coleta e distribuição de alimentos para as famílias dos grevistas, da organização de passeatas e assembléias de
resistência, da denúncia das violências cometidas pelas autoridades, enfim, de atividades de mobilização e direção que darão
continuidade à luta no momento em que os sindicatos são interditados e seus dirigentes presos.
Conjuntura do fim da greve de 80: perda do sindicato, prisão dos principais dirigentes e seus enquadramentos na Lei de Segurança
Nacional, dolorosa volta às fábricas com a lista de demitidos, reposição dos dias parados e o não pagamento dos mesmos.
  
25 de fevereiro:
Cerca de 5 mil professores de 1º e 2º graus do estado de Goiás entraram em greve.
Jornal “Em Tempo”, nº 102, de 20/03 a 02/04, p.8.

12 de março:
A diretoria do Sindicato dos Bancários de São Paulo completa um ano à frente da entidade.
Foto Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.9

16 de março:
Assembléia no estádio de Vila Euclides com 60 mil participantes que aprova a deflagração da greve a partir de 1º de abril caso as
reivindicações não sejam aceitas.
Jornal “Em Tempo”, nº 102, de 20/03 a 02/04, p.13.
“Lula quer os patrões de joelhos”
Jornal “Em Tempo”, nº 102, de 20/03 a 02/04, p.12-13.
Portuários de Santos/SP iniciam sua primeira greve desde 1964.
Jornal “Em Tempo”, nº 102, de 20/03 a 02/04, p.11.
 
18 a 31 de março:
2.800 professores no Acre realizam greve solicitando o reajuste de 100 a 125% e alcançam 60%.
Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.10.

18 de março:
3.500 operários da construção civil entram em greve em Vitória/ES.
Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.10.

22 de março:
A greve dos portuários de Santos/SP chega ao fim. De uma reivindicação de 15% na gratificação de produtividade obtiveram um
aumento que variou entre 9,8% e 15%.
Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.10.

23 de março:
7 mil operários da indústria de transformação plástica param em Joinville/SC e conseguem 6,8% de gratificação de produtividade
mais aumento do piso salarial.
Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.10.

24 de março:
Vigilantes do Rio de Janeiro entram em greve.
Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.10.

29 de março:
Greve na Arteb, indústria metalúrgica de São Bernardo do Campo, é antecipada em solidariedade ao operário João Batista dos Santos,
suspenso por 3 dias por denunciar maus tratos a uma operária.
Jornal “Companheiro”, nº 26, de 09 a 22/04, p.5.

30 de março:
Assembléia dos metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, no Estádio da Vila Euclides, com mais de 70 mil trabalhadores, deflagra a
greve. D.Cláudio Humes e Ana Dias, viúva de Santo Dias participaram da assembléia.
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Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.11
Jornal “Movimento” nº 249, de 07 a 13/04, p.12
“As surpresas nas outras cidades”
Jornal “Movimento”, nº 249, de 07 a 13/04, p.12-13.

01 de abril:
À zero hora inicia-se a greve.
Jornal “Em Tempo”, nº 103, de 03 a 16/04, p.11
“Máquinas param outra vez”, por Ricardo Kotscho
Jornal "Folha de São Paulo", de 02/ 04, p.21.
“Disposição, disciplina e muita organização”
Jornal “Movimento”, nº 249, de 07 a 13/04, p.13.
“Sem acordo, começa a greve”
Jornal "Folha de São Paulo", de 01/ 04, capa.
“Santo André confirma greve”
Jornal "Folha de São Paulo", de 01/ 04, p.17, Economia.
“São Caetano também pára”
Jornal "Folha de São Paulo", de 01/ 04, p.17, Economia.
“O impasse no setor metalúrgico”
Jornal "Folha de São Paulo", de 01/ 04, p.17, Economia.
“Há um ano, greve levava à intervenção por 45 dias”
Jornal "Folha de São Paulo", de 01/ 04, p.17, Economia.
“Principais reivindicações”
Jornal “Movimento”, nº 249, de 07 a 13/04, p.24.
“O apoio à greve operária”.
Jornal “Movimento”, nº 249, de 07 a 13/04, p.14.

02 de abril:
“Contra helicópteros, a bandeira do Brasil”.
Jornal “Movimento”, nº 249, de 07 a 13/04, p.13.
“ABC não aceita proposta do TRT (Tribunal Regional do Trabalho)”
Jornal "Folha de São Paulo", de 03/ 04, p.18.

“Greve continua também em cidades do interior”


Jornal "Folha de São Paulo", de 03/ 04, p.19.
"O Pássaro de São Bernardo" - Editorial de Mino Carta
Revista "IstoÉ", nº171, de 02/04/80, p.3

03 de abril:
“Fábricas continuam paralisadas”
Jornal "Folha de São Paulo", de 04/ 04, p.12.

04 de abril:
“Murillo (Macedo) nega intervenção hoje”
Jornal "Folha de São Paulo", de 04/ 04, p.12.
“Desde 3a feira já ocorreram 16 detenções”
Jornal "Folha de São Paulo", de 05/ 04, p.12.

06 de abril:
Assembléia em Campinas decide pelo retorno ao trabalho naquela cidade optando por modalidades de luta no interior das fábricas
como, por exemplo, “operação tartaruga”.

09 de abril:
Fim da greve em São Caetano.
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.12.  
"Entre a lei e a Justiça" - Editorial de Mino Carta
Revista IstoÉ, nº172, de 09/04/80, p.3
"As surpresas da greve"
Revista IstoÉ, nº172, de 09/04/80, p.4
"E a ilegalidade?"
Revista IstoÉ, nº172, de 09/04/80, p.11
"A recomposição interventora" - Editorial de Raimundo Faoro
Revista IstoÉ, nº172, de 09/04/80, p.11

14 de abril:
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TRT decide pela ilegalidade da greve.
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.12.
Jornal "Folha de São Paulo", de 15/ 04, p.21, Economia.

17 de abril:
O Ministro do Trabalho, Murillo Macedo, decide pela intervenção nos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Bernardo e de Santo
André. Afastados 42 dirigentes. A sede do Sindicato é transferida para a igreja matriz de SBC.
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.12.

18 de abril:
“... cerca de 4 mil, espalhados ao redor do Sindicato, em grupos, aguardam a chegada do interventor, desobedecendo as ordens da
direção do movimento, que não consegue avaliar corretamente a disposição destes operários, mandando-os apenas irem para suas
casas. Com a presença dos operários, a polícia espalha quase 3 mil homens pela área, enquanto 20 caminhões com soldados do
exército ficam parados na Vila Anchieta, que dá acesso a São Bernardo, prontos para intervir. Neste dia a cidade se transforma numa
verdadeira praça de guerra, com quase 4 horas de escaramuças onde os operários, sem direção nenhuma, reagem à violência policial
com pedradas.”
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.12-13

19 de abril:
Lula é preso juntamente com Devanir Ribeiro e Djalma Bom (diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo),
José Cicote, Ernesto Sencini, Isaias Urbano da Cunha e Orlando Francelino Mota (diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo
André), José Ferreira da Silva (Frei Chico, irmão de Lula), Dalmo Dallari e José Carlos Dias (da Comissão de Justiça e Paz), Arnaldo
Gonçalves (presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos), Antonio Roberto Espinoza (jornalista), José Timóteo da Silva e
Ricardo Zaratini. Todas as prisões foram feitas sem mandato judicial.
Ficaram na prisão apenas os dirigentes e militantes sindicais do ABC.
Comunicado à imprensa da Secretaria Nacional de Imprensa e Propaganda do PT, de 14/08/80.
“40 mil metalúrgicos decidem em Vila Euclides que a greve prossegue, agora com nova exigência: a libertação de seus líderes.
Constata-se ainda que a paralisação aumenta, chegando mesmo às pequenas e médias empresas; e as manifestações de solidariedade
crescem em todo o país, unificando os verdadeiros oposicionistas em torno de uma luta concreta. Essa união possibilita que 1.400
famílias de operários sejam atendidas diariamente pela organização, que distribui 2,5 toneladas/dia de alimentos”.
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.

20 de abril:
“Proibidas as assembléias no Estádio da Vila Euclides e presos mais 5 líderes dos metalúrgicos:
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.
Foram presos Severino Alves da Silva e Expedito Soares Batista (ambos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do
Campo)
Comunicado à imprensa da Secretaria Nacional de Imprensa e Propaganda do PT, de 14/08/80.

21 de abril:
“10.000 na Catedral da Sé”
Jornal “Companheiro”, nº 27, de 23/04 a 06/05, p.8.
“Como o tiro saiu pela culatra: após a prisão de Lula e dos dirigentes, aumentou a solidariedade aos grevistas”
Jornal “Movimento”, nº 252, de 28/04 a 04/05, p.7.

22 de abril:
“Os professores de Minas decidem entrar em greve”
Jornal "Folha de São Paulo", de 13/04, p.
“Como no ABC, a resposta do governo é a prisão”
Jornal “Em Tempo”, nº 105, de 01 a 14/05, p.7.

23 de abril:
Proibidas as reuniões na Praça da Matriz de São Bernardo. A direção insiste na realização da assembléia no dia seguinte.
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.
"Lula, cravo ou ferradura" - Editorial de Mino Carta
Revista "IstoÉ", nº174, de 23/04/80, p.3
"Lula cassado. E agora?"
Revista "IstoÉ", nº174, de 23/04/80, p.4-9

24 de abril:  
“... diante da determinação do comando de greve, a Praça é liberada para a reunião mas São Bernardo já é uma cidade sitiada, com
permanente violência policial pelas ruas. O governo proíbe um show de Chico Buarque e de outros artistas solidários com a greve; e
dificulta a chegada de alimento aos grevistas.”  
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.
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Assembléia mantém a greve.  
Jornal “Em Tempo”, nº 105, de 01 a 14/05, p.13.
Prisão de Rubens Teodoro Arruda (Rubão), vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, depois da assembléia.
Dossiê sobre o processo do ABC e relação de atingidos pela Lei de Segurança Nacional, elaborado pelo Partido dos Trabalhadores em
janeiro de 1981.

25 de abril:  
Suspensa a incomunicabilidade dos sindicalistas presos. Ao mesmo tempo, o Deops proíbe a realização de assembléias nos pátios das
igrejas. Em Salvador, a policia reprime uma passeata realizada pelo Comitê de Solidariedade aos metalúrgicos do ABC.  
Jornal “Em Tempo”, nº 105, de 01 a 14/05, pg.13.

26 de abril:  
Preso Enilson Simões de Moura (Alemão), retirado do gabinete do prefeito de São Bernardo, na presença do senador Orestes Quércia.
Além de Alemão, também são presos: João Batista dos Santos, Venâncio Luz e Gilson Menezes.  
Dossiê sobre o processo do ABC e relação de atingidos pela Lei de Segurança Nacional, elaborado pelo Partido dos Trabalhadores em
janeiro de 1981.

27 de abril:  
“Metalúrgicos de Santo André fazem assembléia no interior da igreja e decidem continuar o movimento”.
À tarde, em São Bernardo, 30 pessoas são espancadas por policiais quando se dirigiam ao Estádio de Vila Euclides, para assistirem ao
show de música, que fora novamente proibido pela polícia.
Jornal “Em Tempo”, nº 105, de 01 a 14/05, pg.13.

28 de abril:  
Prisão de Luís Gushiken (dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo), e dos bancários Herbert Abreu Carvalho e Genésio dos
Santos Ferreira, no centro de São Paulo, quando arrecadavam dinheiro para o Fundo de Greve dos Metalúrgicos do ABC.
“Os jornais da grande imprensa continuam a veicular falsas notícias sobre o crescente retorno dos trabalhadores às fábricas. Não
apenas fazem isso como publicam nota mentirosa onde a Fiesp (Federação das Indústrias do estado de São Paulo) alerta que ‘após 30
dias paralisados, não haverá mais grevistas, haverá desempregados’. No entanto, ao contrário do que é afirmado, a legislação prevê
que a ausência do trabalho por motivo de greve não configura abandono de emprego”.  
Jornal “Em Tempo”, nº 105, de 01 a 14/05, pg.13.

29 de abril:  
Metalúrgicos de São Bernardo decidem pela continuidade do movimento em assembléia no Estádio da Vila Euclides e pela
comemoração do 1º de Maio com passeata e ato público no mesmo.  
Jornal “Em Tempo”, nº 105, de 01 a 14/05, pg.13.

30 de abril:  
“Pedida a prisão preventiva de Lula e outros líderes sindicais presos; e sugerido o enquadramento de D.Cláudio Hummes na Lei de
Segurança Nacional por incitamento à greve. O governo anuncia ainda que não permitirá a manifestação programada para o 1º de
maio, Dia do Trabalho, em São Bernardo; mas a coordenação do movimento não cancela a programação”.  
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.

1º de maio:
“8 mil policiais tomam conta da cidade fortemente armados enquanto as vias de acesso são bloqueadas. Mesmo assim, 100 mil
pessoas, de toda a região, reúnem-se ao redor da Igreja Matriz, dispostas a fazer uma passeata. Diante da multidão, a polícia recua
novamente, possibilitando a realização da maior passeata desde o AI-5, em 1968. A multidão vai até Vila Euclides, reconquistá-la.
Mas nos dias seguintes, a polícia voltará às ruas, cada vez mais violenta.”
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.
“E o povo saiu em passeata”
Jornal “Movimento”, nº 253, de 05 a 11/05/, p.3.
"O patriotismo ornamental" - Editorial de Mino Carta
Revista "IstoÉ", nº176, de 07/05/80, p.3
"A marcha de São Bernardo"
Revista "IstoÉ", nº176, de 07/05/80, p.4
"O DOI-CODI, o DEOPS e o embrulho jurídico"
Revista "IstoÉ", nº176, de 07/05/80, p.9
"D. Paulo e D. Cláudio no contra-ataque"
Revista "IstoÉ", nº176, de 07/05/80, p.11
"Planalto avisa: não quer negociar"
Revista "IstoÉ", nº176, de 07/05/80, p.12
"Governo põe a polícia contra os professores"
Revista "IstoÉ", nº 176, de 07/05/80, p.17
"A praça de touros da ilegalidade", por Raymundo Faoro
Revista "IstoÉ", nº176, de 07/05/80, p.9
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"Golbery e os mestres do direito", por Tão Gomes Pinto
Revista "IstoÉ", nº176, de 07/05/80, p.15
"O PT, esse filho da Revolução", por Francisco Weffort
Revista "IstoÉ", nº176. de 07/05/80, p.16

05 de maio:
“Termina a greve em Santo André. Em São Bernardo há conflitos generalizados por toda a cidade, entre operários e policiais,
resultando em mais de 50 trabalhadores feridos. Só nesse dia a polícia lançou cerca de 180 bombas de efeito moral nas ruas da
cidade”.
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.
“A segunda-feira sangrenta”
Jornal “Em Tempo”, nº 106, de 15 a 28/05, p.14.

08 de maio:
“3 mil mulheres saem às ruas (de São Bernardo) pedindo a reabertura das negociações. À frente delas está Marisa, mulher de Lula”.
Jornal “Movimento” nº 255, de 19 a 25/05, p.13.

Foto: passeata das mulheres metalúrgicas do ABC, 8/5/1980 (F4), extraída do livro PCB 1922-1982, p.165.
“Mulheres derrotam repressão”.
Jornal “Em Tempo”, nº 106, de 15 a 28/05, p.15.
 
09 de maio:
“Lula e outros companheiros de prisão iniciam greve de fome, pedindo a reabertura de negociações. Os líderes percebem que se torna
cada vez mais difícil prosseguir com a greve sem a perspectiva de uma solução”.
Jornal “Movimento”, nº 255, de 19 a 25/05, p.13.
 
11 de maio:
“... o líder metalúrgico Osmar Mendonça (Osmarzinho), antes de uma assembléia, foi preso na sacristia da Igreja Matriz de São
Bernardo pela polícia. Depois de muita pressão de parlamentares, foi liberado para fazer seu discurso na assembléia – já que a polícia
temia uma revolta dos operários caso não permitisse que ele usasse a palavra – mas novamente preso em seguida”.
“Dossiê sobre o processo do ABC e relação de atingidos pela Lei de Segurança Nacional”, elaborado pelo Partido dos Trabalhadores
em janeiro de 1981.
 
12 de maio:
Fim da greve em São Bernardo do Campo.
“Nas fábricas, a guerra continua”
Jornal “Em Tempo”, nº 106, de 15 a 28/05, p.12-13.
 
15 de maio:
“Minas Gerais: a greve foi só uma batalha”.
Jornal “Em Tempo”, nº 106, de 15 a 28/05, p.11. 
"Humilhação para todos" - editorial de Mino Carta
Revista "IstoÉ", nº177, de 03/05/80, p.3
"É hora de pensar em Lula"
Revista "IstoÉ", nº177, de 03/05/80, p.4

20 de maio:
Libertados todos os sindicalistas presos.

“Depoimento de Luiz Inácio da Silva, vulgo ‘Lula’”.


Jornal “Movimento”, nº 256, de 26/05 a 01/06, p.4-5.
 
25 de maio:
“Em assembléia, os trabalhadores de São Bernardo voltaram a Vila Euclides, iniciando o balanço da greve que durou 41 dias”.
Jornal “Em Tempo”, nº 107, de 15 a 28/05, p.14.

Nota Bibliográfica
(1)       Angelina Cheibub Figueiredo, “Política governamental e funções sindicais”, 1975, mimeog., citada em Maria Hermínia
Tavares de Almeida, “O sindicalismo brasileiro entre a conservação e a mudança”, em Bernardo Sorj e Maria Hermínia Tavares de
Almeida, eds. “Sociedade e política no Brasil pós-1964” (São Paulo, Brasiliense, 1983), p.199, citada em Margaret E. Keck, “PT, a
lógica da diferença: o Partido dos Trabalhadores na construção da democracia brasileira” (São Paulo, Brasiliense, 1991), p.78;
1981
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25 de fevereiro
Lula e os demais sindicalistas são julgados e condenados pela Justiça Militar

02 de setembro
O Supremo Tribunal Militar anula sentença contra Lula e demais sindicalistas do ABC e pede novo julgamento

1982
16 de abril
O Supremo Tribunal Militar declara-se incompetente para julgar Lula e outros dez sindicalistas enquadrados na Lei de Segurança
Nacional.

11 de maio
Os processos são prescritos

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