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2.2.

Contaminação do solo causada por esgoto, resíduos industriais e


domésticos e por metais pesados

2.2.1. Esgoto

As previsões de aumento populacional, associadas à crescente


concentração urbana mundial, determinaram a necessidade imediata de
definições tecnológicas e de ações políticas para solucionar o grave problema
para a destinação final do lodo de esgoto. Os lodos de esgoto são, geralmente,
materiais ricos em matéria orgânica, macronutrientes e micronutrientes, sendo,
por isso, considerados como fertilizantes valiosos para muitas culturas (Clarice
de Oliveira, 2005).
A principal limitação do uso do lodo de esgoto na agricultura tem sido,
em geral, a presença de metais pesados potencialmente tóxicos. A
concentração de metais pesados no lodo depende da atividade, do
desenvolvimento urbano e industrial da área que abastece a estação de
tratamento. A adição de grandes quantidades de lodo de esgoto em aterros
sanitários e na reciclagem agrícola pode levar à situação de solos altamente
contaminados com metais pesados.
Os metais pesados, quando aplicados aos solos, podem acumular e
persistir por longos períodos de tempo e podem, além de fitotóxicos, ser
prejudiciais a processos microbianos vitais na ciclagem de nutrientes.
O esgoto, por si só, altera o Ph do solo, faz proliferar bactérias que
interagem ou destroem as bactérias naturais do solo, provocando reações
químicas que degradam ou alteram substâncias presentes no solo, além de
alterar índices de umidade, granulometria e as propriedades físicas e químicas
do solo, pode-se observar um exemplo de esgoto na figura_.

2.2.2. Resíduos Industriais

A disposição sobre o solo de materiais orgânicos e/ou inorgânicos, bem


como a passagem sobre esse solo de massa fluida, que provoque alterações
na constituição básica desse solo, modificando suas propriedades originais
benéficas ao uso das espécies que dele dependem ou com ele se contatem,
inclusive influenciando a qualidade das águas sob esse solo, caracteriza a
poluição deste solo (Gil Portugal).
Geralmente, sob a denominação de resíduos industriais se enquadram
sólidos, lamas e materiais pastosos oriundos do processo industrial e que não
guardam interesse imediato pelo gerador que deseja, de alguma forma, se
desfazer deles.
Há três classes de resíduos industriais: os inertes, os não inertes e os
perigosos.
Cada uma dessas classes traz dificuldade diferenciada ao empresário
para se ver livre do resíduo, desde o transporte até o destino final. Os métodos
clássicos empregados vão desde a reciclagem no próprio processo em outra
unidade da fábrica, passando pela venda ou doação, a incineração e a
disposição em aterros. Cada um desses destinos guarda procedimentos bem
definidos na legislação ambiental.
 Resíduos sólidos e líquidos provenientes de aglomerados urbanos, na
medida em que a maioria ainda são depositados no solo sem qualquer
controle, levando a que os lixiviados produzidos e não recolhidos para posterior
tratamento, contaminem facilmente solos e águas, e por outro lado, o metano
produzido pela degradação anaeróbia da fração orgânica dos resíduos, pode
acumular-se em bolsas, no solo, criando riscos de explosão.
(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-solo/solo.php)

Figura : esgoto
Fonte: www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/poluicao_do_solo.htm

Águas contaminadas, efluentes sólidos e líquidos lançados diretamente


sobre os solos e/ou deposição de partículas sólidas, cujas descargas,
continuam a ser majoritariamente não controladas, provenientes da indústria,
de onde se pode destacar a indústria química, destilarias e lagares, indústria de
celulose, indústria de curtumes, indústria cimenteira, centrais termoelétricas e
atividades mineradoras e siderúrgicas, assim como aquelas cujas atividades
industriais constituem maiores riscos de poluição para o solo. Alguns exemplos
de poluição do solo podem ser vistos na figura_ .
O processo de contaminação, pode então definir-se como a adição ao
solo de compostos, que qualitativa e/ou quantitativamente podem modificar as
suas características naturais e utilizações, produzindo então efeitos negativos,
constituindo poluição. Estando a contaminação do solo diretamente relacionado
com os efluentes líquidos e sólidos neste lançados e com a deposição de
partículas sólidas (lixeiras), independentemente da sua origem, salienta-se a
imediata necessidade de controle destes poluentes, preservando e
conservando a integridade natural dos meios receptores, como sendo os
recursos hídricos, solos e atmosfera.

Figura : Poluição do solo


Fonte: www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/poluicao_do_solo.htm

2.2.3. Lixos

O lixo também tem o seu papel importante na degradação do solo.


Devido a sua grande quantidade e composição ele contamina o terreno
chegando até a contaminar os lençóis de água subterrâneos. O mesmo
acontece com os reservatórios de combustíveis dos postos, pois eles ficam
enterrados no solo, correndo o risco de vazamento devido à corrosão do
material usado no revestimento dos reservatórios.
A mineração com as suas escavações em busca de metais, pedras
preciosas e minerais continua devastando e tornando improdutível o solo.
Os aterros municipais são predominantemente representados por
aterros controlados ou lixões, cuja infra-estrutura não é adequada para a
destinação de resíduos perigosos com características de periculosidade. Sendo
assim, pelo menos parte das substâncias consideradas perigosas presentes
nos resíduos, tem como destino final o solo desses aterros, podendo ter como
possíveis conseqüências, a contaminação ambiental e humana por substâncias
carcinogênicas. (ABRELPE, 2006)
- Aterros controlados: Esta forma de disposição produz, em geral,
poluição localizada, pois similarmente ao aterro sanitário, a extensão da área
de disposição é minimizada. Porém, geralmente não dispõe de
impermeabilização de base (comprometendo a qualidade das águas
subterrâneas), nem sistemas de tratamento de chorume (segundo o IBGE, ele
representa 38% das principais causas para a contaminação do solo) ou de
dispersão dos gases gerados. Este método é preferível ao lixão, mas, devido
aos problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, a
qualidade é inferior ao aterro sanitário. Pode ser visto na figura_.(Figura 1.2.3)
- Lixões: representa o método mais primitivo de disposição final de
resíduos, o lixo é descarregado no solo sem nenhum tratamento, ocasionando
sérios danos ao meio ambiente. Pode ser visto na figura_.

Figura : Aterro controlado


Fonte: www.meioambientecm.blogspot.com

Figura : Lixão
Fonte: www.mundoeducacao.com.br/upload//cbd897d89e8b94d807bb45a08b33d218.gif
Os dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (ABRELPE, 2006), que estão no gráfico_, mostram a
realidade do Brasil quanto a destinação e tratamento dos resíduos industriais
(gráfico abaixo 1.2.5)

Figura : Destinação dada aos Resíduos Industriais – dados em mil toneladas


Fonte: ABRELPE, 2006

2.2.4. Lixo Nuclear

Desde o início da era atômica, as centenas de experiências com material


nuclear têm jogado quantidades enormes de resíduos radioativos na atmosfera.
As correntes de ar, por sua vez, se encarregam de distribuir este material para
todas as regiões da Terra. Com o tempo, a suspensão é trazida para o solo e
para os oceanos, onde será absorvida e incorporada pelos seres vivos.
Além da liberação direta de material radioativo, existe o grave problema
do lixo atômico, produzido pelas usinas nucleares, que apresenta uma série de
dificuldades em armazenamento de materiais radioativos. O estrôncio-90
radioativo liberado por vazamentos ou explosões nucleares pode causar sérios
problemas quando assimilado. Uma vez na corrente sangüínea, ele é
confundido com o cálcio e absorvido pelo tecido ósseo, onde será fixado. Agora
fazendo parte dos ossos, ele emite sua radiação e acabará por provocar sérias
mutações, câncer e queimaduras. O lixo nuclear deve ser isolado em
embalagens especiais, pois pode provocar contaminação radioativa.
(www.soaresoliveira.br)
Um problema sério associado com a disposição de resíduos em solos de
modo geral é o fato de estes resíduos serem produzidos de forma contínua.
Para a disposição de cada resíduo existem problemas específicos que devem
ser levados em conta  no planejamento feito para cada solo, local e cultura, do
contrário a capacidade de suporte do solo será excedida e se comprometerá
uma das mais importantes reservas da natureza.

2.2.5. METAIS PESADOS


Elementos metálicos ou de natureza não metálica podem ser
depositados no solo através da aplicação de resíduos ou através da exaustão
industrial, responsável pela poluição de ar. Estes elementos quando em
concentrações  mais elevadas que certos limites específicos para cada um,
poderão ser tóxicos às plantas ou acumularem-se nestas entrando na cadeia
alimentar e ocasionando danos aos animais e aos homens. Uma regra geral
para se emitir problemas sérios de contaminação que pode ser adotada é que
a água própria para o consumo humano é uma água adequada  para
disposição no solo. Um exemplo de cadeia alimentar aparece na figura_

Figura : Cadeia alimentar


Fonte:www3.uma.pt/Unidades/Biologia/docscadbolonha/planeta_sust/T1030408_artigo_poluica
o_solos.pdf

As atividades industriais, de mineração e agrícolas resultaram em um


aumento da contaminação de metais pesados para o meio ambiente. Estes
metais quando presentes no solo em baixas concentrações são benéficos às
plantas e microorganismos, visto que, vários constituem-se de elementos
essenciais ao desenvolvimento vegetal e animal. Entretanto, quando em
excesso, podem tornar-se bastante tóxicos aos organismos vivos, pela sua
introdução na cadeia alimentar (DIAS JÚNIOR, Henrique Eduardo, 1996), como
por exemplo, o Cu (cobre), Zn (zinco), Cd (cádmio) e Pb (chumbo). Tem- se um
exemplo de contaminação por metais pesados na figura_.
Figura : Contaminação por metais pesados
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-solo/solo. php

Bibliografia:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E


RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil.
ABRELPE, 2006. Disponível em:< www.aberelpe.org.br >. Acessado em: 25
mai. 2010.

BLOG DO JAPONÊS. Destinação final do lixo. Meio ambiente. Disponível em:


www.meioambientecm.blogspot.com. Acesso em: 25 mai. 2010.

CAMARGO, O. A. de.
O Solo e a Qualidade do Ambiente. Disponível em:
<http://www.iac.sp.gov.br/ECS/WORD/SoloxQualidadedoAmbiente.htm>.
Acesso em: 07 jun. 2010
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Resíduos
Sólidos – Resíduos Sólidos Industriais. Disponível em:<
http://www.cetesb.sp.gov.br > CETESB. Acesso em: 25 mai. 2010.

CONTAMINAÇÃO do solo. Meio Ambiente. Portal São Francisco. Disponível


em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-solo/solo. php>.
Acesso em: 22 mai. 2010.

COUTO, José Luiz Viana do. Grupo Ecológico Herdeiros da Natureza. Poluição
do Solo. Disponível em: <http://gehnat-ong.blogspot.com/2008/10/poluio-do-
solo.html>. Acesso: 01 jun. 2010

DIAS JÚNIOR, Henrique Eduardo. Densidade e atividade microbiana em solo


contaminado com metais pesados. Lavras: UFLA, 1996. (Dissertação –
mestrado em solos e nutrição de plantas).

FISO. Faculdades Integradas Soares de Oliveira. Gestão ambiental. Disponível


em: <www.soaresoliveira.br>. Acesso: 25 mai.2010

FRAGA, Helena. ARTIGO POLUIÇÃO DOS SOLOS, RISCOS E


CONSEQUÊNCIAS. Licenciada em Engenharia do ambiente – UFP. Disponível
em:
<www3.uma.pt/Unidades/Biologia/docscadbolonha/planeta_sust/T1030408_arti
go_poluicao_solos.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2010

OLIVEIRA, Clarisse de et al. Efeitos da aplicação do lodo de esgoto


enriquecido com cádmio e zinco na cultura do arroz. Poluição do solo e
qualidade ambiental.Viçosa, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
06832005000100012&script=sci_arttext>. Acesso em: 01 jun. 2010

POLUIÇÃO dos solos. Meio Ambiente. Disponível em:


<http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/poluicao_do_solo.htm>. Acesso
em: 07 jun. 2010.

PORTUGAL, Gil. Formas de Disposição de Resíduos Industriais. GPCA – Meio


ambiente. Disponível em: <http://www.gpca.com.br/poluicao3.htm>. Acesso
em: 18 mai. 2010.

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