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Especialização Avançada em Educação e Formação de Adultos

Manual do e-formando

Módulo VII

Métodos e Técnicas de Investigação e


Análise em Educação
Formadora
Fátima Rodrigues

www.webstudy.pt
Índice

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS ............................................................................ 4

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5

CONHECIMENTO CIENTÍFICO ......................................................................... 7

CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ..................................................... 7


CONHECIMENTO CIENTÍFICO VERSUS SENSO COMUM ................................................... 8

TIPOS DE METODOLOGIAS ........................................................................... 10

PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO ..................................................................... 12

FASES DO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO ................................................................ 12

INSTRUMENTOS ........................................................................................... 19

A PUBLICAÇÃO/DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS......................................... 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 36

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 36
WEBGRAFIA ................................................................................................. 36

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“A natureza guarda sob chaves os melhores segredos, até que alguém se aproxime
para investigá-los respeitosamente.”
John Ruskin

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Objetivos Pedagógicos

Pretende-se que no final deste módulo, os formandos sejam capazes de:

• Compreender o significado de conhecimento científico nas Ciências da Educação


e do comportamento;

• Distinguir entre conhecimento científico e senso comum;

• Conhecer os diferentes tipos de metodologias de investigação;

• Compreender as distintas fases do processo de investigação científica

• Conhecer os Instrumentos de Investigação;

• Saber utilizar as metodologias relativas à estatística e à informática, tendentes


à verificação empírica das representações formais do objetivo do estudo;

• Conhecer normas de publicação dos resultados.

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Introdução

Metodologia de investigação é o conjunto de estratégias, atividades, atitudes e


normas destinadas a dirigir a aprendizagem da maneira mais eficiente possível.
A metodologia da investigação promove o desenvolvimento de atitudes e valores, de
conhecimentos interdisciplinares e sua interação, interligando-os no conhecimento
geral. Pretende-se, com ela, planear sistematicamente o trabalho a desenvolver,
identificando os objetivos a atingir e mobilizando recursos que viabilizem a
concretização do trabalho planeado.

Ray Rist (1977), citado por Taylor (1986:20), refere que a metodologia qualitativa, tal
como a metodologia quantitativa, é mais que um conjunto de técnicas na recolha de
dados; é ela própria indutora de teorias e de práticas que promovem e potenciam o
empirismo; a metodologia qualitativa poderá mesmo ser considerada uma arte, já que
o investigador que a utiliza é motivado a criar o seu próprio método, em situação, na
interação com as pessoas que implica no seu estudo.

Cada vez mais, em educação, se evidencia a necessidade de investigar para intervir e,


consequentemente, a importância de refletir sobre a escolha das metodologias a
aplicar na recolha de dados de informação torna-se maior. Nessa perspetiva, impõe-se
a necessidade de aplicar perspetivas metodológicas capazes de assimilarem as
realidades educativas em toda a sua complexidade, tal como elas existem, tendo
sempre presente todas as suas peculiaridades, procurando evitar formulações
simplificadoras, abstratas e intelectualizadas.

É de todo o interesse que o investigador esteja atento a elementos novos que


eventualmente possam surgir e possam vir a revelar-se importantes, durante o
estudo, independentemente de o investigador partir ou não de alguns pressupostos
teóricos iniciais. É relevante a disponibilidade do investigador para a descoberta de
novas respostas e novas interrogações, à medida que o trabalho vai progredindo.
Partindo do contexto em que se situa e tomando-o como princípio básico, será
possível uma melhor e mais completa apreensão do objeto de estudo. A preocupação
em relacionar as ações, as perceções, os comportamentos e as interações das pessoas
com a situação específica onde ocorrem ou com a problemática a que estão ligadas
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contribuirá para o êxito do projeto de investigação/intervenção. O investigador
procurará dar ênfase à complexidade natural das situações e evidenciar a interação
gerada entre os diversos elementos.

A apresentação dos resultados deve preocupar-se com a revelação da multiplicidade


de dimensões existentes numa determinada situação ou problema, com o objetivo de
o enquadrar como um todo. Pelo recurso a dados variados, obtidos a partir de fontes
diversificadas, tendo em mente que importa diversificar também os momentos e as
situações de recolha, o investigador poderá cruzar as informações que vai obtendo
com vista a confirmar ou infirmar a hipótese, que à partida levantou. Depara-se,
assim, com a possibilidade de reformular o plano inicial que sustenta a investigação,
ajustando-o às descobertas que vai fazendo. Prosseguindo, terá a ocasião de
associar/relacionar os dados então registados, com outros resultantes das suas
experiências. Importa, também que as opiniões contraditórias sejam postas em
evidência, para que se aprofunde a fiabilidade de umas e outras e para que a
subjetividade não se sobreponha à objetividade.

Quando chegamos ao ponto de uma etapa de investigação, dedicado à conceção de


um instrumento de recolha de dados é necessário já ter realizado todo o trabalho
preliminar relacionado com o planeamento, a consulta e a definição exata da
informação que temos necessidade de obter. Muitos consideram que o inquérito é a
forma mais eficaz para recolher a informação; é nesta fase que se está em condições
de saber se determinado método ou técnica é o/a mais adequado/a ao objetivo a
alcançar e se, através dele/a, se obterão dados relevantes.

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Conhecimento Científico

O conhecimento científico é aquele que é resultado de estudos e busca por


conhecimento tendo surgido da necessidade e do desejo que o ser humano tem em
saber como as coisas funcionam, não as aceitando de forma passiva e sem
questionamentos. O conhecimento científico é o conhecimento proveniente da
investigação científica e esta consiste no estudo: sistemático, controlado, empírico e
crítico dos fenómenos naturais.
É o conhecimento que é orientado por teorias e hipóteses acerca das presumíveis
relações entre esses fenómenos.

Características do Conhecimento Científico

• Objetivo
• Empírico
• Racional
• Replicável
• Sistemático
• Metódico
• Comunicável
• Analítico
• Cumulativo

Objetivo – pois descreve a realidade como ela é (mesmo que falível e


temporariamente correto) e não como gostaríamos que ela fosse.

Empírico – sempre baseado na experiência, nos fenómenos e factos.

Racional – conhecimento mais assente na razão e na lógica do que na intuição.

Replicável – As mesmas condições, em diferentes locais e com diferentes


experimentadores, devem replicar os resultados, ou a sua comprovação pode ser feita
por pessoas distintas e em circunstâncias diversas.

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Sistemático – Conhecimento organizado, ordenado, consistente e coerente nos seus
elementos, os quais formam uma totalidade coerente e integrada num sistema mais
amplo.

Metódico – Conhecimento obtido através de procedimentos e estratégias fiáveis,


mediante planos metodológicos rigorosos.

Comunicável - trata-se de um conhecimento claro e preciso na sua significação,


reconhecido e aceite pela comunidade científica.

Analítico – Procura ir além das aparências e dos factos, procura entrar na


complexidade e na globalidade dos fenómenos.

Cumulativo – Conhecimento que se ensaia, constrói e estrutura a partir dos


conhecimentos científicos anteriores.

Almeida e Freire, 2003, pp. 21-22

Conhecimento Científico versus Senso Comum

Diferenças a 5 níveis:

Estruturação - Através de princípios teóricos e de forma sistemática. A utilização que


a ciência faz dos esquemas conceptuais é muito diferente da utilização do Senso
Comum.

Testagem empírica - O conhecimento científico testa sistematicamente e


empiricamente as suas hipóteses.

Controlo - No senso comum raramente nos preocupamos em controlar


sistematicamente as explicações para os fenómenos observados (não há um esforço
para identificar fontes estranhas de influência).

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Relações Causais - No conhecimento científico procuramos estudar relações entre
fenómenos de forma consciente e sistemática. No senso comum, essas explicações
também existem mas de forma confusa, não sistemática e contraditória.

Testabilidade - As explicações científicas devem poder ser testadas.

O Senso Comum é contraditório e aproveita-se dos fenómenos para os explicar.


Face a um mesmo fenómeno:

Se houve sucesso Se houver fracasso


“Quem espera sempre alcança” “Quem espera desespera”
“Quem não arrisca não petisca” “Quem tudo quer tudo perde”
“Depois da tempestade, vem a bonança" “Uma desgraça nunca vem só”
“Vozes de burro não chegam aos céus" “Quem não chora, não mama”

Paradigma

Conjunto de suposições inter-relacionadas respeitantes ao mundo social que


proporcionam um marco filosófico para o estudo desse mundo.

Paradigma “ é um conceito das ciências e da epistemologia (a teoria do conhecimento)


que define um exemplo típico ou modelo de algo. É a representação de um padrão a
ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um
conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica
com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como
base de modelo para estudos e pesquisas.”

O Paradigma Qualitativo carateriza-se por ser orientado para o processo, ser holista,
mais subjetivo,apresenta uma realidade dinâmica e é interessado na compreensão. O
paradigma qualitativo utiliza metodologias qualitativas.

O Paradigma quantitativo é orientado para os resultados, é particularista, mais


objetivo, apresenta uma realidade estática, procura os estados finais e utiliza
metodologias quantitativas.

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Tipos de Metodologias

Metodologias qualitativas Metodologias quantitativas


Conceitos Significado, compreensão, Variável, validade,
chave processo, construção social, hipóteses,operacionalização,
associados vida quotidiana,… replicação, predição…
Objetivos Descrever conceitos sensiveis, Teste de teorias, encontrar
realidades multiplas, relações entre variáveis,
compreensão… descrições estatísticas…
Plano de Progressivo, flexivel, aberto, Estruturado, pré-determinado,
Investigação plano ou esboço muito geral. formal, detalhado…
Propostas de Breves, especulativas, surgem Extensas, detalhadas e
investigação após a recolha de dados… específicas nos objetivos e nos
procedimentos.
Amostras Pequenas, não representativas Grandes, aleatórias,
estratificadas, grupos de
controlo…
Dados Descritivos, documentos Quantitativos, estatísticos,
pessoais, notas de campo, codificação quantificável…
discursos, fotografias…
Relação com Próxima, empatia, ênfase na Distante, circunscrita, curta
os sujeitos confiança, igualdade, contacto duração
intenso.
Instrumentos Gravador, transcrição, muitas Inquéritos por entrevista e por
vezes o investigador pode ser questionários, indices, grelhas
o único instrumento. de observação…
Problemas Demorada, dificuldade em Validade dos instrumentos,
sistematizar os dados e em adequabilidade das amostras,
estudar grandes populações. controlo de variáveis.
Técnicas ou Observação livre/ direta e Observação sistemática ou
métodos observação participante. sistematizada/ estruturada.
Entrevistas abertas. Entrevistas estruturadas.
Questionários com perguntas Questionários com perguntas
abertas fechadas.
Estudo de documentos. Testes estandartizados.
Fotografias. Escalas validadas.
ETC. ETC.

Quando Escolher Metodologias Qualitativas ou Metodologias Quantitativas

A escolha do método tem a ver com a posição paradigmática do investigador, como


sendo o conhecimentos que possui de uns e de outros métodos, a situação a analisar
e a disponibilidade temporal.

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Podemos considerar como vantagens na utilização conjunta de metodologias
qualitativas e quantitativas, o facto da investigação poder ter objetivos múltiplos e a
robustez/ validação mútua dos resultados.

Por outro lado, podemos destacar como obstáculos à utilização conjunta das
metodologias o facto de ser temporalmente dispendiosa, onerosa, implicar um
elevado conhecimento de ambas as metodologias, as modas e adesões.

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Processo de Investigação

É o processo que gera o conhecimento científico, e é constituído por um determinado


faseamento.

Fases do processo de investigação

- A definição do Problema
- A Revisão de Literatura
- A formulação de Hipóteses
- A definição de Variáveis e sua operacionalização
- A Escolha dos instrumentos
- A Seleção da Amostra – processo de amostragem
- A Recolha dos dados
- O tratamento e análise dos dados

A interpretação dos resultados e as conclusões - Podem originar novas questões de


investigação (novos problemas). Daí que se diga que o processo de investigação é um
processo circular

Problema

É a questão que o investigador levantou e que considera pertinente resolver.


Um problema é uma questão que suscita o interesse do investigador e que permite a
utilização de métodos empíricos para lhe dar uma resposta credível.

Definição do Problema

Forma declarativa - O problema a ser estudado diz respeito ao efeito do tipo de


família na agressividade das crianças.

Forma interrogativa - Qual é o efeito do tipo de família no nível de agressividade


das crianças?

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Revisão de Literatura

- Constitui o suporte teórico de todo o trabalho de investigação.


- Ajuda a melhor formular o problema e a escolher as hipóteses.
- Auxilia a decidir qual a melhor metodologia a utilizar para estudar o problema em
causa.

Tipos de fontes disponíveis

Preliminares - Índices, ou conjuntos de sumários de trabalhos, que orientam a


seleção das fontes primárias ou secundárias

Primárias - Trabalhos originais dos autores. Exº Artigos científicos

Secundárias - Sínteses de literatura publicada. Exº: Manuais, teses, volumes de


revisão teórica

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Estratégias para a Revisão de Literatura

- Bases de dados
- Palavras-chave relevantes para o tópico de estudo
- Lista das publicações onde as palavras foram identificadas
- Lista de referências / Citações / índices
- Ordenação dos artigos por datas e por autores
- Extrair informação sobre cada um dos artigos relevantes
- Comparar artigos de forma crítica
- Elaborar fichas de leitura

Ficha de Leitura

Trata-se de um documento elaborado pelo investigador que, para além da


identificação do documento, deve integrar ainda um valor acrescentado, fruto do
trabalho do investigador. Neste tipo de ficha é comum:
- Resumir parte do que se leu
- Citar passagens consideradas importantes
- Anotar ideias que surjam como eco da reflexão sobre o texto.

Hipóteses

- Uma hipótese em investigação é a formulação de uma suposta relação entre duas ou


mais variáveis.
- É uma formulação mais específica do problema.
- Indica os resultados previstos e orienta o investigador para a forma como as
variáveis em questão serão operacionalizadas.

É formulada de forma clara, breve, na forma afirmativa e é testável.


As hipóteses podem ser:
- Hipótese de trabalho (Hipótese Direcional ou Hipótese Não direcional)
- Hipótese Nula
- Hipótese Contrária

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Hipótese Nula – Nenhuma diferença real existe entre as variáveis ou grupos

Hipótese Não direcional – existe uma diferença real entre as variáveis ou grupos
(mas não se prevê em que direção existe a diferença).

Hipótese Direcional – Afirma uma relação específica entre as variáveis ou grupos (i.
é. maior que, menor que, mais inteligente que …).

Variáveis

Reportam-se a características ou atributos que podem tomar diferentes valores ou


categorias.
Uma variável é qualquer atributo que pode assumir diferentes valores entre os
membros de uma classe de sujeitos ou acontecimentos, mas que só tem um valor
para um dado membro dessa classe num qualquer momento.

Em função do papel que uma variável tem numa investigação, assim ela pode ser
designada de:
- Independente
- Dependente

Variável independente
Identifica-se como a dimensão ou a característica que o investigador manipula
deliberadamente para conhecer o seu impacto numa outra variável (Variável
Dependente).
É uma relação de antecedente para consequente; de causa para efeito.
Podem ser:
- Ativas: São aquelas que o investigador pode efetivamente manipular
- Passivas: Normalmente atributos individuais não suscetíveis de manipulação.

Variável dependente
Qualquer dimensão (do comportamento) suscetível de observação e quantificação.
Podemos dizer que a Variável Dependente se define como: a característica que
aparece ou muda quando o investigador aplica, suprime ou modifica a Variável
Independente.
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Operacionalizar uma Variável Independente
É dizer quais as categorias que a mesma vai tomar na hipótese (importante para o
tratamento estatístico).

Operacionalizar uma Variável Dependente


É dizer como é que se vai obter o seu valor (ex. através da média do somatório dos
itens da escala X)

Natureza das Variáveis:

Qualitativas:
- Dicotómicas - Apenas 2 categorias
- Politómicas- Três ou mais categorias

Quantitativas:
- Discretas - Apenas tomam valores inteiros
- Contínuas - Qualquer valor inteiro ou fracionário

Níveis de medida ou escalas de medida das Variáveis

Escalas de medida qualitativa ou não métrica


- Escalas nominais
- Escalas ordinais

Escalas de medida quantitativa ou métrica


- Escalas intervalares
- Escalas de rácio ou de razão

Escalas nominais (ou categoriais)


Caracterizam-se por serem escalas qualitativas em que não existe uma ordem para os
resultados que o fenómeno em estudo pode ter, ou seja, não existe uma forma lógica
de ordenar os diferentes resultados. Por exemplo, Selecione: Sexo feminino/ sexo
masculino.

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O termo nominal refere-se ao sentido do verbo “nomear”. Por isso, uma escala
nominal, não mede, mas sobretudo nomeia!
Por outras palavras, as observações são simplesmente classificadas em categorias que
não têm qualquer relação entre si com a matemática.
É um nível estritamente qualitativo e mais simples.

Requisitos essenciais:

Exclusividade mútua: cada sujeito apenas pode pertencer a uma categoria

Exaustividade: o conjunto de opções de resposta deve ter categorias suficientes


para todas as observações.
Homem / mulher;
Sim / não;
0 / 1,
etc...)

Escalas ordinais
São igualmente escalas qualitativas em que, recorrendo a um critério lógico, é
possível estabelecer uma ordem entre os resultados possíveis, ou seja é possível
definir um critério que permita estabelecer uma ordem de importância
Por exemplo: Em que medida se sente satisfeito com a sua universidade? (escala de 1
a 5 totalmente satisfeito…)
Podemos caracterizar em termos de percentagem (%).
Podemos caracterizar em termos de média, mínimo, máximo, amplitude de satisfação.
Os valores são ordenados em termos de posição relativa dos valores do grupo,
Não significa que a diferença entre categorias ou valores seja a mesma. Sabe-se que
B>A mas não se quantifica essa diferenciação em termos de unidade de medida,
apenas em termo de posição.
Idade em categorias
[0-10] anos
[11-20] anos
[21-30] anos
[31-40] anos
As categorias podem ter diferentes tamanhos (amplitudes)
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Escalas intervalares
São escalas métricas em que a posição relativa do ponto zero é arbitrária, i. é, a
posição relativa do valor zero na escala pode variar com as unidades de medida [o
ponto zero não é absoluto, mas sim arbitrário].
A temperatura é uma variável intervalar
Escala Kelvin (K)
Escala Fahrenheit (ºF)
Escala Celsius (ºC)

As escalas de intervalos indicam não só a ordem das coisas, mas também o intervalo,
ou as distâncias entre os níveis de apreciação, isto é, assume intervalos
numericamente iguais entre os valores da escala – intervalos constantes
Escala meramente quantitativa. O Zero da escala não é o zero absoluto.
Exº Os testes psicológicos de aptidão formados por um conjunto de itens, onde o
sujeito obtém uma nota equivalente ao nº de respostas corretas.
As provas escolares, no final a nota dos alunos numa determinada prova traduz o
somatório das pontuações nas diferentes questões.

Escalas de rácio ou de razão


São escalas métricas em que o ponto zero é absoluto e corresponde à ausência
efetiva da característica que está a ser medida. Por exemplo: A distância quilométrica
(medida de uma distância) se tomarmos como exemplo as distâncias entre Tomar e
Lisboa (140 km) e entre Tomar e Beja (280 Km), podemos com toda a segurança
afirmar que Beja está ao dobro de distância de Tomar, do que está Lisboa. Esta
afirmação é sempre verdadeira porque mesmo que as duas distâncias passem a ser
expressas em milhas, polegadas, jarda ou qualquer outra unidade de medida, a
distância entre Tomar e Beja será sempre o dobro da distância entre Tomar e Lisboa

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Instrumentos

São selecionados de acordo com o Problema e com as Hipóteses.


Têm igualmente em consideração a posição paradigmática do investigador.

Qualitativo – Questões de perguntas abertas (No caso do instrumento ser um


questionário)

Quantitativo – Questões de perguntas fechadas (No caso do instrumento ser um


questionário)

Instrumentos
- Questionários (com perguntas abertas ou fechadas)
- Testes (inteligência, aptidões, personalidade, valores, interesses, …)
- Escalas de atitudes
- Escalas diversas
- Observação (livre / sistematizada)
- Análise documental e ou ficheiros (Fichas escolares…)

Amostragem
Processo pelo qual se seleciona um certo número de sujeitos representativos de uma
população.

Passos a seguir na escolha da amostra:


- Definição da população - alvo.
- Escolha do tipo de amostragem.
- Determinação da dimensão/grandeza da amostra
- Seleção da amostra

Se a técnica de seleção da amostra for adequada, o investigador poderá tirar


conclusões válidas acerca da população-alvo, levando em conta apenas uma pequena
margem de erro (erro de amostragem).

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Representatividade significância - Quando se fala em amostra estes 2 conceitos
são considerados de extrema importância

Representatividade - Qualidade da amostra - Técnicas de amostragem

Significância - Tamanho da amostra - Tabelas e fórmulas (Conhecido o N)

Representatividade de uma amostra - É a condição mais importante numa


investigação, nomeadamente quando se pretende generalizar os resultados obtidos
com uma amostra para a população.

Técnicas de amostragem

Probabilísticas - Cada elemento da população tem uma probabilidade real de ser


incluído na amostra
- Amostras aleatórias simples
- Amostra sistemática
- Amostra aleatória estratificada
- Amostra por cachos ou clusters
- Amostras por etapas múltiplas

Não Probabilísticas
Os sujeitos são selecionados de acordo com um ou mais critérios julgados importantes
pelo investigador
- Amostra de conveniência
- Amostra pensada
- Amostra por quotas
- Amostra em bola de neve

A Recolha dos dados


O investigador pode estar ou não presente;
Existem vários meios possíveis para a recolha de dados: presencial, numa sala, no
local de trabalho, por intermédio de amigos, conhecidos, via institucional, correio, E-
mail, resposta numa página da WWW, etc.

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Daí que seja pertinente refletir sobre as técnicas de recolha de dados que melhor se
adequem a cada situação a investigar. Nesta perspetiva, referimos algumas dessas
técnicas.

A Observação Participante é a técnica etnográfica mais utilizada, em cenários


naturais, com vista a conhecer a realidade educativa e social; na Observação
Participante, o investigador insere-se nos contextos que observa, interage com os
sujeitos da realidade que escolheu como objeto de estudo e participa nas ações que
se desenrolam; esta participação permite-lhe captar como é que os protagonistas
constroem, atuam e interpretam as suas próprias realidades. A forma como o
investigador/observador se envolve no cenário a observar é a principal característica e
virtude desta técnica; este envolvimento permite-lhe compreender em profundidade a
realidade.

A Entrevista é, por seu lado, uma técnica de investigação onde podem ser
identificadas duas modalidades, de acordo com Caride et al. (1995) «(…) a entrevista
estereotipada (pré-sequencializada e de máxima estruturação) e a não estereotipada
(qualitativa, em profundidade ou não estruturada)». No entanto, o autor considera
que entre estas duas modalidades básicas podem existir outras variantes intermédias
que tornam esta técnica mais flexível e polivalente, no âmbito das ciências sociais.

As técnicas biográficas, por sua vez, integram uma série de técnicas de análise que
têm em comum a utilização de materiais biográficos relativos à vida presente,
passada, possibilitando ainda, projeções da vida futura dos indivíduos, grupos ou
instituições, como fontes do conhecimento social. Denzin, (1986) citado por Caride, et
al. (1995), distingue 26 técnicas biográficas diferentes, entre elas: as histórias de
vida, as histórias orais, as autobiografias, as autobiografias assistidas, etc.

Segundo o autor, a História de Vida é a técnica biográfica mais utilizada no âmbito da


investigação social e educativa, podendo referir-se como a reconstrução, por parte do
investigador, do percurso de vida de uma pessoa, ou de um grupo, tendo como ponto
de referência diversas fontes, que podem ser consideradas secundárias e primárias.
Nas fontes secundárias, podem incluir-se escritos autobiográficos, cartas, diários
pessoais, fotografias, notas de imprensa, etc., meios que permitem chegar
indiretamente ao conhecimento da vida de uma pessoa. Das fontes primárias,
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potencialmente mais valiosas para a construção do conhecimento social, fazem parte
os próprios sujeitos que se constituem em narradores diretos do seu próprio percurso
de vida.

O Estudo de Caso proporciona uma oportunidade para estudar, de uma forma mais ou
menos aprofundada, um determinado aspeto de um problema em pouco tempo,
embora alguns estudos prossigam durante um longo período de tempo. É muito mais
do que uma história ou descrição de um acontecimento ou circunstância. Os dados
são recolhidos sistematicamente; a relação entre as variáveis é estudada e o estudo é
planeado metodicamente. Um estudo de caso interessa-se sobretudo pela interação
de fatores e acontecimentos e, por vezes, apenas tomando em consideração um caso
prático pode obter-se uma ideia completa desta interação.

A Observação e as Entrevistas são as técnicas de recolha de dados mais utilizados


nesta abordagem, no entanto, as técnicas de recolha de informação selecionadas
devem ser aquelas que melhor se adequam à tarefa. A grande vantagem deste
método (o Estudo de Caso) consiste no facto de permitir ao investigador a
possibilidade de se concentrar num caso específico ou numa situação e de identificar,
ou tentar identificar, os diversos processos interativos em curso. Segundo Ludke e
André (1986:18), o estudo de caso reveste-se, das seguintes características:

1. Tem em vista a descoberta;


2. Enfatiza a interpretação em contexto;
3. Procura apresentar a realidade o mais completa possível;
4. Recorre a uma diversidade de fontes de informação;
5. Revela experiências únicas, específicas que permitem partir do caso concreto
para a generalização.

Bassey (1981:85), citado por Bell (1997:24) in


http://educaeic.blogspot.pt/2006/01/texto-de-apoio-iii_01.html, é de opinião que
«(…) um critério importante para avaliar o mérito de um estudo de caso é considerar
até que ponto os pormenores são suficientes e apropriados para um professor que
trabalhe numa situação semelhante, de forma a poder relacionar a sua tomada de
decisão com a descrita no estudo. O facto de um estudo poder ser relatado é mais
importante do que a possibilidade de ser generalizado». Este autor considera ainda
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que, se os estudos de caso «(…) forem prosseguidos sistemática e criticamente, se
visarem o melhoramento da educação, se forem relatáveis e se, através da publicação
das suas conclusões, alargarem os limites do conhecimento existente, então podem
ser consideradas formas válidas de pesquisa educacional».

Uma das técnicas usadas em investigação para a realização do Estudo de Caso é a


Investigação Participativa ou Observação Participada, que compreende 3
componentes:

1. A participação ativa da comunidade em todas as fases do processo;


2. Um processo educativo através do qual a comunidade adquire consciência dos
problemas concretos com que se depara e das causas estruturais desses problemas;
3. A implementação de ações que possam conduzir a soluções para um problema.

Lembramos que, de acordo com Ketele (1980:27), «Observar é um processo que


inclui a atenção voluntária e a inteligência, orientado por um objetivo final ou
organizador e dirigido a um objeto para recolher informações sobre ele». Este
processo requer atenção, isto é, uma «(…) concentração eletiva da atividade mental
que comporta um aumento da eficiência num sector determinado e a inibição das
atividades concorrentes». Lafon (1963:71) citado por de Ketele (1999:23).

Na investigação científica, a observação é concebida em função de um quadro teórico


de referência; é um processo orientado por um objetivo final ou organizador do
próprio processo de observação, processo esse cuja função imediata é a recolha de
informação sobre o objeto tido em consideração. Esta técnica de recolha de
informação pressupõe uma atividade de codificação, isto é, a informação recolhida e
selecionada é traduzida graças a um código para ser transmitida a alguém.

Em relação à Entrevista, a Observação apresenta alguma especificidade que não


remete para a diligência em si mesma, mas o objeto da diligência, já que a entrevista
tem por objeto principal o discurso do sujeito e a observação tem por objeto principal,
comportamentos observáveis. Outra característica pode ser apontada em termos de
diferenciação: a entrevista é um ato bidirecional, já que recorre comunicação,
enquanto a observação é um ato de sentido único, salvo em certos casos particulares

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como a Observação Participante, na qual o observador é também ator e faz uso da
palavra.

Se se optar pela Observação como instrumento de recolha de informação há que reter


as seguintes recomendações:

1. Decida exatamente que informação pretende recolher; faça uma lista de todos os
tópicos/aspetos sobre os quais é necessário obter informações.
2. Pondere sobre a razão por que necessita dessa informação; examine a sua lista e
elimine todos os aspetos que não estejam diretamente associados ao seu trabalho.
3. Questione-se se a Observação será a melhor forma de obter a informação
desejada; considere alternativas.
4. Decida que aspetos, é preciso investigar; verifique se o interesse reside
particularmente no conteúdo, no processo, na interação, na intervenção ou noutro
aspeto qualquer.
5. Peça permissão para iniciar o processo; disponibilize os canais oficiais e discuta
também o que pretende fazer.
6. Conceba um gráfico apropriado, uma lista ou tabela; consulte os exemplos
publicados e faça as adaptações necessárias.
7. Pondere sobre o que fará com a informação; questione o interesse do produto e se
os são dados suficientemente completos para permitir tirar conclusões.
8. Teste o seu método e reveja-o se necessário; memorize as categorias.
9. Conceba o seu próprio sistema estenográfico (símbolos, letras, etc.) e pratique os
registos até adquirir confiança.
10. Prepare cuidadosa e previamente a Observação; trace um plano da sala,
indicando a disposição dos intervenientes.
11. Certifique-se de que dispõe de cópias de tabelas ou listas em número suficiente.
12. Consulte atas de reuniões anteriores, agendas, planos de trabalho.
13. Discuta com o responsável e com as pessoas que serão observadas o sítio onde
se sentará. (para passar o mais despercebido/a possível); a sua localização exata
dependerá das suas preferências e das opiniões dos participantes.
14. Lembre-se de que as tabelas por muito sofisticadas que sejam, nunca dirão
tudo o que se passou; tente colocar o acontecimento no seu contexto organizacional.

Especialização Avançada em Educação e Formação de Adultos 24


Manual do e-formando - Módulo VII
15. Analise e interprete os dados; as afirmações factuais acerca do que foi
observado são apenas uma parte do trabalho. Considere o que os factos indicam e
implicam.
16. Não se esqueça de agradecer às pessoas que lhe permitiram a observação;
poderá precisar novamente da sua ajuda.

Fonte: http://educaeic.blogspot.pt/2006/01/texto-de-apoio-iii_01.html

Inquérito

Inquérito – entrevista – questionário


Uma dúvida que normalmente se coloca a muitos alunos, prende-se com a diferença
entre inquérito, questionário e entrevista. Os termos suscitam por vezes muita
confusão entre si. Vejamos então:

Inquérito – ato ou efeito de inquirir, de questionar. Se o questionário é feito por um


entrevistador toma a designação de inquérito por entrevista. Se o questionário é
aplicado sem a presença de um entrevistador toma a designação de inquérito por
questionário. Tanto num caso como noutro, as perguntas até podem ser as mesmas,
a grande diferença é que quando o entrevistador está presente (inquérito por
entrevista) é ele que formula as questões e anota as respostas. Claro que os
resultados estão mais sujeitos ao fenómeno da desejabilidade social, isto é o
entrevistado emite respostas que vão de encontro ao agrado do entrevistador. No
inquérito por questionário quando o anonimato é preservado o efeito da
desejabilidade social é bem menor.

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Manual do e-formando - Módulo VII
Inquérito Inquérito
Por entrevista Por questionário

Quando tem um entrevistador Não tem um entrevistador presente, o


Característica

presente. O respondente respondente responde às perguntas


responde às questões que que lê
alguém lhe formula (e é esse
alguém que anota as respostas)
s

Maior oportunidade para o Anonimato do sujeito que responde


entrevistado exprimir ideias Maior objetividade no que se questiona
Maior oportunidade para o Evita-se perdas de tempo com
Vantagens

entrevistador formular questões respostas desnecessárias


Maior riqueza na informação
recolhida

Maior desejabilidade social isto Não temos contacto visual com a


é dar a resposta que ´fica bem` pessoa que responde
Implica a presença constante de Se o respondente entender pode
alguém que formule as colocar cruzes de forma aleatória
Desvantagens

questões Menor riqueza da informação recolhida


Maior dificuldade em
sistematizar a informação
(perguntas abertas)

Instruções de um questionário

Todos os questionários devem ter a indicação da instituição universitária / ou empresa


e ter instruções. Nas instruções procura-se responder ás seguintes questões:
- Quem somos
- O que se pretende
- O questionário serve para quê
- Como responder (exº: assinalar com uma cruz; mencionar as ideias que lhe
ocorram, ….)
Especialização Avançada em Educação e Formação de Adultos 26
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- Garantir que não existem boas ou más respostas
- Garantir o anonimato do respondente - Agradecer a colaboração

Vejamos um exemplo:

Sou uma aluna da Especialização Avançada em TIC na Educação e venho por este
meio solicitar a sua colaboração para um trabalho académico que presentemente
tenho em curso, no âmbito da atitude dos professores face à utilização das TIC em
sala de aula. Para responder basta assinalar com uma cruz no algarismo que melhor
corresponda à sua opção de resposta. Informo-o de que não existem boas ou más
respostas, apenas a sua opinião é para mim importante. Informo-o ainda de que lhe
garanto o total e completo anonimato.
Obrigado pela sua colaboração.

Deve-se evitar colocar no início do questionário a palavra INQUERITO ou


QUESTIONÁRIO. Em sua substituição deverão colocar o nome da instituição de ensino,
logo seguido das instruções.
Não esquecer que um questionário deve ter questões de caracterização sócio
demográfica para caracterização da amostra.

Construir a base de dados


- Introduzir os dados
- Depuração dos dados

O tratamento e análise dos dados


- Caracterização da amostra
- Estudos psicométricos dos instrumentos
- Estatísticas descritivas para caracterizar determinados fenómenos
- Elaboração de gráficos e tabelas, para uma melhor visualização
- Utilização de estatísticas adequadas para a verificação das hipóteses

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A Publicação/Divulgação dos Resultados

Normas de estilo e referências bibliográficas


Um trabalho científico deve seguir determinadas Normas:
- Em termos de citações textuais
- Em termos de referências ao longo do texto
- Em termos de apresentação de figuras
- Na relação final de bibliografia

Há várias formas de fazer citações e diferentes tipos de normas. É importante que


haja uniformidade como se fazem as citações. Deixo aqui as normas da APA, e que
podem ser consultadas em:www.apa.org

Citações ao longo do texto


Quando se faz uma citação textual de uma frase (de uma qualquer obra, artigo, tese
ou documento online) ela deve vir entre aspas, seguida do apelido do autor e do ano
de publicação – caso contrário é apropriação de texto de um outro autor – além disso
tal é entendido como plágio e é crime (situação inaceitável em meio académico).
Se é verdade que se pode citar uma frase, não é usual, nem aceitável, efetuar-se um
texto apenas com justaposição de frases de outros autores, mesmo que eles sejam
referenciados.
É necessário que o aluno elabore texto com palavras suas após as várias leituras
efetuadas.
Para se fazer a revisão de literatura também não é aceitável que se consulte apenas
um autor.
Numa revisão de literatura é desejável que o aluno consulte vários autores e saiba
sintetizar e/ou contrapor as diferentes perspetivas que os mesmos apresentam.

Citações indiretas ao longo do texto: 1 autor


Citação indireta significa que se faz referência a texto de um autor sem utilizarmos as
suas palavras.

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Regra geral: indicação do autor (último apelido) seguido da data (ano).
Exemplos:
Santos (1993) avaliou que o efeito da luminosidade influencia o …
Num estudo recente (Santos, 1993) avaliou que o efeito da luminosidade influencia…

Publicação sem data


Santos (s/data) ou Santos (n.d.)

Citações indiretas ao longo do texto: 2 autores


Santos e Silveira (1999) avaliaram que o efeito da luminosidade influencia o…
Num estudo recente (Santos e Silveira 1993) avaliaram que o efeito da luminosidade
influencia o…

Publicação sem data


Santos e Silveira (s/data)

Citações indiretas ao longo do texto: mais de 2 autores e menos de 6


Citam-se todos numa 1ª vez e, nas vezes subsequentes o apelido do 1º autor seguido
das expressões e col. ou et al.
Santos, Cunha e Silva (1998) encontraram efeitos significativos …
Num estudo recente (Santos, Cunha e Silva, 1998) encontraram efeitos…
Santos e col. (1998) encontraram efeitos significativos …
Num estudo recente (Santos et al., 1998) encontraram efeitos significativos …

Citações indiretas ao longo do texto: mais de 6 autores


Quando se tratam de 6 ou mais autores utiliza-se sempre o e col. ou o et al.

Citações indiretas ao longo do texto: Quando o autor é uma instituição


Regra geral: a 1ª citação deverá ser efetuada por extenso
1ª Citação
15 % da população vive abaixo do limiar da pobreza (Instituto Nacional de estatística
[INE], 1997), …
Citações subsequentes
Segundo a mesma fonte (INE, 1997)…
Dados do INE (1997)…
Especialização Avançada em Educação e Formação de Adultos 29
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Citações indiretas ao longo do texto: Citações de vários trabalhos do mesmo
autor
Regra geral: citar o apelido e datas por ordem cronológica
Santos (1981, 1984, 1998), referem que …
Como já foi referido (Santos, 1981, 1984, 1998), …

Citações indiretas de trabalhos de fontes secundárias:


O estudo de Holland (1990 cit. por Super, 1997) refere que …
É a fonte secundária que deve vir referenciada na bibliografia final.
Estas conclusões são partilhadas por diversos autores (Gerry, 1991, Caston, 1992,
Tavares, 1993, Holland, 1995, cit. por Super, 1997) …
(cit. significa que é apenas o último autor que é citado por)
Estas conclusões são partilhadas por diversos autores (Gerry, 1991, Caston, 1992,
Tavares, 1993, Holland, 1995, citados por Super, 2006) …
(Obs: citados significa que são todos os autores que estão entre parêntesis que são
citado por)

Citações indiretas de trabalhos de fontes secundárias:


“É com o movimento pela luta dos direitos das mulheres que os abusos sexuais de
crianças aparecem associados ao sistema familiar patriarcal no qual mulheres e
crianças são considerados como propriedade dos maridos e pais (Rush, 1980 cit. por
Bagley & King, 1992).”

Na página das referências finais apenas deve vir a fonte secundária:


Bagley, C. & King, K. (1992). Child Sexual Abuse: The search for healing. London:
Routledge.

Citações diretas ou textuais “ …….”


“ …o trabalho revelou-se como significativo (…) como já havia referido….”
“ …o trabalho revelou-se como significativo [isto é dá sentido à vida] como já havia
referido….”
Se na fonte inicial contiver palavras entre aspas, estas deverão aparecer enfatizadas
com uma única aspa.

Especialização Avançada em Educação e Formação de Adultos 30


Manual do e-formando - Módulo VII
Quando se quer omitir parte de uma frase citada entre aspas, coloca-se (…) no local
de onde se retirou texto
Quando queremos acrescentar texto a uma citação, para uma melhor compreensão do
mesmo, tal acréscimo deve vir entre parêntesis retos.

Relação final de Bibliografia


Todos os autores referenciados no texto do trabalho devem vir referenciados na
relação final de bibliografia, por ordem alfabética e todos da mesma forma
Primeiro devem vir referenciadas as obras individuais e só depois as coletivas.
Quando há varias obras individuais com a mesma data utilizar 2006a) 2006b) 2006c)
Nunca colocar nas referências bibliográficas autores aos quais não faz qualquer tipo de
referência ao longo do texto

Citação de um Livro:

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Citação de um artigo científico:

Citação de um capitulo:

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Citação de um magazine publicado mensalmente:

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Citação de um artigo de um jornal:

Citação de um artigo de uma entrada de enciclopédia:

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Relação final de bibliografia - Citação de uma tese:
Autor, A.A. (ano). Título da tese. Nome da Instituição, Localidade.

Citação de uma comunicação (paper, poster) apresentada em eventos


científicos:
Carochinho, J. A. (2002, Novembro). O contrato psicológico: perspectivas e
considerações sobre a sua origem, mensuração e suas consequências. Comunicação
apresentada no V Simpósio de Comportamento Organizacional da APP; Braga,
Portugal.

Citação de um artigo científico a partir da consulta de uma revista (em


papel):
Herbst-Damm, K. L. & Kulik, J. A. (2005). Volunteer support, marital status, and the
survival times of terminaally ill patients. Health Psychology, 24, 225-229.

Citação de um artigo científico com DOI (Digital Object Identifier) a partir da


consulta de uma revista na internet (com DOI):
Herbst-Damm, K. L. & Kulik, J. A. (2005). Volunteer support, marital status, and the
survival times of terminaally ill patients. Health Psychology, 24, 225-229. doi:
10.1037/0278-6133.24.2.225

Citação de um artigo científico sem DOI extraído de uma revista que está on
line:
Herbst-Damm, K. L. & Kulik, J. A. (2005). Volunteer support, marital status, and the
survival times of terminaally ill patients. Health Psychology, 24, 225-229.
Retrieved from://ojs.lib.swin.edu.au/index.php/ejap

Fonte: www.apa.org

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Referências Bibliográficas

Bibliografia

Almeida, L. & Freire, T. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e


Educação. 3ª Edição. Braga: Psiquilíbrios Edições.

ALVES, Maria et al. Pratic 7/8 – Tecnologias de Informação e Comunicação. Porto:


Porto Editora. 2014.

DOMÍNGUEZ CHILLÓN, G. (2000) Proyectos de Trabajo. Una escuela diferente.


Madrid: La Muralla.

Taylor, Richard W. 1986. ‘Modern Indian Ashrams’ Religion and Society, XXXIII:3,
September 1986.

Webgrafia

www.apa.org
http://educaeic.blogspot.pt/2006/01/texto-de-apoio-iii_01.html

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