Leishmania spp. Acadêmicos: João P. Filipus João P. Scandolari Leonardo Dill Marlon Bellini Weligton Bortolanza
Disciplina: Parasitologia Básica
Professor: Gabriel Daltoe de Almeida Taxonomia • Classificados como protozoários flagelados. • Estão inseridos dentro do Reino Protista; • Sub-reino Protozoa; • Filo Sarcomastigophora; • Subfilo Mastigophora e Classe Zoomastigophorea • São representados por organismos unicelulares eucariontes que possuem um ou mais flagelos, que são estruturas complexas de locomoção. Leishmania spp. • Agente de zoonose, onde cães e demais animais podem atuar como reservatórios • HD: canídeos, roedores silvestres, homem • HI: insetos da Família Psychodidae (flebotomíneos), como o Phlebotomus sp., presente na Europa, África e Ásia, e Lutzomyia sp., presente nas Américas, conhecidos popularmente por mosquito-palha, tatuquira, birigui • Parasita causador de Doença de Notificação Obrigatória • Endêmica em todos os estados brasileiros, exceto RS • Crescente urbanização • Encontrada em mais de 80 países • Segundo a OMS, 12 milhões de novos casos anualmente Formas clínicas Segundo Rey (1991), as formas clínicas são: • Leishmaniose cutânea: formas que provocam lesões cutâneas, ulcerosas ou não, em número limitado • Leishmaniose cutaneomucosa ou mucocutânea: formas que se complicam com lesões desfigurantes e destrutivas das mucosas do nariz, da boca e da faringe • Leishmaniose cutânea difusa: formas disseminadas; ocorre pós-calazar e as lesões são de difícil tratamento • Leishmaniose visceral ou calazar: formas viscerais (baço, fígado, medula óssea e tecidos linfoides). Etiologia Os agentes etiológicos pertencem à Complexo Tropica família Trypanosomatidae e ao gênero • Leishmania tropica tropica Leishmania • L. t. major LEISHMANIOSE CUTÂNEA: Complexo Leishmania Mexicana LEISHMANIOSE VISCERAL OU • L. (Leishmania) mexicana: cutânea e CALAZAR cutânea difusa Complexo donovani • L. (Leishmania) amazonenses: cutânea e • Leishmania(Leishmania) donovani cutânea difusa • L. L. infantum • L. (Leishmania) pifanoi: cutânea e • L. L. chagasi cutânea difusa Características Morfológicas Forma Amastigota: Forma Promastigota: • Estruturas arredondadas ou ovaladas e • Corpo alongado aglomeradas • Sem membrana ondulante • Cinetoplasto visível • Cinetoplasto anterior • Flagelo indistinguível • Flagelo livre na extremidade anterior • Encontrada no hospedeiro vertebrado do corpo • Encontrada no inseto vetor. Ciclo Biológico • Na picada, o hospedeiro intermediário (Lutzomyia) se infecta com as formas amastigotas (que estão dentro de macrófagos presentes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado; 1). • Estas, no intestino, transformam-se em promastigotas, que, ao se multiplicarem, podem até obstruir o canal alimentar do inseto. Ao se alimentar em um novo hospedeiro vertebrado, o mosquito inocula com a saliva o “bolo” de formas promastigotas (2), que penetram nos macrófagos (3), transformam-se em amastigotas, multiplicam-se (4) e ganham a corrente sanguínea, indo ao baço, ao fígado, ou à medula óssea (sistema fagocitário mononuclear). No citoplasma das células, os parasitos multiplicam-se, distendendo-as até sua ruptura (5); os parasitos liberados são fagocitados por novas células reticulares. Ciclo Biológico Epidemiologia • Distribuída em grande parte do mundo; • Vetor Flebotomínio; • Locais próximos a matas geralmente contém maior incidência de casos; • Cães que ainda desenvolverão a doença são considerados a principal fonte de infecção para os Flebotomíneos. Patogenia LEISHAMANIOSE CUTÂNEA: • Forma amastigota; • Células de defesa; • Lesões cutâneas de pele, membranas mucosas, linfonodos. LEISHAMANIOSE MUCOCUTÂNEA: • Forma amastigota; • Lesões na pele, mucosas, lesões cartilaginosas LEISHMANIOSE VISCERAL: • Forma amastigota; • Células endoteliais dos órgãos como baço, fígado, medula óssea, rins, pulmões, meninges e mucosa intestinal; • Hepatomegalia, esplenomegalia. Profilaxia • O combate ao vetor é defendido como a principal medida para o controle da leishmaniose humana e canina. O uso de inseticidas residuais no interior das casas e abrigos de animais é considerado eficiente para reduzir a população dos mosquitos palhas e consequentemente, a transmissão parasitaria. Controle A estratégia de controle da Leishmaniose visceral aplicável a campanhas de saúde publica e conhecida desde a década de 50 é baseada em 3 ações: • A detecção e tratamento dos casos humanos. • O combate ao vetor, através da aplicação de inseticidas. • Inquérito sorológico canino com a eliminação dos cães soropositivos. A eutanásia de cães soropositivos é uma medida de controle recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), contudo a própria entidade reconhece que existem cães de grande valor afetivo, econômico e prático, por isso não podem ser indiscriminadamente destruído. Tratamento A opção pelo tratamento de um cão com leishmania deve considerar parâmetros ligados à condição clínica do paciente e a participação consciente do proprietário, os quais irão determinar os critérios de tratamento e sua viabilidade. Primeiramente o paciente deve ser avaliado pelo médico veterinário através de detalhado exame clínico e laboratorial que permitirão ao clínico prognosticar e decidir sobre a indicação do tratamento. 4 drogas são usadas para o tratamento da leishmaniose visceral canina: os
antimoniais pentavalentes, o alopurinol, a aminosidina e a anfotericina B.
Tratamento • O Alopurinol inibe o metabolismo das purinas, exercendo efeito inibitório no crescimento de Leishmania “in vitro”. Via de aplicação oral. • A Aminosidina é um antibiótico, seu metabolismo de ação é complexo, inclue a inibição da síntese protéica e alteração da permeabilidade da membrana plasmática dos parasitos. As vias de aplicação podem ser subcutânea e intramuscular. • Antimoniais pentavalentes, são utilizados 2 compostos, n-metil glucamina (Glucantime) e estibogluconato de sódio (Pentostam). Através do bloqueio do metabolismo do parasito, ocorre a inibição da síntese de ATP e a replicação do seu DNA, determinando a sua morte. As melhores vias de aplicação são a subcutânea e intramuscular Referências Bibliográficas BARONE, A., FERNANDES, A. Leishmaniose. Prof Bio: Agosto, 2015. Disponível em: <http://www.profbio.com.br/aulas/parasito1_04.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2020. MONTEIRO, S, G. Parasitologia na Medicina Veterinária. 2. Ed. Rio de Janeiro: Roca, 2017. SILVA, A.V.M. da, PAULA, A.A. de, CABRERA, M.A.A., CARREIRA, J.C.A. Leishmaniose em cães domésticos: aspectos epidemiológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(1):324-328, jan-fev, 2005. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2005000100036>. Acesso em: 08 jul. 2020