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Tema: Estrutura de Funcionalidade das Famílias de Baixa Renda na Educação Empreendedora e

Profissional dos Seus Jovens


Curso: Inovação Educativa
Calisto Ângelo Tevere
1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização, delimitação, objectivos e justificativa


O desenvolvimento social das famílias de baixa renda e a educação dos seus jovens depende das
acções concretas como o empreendedorismo e inovação, a educação técnica profissional que
podem tirar-lhes da "lama", onde por destino social ou natural se encontram em condições de
precariedade no concernente à aquisição do emprego e alívio das necessidades básicas para
sobrevivência.
Numa tentativa de delimitação do problema, propõe-se a investigar os grupos de famílias de
baixa renda que tenham jovens, famílias essas que se encontrem a habitar em zonas rural e
suburbana, sobretudo que praticam a agricultura familiar ou outra actividade de subsistência, que
não permita ganhos salariais líquidos mensais, mais que o salário mínimo e que cada membro
viva abaixo de 1.9 $ americano por dia.
1.2. Objectivos da investigação
Geral: Ana1lisar o impacto da estrutura e funcionalidade das famílias de baixa renda, na
educação dos seus jovens para o mercado do trabalho e consequente produção da riqueza e/ou
desenvolvimento social.
Específicos: Compreender a estrutura e a funcionalidade dos membros das famílias na educação
empreendedora e profissional dos jovens;
Identificar tipos de formação técnico-profissionais de maior aderência;
Relacionar gestão estratégica, empreendedorismo e inovação com o crescimento profissional e
desenvolvimento socioeconómico em famílias e organizações afins.
1.3. Justificativa da Investigação
A reflexão sobre Organização Família, pessoas vulneráveis, emancipação feminil, a relação
participativa e democrática escola-família-comunidade, tomada de decisões, cidadania; direitos
comunitários, familiares e individuais sobre a terra, etc. Demandam conceitos, acções e
resultados sobre essa célula fundamental da sociedade como matéria inesgotável de pesquisa
social.
O estudo será valioso ao trazer á tona a questão de desigualdades e antagonismos entre
crescimento e desenvolvimento, a distribuição desigual da riqueza que trás desentendimentos e
lava ao jovem a participar em conflitos que não ajudam no bem-estar. Exemplo as guerras de
Burundi, Congo etc, e no nosso país Cabo Delgado, Manica e Sofala que aumenta a pobreza e o
mau uso dos recursos naturas.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. O desenvolvimento Sustentável um Colosso do Desenvolvimento Social
Os governos preocupam-se com a educação de concidadãos, dotando-os de ferramentas para
combater a pobreza, aumento da riqueza que suste as famílias e proporcione-lhes um
desenvolvimento social e económico e o bem-estar, como objectivos do desenvolvimento
sustentável.
As Nações Unidas, através do sétimo ponto das Metas do milénio procura garantir ou melhorar a
sustentabilidade ambiental, através de quatro objectivos e princípios:
1. Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e
redução da perda de recursos ambientais;
2. Reduzir de forma significativa a perda da biodiversidade;
3. Reduzir para metade a proporção da população sem água potável e saneamento básico;
4. Alcançar até 2020 uma melhoria significativa em pelo menos cem milhões de pessoas que
vivem abaixo do limite da pobreza.
2.1. Educação para o Empreendedorismo e Profissionalização
No Brasil, os princípios e fins da educação nacional, similares aos do nosso país, no artº. 2º, diz-
se: a educação é dever da família e do Estado, inspirado nos princípios de liberdade e nos ideais
de solidariedade humana, com finalidade ao pleno desenvolvimento do educando, seu preparo no
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A Universidade por exemplo, no contexto do Processo de Bolonha, tornou-se menos elitista e
mais aberta e acessível a um maior número de jovens que, buscam uma formação que para além
de ter um valor intelectual, tenha também um valor pessoal, social, e profissional, em linha com
a visão da educação como um direito, como vector de desenvolvimento (Cachapuz, 2010 cit. em
Laita, 2015).
A definição mais aceite é de Robert D. Hisrich: o empreendedorismo como processo de criar
algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessário, assumindo os riscos
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo consequentes recompensas da
satisfação económica e pessoal.
2.2. Sinopse de Práticas de Profissionalização e Empreendedorismo de Jovens
Universitários em SBCoaching (2019) e FIA (2019).
A iniciativa Empresas Juniores (EJs) concilia a formação profissional e empreendedora. É uma
organização sem fins lucrativos de cunho educacional, gerida por alunos de graduação, que
presta serviços para empresas sob orientação de professores (SBCoaching, 2019). Elas surgem na
França em 1967, na ESSEC Business School.
As EJs contemplam: Aos Alunos- são laboratórios para experimentações e práticas das
competências adquiridas em sala de aulas, aprendendo a lidar com os desafios do
empreendedorismo na fase de formação, resultado em criativo em desenvolvimento pessoal,
académico e profissional.
Às Empresas-beneficiam dos projectos desenvolvidos por EJs, graças à qualidade extraordinária
de soluções e possuem preços acessíveis, é uma oportunidade única de ter acesso a profissionais
de alto nível com custo baixo.
Às Universidades são garantidas reputação sólida como motivo de engenho. Além disso, tornam
instituições mais atractivas para novos alunos, parcerias e clientes. Estas desenvolvem as
perspectivas do balanced scorecard (BSC): a financeira, a dos clientes, a interna e crescimento.
(Tavares, 2007, p. 369).
2.2.1. Família-Escola e suas Contribuições Educativas e Empreendedoras
Lima (2008) diz, a família nuclear ou conjugal é formada pelo casal e pelos filhos. Na
actualidade e nas sociedades desenvolvidas é uma das estruturas mais encontradas, desde que as
famílias extensas, devidas as mudanças na organização da vida e da fixação em núcleos urbanos,
perderam muito vínculo que antigamente possuíam e preservavam.
A parceria família-escola é fundamental para que ocorram os processos de aprendizagem e
crescimento de todos membros deste sistema, uma vez que a aprendizagem não está circunscrita
à conteúdos escolares (Bartholo, 2001, cit. em Oliveira & Caron, 2017).
As famílias de baixa renda devem estar conscientes de que investir no capital humano facilita a
ambição de filhos na concepção de negócio, inovação, e isto precisa duma missão e planificação
hábil; abordagem incrementalista, de reputação, mudança e visão para o futuro, que une níveis:
sociedade de informação, organizações de aprendizagem e o Balanced Score Card conexos a
gestão estratégica.
2.2.2. ESTUDO EMPÍRICO
3.1. Desenho Metodológico
Como pesquisa educacional sugerimos uma metodologia qualitativa que investiga segundo
Turato (2005, cit. em Jardim e Pereira, 2009) investiga valores, hábitos, atitudes, representações,
opiniões e aprofunda a comprecidade de factos e processos particulares específicos a indivíduos
e grupos.
Propomos como forma de emancipação social, a concepção do paradigma sócio-critico e pós-
modernidade, que resulta da evolução da fenomenologia e etnografia, a partir dos anos 80 do
século XX, com surgimento da investigação qualitativa. Dos anos 90 até agora, as suas teorias
retomam a obra e o pensamento de Karls Marx, com as teses sobre Feuerbach, de 1840 (Marx,
1971).
2.2.3.Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados
Na recolha de dados cruzaremos as várias fontes de informações, entre fontes de dados primários
e secundários.
Usaremos a entrevista, observação participante (em dados primários e nos dados secundários
diversas fontes de informação de caretear documental: documentos privados e públicos,
relatórios, atas, instrumentos estenográficos etc.)
"O retorno deveu-se a um conjunto de filósofos da primeira metade do século XX, pertencentes à
Escola de Frankfurt, destacando Georg Lukács (1885-1971), Herbert Marcuse (1898-1979),
Theodor Adorno (1903-1969), Max Horkheimer (1895-1973) e Jurgem Habermas (1929) "
(Amado, 2017, p. 53).
2.2.4. O Tipo de Estudo
Esta investigação qualitativa-indutiva, irá se cingir no Estudo de Caso. Quanto forma impar e
circunstancial de estudo de grupo num determinado local e tempo. Segundo Canastra, Haanstra e
Vilanculos (2015), o estudo de caso integra um método que estuda fenómenos ou acontecimentos
sociais que revelam uma singularidade e, ao mesmo tempo, uma complexidade, em termos de
apreensão global. Compreendera o estudo casos múltiplos.
3. Do Estudo de Caso e Triangulação à Conciliação com o Paradigma Sócio-Critico
Sousa e Baptista (2014,) fala do recurso à triangulação, através de diferentes fontes de dados,
investigadores, perspectivas teóricas e métodos erróneos asseverando os autores como (Guba &
Lincoln, 1988; Merriam, 1998; Cohen, Manion & Merriam, 2000; Lessard-Hébert, Goyette &
Boutin, 1990; Yin, 1994). (p. 61).
A entrevista será semi-estruturada e instrumrento de entrevista será o APGAR Familiar, usado
pelos sociólogos para compreender a funcionalidade das famílias. Segundo Smilkstein( 1982, cit.
em Martin, Sousa, Gonçalves & Lopes, 2007), este instrumento foi idealizado em 1978 com
necessidade de avaliar a função da família; os idealizadores enaltecem o facto de possuir como
vantagens, o número reduzido de itens, facilidade de aplicação associado à condição de que o
nível cultural dos entrevistados parece não influenciar nos resultados.
No que diz respeito aos dados da estrutura familiar, administrar-se-á um guião inerente as
características do agregado familiar, às condições de vida (fonte de água, tipo de habitação, a
renda familiar, cursos preferidos, etc.), dirigido aos membros das famílias de preferência aos
chefes do agregado para avaliar a constituição, a renda familiar, etc., até sua funcionalidade.
3.1. Apresentação dos Resultados, Análise e Interpretação dos Dados
A análise e interpretação de dados usarão a técnica de Análise de Conteúdo. Embora, esta data da
II Guerra Mundial, ainda hoje é prestável. Lasswll & leites (1949, cit. em Amado, Costa &
Cosoé, 2017) referem que utilizou-se na análise de jornais, com intuito de detectar indícios da
propaganda nazi nos meios de comunicação norte-americana (p.304).
Esta análise, comparará os dados de casos múltiplos dos postos administrativos de Murrupula,
Iapala e do Município ou Distrito de Nampula (Natikiri e Napipine) provenientes dos
entrevistados e a análise de dados dos documentos de instituições ou pessoais, notas registadas
de diversos contextos e realidades do fenómeno, sejam a nível epistemológico ou empírico e
replicar-se-ão para validação científica.
Apresentação e a análise de conteúdo serão facilitadas por decomposição em categorias;
cronologia, desmembramento de textos em unidades e subunidades através de Títulos e
subtítulos, em seguida os reagrupamentos analógicos, permitirão ajuntamentos temáticos que
serão usados, tanto no discurso de narrativas dos entrevistados como de documentos pessoais ou
públicos.
De acordo Bardin (2011), discurso na prática das análises, é toda comunicação estudada, não só
ao nível dos seus constituintes como ao nível igual ou superior à frase (proposições, enunciados,
sequências) e confortação dos diferentes indicadores (p. 215s).
Referências bibliográficas
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Universidade de Coimbra
.
Amado, J., Costa A. P. & Crusoé, N. (2017). A TÉCNICA DA ANÁLISE DE CONTEÚDO. In
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Jardim, A. C. S. & Pereira, V. S. (2009). Metodologia Qualitativa: É Possível Adequar as


Técnicas de Colecta de Dados aos Contextos Vividos em Campo? Sober 47º Congersso.
Sociedade Brasileira de Economia Administração e Sociologia Rural, Porto Alegre, 26 a
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Laita, M. S. V. (2015). A universidade em questão: uma leitura do Processo de Bolonha no


contexto moçambicano. Nampula, Moçambique: fundação AIS.

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