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ATUALIZAÇÃO CICLOS – 3º TRIMESTRE 2016

1 - CONSTITUCIONAL:

 MINISTÉRIO PÚBLICO: O Procurador-Geral da República não possui legitimidade


ativa para impetrar mandado de segurança com o objetivo de questionar decisão
que reconheça a prescrição da pretensão punitiva em processo administrativo
disciplinar. A legitimidade para impetrar mandado de segurança pressupõe a
titularidade do direito pretensamente lesado ou ameaçado de lesão por ato de
autoridade pública. O Procurador-Geral da República não tem legitimidade para a
impetração, pois não é o titular do direito líquido e certo que afirmara ultrajado. Para
a impetração do MS não basta a demonstração do simples interesse ou atuação
como custos legis, uma vez que os direitos à ordem democrática e à ordem jurídica
não são de titularidade do Ministério Público, mas de toda a sociedade. STF. 2ª
Turma. MS 33736/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 21/6/2016 (Info 831).

 IMUNIDADE PARLAMENTAR: A imunidade parlamentar material (art. 53 da


CF/88) protege os Deputados Federais e Senadores, qualquer que seja o âmbito
espacial (local) em que exerçam a liberdade de opinião. No entanto, para isso é
necessário que as suas declarações tenham conexão (relação) com o desempenho
da função legislativa ou tenham sido proferidas em razão dela. Para que as
afirmações feitas pelo parlamentar possam ser consideradas como "relacionadas ao
exercício do mandato", elas devem ter, ainda de forma mínima, um teor político.
Exemplos de afirmações relacionadas com o mandato: declarações sobre fatos que
estejam sendo debatidos pela sociedade; discursos sobre fatos que estão sendo
investigados por CPI ou pelos órgãos de persecução penal (Polícia, MP); opiniões
sobre temas que sejam de interesse de setores da sociedade, do eleitorado, de
organizações ou grupos representados no parlamento etc. Palavras e opiniões
meramente pessoais, sem relação com o debate democrático de fatos ou ideias não
possuem vínculo com o exercício das funções de um parlamentar e, portanto, não
estão protegidos pela imunidade material. No caso concreto, as palavras do
Deputado Federal dizendo que a parlamentar não merecia ser estuprada porque
seria muito feia não são declarações que possuem relação com o exercício do
mandato e, por essa razão, não estão amparadas pela imunidade material. STF. 1ª
Turma. Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 21/6/2016 (Info
831).

 PROCESSO LEGISLATIVO: É inconstitucional lei estadual, de iniciativa


parlamentar, que:
- determina o destino que o Poder Executivo deverá dar aos bens de empresa
estatal que está sendo extinta;
- disciplina as consequências jurídicas das relações mantidas pelo Poder Executivo
com particulares;
- cria conselho de acompanhamento dentro da estrutura do Poder Executivo.
Tal norma foi declarada inconstitucional, uma vez que é de iniciativa privativa Chefe
do Poder Executivo as leis que disponham sobre criação e extinção de Minitérios e
órgãos da administração pública.
STF. Plenário. ADI 2295/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/6/2016 (Info
830).

 PODER JUDICIÁRIO: O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pode proceder à


revisão disciplinar de juízes e membros de tribunais desde que observado o requisito
temporal: processos disciplinares julgados há menos de um ano.
Essa medida pode ser instaurada de ofício ou mediante provocação de qualquer
interessado e admite que o CNJ agrave ou abrande a decisão disciplinar revista (art.
103-B, § 4º, V, da CF/88). O CNJ irá examinar o processo disciplinar que foi
realizado no âmbito do Tribunal e poderá ANULAR ou REFORMAR a decisão que
foi tomada, seja para absolver ou condenar o magistrado processado. O Conselho
poderá, ainda, aumentar ou diminuir a pena imposta, desde que respeitado o prazo
decadencial de 1 ano. STF. 1a Turma. MS 33565/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado
em 14/6/2016 (Info 830).

 TRIBUNAL DE CONTAS: Membro do Ministério Público junto ao Tribunal de


Contas de Estados ou do Distrito Federal que ocupa esse cargo há menos de dez
anos pode ser indicado para compor lista tríplice destinada à escolha de conselheiro
da referida corte.STJ. 2a Turma. RMS 35.403-DF, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 3/3/2016 (Info 584).

 PODER JUDICIÁRIO: Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe ao


Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da separação de Poderes,
interferir na função do Poder Legislativo de definir receitas e despesas da
Administração Pública, emendando projetos de leis orçamentárias, quando
atendidas as condições previstas no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5468/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 29 e 30/6/2016 (Info
832).#MAGISTRATURA #IMPORTANTE.

2 – ADMINISTRATIVO:

 LEI 13.311/2016: prevê normas gerais para a ocupação e utilização de área


pública urbana por equipamentos urbanos do tipo quiosque, trailer, feira e banca de
venda de jornais e de revistas.

 O STF decidiu que "é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública
decorrente de ilícito civil." (RE 669069/MG). Em embargos de declaração opostos
contra esta decisão, o STF afirmou que:
a) O conceito de ilícito civil deve ser buscado pelo método de exclusão: não se
consideram ilícitos civis aqueles que decorram de infrações ao direito público, como
os de natureza penal, os decorrentes de atos de improbidade e assim por diante.
b) As questões relacionadas com o início do prazo prescricional não foram
examinadas no recurso extraordinário porque estão relacionadas com matéria
infraconstitucional, que devem ser decididas segundo a interpretação da legislação
ordinária.
C) Não deveria haver modulação dos efeitos, considerando que na jurisprudência do
STF não havia julgados afirmando que as pretensões de ilícito civil seriam
imprescritíveis. Logo, o acórdão do STF não frustrou a expectativa legítima da
Administração Pública. STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 3/2/2016 (repercussão geral) (Info 813). STF. Plenário. RE 669069
ED/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/6/2016 (Info 830).
 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: Não configura bis in idem a coexistência de
título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e sentença condenatória em ação
civil pública de improbidade administrativa que determinam o ressarcimento ao
erário e se referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do valor
da obrigação que primeiramente foi executada no momento da execução do título
remanescente. STJ. 1a Turma. REsp 1.413.674-SE, Rel. Min. Olindo Menezes
(Desembargador Convocado do TRF 1a Região), Rel. para o acórdão Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 17/5/2016 (Info 584).

3 – PENAL:

 SÚMULA 574-STJ: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a


comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem
do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a
identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os
representem.

 LEI DE DROGAS: O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da


Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a
hediondo.
STF. Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info
831).
O STJ possui um enunciado em sentido contrário (Súmula 512-STJ). Vejamos o que
o Tribunal irá decidir depois desta mudança de entendimento do STF.
Súmula 512-STJ: A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, §
4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas.

 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS: O condenado que recebeu pena restritiva


de direitos e ainda nem sequer iniciou seu cumprimento não tem o direito de
escolher cumprir a pena privativa de liberdade que foi originalmente imposta. A
reconversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade depende
da ocorrência dos requisitos legais (descumprimento das condições impostas pelo
juiz da condenação), não cabendo ao condenado, que nem sequer iniciou o
cumprimento da pena, escolher ou decidir a forma como pretende cumprir a sanção,
pleiteando aquela que lhe parece mais cômoda ou conveniente. STJ. 6a Turma.
REsp 1.524.484-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/5/2016
(Info 584).

 EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES:A prostituta maior de idade


e não vulnerável que, considerando estar exercendo pretensão legítima, arranca
cordão do pescoço de seu cliente pelo fato de ele não ter pago pelo serviço sexual
combinado e praticado consensualmente, pratica o crime de exercício arbitrário das
próprias razões (art. 354 do CP) e não roubo (art. 157 do CP). STJ. 6a Turma. HC
211.888-TO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/5/2016 (Info 584).

 APROPRIAÇÃO INDÉBITA: O "síndico" mencionado no inciso II do § 1o, do art.


168, do Código Penal é o síndico da massa falida (atualmente denominado
"administrador judicial" da falência ou recuperação judicial - Lei no 11.101/2005), e
não o síndico de condomínio edilício. Por essa razão, não se aplica esta causa de
aumento para o caso de um síndico de condomínio edilício que se apropriou de
valores pertencentes ao condomínio para efetuar pagamento de contas pessoais.
STJ. 5a Turma. REsp 1.552.919-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado
em 24/5/2016 (Info 584).

 DOSIMETRIA DA PENA: Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos
Vereadores, inclui artigo que não constava originalmente no projeto votado pratica o
crime de falsificação de documento público (art. 297, § 1º do CP). No momento da
dosimetria, o fato de o réu ser Prefeito não pode ser utilizado como circunstância
desfavorável para aumentar a pena-base na primeira fase e, em seguida, ser
empregado como causa de aumento do § 1º do art. 297 do CP. Se ele for utilizado
duas vezes, haverá bis in idem. Assim, essa circunstância (condição de Prefeito)
deve ser considerada apenas uma vez, na terceira fase da pena, como majorante
(causa de aumento). STF. 1ª Turma. AP 971/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
28/6/2016 (Info 832).
 CRIME DE FURTO – LEI 13.330/16: a Lei 13330, que acrescentou o §6º ao art.
155 do CP, ou seja, ao crime de furto, e incluiu o art. 180-A, com as seguintes
redações:
Furto
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(…)
§ 6º  A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de
semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no
local da subtração.         (Incluído pela Lei nº 13330, de 2016)

Art. 180-A.  Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou


vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber
ser produto de crime:          (Incluído pela Lei nº 13330, de 2016)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.         (Incluído pela Lei nº
13330, de 2016)

4 – PROCESSO PENAL:

 RECURSOS: O agravo interposto contra decisão monocrática do Ministro Relator


no STF e STJ, em recursos ou ações originárias que versem sobre matéria penal ou
processual penal NÃO obedece às regras no novo CPC. Isso significa que:  o
prazo deste agravo é de 5 dias, nos termos do art. 39 da Lei nº 8.038/90 (não se
aplicando o art. 1.070 do CPC/2015);  este prazo é contado em dias corridos,
conforme prevê o art. 798 do CPP (não se aplicando a regra da contagem em dias
úteis do art. 219 do CPC/2015). STF. Decisão monocrática. HC 134554 Rcon, Rel.
Min. Celso de Mello, julgado em 10/06/2016 (Info 830). STJ. 3ª Seção. AgRg na Rcl
30.714/PB, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 27/04/2016. STJ. 3ª
Seção. AgRg nos EDcl nos EAREsp 316.129-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 25/5/2016 (Info 585).
 PRISÃO: A prática de atos infracionais anteriores serve para justificar a decretação
ou manutenção da prisão preventiva como garantia da ordem pública, considerando
que indicam que a personalidade do agente é voltada à criminalidade, havendo
fundado receio de reiteração. Não é qualquer ato infracional, em qualquer
circunstância, que pode ser utilizado para caracterizar a periculosidade e justificar a
prisão antes da sentença. É necessário que o magistrado analise: a) a gravidade
específica do ato infracional cometido; b) o tempo decorrido entre o ato infracional e
o crime; e c) a comprovação efetiva da ocorrência do ato infracional. STJ. 3ª Seção.
RHC 63.855-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 11/5/2016 (Info 585). #IMPORTANTE

 SÚMULA VINCULANTE 56: A falta de estabelecimento penal adequado não


autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-
se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.STF.
Plenário. Aprovada em 29/06/2016.

 PRISÃO: O Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016), ao alterar as


hipóteses autorizativas da concessão de prisão domiciliar, permite que o juiz
substitua a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for gestante ou mulher
com filho até 12 anos de idade incompletos (art. 318, IV e V, do CPP). STF. 2ª
Turma. HC 134069/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/6/2016 (Info 831).

 PROVAS: A utilização pelo Ministério Público de documentos enviados por outros


países para fins de investigação por meio de cooperação jurídica internacional é
legítima mesmo não havendo ainda legislação específica no Brasil regulamentando
o tema. Isso porque a transferência de procedimento criminal encontra abrigo em
convenções internacionais sobre cooperação jurídica, cujas normas, quando
ratificadas, assumem status de lei federal.
Dessa forma, é legítima a providência da autoridade brasileira de, com base em
material probatório obtido da Confederação Suíça, por sistema de cooperação
jurídica internacional, investigar e processar o congressista em questão pelo delito
de evasão de divisas, já que se trata de fato delituoso diretamente vinculado à
persecução penal objeto da cooperação, que tem como foco central delitos de
corrupção e lavagem de capitais.
STF. Plenário. Inq 4146/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/6/2016 (Info
831).

 RECURSOS: O agravo interposto contra decisão monocrática do Ministro Relator


no STF e STJ, em recursos ou ações originárias que versem sobre matéria penal ou
processual penal NÃO obedece às regras no novo CPC. Isso significa que:
- o prazo deste agravo é de 5dias, nos termos do art.39 da Lei n. 8.038/90 (não se
aplicando o art. 1.070 do CPC/2015);
- este prazo é contado em dias corridos, conforme prevê o art. 798 do CPP (não se
aplicando a regra da contagem em dias úteis do art. 219 do CPC/2015). STF.
Decisão monocrática. HC 134554 Rcon, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
10/06/2016 (Info 830). STJ. 3a Seção. AgRg na Rcl 30.714/PB, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 27/04/2016. #DPE #DPU

 HABEAS CORPUS: Habeas corpus não é o instrumento adequado para pleitear


trancamento de processo de impeachment. A finalidade constitucional do habeas
corpus é a da proteção do indivíduo contra qualquer ato limitativo ao direito de
locomoção (art. 5o, LXVIII, da CF/88).
O processo de impeachment pode resultar na aplicação de sanções de natureza
político- administrativa.
Dessa forma, ao se impetrar um HC contra o processo de impeachment, o que se
está fazendo é buscando proteger o exercício de direitos políticos e não o direito de
ir e vir. STF. Plenário. HC 134315 AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
16/6/2016 (Info 830).

 NOTICIA CRIMINIS: A Delegacia da Receita Federal deve enviar ao Ministério


Público Federal os autos das representações fiscais para fins penais relativas aos
crimes contra a ordem tributária previstos na Lei no 8.137/1990 e aos crimes contra
a previdência social (arts. 168-A e 337-A do CP) após proferida a decisão final, na
esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente,
mesmo quando houver afastamento de multa agravada. STJ. 2a Turma. REsp
1.569.429-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/5/2016 (Info 584).

 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E NULIDADES: O simples fato de o advogado


do investigado ter sido interceptado não é causa, por si só, para gerar a anulação de
todo o processo e da condenação que foi imposta ao réu. Se o Tribunal constatar
que houve indevida interceptação do advogado do investigado e que, portanto,
foram violadas as prerrogativas da defesa, essa situação poderá gerar três
consequências processuais: 1ª) Cassação ou invalidação do ato judicial que
determinou a interceptação; 2ª) Invalidação dos atos processuais subsequentes ao
ato atentatório e com ele relacionados; 3ª) Afastamento do magistrado caso se
demonstre que, ao assim agir, atuava de forma parcial. Se o próprio juiz, ao
perceber que o advogado do investigado foi indevidamente "grampeado", anula as
gravações envolvendo o profissional e, na sentença, não utiliza nenhuma dessas
conversas nem qualquer prova derivada delas, não há motivo para se anular a
condenação imposta. STF. 2ª Turma. HC 129706/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 28/6/2016 (Info 832).

5 – CIVIL

 SFH: O ex-mutuário de imóvel dado em garantia hipotecária em financiamento do


Sistema Financeiro da Habitação (SFH) não tem direito à retenção pelas benfeitorias
realizadas no bem antes da adjudicação.
Quanto às benfeitorias realizadas após a adjudicação, deve-se analisar se há boa-fé
ou má-fé na posse. Havendo má-fé do ex-mutuário possuidor (o que é a regra), ele
não tem direito de retenção pelas benfeitorias realizadas no imóvel após a
adjudicação, mas poderá ser indenizado pelas benfeitorias necessárias (art. 1.220
do CC).
STJ. 3ª Turma. REsp 1.399.143-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 7/6/2016 (Info 585).

 DPVAT: É válido o pagamento de indenização do Seguro DPVAT aos pais - e não


ao filho - do de cujus no caso em que os genitores, apresentando-se como únicos
herdeiros, entregaram os documentos exigidos pela Lei nº 6.194/74 para o aludido
pagamento (art. 5º, § 1º), dentre os quais certidão de óbito que afirmava que o
falecido era solteiro e não tinha filhos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.601.533-MG, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, julgado em 14/6/2016 (Info 585).

 NEGÓCIO JURÍDICO: Não são convalidáveis os negócios jurídicos celebrados


com o intuito de alterar o quadro societário de sociedade empresária por meio da
falsificação de assinatura de sócio, ainda que o próprio sócio prejudicado pelo falso
tenha, por escritura pública, concedido ampla, geral e irrevogável quitação, a fim de
ratificar os negócios jurídicos.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.368.960-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
7/6/2016 (Info 585).

 BEM DE FAMÍLIA: O art. 3º da Lei nº 8.009/90 traz as hipóteses em que o bem de


família legal pode ser penhorado. O inciso V afirma que o imóvel poderá ser
penhorado, mesmo sendo bem de família, se ele foi dado como hipoteca (garantia
real) de uma dívida em favor da entidade familiar e esta, posteriormente, não foi
paga. Neste caso, o bem de família poderá ser alienado e seu produto utilizado para
satisfazer o credor.
Vale ressaltar que não é necessário que a hipoteca esteja registrada no cartório de
Registro de Imóveis. Assim, a ausência de registro da hipoteca em cartório de
registro de imóveis não afasta a exceção à regra de impenhorabilidade prevista no
art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90.
Em outras palavras, o fato de a hipoteca não ter sido registrada não pode ser
utilizado como argumento pelo devedor para evitar a penhora do bem de família.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.455.554-RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em
14/6/2016 (Info 585).

 SÚMULA 573-STJ: Nas ações de indenização decorrentes de seguro DPVAT, a


ciência inequívoca do caráter permanente da invalidez, para fins de contagem do
prazo prescricional, depende de laudo médico, exceto nos casos de invalidez
permanente notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte
comprovado na fase de instrução.
 SÚMULA 572 - STJ: O Banco do Brasil, na condição de gestor do Cadastro de
Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), não tem a responsabilidade de notificar
previamente o devedor acerca da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco
legitimidade passiva para as ações de reparação de danos fundadas na ausência de
prévia comunicação. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 11/05/2016, DJe 16/05/2016.

 USUCAPIÃO: Não obsta o pedido declaratório de usucapião especial urbana o fato


de a área do imóvel ser inferior à correspondente ao "módulo urbano" (a área
mínima a ser observada no parcelamento de solo urbano por determinação
infraconstitucional). STJ. 4a Turma. REsp 1.360.017-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas
BôasCueva, julgado em 5/5/2016 (Info 584).

6 – PROCESSO CIVIL:

 PROCESSO COLETIVO: Os autores de ações individuais em cujos autos não foi


dada ciência do ajuizamento de ação coletiva e que não requereram a suspensão
das demandas individuais podem se beneficiar dos efeitos da coisa julgada formada
na ação coletiva. STJ. 1ª Turma. REsp 1.593.142-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 7/6/2016 (Info 585).

 PROCESSO COLETIVO: Em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo


facultativo entre o Ministério Público Estadual e o Federal depende da demonstração
de alguma razão específica que justifique a presença de ambos na lide. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.254.428-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em
2/6/2016 (Info 585).

 EXECUÇÃO: Arrematado bem imóvel, o Juízo da execução que conduziu a


arrematação não pode determinar o cancelamento automático de constrições
determinadas por outros Juízos de mesma hierarquia e registradas na matrícula do
bem, mesmo que o edital de praça e o auto de arrematação tenham sido silentes
quanto à existência dos referidos gravames. Além de o Juízo da execução não deter
competência para o desfazimento ou cancelamento de constrições e registros
determinados por outros Juízos de mesma hierarquia, os titulares dos direitos
decorrentes das decisões judiciais proferidas em outros processos ("credores"), as
quais geraram as constrições e registros imobiliários que o arrematante pretende
cancelar, têm direito ao devido processo legal, com contraditório e ampla defesa a
fim de manterem o bem vinculado a seus interesses. As possíveis falhas nos atos
judiciais que antecederam a arrematação, porque não mencionavam as outras
constrições de outros Juízos sobre o imóvel a ser arrematado, não possibilitam ao
Juízo da arrematação determinar a baixa de outras constrições levadas a efeito por
outros juízos. STJ. 4ª Turma. RMS 48.609-MT, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
19/5/2016 (Info 585).

 SENTENÇA: A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou


improcedência do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça
obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua
prévia liquidação e execução nos próprios autos.
STJ. Corte Especial. REsp 1.324.152-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
4/5/2016 (Info 585).
Obs.: existe polêmica na doutrina se este entendimento prevalece ou não com o
novo CPC, que trata sobre o tema no art. 515, I. A posição majoritária é a de que
sim. No mesmo sentido, o Min. Rel. Luis Felipe Salomão em determinado trecho de
seu voto dá a entender que o entendimento do STJ proferido neste julgado continua
a vigorar com o CPC 2015.

 FUNDAMENTAÇÃO DE DECISÃO: O julgador não está obrigado a responder a


todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo
suficiente para proferir a decisão.
O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de infirmar
(enfraquecer) a conclusão adotada na decisão recorrida. Essa é a interpretação que
se extrai do art. 489, § 1º, IV, do CPC/2015.
Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem embargos de declaração
contra a decisão que não se pronunciou sobre determinado argumento que era
incapaz de infirmar a conclusão adotada.
STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora
convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 8/6/2016 (Info 585). #IMPORTANTE

 SÚMULA 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na


pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o
resultado anterior. (CORTE ESPECIAL, julgado em 01/07/2016, DJe 01/08/2016)

 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: Não cabe a fixação de honorários recursais (art.


85, § 11, do CPC/2015) em caso de recurso interposto no curso de processo cujo
rito exclua a possibilidade de condenação em honorários. Em outras palavras, não é
possível fixar honorários recursais quando o processo originário não preveja
condenação em honorários.
Assim, suponha que foi proposta uma ação que não admite fixação de honorários
advocatícios. Imagine que uma das partes, no bojo deste processo, interponha
recurso extraordinário. O STF, ao julgar este RE, não fixará honorários recursais,
considerando que o rito aplicável ao processo originário não comporta condenação
em honorários advocatícios.
Como exemplo desta situação, podemos citar o mandado de segurança, que não
admite condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009,
súmula 105-STJ e súmula 512-STF). Logo, se for interposto um recurso
extraordinário neste processo, o Tribunal não fixará honorários recursais. STF. 1ª
Turma. ARE 948578 AgR/RS, ARE 951589 AgR/PR e ARE 952384 AgR/MS, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgados em 21/6/2016 (Info 831).

 EXECUÇÃO: Em execução de título extrajudicial, o credor deve ser intimado para


opor fato impeditivo à incidência da prescrição intercorrente antes de sua decretação
de ofício. Esse dever de prévia intimação do credor para decretação da prescrição
intercorrente não era previsto expressamente no CPC/1973, sendo aplicado pelo
STJ com base na incidência analógica do art. 40, §§ 4o e 5o, da Lei no 6.830/80 (Lei
de Execução Fiscal). O CPC/2015, contudo, resolve a questão e prevê
expressamente a prévia oitiva das partes: Art. 921 (...) § 5o O juiz, depois de ouvidas
as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
de que trata o § 4o e extinguir o processo. STJ. 3a Turma. REsp 1.589.753-PR, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/5/2016 (Info 584)

7 – TRIBUTÁRIO:

 ICMS: O ICMS integra a sua própria base de cálculo, sendo isso chamado de
ICMS "por dentro" ou "cálculo por dentro". O ICMS por dentro está previsto no art.
13, § 1º, I, da LC 87/96, sendo considerado constitucional pelo STF. Essa mesma
regra aplica-se para o ICMS substituição tributária, considerando que se trata do
mesmo tributo. Assim, ainda que se adote a substituição tributária como forma de
arrecadação de ICMS, é legal aplicar-se a sistemática do "cálculo por dentro". STJ.
2ª Turma. REsp 1.454.184-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
5/5/2016 (Info 585).

 IPI: A base de cálculo do IPI na venda a prazo é o preço "normal" da mercadoria


(preço de venda à vista) mais os eventuais acréscimos decorrentes do
parcelamento. A base de cálculo do IPI nas vendas a prazo, sem a intermediação de
instituição financeira, é o valor total da operação. Situação diferente ocorre na
chamada "venda financiada". Nesta, o comprador obtém recursos de instituição
financeira para pagar a aquisição da mercadoria e o IPI incide apenas sobre o valor
efetivamente pago ao vendedor do produto, não englobando os juros pagos ao
financiador, sobre o qual incidirá apenas o IOF. STJ. 2a Turma. REsp 1.586.158-SP,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 3/5/2016 (Info 584).

 REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS: A Delegacia da Receita


Federal deve enviar ao Ministério Público Federal os autos das representações
fiscais para fins penais relativas aos crimes contra a ordem tributária previstos na Lei
no 8.137/1990 e aos crimes contra a previdência social (arts. 168-A e 337-A do CP)
após proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do
crédito tributário correspondente, mesmo quando houver afastamento de multa
agravada. STJ. 2a Turma. REsp 1.569.429-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado
em 5/5/2016 (Info 584).
8 – EMPRESARIAL:

 CONTRATOS EMPRESARIAIS: Em tese, não é abusiva a previsão, em normas


gerais de empreendimento de shopping center ("estatuto"), da denominada "cláusula
de raio", segundo a qual o locatário de um espaço comercial se obriga - perante o
locador - a não exercer atividade similar à praticada no imóvel objeto da locação em
outro estabelecimento situado a um determinado raio de distância contado a partir
de certo ponto do terreno do shopping center.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.535.727-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 10/5/2016
(Info 585).

 MARCA: Em ação de nulidade de registro de marca a que o INPI não deu causa
nem ofereceu resistência direta, não cabe condenação do instituto em honorários
advocatícios sucumbenciais. STJ. 3ª Turma. REsp 1.378.699-PR, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 7/6/2016 (Info 585).
SITUAÇÃO 1: INPI NÃO DEVERÁ PAGAR HONORÁRIOS PELO SIMPLES FATO
DE FIGURAR NO POLO PASSIVO

 MARCA: Na ação de nulidade de registro de marca em que o INPI foi indicado


como réu ao lado de sociedade empresária em virtude da concessão indevida do
registro e do não processamento do procedimento administrativo para anular o
registro indevidamente concedido, o Instituto responde solidariamente pelos
honorários advocatícios sucumbenciais, ainda que tenha reconhecido a procedência
do pedido formulado na Inicial.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.258.662-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
2/2/2016 (Info 576)
SITUAÇÃO 2: INPI DEVERÁ PAGAR HONORÁRIOS SE NÃO ANALISOU PEDIDO
ADMINISTRATIVO PARA ANULAR O REGISTRO CONCEDIDO.

 CONTRATOS BANCÁRIOS: É válida cláusula contratual que prevê a cobrança da


tarifa de renovação de cadastro (TRC) em contrato bancário celebrado ainda no
período de vigência da Circular 3.371/2007 do BACEN, considerando que ela
autorizava que os bancos exigissem a TRC. Posteriormente, com a edição da
Circular 3.466/2009 do BACEN, que entrou em vigor no dia 14/09/2009, foi proibida
a cobrança da referida tarifa. STJ. 3a Turma. REsp 1.303.646-RJ, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, julgado em 10/5/2016 (Info 584).

 CHEQUE: O cheque pós-datado amplia o prazo de apresentação? Em suma, no


caso de cheque pós-datado (pré-datado), a partir de quando é contado o prazo de
apresentação?
1) Pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão): SIM.
A pactuação dapós-datação de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de
apresentação à instituição financeira sacada, deve espelhar a data de emissão
estampada no campo específico da cártula. O ordenamento jurídico confere
segurança e eficácia à pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de
emissão). Ex: no dia 20/05, João emitiu (preencheu) um cheque e o entregou para
Pedro (beneficiário). No entanto, no campo reservado para a data de emissão, ele,
em vez de colocar 20/05, escreveu 20/07 (data que ficou combinada para que Pedro
sacasse o cheque). O termo inicial do prazo de apresentação do cheque é o dia
20/07. STJ. 2a Seção. REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 27/4/2016 (recurso repetitivo) (Info 584).
2) Pós-dataçãoextracartular (feita em campo diverso do campo específico): NÃO. A
pós-dataçãoextracartular do cheque não modifica o prazo de apresentação nem o
prazo de prescrição do título. A pós-dataçãoextracartular tem existência jurídica,
mas apenas com natureza obrigacional entre as partes (Súmula 370). Esta
pactuação extracartular, contudo, é ineficaz em relação à contagem do prazo de
apresentação e, por conseguinte, não tem o condão de operar o efeito de ampliar o
prazo de apresentação do cheque. Ex: João emitiu o cheque no dia 20/05 e o
entregou a Pedro. No campo reservado para a data de emissão, ele colocou 20/05
(dia atual). No entanto, no verso do cheque escreveu o seguinte: “bom para o dia
20/07” (que foi a data combinada para que Pedro sacasse o dinheiro). O termo inicial
do prazo de apresentação do cheque continua sendo o dia 20/05. STJ. 4a Turma.
REsp 1.124.709-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/6/2013 (Info 528).
#ATENÇÃO #ATUALIZAÇÃOJURISPRUDÊNCIA
 CHEQUE: Sempre será possível, no prazo para a execução cambial, o protesto
cambiário de cheque com a indicação do emitente como devedor. STJ. 2a Seção.
REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/4/2016 (recurso
repetitivo) (Info 584).

9 – DIREITO MILITAR:

 PROCEDIMENTOS: O art. 396-A do Código de Processo Penal não se aplica ao


rito do processo penal militar.
STF. 2ª Turma. HC 125777/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/6/2016
(Info 831).

 PRESCRIÇÃO: A prescrição em perspectiva (ou prescrição virtual) não é admitida


nos crimes militares, assim como ocorre também nos crimes comuns.
STF. 2ª Turma. HC 125777/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/6/2016.
(Info 831).

 COMPETÊNCIA: Compete à Justiça Militar julgar a conduta de civil que saca


valores oriundos de pensão militar depositados na conta bancária de ex-militar que
faleceu e a Administração Militar, por desconhecer a morte, continuou depositando,
por engano, o valor da pensão durante meses após o óbito.
O saque indevido por civil de benefício de pensão militar afeta bens e serviços das
instituições militares, estando justificada a competência da Justiça Militar.
STF. 2ª Turma. HC 125777/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/6/2016
(Info 831).

10 – DEFENSORIA PÚBLICA:

 INTIMAÇÃO PESSOAL: A não observância da intimação pessoal da Defensoria


Pública deve ser impugnada imediatamente, na primeira oportunidade processual,
sob pena de preclusão.
O STF e o STJ entendem que a defesa prejudicada pela ausência de intimação
pessoal deverá manifestar sua irresignação na primeira oportunidade que falar nos
autos. "Postergar tal irresignação processual, mesmo estando compreendida dentre
as matérias de ordem pública, implica verdadeira contradição ao próprio interesse da
parte em exercer sua defesa de forma efetiva e em momento oportuno". STF. 2a
Turma. HC 133476, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 14/6/2016 (Info 830).

11 – TRABALHO:

SÚMULA 578-STJ: Os empregados que laboram no cultivo da cana-de-açúcar para


empresa agroindustrial ligada ao setor sucroalcooleiro detêm a qualidade de
rurícola, ensejando a isenção do FGTS desde a edição da Lei Complementar n.
11/1971 até a promulgação da Constituição Federal de 1988.

12 – LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL:

 SÚMULA 575-STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a


direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre
em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB, independentemente da
ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo.

 EXECUÇÃO PENAL: Pela literalidade da Lei de Execução Penal, a cada saída


temporária deve ser formulado um pedido ao juiz que, então, ouve o MP e a
administração penitenciária, e, após, decide.
Em algumas partes do Brasil, no entanto, como é o caso do RJ, os juízes da
execução penal adotaram um procedimento para simplificar a concessão dessas
saídas temporárias.
Quando o condenado formula o primeiro pedido de saída temporária, o juiz ouve o
MP e o diretor do Presídio, e, se estiverem preenchidos os requisitos, concede o
benefício. No entanto, nesta primeira decisão o juiz já fixa um calendário de saídas
temporárias.
Desse modo, após o juiz deferir o benefício para o apenado nesta primeira vez, as
novas saídas temporárias deste mesmo reeducando não mais precisarão ser
analisadas pelo juiz e pelo MP, sendo concedidas automaticamente pela direção do
Presídio, desde que a situação disciplinar do condenado permaneça a mesma, ou
seja, que ele tenha mantido o comportamento adequado no cumprimento da pena.
Se cometer falta grave, por exemplo, é revogado o benefício. A esse procedimento
simplificado deu-se o nome de “saída temporária automatizada” ou “calendário de
saídas temporárias”. O calendário de saídas temporárias é permitido? A prática da
saída temporária automatizada é válida? • STJ: NÃO. O benefício de saída
temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional insuscetível de
delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional (Súmula 520-
STJ). • STF: SIM. É legítima a decisão judicial que estabelece calendário anual
de saídas temporárias para visita à família do preso. STF. 1ª Turma. HC
130502/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/6/2016 (Info 831). STF. 2ª
Turma. HC 128763/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/8/2015 (Info 793).

 LAVAGEM DE DINHEIRO. EVASÃO DE DIVISAS: Foi encontrada conta bancária


em nome de um Deputado Federal no exterior na qual estavam depositados milhões
de dólares. Vale ressaltar que o Parlamentar não comunicou a existência dessa
conta ao Banco Central e que, na declaração que os candidatos a cargos eletivos
devem prestar à Justiça Eleitoral sobre seus bens, ele também não mencionou a
existência desse dinheiro no exterior.
Diante disso, ele foi denunciado pela prática de lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº
9.613/98), evasão de divisas (art. 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86) e falsidade
ideológica para fins eleitorais (art. 350 do Código Eleitoral).
Em sua defesa, o denunciado alegou que a conta bancária encontrada não está em
nome dele. A sua titularidade pertence a um truste, portanto, ele não teria obrigação
de declará-la ao BACEN nem à Justiça Eleitoral.
Esta tese não foi aceita pelo STF no momento do recebimento da denúncia.
O Deputado Federal foi o instituidor do truste figura como beneficiário. Além disso, o
trust era revogável, de forma que a relação contratual poderia ser a qualquer
momento desfeita e o patrimônio voltaria à sua titularidade. Logo, para o STF, ele
detém a plena disponibilidade jurídica e econômica dos valores que integram o trust.
Assim, se ele não declarou a existência de tais valores ao Banco Central e à Justiça
Eleitoral, praticou, em tese, os crimes de lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº
9.613/98), evasão de divisas (art. 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86) e falsidade
ideológica para fins eleitorais (art. 350 do Código Eleitoral).
O fato de as quantias não estarem formalmente em seu nome é absolutamente
irrelevante para a tipicidade da condutaA manutenção de valores em contas no
exterior, mediante utilização de interposta pessoa ou forma de investimento
(trust), além de não desobrigar o beneficiário de apresentar a correspondente
declaração ao BACEN, revela veementes indícios do ilícito de lavagem de
dinheiro. STF. Plenário. Inq 4146/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
22/6/2016 (Info 831)

 EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO/REGRESSÃO DE REGIME: Sobre


progressão/regressão de regime, decidiu o STF: REGRA: o inadimplemento
deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao sentenciado impede a
progressão no regime prisional. Em outras palavras, a pessoa só poderá progredir
se pagar a pena de multa. EXCEÇÃO: mesmo sem ter pago, pode ser permitida a
progressão de regime se ficar comprovada a absoluta impossibilidade econômica do
apenado em quitar a multa, ainda que parceladamente. Se o juiz autorizar que o
condenado pague a pena de multa parceladamente, o apenado poderá progredir de
regime, assumindo o compromisso de quitar todas as prestações da multa. Caso
deixe de pagar injustificadamente o parcelamento, haverá a regressão de regime. O
inadimplemento injustificado das parcelas da pena de multa autoriza a regressão no
regime prisional. STF. Plenário. EP 16 ProgReg-AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 1º/7/2016 (Info 832).

 EXECUÇÃO PENAL. REGRESSÃO DE REGIME: O inciso I do art. 118 da LEP


afirma que o apenado deverá regredir de regime se "praticar fato definido como
crime doloso". Não é necessário que o juiz das execuções penais aguarde que a
pessoa seja condenada com trânsito em julgado para determinar a sua regressão. A
regressão de regime pela prática de fato definido como crime doloso, durante a
execução da pena, não depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 5ª
Turma. HC 333.615/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
15/10/2015. STF. Plenário. EP 8 ProgReg-AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 1º/7/2016 (Info 832). #MP #IMPORTANTE

13 – CONSUMIDOR:
 PLANO DE SAÚDE: Quando o contrato de plano de saúde incluir atendimento
obstétrico, a operadora tem o dever de prestar assistência ao recém-nascido durante
os primeiros trinta dias após o parto (art. 12, III, "a", da Lei no 9.656/98),
independentemente de a operadora ter autorizado a efetivação da cobertura, ter ou
não custeado o parto, tampouco de inscrição do neonato como dependente nos
trinta dias seguintes ao nascimento. STJ. 4a Turma. REsp 1.269.757-MG, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 3/5/2016 (Info 584).

14 – PREVIDÊNCIÁRIO

 SÚMULA 577-STJ: É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao


documento mais antigo apresentando, desde que amparado em convincente prova
testemunhal colhida sob o contraditório.

 SÚMULA 576-STJ: Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial


para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida judicialmente será a
data da citação válida.

 PREVIDÂNCIA PRIVADA: Se a antecipação da tutela anteriormente concedida a


assistido de plano de previdência complementar fechada houver sido revogada em
decorrência de sentença de improcedência do seu pedido, independentemente de
culpa ou má-fé, será possível à entidade previdenciária - administradora do plano de
benefícios que tenha suportado os prejuízos da tutela antecipada - efetuar
descontos mensais no percentual de 10% sobre o montante total de cada prestação
do benefício suplementar que vier a ser recebida pelo assistido, até que ocorra a
integral compensação, com atualização monetária, da verba que fora antecipada,
ainda que não tenha havido prévio pedido ou reconhecimento judicial da restituição.
STJ. 2a Seção. REsp 1.548.749-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
13/4/2016 (Info 584).

15 – AGRÁRIO:
 ARRENDAMENTO RURAL: É de cinco anos o prazo mínimo para a duração de
contrato de arrendamento rural em que ocorra pecuária de gado bovino,
independentemente da maior ou menor escala da atividade exploratória ou da
extensão da área a que se refira o contrato. STJ. 3a Turma. REsp 1.336.293-RS,
Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 24/5/2016 (Info 584).

16 – ECONÔMICO

 DIREITO ANTIDUMPING: Não se pode aceitar as máquinas do importador como


caução idônea (garantia) para liberar as mercadorias importadas e que estão
sujeitas a direitos antidumping provisórios. Isso porque o art. 3o da Lei no 9.019/95
prevê que a a exigibilidade dos direitos provisórios poderá ficar suspensa, até
decisão final do processo, a critério da CAMEX, desde que o importador ofereça
garantia mediante: depósito em dinheiro ou fiança bancária. Essas hipóteses do art.
3o são taxativas e, portanto, não se admite como garantia o oferecimento de
maquinário. A suspensão da exigibilidade do direito provisório é um benefício
excepcional e, portanto, não se pode permitir a interpretação extensiva do art. 3o
para alcançar outras formas de garantias nele não previstas, sob pena de o Poder
Judiciário atuar como legislador positivo e afrontar o princípio da separação dos
poderes. STJ. 1a Turma. REsp 1.516.614-PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
10/5/2016 (Info 584).

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