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PRIMEIRA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Pré-Cálculo
Humberto José Bortolossi
http://www.professores.uff.br/hjbortol/

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[01] (a) (1.0) Escreva infinitos números racionais que pertençam ao intervalo
 
1293849405 1293849406
, .
1293849407 1293849407

Solução. Note que o intervalo tem comprimento


1293849406 1293849405 1
− = .
1293849407 1293849407 1293849407
Assim, para cada n ∈ N, os números da forma
1293849405 1 1
xn = + n
1293849407 10 1293849407
são racionais (como multiplicação
 1293849405  e soma de números racionais) e pertencem ao
1293849406
intervalo 1293849407 , 1293849407 . Como existem infinitos números naturais, os xn
são em quantidade infinita.

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(b) (1.0) Verdadeira ou falsa? Se a é um número racional diferente de zero e b é um
número irracional, então a/b é um número irracional. Apresente um contraexem-
plo caso a sentença seja falsa e uma demonstração caso ela seja verdadeira.
Solução. A sentença é verdadeira. Vamos precisar demonstrar primeiro o se-
guinte lema: se p e q são dois números racionais, com q diferente de zero, então
p/q também é um número racional. De fato: se p e q são racionais, com q 6= 0,
então existem números inteiros x, y, r e s, com y 6= 0, r 6= 0 e s 6= 0 tais que
p = x/y e q = r/s. Logo,
x
p y x∙s
= r = ,
q y∙r
s
isto é, p/q é um número racional com numerador x∙s e denominador y∙r. Com este
lema, podemos demonstrar que a sentença do enunciado da questão é verdadeira.
Com efeito: suponha, por absurdo, que ela seja falsa. Então existem números a e
b, com a racional diferente de zero, b irracional (logo, também diferente de zero)
e a/b racional. Pelo lema, como a é racional e a/b é racional, segue-se que
a
é racional.
a/b

Mas
a
= b.
a/b
Assim, b é irracional e racional ao mesmo tempo, uma contradição.

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[02] (2.0) Os gráficos de duas funções reais f : [−4, 8] → R e g : [−4, 8] → R são dados na
figura a seguir.

(a) Calcule (f + g)(3), f (f (3)), g(f (3)) e f (g(3)).


Solução. (f + g)(3) = f (3) + g(3) = 2 + 3 = 5, f (f (3)) = f (2) = −1, g(f (3)) =
g(2) = 3 e f (g(3)) = f (3) = 2.

(b) Quantas soluções possui a equação g(x) = 3? Por quê?


Solução. A equação g(x) = 3 tem infinitas soluções, a saber, todos os números
no intervalo [1, 4], pois a reta y = 3 intercepta o gráfico de g justamente nos
pontos do gráfico de g com abscissas neste intervalo.

(c) Determine os intervalos onde a função g é crescente e os intervalos onde a função


g é decrescente.
Solução. A função g é crescente nos intervalos [−4, −2], [−1, 1] e [6, 8]. A fun-
ção g é decrescente nos intervalos [−2, −1] e [4, 6].

(d) Determine a imagem da função g.


Solução. A imagem da função g é o intervalo [−2, 3].

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[03] (a) (0.5) Quando uma função real f : D ⊆ R → R é injetiva? Quando uma função
real f : D ⊆ R → R é estritamente monótona? Dê as definições.
Solução. Dizemos que f : D ⊆ R → R é injetiva se, para todo x1 , x2 ∈ D, se
x1 6= x2 , então f (x1 ) 6= f (x2 ). Dizemos que f : D ⊆ R → R é estritamente
monótona se f é crescente ou decrescente.

(b) (1.5) Verdadeira ou falsa? Se f : D ⊆ R → R é injetiva, então f : D ⊆ R → R é


estritamente monótona. Apresente um contraexemplo (que pode ser um gráfico)
caso a sentença seja falsa e uma demonstração caso ela seja verdadeira.
Solução. A sentença é falsa. Como contraexemplo, considere f : D = R − {0} →
R definida por f (x) = 1/x. A função f é injetiva, mas ela não é estritamente
monónota, pois f não é crescente e nem decrescente em D = R − {0}.
y

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[04] (2.0) Considere uma função real f : ]1, 2[→ R. Qual é o domı́nio natural (efetivo) da
função g definida por  
1
g(x) = f .
x−1
Justifique sua resposta! Importante: eventuais inequações devem ser resolvidas usando-
se o método do quadro de sinais.
Solução. x pertence ao domı́nio natural (efetivo) da função g se, e somente se,
1/(x − 1) pertence ao domı́nio da função f , isto é, se, e somente se,
1
1< < 2.
x−1
Agora,
1 1 1 1 1
1< <2⇔ >1e <2⇔ −1>0 e −2<0
x−1 x−1 x−1 x−1 x−1
1 − 1 (x − 1) 1 − 2 (x − 1) −x + 2 −2 x + 3
⇔ >0e <0⇔ >0e < 0.
x−1 (x − 1) x−1 x−1

Vamos resolver individualmente cada uma destas duas desigualdades usando o método
do quadro de sinais:

+ + 2

sinal de −x + 2
− 1
+ +
sinal de x − 1
− 1
+ 2

sinal de (−x + 2)/(x − 1)

+ + 3
2

sinal de −2 x + 3
− 1
+ +
sinal de x − 1
− 1
+ 3
2

sinal de (−2 x + 3)/(x − 1)

Assim, x pertence ao domı́nio natural (efetivo) da função f se, e somente se, x ∈


]1, 2[∩(] − ∞, 1[∪]3/2 + ∞[=]3/2, 2[.

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[05] (a) (0.5) Quando uma função f : R → R é crescente? Dê a definição.
Solução. Dizemos que uma função f : R → R é crescente se ela satisfaz a seguinte
condição: para todo x1 , x2 ∈ R, se x1 < x2 , então f (x1 ) < f (x2 ).

(b) (1.5) Seja f : R → R uma função crescente e suponha que exista uma função
g : R → R tal que f (g(x)) = g(f (x)) = x, para todo x ∈ R. Prove que g também
é uma função crescente.
Solução. Suponha, por absurdo, que g não seja uma função crescente Sendo
assim, existem x1 , x2 ∈ R tais que x1 < x2 , mas g(x1 ) ≥ g(x2 ). Como f é,
por hipótese, uma função e é crescente, segue-se que f (g(x1 )) ≥ f (g(x2 )). Mas
f (g(x1 )) = x1 e f (g(x2 )) = x2 . Portanto, f (g(x1 )) ≥ f (g(x2 )) ⇒ x1 ≥ x2 , uma
contradição.

Texto composto em LATEX2e, HJB, 01/06/2016.

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