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Madeira - Estudo de Caso PDF
Madeira - Estudo de Caso PDF
IX International Congress on Pathology and Repair of Structures
João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013
Manifestações patológicas na construção
A madeira e suas patologias
Estudo de caso: Igreja Nossa Senhora das Mercês – Itapipoca/CE
Wood and pathologies
Case study: Our Lady of Mercy church ‐ Itapipoca / CE
Menandro Alison Sales Rodrigues (1), Juscelino Chaves Sales (2)
(1) Engenheiro Civil, Universidade Estadual Vale do Acaraú
(2) Professor, Universidade Estadual Vale do Acaraú
juscelinochaves@hotmail.com
Resumo
Este trabalho visa identificar e caracterizar as inúmeras patologias que podem surgir na madeira, considerando‐a
elemento estrutural. Tenho ainda o objetivo de destacar vantagens e desvantagens de se utilizar a madeira como
material de construção, buscar medidas preventivas quanto à ação de agentes patológicos e ressaltar a importância
da utilização da madeira como elemento estrutural na construção civil. Foi desenvolvido um estudo de caso com o
intuito de demonstrar através de fotografias as principais patologias ocasionadas devido à falta de manutenção de
estruturas de madeiras. Forma feitas visitas in loco a Catedral Nossa Senhora das Mercês localizada no município de
Itapipoca‐CE e constatado que a estrutura estava comprometida e, devido à falta de conservação e manutenção,
padecia de patologias sendo considerável a necessidade de uma reforma global de sua superestrutura.
Palavra‐Chave: Patologia, Madeira, Prevenção, Manutenção.
Abstract
This work aims to identify and characterize the many disorders that can arise in the wood, considering the structural
element. I still have the goal of highlighting the advantages and disadvantages of using wood as a building material,
seek preventive measures concerning the action of pathogens and emphasize the importance of using wood as a
structural element in the construction industry. We developed a case study in order to demonstrate through
photographs the main diseases caused due to lack of maintenance of timber structures. I visited the Cathedral of Our
Lady of Mercy in the municipality of Itapipoca‐CE and found that the structure was compromised and, due to lack of
upkeep and maintenance, suffering from diseases with considerable need for a comprehensive reform of its
superstructure.
Keywords: Pathology, Timber, Prevention, Maintenance.
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013
IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras
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1 Introdução
O uso da madeira pelo homem como sistema construtor remete às origens da edificação, tanto
como elemento estrutural e como acabamento. A madeira é constituída por uma estrutura tubular
de condutas paralelas formadas com base na lignina e celulose, o que lhe confere uma reação
mecânica ótima no sentido das fibras.
Engenheiros e arquitetos ao definirem projetos que utilizem a madeira como principal elemento
construtivo precisam por obrigação ter conhecimentos das espécies mais apropriadas e
adequadas, considerando alguns fatores como a localização do empreendimento e os agentes
biológicos a qual a construção será exposta. Desta maneira, torna‐se possível determinar o tipo de
construção, os detalhes dos sistemas de proteção e construtivos que irão garantir a vida útil da
edificação.
A madeira é um material produzido a partir do tecido formado pelas plantas lenhosas com funções
de sustentação mecânica. Sendo um material naturalmente resistente e relativamente leve, é
frequentemente utilizado para fins estruturais e de sustentação de construções. No entanto, se
não for devidamente tratada e conservada, problemas poderão surgir na madeira por
consequência de degradações físico‐químicas, degradações biológicas, ou degradações de origem
estrutural.
Oferece boa resistência à compressão e excelente resistência à tração, é um material flexível,
pode ser cortado e moldada de varias formas. Porém possui algumas desvantagens já que é um
material anisotrópico, ou seja, suas propriedades mecânicas dependem da disposição de suas
fibras, tem composição irregular, e é vulnerável a agentes bióticos e abióticos causadores das
principais patologias.
2 Revisão bibliográfica
2.1 Madeira
Para se entender melhor os problemas da madeira usada na construção civil, primeiramente é
necessário conhecer o material propriamente dito.
Segundo Costa (2001) a madeira é um produto do tecido xilemático dos vegetais superiores,
localizado em geral no tronco e galhos das árvores, com células especializadas na sustentação e
condução de seiva. Do ponto de vista comercial, a madeira somente é encontrada em árvores com
altura superior a 6 metros.
A madeira é empregada na construção civil, de forma temporária, na instalação do canteiro de
obras, nos andaimes, nos escoramentos e nas fôrmas. De forma definitiva, é utilizada nas
esquadrias, nas estruturas de cobertura, nos forros e nos pisos (ZENID, 1997). A Figura 01 mostra
cimbramento de madeira em obra da construção civil.
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Figura 01 – Cimbramento de madeira. Fonte: Jornal do CREA‐RS, Maio/2004.
Ainda de acordo com Zenid (1997) o desconhecimento das propriedades da madeira por muitos
de seus usuários e a insistência em métodos de construção antiquados, são as maiores causas de
desempenho insatisfatório da madeira frente a outros materiais.
2.2 Propriedades da madeira
Existem dois termos que são normalmente utilizados para se caracterizar as propriedades da
madeira em relação ao teor de umidade (GESUALDO, 2003, p. 4):
Madeira verde: caracterizada por uma umidade igual ou superior ao ponto de saturação, ou seja,
umidade em torno de 25%.
Madeira seca ao ar: caracterizada por uma umidade adquirida nas condições atmosférica local, ou
seja, é a madeira que atingiu um ponto de equilíbrio com o meio ambiente. A NBR 7190/97
considera o valor de 12% como referência.
De acordo com o Sinduscon – SP (2009), ao projetar e especificar o tipo de madeira a ser utilizada
é importante que sejam consideradas as características das peças a serem detalhadas, evitando
excesso de cortes e emendas, procurando sempre adequar o projeto às peças com medidas de
mercado. Já em relação à aquisição da mesma, adquirir madeira somente de empresas que
possam comprovar a origem da mesma através de um plano de manejo aprovado pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com apresentação de
nota fiscal e Documento de Origem Florestal (DOF), outra opção seria adquirir madeira de origem
comprovada através de Certificação Florestal.
A Certificação Florestal é uma ferramenta de mercado que atesta que uma determinada empresa
ou comunidade maneja suas florestas de acordo com padrões pré‐definidos entre os diversos
setores da sociedade. Estão disponíveis no Brasil o Sistema de Certificação Florestal Brasileiro
(CERFLOR) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e o sistema do
FSC (Forest Stewardship Council) ‐ Conselho de Manejo Florestal que certificam a produção
adequada ambientalmente (Ibidem, p. 18).
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2.3 Madeiras utilizadas na construção civil
A madeira é uma matéria‐prima importante e versátil em vários setores da atividade humana, pois
pode ser aplicada a diversas situações. No Brasil a madeira é um produto pouco valorizado como
material de construção, embora seja encontrada em abundância na natureza.
De acordo com Rodrigues (2004) existem dois grandes grupos de madeiras usadas na construção,
que são as madeiras maciças e as madeiras industriais. As madeiras maciças se subdividem em
madeira roliça, serrada e falquejada.
2.4 Vantagens na utilização de madeira na construção civil
Para Coutinho (2004) existem algumas vantagens inerentes a uma obra que se utilize de madeira
em sua estrutura: a madeira pode ser obtida em grandes quantidades a um preço relativamente
baixo, as reservas renovam por si mesmas tornando o material permanentemente disponível;
pode ser produzida em peças com dimensões estruturais que podem ser rapidamente
desdobradas em peças pequenas, de delicadeza excepcional; pode ser trabalhada com
ferramentas simples e ser reempregue várias vezes; foi o primeiro material empregue capaz de
resistir tanto a esforços de compressão como de tração; permite ligações e emendas fáceis de
executar; não estilhaça quando submetida a choques bruscos que romperiam ou fendilhariam
outros materiais de construção; apresenta boas condições de isolamento térmico e absorção
acústica; no seu aspecto natural apresenta grande variedade de padrões.
2.5 Desvantagens na utilização de madeira
É um material fundamentalmente heterogêneo e anisotrópico; é bastante vulnerável aos agentes
externos, e a sua durabilidade é limitada, quando não são tomadas medidas preventivas; é
combustível; mesmo depois de transformada, quando já empregada na construção, a madeira é
muito sensível ao meio ambiente, aumentando ou diminuindo de dimensões com as variações de
umidade; as dimensões são limitadas: formas alongadas de seção transversal reduzida.
2.6 Patologias da madeira
As principais patologias que ocorrem nas construções de madeira segundo PATORREB (2009) são
as seguintes:
a) alterações nas características físicas e químicas dos elementos de madeira ou derivados
utilizados nas soluções construtivas;
b) perda de aptidão para o uso estrutural relacionada com degradação dos materiais ou solução
originais ou por modificação das condições iniciais de uso, associadas a novas exigências de
desempenho, mudanças na utilização e características dos utentes;
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c) degradação do funcionamento do elemento construtivo como um todo (porta, janela, assoalho)
associado a envelhecimento, deficiente limpeza ou manutenção mas também muitas vezes
deficiente utilização.
Alguns exemplos de alterações das características físicas e químicas da madeira podem ser
referidos pela degradação superficial por apodrecimento, mudança de cor da superfície exposta
ao sol que fica cinzenta, mudança de cor de um assoalho por ação da luz ficando a parte do borne
amarela e o cerne castanho‐escuro, o que provoca diferenças de tonalidade, empenos das peças
por secagem não controlada, dilatações ou retrações elevadas da madeira causadas por
ajustamentos às condições ambientais em serviço e que provocam aberturas de grandes juntas
entre as peças ou empolamentos e outras deformações irreversíveis.
Com relação à perda de aptidão para o uso estrutural, são referidas como exemplo: a seção
insuficiente; as deformações ou vibrações excessivas; as falhas nas ligações; os problemas nos
apoios; a ausência de contraventamento, sobretudo em estruturas muito leves e sujeitas a ações
importantes do vento; a perda de homogeneidade ou integridade das seções causadas, por
exemplo, pela abertura de fendas profundas.
Ao nível da degradação do funcionamento do elemento construtivo como um todo, pode ser
indicada como exemplos, a perda de estanqueidade à água dos elementos de junta em portas ou
janelas (borrachas ou betumes), a desafinação frequente das ferragens das portas interiores, o
descolamento da camada de estuque em paredes divisórias ou tetos falsos com base em madeira
e o empeno ou outras formas de deformação inestética das peças causadas por deficiente
concepção global das peças.
As patologias que surgem na madeira ocorrem devido a inúmeros fatores. Podendo ser
consequência de degradações físico‐químicas, biológicas ou de origem estrutural.
No entanto, importa salientar que os agentes biológicos são a causa mais frequente de
deterioração das estruturas de madeira, sendo mesmo os responsáveis pela maioria das situações
de rotura parcial ou total das estruturas. Destacam‐se pela sua importância, os seguintes: fungos
de podridão, térmitas e carunchos (CRUZ, H., 2001).
2.7 Medidas preventivas para com a madeira
De acordo com SINDUSCON‐SP (2009) preservação de madeiras é todo e qualquer procedimento
ou conjunto de medidas que possam conferir à madeira resistência aos agentes de deterioração,
proporcionando maior durabilidade. Considerando a Lei nº 4.797 de 1965 e as instruções
normativas conjuntas IBAMA e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) o tratamento
preservativo de madeira é obrigatório para peças ou estruturas de madeira tais como: dormentes,
estacas, vigas, vigotas, pontes, pontilhões, postes, moirões de cerca, escoras de minas e taludes ou
quaisquer estruturas de madeira que sejam usadas em contato direto com o solo ou sob condições
que contribuam para a diminuição de sua vida útil.
Na norma brasileira NBR 7190 – Estruturas de Madeira, atualmente em revisão pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) está sendo introduzido o conceito de classe de risco que
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auxiliará o engenheiro na tomada de decisão sobre o uso racional da madeira tratada. Esta
ferramenta relacionará as possíveis condições de exposição da madeira e os agentes
biodeterioradores (fungos e insetos) com os produtos preservativos e processos de tratamentos
pertinentes, além de apresentar orientações mínimas de projeto para minimizar os danos
causados por estes organismos xilófagos.
Lembrando que só após a identificação e a resolução dos problemas, incluindo a secagem dos
materiais e o eventual tratamento preservador das madeiras, é que as reparações e substituições
deverão ser realizadas. O tratamento da madeira deve ser realizado para prevenir sua
deterioração, ampliando assim seu tempo de vida útil. O tratamento comumente utilizado é o
químico, no qual ocorre a fixação de elementos preservativos na madeira, tornando‐a mais
resistente à ação de fungos e insetos, principalmente se a madeira ficar em contato direto com a
água ou com o solo.
Conforme Faria (2009), a água é o principal inimigo das estruturas de madeira e as regras
fundamentais a seu respeito são as seguintes:
A água não deve preferencialmente entrar em contato com a madeira, mas se esse
fenômeno ocorrer, ela deve ser eliminada rapidamente por escoamento ou ventilação;
No exterior e no interior devem eliminar‐se as infiltrações e acumulações de água e todo o
tipo de causas de potenciais condensações superficiais.
3 Estudo de caso
3.1 Situação da Igreja Nossa Senhora das Mercês
Este estudo foi realizado na cidade de Itapipoca/Ceará, durante o período de outubro a dezembro
de 2011. A Igreja Nossa Senhora das Mercês está localizada na Avenida Duque de Caxias, nº 337,
Centro, na praça Dr. Perilo Teixeira. Realizaram‐se algumas visitas técnicas e se constatou que a
cobertura da igreja padecia de patologias que comprometiam a sua função estrutural. A Figura 02
apresenta uma visão geral da localização da Igreja Nossa Senhora das Mercês na Praça Dr. Perilo
Teixeira.
Fig. 02 – Localização da Igreja Matriz em Itapipoca, Ceará. Fonte: Google maps, 2012.
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Localizada na sede do município de Itapipoca, sua construção de estilo barroco teve início em
1881 pelo então responsável Monsenhor Antero José de Lima e parcialmente terminada em 1887
pelo Frei Cassiano de Camachio. É uma das mais belas e importantes obras do Patrimônio
Histórico e Cultural da cidade e tem capacidade para abrigar 1800 pessoas em seu interior.
(FIRMINO, 2008)
As Figuras 03 e 04 apresentam a localização da igreja na Praça Dr. Perilo Teixeira e a sua fachada,
respectivamente.
Figura 03 – Praça Dr. Perilo Teixeira. Figura 04 – Fachada da Igreja Matriz.
A situação em que se encontrava a catedral Nossa Senhora das Mercês antes, durante e pós‐
reforma, podemos ver a seguir.
A partir da Figura 05 temos a noção de como se encontrava o telhado da igreja, apresentava um
aspecto de coloração escura devido à poluição e umidade constante. A Figura 06, por sua vez,
demonstra o comprometimento do madeiramento da estrutura.
Figura 05 – Aspecto do telhado da igreja. Figura 06 – Madeiramento comprometido.
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As Figuras 07 e 08 exibem os caibros avariados ao longo de sua estrutura, deteriorados
principalmente pela infestação de térmitas.
Figura 07 – Caibros e ripas avariados. Figura 08 – Detalhe de caibro avariado.
As Figuras 09 e 10 apresentam uma viga de madeira que entrou em colapso, devido o contato com
água de goteiras, esta viga produziu um ambiente favorável ao surgimento de fungos de podridão.
Figura 09 – Viga em estado de putrefação Figura 10 – Detalhe de viga sucumbida
Através das Figuras 11 e 12 podemos observar as galerias formadas por térmitas ao longo da
estrutura de madeira.
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Figura 11 – Galerias deixadas por térmitas. Figura 12 – Danos em caibros.
As Figuras 13 e 14 exibem o grau de deterioração da madeira que está muito avançado,
apresentando um aspecto descascado por conta do ataque de agentes xilófagos.
Figura 13 ‐ Aspecto após ataque de xilófagos. Figura 14 – Detalhe de deterioração
Na Figura 15 a estrutura não apresentava a mesma resistência inicial, ficou comprometida devido
os cupins se alimentarem de nutrientes da madeira e acabou se rompendo. A partir da Figura 16
podemos perceber o estrago na viga devido à peça estar em contato com água em local pouco
arejado, os fungos de putrefação afetaram a capacidade mecânica da madeira destruindo a
estrutura de suas fibras.
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Figura 15 – Ruptura em viga de madeira. Figura 16 – Detalhe de estrago em viga. Fonte: CRUZ,
T.,2011.
Na Figura 17 vemos a estrutura com uma significativa alteração na sua coloração devida uma ação
de fotodegradação. A Figura 18 apresenta como a estrutura da cobertura era disposta com a
fixação do espigão e das terças na parede da torre da igreja.
Figura 17 – Fotodegradação na madeira Figura 18 – Fixação de espigão e terças
Fonte: CRUZ, T., 2011 Fonte: CRUZ, T., 2011.
As Figuras 19 e 20 apresentam o estoque do madeiramento que foi utilizado na reposição da
estrutura de madeira do telhado da igreja.
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Figura 19 – Estoque de caibros. Figura 20 – Estoque de vigas de madeira.
A Figura 21, por sua vez, exibe o operário fazendo a reposição dos caibros, a partir daí a estrutura
vai começando a adquirir um aspecto renovado. A Figura 22 mostra uma viga sendo apoiada na
parede, com boa parte do madeiramento já substituído.
Figura 21 – Reposição de caibros Figura 22 – Viga apoiada na parede
A Figura 23 exibe uma série de vigas que foram substituídas, lembrando que nem todas foram
trocadas, pois algumas foram aproveitadas. A partir da Figura 24 percebemos que foi utilizado
óleo queimado na viga como uma medida preventiva contra o ataque de insetos xilófagos.
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Figura 23 – Série de empenas substituídas. Figura 24 – Óleo queimado em viga.
As Figuras 25 e 25 destacam que o forro falso de madeira da igreja estava cedendo devido algumas
vigas terem caído sobre ele.
Figura 25 – Trecho do forro que cedeu Figura 26 – Anomalia causada no forro
A Figura 27 mostra a cumeeira que foi substituída e a sequência de tesouras do telhado. A Figura
28 exibe o estoque de telhas do tipo francesa com esbarro que foram utilizadas na reforma.
Figura 27 – Cumeeira e série de tesouras Figura 28 – Estoque de telhas
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As Figuras 29 e 30 exibem a estrutura com o madeiramento reformado e os operários trabalhando
no retelhamento.
Figura 29 – Trama do telhado reformada. Figura 30 – Retelhamento.
A Figura 31 apresenta a água esquerda finalizada e o telhadista concluindo o retelhamento da
água direita. Já a Figura 32 demonstra como foi feito o rufo do telhado.
Figura 31 – Telhadista concluindo a cobertura. Figura 32 – Rufo do telhado.
A partir da Figura 33 vemos a água direita finalizada e temos a noção de como ficou o telhado da
igreja pós‐reforma. A Figura 34 exibe ao longe a igreja com a obra de reforma do telhado já
concluída.
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Figura 33 – Aspecto do telhado pós‐reforma. Figura 34 – Reforma concluída.
3.2 Organização do texto
As rachaduras na parte superior, onde incidiam fissuras internas aparentes na nave da igreja,
foram ocasionadas pela inexistência de argamassa de preenchimento da alvenaria, carreada por
meio da ação de águas pluviais em locais onde as telhas tinham escorregado, foram sanadas com
o preenchimento de nova argamassa em ponto central das paredes do forro.
As madeiras de apoio localizadas tanto no forro como na nave, com a presença de depreciações
foram substituídas, por novas peças (madeira de lei), inclusive houve serviço de demolição em
topo de parede, onde ocorria deslizamento de telhas. As peças de apoio estrutural em madeira
localizadas dentro das alvenarias receberam pintura com óleo queimado, como proteção contra
praga urbana (cupins). Houve serviços de reforma das calhas pluviais, dando uma maior vazão e
com isso escoamento mais rápido. No período dos serviços de desmonte da coberta, não foram
encontrados focos de cupins vivos.
As madeiras não estruturais (barrote, ripa) foram totalmente substituídas e presas com prego
caibral, por meio de furadeira, afim de não rachar a madeira caso fosse realizado com martelo. As
telhas tipo colonial, também foram totalmente substituídas por telhas cerâmicas tipo francesa
com esbarro, onde antes do retelhamento, foram embebidas com aditivo impermeabilizante,
prevenindo assim o aparecimento de lodo. Foram instaladas luminárias sobre o forro, com o
intuito de proteção contra morcegos.
4 Conclusão
É importante salientar que não só edifícios mais antigos como também os novos podem
apresentar algum tipo de patologia, mesmo com a indústria da construção evoluindo sempre com
os mais variados produtos e, se adequando aos rígidos programas de qualidade as patologias
tendem a aparecer, sejam estas, devido às falhas de projeto, execução e manutenção. Em relação
à manutenção deve‐se priorizar a manutenção preventiva, embora em grande parte dos casos
realiza‐se apenas a manutenção corretiva. Realizando‐se uma manutenção preventiva, pode‐se
prever detectar ou corrigir defeitos visando evitar o aparecimento de falhas. Este trabalho fica de
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alerta e consulta para construtores e usuários, pois estes problemas podem ser evitados durante
as etapas construtivas, ou durante a própria utilização do edifício.
Na igreja Nossa Senhora das Mercês constatou‐se a necessidade de trocar a estrutura de madeira
principalmente pelo tempo prolongado da edificação, ou seja, a Catedral Nossa Senhora das
Mercês foi concluída no ano de 1887.
5 Referências
[1] ABNT‐Norma Brasileira para Projeto de Estruturas de Madeira, NBR 7190/97.
[2] COSTA, Arlindo. Anatomia da madeira. Dicionário de anatomia da madeira Professor de
botânica. Santa Catarina, 2001.
[3] COUTINHO, Joana de Sousa. Materiais de construção 1: Madeiras. Universidade do Porto
FEUP Faculdade de engenharia. Portugal, 2004.
[4] CRUZ, Helena. Patologia, avaliação e conservação de estruturas de madeira. Núcleo de
estruturas de madeiras, Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Lisboa, 2001.
[5] FARIA, J. Amorim. Patologia das construções com madeira. Sugestões de intervenções. In:
PATORREB 2009, 3º Encontro sobre patologia e reabilitação dos edifícios. FEUP, Porto, 18 a 20
de março de 2009. p. 51‐59, vol. 1 editado em papel e CD.
[6] GESUALDO, Francisco A. Romero. Estrutura de madeira. Notas de aulas de estruturas de
madeiras – FECIV – UFU. Minas Gerais, 2003.
[7] RODRIGUES, Romana Margarida Silva Costa de Oliveira. Patologias e tratamento da madeira
In: Construções antigas de madeira: experiência de obra e reforço estrutural. Portugal, 2004.
cap. 2, p. 32‐98.
[8] SINDUSCON‐SP. Madeira uso sustentável na construção civil. Sindicato da Indústria da
Construção Civil, São Paulo, 2009. Disponível em:
<http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_madeira2.pdf.>
Acesso em: 16 mar. 2012, 10:46:51.
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