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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras 

                                                                                                                       IX International Congress on Pathology and Repair of Structures 
                                                                                                                                                       João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

 
 
Manifestações patológicas na construção 

A madeira e suas patologias 
Estudo de caso: Igreja Nossa Senhora das Mercês – Itapipoca/CE 

Wood and pathologies 
Case study: Our Lady of Mercy church ‐ Itapipoca / CE 
 
Menandro Alison Sales Rodrigues (1), Juscelino Chaves Sales (2) 
 
(1) Engenheiro Civil, Universidade Estadual Vale do Acaraú
(2) Professor, Universidade Estadual Vale do Acaraú
juscelinochaves@hotmail.com
 
Resumo 
 
Este  trabalho  visa  identificar  e  caracterizar  as  inúmeras  patologias  que  podem  surgir  na  madeira,  considerando‐a 
elemento  estrutural.  Tenho  ainda  o  objetivo  de  destacar  vantagens  e  desvantagens  de  se  utilizar  a  madeira  como 
material de construção, buscar medidas preventivas quanto à ação de agentes patológicos e ressaltar a importância 
da  utilização  da  madeira  como elemento  estrutural  na  construção  civil.  Foi desenvolvido  um  estudo  de  caso  com  o 
intuito  de  demonstrar  através  de  fotografias  as  principais  patologias  ocasionadas  devido  à  falta  de  manutenção  de 
estruturas de madeiras. Forma feitas visitas in loco a Catedral Nossa Senhora das Mercês localizada no município de 
Itapipoca‐CE  e  constatado  que  a  estrutura  estava  comprometida  e,  devido  à  falta  de  conservação  e  manutenção, 
padecia de patologias sendo considerável a necessidade de uma reforma global de sua superestrutura. 
Palavra‐Chave: Patologia, Madeira, Prevenção, Manutenção. 
 
Abstract 
 
This work aims to identify and characterize the many disorders that can arise in the wood, considering the structural 
element. I still have the goal of highlighting the advantages and disadvantages of using wood as a building material, 
seek  preventive  measures  concerning  the  action  of  pathogens  and  emphasize  the  importance  of  using  wood  as  a 
structural  element  in  the  construction  industry.  We  developed  a  case  study  in  order  to  demonstrate  through 
photographs the main diseases caused due to lack of maintenance of timber structures. I visited the Cathedral of Our 
Lady of Mercy in the municipality of Itapipoca‐CE and found that the structure was compromised and, due to lack of 
upkeep  and  maintenance,  suffering  from  diseases  with  considerable  need  for  a  comprehensive  reform  of  its 
superstructure. 
Keywords: Pathology, Timber, Prevention, Maintenance. 
 

 
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 
IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras 
                                                                                                                       IX International Congress on Pathology and Repair of Structures 
                                                                                                                                                       João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

1  Introdução 
O  uso  da  madeira  pelo  homem  como  sistema  construtor  remete  às  origens  da  edificação,  tanto 
como elemento estrutural e como acabamento. A madeira é constituída por uma estrutura tubular 
de  condutas  paralelas  formadas  com  base  na  lignina  e  celulose,  o  que  lhe  confere  uma  reação 
mecânica ótima no sentido das fibras. 
Engenheiros e arquitetos ao definirem projetos que utilizem a madeira como principal elemento 
construtivo  precisam  por  obrigação  ter  conhecimentos  das  espécies  mais  apropriadas  e 
adequadas,  considerando  alguns  fatores  como  a  localização  do  empreendimento  e  os  agentes 
biológicos a qual a construção será exposta. Desta maneira, torna‐se possível determinar o tipo de 
construção,  os  detalhes  dos  sistemas  de  proteção  e  construtivos  que  irão  garantir  a  vida  útil  da 
edificação. 
A madeira é um material produzido a partir do tecido formado pelas plantas lenhosas com funções 
de  sustentação  mecânica.  Sendo  um  material  naturalmente  resistente  e  relativamente  leve,  é 
frequentemente  utilizado  para  fins  estruturais  e  de  sustentação  de  construções.  No  entanto,  se 
não  for  devidamente  tratada  e  conservada,  problemas  poderão  surgir  na  madeira  por 
consequência de degradações físico‐químicas, degradações biológicas, ou degradações de origem 
estrutural. 
Oferece  boa  resistência  à  compressão  e  excelente  resistência  à  tração,  é  um  material  flexível, 
pode ser cortado e moldada de varias formas. Porém possui algumas desvantagens já que é um 
material  anisotrópico,  ou  seja,  suas  propriedades  mecânicas  dependem  da  disposição  de  suas 
fibras,  tem  composição  irregular,  e  é  vulnerável  a  agentes  bióticos  e  abióticos  causadores  das 
principais patologias. 

2  Revisão bibliográfica 

2.1  Madeira 

Para  se  entender  melhor  os  problemas  da  madeira  usada  na  construção  civil,  primeiramente  é 
necessário conhecer o material propriamente dito.   

Segundo  Costa  (2001)  a  madeira  é  um  produto  do  tecido  xilemático  dos  vegetais  superiores, 
localizado em geral no tronco  e galhos das árvores, com células especializadas na sustentação e 
condução de seiva. Do ponto de vista comercial, a madeira somente é encontrada em árvores com 
altura superior a 6 metros. 

A  madeira  é  empregada  na  construção  civil,  de  forma  temporária,  na  instalação  do  canteiro  de 
obras,  nos  andaimes,  nos  escoramentos  e  nas  fôrmas.  De  forma  definitiva,  é  utilizada  nas 
esquadrias, nas estruturas de cobertura, nos forros e nos pisos (ZENID, 1997). A Figura 01 mostra  
cimbramento de madeira em obra da construção civil. 

  
 
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 
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                                                                                                                                                       João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

 
Figura 01 – Cimbramento de madeira. Fonte: Jornal do CREA‐RS, Maio/2004.

Ainda de acordo com Zenid (1997)  o desconhecimento das propriedades da madeira por muitos 
de seus usuários e a insistência em métodos de construção antiquados, são as maiores causas de 
desempenho insatisfatório da madeira frente a outros materiais. 

2.2  Propriedades da madeira 

Existem  dois  termos  que  são  normalmente  utilizados  para  se  caracterizar  as  propriedades  da 
madeira em relação ao teor de umidade (GESUALDO, 2003, p. 4): 

Madeira verde: caracterizada por uma umidade igual ou superior ao ponto de saturação, ou seja, 
umidade em torno de 25%. 

Madeira seca ao ar: caracterizada por uma umidade adquirida nas condições atmosférica local, ou 
seja,  é  a  madeira  que  atingiu  um  ponto  de  equilíbrio  com  o  meio  ambiente.  A  NBR  7190/97 
considera o valor de 12% como referência. 

De acordo com o Sinduscon – SP (2009), ao projetar e especificar o tipo de madeira a ser utilizada 
é  importante  que  sejam  consideradas  as  características  das  peças  a  serem  detalhadas,  evitando 
excesso  de  cortes  e  emendas,  procurando  sempre  adequar  o  projeto  às  peças  com  medidas  de 
mercado.  Já  em  relação  à  aquisição  da  mesma,  adquirir  madeira  somente  de  empresas  que 
possam comprovar a origem da mesma através de um plano de manejo aprovado pelo Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com apresentação de 
nota fiscal e Documento de Origem Florestal (DOF), outra opção seria adquirir madeira de origem 
comprovada através de Certificação Florestal. 

 A Certificação Florestal é uma ferramenta de mercado que atesta que uma determinada empresa 
ou  comunidade  maneja  suas  florestas  de  acordo  com  padrões  pré‐definidos  entre  os  diversos 
setores  da  sociedade.  Estão  disponíveis  no  Brasil  o  Sistema  de  Certificação  Florestal  Brasileiro 
(CERFLOR) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e o sistema do 
FSC  (Forest  Stewardship  Council)  ‐  Conselho  de  Manejo  Florestal  que  certificam  a  produção 
adequada ambientalmente (Ibidem, p. 18). 

 
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2.3  Madeiras utilizadas na construção civil 

A madeira é uma matéria‐prima importante e versátil em vários setores da atividade humana, pois 
pode ser aplicada a diversas situações. No Brasil a madeira é um produto pouco valorizado como 
material de construção, embora seja encontrada em abundância na natureza. 

De acordo com Rodrigues (2004) existem dois grandes grupos de madeiras usadas na construção, 
que  são  as  madeiras  maciças  e  as  madeiras  industriais.  As  madeiras  maciças  se  subdividem  em 
madeira roliça, serrada e falquejada. 

2.4  Vantagens na utilização de madeira na construção civil 

Para Coutinho (2004) existem algumas vantagens inerentes a uma obra que se utilize de madeira 
em sua estrutura: a madeira pode ser obtida em grandes quantidades a um preço relativamente 
baixo,  as  reservas  renovam  por  si  mesmas  tornando  o  material  permanentemente  disponível; 
pode  ser  produzida  em  peças  com  dimensões  estruturais  que  podem  ser  rapidamente 
desdobradas  em  peças  pequenas,  de  delicadeza  excepcional;  pode  ser  trabalhada  com 
ferramentas  simples  e  ser  reempregue  várias  vezes;  foi  o  primeiro  material  empregue  capaz  de 
resistir  tanto  a  esforços  de  compressão  como  de  tração;  permite  ligações  e  emendas  fáceis  de 
executar;  não  estilhaça  quando  submetida  a  choques  bruscos  que  romperiam  ou  fendilhariam 
outros  materiais  de  construção;  apresenta  boas  condições  de  isolamento  térmico  e  absorção 
acústica; no seu aspecto natural apresenta grande variedade de padrões. 

2.5  Desvantagens na utilização de madeira 

É um material fundamentalmente heterogêneo e anisotrópico; é bastante vulnerável aos agentes 
externos,  e  a  sua  durabilidade  é  limitada,  quando  não  são  tomadas  medidas  preventivas;  é 
combustível; mesmo depois de transformada, quando já empregada na construção, a madeira é 
muito sensível ao meio ambiente, aumentando ou diminuindo de dimensões com as variações de 
umidade; as dimensões são limitadas: formas alongadas de seção transversal reduzida. 

2.6  Patologias da madeira 

As principais patologias que ocorrem nas construções de madeira segundo PATORREB (2009) são 
as seguintes: 

a)  alterações  nas  características  físicas  e  químicas  dos  elementos  de  madeira  ou  derivados 
utilizados nas soluções construtivas; 

b)  perda de aptidão para o uso estrutural relacionada com degradação dos materiais ou solução 
originais  ou  por  modificação  das  condições  iniciais  de  uso,  associadas  a  novas  exigências  de 
desempenho, mudanças na utilização e características dos utentes; 

 
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c)  degradação do funcionamento do elemento construtivo como um todo (porta, janela, assoalho) 
associado  a  envelhecimento,  deficiente  limpeza  ou  manutenção  mas  também  muitas  vezes 
deficiente utilização. 

Alguns  exemplos  de  alterações  das  características  físicas  e  químicas  da  madeira  podem  ser 
referidos  pela  degradação  superficial  por  apodrecimento,  mudança  de  cor  da  superfície  exposta 
ao sol que fica cinzenta, mudança de cor de um assoalho por ação da luz ficando a parte do borne 
amarela e o cerne castanho‐escuro, o que provoca diferenças de tonalidade, empenos das peças 
por  secagem  não  controlada,  dilatações  ou  retrações  elevadas  da  madeira  causadas  por 
ajustamentos  às  condições  ambientais  em  serviço  e  que  provocam  aberturas  de  grandes  juntas 
entre as peças ou empolamentos e outras deformações irreversíveis. 

Com  relação  à  perda  de  aptidão  para  o  uso  estrutural,  são  referidas  como  exemplo:  a  seção 
insuficiente;  as  deformações  ou  vibrações  excessivas;  as  falhas  nas  ligações;  os  problemas  nos 
apoios; a ausência de contraventamento, sobretudo em estruturas muito leves e sujeitas a ações 
importantes  do  vento;  a  perda  de  homogeneidade  ou  integridade  das  seções  causadas,  por 
exemplo, pela abertura de fendas profundas. 

Ao  nível  da  degradação  do  funcionamento  do  elemento  construtivo  como  um  todo,  pode  ser 
indicada como exemplos, a perda de estanqueidade à água dos elementos de junta em portas ou 
janelas  (borrachas  ou  betumes),  a  desafinação  frequente  das  ferragens  das  portas  interiores,  o 
descolamento da camada de estuque em paredes divisórias ou tetos falsos com base em madeira 
e  o  empeno  ou  outras  formas  de  deformação  inestética  das  peças  causadas  por  deficiente 
concepção global das peças.  

As  patologias  que  surgem  na  madeira  ocorrem  devido  a  inúmeros  fatores.  Podendo  ser 
consequência de degradações físico‐químicas, biológicas ou de origem estrutural. 

No  entanto,  importa  salientar  que  os  agentes  biológicos  são  a  causa  mais  frequente  de 
deterioração das estruturas de madeira, sendo mesmo os responsáveis pela maioria das situações 
de rotura parcial ou total das estruturas. Destacam‐se pela sua importância, os seguintes: fungos 
de podridão, térmitas e carunchos (CRUZ, H., 2001). 

2.7  Medidas preventivas para com a madeira 

De acordo com SINDUSCON‐SP (2009) preservação de madeiras é todo e qualquer procedimento 
ou conjunto de medidas que possam conferir à madeira resistência aos agentes de deterioração, 
proporcionando  maior  durabilidade.  Considerando  a  Lei  nº  4.797  de  1965  e  as  instruções 
normativas  conjuntas  IBAMA  e  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária  (ANVISA)  o  tratamento 
preservativo de madeira é obrigatório para peças ou estruturas de madeira tais como: dormentes, 
estacas, vigas, vigotas, pontes, pontilhões, postes, moirões de cerca, escoras de minas e taludes ou 
quaisquer estruturas de madeira que sejam usadas em contato direto com o solo ou sob condições 
que contribuam para a diminuição de sua vida útil. 

Na  norma  brasileira  NBR  7190  –  Estruturas  de  Madeira,  atualmente  em  revisão  pela  Associação 
Brasileira  de  Normas  Técnicas  (ABNT)  está  sendo  introduzido  o  conceito  de  classe  de  risco  que 
 
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auxiliará  o  engenheiro  na  tomada  de  decisão  sobre  o  uso  racional  da  madeira  tratada.  Esta 
ferramenta  relacionará  as  possíveis  condições  de  exposição  da  madeira  e  os  agentes 
biodeterioradores (fungos  e  insetos)  com  os  produtos  preservativos  e processos  de  tratamentos 
pertinentes,  além  de  apresentar  orientações  mínimas  de  projeto  para  minimizar  os  danos 
causados por estes organismos xilófagos.  

Lembrando  que  só  após  a  identificação  e  a  resolução  dos  problemas,  incluindo  a  secagem  dos 
materiais e o eventual tratamento preservador das madeiras, é que as reparações e substituições 
deverão  ser  realizadas.  O  tratamento  da  madeira  deve  ser  realizado  para  prevenir  sua 
deterioração,  ampliando  assim  seu  tempo  de  vida  útil.  O  tratamento  comumente  utilizado  é  o 
químico,  no  qual  ocorre  a  fixação  de  elementos  preservativos  na  madeira,  tornando‐a  mais 
resistente à ação de fungos e insetos, principalmente se a madeira ficar em contato direto com a 
água ou com o solo. 

Conforme  Faria  (2009),  a  água  é  o  principal  inimigo  das  estruturas  de  madeira  e  as  regras 
fundamentais a seu respeito são as seguintes: 
 A  água  não  deve  preferencialmente  entrar  em  contato  com  a  madeira,  mas  se  esse 
fenômeno ocorrer, ela deve ser eliminada rapidamente por escoamento ou ventilação; 
 No exterior e no interior devem eliminar‐se as infiltrações e acumulações de água e todo o 
tipo de causas de potenciais condensações superficiais.

3  Estudo de caso 

3.1  Situação da Igreja Nossa Senhora das Mercês 
Este estudo foi realizado na cidade de Itapipoca/Ceará, durante o período de outubro a dezembro 
de 2011. A Igreja Nossa Senhora das Mercês está localizada na Avenida Duque de Caxias, nº 337, 
Centro, na praça Dr. Perilo Teixeira. Realizaram‐se algumas visitas técnicas e se  constatou que a 
cobertura da igreja padecia de patologias que comprometiam a sua função estrutural. A Figura 02 
apresenta uma visão geral da localização da Igreja Nossa Senhora das Mercês na Praça Dr. Perilo 
Teixeira. 

 
  
Fig. 02 – Localização da Igreja Matriz em Itapipoca, Ceará. Fonte: Google maps, 2012.
 
 
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Localizada  na  sede  do  município  de  Itapipoca,  sua  construção  de  estilo  barroco  teve  início  em 
1881 pelo então responsável Monsenhor Antero José de Lima e parcialmente terminada em 1887 
pelo  Frei  Cassiano  de  Camachio.  É  uma  das  mais  belas  e  importantes  obras  do  Patrimônio 
Histórico  e  Cultural  da  cidade  e  tem  capacidade  para  abrigar  1800  pessoas  em  seu  interior. 
(FIRMINO, 2008) 

As Figuras 03 e 04 apresentam a localização da igreja na Praça Dr. Perilo Teixeira e a sua fachada, 
respectivamente.  

Figura 03 – Praça Dr. Perilo Teixeira.       Figura 04 – Fachada da Igreja Matriz. 

A  situação  em  que  se  encontrava  a  catedral  Nossa  Senhora  das  Mercês  antes,  durante  e  pós‐
reforma, podemos ver a seguir. 

A partir da Figura 05 temos a noção de como se encontrava o telhado da igreja, apresentava um 
aspecto  de  coloração  escura  devido  à  poluição  e  umidade  constante.  A  Figura  06,  por  sua  vez, 
demonstra o comprometimento do madeiramento da estrutura.   

Figura 05 – Aspecto do telhado da igreja.     Figura 06 – Madeiramento comprometido. 

 
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As  Figuras  07  e  08  exibem  os  caibros  avariados  ao  longo  de  sua  estrutura,  deteriorados 
principalmente pela infestação de térmitas. 

  

 Figura 07 – Caibros e ripas avariados.      Figura 08 – Detalhe de caibro avariado. 

As Figuras 09 e 10 apresentam uma viga de madeira que entrou em colapso, devido o contato com 
água de goteiras, esta viga produziu um ambiente favorável ao surgimento de fungos de podridão. 

Figura 09 – Viga em estado de putrefação  Figura 10 – Detalhe de viga sucumbida 

Através  das  Figuras  11  e  12  podemos  observar  as  galerias  formadas  por  térmitas  ao  longo  da 
estrutura de madeira. 

 
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 
IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras 
                                                                                                                       IX International Congress on Pathology and Repair of Structures 
                                                                                                                                                       João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

Figura 11 – Galerias deixadas por térmitas.        Figura 12 – Danos em caibros. 

As  Figuras  13  e  14  exibem  o  grau  de  deterioração  da  madeira  que  está  muito  avançado, 
apresentando um aspecto descascado por conta do ataque de agentes xilófagos. 

Figura 13 ‐ Aspecto após ataque de xilófagos. Figura 14 – Detalhe de deterioração 

Na Figura 15 a estrutura não apresentava a mesma resistência inicial, ficou comprometida devido 
os cupins se alimentarem de nutrientes da madeira e acabou se rompendo. A partir da Figura 16 
podemos  perceber  o  estrago  na  viga  devido  à  peça  estar  em  contato  com  água  em  local  pouco 
arejado,  os  fungos  de  putrefação  afetaram  a  capacidade  mecânica  da  madeira  destruindo  a 
estrutura de suas fibras.      

 
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 
IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras 
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                                                                                                                                                       João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

Figura 15 – Ruptura em viga de madeira.    Figura 16 – Detalhe de estrago em viga. Fonte: CRUZ, 
T.,2011.                           

Na Figura 17 vemos a estrutura com uma significativa alteração na sua coloração devida uma ação 
de  fotodegradação.  A  Figura  18  apresenta  como  a  estrutura  da  cobertura  era  disposta  com  a 
fixação do espigão e das terças na parede da torre da igreja.   

 
Figura 17 – Fotodegradação na madeira    Figura 18 – Fixação de espigão e terças 
Fonte: CRUZ, T., 2011                                  Fonte: CRUZ, T., 2011. 

As  Figuras  19  e  20  apresentam  o  estoque  do  madeiramento  que  foi  utilizado  na  reposição  da 
estrutura de madeira do telhado da igreja. 

 
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 
IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras 
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                                                                                                                                                       João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 

Figura 19 – Estoque de caibros.          Figura 20 – Estoque de vigas de madeira. 

A Figura 21, por sua vez, exibe o operário fazendo a reposição dos caibros, a partir daí a estrutura 
vai começando a adquirir um aspecto renovado. A Figura 22 mostra uma viga sendo apoiada na 
parede, com boa parte do madeiramento já substituído. 

Figura 21 – Reposição de caibros            Figura 22 – Viga apoiada na parede 

A  Figura  23  exibe  uma  série  de  vigas  que  foram  substituídas,  lembrando  que  nem  todas  foram 
trocadas,  pois  algumas  foram  aproveitadas.  A  partir  da  Figura  24  percebemos  que  foi  utilizado 
óleo queimado na viga como uma medida preventiva contra o ataque de insetos xilófagos.  

 
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 
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Figura 23 – Série de empenas substituídas.   Figura 24 – Óleo queimado em viga. 

As Figuras 25 e 25 destacam que o forro falso de madeira da igreja estava cedendo devido algumas 
vigas terem caído sobre ele. 

Figura 25 – Trecho do forro que cedeu      Figura 26 – Anomalia causada no forro 

A Figura 27 mostra a cumeeira que foi substituída e a sequência de tesouras do telhado. A Figura 
28 exibe o estoque de telhas do tipo francesa com esbarro que foram utilizadas na reforma. 

Figura 27 – Cumeeira e série de tesouras          Figura 28 – Estoque de telhas 

 
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As Figuras 29 e 30 exibem a estrutura com o madeiramento reformado e os operários trabalhando 
no retelhamento. 

Figura 29 – Trama do telhado reformada.               Figura 30 – Retelhamento. 

A  Figura  31  apresenta  a  água  esquerda  finalizada  e  o  telhadista  concluindo  o  retelhamento  da 
água direita. Já a Figura 32 demonstra como foi feito o rufo do telhado.   

Figura 31 – Telhadista concluindo a cobertura.     Figura 32 – Rufo do telhado. 

A partir da Figura 33 vemos a água direita finalizada e temos a noção de como ficou o telhado da 
igreja  pós‐reforma.  A  Figura  34  exibe  ao  longe  a  igreja  com  a  obra  de  reforma  do  telhado  já 
concluída.   

 
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Figura 33 – Aspecto do telhado pós‐reforma.     Figura 34 – Reforma concluída. 

3.2  Organização do texto 

As  rachaduras  na  parte  superior,  onde  incidiam  fissuras  internas  aparentes  na  nave  da  igreja, 
foram  ocasionadas  pela  inexistência  de  argamassa  de  preenchimento  da  alvenaria,  carreada por 
meio da ação de águas pluviais em locais onde as telhas tinham escorregado, foram sanadas com 
o preenchimento de nova argamassa em ponto central das paredes do forro. 

As madeiras de apoio localizadas tanto no forro como na nave, com a presença de depreciações 
foram  substituídas,  por  novas  peças  (madeira  de  lei),  inclusive  houve  serviço  de  demolição  em 
topo  de  parede,  onde  ocorria  deslizamento  de  telhas.  As  peças  de  apoio  estrutural  em  madeira 
localizadas  dentro  das  alvenarias  receberam  pintura  com  óleo  queimado,  como  proteção  contra 
praga urbana (cupins). Houve serviços de reforma das calhas pluviais, dando uma maior vazão e 
com  isso escoamento  mais rápido. No  período dos serviços de desmonte da coberta, não foram 
encontrados focos de cupins vivos. 

As  madeiras  não  estruturais  (barrote,  ripa)  foram  totalmente  substituídas  e  presas  com  prego 
caibral, por meio de furadeira, afim de não rachar a madeira caso fosse realizado com martelo. As 
telhas  tipo  colonial,  também  foram  totalmente  substituídas  por  telhas  cerâmicas  tipo  francesa 
com  esbarro,  onde  antes  do  retelhamento,  foram  embebidas  com  aditivo  impermeabilizante, 
prevenindo  assim  o  aparecimento  de  lodo.  Foram  instaladas  luminárias  sobre  o  forro,  com  o 
intuito de proteção contra morcegos. 

4  Conclusão 

É  importante  salientar  que  não  só  edifícios  mais  antigos  como  também  os  novos  podem 
apresentar algum tipo de patologia, mesmo com a indústria da construção evoluindo sempre com 
os  mais  variados  produtos  e,  se  adequando  aos  rígidos  programas  de  qualidade  as  patologias 
tendem a aparecer, sejam estas, devido às falhas de projeto, execução e manutenção. Em relação 
à  manutenção  deve‐se  priorizar  a  manutenção  preventiva,  embora  em  grande  parte  dos  casos 
realiza‐se  apenas  a  manutenção  corretiva.  Realizando‐se  uma  manutenção  preventiva,  pode‐se 
prever detectar ou corrigir defeitos visando evitar o aparecimento de falhas. Este trabalho fica de 

 
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alerta e consulta para construtores e usuários, pois estes problemas podem ser evitados durante 
as etapas construtivas, ou durante a própria utilização do edifício. 

Na igreja Nossa Senhora das Mercês constatou‐se a necessidade de trocar a estrutura de madeira 
principalmente  pelo  tempo  prolongado  da  edificação,  ou  seja,  a  Catedral  Nossa  Senhora  das 
Mercês foi concluída no ano de 1887.  

5  Referências 
[1] ABNT‐Norma Brasileira para Projeto de Estruturas de Madeira, NBR 7190/97. 
 
[2] COSTA,  Arlindo.  Anatomia  da  madeira.  Dicionário  de  anatomia  da  madeira  Professor  de 
botânica. Santa Catarina, 2001.  
 
[3] COUTINHO,  Joana  de  Sousa.  Materiais  de  construção  1:  Madeiras.  Universidade  do  Porto 
FEUP Faculdade de engenharia. Portugal, 2004. 
 
[4] CRUZ,  Helena.  Patologia,  avaliação  e  conservação  de  estruturas  de  madeira.  Núcleo  de 
estruturas de madeiras, Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Lisboa, 2001. 
 
[5] FARIA,  J.  Amorim.  Patologia  das  construções  com  madeira.  Sugestões  de  intervenções.  In: 
PATORREB 2009, 3º Encontro sobre patologia e reabilitação dos edifícios. FEUP, Porto, 18 a 20 
de março de 2009. p. 51‐59, vol. 1 editado em papel e CD. 
 
[6] GESUALDO,  Francisco  A.  Romero.  Estrutura  de  madeira.  Notas  de  aulas  de  estruturas  de 
madeiras – FECIV – UFU. Minas Gerais, 2003. 
 
[7] RODRIGUES, Romana Margarida Silva Costa de Oliveira. Patologias e tratamento da madeira 
In: Construções antigas de madeira: experiência de obra e reforço estrutural. Portugal, 2004. 
cap. 2, p. 32‐98. 
 
[8] SINDUSCON‐SP.  Madeira  uso  sustentável  na  construção  civil.  Sindicato  da  Indústria  da 
Construção  Civil,  São  Paulo,  2009.  Disponível  em: 
<http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_madeira2.pdf.> 
Acesso em: 16 mar. 2012, 10:46:51. 
 

 
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