Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O presente artigo foi elaborado com objetivo de um estudo que vise a compreensão a cerca do
processo de aprendizagem e desenvolvimento de crianças com deficiência física, dentre os
quais envolvem não só adaptações de politicas como também de materiais didáticos.
Segundo Nogueira (2008) citado por Souza e Tavares (2010), no decorrer da história da
humanidade o deficiente sempre foi visto como vítima, no século XV, na Roma Antiga as
crianças que nasciam com alguma deformidade eram jogadas nos rios ou esgotos ou ainda
deixadas nas igrejas, em abrigos onde em que ficavam isoladas da convivência social. Estas
pessoas eram vistas pelo oque faltava no seu funcionamento, não havia o pensamento
contemporâneo em suas habilidades ou capacidades, eram desprezadas por não saber ou
conseguir nenhuma função ativa na sociedade (JANUZZI, 2004).Este grupo abrange crianças
e adolescentes cujas capacidades visuais ou auditivas estão afectadas. Quanto aos problemas
de visão podemos considerar os cegos (não lhes é possível ler, e por isso utilizam o sistema
Braille) e os amblíopes (são capazes de ler dependendo do tamanho das letras).
Relativamente aos problemas de audição, temos os surdos (cuja perda auditiva é maior ou
igual a 90 decibéis) e os hipoacústicos (cuja perda auditiva se situa entre os 26 e os 89
decibéis).
Para além destes grupos podemos ainda indicar as crianças e adolescentes com problemas de
saúde (que podem estar na origem dificuldades de aprendizagem - diabetes, asma, hemofilia,
SIDA), com problemas provocados por traumatismo craniano e os autistas.
Segundo Brennan (in Correia, 1999, p. 48) ”Há uma necessidade educativa especial quando
um problema físico, sensorial, intelectual, emocional ou social (…) afecta a aprendizagem ao
ponto de serem necessários acessos especiais ao currículo (…) para que o aluno possa receber
uma educação apropriada.”
De modo facilitar a comunicação entre aqueles que lidam com estas crianças, agrupam-se
geralmente as Necessidades Educativas Especiais nas seguintes categorias: o Problemas
motores o Dificuldades de aprendizagem o Cegos-surdos o Deficiência mental o Deficiência
auditiva o Perturbações emocionais graves o Problemas de comunicação o Deficiência visual
o Multideficiência o Dotados e sobredotados o Autismo o Traumatismo craniano o Outros
problemas de saúde
Os estudos desenvolvidos por Harold Skeels ou pelo Programa Perry para a Préescolar
indicam que o funcionamento intelectual e o desenvolvimento geral das crianças com NEE
podem ser influenciados por um ambiente rico e estimulante que induz aumentos
consideráveis no funcionamento cognitivo destas crianças.
1.3 Legislação
De acordo com o Decreto-lei n.º 43/89 compete à escola “Desenvolver mecanismos que
permitam detectar a tempo dificuldades de base, diferentes ritmos de aprendizagem ou outras
necessidades dos alunos que exijam medidas de compensação ou formas de apoio adequadas
nos domínios psicológico, pedagógico e sócio-educativa.
Na década de 80 surge nos Estados Unidos da América o conceito de Inclusão, que defende a
inserção do aluno com qualquer tipo de Necessidade Educativa Especial na classe regular,
independentemente dos seus níveis académico e social, com o apoio dos serviços de educação
especial. Segundo esta perspectiva, desde que a escola regular forneça os serviços adequados
e apoios suplementares, o aluno com Necessidades Educativas Especiais (incluindo aquele
com NEE moderada e severa) pode atingir os objectivos que lhe foram traçados de acordo
com as suas características. A óptica da inclusão assume que a heterogeneidade existente
entre os alunos é um factor positivo, que maximiza o potencial do aluno com NEE. O
conceito de inclusão advoga uma educação adequada e apropriada, que respeite as
características e necessidades específicas dos alunos. A percepção pode ser definida como o
resultado de um complexo processo de discriminação de indícios ou atributos de objetos ou
seres, possibilitada pela síntese das nossas sensações primariamente isoladas e específicas,
organizadas e mediadas pelos nossos sistemas psíquicos. Dentro desse contexto, a percepção
deixa de ser considerada como o resultado de simples associações cerebrais de diferentes
sensações, para ser vista como um processo complexo que se baseia em experiências
anteriores, o que possibilita a criação de hipóteses e a integração com outros processos
mentais e que, na comunicação, aparece mediada pela fala. A percepção integral é
possibilitada pela recepção sensorial, pela síntese das sensações isoladas e pelos complexos
sistemas psíquicos, o que reforça a natureza ativa da percepção com uma organização
cerebral sem uma localização única (LURIA, 1981). No processo de ensino e aprendizagem
dos alunos com necessidades educacionais especiais, o professor deve ter o cuidado em
avaliar, selecionar e adequar os recursos pedagógicos e comunicativos frente às
especificidades de cada aluno. Neste sentido, os objetivos desta pesquisa são avaliar,
selecionar e adequar recursos e procedimentos pedagógicos e comunicativos para crianças,
adolescentes e adultos de diferentes Instituições de ensino e/ou de reabilitação frente às
especificidades perceptuais: auditiva, visual, tátil e inserir o professor e estagiários neste
contexto teórico e prático.
De acordo com a UNESCO, as Necessidades Educativas Especiais referem-se a toda e qualquer ajuda
pedagógica que os alunos (excluídos ou não do sistema escolar regular) necessitam para aprender. Isto
é, há uma necessidade educativa especial, quando um problema (físico, sensorial, mental, emocional,
social, cultural, ambiental ou qualquer combinação destes factores) afecta a aprendizagem, ao ponto
de serem necessários acessos especiais ao currículo e condições de aprendizagem especialmente
adaptadas, para que o aluno possa receber uma educação apropriada. As Necessidades Educativas
Especiais estão relacionadas com as dificuldades de aprendizagem apresentadas por qualquer aluno.
Quer isto dizer que, qualquer aluno, ao longo do seu processo de escolarização, pode sentir algum
desconforto ou problema para assimilar algum conteúdo, resultando daí o seu baixo ou parcial
desempenho.
No concreto, quanto à classificação das necessidades educativas especiais, estas podem ser:
O termo inclui condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral, disfunção cerebral
mínima, dislexia, disortografia, disgrafias, discalculias, dislalias e afasia de desenvolvimento,
mas não engloba as crianças que têm problemas de aprendizagem resultantes principalmente
de deficiência visual, auditiva ou motora, de deficiência mental, de perturbação emocional ou
de desvantagens ambientais, culturais ou económicas.
Este tipo de problemas apresenta-se em quatro níveis que são: o retardo mental leve,
moderado, severo ou profundo, de acordo com a sua implicação.
O professor desempenha uma função fundamental na observação das manifestações das duas
ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação; cuidado pessoal;
habilidades sociais; utilização e preservação do bem comum escolar; saúde e segurança;
habilidades académicas; lazer e trabalho com os colegas.
Os problemas de comunicação
Esses sinais têm todos em comum o facto de possuírem uma face material, passível de ser
apreendida pelos sentidos (o significante) e uma face não-material, estritamente mental,
inapreensível pelos sentidos (o significado).
Perante a dificuldade na comunicação, o professor precisa de estar atento aos factores que
condicionam a comunicação, factores físicos, fisiológicos e psíquicos, individuais e sociais. É
fundamental perceber que a linguagem é um processo cognitivo inerente a todo e qualquer ser
humano.
Assim, um aluno que apresente um forte défice na sua comunicação verbal pode requerer
alguma forma de comunicação alternativa ou aumentativa. É também importante notar que
a capacidade de o aluno se expressar está intimamente ligada a sentimentos de autonomia,
autoestima e valorização pessoal. Assim, os alunos que, devido à sua deficiência motora não
conseguem comunicar, podem desenvolver uma atitude de extrema passividade e à grande
dependência dos outros, devido às experiências negativas e à sua incapacidade de transmitir
os seus desejos, interesses e sentimentos.
As perturbações emocionais