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Órgãos de Soberania e

Democracia Representativa a
nível Institucional e
Macroestrutural
Em Portugal, a Assembleia da Republica é a assembleia representativa
de todos os cidadãos Portugueses. É o segundo órgão de soberania de
uma república constitucional.

Em Portugal, a assembleia reúne-se diariamente no Palácio de São


Bento e é constituída por um Presidente, o Dr. Jaime Gama do PS
desde 15 de Outubro de 2009, por 230 deputados actualmente
distribuídos da seguinte maneira: 97 deputados do PS, 81 do PSD, 21
do CDS-PP, 16 do BE, 13 do PCP e 2 do PEV. A última eleição foi a 27
de Setembro de 2009. De seguida vamos ver como é constituída a
Assembleia da Republica, a sua função e a função de quem dela faz
parte.

A Assembleia da República tem uma competência legislativa e política


geral. A Constituição prevê que certas matérias constituam reserva
absoluta de competência legislativa, isto é, a Assembleia não pode,
sobre elas, autorizar o Governo a legislar. Entre estas inclui-se, por
exemplo, a aprovação das alterações à Constituição, as leis das grandes
opções dos planos e do Orçamento do Estado, os tratados de
participação de Portugal em organizações internacionais, o regime de
eleição dos titulares dos órgãos de soberania (Presidente da República e
Assembleia da República) e dos titulares dos órgãos do poder local e o
regime do referendo. Sobre outras matérias da sua exclusiva
competência a Assembleia pode conceder ao Governo autorização para
legislar – é o que se designa por reserva relativa – onde se incluem as
bases do sistema de segurança social e do serviço nacional de saúde, a
criação de impostos e sistema fiscal, a organização e competência dos
Tribunais, entre outras.

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A competência de fiscalização da Assembleia relativamente à acção do
Governo e aos actos da administração pode exercer-se através de
diversos instrumentos:

 Aprovação de moções de confiança ou de censura;


 Requerimentos de apreciação da legislação produzida pelo Governo
que a Assembleia pode alterar ou revogar;
 Reuniões quinzenais de perguntas ao Governo;
 Interpelações ao Governo sobre assuntos de política geral ou
sectorial;
 Apresentação de requerimentos (perguntas escritas) sobre
quaisquer actos do Governo ou da Administração;
 Constituição de comissões parlamentares de inquérito que gozam
dos poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.

A Mesa da Assembleia da Republica é composta pelo presidente, quatro


vice-presidentes, quatro secretários e quatro vice-secretários eleitos
pelo período da legislatura. Todos os membros da Mesa são eleitos pela
maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções.

Nas reuniões plenárias a Mesa é constituída pelo presidente e pelos


Secretários. Na falta do presidente as reuniões são presididas por um
dos outros vice-presidentes. Os secretários podem ser substituídos
pelos vice-secretários. Compete à Mesa, em geral, coadjuvar o
Presidente no exercício das suas funções.

O Presidente da Assembleia da República é eleito, para o período da


Legislatura, por maioria absoluta dos votos dos Deputados em
efectividade de funções. O Presidente representa a Assembleia, dirige
e coordena os seus trabalhos e exerce autoridade sobre todos os
funcionários e agentes e sobre as forças de segurança postas ao serviço
da Assembleia. No composto das suas competências, previstas no
Regimento, incluem-se a presidência das Reuniões Plenárias, da
Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, da Comissão
Permanente bem como a admissão das iniciativas legislativas e a
assinatura e envio dos Decretos da AR ao Presidente da República para

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promulgação. Compete-lhe, em geral, assegurar o cumprimento do
Regimento e das deliberações da Assembleia.

Substitui o Presidente da República nas suas ausências ou impedimento


temporário ou, em caso de vagatura do cargo, até à tomada de posse
do novo Presidente eleito.

O Regimento da Assembleia da Republica é o regulamento interno da


Assembleia da República, aprovado por resolução, onde estão previstas
todas as regras relativas à sua organização, funcionamento e formas de
processo para o exercício das competências previstas na Constituição.
Compete à Mesa interpretar o regimento e integrar as lacunas.

Reuniões de Plenário são sempre públicas. Os deputados tomam lugar na


sala pela forma acordada entre o presidente da Assembleia da
República e os representantes dos partidos no início da legislatura.

São convocadas pelo presidente da Assembleia da República com a


antecedência mínima de 24 horas, salvo marcação na reunião anterior.

A cada dia corresponde, em princípio, uma reunião plenária, podendo


excepcionalmente haver mais do que uma por dia. Habitualmente
realizam-se três reuniões plenárias por semana.

Há lugares reservados para os membros do governo.

Não podem ser interrompidas, salvo para intervalo, para


restabelecimento de ordem na sala, por falta de quórum, para uma
breve pausa a pedido dos grupos parlamentares ou para garantia do bom
andamento dos trabalhos. Em cada reunião há, normalmente, um período
designado por "Antes da Ordem do Dia" e outro designado por "Ordem
do Dia".

Ordem do Dia consiste na ordem de trabalhos das reuniões plenárias e


estabelece a sequência das matérias fixadas para cada reunião pelo
presidente da Assembleia da República, ouvida a conferência dos
representantes dos grupos parlamentares.

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Todos os grupos parlamentares têm direito à determinação da ordem do
dia de um certo número de reuniões, segundo critério estabelecido no
regimento.

Na Conferencia dos Representantes dos Grupos Parlamentares o


Presidente da Assembleia da República reúne-se com os presidentes dos
grupos parlamentares para marcar as reuniões plenárias, respectivas
agendas (ordem do dia) e para outras situações sempre que o julgue
necessário para o regular funcionamento da Assembleia da República. O
Governo tem o direito de se fazer representar na Conferência. Os
representantes dos Grupos parlamentares têm, na Conferência, um
número de votos igual ao número dos Deputados que representam. As
decisões da Conferência, na falta de consenso, são tomadas por maioria
desde que esteja representada a maioria absoluta dos Deputados em
efectividade de funções.

O Conselho Parlamentar é um órgão de consulta e gestão constituído por


um máximo de sete deputados, ou os seus substitutos, em
representação de cada um dos sete maiores Grupos Parlamentares, pelo
Secretário-Geral da Assembleia da República e por um representante
dos funcionários parlamentares.

Compete-lhe, designadamente, elaborar a proposta de orçamento e a


conta da AR, as propostas relativas ao quadro de pessoal e exercer a
gestão financeira.

O Diário da Assembleia da República é o jornal oficial da Assembleia da


República. É publicado em formato electrónico na Internet.

Até ao golpe de estado de 25 de Abril de 1974, estava instaurado em


Portugal um regime ditatorial e autoritário que dava pelo nome de
Estado Novo.

Em Portugal, o Estado Novo surgiu logo após a revolução de 28 de Maio


de 1926, que arrastou duas correntes de pensamento político
reorganizador. Por um lado, defendia-se que o objectivo da ditadura
militar seria reestruturar o sistema partidário e devolver o poder aos
partidos políticos; por outro lado, afirmava-se a criação de um novo
regime republicano, livre das vicissitudes da democracia liberal, com

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características de Estado Novo, isto é, o predomínio de um sistema
presidencialista aliado a um sistema económico e social corporativo.

A grande figura do Estado Novo em Portugal foi António de Oliveira


Salazar. Ingressando como ministro das Finanças nos governos da
ditadura militar a partir de 1928, Salazar implantou em poucos anos um
regime autoritário de fachada eleitoral, com um partido único, uma
polícia política, censura prévia e a repressão das oposições políticas.
Nascia o Estado Novo, uma ditadura do chefe de governo com uma
Constituição corporativa (1933). Assente num estado forte, e com uma
política deflacionista e de contenção orçamental, Salazar governaria o
país sob o lema “orgulhosamente sós”, marcando profundamente o século
XX português.

Depois de Salazar abandonar o poder em 1968, devido à queda de uma


cadeira e consequente hemorragia cerebral, os destinos do regime
ditatorial foram entregues a Marcelo Caetano, que viria a ser
derrubado no dia 25 de Abril de 1974.

Após isto foi restituído os direitos e liberdades fundamentais ao povo


Português e a assembleia constituinte aprova e decreta a constituição
da Republica Portuguesa. A Republica Democrática é baseada na
soberania popular no respeito e garantias dos direitos na
interdependência dos poderes.

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