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Resumo
Direito
Constitucional I
Luan Monteiro
21 de Janeiro de 2018
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Avisos ao leitor
Esse resumo foi feito a partir de um caderno já existente com transcrições dos áudios das aulas
do Moreira no ano de 2016, somado aos áudios de suas aulas no período de 2017.2, anotações
de meu caderno e o livro de Direito Constitucional Contemporâneo do Luís Roberto Barroso.
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Tópicos da P1:
● Conceito de Constituição
● Visões acerca do Direito Constitucional
● Poder constituinte e poder reformador
● Classificações das constituições
● Classificação das normas constitucionais
● Metodologias constitucionais
● Constitucionalismo e estado constitucional
● Reforma constitucional
Tópicos da P2:
● Interpretação constitucional
● Mudanças na fontes do direito acusadas pelas mudanças no direito constitucional
● Direito constitucional intertemporal
● História do constitucionalismo brasileiro
● Constituição de 88
● Proporcionalidade e razoabilidade
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1. Conceito de Constituição
A constituição é um instrumento criado com o objetivo de conter o poder do Estado, atuando
em favor das liberdades, num contexto de preservação da dignidade humana.
De acordo com Moreira, a constituição é um conjunto de normas que inaugura o direito, assim,
estruturando seus diversos campos, além de determinar as formas e as funções do Estado, suas
competências, os limites impostos aos poderes e a previsão e defesa dos direitos humanos
fundamentais.
● O outro elemento que garante isso é a rigidez constitucional: o fato de que é mais difícil
mudar a Constituição do que qualquer outra lei.
○ A primeira é a Teoria da Constituição que são as teorias que dão aporte aos
conhecimentos do Direito Constitucional unificado.
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● Teoria da Recepção: se trata da revalidação das normas jurídicas antigas à luz da
nova constituição. Quando uma nova constituição é promulgada, se deve verificar
a compatibilidade da nova constituição com as leis antigas, a fim de averiguar se
são inconstitucionais ou não.
● Limites ao poder reformador: Limite material, que seria fato de que não se pode
violar cláusulas pétreas, limite formal, que é o caráter procedimental da EC, isto é,
se ela respeitou o devido processo, limite circunstancial, é a sua necessidade de
só poder ser usada em paz, ou seja, não pode ser usada em estado de guerra,
nem de sítio.
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○ Dogmáticas são as que encontram seu significado no direito aplicado, tem uma
intenção jurídica. Em oposição, às históricas são as feitas que contém vários
documentos escritos ao longo da história.
● Quanto à sua origem: Elas podem ser promulgadas, outorgadas, ditatoriais e cesaristas.
● Quanto à sua rigidez: Elas podem ser rígidas, flexíveis, semirrígidas e superrígidas.
○ As rígidas são as que possuem uma dificuldade maior para mudar suas normas
constitucionais do que as demais leis. Em oposição, flexíveis são as que se muda
uma lei constitucional da mesma forma que qualquer outra lei.
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○ E do que isso se trata? É se uma norma pode diretamente produzir efeitos ou não.
As normas constitucionais de eficácia plena são normas automaticamente
aplicáveis, como direito à vida ou à propriedade, elas não necessitam de
regulamentação do legislador, isto é, não precisam de leis para existirem, e
também não tem de esperar nenhum prazo.
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6. Metodologias Constitucionais
● Seriam métodos de resolução de conflitos constitucionais:
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● Constitucionalismo francês(liberal)
○ Acontece num contexto de revolução, visando acabar com os privilégios
da nobreza, colocar o debate religioso no ambiente privado, com
preocupações direcionadas a formar uma nação, um novo estado, e uma
nova sociedade permeada pelos direitos fundamentais de Liberdade,
igualdade e fraternidade.
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● Constitucionalismo alemão(social)
○ Em virtude das revoluções industriais, se exige uma constituição social
para que se controle o proletariado com medidas paliativas e impeça a
revolução.
■ Os direitos sociais não são neutros uma vez que emanam valores,
e estavam conectados a direitos econômicos, o que é proibido ao
final da guerra
● Constitucionalismo positivista
○ Não é propriamente um constitucionalismo, entretanto, deve ser explicado
como movimento constitucional que influenciou a visão das condições de
uma determinada época.
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● Constitucionalismo material
○ Seria onde o direito e realidade se misturam, ele surge em oposição ao
positivismo. Tem como principal contribuição vincular a Constituição a
elementos como cidadania, dignidade humana, etc.
○ Possui críticas ao direito neutro, ele acreditava que o direito não era linear,
além de possuir uma linguagem hermética que não era feita para o
homem comum.
● Comunitarismo
○ É uma proposta de bases socialistas das práticas de defesas da
comunidade dentro de uma sociedade capitalista. Ou seja, a economia é
capitalista, mas as práticas sociais não. É o caso do Canadá.
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8. Poder Reformador
○ É a ferramenta que adapta a constituição à evolução histórica.Tem como
finalidade regenerá-la e conservá-la. Geralmente se dá pelo poder de emenda ou
pela mutação constitucional
○ Esse poder confere estabilidade a constituição, uma vez que ela pode ser
alterada não é necessário trocá-la, por isso, todas as constituições no mundo
possuem um poder reformador.
■ Limite implícito: não estão explícitos, mas seria o caso de não poder
mudar a titularidade do reformador
○ Caso se proponha uma emenda que vá contra uma cláusula pétrea então se usa o
Controle preventivo judicial, em que essa PEC é eliminada.
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9. Interpretação Constitucional
● A hermenêutica constitucional é o campo de estudo da interpretação por natureza. A
razão da interpretação é a real, maior ou diversa compreensão da norma.
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○ O primeiro caminho é um estudo sobre a f igura do intérprete, seja ele juiz, ou até
do ministério público. É um processo de estudo do intérprete, seu contexto, seus
preconceitos, seu modus operandi, suas preferências..
○ O que todos esses momentos têm em comum é o fato de seu veículo de
funcionamento ser a teoria da argumentação jurídica, que é um processo de
justificação, um processo que estabelece as premissas das metodologias, uma
compreensão do porque aquele caso foi decidido daquela maneira.
● Essa interpretação é tão importante porque é ela quem irá guiar o resultado do caso.
Então, aí vai alguns conceitos acerca da interpretação constitucional.
■ Ela pode se dar em razão de direito, isto é, o tribunal muda de ideia acerca
de uma visão daquele direito, ou uma mudança de fato da sociedade,
onde se lia interceptação de dados telefônicos e sigilo, hoje em dia se lê
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■ Todo juiz pode reconhecer a não recepção de uma norma por ofício.
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■ Mera revogação.
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14. Proporcionalidade
○ Proporcionalidade e razoabilidade, na visão de Moreira, não são sinônimos, são
semelhantes mas possuem importantes distinções.
○ O princípio da razoabilidade surge nos anos 40 como um exame dos meios e
fins, isto é, se os meios eram adequados pelos fins pretendidos. Quando os meios
são absurdos ou excessivos, não se estabelece uma relação. Ele é usado quando
o julgamento objetiva fugir de uma resposta ou conduta de investigação absurda,
ou seja, que seja irrazoável. Ele não é positivado. Além disso, ele não tem
valoração, ele é neutro, você nunca extrai um valor dele como igualdade ou
justiça como acontece em outros institutos, ele resolve essas questões
constitucionais sem se extrair valor algum.
■ Em virtude dessa ausência de valoração, eles são tidos como critérios
procedimentais ou metodologias, e não com princípios, a despeito de a
jurisprudência e a doutrina consagra tais institutos como princípios. Então,
o ideal seria princípio procedimental.
○ O princípio da proporcionalidade surge à cena constitucional através de teóricos
alemães, incluindo Robert Alexy, é empregada na resolução de colisões entre
normas constitucionais, pondera os interesses protegidos. É mais técnico que a
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razoabilidade, é mais fechado nesse sentido, por isso, é mais a prova de
arbitrariedades que a razoabilidade uma vez que para ser válida vai ter que
obedecer a certos procedimentos, porque há como saber se a cadeia lógica foi
respeitada.
■ Sua primeira aparição foi na Magna Carta.
■ Alexy usou de fórmulas matemáticas para integrar sua teoria, no entanto,
ninguém as usa, além de não ganharem aplicação na Alemanha. Na visão
dele, é a melhor forma de se resolver conflitos constitucionais.
■ A professora Ana Paula Barcellos acredita que é um conteúdo de mão
dupla, caso seja bem aplicada tem ótimos resultados na resolução de
conflitos constitucionais, no entanto, caso tenha um mínimo erro, é levado
a uma decisão ruim, a uma discricionariedade ignorante.
■ Assim como a razoabilidade, não tem valoração. É somente um princípio
procedimental.
■ Deve obedecer a três critérios da racionalidade prática para se alcançar o
fechamento da discricionariedade:
● Adequação: pressupõe a análise de que os meios usados são
hábeis para alcançar os fins buscados e se esses fins são
constitucionais. Segundo Canotilho, trata-se de controlar a relação
de adequação medida-fim.
● Necessidade: se trata de quando o fim almejado não pode ser
cumprido, com a mesma intensidade, através de medida diversa
que atinja em menor potencial o direito fundamental em questão.
Isto é, se é necessário mesmo interferir naqueles direitos
fundamentais, sempre se opta pelo meio menos gravoso para se
cumprir aquele fim.
● Proporcionalidade em sentido estrito: ela verificar se o meio
utilizado é ou não proporcional ao fim almejado, ou seja, pesar as
desvantagens dos meios em relação às vantagens do fim, análise
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