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ARTIGO NAC

A AUTORA
Solange Puntel Mostafa
Universidade do Vale do Itajai -
UNIVALI, Santa Catarina.
E-tnail: solange@cehcom,univali.br

CITAÇÕESEPISTEMOL~GICAS
NO CAMPO DA
EDUCOMUNICAÇÃO~
Pesqui sri bi bliométrica aponta autores nacionais e interi~ticionnis
mais citados na coilstituiqiio cio campo da ccimunicaçãoJeducaç~o

ibliometria i5 uma irea de estu- da análise da produtividade da área


dos quantitativos da informação, de conhecimento: por que determinadas
inaugurada com o surgimento da 5reas do conhecimento usam canais de
LCiência da Informação, na déca- transferência de informação específicos?;
da de 60. E [ida por alguns como a base isso se constitui num padrão de compor-
intelectual da Ciência da Informação2. Isto tamento?; as literaturas de áreas específi-
porque, conforme nos elucida Persson, a cas do conhecimento obedecem a algum
ciência pode ser vista como uma rede padrão em termos de uso?; qual é o índice
cognitiva. 0s n6s da rede são cientistas e de obsolescência das ireas?; depois de
seus escritos. Os nós podem ser relacio- quanto tempo podemos dizer que a litera-
nados de várias maneiras para mapear Areas tura de determinada área envelhece?; há
do conhecimento. Esse mapeamento é formas de verificar isso?; isso se constitui
feito através em especificidade dessa área? como se
* da análise da produtividade de auto- comporta a literatura de outras áreas?
res: quais autores são mais produtivos em A Bibliometria interessa aos gestores
determinada área?, quais autores fazem dos sistemas de inforrnaç50, as agências
parte do núcleo de uma disciplina?; financiadoras de pesquisa científica e

I . A autora agradece a Rafacl Lopes Souza. graduando de Relações Piiblicas e bolsista PlBlC da Univali pela colcta de
dados c à Maria Ilelena Freitas pela parceria nas discussões bibliomCtricas.
2. PERSSOU, O. Tlic N~fellec!iinlhseaiadreserin.li fmiir ofJASIS 1986-1990. (Base de dados de intelectuaise pesquisa
do Jornal d:i Sociedade Americana dc CiCncia dri Informaçiio 1986-19%)) Journal o t ihe American S ~ i e t yfor
Inromatlnn k i e n c e (JASIS). v. 45, n. I, 1994. p. 3 1-38.
Citações epistemologicaç no campo da educomunicaçào

tecnológica, aos formuladores de politi- putador trouxe junto novamente o rádio e


cas científicas em geral e aos gestores de a televisão para o centro da cena naquilo
centros de pesquisa e de universidades. que vem sendo chamado de convergência
Aos bibliotecários interessa porque forne- digital. Agora, mais do que nunca, volta-
ce subsídios para adcquar coleções às ne- dos para ações formais e não formais de
cessidades dos usufirios. Explica uso de educação, como nas "emissoras de r;idio
literaturas específicas, padrões de uso e e TVs educativas, editoras e centros de
padrões de produção científica. material didático, nas instituições que ad-
Educomuniçação ou a comunicação ministram programas de educação a dis-
nos espaços educativos ou ainda comu- tância e oritríts"' .
nicação/educação é uma recente drea
acadêmica que estií nascendo como con- PERGUNTAS DA PESQUISil
sequência da revoluqão tecnológica.
Educadores terão que, a partir de agora, 1) Quais os autores nacionais e inter-
dominar não apenas os conteúdos das suas nacionais que constituem a Frente de Pes-
disciplinas mas também os novos meios de quisa na hrea da Educomunicação na re-
comunicá-los. A expressão "educomuni- vista Coilirir~iccrçc?o& Edircaçcio, editada
caçZo"Voi cunhada recentemente por pela ECAIPISP no periodo 1994-2001 ?
Kaplrrn' e tem como um dos principais 2) Há concentração de autores para que
objetivos a produç5o e o desenvolvimento possamos chamar de Frente de Pesquisa;
de ecossist~~rtos cornrnt iccrrivos. esses seriam os autores mais produtivos e
Por isso a educomunicaçZo um espa- influentes? Em outras palavras, a rirea j5
ço episternológico de intersecção entre a possui maturidade teórica para possibili-
educação e a comunicação social, abran- tar uma concentração de autores?
gendo areas como a educação para .a co- 3) Hrí concentração de autores oriun-
municação (estudos de audiência, teorias dos de uma das ireas, Comunicaç-ao ou
da recepção) e, mais recentemente, a me- Educação?
diação das tecnolo_oiasna educação. Isso 4) Seriam clássicos os autores mais in-
porque o computador (lêem-se redes fluentes na Area ou uma massa de jovens
telemdticas} veio recoloccir novamente os autores se enuncia, ampliando o colé,qio ili-
meios de ensino como tema de pesquisa. visível com a prolifemção dos congressos e
Alguns autores acreditam que 0 com- dos cursos de pós-pduagão no Brasil?
putador conseguiu recolocar a questão 5) Qual o impacto de autores intemacio-
porque nem o rádio nem a televisuo tinham nais nos trabalhos brasileiros?
tido a peneltraqão esperada na educação,
devido aos seus aspectos excessivamente As Ureas de intersecção cpistemológica
lúdicos e comerciais" 0 fato é que o com- sofrem por parte dos que a praticam e por

3. SOARES. Ismnr dc Otivcira. ~dtf~ot)riiiiicca~rio: ou n comunicnçk nos cspaços educativm. In: BICUDO, M. A. V.
FormaqHo do educador e avaliaqiio etlucacional. v.4. S i o Paulo: UNESR 1999. p. 1115- I 18.
4. SOARES. I S I I I Udc
~ OI~YCIT~I.E ( I J ~ ~ C < J I I...
~ Iop.
I J~ Ii t~. C ~ I ~ I ~ ~ :
... np. cir. p. 11.1.
5 . SOARES, I\m.ir dc 0lleeir:i. I.,'~lrrcoiriiiiir~'~~~~io:
Comunicação & Educação, Sãlo Paulo, (24): 15 a 28, maiolago.2002

parte dos que a avaliam toda sorte de di-


ficuldades classificatórias. Seja nas ta- Mapear a Educornunicnç~o,
belas de classificaçiio das agências de área nova no cei-iArioacadêinico
fomento (as famosas tabelas de Capes brasileiro, em temos de
e CNPq) seja nas tabelas tradicionais
de classificação decimal dos bibliote- recursos humanos (autores) e
cários. O fato é que as novas Areas não respectiva produção cien tifica,
se eircaixam. Por uma razão muito sim-
dando visibilidade ao campo
ples: elas não existiam antes. São de
fato áreas novas. O discurso da inter- científico, ajuda a aliviar o
disciplinaridade lançado na década d e parto da nova área no mapa das
60 por inspiração francesa de GusdorP
ganhou abrangencia mundial e conso-
ciEncf as sociais aplicridas.
lidou-se hoje como senso comum nas
universidades de todo o mundo. Mas o A análise de citações çomo parte dos
fato 6 que a interdisçiplinaridade não estudos bibliométricos na literatura da
precisa ser pensada apenas çomo dadi- Educomunicação compIementa, quiçá, os
vosa cooperação entre as Areas, inclu- trabalhos dos que vêm se dedicando à car-
sive porqu'e ela representa também a tografia da área.
ruptura entre as ríreas para a constitui-
ção dc novas ireas. Assim, os espaços
interdisçiplinares são espaços necessa-
riamente contraditórios (porque negam
os espaças originários anteriores) e re- A Bibliome!riacornportatrês leis basicas:
presentam, na sua fase inicial, indaga- " 1. A Lei de Bradford, que descreve a
ções g e r a i s i e s p e r a d e a p r o f u n - distribuição da literatura peri6dica numa
damentos e contornos até que se tornem Ares especifica; 2. a lei de Lotka, que des-
espaços disciplinares estabelecidos. creve a produtividade dos autores; e 3 . a
Aprofundamentos vão se dando na me- lei de Zipf, que descreve a frequEncia no
dida em que haja investimento atravds uso de palavras num determinado texto.
da formação de pesquisadores e seus A este grupo b5sico de leis agregam-se,
programas de doutorado, seja investi- posteriormente, outros estudos que, ape-
mento na produção editorial de revis- sar de ainda não serem considerados leis,
tas científicas do novo campo, ou atra- configuram o corpo das preocupações dos
vés da difusão de programas de ensino cientistas da informação, a saber: a) a Lei
graduado. Processos demorados porque de GotTman, que descreve a difusão da
envolvem formação de recursos huma- comunlcaçilo escrita como um processo
nos e de produção de conhecimento, epidêmico; b) a Frente de Pesquisa ou
processos mutuamente determinantes. Elitismo, que descreve de que modo uma

6. Vcr sobre o tcma: VEIGE NETO, Alfredo. h ordem das disciplinas. Pono Alcgrc: UFRGS. 1996. (Apresentaçiçàoda
tese de drbutoriimento) Dis~mnibilti:idoem:<http://onon.ufrgs.hrIf~ccd/aIFdddcfesa I.him.>
Citaçòes episternológicas no campo da educomunicerção

seleta pequena parte da literatura mais re- produto de potências fixas das variáveis é
cente está relacionada remota e aleatoria- constante: F(x).x elevado 3 n= constante.
mente a uma parte maior da li teratura mais Diz-se, portanto, que as relações
antiga; e c) a ObsolescênciaRJidamédia/ informacionais ou são de natureza
Idade da literatura que descreve a que- hiperbólica ou são de natureza Iogari-
da da validade ou utilidade de informa- tmica. A unia causa (insumo) que cresce
ções no decorrer do tempov7. de modo geométrico, corresponde u m
Como esclarece Urbizagastegui efeito (produto) que cresce de modo arit-
AlvaradoR, a Biologia tambdm desenvolve mético. São as mesmas leis do reflexo
uma sub5rea chamada biometria; a psicolo- encontradas na psicologia compor-
gia desenvolve a psicomehia; a economia, tamental. Ou no consumo de drogas: che-
econometria e a sociologia notabilizou-se ga a um ponto em que é necessurio mui-
pela sociornetria de Morenov, que deu Iu- to mais insumo para causar o mesmo efei-
gar a tantos estudos na década de 60. Com to. Regularidades conhecidas como lei
efeito, no çIAssico livro Fuiidariieitros de dos rendimentos decrescentes.
Ia Socioii~etria,Moreno já intuia a utili- Em exemplos, Price" encontrou no
dade das técnicas sociométricas para o evangelho de São Matheus ("a tode aque-
estudo das "citas" (as citaçfies). le que tem será dado em abundância, mas
A distribuição da informação entre as daquele que não tem, até o que tem ser5
revistas técnico-científicas é de tal ordem tirado") as premissas b5sicas dos proces-
que, para encontrarmos o mesmo número sos çumulativos da informação: o rico fica
de artigos relevantes, é preciso consultar mais rico; o pobre empobrece ainda mais.
um periódico da literatura-núcleo, cinco Urna forma sistematica de enunciar o
textos na literatura de domínio conexo e evangelho est5 em Le Coadic" :
25 das áreas mais periféricas, conforme "um artigo que j i foi citado numerosas
esclarece Le Coadicio. E o mesmo que vezes serh citado mais frequentementedo que
dizer que, lendo apenas os periódicos da um artigo que só receku poucas citações;
literatura-núcleo, já se terão encontrado * uma revista que é frequentemente con-
quase 40% dos artigos relevantes. sultada será mais regularmente consultu-
H9 formas mais matematizada5de dizer o da do que as que siio menos consultadas;
mesmo. Com efeito, a Ciência da Informa- um autor que jG publicou muitos arti-
ção explorou todas essas formas: distribui- gos publicará outros mais facilmente do
ções hiperbdlicas são distribuições em que o que quem não publicou tanto;

7. ALVARADO. Urhi7qSstegut A Rililioriierrin iin Rm.riI. Ci.lnT. Brasilia. v. 13. n. 2. 1984. p. 9 I.


8.ALVARADO. Urbizagbstcgui. A Biti!ionietrin ... op. cri. p. 9 1.
9.MORENO. I.L. Funtlamentosde Ia wciomctria. 2. FA. Bucnos Aircs: P~id6s,1972.
10. LE COADIC. Yves-l.raiiçois. A cicnria da Informaqio. Bresília: Briqricidc LcmodLivms. 1996.
1 I. PRICE, D.J.D.I,itlleScicnce, i4igScEcnw. (Pcquen~cihcia. gmnde riencia) New York: Çolumhra Univ. Preii. 1963.
Veja tamhém do mesnin autor os n5o rnciios famocos artigos Ncc.rii,orkof scrrnr$cpprrr. Science, 1965. p. 149-5 1 0 e
A ~critrn! ~ ~ r l ~ ~ ~ r c~ ~ ~t i~i n~~ ~~ ti n~~ l~ ~p r~nJASIS-
iliron' oJbililicii~tcrrich.t[IIMI tcictr ~ s .~ 1973. p. 1 3 - 134.
s f~27,
12. Se a Bihlirimetnanasceu nu Inplritcrriicom Dradford, que rcali7.o~o primeiro cstiido na dCcada de 4U. rendo Brmkcs
sido o inslts que na dçc:ida dc IX) rnosrmu Dradi'ord ao inundo. guasc quc inaugiirando a Bibliomeiria come Awu dc
csiudos, e encontrando nos EUA um terreno Fone cle crescimento por conta do prngmaiismo arncricano. a produção
franccsa na irca vcm sc rcvclando notAve1. AICm deste Iivtinho didAiico, publicado em portupuês, veja também o
endcreço do sitio & MarscilIcs: <hrtp://crm.univ-mrs.fr/vllm~rricts.t~~ml>
Comunicação & Educação, São Paulo, (241: 15 a 28, maio/ago. 2002

hli palavras que fazem parte da lin- obsolescência da literatura no texto de


guagem comum, enquanto outras são ra- 1974 Obsolesceitçc aiid chaitges i i t the
ramente utilizadas; use of liferatrtre ivirlr rime1? SmaI1 é
o milionário enriquece mais rápido do outro autor que desenvolveu os estudos
que o pobre"". d e citação e m Co-citarion i11 the
scieritific lilerature: a Iireasilre ef the
relatiotrslzip herweeii two d o c ~ ~ m e r i t s ' ~ .
Textos que se tornaram clássicos na Ii-
Hoje j i é difícil enumerar as "estre- teratura internacional.
las bibliométricas" devido, quiçá, ao Análise de Citações é um dos temas
mesmo fenômeno que a Bibliometria da Bibliometria mais populares depois
estuda, qual seja, o próprio crescimen- da Lei de Bradford: Estudo de citações
to da ciência. Uma rápida olhada nas da literatura produzida pelos profe.rso-
Conferências Internacionais de Bibli- res cio Iiistitlcto de Ciêricias Biológicas
ornetriaI4 revela uma proliferaçio de da UFMG17 ; Aiihlises hiblioiribricas Ila
autores do mundo todo, estudando os literattira de qrilnlica rio BrnsilI8; Se-
fenômenos bibliométricos. Mas nas dé- leção de periÓdico.7 çier~t.'ficos para a
cadas iniciais de 60 e 70 (um pouco de drea defirica. E assim por diante.
80) surgiram nomes que se notabiliza- Dois comentários:
ram pela originalidade das descobertas I ) Os temas bibliométricos passaram
q u e trouxeram. por certa vulgarízaçGo em fins da dd-
Assim, além do jií citado Derek de cada de 80 e agora na década de 90.
Sola Price, cujos livros foram traduzi- Vulgarização no sentido d e popula-
dos para o portugues - O desenvolvi- rização. Já não siio tão nobres para se-
rneiito da Ciêiicia e A çiêiicia desde a rem temas exclusivos de dissertações.
BabilOiiia - não se pode deixar de men- Por exemplo, Produção ~ i e r t r l f i c n ' ~é
cionar alguns autores em suas especia- um livro que reúne 20 pesquisas reali-
lidades bibliométricas. zadas em sala de aula por alunos de
Por exemplo, o nome d e Maurice Mestrado da PUC de Campinas. Nenhu-
Line e s t a r á para s e m p r e l i g a d o à m a das pesquisas se refere às leis

13. LE COADIC.Yvcs-Rancois. A ciência da Informacán. Brasília: Briquct dc L c m d i v r o s . 1996. p. 78.


hra
Ia. Consulic o i Iitikr hihliométricos na Inicnicf: ~ l i i i o ~ / l i ~ ~ w w . i ~ n i - h i ~ ~ c ~ c ~ ~ i ~ d ~ ~ ~ ~ ~vçr
l mU.wproli-
iblinmeitic
fcr~qáodos :iuiors ncsia dCc:ida dc 90.1:KEITAS. M. H. Oito ~iiiosrlct~<triri~fio~ni(c~(io. .l'ransinformaqíto. Campinas:
~niifcrsidadcCatdlica. v. 9. n. 3.1W7. Disptinihilizadoern:~h~ip:llwww.piiccanip.brI-hih~1dt~;~n~1n~~~~1~~.d01dlvol~n~l
su93,himl>
15. LINB. M. Obsoksceiiceniidciinrr~e.~ iir tlic rrrc of liternriire virl li ritiie. (Obsolcscência e mudança no iempo dc use
(!ri Iiteritura.) J. of Documenbtion, n. 30, 1974. p. 28.1-359.
ICi. SMALL. H . C(>-rirri!iriii itt rEie SL-ieiiii'c lircmtirrr: a iiienriirc oJtIic relarinitsliip Iwrii~~ett riimodnciiiiieii!s. (CO-
citaçzo na litemtiira científica: urna mcdidii de conexão entre dois dofumcnros) Joumal of the American .kiriety of
Information Science, n. 24, 1953. p. 265-769.
1 7. CARVALHO, M. L. Bowes dc. Ehticrlo rlc Nrnções da litemrrrrnprmirr~rinpelos pmf@.rsorrsdo Irtstirii!~de Citir-
cios Iltol(i~tcn.~ (IR UFMG. CiPncia da Informaqüo. R i e dc Isnciro. v. 5. n. 112. 1976. p. 77-42.
18, CARVALHO. Maria Manha dc. Aii~íirstsbililronic'rricnsdnIttemfrrmde qqrrirrircrr tio Bmsil. Ciência da Informa-
@o. Riedclanciro.v.4, n. 2. 1975. p. 119-14E.
19. WIITER, Genldina Porto (nrg.) Pmdução científica. Campinas: Átomo. 1907.
Citações epistemológicas no campo da educomunicação

bibliométricas sfricto settsrt. Não se usa que fez parecer rios cientistas de infor-
a expressão "bibliometria" em nenhu- mação slricfo serisli que a área estava
ma delas. Nem se est5 atr5s de saber se em franco descenso.
tais distribuições são do tipo biblio- A o contrario, h5 estrelas nascendo no
métricas. São uma espécie de versa0 da firmamenro. Mormente agora com as
Bibliometria. S5o anilises quantitativas novas tecnologias de cornunicaçiÍo e in-
da produção científica dos autores. formação, a Area ganha novo fôlego na
2) Diz-se que, no BrasiI, a área pas- chamada Tnforrnetria ou WebEometria3 .
sou por um recrudescimento ... Houve A doença da vaca louca, por exemplo,
muitas criticas h excessiva materna- foi estudada por processos biblio-
tização exigida na Bibliometria. Mas o métricos logo após a eclosão da crise
fato é que a área renasce e m outras na Europa, E com uma novidade: os
tematizações. Os trabalhos mais recen- processos bibl iornéttiços foram apl iça-
tes na década de 90 são assinados por dos aos grupos de discussão europeus
pesquisadores d e fora d a área d e da Internet sobre a "mad cow diseaseW2"
Biblioteconomia e Ciência da Informa- (doença da vaca louca).
ção, sejam cientistas sociais, sejam das
áreas duras ou biolhgicas.

Parece haver nos últimos anos u m Foram contabilisadas todas as 1.170


movimento de desterritorialização da citações (647 nacionais e 523 interna-
Ciência da Jnformação. Cientistas das cionais) publicadas e m 28 artigos in-
várias áreas do conhecimento estão es- ternacionais e 9 1 artigos nacionais dos
tudando suas literaturas específicas. As- 2 1 fascículos do periódico Coiituiticoçü~
sim é que O perfil da ciêiicia brasilei- & Educação2\ de 1994 a 200 1. Quando
raZoé um estudo de dois bioquimiços, o mesmo autor citante cita varias vezes
desenvolvido dentro de uma área de um mesmo trabalho, este é contado ape-
pesquisa da bioquímica da USP, çha- nas uma vez; quando as çi tações referem-
mada Edtrcaçiro, difusão e gcsrüo em se a trabalhos distintos do mesmo autor,
Biocié~icias;o programa de douto- este é contado tantas vezes quantas fo-
ramento de Psicologia da PUC de Cam- rem os seus trabalhos distintos. Conside-
pinas também tem uma linha d e pes- rou-se o autor citado, título do trabalho e
quisa intitulada Psicologia: ciêi~ciae as fontes bibliográficas nas quais os tra-
profissão,onde são desenvolvidos es- balhos citados foram publicados.
tudos de produção científica em Psico- Autocitações foram desprezadas para a
logia. Virios outros exemplos eviden- análise pois elas não representam o im-
ciam um certo deslocamento da área, o pacto de um trabalho sobre o outro.
20. MEIS, Lcopoldo, LETA,JacqueIine. O periil da çiPncia brasileira. Rio de Janciro: UERJ, 1996. 103p.
21. WORMELL,Ircnc. Onlitie ~rrircfriirgis likc .qoi(l-~vnrltialp.(Pesquisa online C como garimpar.) Paper pmsented at
the Online Infmailon Scandinavia '98. Exliibiiion and ConTerence. May 12-14, 1998. Slockhrilm Inirmstional Fairs.
2?. i3AK - I LAN. Judit Thc "mnrl criiv rIi.~e~isc ", rrsc~ieirieiwamtpf niid bililioiir~rricIc~ii:r. ( A doença da vaca louca.
grupos de drscussZri e nomds hihliomdtricas.),Scicntometrirs. v. 39 n.1. 1997.p. :29-55.
73.O csludo analisa a p:in ir da h!Iilioniciriaa rcvisi.~Crirnunicaq3a & FAucaciÍo. Sio Paulo: ÇCA-ECA-USPMdcr-
na - Scgmcnto. t9'>3-1oí)t. 2 1v.
Comunicação & Educação,São Paulo, (24): 15 a 28, maiolago.2002

Tab. I: Freqüência de citações por autoria nacional no periódico


Coinrrnicaçã~& Ed~ccaçãoPeríodo E 994-2001
C*" de 5% de Autor Autor Freq. Citações % Citaq30 Z de % de Cit.
I 0,22 BACCEGA M A 11 1,70 I ,JO
1 0.44 LEVY P 4 1.70 3.(H
3 066 ECO U
- - -
1,24 ' 4.33
4 0.HX UAUDRILLAKD I 0.93 5.16
5 1,IO MARCONDES FLHO C 0,93 6,18
h 132 ADORNO T IIORKFIEEMER M 5 0.77 h+9ti
- .-T,73 - ->-
- ,
7

7 154 CEFTEAU -
X 1.76 DELEUZE O.; 8.50
9 1.98 GIROUX I 0, 9.27
10 2-20 CIOBSBAWN E 5 11-77 ) 10.05
I1 2.42 MART~N-IBARBERO . " 0,;
12 2,M MOKIN E O.;
I3 2.86 VYGOTSkr ~h
.-.* 0,; lL,Jõ
I4 2.08 R A R I N P KOULOUMDJIAN M 4 0.62 IZ,BR
.-
I5 3 3 CANCLINI N 4 0,62 - 13.60
16 3.53 DEMO P 4 0.62 14.22
I7 3.74 FREIRE F 4 0,62 14.84
18 3.'>(1 GAUOITI M [).h2 15,4h
19 4.18 GONÇAL' J E S C W P 16.07
70 4.411 MXI'IFLA .KI'A MA'1-I 1 I).( Ih,69
21 4,62 NEM J P 0,f I7,31
27 4-84 OR07.CO G G 4 0.63 17.9 3
23 5,06 SOARES I o 4 0,62 IR55
24 5.18
25 5.50
.----.M.
ALTIIUSSER L
MYLE
3
3
0.46
046
19,Ol
19,47
26 5.72 BARROSA A M 3 0.463 10-94
27 5-94 BOURDIEU P 3 0.46 " -'20,40
78 6.16 RUAKQUE C 3 0.463 20.87
29 6.38 ' CITELLI A O 7 21.33
30 6.W CUNIIA M 0,461 11.79
- 22,215
31 6,82 - ' ' - ETSNER w -
-
0-46-
'- ' ' '

37 7.M I IAI31.:KMAS J 0.46 27-77


33 7,26 JAÇQUINOT G J 0-46 23.18
34 MACI !A I1 11.46 23.65
" +
35 MATEU 0.46 24.11' - - -
3h NOSFLL,' 0.46 24.57
37 a,ir RAMOS J M u 0,)' "c nr

R1RI:lKO S C
38 8.36
-- - 0.d + -
39 8.58 SABOYA A 0.1
4 0 #.RI1 SANTOS M 3 11.46 26-43
41 9,02 SAVIANI D 3 046 26.89
41 0.24 ALMEEIIA J 7 0.3 1 27.20
66 14-52 KAPL~NM -- 2 0,31 34.62 '

67 14.74 KENSKI V 7 0.3 I 34.93


o . ..
L..)
103 22.hh ZAMPROI 11
na 349 AUTC 15
Citações epistemológicaç no campo da educomunicaçào

municaçiio. São eles: André, Gatti, Mello,


Novoa, Kenski, Ribeiro e Cunha. Apenas
Analisando o grupo de autores com até Kenslu neste grupo liga-se mais diretumen-
três citações, percebe-se, pela comparação te ao campo da Educomunicação e Cunha
das colunas dos somatórios (Z; de 96 de acomoda-se melhor no primeiro grupo dos
Autor e C de % de Cit.), que esse grupo Fundamentos da EducaçIo.
concentra grande parte da produção cien-
tífica: 22,66 9% dos autores citados em
Coil~iuiiicuçâo & Enilcaçãu respondem por
Com relaq'~1030s autores
46,06 % da produção científica. oriundos cla Cornunicaç5o e que
6 muito diferente, porém, a aproxima- estão na frente de pesquisa do
çZo desses autores ao campo. Os autores
nacionais mais diretamente ligados ao cainpo da Educornuiiicar;50 a
campo da Educomunicação são: Baccega, 1 ideranqc?cle Raccega. Soares e
Soares e Citelli, oriundos da Comunica-
Citetlf pode ser çunsicleracla
@o.Os educadores presentes neste grupo
contribuem indiretamente para a çonsti- constilutivri do campo.
tuição do campo; salvo melhor juizo e com
exceção de Giroux, nenhum deles traba- Baccega coloca de forma original a
lha na intercessão episternol6gica da "edição" do mundo já no primeiro fascí-
educomunicação. São eles: Demo, Freire, culo da revista. E se tal, é preciso conhe-
Gadotti, Apple, NoselIa e Saviani. Com cer o processo de produção deste mundo
as devidas especificidades das contribui- enquanto uma nova edição. Ou uma edi-
ções, todos esses educadores trabalham ção em "permanente construçiio". Para tal,
com fundamentos da educação na busca chama a atenção dos dois pólos desta cons-
de uma pedagogia democrjtica e popular. trução: os meios de cornunicaçi?~e os re-
O nome de Vygotsky neste grupo demons- ceptores dos meios de çomunicação. Se
tra as preocupações do campo com a psi- há certa onipresença dos meios ('não dá
cologia da aprendizagem nos novos meios; mais pra segurar', diria o querido
esse conjunto de autores oriundos da Edu- Gonzaquinha" ...) os receptores também
cação ou da Psicologia da Aprendizagem estão em todo lugar. A recepçio implica
demonstra a abertura do campo para uma também urna construção.
boa interdisciplinaridade.O segundo grupo O segundo fascículo da revista vem
de autores com até duas citações concen- marcado por essa dinlética entendida, no
tra um con+juntode educadores que, outra quatto fascículo, como "mediações" que
vez, salvo melhor juizo, estão dando su- mais urde serão qualificadas como media-
porte teórico as questões da formação do ções da linguagem (fasciculo 15). E aqui
professor mas não diretamente na forma- reside o fulcro de interesse da autora: dois
ç50 do professor, dos novos meios de co- dos seus livros25citados referem-se h tin-

25. BACCEGA, Maria A. Palavra e discurso. História c l i i c r ~ i u rSão


~ . Paulo: Ática, 1995. . ComuniraqEíne
linguagem. Di~curroe citncia. S i 0 Paulo:Mdcrnn. t 998.
ComunicaçCro & Educação, São Paulo, (241: 15 a 28, maio/ago.2002

Euagem e ii complexa noção de discurso,


L
emissão elou recepção de mensagens
quiç5 um aprofundamento (linguístico) da (nas formas clássicas de mensagens e
no$& de ediçio. O fato de Baccepa ser canais ou nas formas mais modernas das
a editora da revista coloca-a na posi- teorias da recepção), Levy vai falar na
ção de apresentadora com 18 aparições rede de significações através do hiper-
assinadas, o que dá mais visibilidade texto, suportada por uma plataforma
ao seu nome. Cinco de seus editoriais1 cognitiva de mensagens, meios, recur-
apresentações têm, contudo, a força sos informacionais e jogos de linguagem
argumentntiva do artigo científico uma que configuram a nova forma de conhe-
vez que são citados como tal. E o caso cer. E portanto uma inovação em rela-
de Com uii icnção/Educaçíio e Trailsdis- ção hs teorizações realizadas no campo
cipli~taridade:as cainNtlios da Eiiigzia- da comunicação. E por isso, talvez o
86111;Recepção: iiova perspectiva iios autos tenha recebido tanta atenção dos
esrirdos cle comuriicação, Coniuiiica- autores de Comunicação & Edr~caçüo.
ção e crrlfirra, Coitlieci~lietiro,irifortita- É importante destacar a contribuição
çfio... e, Do rnuiido edifado & ediçiio de mais dois autores constituintes da
do niuiidn'? esse último com impacto área: Martín-Barbero, o espanhol co-
também para a própria autora que o re- lombiano, na sua compreensão que vai
toma em varias edições como na apre- dos meios 3s mediações (esse 6 o título
sentação do 2 1" fascículo. do seu livro mais citado peIos educomu-
Pierre Levy, o autor mais citado no nicadares brasileiros), é a referência
campo da Educomunicação, tem sido latino-americana mais importante do
apontado como o filósofo do ciberespaço. campo (entre os internacionais e soma-
Especialmente no primeiro livro As das as co-autorias, Martin-Barbero se
tecnologias da iriteligêricia texto que re- coloca como o autor 'latino-americano'
cebeu a maioria das citações de Coitiurii- mais citado entre os autores internacio-
caçiro & EducaçGo. E neste livro que o nais que escrevem em Cot~riiiricação&
autor coloca o hipertexto no centro da Educação). Uma espécie de contra-
teoria da comunicação, como metáfora ponta ao 'funcionalismo' de Pierre
da comunicaqão, passando a falar em Levy. Martin-Barbero enriquece a teo-
"teoria hipertextual da comunicação". Tal ria da recepção com o conceito de me-
inovação niio passou despercebida pelos diaçuo. Sua síntese faz parte das sínte-
autores brasileiros de Comrirticação di s e s da década de 80 q u e v i e r a m
Educação que passaram a revisitar seus relativizar o estruturalismo de uma es-
conceitos, como por exemplo o conceito cola de Frankfurt, por exemplo. Da
de "ecologia cognitiva", central na obra mesma forma que as leituras de Antô-
de Levy como plataforma da nova forma nio Gramsçi foram importantes, no Bra-
de conhecer. sil da mesma epoca, para relativizar o
Diferentemente dos autores da cornu- estruturalismo aIthusseriano na compre-
nicação que tematizam os planos da ensie da escola como aparelho ideoló-

26. Os arti.guscitadossão respectivamente.di revista Comuinlcaqãn & Fducaqãonúmeros: 15: 7-16 13: 7- 14: 5: 7-17:
1 1 : 7-t6: 1: 7-14+(N.Ed.)
Citações epistemológiccrs no campo da educomunica~~o

gico do Estado, Martín-Barbero foi a Marx, Engels, McLuhan, Morin, Pêcheux,


Gramsci para relativizar o estruturalis- Toffler e Williams. Esses autoreç são
mo da Escola de Frankfurt na compre- oriundos de diversas áreas das Ciências
ensão da indústria cultural como cam- Sociais em várias ternporalidades; são
po de mediações e lugar de contradi- oriundos da Comunicação, FiIosofia, His-
ções e de produção também de uma tória Psicologia da Aprendizagem, Socio-
nova ardem cuItura1. logia, Lingiiística. São analista5 da cultura
Babin escreve sobre as novas formas do seu tempo, por aqsim dizer, e por isso
de compreender no sentido de apontar constituem-se em embasamento para vários
as novidades das linguagens audio- campos em formação. Mas é inegivel que a
visuais. Sua contribuição é bem mais presença de alguns deles remete as Teorias
simples do que a de Levy ou Martin da Comunicação, como por exemplo Eco,
Barbero, aproximando-se mais de noç- McLuhan ou Mattelart, este último em His-
so senso comum em termos de apontar tríria das teorias da corn~iticuçr?o?~.
as cores e formas e sentimentos das lin- Desnecessário dizer que as centenas de
guagens audiovisuais. Babin relata suas autores que foram citados apenas uma vez
experiências na produção de linguagens também estão contribuindo para a forma-
audiovisuais, alertando-nos de suas çZo do campo. É possível que parte deles
especificidades: emoção, cores, formas, venha a receber mais citações nos próxi-
movimentos e ritmos. Dizendo-nos que mos anos, A formação de um campo de
eis a i uma nova cultura; é preciso estudos é lenta, pois a produção do conhe-
entende-Ia e avaliá-la com outros crité- cimento envolve o ritual de transmissão
rios, diferentes da cultura escrita e re- através de cursos e a produção do novo
flexiva. Posição bastante diferenciada da através de pesquisas, essa última etapa
de Levy que, ao falar da cultura infor- envolvendo o julgamento dos pares em
rnática como uma tecnologia da inteligên- bancas examinadoras. Ambos os proces-
cia, não estií de forma alguma descom- sos, ensino e pesquisa, estão ancorados em
plexificando as formas de conhecer. Ao processos de cornunicaçio científica e seu
passo que Babin desce direto do comple- erlios peculiar: teses, periódicos cientifi-
xo ao simples (da escrita ao som e imri- cos, comitês, bancas examinadoras, con-
gern), pontuando o ritmo e demais possi- gressos, citações e normas bibliográficas
bilidades das linguagens audiovisuais. e conselhos editoriais. É possível que
Arnbas as interpretações são importantes muitos autores citados apenas uma vez
no campo da Educomunicação. sejam autores inspiradores de novas príí-
Os autores clássicos que estão dando ticas para outros profissionais, os quais não
suporte teórico 5 nova 5rea são: Eco, se tornarao autores e por isso não sabere-
Baudrillard, Adorno, Certeau, Deleuze, mos o impacto dessa inspiração.
Hobsbawn, Mattelart, Althusser, Martin- Vejamos como citam os autores inter-
Barbero, Vygotsky, Bourdieu, Habermas, nacionais que escrevem em Coi~iiiizicaçr?o
Benjamin, Gardner, Ianni, Mafessoli, & Educaçcio:

77. MATTELART. Arrnand c Michele. Histhria dar Teorias de Comunicaqiln. 3. ed. 550 Paulo: Loyolri. 2 M .
Comunicação & Educaçdo, São Paulo, (24): 7 5 a 28, maio/ago.2002

Tabela 2: Freqüência de citações por autoria internacional no


per iodico Comunicação & E'd~cação
Períado 1994-2001

MAKTlN-BARBERO J
MATIFLAKrA

VYmSI- - -

LINVINGSTONE S

GONZALIX J

SCFIMUCLLR 11

WIl.I,EAMS R
ALFARO R M

FLIENZALIDAV H N

HOLMBBRG B
LIEBES T K A 2 7 E
MAFFESOLI M
MART~N-UARREROJ MS
McLUHA?" '
Citações epistemológicas no campo da educomunicaçào

A primeira constatação que surpreende Os educadores estão sendo solicitados no


na comparação entre os dois conjuntos de campo dos Fundamentos da Educaçao e
literatura é que Pierre Levy parece ser um na área de Fomaçição de Professores, mas
autor importante para o s educomu- nenhum nome novo (exceqão feita a Kenski)
nicadores brasileiros mas não para os au- oriundo da educaqão pode ser apontado
tores latino-americanos que escrevem em como consiitutivo da EducornunicaçUo. E
Corrtt4iiicação & Ed~tc~çüo. Levy n i o pa- possível que autores não identificados por
rece sequer fazer parte das preocupações terem recebido apenas uma citaçzo ou rnes-
latino-americanas que n5o devotam a ele mo os que não receberam citaçiío estejam
nenhuma citação. entre os novos fornuladores do campo, sen-
Considerando-se até três citações, os do que seus nomes ainda irio emergir num
autores comuns nos dois conjuntos são: futuro próximo.
Maritín-Barbero, Mattelart, Vygotsky,
Apple, Freire, Baudrillard, Eco e Soa-
res. Desses, Vypotsky, Apple e Freire O c m p o clii Educoillunicaç5ci
despontam como a abertura da área para visitri. assim, ris Teorias da
os aprofundamentos pedagógicos, fal- Crin1unicac;Go c dri Culitira. os
tando a visibilidade disto expressar-se
em citações a autores nacionais (jovens) Fundiiment~isdas Teor-ias
formuladores do novo campo (possivel- Pedri~ogicase a Form:içiío de
mente muitos autores que não foram ci- Pi-ofessoses, nurn erisriio ~ i ~ n i s
tados ou receberam apenas uma citação
estão entre os novos formuladores; os clo que necessário pura Ilinclar n
que receberam duas citações podem ser Teoria dri Edircomunicaçrio
identificados nas tabelas; compõem,
possivelmente, o conjunto dos novos
str.icro .wrrsrf.
formuladores do campo).
Dos autores brasileiros citados pelos Toda a análise realizada até agora refe-
colegas internacionais, apenas Soares e riu-se &s seçees de Artigos da revisiri Co-
Baccega estão na área de intercessão en- iiiirr~icnçfiod Ehccrção. O artigo cienti-
tre a Comunicação e a Educaçilo; os de- fico tem. dentre as suas especificidades, a
mais estio mais voltados para a 6re3 de referencia a outros autores. Há, porém, na
Comunicação (Marques de Mello, Fadul revista Coiiimiicnçfio & Edlrçnçfio uma
e Sodré). seção chamada 'Experiência', na qual pm-
Aqui também valem os mesmos co- fessores do ensino fundamental: e médio
rnentrírios já apontados para u produçiio relatam suas experiências em sala de aula
nacional: a área da Educomunicaçfio com os meios de comunicação. Assim, por
aguarda maior contribuição das teorias exemplo, h i relatos intitulados: Os i~ieios
pedagógicas na constituição do campo, de coinuriicaçc?o de iliassn tias aulns dr
neste conjunto particular de literatura ci- Histúria ou Arclas de crrliiicírio para
tada na revista Cotttrriiicaçfio& Edrca~lo. criariças, Exercícios coiii jori~nis,A I ~ i i i u . ~
Comunicução & Educação,São Paulo, (241: 15 a 28, rnaio/ago.2002

de scxfa série pi-odtizei~iIililn iei~isra,O e demais educomunicadores, mas n i o fo-


jorrial e crs rtoficicrsrias lirrlos Portrigrl- ram objeto de analise nesta pesquisa por
ês, e outras experiências que podem estar n i o conterem, os relatos de experiência, a
tendo bastante impacto entre professores obrigatoriedadeda citação a outros autores.

Padrão de Citações entre os Autores Nacionais e Internacionais


Revista Coinurt icaçzo & Edcciação

1998 3 I2 4 4 I 76 124 6 31
1 999 3 I5 4 5 1 77 70 5 18
2000 3 12 6 4 2 87 37 7 6
200 I 2 9 3 5 2 74 54 8 1R
Total 21 91 28 565 406
Media 4 1 6 14

O quridro aciina demonstra o padrão cIe faz com que a produção científica seja
ciiaç2o dos autores nacionais e internacio- mais voltacla paru a atualização profis-
nais: os autores nacionais citam em média sional, d e m a n d a n d o u m nível d e
seis traballios, enquanto os intcrnricionuis teorização diferente em relação aos pro-
ciiarn, etn média, quatorze trabiilhoc;. O cramas srricto sc.~isrlcomo mestrado ou
L

piidrilo de citação entre os brasileiros pode doutorrido. A liteixtura ciçntífica é sen-


ser retlexo da política editorial da Rçvista sível aos arranjos instiiucionuis socio-
e pelo fato de esta Revista pertencer a um culturais nos quais ela se desenvolve.
cuso de p6s-graduação Inro SC>II.VI~cm Ges- Por isso a revista científica é chamada
tão de Processos Comunicacionais, o que de espelho da ciência".

--
?R \'AL~?RIO. P.M. Espclho da rirnris :iv:iti,iqGo do proyr;iina wtori;il dc guhlic;ir;i~scm CiPiicia c Tccricilrigia d:i
T'INEP. Kio<lc Joiicim: 13rasíli;i. 1004.
Citações epistemológicas no campo da educomunicação

Resumo: O artigo tem por objetivo o eçtu- (Episternological quotations in Zhe field of
do bibliometrico da revista Comunicação educornrnunicaZion)
& Educação, de 1994 a 2001, perfazendo Abstract The article aims at performing a
21 volumes. O estudo bibliomktrico é uma brbliometric study of Cornunicaçiia & Educa-
Area da Ciencia da Informação e aponta ção, from 1994 to 2001, totaling 21 volumes.
os autores mais citados num campo cien- Bibliometric studies is an area of Information
tifico e de que forma esses autores, pro- Science and it brings up the most quoted a u t h o ~
venientes de áreas distintas, contribuem in a scientific field and how such authors, coming
para este campo. A autora faz levantamen- from distinçt areaç, contribute to such field.The
to dos autores mais citados em artigos author surveys the most quoted authors in the
nacionais e internacionais da revista, iden- magazine's national and international articles,
tificando suas area de origem e cornenran- identiíying their aneaç of origin and commenting
do as contribuiçóes da Comunicação, bem the mntributions Communiçations have made.
como aponta a falta de referencias auto- Furthermore, çhe points to the lack of authorial
rais na área da Educação. na formação do referentes in Education,especially in forming the
campo da Edricomunicaçáo. field of Educommunication.

Pafavras-chave:Educornunicaçáo, comuni- Key wordz Educommunication,mmmunicatiom'


cação/educação, Bibliornetria, Bibliografia, education, Bibliometry, Bibliography, scientific
campo cientifico, comunicação, autores field, communications, authorç

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