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III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014

COSMÉTICOS REGULADORES DA TRANSPIRAÇÃO


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GOUVEIA, Renata C . LEITE, Bruna A². KAKEYA Talita Y³, FARIA, Luciane G .
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Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP.
re.gouveia1@homail.com
2
Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP.
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Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP.
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Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. Disciplina de Cosmetologia.

Palavras-chave: Glândulas suporíparas. Transpiração. Antitranspirante. Desodorante.

Introdução
O suor é uma função fisiológica importante para o controle e a manutenção da temperatura
o
corporal em aproximadamente 37 C, além de manter a hidratação e a plastificação da camada córnea
(BENOHANIAN, 2001). A produção do suor ocorre através das glândulas sudoríparas écrinas, que
consiste de uma solução eletrolítica diluída que contém principalmente cloreto de sódio, potássio,
amônia e bicarbonato, além de substâncias orgânicas, como lactato e uréia, e apócrinas que contém,
além de água e cloreto de sódio, percentagens mais elevadas de proteínas, lipoproteínas e lipídeos
provenientes da desintegração do epitélio que servem de substrato ao crescimento bacteriano.
Conforme ilustra a figura 1, as glândulas écrinas são responsáveis pela sudorese, sendo mais
numerosas, menores e distribuídas por toda a superfície corporal. Por outro lado, as glândulas
apócrinas têm tamanho muito maior que as écrinas, encontram-se localizadas nas axilas, abdômen e
região púbica e estão relacionadas ao desenvolvimento sexual (HAUSNER, 1993). Devido ao seu
pequeno número, sabe-se que estas não contribuem na termorregulação (BENOHANIAN, 2001). Ao
serem secretados, tanto o suor écrino como o apócrino, são estéreis e inodoros. Os diferentes odores
do corpo formam-se, depois, na superfície cutânea pela ação das bactérias sobre o suor apócrino,
rico em substâncias orgânicas ideais para o crescimento bacteriano ((BARATA, 2003).

Figura 1: Camadas da pele com ênfase nas glândulas sudoríparas.

(FONTE: REVISTA PERSONALITE)

Objetivo
Este trabalho tem como objetivo apresentar as características fisiológicas do suor, além de
destacar a utilização de formulações cosméticas antitranspirantes e citar os principais ativos utilizados
para o controle da transpiração, bem como o mecanismo de ação dos mesmos.

Realização
III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014

Metodologia

O trabalho foi elaborado no período de agosto/14 a setembro/14, com base em pesquisas em


artigos científicos adquiridos em endereços eletrônicos específicos relacionados à cosmetologia,
como as bases de dados SCIELO, LILACS, PUBMED e BIREME, livros didáticos e de literatura
bibliográfica.

Discussão
Desodorantes são produtos aplicados topicamente, que atuam, inibindo o crescimento
microbiano na região de aplicação, ou mascarando as substâncias odoríferas presentes no suor
(HAUSNER, 1993). Um exemplo são as substâncias antissépticas, como o triclosan, bastante
empregado nesse tipo de produto. São constituídos por veículos (líquidos, sólidos, pastosos ou
fluídos) contendo bactericidas ou bacteriostáticos. São soluções hidroalcoólicas (etanol a 60%, álcool
isopropílico a 50% ou álcool propílico a 30-35%). Ao limitar o desenvolvimento das bactérias à
superfície da pele, estas não podem degradar os derivados proteicos do suor em aminas e amidas e,
portanto, pode-se evitar a formação do odor corporal (BARATA, 2003). O Triclosan (2,4,4’-tricloro-2’-
hidroxi-difenil-éter) é anti-septico e um poderoso agente antimicrobiano efetivo contra uma ampla
variedade de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas pela inibição de seu crescimento, sendo
desta forma, um agente bacteriostático muito utilizado em cosméticos, como por exemplo o caso do
desodorante. O Triclosan é muito hidrofilico, atravessa facilmente as membranas celulares e, uma vez
dentro da célula, o envenena uma enzima específica que a maioria das bactérias e a maioria dos
fungos necessita para sobreviver (CARREIRA, 2008 e BARATA, 2003). Os antitranspirantes ou
antiperspirantes tem a função de reduzir a transpiração. Atuam, limitando a quantidade de suor
liberado na superfície da pele, logo o mecanismo de ação pode envolver um decréscimo na produção
de suor em nível glandular, formação de um tampão no ducto, alteração na permeabilidade do ducto
aos fluidos, ou algumas das outras vias teóricas, envolvendo conceitos, como potencial
eletrofisiológico ao longo do ducto sudoríparo (WILKINSON; MOORE,1982). Contêm sais de alumínio
ou zircônio, capazes de contrair os poros e diminuir a produção das glândulas sudoríparas (ALVES et
al, 2006). Barata (2003) ressalta e complementa que essa redução tem que ser de forma que não
bloqueie toda a sudorização natural, os sais adstringentes têm essa função, são eles: alúmen,
taninos, sulfato de zinco. Essas substâncias adstringentes fazem a coagulação das proteínas em
solução, em pH bastante baixo. Os cloridratos ou cloridróxidos de alumínio surgiram para minimizar
os inconvenientes do cloreto de alumínio. Suas soluções apresentam pH mais próximo ao da pele e
provocam menos danos aos tecidos. Os complexos de cloridrato de alumínio e zircônio tamponados
são também mais eficazes e menos irritantes que o cloreto de alumínio. Os cloridrato de alumínio e
zircônio ativados, por sua vez, são ainda mais eficazes. Aos formuladores, mais uma vez, cabe a
consulta à RDC 211/05 para prever os limites e usos permitidos para cada ativo antitranspirante e,
eventualmente, os desodorantes (ALVES et al, 2006). Os produtos para controle da transpiração
apresentam-se nas formas de: barras sólidas (sabões), nos quais são incorporados antissépticos
(BARATA, 2003), as loções que podem ser aplicadas sob axilas, pés e mãos, devido à evaporação
esse produto deixa uma camada uniforme, cobrindo a região onde foi passada, os aerossóis são a
forma mais prática de aplicação, alguns garantem um ótimo sensorial de frescor (MARTINS, 2006). O
mecanismo de absorção através da pele está sujeito a fatores distintos, tais como: solubilidade do
ativo, formulação, concentração, tempo de exposição, condições fisiopatológicas da pele, entre outros
(CARREIRA, 2008). Os antitranspirantes são classificados como produtos de grau de risco 2. Os
produtos de grau 2 são aqueles que possuem indicações específicas, características que exigem
comprovação prévia de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições
de uso. As formulações dos desodorantes são destinadas a remover o odor das axilas, enquanto que
os antitranspirantes são usados para promoverem a redução da quantidade de suor produzido através
de mecanismos fisiológicos. A maioria dos antitranspirantes também funciona como desodorante, mas
nem todos os desodorantes agem como antitranspirantes (ANVISA, 2001).

Realização
III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014

Conclusão
Pode-se concluir que o suor é uma função fisiológica importante para o controle e a
o
manutenção da temperatura corporal em aproximadamente 37 C, além de manter a hidratação e a
plastificação da camada córnea. A habilidade de transpirar até 1,8 L, por hora, permitiu a adaptação
do ser humano a diferentes climas (BENOHANIAN, 2001).Produtos que controlam a transpiração
atuam por mecanismos diferentes. Os desodorantes neutralizam os efeitos da transpiração através
de ação bactericida, podendo citar o triclosan como um de seus principais ativos. Os antitranpirantes
agem de maneira diferente provocando a precipitação das proteínas, reduzindo a transpiração, os
ativos comumente utilizados são os sais de alumínio com propriedade adstrigente.

Referências bibliográficas
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Acesso em: 22 set. 2014.

CARREIRA, Francieli. DETERMINAÇÃO DE PARABENOS EM ANTITRANSPIRANTES


EMPREGANDO VOLTAMETRIA SOB ELETRODO DE DIAMANTE E CROMATOGRAFIA LÍQUIDA

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III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014

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Campinas, 2008. Disponível em: <http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000442047.pdf>.
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Revista Personalite. [Internet]. Pele, um ser sensitivo. Disponível em:


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VILLANOVA, Janaína Cecília Oliveira; SÁ, Vania Regina de. Excipientes: Guia Prático para
padronização - Formas farmacêuticas orais, sólidas e líquidas. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2009.
p.417.

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