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Nome do Município:
Vitória da Conquista
Unidade de Federação:
Bahia
Tema de Destaque:
Número de Habitantes:
262.494 habitantes
Fonte: Censo Demográfico IBGE 2000
Categoria:
Os assentamentos precários na cidade (distrito sede) situam-se mais distantes das áreas
melhor infraestruturadas e, alguns, em terrenos com altas declividades caracterizando
áreas de risco. Com a implantação do anel rodoviário da BR-116, em 2002, observou-se
uma aceleração da expansão urbana extra anel, com parcelamentos precários e segregação
urbanística ao lado de grandes vazios intra-anel, onde se dispõe de melhor infra-estrutura,
o que vem alimentando a especulação imobiliária e a produção de parcelamentos
regularizados, mas induzindo o esgarçamento da malha urbana para uma ocupação onde o
custo do solo é de mais baixo valor.
O Plano Diretor Urbano de Vitória da Conquista contou com o órgão gestor responsável
pelo planejamento territorial que foi a Secretaria Municipal de Planejamento e de
Expansão Econômica. A participação nas áreas rurais tiveram o apoio das Secretarias
Municipal de Assuntos Distritais e da Agricultura.
A documentação das atividades desenvolvidas para o plano diretor e das reuniões estão
registradas em 3 relatórios de andamento e 1 relatório final, além das atas e fotografias das
reuniões, seminários e debates realizados.
Descrição da Experiência:
3. O GEAP foi criado pelo Decreto Municipal no 11.278/03, integrado por 64 membros
entre representantes de órgãos públicos do Município, Estado e União e de 23 instituições
como associações de bairros, movimento popular, sindicatos, ONGs, universidade,
empresariado, profissionais liberais, conselhos, concessionárias de serviços públicos,
empresas telefônicas, igrejas, transportes, militares, Sebrae, Caixa, etc. O GEAP não teve
integrantes da empresa consultora.
Subgrupo 3: Sóciocultural; e
Nos Encontros Zonais, na área rural (ver foto no Anexo 5), as reuniões duravam um dia
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inteiro e eram abertas por um secretário da prefeitura que coordenava e explanava as
novas políticas sociais propostas pelo governo municipal; anúncio e a importância da
realização do Congresso da Cidade e a elaboração do plano diretor. Os participantes eram
divididos em 3 subgrupos, a saber: Plano Diretor, Saúde e OP. Para o plano diretor, pela
manhã era dada a palavra aos representantes de cada localidade, sob a coordenação do
secretário, que estimulava a participação pontuando as principais temáticas do plano,
ocasião em que os presentes relatavam os problemas de suas comunidades referentes a
infra-estrutura, equipamentos urbanos, serviços públicos, moradia, etc. Os estagiários da
consultora anotavam as demandas apresentadas num painel de papel à vista de todos para
posterior sistematização pelos técnicos da consultora, que se pronunciavam o mínimo
possível, permitindo maior tempo de participação da comunidade. A tarde, todos os
subgrupos participavam da plenária com apresentação dos resultados obtidos, sendo que,
no subgrupo do Plano Diretor, a relatoria era realizada por membro da consultora,
acordando-se o discutido (ver fotos no Anexo 5).
Essas reuniões possibilitaram aos técnicos da consultora obter uma visão que a população
tinha de sua localidade e do município naquele momento e, uma outra, de caráter
prospectiva para as proposições do plano. As informações e colocações dos moradores
permitiram caracterizar a construção de uma identidade local, o potencial a ser valorizado,
as características do uso e ocupação do solo da localidade e o que devia ser conservado,
modificado e, ou, acrescentado. Foram realizados 11 Encontros na sede municipal e 7 nos
distritos. Algumas dessas reuniões propunham as questões julgadas prioritárias pela
comunidade.
10. Em novembro de 2003, seqüenciando a etapa dos estudos e análises, foi realizado um
seminário para apreciação e deliberação da proposta inicial do planejamento estratégico
para o município formulada pela empresa consultora e que contou com a presença de 60
participantes, inclusive de titulares e membros do secretariado municipal, sendo presidido
pelo prefeito. Após a abertura do seminário o prefeito passou a coordenação para os
técnicos da consultora e tomou assento na platéia, de onde se pronunciou no período dos
debates, posicionando-se, por exemplo, quanto a implantação da Universidade Federal da
Bahia - UFBA na cidade, assim como, os demais presentes, inscritos informalmente, para
uso da palavra. Todo o conteúdo do período das reuniões e debates foi sistematizado e
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apresentado, posteriormente, em um relatório. Para a divulgação desse evento a consultora
produziu um folder informando dia e local da reunião e abordando aspectos de princípios
para o Plano Diretor de Vitória da Conquista; objetivos básicos, questões atuais e a
relação dos projetos e intervenções julgados com dimensão estratégica (Anexo 6) e com
referências para habitação e os processos de regularização dos assentamentos de interesse
social que já eram da temática da política habitacional municipal e que não suscitou
maiores conflitos nos debates em razão da recente realização do I Congresso de Habitação
Popular e a aprovação da lei da referida política que, inclusive, contou com colaboração
dos consultores do plano diretor. Um tema muito discutido referiu-se aos parâmetros dos
lotes e a proposta de densificação tendo em vista a maioria das ZEIS que estão localizadas
na área intra-anel (Anexo 7), surgindo posições discordantes dentro de uma visão elitista
de apropriação do solo urbano. Lideranças populares também questionaram o
dimensionamento de vias em assentamentos de baixa renda que dificultavam a circulação
de veículos implantados ao lado de parcelamentos de classe média, mas com padrões
viários mais generosos. Os técnicos da consultora expuseram os motivos desses aspectos
considerando os níveis de densidade, custo da terra e de obras públicas apesar de não
convencerem plenamente os interlocutores mas sendo reconhecidos por segmentos
empresarias como satisfatório e elogiável pela paciência com que as explicações foram
prestadas e de forma repetitivae esclarecedora pelos representantes da consultora. O lote
mínimo da sede municipal apresentado na minuta do Código de Ordenamento do Uso e
Ocupação do Solo e de Obras e Edificações foi de 250m2 e, para os povoados, de 125m2.
Num segundo dia do seminário foram organizados 2 grandes subgrupos para discussão do
pacto territorial, mecanismo do plano diretor para indicação das intervenções de caráter
imediato e de menor custo. A consultora disponibilizou cartografia da área urbana da sede
municipal e um roteiro itemizando os principais aspectos para orientar a discussão. Os
participantes localizavam as problemáticas e estabeleciam prioridades.
11. Em fevereiro de 2004 realizou-se o seminário final para analisar, discutir e aprovar o
relatório do Plano Diretor Urbano de Vitória da Conquista, realizada no auditório do
SENAC, na presença de 107 participantes, entre organizações da sociedade civil,
moradores, membros do GEAP e do OP, órgãos públicos, etc., com a presença do prefeito.
Após a apresentação da consultora sobre o conteúdo do plano diretor proposto, abriu-se o
debate, o que proporcionou a inclusão de aspectos levantados pelo plenário para integrar o
relatório final do plano diretor, discutindo-se temas como o novo campus da UFBA,
ampliação de limites do zoneamento proposto, aumento de parâmetros dos coeficientes de
aproveitamento, implementação e modelo de gestão do plano diretor, etc. No dia seguinte,
o GEAP realizou o III Encontro Técnico no mesmo local, diante da especificidade dos
temas e que contou com 33 participantes, basicamente pessoal técnico. Os participantes
foram divididos em dois subgrupos sendo um para aspectos de uso do solo e o outro sobre
o conteúdo do código de meio ambiente. Uma terceira reunião foi realizada uma semana
depois, no auditório do SENAC, com 90 presentes, sequenciada do IV Encontro Técnico
do GEAP, no dia seguinte, com a presença de 51 pessoas, aprofundando esses temas dada
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a sua complexidade e interesse despertado. No geral, os membros do GEAP foram os que
mais se destacaram no envolvimento das discussões em todo o processo de elaboração do
plano diretor, inclusive quanto a regularidade da presença nas reuniões e seminários.
•O Termo de Referência de um plano diretor não deve ser padronizado para todos os
municípios. Antes, deve-se conhecer a estrutura participativa da comunidade, por menor
que seja a sua população, para proposições do Plano de Mobilização das empresas
consultoras.
•O plano diretor participativo tem sido uma novidade na discussão dos problemas urbanos
com o Estatuto da Cidade requerendo maior esforço para envolvimento de mais
moradores nos seus debates, mesmo nas comunidades que já experimentam processos
participativos. Emergem temas e correlações nem sempre e claramente perceptíveis no
cotidiano. Passa-se a conhecer melhor o município e a(s) cidade(s). É uma nova
ferramenta de ação de médio e longo prazos. Os mecanismos para o controle social para a
implementação do plano devem estabelecer responsabilidades para todos os que estiverem
com delegação de mandato, tanto os da comunidade quanto os do poder público, pois a
conscientização para a cidadania é um exercício permanente. O plano diretor participativo
não termina com a sua aprovação e requer uma nova estruturação administrativa da
prefeitura. Necessário que cada secretaria atue com eficácia na implementação do plano e
haja vontade política para se dar a continuidade das ações de implementação que estão
previstas para os próximos 10 anos, para não criar desilusão na população. O Conselho de
Desenvolvimento Urbano deve promover a realização de oficinas de capacitação sobre o
plano diretor.
•A Prefeitura tem que estabelecer uma estratégia para a implementação do plano diretor e
ter uma equipe técnica fortalecida, capacitada e quantitativamente satisfatória para essa
implementação. A dificuldade de recursos é sempre apontada nos debates mas a
implementação de determinados instrumentos urbanísticos e jurídicos podem atenuar a
questão dos recursos financeiros.
•Os prazos para desenvolver o plano diretor – e sendo participativo - foi curto e há pouca
disponibilidade de tempo para uma maior presença das equipes técnicas das consultoras
estarem presentes no município. A maior parte das atividades foi realizada fora do
município, na cidade dos técnicos, o que precisa ser corrigido, para que se transfira
tecnologia e se preserve a memória das atividades dentro da própria prefeitura num
processo de capacitação técnica, necessário para a fase de implementação, mesmo com
uma eficiente estratégia participativa. O final dos trabalhos é uma etapa muito importante
com a elaboração da legislação, requerendo uma discussão mais detalhada com a equipe
local, para se evitar leis urbanísticas reproduzidas de outras e com inadequações para o
município em questão. Esta fase é de muita responsabilidade para o executivo municipal
que encaminha as leis para o legislativo aprovar e há forte componente político neste
aspecto, próprio do parlamento democrático, cujo fortalecimento para o plano diretor está
na proporção da qualidade da discussão das minutas das leis com a sociedade. A não
observação dessa fase pode ensejar apresentação de emendas na etapa de tramitação e
votação no legislativo, alterando o conteúdo e objetivos de determinados aspectos frente a
correlação de forças entre os interesses em disputa. Não basta concentrar a discussão só
nas estratégias de um plano, mas dar a mesma importância aos instrumentos legislativos.
•Como os técnicos das empresas consultoras nem sempre são do município onde são
realizados os estudos e têm pouca convivência com as problemáticas do mesmo, deve-se
incluir na metodologia da leitura técnica e comunitária a realização de uma excursão com
ônibus que possibilite a toda a equipe, juntamente com os técnicos da prefeitura, tomar
conhecimento local das questões mais emergentes do município, incluindo a visita aos
distritos e principais povoados.
Coordenação da Sistematização:
Colaborador(es) de sistematização:
Consultores autônomos
Valor(es) do contrato:
R$ 278.000,22
5) Alexandre Pereira
2) Secretaria de Planejamento
6) Construção civil
4) (77) 3427-2641
6) (77) 2101-6666
7) (77) 3424-8534
8) (77) 3272-0927
Fax: -
Email: 1) secom@pmvc.com.br
2) secom@pmvc.com.br
3) secom@pmvc.com.br
4) secom@pmvc.com.br
5) alexandrepereira@camaravc.com.br
6) –
7) secom@pmvc.com.br
8) cunhaarq@bol.com.br
Publicação(ões):
Artigo(s): -
Site(s): www.pmvc.com.br
Pessoa(s) Entrevistada(s):
1. José Geraldo dos Reis Santos
2. Aderbal de Castro Meira Filho
3. Márcia Cristina Rocha Pinheiro
4. Alexandre Pereira
5. Deusdete de Jesus Oliveira
6. Jacs Rangel
7. Paulo Cezar Lisboa Cerqueira
8. Antônio José Cunha Carvalho de Freitas.