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qT
ET
qF
Departamento de Estruturas
Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
2013
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 1
As caixas d’água podem ser elevadas e enterradas (cisternas), conforme figura 1. As caixas elevadas
geralmente ficam apoiadas em pilares da estrutura da edificação. As caixas enterradas devem ser
projetadas distante das fundações e desligadas da estrutura para evitar que algum recalque provoque
fissuras indesejáveis.
Caixa Elevada
Caixa Enterrada
TAMPA TAMPA
PAREDE 1
PAREDE 2
PAREDE 1
PAREDE 2
A FUNDO A
FUNDO
PAREDE 3 Corte AA
Corte AA PAREDE 3
TAMPA
TAMPA
PAREDE 1
PAREDE 1
PAREDE 2
PAREDE 2
ABERTURA
PAREDE 4 PAREDE 4
As tampas das caixas devem ter uma abertura (fig.1) com dimensões tais que permitam a passagem
de pessoas para a limpeza. Em todos os cantos, pode-se projetar uma mísula para evitar uma
concentração de tensões nestas regiões.
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 2
PAREDE 1 TAMPA
PAREDE 2
PAREDE 3
A A
FUNDO
Corte AA PAREDE 4
TAMPA TAMPA
PAREDE 1
PAREDE 2
PAREDE 3
PAREDE 5
Fig.2 – Caixa Enterrada com parede divisória
PAREDE 2
FUNDO
• Métodos dos Elementos Finitos – a caixa é modelada com elementos finitos de casca
• Métodos Aproximados – a caixa é calculada como quadros ou como lajes
Pelo Método Aproximado, dependendo da relação entre as dimensões da caixa (fig.4), elas podem
ser calculadas das seguintes maneiras:
A sobrecarga na tampa desta caixa não precisa ser muito grande, pois geralmente não atuam cargas
acidentais nesta laje. Se a caixa elevada estiver muito alta, é preciso também introduzir a ação do
vento (fig.5).
qT
vento
EA
qF
Como a caixa enterrada pode estar vazia ou cheia, o empuxo nas paredes pode atuar de fora para
dentro ou de dentro para fora. Quando a caixa estiver cheia, pode-se considerar apenas o empuxo de
água, pois pode acontecer uma escavação do terreno e o empuxo de terra pode não estar atuando.
Assim, é preciso considerar duas hipóteses de cálculo:
1ª Hipótese qT
VAZIA
NA NA
EA ET
qF + qSUB
2ª Hipótese qT
CHEIA
EA
qF
Fig.6 – Caixa enterrada vazia e caixa enterrada cheia sem terra
A reação do peso das paredes (kN/m2) é calculada dividindo-se o peso das paredes pela área da
base. A sobrecarga na tampa desta caixa enterrada pode ser grande, pois pode até passar um veículo
sobre a estrutura.
tampa 10
NA 50cm
parede
parede
190cm
1
590 cm
10 10
10
fundo
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 6
Nas caixas enterradas em uma região com lençol freático, é preciso verificar a flutuação para evitar
que a estrutura flutue. Para isso o coeficiente de flutuação γF deve ficar entre os seguintes valores:
1,0 ≤ γF = P/ F ≤ 1,2
P – peso da estrutura
F – resultante da subpressão = volume de água submerso x γA
O que deve ser feito quando o coeficiente γF for maior do que 1,2?
O que deve ser feito quando o coeficiente γF for menor do que 1,0 ?
L13 + L23
XMAX = q ----------------------- sendo q–carga atuante na parede no trecho considerado
12 ( L1 + L2)
Corte AA
q L2
L1
A A
DM
XMAX
A figura 9 mostra o detalhamento das armaduras principais das paredes deste caso.
Fig. 9– Detalhe das armaduras das paredes da caixa com paredes altas elevada cheia
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 8
As lajes da tampa e do fundo são calculadas como lajes armadas em 2 direções (fig. 10), sendo que
os momentos fletores são obtidos pelas tabelas de lajes de CZERNY (1974). O tipo de apoio das
lajes pode ser determinado pelo critério das rotações.
TAMPA FUNDO
Desafio 3
Determine os momentos fletores na caixa d’água elevada e calcule as armaduras correspondentes.
espessura das paredes e lajes = 12cm
Concreto C20 aço CA-50
Corte AA
2m
A A 6m
2m
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 9
1ª Hipótese
VAZIA
DM
XMAX
A figura 12 mostra o detalhamento das armaduras principais das paredes deste caso.
Fig. 12– Detalhe das armaduras das paredes da caixa alta enterrada vazia
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 10
2ª Hipótese
CHEIA
Corte AA
q L2
L1
A A
DM
XMAX
A figura 14 mostra o detalhamento das armaduras principais das paredes deste caso.
Fig. 14– Detalhe das armaduras das paredes da caixa alta enterrada cheia
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 11
As lajes da tampa e do fundo são calculadas como lajes armadas em 2 direções (fig. 15). O tipo de
apoio também pode ser determinado pelo critério das rotações.
As figuras 17, 18 e 19 mostram os carregamentos dos quadros fechados de uma caixa comprida
para caixa elevada e enterrada. Nestes casos, é preciso calcular os momentos fletores nos cantos do
quadro por um programa de computador ou por fórmulas dadas por CUNHA e SOUZA (1998) para
traçar o diagrama de momentos.
qT
EA
qF
qF
Fig. 18 - Carregamentos na caixa comprida enterrada vazia
2ª Hipótese
CHEIA
EA
qF
Fig. 19 - Carregamentos na caixa comprida enterrada cheia
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 13
DM
EA
qF
1ª Hipótese
VAZI0
DM
qF
Fig. 22– Reservatório aberto comprido enterrado vazio e o diagrama de momentos fletores
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 14
2ª Hipótese
CHEIO DM
EA
qF
4m
m
6m
m
4m
m
6m
m
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 15
Nesta caixa, não há uma dimensão muito maior do que as demais e as paredes, as lajes do fundo e
da tampa são calculadas como lajes armadas em duas direções (fig.24).
Os tipos de apoios das lajes são determinados pelo critério das rotações. Se houver lados vizinhos
das lajes engastados haverá dois momentos nos bordos vizinhos. Neste caso, pode-se considerar a
média dos momentos ou 0,8 do momento máximo para o cálculo das armaduras.
Desafio 6
Determine os momentos fletores da caixa d’água enterrada da figura, que possui uma base
quadrada 6m x 6m. Calcule as armaduras correspondentes.
espessura das paredes = 10cm concreto C30 aço CA-50
sobrecarga na tampa = 3 kN/m2 água γa = 10 kN/m3
solo γT = 18 kN/m3 k1 = 0,5
TAMPA
PAREDE 1
PAREDE 2
4m
FUNDO
6m
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 16
Nesta caixa, a tampa e o fundo são armadas em duas direções e as paredes em uma direção vertical
(fig.25).
Nos reservatórios abertos e piscinas, o fundo é armado em duas direções e as paredes em uma
direção vertical (fig.26).
Neste caso de paredes baixas, as paredes devem se calculadas como engastadas na base e livre no
topo (fig.27).
Fig. 27 – Modelo para as paredes dos reservatórios abertos e piscinas com paredes baixas
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 17
M T
T
R
M
Se as forças de tração T estiverem no lado interno do canto, as armaduras devem ser dobradas em
forma de gancho e ancoradas no lado comprimido pois a resultante R das forças de tração não tem
como ser contida pela estrutura (fig.29).
M
T
R T
M
≥ lY / 4
≥ lX / 4
Fig. 30 - Dimensões limites para aberturas de lajes com dispensa de verificação
No caso das tampas com aberturas pequenas, as armaduras de reforço são colocadas em função da
armadura existente no trecho da abertura, colocando-se metade das armaduras de um lado da
abertura e metade do outro lado (fig.31).
pT = qT + ppar + pA + pF
qT carga na tampa
pPar peso das paredes / área da base
pA peso de água
pF peso da laje do fundo qT
pA + pF
pT
Fig. 32 - Carregamento para a verificação da tensão no solo
Assim, esta reação do terreno deve ser menor do que a pressão admissível do solo padm :
pT ≤ padm
qT
pPar
qF
CASO 1 CORTE AA
A A
CASO 2
A A
CORTE AA
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 21
CORTE AA
CASO 3
A A
CASO 4
A
A
CORTE AA
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 22
CASO 5
A
A
CORTE AA
Caixas d`água, Reservatórios e Piscinas - Prof. Henrique Longo pág. 23
Bibliografia
CUNHA, A.J.P., SOUZA,V.C., "Lajes de Concreto Armado e Concreto Protendido”, 2ª edição.
1998, Ed. UFF.
CZERNY, F. – “Tabelas para Lajes Retangulares” – Beton Kalender, 1974, Verlag Von Wilhelm
Ernst e Sohn