Você está na página 1de 36

Fevereiro de 2004

INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 2

ÍNDICE

1 - ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE INSTRUMENTAÇÃO .......................................................... 04


1.1 - Histórico ................................................................................................................................. 04
1.2 - Terminologia .......................................................................................................................... 05
1.2.1 - Faixa de Medida (range) .............................................................................................. 05
1.2.2 - Alcance (span) ............................................................................................................. 05
1.2.3 - Erro .............................................................................................................................. 05
1.2.4 - Exatidão ....................................................................................................................... 05
1.2.5 - Rangeabilidade (largura de faixa) ................................................................................. 05
1.2.6 - Zona Morta .................................................................................................................. 05
1.2.7 - Sensibilidade ................................................................................................................ 05
1.2.8 - Histerese ...................................................................................................................... 05
1.2.9 - Repetibilidade .............................................................................................................. 06
1.2.10 - Funções dos Instrumentos .......................................................................................... 06
1.3 - Principais Sistemas de Medição .............................................................................................. 07
1.4 - Telemetria ............................................................................................................................... 07
1.4.1 - Transmissores .............................................................................................................. 07
1.4.1.1 - Transmissão Pneumática ................................................................................ 07
1.4.1.2 - Transmissão Eletrônica .................................................................................. 08
1.4.1.3 - Protocolo HART ............................................................................................ 08
1.4.1.4 - Fieldbus ......................................................................................................... 08
2 - PRESSÃO ....................................................................................................................................... 09
2.1 - Conceitos Fundamentais ......................................................................................................... 09
2.1.1 - Pressão Atmosférica ..................................................................................................... 09
2.1.2 - Pressão Relativa ........................................................................................................... 09
2.1.3 - Pressão Absoluta .......................................................................................................... 09
2.1.4 - Pressão Negativa ou Vácuo .......................................................................................... 09
2.1.5 - Pressão Diferencial ...................................................................................................... 09
2.1.6 - Pressão Estática ........................................................................................................... 09
2.1.7 - Pressão Dinâmica ou Cinética ...................................................................................... 10
2.2 - Medição de Pressão ................................................................................................................. 10
2.2.1 - Unidades de Pressão ..................................................................................................... 10
2.2.2 - Dispositivos para medição de pressão .......................................................................... 10
2.2.3 - Tipos de elementos sensíveis ........................................................................................ 10
2.2.4 - Sensores de Pressão com princípios elétricos ............................................................... 12
3 - SENSORES DE TEMPERATURA (TERMO-SENSORES) ............................................................ 14
3.1 - Termo-sensor por ação bimetálica ........................................................................................... 14
3.1.1 - Funcionamento ............................................................................................................ 14
3.2 - Termo-sensor por variação de resistência ................................................................................ 15
3.3 - Termostatos ............................................................................................................................ 15
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 3

4 - MEDIÇÃO DE TEMPERATURA .................................................................................................. 17


4.1 - Termopar ................................................................................................................................ 17
4.1.1 - Funcionamento ............................................................................................................ 17
4.1.2 - Condutor de compensação ............................................................................................ 18
4.1.3 - Polaridade .................................................................................................................... 19
4.2 - Termômetro de resistência ...................................................................................................... 19
5 - SENSORES DE PROXIMIDADE .................................................................................................... 21
5.1 - Sensores de proximidade Indutivos ......................................................................................... 21
5.1.1 - Funcionamento ............................................................................................................. 21
5.1.2 - forma de montagem ..................................................................................................... 22
5.1.3 - Alimentação elétrica .................................................................................................... 22
5.1.4 - Distância de acionamento ............................................................................................. 23
5.1.5 - Tempo de acionamento ................................................................................................ 23
5.1.6 - Capacidade de corrente ................................................................................................ 23
5.1.7 - Ligação dos sensores de proximidade indutivos ........................................................... 23
5.2 - Sensores de proximidade Capacitivos ...................................................................................... 24
5.2.1 - Ligação dos sensores de proximidade capacitivos ........................................................ 25
5.3 - Sensores de proximidade Fotoelétricos .................................................................................... 25
5.4 - Sensores de Ultra-som ............................................................................................................. 26
5.4.1 - Damping ...................................................................................................................... 26
5.4.2 - Sensores Ultra-sônicos ................................................................................................. 27
5.4.3 - Características .............................................................................................................. 27
6 - SENSOR DE VELOCIDADE ......................................................................................................... 28
6.1 - Tipos de sensores de posição e velocidade .............................................................................. 28
6.1.1 - Lineares resistivos indutivos ........................................................................................ 28
6.1.2 - Lineares ópticos ........................................................................................................... 28
6.1.3 - Rotativos resistivos e indutivos .................................................................................... 28
6.1.4 - Rotativos magnéticos de efeito Hall e tipo Resolver ..................................................... 29
6.1.5 - Rotativos ópticos .......................................................................................................... 29
7 - ELEMENTO FINAL DE CONTROLE ........................................................................................... 30
7.1 - Válvula de Controle (Atuadores) ............................................................................................. 30
7.1.1 - Atuadores Pneumáticos ................................................................................................ 30
7.1.2 - Atuadores Mecânicos ................................................................................................... 31
7.1.3 - Atuadores Elétricos ...................................................................................................... 31
7.1.4 - Atuadores Hidráulicos .................................................................................................. 31
8 - CONTROLE DE PROCESSO ......................................................................................................... 32
8.1 - Conceitos Básicos de controles de Processos ........................................................................... 32
8.2 - Características de Processos .................................................................................................... 32
8.2.1 - Malhas de Controle Abertas ......................................................................................... 32
8.2.2 - Malhas de Controle Fechadas ....................................................................................... 33
8.2.3 - Modos de Controle ....................................................................................................... 33
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 4

1 - ASPECTOS GERAIS DA ÁREA DE INSTRUMENTAÇÃO

1.1 - Histórico

Os processos industriais exigem controle na em dois tipos: processos contínuos e processos


fabricação de seus produtos. Estes processos são descontínuos. Em ambos os tipos, devem-se
muito variados e abrangem muitos tipos de manter as variáveis próximas aos valores
produtos, como, por exemplo, a fabricação dos desejados.
derivados do petróleo, produtos alimentícios, a O sistema de controle que permite fazer isto
indústria de papel e celulose, etc. define-se como aquele que compara o valor da
Em todos estes processos é absolutamente variável do processo com o valor desejado e toma
necessário controlar e manter constantes algumas uma atitude de correção de acordo com o desvio
variáveis, tais como: pressão, vazão, temperatura, existente sem a intervenção do operador.
nível, pH, condutividade, velocidade, umidade, Para que se possa fazer esta comparação e
etc. Os instrumentos de medição e controle conseqüentemente a correção, é necessário que se
permitem manter constantes as variáveis do tenha uma unidade de medida, uma unidade de
processo, objetivando a melhoria em qualidade, o controle e um elemento final de controle no
aumento em quantidade do produto e a segurança. processo.
No princípio da era industrial, o operário
atingia os objetivos citados através de controle
manual destas variáveis, utilizando somente
instrumentos simples (manômetro, termômetro,
válvulas manuais, etc.) e isto era suficiente,
porque os processos eram simples. Com o passar
do tempo, estes foram se complicando, exigindo Malha de controle fechada.
um aumento da automação nos processos
industriais, através dos instrumentos de medição e Este conjunto de unidades forma uma malha
controle. Enquanto isso, os operadores iam se de controle, que pode ser aberta ou fechada. Na
liberando de sua atuação física direta no processo figura acima vemos uma malha fechada e na
e, ao mesmo tempo, ocorria a centralização das figura a seguir vemos uma malha de controle
variáveis em uma única sala. aberta.
Devido à centralização das variáveis do
processo, podemos fabricar produtos que seriam
impossíveis através do controle manual. Mas, para
atingir o nível que estamos hoje, os sistemas de
controle sofreram grandes transformações
tecnológicas, como: controle manual, controle
mecânico e hidráulico, controle pneumático,
controle elétrico, controle eletrônico e atualmente Malha de controle aberta.
controle digital.
Os processos industriais podem dividir-se

1.2 - Terminologia
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 5

Os instrumentos de controle empregados na maneiras:


indústria de processos (química, siderúrgica, - Percentual do Fundo de Escala (% do F.E.)
papel, etc.) têm sua própria terminologia. Os - Percentual do Span (% do span)
termos utilizados definem as características - Percentual do Valor Lido (% do V.L.)
próprias de medida e controle dos diversos Exemplo: Para um sensor de temperatura com
instrumentos: indicadores, registradores, range de 50 a 250 °C e valor medido 100°C,
controladores, transmissores e válvulas de determine o intervalo provável do valor real para
controle. as seguintes condições :
A terminologia empregada é unificada entre
os fabricantes, os usuários e os organismos que • Exatidão 1 % do Fundo de Escala
intervêm diretamente ou indiretamente no campo Valor real = 100 °C ± (0,01x 250)= 100 °C ± 2,5 °C
da instrumentação industrial. • Exatidão 1 % do Span
Valor real = 100°C±(0,01x200)=100°C ±2,0°C
1.2.1 - Faixa de Medida (range) • Exatidão 1 % do Valor Lido (instantâneo)
Conjunto de valores da variável medida que Valor real = 100°C ±(0,01xl00)=100°C ±1,0°C
estão compreendidos dentro do limite superior e
inferior da capacidade de medida ou de 1.2.5 - Rangeabilidade (largura de faixa)
transmissão do instrumento. Expressa-se É a relação entre o valor máximo e o valor
determinando os valores extremos. mínimo, lidos com a mesma exatidão na escala de
Exemplos: 100 a 500 m3 um instrumento.
0 a 20 psi Exemplo: Para um sensor de vazão cuja escala é 0
a 300 GPM (galões por minuto), com exatidão de
1.2.2 - Alcance (span) 1% do span e rangeabilidade 10:1, a exatidão será
É a diferença algébrica entre o valor respeitada entre 30 e 300 GPM.
superior e inferior da faixa de medida do
instrumento. 1.2.6 - Zona Morta
Exemplo: Um instrumento com range de 100 a É a máxima variação que a variável pode ter
500 m3, seu span é de 400 m3. sem que provoque alteração na indicação ou sinal
de saída de um instrumento.
1.2.3 - Erro Exemplo: Um instrumento com range de 0 a
É a diferença entre o valor lido ou 200°C e com uma zona morta de:
transmitido pelo instrumento em relação ao valor 0,1% = 0,1 x (200/100) = ± 0,2° C
real da variável medida. Se tivermos o processo
em regime permanente, chamaremos de erro 1.2.7 - Sensibilidade
estático que poderá ser positivo ou negativo, É a mínima variação que a variável pode ter,
dependendo da indicação do instrumento o qual provocando alteração na indicação ou sinal de
poderá estar indicando a mais ou menos. saída de um instrumento.
Quando tivermos a variável alterando seu
valor ao longo do tempo, teremos um atraso na Exemplo: Um instrumento com range de 0 a
transferência de energia do meio para o medidor. 500°C e com uma sensibilidade de 0,05 % terá
O valor medido estará geralmente atrasado em valor de: 0,05% = 500/100 = ± 0,25 °C
relação ao valor real da variável. Esta diferença
entre o valor real e o valor medido é chamada de 1.2.8 - Histerese
erro dinâmico. É o erro máximo apresentado por um
instrumento para um mesmo valor em qualquer
1.2.4 - Exatidão ponto da faixa de trabalho, quando a variável
Podemos definir como sendo a aptidão de percorre toda a escala nos sentidos ascendente e
um instrumento de medição para dar respostas descendente.
próximas a um valor verdadeiro. Expressa-se em porcentagem do span do
A exatidão pode ser descrita de três instrumento. Deve-se destacar que a expressão
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 6

zona morta está incluída na histerese. informações na forma de uma ou mais


quantidades físicas, modifica, caso necessário,
Exemplo: Num instrumento com range de -50 °C
estas informações e fornece um sinal de saída
a 100 °C, sendo sua histerese de ± 0,3 %, o erro
resultante. Dependendo da aplicação, o
será 0,3 % de 150 °C = ± 0,45 °C.
transdutor pode ser um elemento primário, um
transmissor ou outro dispositivo. O conversor é
1.2.9 - Repetibilidade
um tipo de transdutor que trabalha apenas com
É a máxima diferença entre diversas sinais de entrada e saída padronizados.
medidas de um mesmo valor da variável,
adotando sempre o mesmo sentido de variação.
Expressa-se em porcentagem do span do
instrumento. O termo repetibilidade não inclui a
histerese.

1.2.10 - Funções de Instrumentos


Podemos denominar os instrumentos e
dispositivos utilizados em instrumentação de
acordo com a função que desempenham no
processo. e) Controlador: Instrumento que compara a
a) Indicador: Instrumento que variável controlada com um valor desejado e
dispõe de um ponteiro e de uma fornece um sinal de saída a fim de manter a
escala graduada na qual variável controlada em um valor específico ou
podemos ler o valor da variável. entre valores determinados. A variável pode ser
Existem também indicadores medida, diretamente pelo controlador ou
digitais que mostram a variável indiretamente através do sinal de um
em forma numérica com dígitos transmissor ou transdutor.
ou barras gráficas.
b) Registrador: Instrumento que
registra a(s) variável(eis) através de
um traço contínuo ou pontos em um
gráfico.
c) Transmissor: Instrumento que
determina o valor de uma variável no processo
através de um elemento primário, tendo o
mesmo sinal de saída (pneumático ou f) Elemento Final de Controle: Instrumento que
eletrônico) cujo valor varia apenas em função modifica diretamente o valor da variável
da variável do processo. manipulada de uma malha de controle.

d) Transdutor: Instrumento que recebe


INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 7

Além das denominações acima, podem ser


classificados em instrumentos de painel, campo, à
prova de explosão, poeira, líquido, etc.
Combinações dessas classificações são efetuadas
formando instrumentos conforme as necessidades.

1.3 - Principais Sistemas de Medida


Os sistemas podem ser classificados quanto como unidades fundamentais o centímetro, o
à natureza de suas unidades fundamentais, quanto grama e o segundo (C.G.S.).
ao valor dessas unidades e também quanto às c - Sistema Industrial Francês: Tem como
relações escolhidas na determinação dos unidades fundamentais o metro, a tonelada e o
derivados. segundo (M.T.S.), definidas em função do sistema
Os principais sistemas são: métrico decimal.
a - Sistema Métrico Decimal: Tem como d - Sistema Inglês: Tem como unidades
unidades fundamentais o metro, o quilograma e o fundamentais o pé (foot), a libra (Pound) e o
segundo (M.K.S.). segundo (second).
b - Sistema Físico ou Cegesimal: Tem

1.4 - Telemetria
Chamamos de telemetria a técnica de trabalho.
transportar medições obtidas no processo a - Cresce, consideravelmente, a utilidade e a
distância, em função de um instrumento eficiência dos instrumentos face às possibilidades
transmissor. de pronta consulta, manutenção e inspeção, em
A transmissão a distância dos valores situação mais acessível, mais protegida e mais
medidos está tão intimamente relacionada com os confortável.
processos contínuos, que a necessidade e as
vantagens da aplicação da telemetria e do 1.4.1 - Transmissores
processamento contínuo se entrelaçam. Os transmissores são instrumentos que
Um dos fatores que se destacam na medem uma variável do processo e a transmitem,
utilização da telemetria é a possibilidade de a distância, a um instrumento receptor, indicador,
centralizar instrumentos e controles de um registrador, controlador ou a uma combinação
determinado processo em painéis de controle ou destes.
em uma sala de controle.
Existem vários tipos de sinais de
Teremos, a partir daqui, inúmeras vantagens transmissão: pneumáticos, elétricos, hidráulicos e
as quais não são difíceis de imaginar:
eletrônicos.
- Os instrumentos agrupados podem ser
consultados mais facilmente e rapidamente, 1.4.1.1 - Transmissão pneumática - em geral, os
possibilitando à operação uma visão conjunta do transmissores pneumáticos geram um sinal
desempenho da unidade. pneumático variável, linear, de 3 a 15 psi (libras
- Podemos reduzir o número de operadores força por polegada ao quadrado) para uma faixa
com simultâneo aumento da eficiência do de medidas de 0 a 100 % da variável. Esta faixa
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 8

de transmissão foi adotada pela SAMA (Scientific O "zero vivo" utilizado, quando adotamos o
Apparatur Makers Association), Associação de valor mínimo de 4 mA, oferece a vantagem
Fabricantes de Instrumentos, e pela maioria dos também de podermos detectar uma avaria
fabricantes de transmissores e controladores dos (rompimento dos fios), que provoca a queda do
Estados Unidos. Podemos, entretanto, encontrar sinal, quando ele está em seu valor mínimo.
transmissores com outras faixas de sinais de
1.4.1.3 - Protocolo HART (Highway Adress
transmissão. Por exemplo: de 20 a 100 kPa. Remoto Transducer) - é um sistema que
Nos países que utilizam o sistema métrico combina o padrão 4 a 20 mA com a comunicação
decimal, utilizam-se as faixas de 0,2 a 1 kgf/cm2 digital. É um sistema a dois fios com taxa de
que equivalem, aproximadamente, de 3 a 15 psi.
comunicação de 1200 bits/s (BPS) e modulação
O alcance do sinal no sistema métrico é, FSK (Frequency Shift Keying). O Hart é baseado
aproximadamente, 5 % menor que o sinal de 3 a no sistema mestre escravo, permitindo a existência
15 psi. Este é um dos motivos pelos quais de dois mestres na rede simultaneamente.
devemos calibrar os instrumentos de uma malha As vantagens do protocolo Hart são as
(transmissor, controlador, elemento final de
seguintes:
controle, etc.) sempre utilizando uma mesma - Usa o mesmo par de cabos para o 4 a 20
norma. mA e para a comunicação digital.
Note que o valor mínimo do sinal - Usa o mesmo tipo de cabo utilizado na
pneumático também não é zero, e sim, 3 psi ou 0,2 instrumentação analógica.
kgf/cm2. Deste modo, conseguimos calibrar
- Disponibilidade de equipamentos de vários
corretamente o instrumento, comprovando sua
fabricantes.
correta calibração e detectando vazamentos de ar
As desvantagens são que existe uma
nas linhas de transmissão.
limitação quanto à velocidade de transmissão das
Percebe-se que, se tivéssemos um
informações e a falta de economia de cabeamento
transmissor pneumático de temperatura de range
(precisa-se de um par de fios para cada
de 0 a 200°C e o mesmo tivesse com o bulbo a
instrumento).
0°C e um sinal de saída de 1 psi, este estaria
descalibrado. 1.4.1.4 - Fieldbus - é um sistema de comunicação
Se o valor mínimo de saída fosse O psi, não digital bidirecional, que interliga equipamentos
seria possível fazermos esta comparação inteligentes de campo com o sistema de controle
rapidamente. Para que pudéssemos detectá-lo, ou com equipamentos localizados na sala de
teríamos de esperar um aumento de temperatura controle, conforme mostra a figura a seguir.
para que tivéssemos um sinal de saída maior que Este padrão permite comunicação entre uma
O (o qual seria incorreto). variedade de equipamentos, tais como:
transmissores, válvulas, controladores, CLPs, etc.
1.4.1.2 - Transmissão eletrônica - os Estes podem ser de fabricantes diferentes
transmissores eletrônicos geram vários tipos de
(Interoperabilidade) e ter controle distribuído
sinais em painéis, sendo os mais utilizados: 4 a 20
(cada instrumento tem a capacidade de processar
mA e 10 a 50 mA e 1 a 5 V. Temos estas um sinal recebido e enviar informações a outros
discrepâncias nos sinais de saída entre diferentes
instrumentos para correção de uma variável -
fabricantes, porque estes instrumentos estão
pressão, vazão, temperatura, etc.).
preparados para uma fácil mudança do seu sinal
Uma grande vantagem é a redução do
de saída. número de cabos do controlador aos instrumentos
A relação de 4 a 20 mA, 1 a 5 V está na
de campo, apenas um par de fios é o suficiente
mesma relação de um sinal de 3 a 15 psi de um
para a interligação de uma rede fieldbus.
sinal pneumático.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 9

Sistema Fieldbus

2 - PRESSÃO

2.1 - Conceitos Fundamentais

Medição de pressão é dos mais importantes de, aproximadamente, 760 mmHg ou 1 atm.
padrão de medida, pois as medidas de vazão, Quanto mais alto o local, mais rarefeito é o ar e,
nível, etc. podem ser feitas utilizando-se esse portanto, menor a pressão atmosférica. O
princípio. Pressão é definida como uma força instrumento que mede a pressão atmosférica é o
aluando em uma unidade de área. barômetro.

2.1.1 - Pressão Atmosférica 2.1.2 - Pressão Relativa


É a força exercida pela atmosfera na É determinada tomando-se como referência
superfície terrestre. Esta força equivale ao peso a pressão atmosférica local. Para medi-la, usam-se
dos gases que estão presentes no ar e que instrumentos denominados manômetros; por essa
compõem a atmosfera. razão, a pressão relativa é também chamada de
A pressão atmosférica pode variar de um pressão manométrica.
lugar para o outro, em função da altitude e das A maioria dos manômetros é calibrada em
condições meteorológicas (como a umidade e a zero para a pressão atmosférica local. Assim, a
densidade do ar). Ao nível do mar, esta pressão é leitura do manômetro pode ser positiva (quando
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 10

indica o valor da pressão acima da pressão


atmosférica local) ou negativa (quando se tem um
vácuo).
Quando se fala em pressão de uma
tubulação de gás, refere-se à pressão relativa ou
manométrica.

2.1.3 - Pressão Absoluta


É a soma da pressão relativa e atmosférica.
No vácuo absoluto, a pressão absoluta é zero e, a Diagrama comparativo das escalas
partir daí, será sempre positiva.
Obs. Ao exprimir-se um valor de pressão, 2.1.5 - Pressão Diferencial
deve-se determinar se a pressão é relativa ou
absoluta. É a diferença entre 2 pressões, sendo
representada pelo símbolo AP (delta P). Essa
Exemplo: 3 kgf/cm2 abs ------- Pressão Absoluta diferença de pressão normalmente é utilizada para
4 kgf/cm2 ------------ Pressão Relativa medir vazão, nível, pressão, etc.
O fato de se omitir esta informação na
indústria significa que a maior parte dos 2.1.6 - Pressão Estática
instrumentos mede pressão relativa. É o peso exercido por um líquido em
repouso ou que esteja fluindo perpendicularmente
2.1.4 - Pressão Negativa ou Vácuo à tomada de impulso por unidade de área exercida.
É quando um sistema tem pressão relativa
menor que a pressão atmosférica. 2.1.7 - Pressão Dinâmica ou Cinética
É a pressão exercida por um fluído em
movimento. É medida fazendo a tomada de
impulso de tal forma que receba o impacto do
fluxo.

2.2 - Medição de Pressão


2.2.1 - Unidades de Pressão - bar;
- Pascal (Pa).
As unidades de pressão mais usadas são:
- quilograma-força por centímetro quadrado Como existem muitas unidades de pressão, é
(kgf/cm2); necessário saber a correspondência entre elas, pois
- atmosfera (atm); nem sempre na indústria temos instrumentos
- libras por polegada quadrada (psi); padrões com todas as unidades, sendo necessário
- polegada de coluna de água ("ca); saber fazer a conversão.
- milímetro de coluna de água (mmH2O ou A tabela a seguir apresenta as conversões
mmca); entre várias unidades de pressão:

Para as unidades abaixo, multiplique por


Converter
de kgf/cm2 Atm psi "ca KPa mmca bar
kgf/cm2 1 0,9678 14,223 394,70 98,0665 9996,59 0,9806
Atm 1,0332 1 14,696 406,78 101,325 10328,75 1,0133
Psi 0,0703 0,0680 1 27,68 6,8948 702,83 0,0689
"ca 0,0025 0,0024 0,036 1 0,2491 25,39 0,0025
KPa 0,0102 0,0099 0,145 4,02 1 101,94 0,0100
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 11

Mmca 0,0001 0,0001 0,0014 0,04 0,0098 1 0,0001


Bar 1,0797 0,9869 14,503 402,46 100,000 10193,68 1

2.2.2 Dispositivos para Medição de Pressão


O instrumento mais simples para se medir
pressão é o manômetro, que pode ter vários
elementos sensíveis e que pode ser utilizado,
também, por transmissores e controladores.

2.2.3 - Tipos de Elementos Sensíveis


Os elementos sensíveis usados são: o tubo
de Bourdon, (pode-se apresentar nas seguintes
formas: tipo C, espiral e helicoidal), membrana ou Detalhes de um manômetro tipo Bourdon "C"
diafragma, fole, coluna de líquido, e os com
princípios elétricos. b - Membrana ou diafragma - é constituído por
um disco de material elástico (metálico ou não),
a - Tubo Bourdon - o princípio de funcionamento fixo pela borda. Uma haste fixa ao centro do disco
de um dispositivo de medição, está ligada a um mecanismo de indicação. Quando
baseado neste elemento uma pressão é aplicada, a membrana se desloca, e
sensível, é bastante simples e esse deslocamento é proporcional à pressão
idêntico a um brinquedo muito aplicada.
conhecido: a "língua de sogra",
que se vê na figura a seguir.
Quando soprada, a "língua de
sogra" enche-se de ar e
desenrola-se, por causa da
pressão exercida pelo ar. No
caso do manômetro, esse desenrolar gera um
movimento que é transmitido ao ponteiro e que
vai indicar a medida de pressão.
O tubo de Bourdon pode-se apresentar nas
seguintes formas: tipo C, espiral e helicoidal.
Tipos de diafragmas
O diafragma geralmente é ondulado ou
corrugado para aumentar sua área efetiva.

c - Fole - é também muito empregado na medição


de pressão. Ele é basicamente um cilindro
metálico, corrugado ou sanfonado.
a) Tipo C b) Tipo Espiral Quando uma pressão é aplicada no interior
do fole, provoca sua distensão, e, como ela tem
que vencer a flexibilidade do material e a força de
oposição da mola, o deslocamento é proporcional
à pressão aplicada à parte interna.

c) Tipo Helicoidal
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 12

água (mmca).
O deslocamento total da coluna de água
(DT) é dado pela soma da elevação (E) no lado
atmosférico e do abaixamento (A) no lado
pressurizado. O abaixamento (A) no lado
pressurizado é igual à elevação (E) no lado
atmosférico. Por isso, o deslocamento total (DT)
pode ser medido multiplicando-se o abaixamento
(A) ou a elevação (E) por 2. Isto pode ser escrito
em uma fórmula simples para a leitura da pressão
Tipo fole no manômetro:
d - Coluna de líquido - consiste num tubo de
vidro, contendo certa quantidade de líquido, DT A E ou DT 2. A ou DT 2.E
fixado a uma base com uma escala graduada.
As colunas podem ser basicamente de três
tipos: coluna reta vertical, reta inclinada e em
forma de "U".
Os líquidos mais utilizados nas colunas são:
água (normalmente com um corante) e mercúrio.
Quando se aplica uma pressão na coluna, o Manômetro de tubo inclinado
líquido é deslocado, sendo que este deslocamento
é proporcional à pressão aplicada.

Manômetro de tubo em "i"


Quando o produto usado tiver dr (densidade
relativa) diferente de 1, a pressão será calculada
pela seguinte expressão matemática:
DT h e P h.dr

2.2.4 – Sensores de Pressão com princípios


elétricos
a - Tipo capacitivo - a principal característica dos
Manômetro de tubo em "U" sensores capacitivos é a completa eliminação dos
Quando o manômetro está separado da linha sistemas de alavancas na transferência da
de gás, os dois lados do manômetro estão com o força/deslocamento entre o processo e o sensor.
nível de água no zero da escala. Isso acontece Este tipo de sensor resume-se na
porque os dois lados do manômetro estão sujeitos deformação pelo processo de uma das armaduras
à pressão atmosférica ambiente. Com um lado do do capacitor. Tal deformação altera o valor da
manômetro ligado à tubulação de distribuição de capacitância total que é medida por um circuito
gás (para medir a pressão do gás) e o outro lado eletrônico. Esta montagem, se por um lado,
ainda sujeito à pressão atmosférica local, a coluna elimina os problemas mecânicos das partes
de água será forçada para baixo no lado móveis, expõe a célula capacitiva às rudes
pressurizado e elevada no lado sob ação da condições do processo, principalmente a
atmosfera. A pressão do gás na tubulação é temperatura. Este inconveniente pode ser
medida pelo deslocamento total da coluna de água superado através de circuitos sensíveis à
e seu valor é dado em milímetros de coluna de temperatura montados junto ao sensor.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 13

Outra característica inerente à montagem é a


falta de linearidade entre a capacitância e a
distância das armaduras, devido á deformação não
linear. Neste caso, faz-se necessário uma
compensação (linearização) a cargo do circuito
eletrônico.

Sensor tipo Strain Gauge


Observa-se que o fio, apesar de solidamente
ligado à lâmina de base, precisa estar
eletricamente isolado da mesma. Uma das
extremidades da lâmina é fixada em um ponto de
apoio rígido, enquanto a outra extremidade será o
Sensor capacitivo ponto de aplicação de força.
O sensor é formado pelos seguintes
componentes:
- Armaduras fixas metalizadas sobre um
isolante de vidro fundido
- Dielétrico formado pelo óleo de
enchimento (silicone ou fluorube)
- Armadura móvel (diafragma sensor)
Uma diferença de pressão entre as câmaras
de alta (High) e de baixa (Low) produz uma força
no diafragma isolador, que é transmitida pelo
líquido de enchimento. Fixação do sensor Strain Gauge
A força atinge a armadura flexível
(diafragma sensor) provocando sua deformação e Da física tradicional, sabemos que um
alterando, portanto, o valor das capacitâncias material, ao sofrer uma flexão, tem suas fibras
formadas pelas armaduras fixas e a armadura internas submetidas a dois tipos de deformação:
móvel. Esta alteração é medida pelo circuito tração e compressão.
eletrônico, que gera um sinal proporcional à Notamos que a ligação ideal para um Strain
variação de pressão aplicada à câmara da cápsula Gauge com quatro tiras extensiométricas é o
de pressão diferencial capacitiva. circuito em ponte de Wheatstone (como mostrado
na figura a seguir), que tem a vantagem adicional
b - Tipo Strain Gauge - baseia-se no princípio de de compensar as variações de temperatura
variação da resistência de um fio, mudando-se as ambiente, pois todos os elementos estão montados
suas dimensões. Para variarmos a resistência de em um único bloco.
um condutor devemos analisar a equação geral da
resistência:
R= .L / S
R: Resistência do condutor
: Resistividade do material
L: Comprimento do condutor
S: Área da seção transversal Ponte de Wheatstone com sensor Strain Gauge

O sensor consiste de um fio firmemente c - Sensor por silício ressonante - o sensor


colado sobre uma lâmina de base, dobrando-se tão consiste de uma cápsula de silício colocada
compacto quanto possível. estrategicamente em um diafragma, utilizando-se
Esta montagem denomina-se tira do diferencial de pressão para vibrar em maior ou
extensiométrica, como vemos na figura a seguir: menor intensidade, a fim de que essa freqüência
seja proporcional à pressão aplicada.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 14

sinal de resposta é linear com a variação de


pressão e são capazes de fornecer sinais de
altíssimas freqüências de milhões de ciclos por
segundo.
O efeito piezelétrico é um fenômeno
reversível. Se for conectado a um potencial
elétrico, resultará em uma correspondente
alteração da forma cristalina. Este efeito é
Sensor de silício ressonante altamente estável e exato, por isso é utilizado em
relógios de precisão.
Na seqüência, serão exibidos maiores A carga devida à alteração da forma é
detalhes sobre esse tipo de célula, sua construção gerada sem energia auxiliar, uma vez que o
e seu funcionamento. quartzo é um elemento transmissor ativo. Esta
carga é conectada à entrada de um amplificador,
sendo indicada ou convertida em um sinal de
saída para tratamento posterior.

Célula de pressão de silício ressonante


d - Tipo piezelétrico - os elementos piezelétricos
são cristais (como o quartzo, a turmalina e o
titanato) que acumulam cargas elétricas em certas
áreas da estrutura cristalina, quando sofrem uma
deformação física por ação de uma pressão. São
elementos pequenos e de construção robusta, seu Sensores piezelétricos

3 - SENSORES DE TEMPERATURA
(TERMO-SENSORES)

São dispositivos que detectam a temperatura - por ação bimetálica


de uma máquina, proporcionando condições para - por variação de resistência
desligamento do circuito elétrico em caso de Os termo-sensores podem operar
anormalidades. diretamente o sistema de comando, ou operarem
Os termo-sensores mais encontrados no um contator auxiliar ou um circuito de um Relé
comércio são : que comandará o circuito de comando.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 15

Para que você tenha uma idéia de como são,


fisicamente, estes componentes, observe as figuras
ao lado.

3.1 - TERMO-SENSOR POR AÇÃO BIMETÁLICA


É composto por uma lâmina bimetálica Estando o termo-sensor acoplado à máquina
envolvida por um bulbo metálico, geralmente de e esta em funcionamento, quando a máquina
cobre. Acoplado à lâmina bimetálica existe um atingir uma temperatura perigosa, próxima a sua
contato abridor (NF) que tem seus bornes classe de isolação, a lâmina bimetálica, já
conectados a dois condutores, permitindo a sua aquecida, provocará a abertura do comando NF do
conexão ao circuito de comando . sensor e este cortará a alimentação do circuito de
comando, desligando o circuito de força que
alimenta a máquina que ocasionou o
sobreaquecimento.
Quando a máquina resfriar, a lâmina
bimetálica voltará à posição normal, colocando o
circuito novamente em condições de
funcionamento.

O termo-sensor por ação bimetálica pode ser


incorporado no interior da máquina ou ser
acoplado à sua carcaça.
Normalmente este sensor atua diretamente
na abertura do circuito de comando quando a
máquina atinge a temperatura limite.
3.1.1 - Funcionamento
3.2 - TERMO-SENSOR POR VARIAÇÃO DE RESISTÊNCIA
Também é chamado de termistor. É As características elétricas dos termistores
fabricado através da mistura de diversos óxidos podem ser controladas através da variação dos
metálicos, tais como: manganês. níquel, cobalto, tipos de óxidos e das suas quantidades, podendo
cobre, ferro e urânio. São componentes que, ainda variar as dimensões físicas e o aspecto
quando aquecidos, variam a sua resistência. mecânico.
Os termistores podem variar a sua Sendo assim, podemos ter termistores de
temperatura para mais ou para menos. Quando várias formas, como os exemplos a seguir.
para menos, dizemos que o termistor varia
negativamente a sua resistência. Neste caso, temos
um termistor com coeficiente de temperatura
negativo ou termistor tipo NTC.
Quando a variação for para mais, o termistor
varia positivamente a sua resistência e teremos Os termistores são geralmente encapsulados
então um termistor com coeficiente de em material metálico, com finalidade de proteção
temperatura positivo ou termistor tipo PTC. mecânica e de facilitar a fixação.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 16

Os termistores são aplicados diretamente à que abre o contato NF, desarmando o circuito de
superfície interna ou externa da máquina ou comando da chave magnética.
equipamento a ser protegido, tendo seus dois
terminais ligados a um circuito eletrônico que
controla um Relé e este ao circuito de comando da
máquina ou equipamento elétrico.

Quando a máquina resfriar, voltando a uma


temperatura favorável ao início de um novo ciclo
de funcionamento, o termistor retomará a sua
resistência inicial. Desta forma o circuito
eletrônico acionará o Relé, e este fará o contato
Quando a máquina ou equipamento aquecer NF, voltar a condição de repouso. Assim sendo, o
e atingir a temperatura limite de sua classe equipamento poderá ser operado novamente.
térmica, o termistor terá variado a sua resistência
interna, ocorrendo então, o acionamento do
circuito eletrônico que, por sua vez, dispara o Relé

3.3 - TERMOSTATOS
Termostatos são controladores de
temperatura, tendo o seu funcionamento baseado
em sensores bimetálicos ou na expansão de gás.
O funcionamento dos termostatos
bimetálicos baseia-se no mesmo funcionamento
dos sensores bimetálicos vistos no item 3.1, isto é,
deformação de lâminas bimetálicas com o calor.
Possuem contatos auxiliares NF ou NA que se
modificam quando o elemento atinge determinada
temperatura.
A seguir apresentamos algumas figuras de
tipos de pressostatos usando sensores bimetálicos
e suas respectivas aplicabilidades mais comuns.

Mini termostatos bimetálicos tipo encosto de lamina de alta


sensibilidade. termostato de segurança contra excesso de
aquecimento em equipamentos como: motores elétricos
trifásicos e monofásicos e motores pequenos em geral,
geradores, conversores, transformadores, bobinas,
eletrodomésticos em geral, fornos elétricos, modeladores e
secadores de cabelo, aparelhos de depilação (cera), duchas,
Termostatos bimetalicos tipo encosto de lamina de alta aquecedores, campainhas elétricas, aparelhos elétricos,
sensibilidade.Termostatos de segurança contra excesso de impressoras, incubadoras hospitalares, inaladores ultra-
aquecimento e regulagem de temperatura em equipamentos sônicos, baterias de celular, brinquedos, instalações
como: fornos de microondas; lavadoras de roupas, elétricas ou de máquinas, painéis de comando, irradiadores
lavadoras de pratos, cafeteiras, caixas eletrônicos; elétricos de calor, periféricos de processamento de dados,
elevadores, equipamentos de som, relés foto-elétricos, etc. proteção de circuitos impressos, no-breaks, etc.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 17

bulbo de comando a distância. Suas aplicações incluem:


aquecedores elétricos, cafeteiras elétricas, estufas,
banheiras de hidromassagem, balcões aquecidos,
autoclaves, fornos elétricos e todos equipamentos que
necessitem de um controle de temperatura com precisão.

Termostatos bimetalicos tipo encosto de lamina de alta


sensibilidade para refrigeração, utilizados em sistemas de
ar condicionado, refrigeradores, freezers, máquinas de
fabricar gelo, resfriadores de água industriais, bebedouros Termostato ambiente a expansão de gás saturado, atuando
de água, etc. como interruptor (acionamento/desacionamento), indicado
para regulagem da temperatura em sistemas de ar
condicionado residenciais, escolas, escritórios, etc., ou em
Outro tipo de termostato é o que usa como aplicações industriais nas áreas de aquecimento.
sensor primário um bulbo com gás. Com o
aumento de temperatura há uma expansão desse
gás (aumento de pressão), que através de tubos
capilares acionam um dispositivo de comando.

Termostatos de imersão com haste rígida, de alta qualidade,


construído para controlar temperaturas com precisão em
estufas, aquecedores elétricos, calefação, sistemas de ar,
caldeiras, galvanoplastia, vulcanização, etc. Elemento
sensível de expansão a gás de alta capacidade de dilatação.

Controladores de temperatura do tipo capilar de cobre

4 - MEDIÇÃO DE TEMPERATURA
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 18

A maioria das empresas de grande porte que


beneficiam ou transformam matéria-prima,
utilizam-se de fomos ou estufas para o
desenvolvimento de determinadas operações.
Estas fontes geradoras de calor são de larga
aplicação industrial, principalmente nos casos cm
que se necessita de secagem, tratamento térmico,
fusão de materiais c destilação de produtos.
Para medir e controlar a temperatura nos
diversos processos industriais, é muito utilizado o Cada um destes componentes, desempenha
"sistema de medição termoelétrico", em que um uma função específica dentro do sistema de
instrumento de medida elétrica. com escala medição da temperatura.
graduada em graus Celsius, indica o valor de Dependendo do princípio de funcionamento,
temperatura de uma fonte de calor, através dos os termoelementos dividem-se em Termopares e
efeitos de geração de força eletromotriz (fem) ou Termômetros de Resistência, sendo que os
da variação da resistência elétrica pelo condutores de compensação são fundamentais no
aquecimento. uso dos Termopares.
Um sistema de medição termoelétrico,
basicamente, é constituído de:

4.1 - TERMOPARES
Dependendo do princípio de funcionamento, e soldadas, que quando aquecido, gera uma
os termoelementos dividem-se em Termopares e F.E.M. (tensão) de baixo valor.
Termômetros de Resistência. Os fios metálicos são isolados com
isoladores de porcelana, chamados de missanga
4.1.1 - Principio de funcionamento
Em 1821 T. J. Seebeck descobriu que
unindo as extremidades de dois condutores
metálicos diferentes e aquecendo uma das
junções, uma corrente elétrica percorrerá o
circuito formado pelos dois condutores.
Um tubo de proteção, chamado de poço
termométrico, protege os fios metálicos e, suas
extremidades livres, estão conectadas num bloco
de conexão.

A força eletromotriz ( fem) que dá origem a


esta corrente, é chamada de efeito SEEBECK e é
diretamente proporcional a diferença de
temperatura entre as junções. O valor de '"fem"
gerada nos termoelementos é muito pequena e A junção de um termopar que é colocada na
mesmo nos pares formados por metais especiais fonte de calor , é chamada de junção quente e a
não se consegue atingir 100 milivolt (100 mV = outra de junção fria .
0,1 V ). A junção fria é conhecida por junção de
O termopar é, portanto, um equipamento referência e esta junção deve ser mantida a uma
constituído basicamente de dois fios metálicos, de temperatura constante, para evitar erros de
ligas diferentes, com uma das extremidades unidas medições visto que o valor da "fem" gerada,
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 19

depende da diferença de temperatura entre as duas características termoelétricas, das utilizadas na


junções. construção do termopar.
Baseado nesta afirmação é fácil concluirmos Os condutores de compensação, apresentam
que se a junção de referência, estiver muito características que devem ser observadas para
próxima da junção quente, o valor da "fem" evitar a introdução de erros nas medições, que
gerada, será de valor muito baixo, devido a podem comprometer toda a produção. Estes
pequena diferença de temperatura entre as duas condutores são fornecidos comercialmente na
junções. forma de fio rígido ou flexível, com isolação
térmica compatível com a temperatura em que
serão submetidos e protegidos com proteção
adicional.

Na realidade, os terminais de conexão do


termopar, estão montados no cabeçote do poço
Comercialmente, são fornecidos termopares
termoelétrico, fazendo-se necessário afastar a
com fios metálicos de diferentes ligas com
junta de referência, para propiciar medições com
características que satisfazem as diversas
menor percentual de erro.
exigências de emprego, para a grande maioria dos
Interligando-se o termopar ao instrumento
processos de medição de temperatura. Os
de medição da temperatura, com condutores com
termopares possuem uma identificação feita por
as mesmas características dos fios metálicos do
meio de letras (T, J, K, E, S, R, B),
termopar, a junção de referência passa a ser, os
convencionadas pela INSTRUMET SOCIETY OF
bornes de conexão do instrumento.
AMÉRICA (I.S.A.), conforme tabela a seguir:
Os condutores lançados especialmente para
ligar o termopar ao instrumento de medição, Constituição do
Tipo
denominam-se Condutores de Compensação. termopar
T Cobre - Constantan
J Ferro - Constantan
K Cromel - Alumel
E Cromel - Constantan
S Platina (10%) - Rhodio
Um circuito termoelétrico industrial R Platina (13%) - Rhodio
utilizando o termopar, está constituído pelos
seguintes componentes : B Platina (30%) - Rhodio
Como já vimos, os fios de compensação
devem ser constituídos dos mesmos materiais que
constituem o termopar, mas, por razões
econômicas, quando possível, pode-se utilizar
outros materiais de menor custo, conforme tabela
a seguir:
TERMOPAR FIO DE COMPENSAÇÃO
Cobre - Constantan Cobre - Constantan
Ferro - Constantan Ferro - Constantan
Cromel - Alumel
4.1.2 - Condutores de compensação Cromel - Alumel Ferro - Constantan
Cobre - Constantan
São fios cabos elétricos, formados com o Cromel - Constantan Cromel - Constantan
mesmo material, ou com material de iguais
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 20

Platina - Rhódio Cobre liga 11 das diversas ligas dos metais utilizados na
confecção de condutores de compensação, os
países exportadores padronizaram as cores dos
4.1.3 - Polaridade isolantes, conforme mostrado na tabela a seguir.
Ao interligar o termopar com o instrumento CONDUTORES PROCEDÊNCIA
de medição, obrigatoriamente deve haver ISA BS DIV
(+) (-)
correspondência da polaridade elétrica (+ ou -). Americana Britânica Alemã
O pólo positivo do termopar deve ser ligado Azul + Branco + Verm. +
Cobre Constantan
Verm. - Azul - Marron -
ao borne positivo do instrumento de medição, e o Branco + Amar. + Verm. +
negativo, conseqüentemente, ligado ao borne Ferro Constantan
Verm. - Azul - Azul -
negativo do instrumento de medição. Amar. + Marron + Verm. +
Cromel Alumel
Para facilitar a identificação das polaridades Verm. - Azul - Verde -

4.2 - TERMÔMETRO DE RESISTÊNCIA


A maioria dos metais possuem propriedade
de aumentar a resistência elétrica, quando
aumenta a temperatura sobre os mesmos.
Medindo-se a resistência elétrica de um resistor de
níquel, por exemplo, a temperatura ambiente, O bulbo de resistência é montado no poço
encontramos um valor de resistência . termométrico, de maneira que permita o máximo
de transferência de temperatura e fechado para
evitar a penetração de sujeira ou umidade.

Com o resistor aquecido por uma fonte de


calor, verifica-se que o valor da resistência A extremidade do poço termométrico,
aumenta. contém o bulbo de resistência, e é colocado no
ambiente onde deseja medir a temperatura.
Dependendo do aparelho de medição e do grau de
precisão dos valores medidos, os termômetros de
resistência, podem possuir dois , três ou quatro
bornes de conexão.

Este efeito elétrico, originou um sistema de


medida de temperatura, conhecido como
termometria resistiva . O elemento sensor é um
fio de platina, níquel ou cobre, enrolado e
encapsulado em um tubo de vidro ou cerâmica, Na tabela seguinte, aparecem os valores de
formando o bulbo de resistência. resistência de um bulbo, quando submetido a
variações de temperatura. O valor da resistência
foi calibrado em 100 k a 0° C .

VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA


Resistor de Platina
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 21

°C R (ohms) °C R (ohms) °C R (ohms) °C R (ohms) °C R (ohms)

0 100,000 225 184,978 450 264,110 675 337,516


5 101,953 230 186,800 455 265,802 680 338,873
10 103,904 235 188,617 460 267,491 685 340,427
15 105,851 240 190,435 465 269,178 690 341,978
20 107,795 245 192,248 470 270,861 695 343,526
25 109,737 250 194,058 475 272,541 700 345,071
30 111,675 255 195,865 480 274,219 705 346,612
35 113,611 260 197,669 485 275,893 710 348,151
-183 25,730 40 115,543 265 199,471 490 277,565 715 349,686
-180 27,010 45 117,472 270 201,270 495 279,234 720 351,218
-175 29,140 50 119,399 275 203,066 500 280,899 725 352,747
-170 31,264 55 121,322 280 204,859 505 282,562 730 354,273
-165 33,380 60 123,243 285 206,649 510 284,222 735 355,796
-160 35,488 65 125,160 290 208,436 515 285,879 740 357,316
-155 37,588 70 127,075 295 210,220 520 287,533 745 358,832
-150 39,681 75 128,986 300 212,002 525 289,184 750 360,345
-145 41,765 80 130,895 305 213,781 530 290,832 755 361,855
-140 43,842 85 132,801 310 215,556 535 292,477 760 363,362
-135 45,912 90 134,703 315 217,329 540 294,119 765 364,866
-130 47,975 95 136,603 320 219,099 545 295,758 770 366,366
-125 50,032 100 138,500 325 220,866 550 297,394 775 367,864
-120 52,082 105 140,394 330 222,631 555 299,027 780 369,358
-115 54,127 110 142,285 335 224,392 560 300,657 785 370,849
-110 56,166 115 144,173 340 226,151 565 302,284 790 372,336
-105 58,201 120 146,058 345 227,907 570 303,908 795 373,821
-100 60,230 125 147,941 350 229,659 575 305,530 800 375,302
-95 62,255 130 149,820 355 231,409 580 307,148 805 376,780
-90 64,275 135 151,696 360 233,156 585 308,763 810 378,255
-85 66,290 140 153,570 365 234,901 590 310,375 815 389,727
-80 68,302 145 155,440 370 236,642 595 311,984 820 381,195
-75 70,310 150 157,308 375 238,380 600 313,590 825 382,660
-70 72,313 155 159,173 380 240,116 605 315,193 830 384,122
-65 74,313 160 161,035 385 241,849 610 316,793 835 385,580
-60 76,309 165 162,894 390 243,578 615 318,390 840 387,035
-55 78,302 170 164,750 395 245,305 620 319,384 845 388,487
-50 80,291 175 166,604 400 247,029 625 321,575 850 389,936
-45 82,276 180 168,454 405 248,750 630 323,163
-40 84,259 185 170,302 410 250,469 635 324,748
-35 86,237 190 172,146 415 252,184 640 326,330
-30 88,213 195 173,988 420 253,896 645 327,908
-25 90,185 200 175,827 425 255,606 650 329,484
-20 92,154 205 177,663 430 257,313 655 331,057
-15 94,120 210 179,496 435 259,016 660 332,626
-10 96,083 215 181,316 440 260,717 665 334,193
-5 98,043 220 183,154 445 262,415 670 335,756
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 22

5 - SENSORES DE PROXIMIDADE

Sensores de proximidade são dispositivos de os locais onde haja necessidade de fim de curso,
comando que atuam pela aproximação de um sendo aconselhável a sua utilização quando:
objeto, sem qualquer contato físico ou mecânico. - Inexiste força de acionamento disponível;
Os sensores de proximidade apresentam um - É necessária alta freqüência de acionamento;
funcionamento silencioso, sem choques ou - É necessária longa vida útil;
vibrações. - O ambiente conta com grande incidência de
Este dispositivo por não apresentar contatos impurezas;
mecânicos tem, durante toda a sua vida útil, um - Deve ser mantido, um ponto constante de
ponto de acionamento constante. Esses sensores acionamento.
podem ser empregados, com vantagem, em todos

5.1 - SENSORES DE PROXIMIDADE INDUTIVOS


São sensores que atuam pela aproximação
de um metal a sua superfície ativa, alterando as
suas características indutivas.

Esses sensores são constituídos basicamente


por um conjunto oscilador (bobina/capacitor) que
cria um campo magnético de alta freqüência. Ao
aproximarmos um corpo metálico da superfície
ativa dos sensores, provocaremos uma variação no b - Normalmente fechados: Este tipo de sensor
campo magnético, que por sua vez, provoca um desaciona o dispositivo de comando quando
aumento ou redução da indutância na bobina do aproximamos de sua superfície ativa um
eletroímã. Esse efeito é empregado como corpo metálico.
elemento acionador de um dispositivo de
comando (relé ou contator auxiliar), devido à
variação da tensão nos bornes deste dispositivo.
No emprego desse sensor, deve-se observar
uma série de características que lhe são peculiares:

5.1.1 - Funcionamento
Os sensores se apresentam de duas formas:
a - Normalmente abertos: Este tipo de sensor
ocasiona o acionamento do dispositivo de
comando quando aproximamos de sua 5.1.2 - Forma de montagem
superfície ativa um corpo metálico.
Uma característica que deve ser observada
nos sensores indutivos é a maneira de como
executar a sua montagem, pois estes sensores,
quanto à sua construção, apresentam duas formas
de montagem:
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 23

a - Montagem Faceada: Este tipo de montagem é de sensor apresenta dois condutores externos
empregado nos sensores indutivos que para a sua ligação e, dependendo do seu
apresentam uma blindagem lateral, na sua circuito interno, é ligado diretamente a um
parte interna, que elimina a possibilidade de dispositivo de comando (Relé ou contator
interferência de corpos metálicos, mesmo auxiliar), com o acoplamento de um Relé,
quando encostados lateralmente a estes. fabricado especialmente para este fim.

b - Montagem Saliente: Este tipo de montagem é


empregado para os sensores de proximidade
indutivos, que não apresentam uma blindagem
lateral interna, pois neste caso, a superfície de
acionamento do sensor não pode ficar próxima
a corpos metálicos, para que não haja
interferência em seu campo magnético.
A distância de afastamento de corpos
metálicos da lateral do sensor, deve ser de no
b - Sensores de proximidade indutivos para
mínimo, uma vez o diâmetro do sensor.
corrente contínua: Estes sensores também
são fabricados para diversas tensões de
alimentação, sendo que os mais comuns são
para 12V, 24V, 110V, 220V. Este tipo de
sensor, dependendo do seu circuito interno,
pode se apresentar com dois ou três
condutores para a ligação direta a um
dispositivo de comando (Relé ou contator
auxiliar).

5.1.3 - Alimentação elétrica


a - Sensores de proximidade indutivos para 5.1.4 - Distância de acionamento
corrente alternada: Estes sensores são As distâncias de acionamento especificadas
fabricados para diversas tensões de pêlos fabricantes, para cada tipo de sensor, são
alimentação, sendo que os mais comuns são para condições normais de temperatura (20°C),
para 12V, 24V, 110V, 220V, 380V, 440V e tensão nominal e para uma barra de aço padrão.
para uma freqüência de 50/60 Hz. Este tipo Porém como estes fatores podem ser variáveis,
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 24

deve-se no dimensionamento da distância de 5.1.6 - Capacidade de corrente


acionamento, considerar dois fatores:
A capacidade máxima de corrente
a - Variação na tensão de alimentação e na especificada pelo fabricante para cada tipo de
temperatura de funcionamento: Quando o sensor, é de suma importância na aplicação do
sensor está sujeito a uma variação na sua mesmo, pois ele determinará a corrente máxima
tensão de alimentação (no máximo 10%) de operação do dispositivo a ser comandado.
e/ou, na sua temperatura de funcionamento, a Exemplo: Tendo-se um sensor de
distância real ou de funcionamento, deve ser proximidade indutivo com uma capacidade de
diminuída em 10% da distância especificada corrente de 10 mA, este só poderá comandar um
pela tabela do fabricante. dispositivo que absorva uma corrente de no
máximo 120 mA

b - Variação do tipo de material acionador:


Como os metais empregados no acionamento
dos sensores, podem variar, dependendo da
finalidade do seu emprego, deve-se
considerar, também as alterações de distância
de acionamento que este fato ocasiona uma
vez que, existe uma distância máxima de
acionamento para cada tipo de material. A
distância de acionamento especificada na
tabela dos fabricantes é para uma barra de
aço padrão e, no caso de emprego de outro 5.1.7 - Ligação do sensor de proximidade
metal, devemos considerar um fator de indutivo
redução para cada tipo de metal, como mostra
Na ligação deste tipo de sensor pode ser
a tabela abaixo.
empregado um ou mais sensores.
Materiais Fator de Redução Quando empregamos dois ou mais, estes
podem ser ligados em série ou em paralelo,
Cobre 0,40
respeitando, sempre as características do tipo de
Alumínio 0,45 sensor a ser empregado.
Latão 0,50
a - Ligação de um único sensor: Nesta ligação
Cromo-Níquel 0,70
pode ser empregado qualquer tipo de sensor,
Metal-Padrão 1,00 ou seja, sensores normalmente fechados ou
abertos, dependendo da necessidade de
5.1.5 - Tempo de acionamento emprego. Outro aspecto a ser considerado, é
O tempo de acionamento, também apresenta que o dispositivo de comando (Relé ou
variações, pois este depende das dimensões e da contator auxiliar) e o sensor, devem ser
velocidade do objeto acionador. Para o tempo de compatíveis com a tensão de alimentação.
acionamento do sensor deve-se considerar, ainda b - Ligação em série dos sensores de
as características de resposta (LIGA ou proximidade indutivos: Este tipo de ligação
DESLIGA) especificada pelo fabricante para cada normalmente é feita com os sensores de
tipo de sensor, como exemplifica a ilustração a proximidade indutivos normalmente fechados,
seguir. ou seja, sensores que permitam a operação da
carga, no momento em que é aproximado um
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 25

corpo metálico da superfície ativa de qualquer circuito. A operação do circuito só ocorre no


um dos sensores do circuito. Nesta ligação momento em que é aproximado um corpo
podem ser empregados dois ou, metálico da superfície ativa de qualquer um
excepcionalmente, três sensores, sendo que, dos sensores do circuito.
para tanto, deve-se considerar a tensão de Como na ligação em paralelo, os sensores
alimentação do dispositivo de comando (Relé recebem alimentação independente, pode-se
ou contator auxiliar) e dos sensores. O ligar tantos sensores quantos forem necessário,
dispositivo de comando (Relé ou contator tendo-se porém o cuidado de que a soma das
auxiliar) deve ser o escolhido em função da correntes de excitação dos sensores, não
tensão de alimentação do circuito enquanto provoque a operação do dispositivo de
que os sensores devem ser escolhidos em comando (Relé ou contator auxiliar).
função da metade da tensão de alimentação do Neste tipo de ligação também se deve
circuito. considerar a tensão de alimentação do
dispositivo de comando e dos sensores de
proximidade, pois o dispositivo de comando
(Relé ou contator auxiliar) e sensores, devem
ser escolhidos em função da tensão de
alimentação do circuito, no qual estão
inseridos.

c - Ligação em paralelo dos sensores de


proximidade indutivos: Esta ligação
normalmente é feita com os sensores de
proximidade normalmente abertos, ou seja,
sensores que não permitam a operação da
carga, no momento em que é alimentado o

5.2 - SENSORES DE PROXIMIDADE CAPACITIVOS


São sensores que atuam pela aproximação
de líquidos, granulados, ou mesmo, corpos
metálicos a sua superfície ativa.
Os sensores de proximidade capacitivos, são
constituídos basicamente, por um circuito
oscilador (capacitor/bobina). Ao aproximarmos
uma substância (líquidos, granulados, pós, vidros
metais) da sua superfície ativa, processa-se uma
alteração da sua capacitação, devido a variação No emprego do sensor de proximidade
das características de seu dielétrico. capacitivo, também deve-se observar uma série de
Esta variação de capacitância atua no características, sendo estas, praticamente idênticas
circuito elétrico, que por sua vez, controla o as características dos sensores de proximidade
funcionamento de um dispositivo de comando indutivos, isto é:
externo. - Quanto ao seu funcionamento
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 26

- Quanto a sua montagem se empregar dois ou mais, estes podem ser ligados
- Quanto a sua alimentação em serie ou em paralelo, dependendo das
- Quanto a distância de acionamento características dos sensores a serem empregados.
- Quanto ao seu tempo de acionamento
Atenção: Na ligação dos sensores de
- Quanto a sua capacidade de corrente
proximidade capacitivos, devem ser observadas as
mesmas características de funcionamento dos
5.2.1 - Ligação do sensor de proximidade sensores (normalmente abertos ou normalmente
capacitivo fechados), observadas na ligação dos sensores de
Na ligação destes sensores, podem também, proximidade indutivos.
ser empregados um ou mais sensores. No caso de

5.3 - SENSOR DE PROXIMIDADE FOTOELÉTRICO


São sensores que atuam pela interrupção de o elemento foto-sensível.
um facho de luz, que incide sobre o elemento
foto-sensível.

Já os sensores compostos por um único


Os sensores de proximidade fotoelétricos, elemento, apresentam o emissor e o receptor em
constituem-se basicamente, de um emissor e de um único invólucro, usando como elemento de
um receptor. reflexão da luz, um espelho prismático.
O emissor tem como finalidade
proporcionar o facho luminoso para ativar o
elemento foto-sensível. Este dispositivo,
dependendo do tipo de receptor a ser empregado,
pode apresentar uma luminosidade visível ou
invisível (infravermelho).
O receptor, tem como finalidade, acionar um
dispositivo de comando, quando houver à
interrupção de facho luminoso sobre o seu
elemento foto-sensível.
Os sensores de proximidade fotoelétricos,
para atenderem as diversas condições e finalidade
de emprego, apresentam-se em diversos tamanhos
e formas.

Os sensores de proximidade fotoelétrico,


dependendo da sua constituição, podem ser
compostos de dois elementos (emissor e receptor).
Estes sensores, quando constituídos de um
emissor e de um receptor, apresentam, em
separado, o elemento emissor do facho luminoso e
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 27

Na escolha do sensor de proximidade atenderem as mais diversas necessidades de


fotoelétrico, também deve-se considerar sua distância de acionamento, pois apresentam
distância de acionamento e a sua tensão de modelos com capacidade de acionamento de até
alimentação. 50 metros.
Estes sensores são projetados para

5.4 - SENSORES DE ULTRA-SOM


O ultra-som , dentre muitas outras neste caso é o ar, dentre eles a temperatura (a 40
finalidades que permite extrair, é um excelente graus a velocidade sobe para 354 m/seg) e a
meio de medição de distancias. umidade do ar estão entre os principais. Na
realidade o "ar" é uma mistura de gases , e esta
composição também pode estar alterada , como
por exemplo em função da altitude: a 16.500
metros, a velocidade do som cai para 297 m/seg.
Desta forma, a exatidão da leitura deve
considerar todos estes fatores que alteram a
velocidade do som no meio.

Se posicionarmos um feixe de ultra-som 5.4.1 - Damping


dirigido a encontrar um obstáculo distante (alguns O ar não é um bom condutor para as vibrações
metros), as vibrações mecânicas do ar ao mecânicas, pelo contrário , exibe uma forte
encontrar este obstáculo serão refletidas , componente de atenuação, a que chamaremos de
caminhando em sentido contrario ao da emissão, damping ou amortecimento mecânico. Em função
indo atingir novamente o emissor. Um sistema das características do sinal, ele poderá sofrer maior
especial poderá receber este sinal refletido ou menor amortecimento. Assim temos que
(chamamos de eco) e através da leitura do tempo freqüências mais altas são mais amortecidas do que
gasto entre a emissão e a recepção , será possível as freqüências mais baixas . Portanto, conforme a
calcular a distância do anteparo. aplicação, um sistema de ultra-som devera operar
Um único sensor convenientemente com a freqüência mais adequada.
acoplado ao ar, possibilita emitir e receber sinais Freqüências da ordem de 20 a 40KHz
de ultra-som. A emissão é feita de modo pulsado podem ser consideradas "baixas" e sofrem pouco
com duração bem determinada . O sinal de retorno damping no ar, enquanto que freqüências de 40 a
ou eco é então recebido pelo mesmo sensor, e 100KHz , consideradas "altas", sofrem um
enviado a um sistema de amplificação e amortecimento bem maior, porem permitem maior
posteriormente a leitura microprocessada. resolução da leitura.
Sabemos que as vibrações mecânicas (ultra-som) Quanto mais sólido for o "meio", maior será
caminham no ar a uma velocidade média de 343,8 a velocidade de propagação mecânica. Por
m/seg a 25°C . Esta velocidade de propagação exemplo, a velocidade de propagação do som na
sofre alterações basicamente por uma série de água é de 1.500 m/seg , enquanto que no metal
fatores que afetam o meio de propagação, que (aço) ela sobe para 6.000 m/seg.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 28

Podem detectar com facilidade objetos


transparentes de plástico, vidro ou superfícies
líquidas, diferente dos sensores fotoelétricos que
dependem da opacidade ou refletividade do
material.
Sensores ultra-sônicos são geralmente usados
em modo de proximidade, o qual o objeto a ser
detectado, reflete um onda de volta para o sensor.
O modo oposto, quebra da onda, o qual
utiliza sensores separados para emitir e receber
um sinal, pode ser útil para algumas aplicações.
O sinal de ultra-som é produzido por um
objeto vibrante chamado transdutor. Dois tipos de
A figura acima apresenta o processo de transdutores são utilizados pela Banner:
leitura do eco. Quando o pulso de retorno de ultra- eletrostático e piezelétrico.
som (eco) atinge de volta o sensor (frontal do Os Eletrostáticos são construídos de uma
piezo - figura A) ele é convertido novamente em fina e flexível folha de plástico banhada a ouro
sinal elétrico . As vibrações mecânicas atingem o esticadas sobre uma chapa de alumínio que é
frontal do sensor fazendo-a vibrar de acordo com segura no lugar por uma mola. São usados no
as ondas de pressão . A mecânica do sensor que modelo "ULTRA-BEAM" que são projetados para
estava parada , vai atingindo a ressonância ambientes de trabalho menos severo.
(amplitude crescente) a medida que as vibrações Transdutores piezelétricos são mais
do ar a estimulam (largura do pulso Tx). Assim robustos, e os modelos Q45 e T18U que os
que cessarem as vibrações (final do pulso), a utilizam atendem as especificações do padrão
mecânica do sensor que já se encontra em NEMA 6P (IEC IP67) e suportam um pressão
ressonância máxima, prossegue vibrando mesmo 2
d'água de até 84 kgf/cm (1200 libras/polegada ).
sem o estimulo, só que agora com amplitudes Os sensores por ultra-som detectam a
decrescentes até atingir novamente o repouso - presença através do movimento de ar. São ideais
figura B. Esta característica é conhecida por para ambientes fechados como Hall e lixeiras.
ringing , que deve ser amortecida, para não se Por detectarem movimento de ar, são
prolongar por um tempo muito extenso. equipamentos sensíveis, e podem acionar a
Observe pela figura que o ponto máximo do iluminação com a simples abertura das portas, e
eco é atingido sempre na borda final do pulso. possuem um ótimo alcance.
Uma medição precisa, deve considerar sempre
esta característica de referencia. 5.4.3 - Características (modelo FA-U01):
5.4.2 - Sensores Ultra-sônicos - Alcance: 50 m2
- Temporização: 30s
- Tensão: 110/220V
- Dimensões: 85, 70, 30mm
- Instalação: Teto e Parede.
- Carga máxima: 500W incandescente ou
300W Fluorescente*
- Fusível de Proteção contra curto e
sobrecorrente
- Chaveamento por Relé de contato seco de
Sensores ultra-sônicos emitem ondas de som 10 A
com freqüência acima da audível pelo ouvido - l ano de garantia contra defeitos de
humano. Os objetos a serem detectados devem fabricação
possuir uma densidade mínima suficiente para
refletir as ondas ultra-sônicas.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 29

6 - SENSOR DE VELOCIDADE

Estes sensores são dedicados à medição de onde se realiza o movimento e fornecem medidas
velocidade, aceleração e/ou posicionamento nos de posicionamento direto e instantâneo do mesmo.
movimentos de máquinas e equipamentos. Os rotativos são acoplados diretamente ao
Podendo ser lineares ou rotativos. eixo de motores para medir a posição do eixo do
Os lineares, também conhecidos como mesmo.
réguas digitais, são instalados diretamente no local

6.1 - Tipos de Sensores de Posição e Velocidade


6.1.1 - Lineares resistivos e indutivos O princípio de funcionamento consiste na
colocação de emissores e receptores de luz na
Os sensores resistivos e os indutivos são
parte móvel e de uma régua graduada, fixa à base
mais baratos e mais simples. Consistem na
do movimento ou vice-versa, que permite a
colocação de indutores ou resistores, conforme o
passagem ou a reflexão apenas de feixes seletivos
caso, ao longo dos eixos de movimentação, sobre
de luz emitidos, e que serão detectados pêlos
os quais são aplicadas tensões fixas. Um coletor
receptores e indicarão a posição da parte móvel
móvel mede as tensões em pontos intermediários.
em relação à fixa.
Devido à presença de contatos elétricos móveis, a
vida útil destes sensores é muito curta (não
superior a 1 milhão de operações) e precisão nas
medidas é pequena, sendo ainda sujeita a erros
causados por ruídos induzidos, como, por
exemplo, ruídos de rede de alimentação e ruído
branco (ruído ambiente, que cobre todo o espectro
de freqüências).

Sensor Linear óptico ou régua óptica

6.1.3 - Rotativos resistivos e indutivos


Sensores Lineares: (A) Resistivos, (B) Indutivos
Estes sensores se assemelham muito aos
lineares, inclusive no que tange ao funcionamento
6.1.2 - Lineares ópticos assim como à sua vida útil e à precisão. A
São muito mais precisos, e apresentam vida diferença fundamental existente entre ambos é
útil praticamente infinita se alguns cuidados que, neste caso, os resistores ou indutores
elementares forem tomados com relação à sua apresentam formas circulares e os coletores são
utilização. fixados ao eixo do motor o qual se aplica.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 30

Sensores Magnéticos (A) Efeito Hall (B) Resolver

6.1.5 - Rotativos ópticos


6.1.4 - Rotativos magnéticos de efeito Hall e
Também conhecidos como encoders, têm
tipo Resolver
funcionamento parecido com o caso linear, com o
Os sensores magnéticos de efeito Hall têm sensor em forma de disco com marcas ou
seu princípio de funcionamento baseado na perfurações. Possui características semelhantes ao
colocação de um imã fixo no eixo rotor e sensores sensor óptico linear, ou seja, longa vida útil, alta
de efeito Hall que detectam a passagem do campo precisão e médio custo. Estes sensores fornecem
magnético pelos mesmos, detectando velocidade e medidas absolutas ou incrementais, de acordo com
posição do eixo em movimento. Sua vida útil é as necessidades de cada aplicação.
longa, são robustos e baratos, no entanto, sua
instalação é difícil, o que limita sua aplicação,
além de possuir sérias restrições quanto à
temperatura de operação.
Os sensores do tipo resolver se assemelham
a pequenos motores síncronos bifásicos com
enrolamento de campo, onde são aplicadas tensões
alternadas. A posição é medida através da
diferença de fase entre as tensões induzidas nos
terminais das fases do estator. Esses sistemas são
muito precisos e têm vida útil muito longa, mas
têm custo elevado.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 31

7 – ELEMENTO FINAL DE CONTROLE

É o elemento de uma cadeia de controle que O E.F.C., geralmente, controla a vazão de


age diretamente na variável manipulada em um fluido e atua como um orifício variável,
resposta a um sinal recebido do controlador. O portanto, no E.F.C, são aplicáveis as leis de
elemento final de controle pode ser um damper mecânica dos fluidos através da fórmula para
(abafador), uma bomba, um motor, resistências escoamento de fluidos por um orifício.
elétricas, etc., mas o mais usado na indústria é a Q KA 2 g p
válvula de controle, que pode ser operada por
Q = vazão
meios mecânicos, elétricos, hidráulicos ou
K = constante
pneumáticos. Ela está sujeita às mais variadas
A = área
condições de temperatura, pressão, corrosão,
g = aceleração da gravidade
erosão, etc.
p = diferencial de pressão
A função de uma válvula, ou elemento final
O que mostra que a vazão é diretamente
de controle (E.F.C.), é variar a vazão do agente de
proporcional à área do orifício e a raiz quadrada
controle em resposta a um sinal recebido do
do diferencial de pressão ( p), provocada pelo
controlador. Isto é conseguido através da variação
fluido ao passar através do orifício.
da área de passagem do fluido de controle.

7.1 - Válvula de Controle (Atuadores)


O atuador é o que fornece a força necessária - Cabeçote
para abrir ou fechar a válvula. Um atuador é - Diafragma ou motor
classificado de acordo com seu sinal de entrada e - Prato
de saída para o elemento de força. Ele poderá ser - Mola
pneumático, mecânico, elétrico, hidráulico. - Haste
- Garfo ou suporte
7.1.1 - Atuador pneumático
O atuador pneumático é o mais usado na
indústria. Este tipo de atuador transforma pressão
em movimento. Ele recebe seu sinal de operação a
partir de um controlador diretamente ou através de
um sistema auxiliar (posicionador de válvula). O
sinal de saída dos controladores pneumáticos varia
usualmente entre 3 e 15psi e atua sobre a área
efetiva do atuador. A pressão que atua nessa área
resulta em uma força que é usada para posicionar
a válvula de controle.
O atuador pneumático de diafragma consiste
basicamente de uma membrana flexível presa
entre 2 pratos que formam um compartimento
estanque. Ligada à membrana, existe uma haste Atuadores Pneumáticos
que transmite ao miolo da válvula o movimento
7.1.2 - Atuador Mecânico
de flexão da membrana.
Os componentes dos atuadores pneumáticos O atuador mecânico atua na válvula por
são: meio de uma ação mecânica. Há dois tipos de
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 32

atuador mecânico: qualquer posição de abertura entre um intervalo de


- Atuador mecânico com haste deslizante: 0 a 100% do seu curso.
tem o movimento de saída retilíneo;
7.1.4 - Atuador Hidráulico
- Atuador mecânico com eixo rotativo: tem
o movimento de saída angular O atuador hidráulico é um cilindro
composto por um êmbolo situado em seu interior,
7.1.3 - Atuador Elétrico sendo que este êmbolo encontra-se ligado à haste
O atuador elétrico pode ser uma solenóide, do obturador da válvula, fazendo com que ela
que permite posicionar o obturador em duas assuma uma abertura entre um intervalo de 0 a
posições (aberto ou fechado), ou um motor 100% do seu curso.
elétrico reversível que coloca o obturador em
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 33

8 – CONTROLE DE PROCESSO

No início da era industrial, o controle de maneira que nem sempre o resultado era uma peça
processos foi levado a cabo mediante métodos nas melhores condições de fabricação. À medida
baseados na intuição e experiência. Um caso que o mercado exigiu melhor qualidade, a
típico era o controle de produtos em um forno. O complexidade dos processos aumentou,
operário era realmente o "instrumento de controle" desenvolveram-se teorias para explicar o
que julgava o andamento do processo pela cor da funcionamento dos processos e chegou-se a
chama, o tempo transcorrido, o tipo de fumaça e o estudos analíticos que permitiram o controle da
aspecto do produto, decidindo o momento de maior parte das variáveis de interesse nos
retirar a peça. Nesta decisão, influía muitas vezes processos.
a sorte e o estado de espírito do operário, de tal

8.1 - Conceitos Básicos de Controle de Processos


Para ilustrar o assunto conceitos básicos de No exemplo ilustrado, bem como nos outros
controle de processos, utilizar-se-á, como casos de controle de processos, a função
processo típico, o trocador de calor mostrado na fundamental do sistema de controle é manipular a
figura a seguir. No caso do trocador de calor, o relação entrada/saída de energia ou material, de
termo "processo" significa a operação de adição maneira que as variáveis do processo sejam
de energia calorífica ao fluido frio (fluido a ser mantidas dentro dos limites estabelecidos, ou seja,
aquecido). o sistema de controle regula a "variável
controlada" (temperatura do fluido aquecido),
fazendo correções em outra variável do processo
(vazão de vapor), que é chamada de "variável
manipulada".
No processo acima temos:
- Variável Controlada = Temperatura
- Variável Manipulada = Vazão de vapor
- Meio Controlado = Fluido
- Agente de Controle = Válvula manual
Trocador de calor

8.2 - Características de Processos


Os sistemas de controle podem ser Este tipo de malha não executa controle
classificadas em dois tipos: apenas indica, registra e alarma as condições da
- Malhas de Controle Abertas; variável monitorada no processo. Não possuem
- Malhas de Controle Fechadas. realimentação.
Um circuito aberto de regulação carece do
8.2.1 - Malhas de Controle Abertas detetor de erro e do controlador. Um exemplo
pode consistir no aquecimento de água em um
É a malha formada pelo processo e o sensor
tanque por meio de uma resistência elétrica
com indicador, ou registro, ou alarme.
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 34

submersa. Dada uma tensão de alimentação, uma


temperatura de entrada da água, condições
externas e a demanda de água quente, a
temperatura de saída da água permanecerá
constante, porém, ao alterar-se qualquer das
condições, a temperatura de saída irá variar.

Sistema de aquecimento de um fluido


8.2.3 - Modos de Controle
Na classificação quanto a modos de controle
temos:
- Controle manual;
- Controle automático.
a - Controle manual - é quando o operador
Diagrama de blocos de uma malha aberta
visualiza a temperatura de saída, caindo ou
8.2.2 - Malhas de Controle Fechadas subindo em relação ao valor desejado, e pode
É a malha de controle típica, formada pelo fazer as correções na válvula de vapor de várias
processo, o transmissor, o controlador e o maneiras:
elemento final de controle. O sinal da variável - abrir instantaneamente e completamente a
controlada é realimentado para o controlador que, válvula;
por sua vez, atua sobre a entrada do processo na - abrir a válvula devagar, à velocidade constante
variável manipulada, concluindo o loop de enquanto o desvio perdurar;
controle. - abrir mais a válvula quando o desvio ocorre
rápido;
- abrir a válvula de um valor constante para cada
unidade de desvio.
O operador também pode usar outros
métodos ou combinações de métodos para
manipular a válvula. Assim, o operador está
exercendo um modo ou ação de controle manual
que é a maneira na qual se faz correções em
relação ao desvio para manter o controle do
processo.
Diagrama de blocos de uma malha fechada Considerando um controle manual do
Uma aplicação típica de malha fechada é processo que servirá de base para estudar as suas
apresentada a seguir em um processo com sistema características, o operador nota a temperatura de
de aquecimento de um fluido. saída da água com a leitura de um termômetro
No processo, representado na figura, temos: inserido na linha e aciona a válvula de vapor para
- Variável Controlada = Temperatura manter a água a uma temperatura desejada.
- Variável Manipulada = Vazão de Vapor Supondo que, nestas condições, existindo
- Meio Controlado = Fluido uma temperatura constante na saída, ocorra um
- Agente de Controle = Válvula de Controle aumento na vazão de água fria na entrada. Como a
válvula de vapor continua na mesma posição, o
trocador não irá aquecer à mesma temperatura esta
maior quantidade água. Por conseguinte, a
temperatura de saída da água irá abaixar. Porém,
devido à inércia do processo, um certo tempo irá
transcorrer até que a água mais fria alcance a mão
do operador. Quando este notar a diminuição da
temperatura, deve compará-la com a temperatura
desejada, tomar uma resolução, calcular
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 35

mentalmente quantas voltas deve movimentar o controle automático constitui uma correção na
volante da válvula e em que sentido, realizando a variável manipulada.
seguir a correção manual da mesma. Um certo Esta série de operações de medida,
tempo é necessário para que estas operações sejam comparação, cálculo e correção constituem uma
executadas. cadeia fechada de ações, realizadas diversas
Também é certo que um tempo vai se passar vezes, para obter-se a estabilidade do processo
até que os efeitos de correção se manifestem na num ponto desejado até que novas perturbações
temperatura de saída de água e possam ser venham a ocorrer.
captados pelo operador. Só então, este será capaz Este conjunto de elementos em circuito
de saber se a sua primeira correção foi correia, fechado que tornam possível este controle, recebe
escassa ou excessiva. Neste ponto, se necessário, o nome de "malha de controle" (loop control).
efetuará uma segunda correção, que, após algum No controle automático, alguns termos são
tempo, dará lugar a uma nova mudança de amplamente utilizados, tais como:
temperatura. O operador observará os efeitos desta - Variável de Processo = Valor instantâneo da
segunda correção e realizará uma terceira e assim variável controlada;
sucessivamente até obter o ponto desejado. - Set-point = Valor desejado da variável de
processo;
b - Controle automático - é quando utilizamos
- Off-set = Sinal de erro de regime, diferença entre
componentes específicos para realização de uma
o valor medido da variável de processo
ou mais funções básicas de controle, para produzir
e o set-point. que permanece no
as ações de controle necessárias ao processo.
sistema de controle após a última
Os componentes básicos de uma malha
correção.
controle são:
O controlador permite ao processo cumprir
- Sensor ou Transmissor;
seu objetivo de transformação e realiza duas
- Controlador + Comparador;
funções básicas:
- Elemento Final de Controle
- Compara a variável medida com o set-point para
- Processo
determinar o erro;
A função fundamental do controle de
- Estabiliza o funcionamento dinâmico da malha
processo é manipular a relação entrada/saída de
para reduzir ou eliminar o erro ou off-set.
energia de maneira que as variáveis do processo
Os processos apresentam duas
sejam mantidas dentro dos limites desejados.
características principais que devem ser
Um controle automático poderá ser definido
consideradas ao automatizá-los:
como o mecanismo que mede o valor da variável
- Alterações na variável controlada, devido à
do processo e opera de maneira a limitar o desvio
alteração nas condições de processo e chamadas
da variável em torno de um valor desejado. O
geralmente "mudanças de carga";
controle automático regula a variável controlada,
- Tempo necessário para que a variável do
fazendo correções na variável manipulada. No
processo alcance um novo valor ao ocorrer uma
nosso exemplo, correspondendo à temperatura da
mudança de carga. Este atraso é devido a uma
água quente, a variável controlada, e à vazão de
ou várias propriedades do processo, tais como
vapor, a variável manipulada. Qualquer mudança
capacitância, resistência e tempo de transporte.
da abertura da válvula de vapor comandada pelo
INSTRUMENTAÇÃO & CONTROLE 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, Adieci Vigannico da, INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE, Editado por SENAI -


Departamento de S.C. - Florianópolis, 2001.

Você também pode gostar