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Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande do Sul

Nathalia Jara Cantarelli

Estrelas: Uma evolução universal

Professor Décio Basso

Porto Alegre, Junho de 2015


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1. Introdução

Cada vez mais a ciência vem avançando mais e trazendo novas descobertas a
sociedade. Com essa evolução é bastante perceptível a influência dos astros para tudo
o que conhecemos, já que eles são o passado da humanidade e o que tornou possível
a vida. Contando com isso, vê-se que o ciclo de maior influência é o das estrelas, já que
elas que geraram e mantem o universo fluindo. Desde da mais primordial nebulosa, as
protoestrelas, até o avanço das estrelas já forma um ciclo consideravelmente grande,
mas vem somente nas estrelas mais velhas e em seu fim que elementos necessários
para que a vida pudesse existir foram criados. Com o fim das maiores e mais perigosas
estrelas, que houve a criação dos buracos negros, que possibilitam manter uma galáxia
unida. E, por fim, um dos mais importante, o centro do sistema solar onde se encontra
a Terra, o Sol. Uma estrela que sustenta um sistema solar e uma diversidade de seres
vivos.

Percebendo isso, tenta-se, resumidamente, explicar como esses enormes e


grandiosos ciclos ocorrem. Por onde iniciam, sua transição, indo até seu fim, buscando
entender um pouco mais sobre uma das principais responsáveis por tudo que existe,
as estrelas.
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2. Criação das Protoestrelas:

As nebulosas escuras são zonas que se constituem de poucos gases e poeira cósmica.
Em virtude de a quantidade de matéria ser baixa, elas possuem também um campo
gravitacional mais intenso, atraindo os gases e poeira que as envolvem. Com o tempo, seu
campo gravitacional irá aumentar cada vez mais. Sendo assim, aumenta em conjunto a
atração, criando uma acreção gravitacional, que é o processo de auto acumulação.

Tais objetos, muito difíceis de serem observados, constituem os denominados


glóbulos. São em geral muito pequenos, escuros e mais densos do que as nebulosas escuras
que vemos normalmente no céu. Os glóbulos são na realidade embriões de estrelas.

As indicações apontam que os glóbulos representam o mais primitivo estágio de


desenvolvimento de uma estrela. Os glóbulos são instáveis, devida a enorme quantidade de
gases que os comprimem de todos os lados, causando uma contração.

Primeiro as camadas externas se condensam em direção ao centro dos glóbulos onde


se inicia o processo de formação de um núcleo de matéria mais densa. A pressão das camadas
exteriores, que tende a crescer pelo processo de acreção gravitacional, que é cada vez mais
intensa e densa. Até que a densidade do núcleo atinge um nível que, num determinado
instante, a própria contração central começa a diminuir lentamente. Quando ocorre a
interrupção da contração do núcleo, a pressão interna do gás é suficiente para suportar o peso
das camadas que o envolvem. Essa fase é chamada de equilíbrio hidrostático. Nesse momento
é dito que nasceu uma protoestrela. A temperatura no interior dos glóbulos irá aumentar à
medida que os seus gases se contraírem.

3. Nascimento de uma estrela:

No início, a temperatura interna de um glóbulo é da ordem de 50K. No entanto,


quando a protoestrela se forma, a temperatura eleva-se a valores superiores a 150.000K. O gás
comprimido sob influência da gravidade, aumenta a sua temperatura.

Como resultado, tem-se uma protoestrela com um núcleo muito mais quente que as
camadas envoltórias, a superfície. Assim, no interior, o calor começa a se difundir do centro,
deslocando para as áreas mais frias. Inicialmente o transporte ocorre por correntes
convectivas, ou seja, por bolhas de material quente que se expandem do centro em direção à
superfície, enquanto quantidade de material relativamente mais frio desce da superfície para o
centro. As correntes de convecção na protoestrela conduzem-na ao equilíbrio térmico.
Quando tal etapa é atingida, é dito que ocorreu o equilíbrio convectivo.

Esse transporte provoca uma queda na pressão e temperatura do núcleo. Por outro
lado, com a queda da pressa, as enormes camadas de gases que envolvem o núcleo começam
a pressiona-lo. Isto resulta numa compressão maior dos gases do núcleo e, portanto, a
temperatura se eleva, causando uma pressão no centro da protoestrela e temperatura cada
vez maiores.

Com esse aumento de pressão e densidade, o processo convectivo não mais será um
meio eficiente de transporte de energia. A energia começara a ser transportada por radiação.
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Estabelece-se o equilíbrio radioativo no interior do núcleo da protoestrela. Tal região


de equilíbrio radioativo irá crescendo devagar, aumentando desse modo a energia térmica do
seu núcleo. Por fim, atinge-se um ponto em que a pressão, a temperatura e a densidade do
núcleo serão tais que os núcleos de átomos de hidrogênio poderão começar a se fundir.
Causando uma elevação de 4 milhões de Kelvin na temperatura no núcleo da protoestrela, os
núcleos de hidrogênio se movem tão rapidamente que colidir entre si e, dessa maneira,
interagem juntando-se para formar o núcleo de um átomo de hélio. A partir desse momento,
inicia-se as reações termonucleares.

Essas reações são responsáveis pela origem da energia nas estrelas. Esse fato é o
principal que caracteriza o nascimento de uma estrela.

4. Estágios da estrela:

No estágio final, quando se iniciam as reações termonucleares nas protoestrelas e elas


passam a ser estrelas, sua posição no diagrama H-R situa-se na sequencia principal. A vida de
uma estrela recém-nascidas começa realmente na sequencia principal, quando tem início a
queima de hidrogênio no núcleo. O tempo que uma protoestrela leva para atingir a sequencia
principal vai depender de sua massa em relação ao Sol. É dado a seguir esse valor para
diferentes massas solares:

Massa da protoestrela Tempo para atingir a sequencia


principal
30 massas solares 30 Centenas de anos (3.000 anos)
10 massas solares 300 Centenas de anos (30.000 anos)
4 massas solares 1 Milhão de anos
2 massas solares 8 Milhões de anos
1 massa solar 30 Milhões de anos
0,5 massa solar 100 Milhões de anos
0,2 massa solar 1 Bilhão de anos

A seguir a tabela apresenta o tempo de vida de uma estrela na sequencia principal, em


função se sua massa, em relação ao Sol:

Tempo na
Massa Temperatura Luminosidade
sequencia principal
(Sol = 1) (Kelvin) (Sol = 1) (anos)
25 35.000 80.000 3 Milhões
15 30.000 10.000 15 Milhões
3 11.000 60 500 Milhões
1,5 7.000 5 3 Bilhões
1 6.000 1 10 Bilhões
1,75 5.000 0,5 15 Bilhões
0,75 4.000 0,025 200 lhões
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Durante o período de queima de hidrogênio no centro da estrela alterações na


composição química do núcleo da estrela começam a ocorrer. Assim, enquanto a quantidade
de hidrogênio diminui, a de hélio aumenta. Por causa dessa mudança de composição química,
o núcleo se contrai lentamente e existe um transporte de energia gravitacional em energia
térmica. Mantendo o equilíbrio hidrostático e térmico, as camadas exteriores da estrela se
expandem gradualmente. Este evento fará com que a estrela fique um pouco mais brilhante e
a sua atmosfera um tanto mais frio. Entretanto, a temperatura superficial declina.

É rompido o equilíbrio hidrostático e térmico do núcleo quando o hidrogênio se


esgota. O núcleo então se contrair influenciado pela gravidade. Tal contração ira converter
energia gravitacional em energia térmica; em consequência, o núcleo continua a contrair-se e
a sua atmosfera tente a se expandir.

O núcleo passa a se constituir somente de hélio. O colapso deste núcleo rico em hélio
o levara a uma elevação violenta de pressão e temperatura, fazendo com que a camada que
reveste o núcleo aqueça. As camadas que estão entre o núcleo e superfície estelar contêm
ainda hidrogênio; Logo em seguida, a temperatura acima do núcleo em contração torna-se
suficiente para que o hidrogênio comece a queimar, construindo um envelope ao redor do
núcleo.

A nova fonte de energia termonuclear que provem do envoltório de hidrogênio produz


uma enorme expansão da atmosfera da estrela. Dessa forma, as camadas exteriores se
expandem, enquanto a estrutura da estrela busca preservar o seu equilíbrio com a nova fonte
de energia. Porém, quando um gás se expande, sua temperatura diminui. Assim ocorre com a
energia do núcleo em contração, produzindo a expansão da estrela, provocando um
resfriamento da atmosfera estelar.

Sua temperatura superficial cai enquanto o diâmetro dessas estrelas aumenta


violentamente. O efeito conjunto e simultâneo dessas ocorrências produz uma ligeira e
constante queda em sua luminosidade.

Enquanto ocorre essas alterações nas camadas externas, o núcleo inativo continua a se
contrair. Produzindo um aumento na densidade e na temperatura do núcleo estelar.

Quando esta temperatura atinge o nível de cem milhões Kelvins, inicia-se uma nova
reação termonuclear. A temperatura e pressão, os núcleos de hélio podem se fundir formando
átomos de carbono e oxigênio, o que caracteriza a etapa denominada queima de hélio. Essa
queima do núcleo de hélio é uma consequência da temperatura do núcleo, ao redor do qual
existe um envoltório onde por sua vez está ocorrendo a queima de hidrogênio.

Assim que a nova queima – no núcleo, transformando hélio em carbono e oxigênio –


acaba, a contração novamente tem início gerando energia térmica. O futuro dessas estrelas vai
depender de sua massa. Se ela for suficiente para que se consiga atingir uma temperatura
elevada, novas reações termonucleares se tornam possíveis, como se vê na tabela a seguir:

Processos termo Massa da estrela Temperatura de Temperatura e


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necessária ao
ignição do manutenção do
nuclear início do
processo processo
processo
(Sol = 1) (Kelvin) (Kelvin)
Queima de
0,1 4 Milhões 20 Milhões
hidrogênio
Queima de hélio 0,5 100 Milhões 200 Milhões
Queima de
4 600 Milhões 800 Milhões
carbono
Queima de
6 1 Bilhão 2 Bilhão
oxigênio
Queima de silício 8 2 Bilhões 1. Bilhões

Ao redor do núcleo inerte de carbono e oxigênio se formam duas camadas. A mais


próxima do núcleo é a camada de queima de hélio, enquanto a camada acima dessa é a de
queima de hidrogênio.

FIG. 1 - ESTRUTURA DA VELHA ESTRELA DE BAIXA MASSA SOLAR

Após passar por esse processo, atingindo um estágio mais avançado, se a estrela
possuir mais de quatro massas solares, a densidade temperatura no seu núcleo serão
suficientes para que se inicia a queima de carbono. Nas reações termonucleares de núcleos de
carbono são produzidos núcleos de oxigênio, neônio, sódio e magnésio. Ocorrem então três
reações termonucleares independentes. Assim, ao redor do núcleo que queima carbono,
existe uma camada que queima hélio e, em volta dessa, uma outra que queima hidrogênio.

Se a estrela possui mais de 6 massas solares, a contração do núcleo pode alcançar uma
temperatura de um bilhão Kelvin e começa a queima de oxigênio, produzindo silício e enxofre.
Ao ocorrer a interrupção da queima do núcleo de oxigênio, se a massa da estrela for oito
massas solares, sua temperatura poderá atingir de dois bilhões Kelvin e, assim, inicia-se a
queima de silício.

Como consequência, ocorre a formação de níquel e ferro. O núcleo de ferro não pode
queima-se. Se a estrela possuir massa elevada de mais de dez massas solares, a queima de
silício continuará ao redor de um núcleo de ferro, apresentada na FIG. 2.
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FIG. 2 - Estrutura de uma velha estrela de alta massa solar

As estrelas que ultrapassarem essa etapa de sua vida terão um fim muito violento, pois
o núcleo de ferro é instável e acabará por provocar a sua implosão. O colapso gravitacional
repentino, irá produz uma quantidade enorme de energia, dando origem às catastróficas
explosões estelares, conhecidas como supernovas.

Quando acontecem tais explosões, uma grande quantidade de matéria é lançada no


espaço. Assim gera a distribuição dos elementos pesados que se originaram no interior das
estrelas.

5. Morte das estelas:

Todas as estrelas estão lançando matéria no espaço, que produzem ao seu redor um
vento estelar. Esse vento reduz a massa de uma estrela, ao longo da vida, à sua metade.

As estrelas de baixa massa solar, logo que queima o hidrogênio e o hélio ao redor do
seu núcleo inerte de carbono e oxigênio, sofre uma serie de instabilidade térmica. Como
consequência, a estrela começa a pulsar, que é a atmosfera que se expande e contrai,
aumentando a intensidade. Essas pulsações, que podem se tornar muito intensas, tem como
fim a separação das camadas exteriores do núcleo. O núcleo muito quente e denso fica
exposto.

A estrela, que agora contém somente o núcleo, tende a esfriar. Nessa estrela de baixa
massa solar não é possível iniciar a queima de carbono. Sua temperatura declina, as camadas
externas se tornam mais frias e o núcleo se compacta mais. Sua densidade pode atingir cerca
de 1 mil toneladas por centímetro cúbico. Todos os elétrons no interior da estrela se
comprimem o limite, e a matéria que é assim constituída tem o nome de matéria degenerada.
Quando a concentração gravitacional, faz a estrela atingir as dimensões do nosso planeta
(cerca de seis mil quilômetros de raio), há uma pressão muito intensa sobre os elétrons em
estado degenerado, que a estrela interrompe sua contração. Nessa etapa se estabelece a
temperatura superficial da estrela num nível da ordem de 50 mil Kelvin. A estrela está morta –
pois não há nenhuma fonte interna de energia. Mas a estrela possui ainda uma temperatura
superficial elevada, e sua emissão de luz é muito reduzida, gerada por suas dimensões. Tem
aparência branca, quente e de pequenas dimensões, o que justifica a denominação anã
branca. Existem mais de 500 anãs brancas nas vizinhanças do Sol.
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A evolução de uma gigante vermelha para uma anã branca representam uma
substancial perda de massa, como pode-se verificar na tabela a seguir:

Massa da estrela Massa lançada pela Massa final da anã


vermelha nebulosa branca
3,0 1,8 1,2
1,5 0,7 0,8
0,8 0,2 0,6

Em princípio as anãs brancas devem se resfriar completamente. Entretanto, esse


processo de resfriamento é muito lento e leva trilhões de anos para que a estrela atinja o zero
absoluto. Como esses valores são superiores à idade do universo, as mais velhas anãs brancas
são ainda muito quentes.

Todas as anãs brancas provem de estrelas que contêm uma massa menor que o valor
de 1,4 massa solar. Por outro lado, todas as de massa muito elevada (da ordem de cinquenta
massas solares) têm grande dificuldade em ejetar quarenta e oito massas solares durante a sua
explosão como supernovas. Desde que elas sejam mais maciças que o limite de Chandrasekhar
(1,4 massa solar) a pressão degenerada dos elétrons será incapaz de suportar a estrela, que
não poderá se tornar uma anã branca. Elas continuam a se contrair, dando origem às estrelas
de nêutrons e aos buracos negros.

6. Características das estrelas:

Quando se trata da aglomeração das estrelas encontramos duas categorias principais,


são elas: abertos ou globulares. Cada uma tem suas características próprias:

i. Os abertos, também chamados de aglomerados galácticos, são


encontrados dentro dos braços espirais da nossa galáxia. Tem um
formato irregular e pode conter de cerca de uma dúzia a muitas
centenas de estrelas. Tem uma constituição, em sua maior parte,
jovem, podendo ainda conter vestígios da nebulosa original,
formadora das estrelas.
ii. Os globulares são coleções esféricas de estrelas, que dispõe de contém
até centenas de milhares ou mais membros individuais.
7. As cores das estrelas:

A coloração que reflete provém da temperatura reinando na atmosfera das estrelas.


Esse conhecimento origina-se da lei de Wien.

Quando avista-se uma estrela de cor azul no céu, isso significa que o pico da curva está
situado próximo aos comprimentos de onda ultravioleta; assim será emitido muito mais luz
azul do que vermelha. Essas estrelas têm a aproximadamente 10.000 Kelvin de temperatura.

Já quando a estrela tem uma cor avermelhada, isso indica que o pico da curva situado
no infravermelho. A temperatura desse tipo de estrela é relativamente fria, cerca de 3.000
Kelvins.
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Podendo ainda uma estrela ter coloração amarelo-esbranquiçada, mostrando que o


pico de sua curva no meio do espetro visível. Sua temperatura é intermediaria as anteriores,
com cerca de 6.000 Kelvins.

Os astrônomos concluíram que as temperaturas estelares variam de 3.000K a 30.000 K.


A maioria das estrelas tem sua temperatura superficial da ordem de 6.000 K.

8. Alguns tipos de estrelas:


a. Sol:
O Sol é uma estrela anã amarela, composto de hidrogênio e hélio,
como a maioria das outras estrelas. Em seu entorno há planetas e satélites
movimentando-se seguindo sua orbita, sendo ele o centro do sistema solar.
b. Anãs brancas e gigantes vermelhas:
Normalmente as estrelas gigantes tem coloração esbranquiçada; e as
anãs, coloração avermelhada. Porém existem casos patológicos – anormais –
que são as anãs brancas e as gigantes vermelhas.
Com o diagrama, nota-se que as estrelas se distribuem de forma
desigual pelo gráfico. Contendo três regiões muito distintas, onde elas se
agrupam. Do lado inferior direito se situam as estrelas mais frias e vermelhas,
portanto menos brilhantes; do outro lado, no canto superior esquerdo, se
localizam as estrelas mais quentes e azuis, por isso mesmo mais luminosas.
Foi denominada de faixa principal a região que une esses dois pontos
numa diagonal.

Fig. 3 - Diagrama de Hertzsprung-Russel (R-H)

Próximo ao lado direito superior do diagrama, encontra-se um


conjunto que representa as estrelas que são frias e brilhantes, opondo-se à lei
de Stefan, que propõe que cada quilômetro da superfície de uma estrela fria
emite menos luz que a mesma superfície de uma estrela quente. Porém,
concluiu-se que uma estrela fria consegue emitir uma quantidade de luz
equivalente à de uma estrela quente, necessitando de possuir uma superfície
muito extensa. Assim, deduziu-se que essas estrelas deveriam possuir
dimensões enormes.
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Com a área muito extensa, ou até gigantesca, e temperatura baixa, o


que incide uma luz avermelhada, surgiu o nome de gigante vermelha.
Opondo-se às gigante vermelhas, encontra-se um conjunto situado no
lado inferior esquerdo do diagrama R-H. esse conjunto é representado por
estrelas muito tênues, apesar de intensamente quentes. Seguindo o princípio
das gigantes vermelhas, uma estrela muito quente pode ser muito fraca em
luminosidade se contar uma área muito pequena. Com um tamanho muito
pequeno e terem, por causa de sua temperatura, coloração branco-azulada,
estas são chamadas de anãs brancas.
c. Anãs marrons:

São bolas de gás interestelar que não chegam a constituir


propriamente estrelas, já que a sua massa não é suficiente para desencadear
as reações nucleares que irão permitir a fusão de dois núcleos de hidrogênio e
um núcleo de hélio.

No entanto, esta estrela, a anã VB8, teve uma vida muito curta e vive
completamente só. Não foi detectada ainda nenhuma outra anã marrom.
Mantendo essas quase estrelas ainda no campo da teoria.

d. Estrela de nêutrons:
Elas seriam decorrentes da própria evolução estelar, quando o interior
de uma estrela muito velha e maciça entra em colapso gravitacional. Neste
momento, no interior da estrela, os espaços intra-atômicos deixariam de
existir. Os elétrons e prótons se transformariam em nêutrons, como um sólido
ou um fluido bilhões de vezes mais densos do que o aço.
Quando uma estrela atinge o estágio final da sua vida, ela pode se
transformar numa anã branca, numa estrela de nêutrons ou num buraco
negro. Estas três soluções dependem da massa final, que a estrela obteve no
ultimo estagio da sua evolução. As estrelas com massa de ordem de uma e
meia massa solar se transformariam em anãs brancas; as estrelas com cerca de
duas ou duas e meia massas solares dariam origem às estrelas de nêutrons; e
as com mais de três massas solares deveriam se transformar nos célebres
buracos negros.
e. Buracos negros
A solução de Schwarzschild propõe um buraco negro com simetria
esférica e massa. Nesta solução, a estrela que lhe originou não devia possuir
rotação, carga elétrica e campo magnético. À medida que ocorre o colapso
gravitacional, as trajetórias dos raios luminosos emitidos pela estrela se
encurvam em direção ao seu próprio núcleo. No último estágio da evolução
estelar, os raios de luz emitidos não conseguem sair para fora do
convencionado horizonte de eventos. Aliás, no interior do horizonte de
eventos nenhum evento pode ser observado. Mesmo depois que uma estrela
agonizante tiver ultrapassado o seu próprio horizonte dos eventos, nada o
impossibilita de continuar sua contração gravitacional, que continuará
contraindo-se até a sua implosão em um ponto no centro do buraco negro. A
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singularidade é o nome dado a este ponto de pressão e densidade infinita,


onde a curvatura do espaço-tempo é também infinita.
Em decorrência, os buracos negros parecem, na verdade, as coisas
mais simples do universo, pois eles só possuem massa, carga e rotação,
enquanto a completa definição de uma estrela atinge uma porção de
elementos, tais como a sua composição química, pressão, densidade.
De 1916 a 1918, os físicos H. Reissner e G. Nordstrom, “encontraram a
resposta para a equação de campo de Einstein, na qual se refere um buraco
negro com carga. Tal carga pode ser elétrica e/ou magnética.
O buraco negro independe da composição de sua massa, assim como
na solução de Schwarzschild, pode ser de diversas naturezas, tais como uma
estrela, uma pedra, etc., a solução de Reissner-Nordströn, na geometria do
espaço-tempo, não vai depender da natureza da carga, que tanto poderá ser
positiva como negativa, no caso da carga elétrica, e polo norte ou polo sul, no
caso de uma carga magnética. O buraco negro de Reissner-Nordströn sujeita -
se somente de dois valores, a massa total do buraco (M) e da sua carga total
(c).
Sendo a força eletromagnética muito mais forte que a gravitacional,
pode acontecer que um buraco negro, com um grande campo
eletromagnético, afaste com facilidade os gases e átomos que o envolvem,
enquanto os de carga oposta serão atraídos. Ora, se houver uma intensa
atração de carga, será, com o correr do tempo, muito superior ao da massa do
buraco negro, que acabará sendo neutralizado. Sendo assim, um buraco negro
com carga só terá possibilidade de existir realmente no espaço se a sua massa
for algumas centenas de bilhões de vezes superior à da sua carga.
Um buraco negro em que a carga é muito pequena terá, circulando a
singularidade, dois horizontes dos eventos: um externo e outro interno. No
caso em que a carga elétrica é equivalente à massa do buraco negro, estes
dois horizontes acabam por se confundir em um único. No caso oposto, em
que a carga se torna muito superior à massa, os horizontes dos eventos
desaparecerão, e teremos, então, uma singularidade nua. Neste caso, se bem
que existia uma força de gravidade muito forte, que atrai os corpos situados a
grande distância da singularidade, existirá também uma região próxima à
singularidade nua, na qual os objetos serão repelidos. Será uma região da anti-
gravidade.
Declarando que todos os corpos do universo possuem um movimento
de rotação ao redor do seu eixo, como, por exemplo, o Sol e quase todas as
estrelas, pensou-se que realmente, na criação de respostas das equações de
campo de Einstein, teríamos que considerar este dado. Com efeito, constatou-
se que as estrelas maciças são aquelas que giram com mais rapidez. Elas são
precisamente os melhores concorrentes a se tornarem buracos negros. Por
outro lado, sabe-se que as estrelas agonizantes, ao se contraírem, aumentam
o seu movimento de rotação, este fato é uma consequência direta da lei de
conservação do movimento angular. Um exemplo bem comum são os
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bailarinos. Todo bailarino, para atingir uma grande velocidade, fecha o braço
ao redor do seu corpo, numa aplicação inconsciente desta lei.

Data da
Tipo Parâmetros Descrição
elaboração
Buraco negro Constitui o mais simples dos buracos
de 1916 Massa (M) negros. Possui somente massa e a sua
Schwarzschild simetria é esférica.
Buraco negro O buraco negro carregado possui
Massa (M) e
de Reissner- 1916/1918 massa e carga (elétrica ou magnética).
carga (c)
Nordströn Sua inércia é esférica.
O buraco negro rotacional possui
Buraco negro Massa (M) e
1963 massa e momento singular. Sua
de Kerr rotação (r)
simetria é axial.
Buraco negro Massa (M) e O buraco negro rotacional e carregado
de Kerr- 1965 carga (c) e é o mais complexo. Sua simetria é
Newmann rotação (r) axial.

Existe um limite estático que envolve o horizonte dos eventos, nos


buracos negros rotacionais, ou de Kerr. Um astronauta hipotético que
atravessa o horizonte de eventos não poderia retornar para o nosso universo,
mas se atravessasse somente o horizonte estático seria logo devolvido ao
nosso universo, pois a sua permanência nesta região seria impossível. Essa
região, entre o limite estático e o horizonte de eventos, é chamada de
ergosfera, ao calcular que todo o objeto que cai na ergosfera de um buraco
negro rotacional poderá sofrer dois efeitos: ou prosseguirá no seu movimento,
desaparecendo no horizonte dos eventos, ou será devolvido para fora, em
direção ao nosso universo. Neste último caso, a energia do objeto será maior
do que a energia que possuía ao atravessar o limite estático. A ergosfera
constitui uma fonte inesgotável de energia, pois parte da energia rotacional de
um buraco negro será transferida para a matéria ejetada. Esse processo de
obtenção de energia, a partir do lançamento de uma partícula num interior da
ergosfera, e do seu retorno com mais energia, é conhecido processo Penrose.
f. Os Buracos Negros Estelares:
Eles seriam aqueles formados na última etapa da evolução das estrelas
maciças. Com efeito, o envelhecimento de uma estrela está ligado ao
esgotamento do seu combustível nuclear. Não existindo mais energia para
contrabalançar as forças gravitacionais, tem início o processo de contração das
estrelas. Esse retraimento fornece a energia que alimenta o último período da
sua vida, antes do seu colapso. O fim da existência de uma estrela está na
dependência de sua maior ou menor massa.
Com a massa da estrela sendo inferior a 1,5 massa solar, ela se tornará
uma anã branca, estrela muito densa, de dimensões comparáveis às da Terra
(a massa de um centímetro no seu interior é de 100 toneladas). Nesse caso, a
matéria está no estado denominado degenerado, pois ela se reduz a um gás.
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Com a massa da estrela entre 1,5 e 1 massa solares, a contração não


termina, enquanto a matéria atinge o estado degenerado, continuando até
que os elétrons se fundem com o núcleo, para dar origem a um gás de
nêutrons. Temos então as estrelas de nêutrons. A densidade dessas estrelas é
incrível; a 100 milhões de toneladas. Suas dimensões são reduzidas de dezenas
de quilômetros de diâmetro.
Com a massa da estrela sendo superior a duas massas solares, não
existe mais estado da matéria capaz de interromper a contração. Ela
continuará até que a energia não possa mais sair do seu interior. Temos então
os colapsares ou buracos negros.
g. Classificação de supernovas
As supernovas observadas nas galáxias exteriores se classificam,
segundo a sua curva de luminosidade, em dois tipos. No tipo I, a intensidade
da luz aumenta e, depois de passar por um máximo, cai rapidamente para
extinguir-se em 250 dias aproximadamente.
No tipo II, a intensidade é cinco a dez vezes inferior ao tipo anterior e
mostra uma queda de brilho gradualmente mais devagar. Enquanto as
supernovas do tipo II apresentam raias de hidrogênio em seu espectro, as do
tipo I são desprovidas destas raias. As curvas de luz de cada tipo correspondem
a modelos de explosão, deduzidas pelos astrofísicos. Assim, o tipo I é definido
por um sistema de estrelas binarias, onde uma das componentes é uma estrela
anã branca (estrela de raio comparável ao da Terra, mas muito mais densa).
Em seu interior os átomos de tocam. É a repulsão mutua dos elétrons que
giram ao redor dos núcleos atômicos que impede os astros de serem
comprimidos como nas anãs brancas (cuja densidade voluntaria é da ordem de
uma tonelada por centímetro cúbico). Em consequência do seu intenso campo
gravitacional, a anã branca retira lenta e gradualmente a matéria da atmosfera
de sua companheira, em geral uma estrela gigante. No momento em que a
massa da anã branca tinge um valor critico de aproximadamente 1,4 vezes a
massa solar, ela implode, provocando uma verdadeira explosão nuclear, em
que a anã branca é totalmente destruída. As cinzas dispersar no meio
interestelar dão origem a uma nebulosidade remanescente desta supernova.
O segundo tipo está relacionado ao colapso do núcleo estrelas maciças
e à queda das camadas externas mais elásticas sobre o núcleo sólido. Com
efeito, no fim de sua evolução, uma estrela maciça mostra uma estrutura
muito semelhante à da cebola. Depois da camada superficial, rica em
hidrogênio, encontram-se outras, sucessivamente compostas de elementos
com massas atômicas crescentes. Na verdade, cada uma delas representa o
resultado de diferentes etapas de nucleossíntese estelar, relacionada a
temperaturas em momentos definitivos da vida das estrelas, bem como a
diferentes fases se sua concentração gravitacional. As cadeiras de reação que
fornecem energia estelar interrompem-se, quando os últimos átomos de silício
viram átomos de ferro. No fim desta etapa, o núcleo de ferro da estrela se
torna instável, pois a energia libera, por ocasião das reações nucleares, deixa
de impossibilitar que a estrela venha a implodir sobre si mesma. O
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desmoronamento do núcleo ferroso é tão intenso que a repulsão eletrônica


entre os átomos vizinhos não é suficiente para impedir que os núcleos
atômicos se toquem, conduzindo à formação de uma estrela de nêutrons. A
onda energética de choque, oriunda desta última estrela, é tão intensa que dá
origem a uma explosão cataclísmica das camadas exteriores da estrela.
Os componentes sintetizados no interior da estrela, bem como outros
mais pesados, tais como o uranio, etc., formando durante a explosão, são
dispensados no meio interestelar. Tal meio enriquecido de elementos pesados
será a origem de novas gerações de estrelas, o que explicaria a existência
desde elemento nos sistemas planetários com estrelas centrais oriundas de
uma segunda ou mais gerações. Neste segundo caso, a liberação de energia
(equivalente a 10 exp, 28 bombas nucleares de um megaton) é seguida da
emissão extremamente intensa de neutrinos.
As previsões teóricas mostram que as supernovas do tipo II são origem
a uma estrela de nêutrons e, dependendo da sua rotação e temperatura, ela
pode transformar-se num pulsar, que gira de uma maneira muito veloz,
emitindo intenso fluxo energético, em intervalos extremamente regulares. Os
astrônomos esperam que o envoltório seja possível localizar este pulsar.
h. Os diferentes tipos de buracos negros:
Acredita-se que devem existir no universo outros formatos de buracos
negros, com carga eletromagnética e rotação, uma vez que estas informações,
que estão em permanência no universo, não desaparecerão quando uma
estrela entra em colapso. Na realidade, a massa de um buraco negro é um dos
seus elementos que não será jamais completamente dragado, pois os seus
efeitos permanecerão sob o aspecto de uma deformação no espaço-tempo.
Mas também, as informações relativas ao campo magnético e elétrico, cujos
efeitos dependem da distância, como a gravidade, entrarão em interação com
as partículas nucleares que os envolvem. Uma terceira forma de informação,
que nunca será perdida durante um colapso gravitacional, é o efeito que
provem da rotação que irá dragar o espaço-tempo ao redor do buraco negro.
Este último fenômeno, conhecido como efeito de Lense-Thirring, ou seja, rede
inercial de dragagem, será tanto mais pronunciado quanto maior for a rotação
e a massa do objeto que o produz. Assim, se um buraco negro for produzido
por uma estrela em rotação, será, mais sensível, o efeito sobre o espaço e
tempo que o envolvem.
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9. Conclusão:

As estrelas moldaram praticamente todos o universo e possibilitaram que a vida fosse


possível. Toda a vida na Terra depende da existência de uma estrela, o Sol. Seus ciclos são
extensos e complexos, com diversas mudanças e instabilidades. Existem muitos modelos de
estrelas existente, como as anãs brancas, gigantes vermelhas, estrelas de nêutrons, entre
muitas outras. Sabe-se relativamente pouco sobre esses maravilhosos astros. Cabe a
humanidade continuar buscando respostar e estudando as estrelas, pois elas mostram como
grande parte de tudo que existe se formou, mesmo que as vezes não aparente.
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10. Referências bibliográficas:

Disponível em:<http://en.wikibooks.org/wiki/General_Astronomy/The_H-R_Diagram> Data de


acesso: 1 jun. de 2015.

Appenzeller, Mariana. Estrelas e planetas. Judith Millidge. São Paulo - SP, 1999.

Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas. Nascimento vida e morte das estrelas: a evolução estelar.
Vozes Ltda. Petrópolis – RJ, 1995.

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