Você está na página 1de 9

Corretagem

 Caracteriza-se pela atuação de uma


pessoa que se incumbe de aproximar
as partes, promovendo e
facilitando, conforme ordens
recebidas, a celebração de negócios
jurídicos (artigos 722 a 729 do
CC/02).
 Tal pessoa é um profissional
habilitado, que atua sem mandato ou
vínculo de dependência, realizando
a preparação ou consecução de novos
contratos (compra e venda, seguros,
locação, etc), seguindo as
instruções do contratante
(potencial futuro contratante).
 Na corretagem comercial, o
corretor, além de aproximar as
partes, porém, também pode concluir
o negócio pretendido, mas atuando
no interesse do cliente e sob a
responsabilidade deste, exigida
diligência e prudência, bem como o
fornecimento transparente de
informações a todos envolvidos nas
negociações mediadas.
 A remuneração do corretor decorre
da tabela própria a sua área de
atuação ou de percentual estipulado
sobre o valor do negócio concluído.
Constitui a chamada comissão, que é
deve em razão da efetividade da
aproximação das partes negociais e
do sucesso derivado da
concretização da contratação
pretendida.
 No caso da corretagem mercantil, o
aconselhamento do cliente inclui-se
no mister do corretor (qualificado
antigamente como agente auxiliar do
comércio), que deve prestar, sob
pena de responsabilidade, todos os
esclarecimentos necessários e
convenientes.
 Na corretagem mercantil, há também
o dever de guardar sigilo quanto a
informações fornecidas pelo cliente
e que possam influir, inclusive, na
condução de sua atividade
empresarial.

Modalidades de corretagem
São várias as modalidades da corretagem
mercantil, persistindo legislação especializada
para várias delas.
a) Lei 5.601/70 – corretagem de câmbio; b)
Lei 4.594/64 – corretagem de seguros; c) Decreto
20.881/71 – corretagem de mercadorias; d) Lei
4.728/65 – corretagem de valores; e) Decreto
19.009/1929 – corretagem de navios.
Os corretores se submetem, em geral, o
controle público, sendo-lhes impostas várias
limitações e proibições. É vedado, por exemplo,
aos corretores negociar em nome próprio ou prestar
fiança ou adquirir para si o bem ofertado ou
receber cobrança por conta alheia.
No que reputa à forma, esta costuma ser
livremente, mas, no âmbito empresarial, é cada vez
mais comum a instrumentalização com a elaboração
de documentação específica.
O contrato se extingue pelo alcance do
objeto, expiração do prazo, revogação ou
desistência.
Os litígios mais importantes dizem respeito
à cobrança da comissão de corretagem, podendo,
inclusive, ocorrer a intervenção de mais do que um
corretor para a conclusão de um mesmo negócio, o
que implica na partilha da comissão,
pressupostamente em partes iguais (artigo 728
CC/02).
Representação Comercial
É também conhecido como contrato de
agência, ostentando, além de previsão genérica no
CC/02 (artigos 710 a 721, em conjunto com o
contrato de distribuição), regulamentação
especial.
É o ajuste por meio do qual uma das partes
(representante), em favor e por conta da outra
(representado), colhe e encaminha pedidos de
compra, realizando-se, posteriormente, o negócio
jurídico visado.
O representante efetua uma intermediação
(ele aproxima as partes), captando clientela para
o representado, mediante uma remuneração ajustada.
Ele ostenta registro próprio, podendo ser
uma pessoa jurídica, o que é totalmente comum.
A atividade do representante está ligada à
ampliação do comércio, facilitando a colocação de
produtos industriais, originando-se na atuação dos
antigos mascates e caixeiros viajantes.
Está regulada especificamente pela Lei
4.886/65, que cria proteção semelhante à do
direito do trabalho, com fiscalização da atividade
por conselhos regionais e federal.
Na realidade, no contrato, não há
representação; o representante age em seu nome
para angariar negócios para o representado,
colhendo pedido, muitas vezes com a exibição de
catálogos (mediação).
É comum a cláusula de exclusividade,
inclusive para garantir a continuidade da atuação
do representante. Existe, sempre, contudo, a
possibilidade do subagenciamento, como
subcontrato.
Há sempre uma delimitação de área
geográfica de atuação, agindo o representante com
independência, podendo celebrar contratos com mais
que uma empresa, exigindo-se, contudo, lealdade,
lastreando-se o contrato na confiança.
O contrato, em geral, assume a forma
escrita, com detalhes sobre a remuneração do
representante, eventuais ressarcimentos pela
ruptura do contrato, declinação da área de atuação
e das características dos produtos. Há,
normalmente, uma discriminação minuciosa de
direitos e deveres contratuais.
A remuneração é sempre um percentual sobre
o efetivo ganho com o negócio agenciado e o
ressarcimento, quando devido pelo representado,
não pode ser inferior a um vigésimo da remuneração
total advinda do contrato.
Em caso de recusa de propostas, o
representado se obrigada pela remuneração
A lei prevê justas causas para resolução do
contrato e a realização de um aviso prévio de 30
dias, que pode ser substituído por quantia em
dinheiro.
Os principais litígios estão ligados ao
rompimento da relação contratual, que pode durar
anos e décadas.

Distribuição
Aproxima-se da representação, mas dela se
diferencia porque, aqui, há uma venda sucessiva de
bens entre um produtor e um distribuidor,
encarregando-se este de revendê-los a outros
comerciantes (em atacado) ou ao público (em
varejo).
Evita despesas do produtor com a
comercialização de produtos, criando capilaridade
na colocação de produtos em mercado (rede),
persistindo sempre delimitação de áreas de atuação
com exclusividade.
O distribuidor se remunera por um
sobrepreço entre o de aquisição e o de revenda,
não sendo incomum um tabelamento imposto pelo
fabricante.
É de duração indeterminada e de adesão.
Não há legislação própria
O produtor tem a obrigação de suprir de
bens o distribuidor, contratando-se o pagamento
periódico pelos bens. O distribuidor, geralmente,
é interditado da comercialização de produtos
concorrentes.
Há contratos que estabelecem cotas mínimas.
Visa a integração entre indústria e
comércio
É, geralmente, é celebrado por escrito,
sendo composto com cláusulas diferenciadas
conforme a espécie de produto distribuído, como
aquela sobre o destino de vasilhames.

Mandato Mercantil
Uma das partes (mandatário) recebe poderes
de representação de outra (mandante), atuando em
seu nome e por sua conta diante de terceiros.
O mandatário atua de acordo com as
instruções fornecidas, concluindo negócios e
recebendo, para tanto, uma remuneração específica.
Ele só pode atuar dentro dos limites estabelecidos
pelo mandante e com a diligência do homem de
negócios prudente.
Podem ser conferidos poderes especiais ou
gerais, devendo ser feita uma delimitação
específica, mediante a elaboração de uma
procuração.
A morte de qualquer das partes extingue a
relação jurídica, que é lastreada na confiança
(“intiutu personae”), cabendo, também, a renúncia
ou a revogação.
Para haver possibilidade de
substabelecimento (subcontratação), é necessária
prévia autorização.
O mandato em causa própria é muito pouco
usado no âmbito empresarial. Ad rem suam

Comissão Mercantil
O Comissário atua em seu nome próprio, no
interesse do comitente, negociando diretamente com
terceiros e prestando contas àquele, mediante
remuneração ajustada
O comissário assume os riscos das operações
realizadas, responsabilizando-se perante
terceiros, inexistindo, no caso, representação,
pois ele atua em seu próprio nome, e apenas no
interesse do comitente.
É utilizada em operações compra ou
escoamento de produtos (café).
Lastreia-se na confiança recíproca.
A duração, normalmente, é indeterminada.
Formas de extinção são semelhantes às do
mandato, havendo ajuste final.
O comissário é obrigado a manter
escrituração separada dos negócios feitos no
interesse do comitente, prestando-lhe contas, nada
impedindo possa ele ser comissário de mais que uma
pessoa.
O comissário é sempre um comerciante, que
recebe uma remuneração por sua atividade, além do
ressarcimento pelas despesas realizadas.

Cláusulas especiais:
1. Comissão “del credere”: o
comissário assume a qualidade de garante da
pontualidade dos terceiros contratados,
respondendo pela sua solvabilidade também.
Mesmo que o terceiro deixe de adimplir suas
obrigações, ele remunerará o comitente,
evitando seus prejuízos. Neste caso, os
riscos do comissário são maiores e a
remuneração, também, logicamente, é maior.
2. Cláusula de negociação consigo
próprio: autoriza o comissário a adquirir
para si os bens que negocia no interesse do
comitente. É mais usada com título
negociáveis em Bolsa (comissão bursátil).
3. Cláusula de transporte.
4. Comissão com consignação.
Concessão Mercantil

Forma de comercialização de veículos, o


que impõe uma variante diante da distribuição, a
que são agregadas características especiais.
Há padronização absoluta na
comercialização de produtos e na prestação de
assistência técnica (inclusive, relativa à
garantia mínima estipulada com o público
consumidor), conjugando a licença do uso de marca,
a exclusividade geográfica, as condições de preço
e publicidade.
Regulada pela Lei Ferrari (Lei
6.729/1979), que protegeu os revendedores do
brusco e repentino rompimento do negócio.
O concedente é sempre um fabricante,
enquanto o concessionário atua como mantenedor de
uma das unidades de uma rede especializada.
São estabelecidas quotas mínimas de
aquisição, a ser revista anualmente, sendo as
relações entre as partes estabelecidas por uma
convenção.
Se houver resilição unilateral, o
concedente arca com todo o estoque remanescente do
concessionário, ressarce os equipamentos
específicos adquiridos e paga uma indenização de
quatro por cento do faturamento projetado de
dezoito meses, mais uma parcela variável de três
meses a cada quiquênio (artigo 24 da Lei Ferrari).

Você também pode gostar