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Dom Bosco e a Política

Uma porção de terra sem unidade política

​Itália era o nome dado a uma régião banhada pelos Mares


Mediterrâneo, Adrático, Tirreno e Ionio. Ainda não era unificada
politicamente como hoje. Após o Congresso de Viena, que teve sua abertura
no dia 1º de Novembro de 1814 e vai até o dia 9 de Junho do ano seguinte.
A Itália ficou dividida entre a lombardia que passou a pertencer a Áustria, e
o Vêneto juntamente com o resto do território ficaram divididos em vários
Estados independentes, entre os quais os Estados Pontifícios, que eram
governados pelo papa.
​Apartir do momento em que os italianos foram tomando consciência
da situação começou a surgir um movimento para fazer da Itália um único
país, chamado de Ressusrgimento.toda via, apartir deste momento
começaram a surgir duas frentes que se opuham a esta unificação, pois nem
a Áustria queria perder o domínio que exercia sobre a Lombardia, nem o
Papa queria renunciar seus Estados Pontifícios.
​Com isso começaram a surgir várias propostas para o futuro da Itália.
José Mazzini juntamenet com a sociedade secretas, defendiam que a Itália
deveria se tornar uma República, porém a sociedade da época fez oposição a
esse pensamento. Os neo-gelfos, grupo de pessoas que apoiavam o Sumo
Pontífice, sustentavam a idéia que deveria ser formada uma Confederação,
sod o comando do Papa. Contudo durante a guerra da independência, o
Papa, temendo um cisma na Áustria, retirou suas tropas que estavam
combatendo , ao lado dos italianos, os austríacos. Com isso, a ideia de fazer
da Itália uma Confederação caiu por terra. Permaneceu, apenas, a proposta
de unificar a Itália, suprimindo também o poder dos Estados governados
pelo Papa.

Processo de unificação da Itália

​ m 1842, Carlos Alberto, rei do Piemonte, declarou guerra a Áutria.


e
Foi apoiado pelos Estados italianos em geral, que mandaram tropas para a
judá-lo. Mas as tropas austríacas levarama amelhor e Carlos a Alberto teve
que renunciara o trono e exilar-se em Portugal.
​Com a chegada de Camilo Benso de Cavourao Governo, o projeto de
unificar a Itália debaixo da coroa de Piemonte, retornou fôlego. Cavour
começou por entrar na guerra da Criméia, apoiando França e Inglaterra
contra a Rússia. Com isso, pôde levantar a voz em favor da unidade da
Itália, perante as grande potênicias.
​Em 1859 teve início a segunda guerra de independência. Desta vez o
Piemonte contava com o apoio de França. A guerra derminou com um
acordo entre a Áustria e a França. Aquela cedia a Lom bardia ao franceses,
que que passaram essa região ao Piemonte, em troca de Vice e da Sabóia.
​ s ducados de Módena e Parma, o Grão Ducado de Toscana e a
O
região da Emília-Romana (que pertencia aos Estados Pontifícios) votaram,
em plebicito, a união ao Piemonte, para constituir o Reino da Itália. Uma
expedição, chefiada por José Garibaldi, invadiu a Sicília. Os ​gatos-pardos ​da
ilha aderiram a Garibaldi e foi possível passar para o continente. Finalmente.
Finalmente, também Nápoles caiu.
​A este ponto, temendo que Garibladi proclamasse a República no sul
da Itália, p exército piemontês invadiu os Estados Pontifícios e chegou
aNápoles. Garibaldi, embora contra gosto, submeteu-se ao Rei. Surgiu no
entanto, no sul da Itália, umj movimento de guerrilha, que os meios oficiais
aoelidarm de ​bandidismo​, que por mais de 5 anos empenhou 75.000
homens do exercito italiano para poder consolidar o popder da coroa do
Piemonte em Nápoles.
​Faltamvam apenas Roma e o Vêneto, para completara a unificação do
país. A França mantinha tropas em Roma, desde 1849. O Vêneto continuava
com a Áustria.
​Em 1866, a Itália aliou-se com Prússica contra a Áustria. Para os
italianos, foiu uma campanha desastrosa, mas seus aliados venceram os
austríacos, sem necessidade e a Itália pode enytrar de posse no Vêneto.
​A ascenção da Prússia como grande potência teve como consequência
a guerra com a França em 1860. parís retirou suas tropas de Roma os
italianos então, puderam tomar a cidade, o que foi com resistência. O papa
deixou o palácio do Quirinal e considerou-se prisioneiro no Vaticano.

A questão Romana

​ omo cosequência, surgiu a questão romana, que se prolongaria até


C
1929. o papa não reconhceu o domínio da Itália sobre os antigos Estados
Pontifícios. O goverdo italiano, além de considerar legítimno o processo de
unificação da pátria, não renunciava aos privilígios que a coroa piemontesa,
agora coroa italiana, tinha no campo eclesiástico e os estendia a todo o
território italiano.
​Os católicos italianos ficaram dividios em dois os ​intrasigentes se
opunhama oa reconhecimento do poder da Itália so bre os Estados
Pontifícios e a consequente política que o Governo mantinha. Os
conciliadores​, considerando a unificação italiana como fato consumado,
trabalhava para que se chegasse a uma conciliação na questão romana, e
finalmente a paz religiosa reinasse no país.
O Governo italiano considerava o problema apenas como um
questãoo interna à Itália, procurou definir a posição do Papa com a ​Lei das
Garantias. ​Ficava asseghurado ao pontifício o pleno exercício de sua
autoridade de suia Igreja Católica e dava-se a ele uma pensão para sua
manutenção no Vaticano. O papa considerava o prblema como uma questão
que interessava também a comunidade internacional que tinmha que ser
negociada. Não reconheceu a ​Lei das Garantias ​e renunciou a pensão.
​ om o chegada de Leão XIII ao sólio pontifício, houve um momento
C
de esperanã que logo se dissipou. A questão romana so será reslovida em
1929 com o tratado de Latrão e a concordadta entre a Santa Sé e o
govenrnoda Itália. A Religião Católica continuava a ser a religião oficial da
Itália. O Papa passava a governa apenas o Estado do Vaticano, um país
independente e que era reconhecido também pela comunidade internacional.

Dom Bosco e as autoridades

​ ma das formas de abordar a ação política de Dom Bosco, é ver qual


U
foi o seu relacionamento com as autoridades, no decurso de sua vida. Com
as autoridades públicas “pessoas do século” Dom Bosco é exemplar em
colocar em prática quando inculcava aos seus, tendo consciência de que sua
obra de assistência e de educação – insperação religiosa – se impunha
também pela visibilidade filantrópica e social.

1. Período de Chiere

1.1 Estudante no colégio

​Aos 16 anos, João Bosco chega a Chiere para estudar no colégio


daquela cidade. A primeira pessoa que ficou conhecendo no âmbito da
escola, foi o Pe. Valiberti, professor da 5ª série de língua latina. Ele o
recebeu com muito carinho. Deu-lhe oportunos conselhos para manter-se
longe dos perigos e convidava para ajudar-lhe a Missa. Levou- o ele próprio
ao prefeito das escolas e o apresentou aos demais professores.
​O relacionamento de João Bosco com os professores e autoridades
escolares foi bom. Todos entenderam que o problema de um jovem com
semelhante atraso escolar. O esforço e a capacidade do aluno permitiram
que, seguindo sempre as concessões contidas no regularmento para as
escolas, passasse, em um ano da 6ª para a 5ª, desta oara a 4ª e finalmente
para a 3ª série.
​As MO nos falam também da visita do Magistrado da Reforma, o
advogado professor Pe. José Gazzani. Foi muito bondoso para com João
Bosco, que manteve sempre estreito e amigável relacionamento com ele.
​Talvez esse relacionamento amigável com as autoridades, que o
conheciam pessoalmente, é que tenha permitido a João Bosco uma série de
atividades – como a ​Sociedade da Alegria – que propriamente não se
enquadrava nos regulamentos escolares.
​Digno também de ser citado o episódio em que João Bosco, esperto
em prestigiditação, é denunciado ao delegado das escolas o Cônego Máximo
Búrzio, como culpado de ter parte com o demônio. O jovem com
tranquilidade aproveitou-se de que o porta moedas e o relógio do cônego
tivessem sido esquecidos sobre algum móvel para fazê-los “desaparecer”. Ao
conhecer o truque o padre eu-lhe um pequeno presente e concluiu: “vai
dizer a todos os teu amigos que a ignorância é a mestra da admiração.”

1.2 No seminário

​João Bosco queria muito bem aos seus superiores, que foram sempre
muito bons para com ele. Mas o coração do moço não estava satisfeito. Era
costume visitar o reitor e os demais superiores na chegada e partida para as
férias. Ninguém ia falar com eles a não ser quando eram chamados pára
receber alguma chamada de atenção.
​Entrará no seminário com bolsa de estudos parcial, obtida junto ao
arcebispo de Turim pelo Pe. José Cafasso. Em cada um dos seis anos que
passou no seminário recebeu sempre o prêmio de 60 francos por um bom
comportamento nos estudos. No segundo ano de teologia, foi nomeado
sacristão, o que lhe trouxe 60 francos. O restante da pensão era
providenciada pelo Pe. Cafasso.
​No final do terceiro ano de teologia, apresentou-se espontaneamente
ao arcebispo, D. Luíz Fransoni, para solicitar autorização para fazer o quarto
ano no curso de verão e assim passar logo para o quinto ano no ano
seguinte. Tendo em vista sua avançada idade (24 anos completos). O
arcebispo recebeu com muita bondade e examinou qual era o resultado dos
estudos nos anos anteriores. Concedeu-lhe o que pedia, com a condição de
que prestasse exames de todos os tratados correspondentes ao ano que
desejava ganhar.
​Ao deixar o seminário, Dom Bosco leva uma boa recordação daquela
instituição. Os superiores o amavam e lhe tinham dado contínuos sinais de
benevolência. Estava acostumado aos companheiros. Chega a afirmar:
“Pdesse dizer que eu vivia para eles e eles viviam para mim.”

2. Os inícios em Turim

2.1 Com as autoridades eclesiásticas

​ om Bosco tinha necessidade de colocar-se em relação com so


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Prelados da Igreja, com as pessoas mais nobres e religiosas da cidade e do
Reino, pertencentes ao clero secular, às Ordens religiosas, à Magistratura e
até ao Conselho Soberano.
​Frequentando o palácio episcopal, não raramente se encontrava com
os bispos que vinham se entender com o Metropolita e também com os
Prelados de outra Províncias eclesiásticas do Reino, os quais com frequencia
vinham a Turim para tratar de negócios com a corte.
​Ordenado sacerdote, Dom Bosco seguira a orientação do Pe. Cafasso
e fora moral no colégio eclesiástico. Também aí entrou em contato com
Bispos, Prelados e pessoas de posição na sociedade.
​A prática pastoral começou nas prisões. Mas logo viu que era
necessário fazer algo para que os jovens não fossem para aquele lugar de
pena. “Quem sabe, dizia de mim para mim, se tivessem lá fora um amigo
que tomasse conta deles, os assistisse e instruísse na religião e nos dias
festivos, quem sabe não se poderia, manter afastados da ruína ou pelo
menos não diminuiria o número dos retornam ao cárcere?”.
​Ao mesmo tempo, nos passeios que sempre davam os alunos do
colégio eclesiástico, ele tinha ocasião de ver tantos jovens abando nados a si
mesmos, que passavam o tempo expostos ao vício e à corrupção, ou então
que, aos domingos, gastavam nas tavernas os poucos soldos que tinham
ganhado durante a semana.
​Com o concelho e as luzes do Pe. Cafasso, pôs-se a estudar uma
maneira de ir em socorro desses jovens. Preparado esse plano, decidiu
apresentar-se ao Arcebispo e obter a aprovação dele, para conhecer a
vontade de Deus e para prevenir-se contra dificuldades que possam
aparecer mais tarde, como de fato apareceram. O Arcebispo, tendo ouvido o
jovem sacerdote, deu-lhe sem mais a sua aprovação e a bênção pastoral.
Desde aquele momento vai surgir uma grande familiaridade entre o
Arcebispo de Dom Bosco. Este o consultava sempre,na medida em ia
desenvolvendo seus projetos.
​Dom Bosco deu início ao oratório. Nos três anos em que ele
permaneceu no colégio eclesiástico, antes como aluno e no último ano como
repetidor da aula de moral, também o oratório alí permaneceu.

Em Valdocco

​ as chegou a hora de deixar o colégio. Pe. Cafasso, através do


M
Teólogo João Borel, o endereçou para trabalhar no Refúgio, que dependia da
Marquesa Júlia Colbert, viúva do marquês Falletti de Barolo.
​O Oratório passou a funcionar provisoriamente no Refúgio. O próprio
Arcebispo concedeu a faculdade de que pudesse cantar missa, fazer tríduos,
novenas, exercícios espirituais, administrar a confirmação, a Santa
comunhão e também poder cumprir o preceito pascal, - que diversamente
deveria cumprir na paróquia, - a todos os que frequentasse a instituição.
​O Oratório passaria por várias mudanças até chegar a sede definitiva
na Casa Pinardi, em Valdocco: Refúgio, Cemitário de São Pedro ​in vinculis,
Moinhos da Cidade, Casa Moretta, Prado Filippi.

Com os párocos

​ ntretanto, começaram a surgir queixas de que o Oratório afastava


E
os meninos das paróquias e que assim os párocos não tinham podido
conhecer aqueles “dos quais deveriam prestar contas no tribunal de Deus”.
Reuniram-se, pois, e enviaram dois deles para pedir a Dom Bosco que
mandassem os meninos às suas paróquias e deixasse de reuni-los fora
delas.
​ om Bosco começou a mostrar que seus jovens eram em sua grande
D
maioria proveniente de localidade fora de Turim. Vinham atraídos pela
impossibilidade de emprego na construção civil, pois naquele momento a
cidade passava por um momento de grande expansão. Depois, propôs aos
párocos que cada paróquia tivesse também um lugar adequado onde reunir
e entreter os rapazes em agradável passatempo, junto com a catequese.

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