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ESPETACULARIZAÇÃO
MIDIÁTICA DA POLÍTICA
POR Simonny Santos Barbosa
simonny@gingarara.com.br
Faculdade Sul-Americana –Fasam / Ginga Rara Propaganda
Resumo -O que se pode compreender por meio dos acontecimentos históricos no âmbito político é que espetacularização
sempre esteve relacionada a essa conjuntura. Esse é um cenário que sempre esteve permeado de políticos que utilizam
das representações para angariar votos e assim conquistar a eleição. Essa estratégia foi fortalecida principalmente com a
ambientação midiática, que exerce um papel essencial no cotidiano social, ainda mais, no atual momento, marcado pelo
capitalismo, em que a reprodução das imagens midiáticas e a publicidade possuem alto poder de manipulação sobre
os receptores.
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numero I
agosto - 2011
CONTRIBUIÇÃO DISCENTE
Devido a essa rápida disseminação poder político que tem forte ligação
de informações, profissionais com com o espetáculo.
diversos interesses, têm utilizado os É importante que o espetáculo
meios de comunicação como canal seja compreendido como um fator
eficiente para atrair o público. inerente a toda a sociedade e por isso,
presente nas instâncias organizativas
A mídia e a política durante o e de práticas sociais, aos quais, estão
espetáculo. inclusos o poder político e a política.
Partindo do pressuposto de Debord,
Quando o teórico francês Guy o pesquisador Roger-Gérard
Debord iniciou sua crítica sobre a Schwartzenberg em seu livro L’État
sociedade do espetáculo, em 1967, Spectacle (1977) aponta que no
ele tinha como objetivo instigar as âmbito da discussão desse assunto
pessoas a travarem uma luta contra na atual conjuntura, o espetáculo
a “perversão da vida moderna que deixou de ser um fator exclusivo
prefere a imagem e a representação societário e se transformou no ‘Estado
ao realismo concreto e natural, a espetáculo’, pois, para ele, devido ao
aparência ao ser, a ilusão à realidade, avanço do mal, além da sociedade
a imobilidade à atividade de pensar, em geral, o próprio Estado passou
e reagir com dinamismo” (BAHIA, a ter relação com o espetáculo e se
José, 2005). converteu em empresa teatral. De
acordo com Schawrtzenberg, “o
Toda a vida das sociedades nas Estado se transforma em “produtor”
quais reinam as condições modernas de espetáculos e a política se faz
de produção se anuncia como uma
imensa acumulação de espetáculos. “encenação”. (Schwartzenberg apud
Tudo o que era diretamente vivido se Rubim, 2001).
esvai na fumaça da representação. Nessa esfera, o espetáculo passa
(DEBORD, 2003, Pag. 8) a ser uma arma eficaz na busca da
conquista ou manutenção do poder
Segundo Debord (2003) a crítica político. Dessa forma, uma nova
contida em sua obra é de caráter dimensão é criada como modo
revolucionário e por isso, é um de sensibilização, convencimento,
conteúdo incomodo, pois, suas sensibilização a pressão reivindicativa
primícias abordam de modo não violenta e não corrupta, para
radical todo e qualquer tipo de encontrar a supremacia política.
imagem que leve o homem à
passividade e a aceitação dos valores Essa nova situação, o espetáculo,
preestabelecidos pelo capitalismo. antes afirmação suntuosa do poder,
ganha uma nova dimensão, ele
Pode-se notar que o conceito de passa a ser produzido também
espetáculo abordado na sociedade como modo de sensibilização,
vigente está intimamente ligado ao visando a disputa do poder, e
fator econômico. Debord explica que como construtor de legitimidade
“a forma e o conteúdo do espetáculo política. As articulações entre o
espetáculo e o poder político ou a
são a justificação total das condições política mostram assim distinções
e dos fins do sistema existente”. relevantes. (RUBIM, Antonio, 2001,
Contudo, diante de um leque de pág. ).
possibilidades das novas mercadorias
que se defrontam, encontra-se o Com a certeza de viver em um
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RTEFERÊNCIAS
GUTFREIND, Cristiane Freitas; SILVA, Juremir Machado da. Guy Debord: antes e depois do
espetáculo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007
RUBIM, Antonio Albino Canelas. Espectáculo, Política e Mídia. São Paulo, 2001.
SIIVA, José Maria; SILVEIRA, Emerson Sena da. Apresentação de Trabalhos Acadêmicos: normas
e técnicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
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