Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo: O presente trabalho visa realizar uma breve análise harmônico-formal de duas peças do
período final do compositor russo Alexander Scriabin com o objetivo de extrair subsídios para
compreender seu tratamento do Acorde de Prometeu (hexacorde 6-34). As peças escolhidas, Désir
op. 57 nº 1 e Prelúdio op. 74 nº1, são do início de sua fase final 1907-8 e da fase final 1914
respectivamente, representando assim dois momentos distintos de manipulação do acorde de
Prometeu. Das análises extraíram-se alguns dados que permitiram algumas inferências sobre as
técnicas empregadas pelo compositor e seu progressivo distanciamento da tonalidade.
Palavras-chave: Alexander Scriabin; Acorde de Prometeu; 5 Prelúdios op. 74; 2 Morceaux op.
57.
The “Prometheus Chord” and the late Scriabin: harmonic procedures in Désir op. 57 nº 1 and Prelude op.
74 nº 1
Abstract: The present study aims at a brief analysis of the formal and harmonic aspects of former
Russian composer Alexander Scriabin in order to elucidate some of his procedures in using the so
called “Prometheus Chord” in his late style. The works chosen for this research are Désir op. 57 nº
1 (1908) and the Prelude op. 74 nº 1 (1914), both composed for piano solo. They illustrate many of
the characteristic techniques employed by the composer in his late style, both at the beginning
(1908) and at the end (1914) and provide relevant data of how he treated the formal and harmonic
matters towards a progressive renunciation of tonality.
Keywords: Alexander Scriabin; Prometheus Chord; 5 Preludes op. 74; 2 Morceaux op. 57.
1407
XXII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa – 2012
1408
XXII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa – 2012
1409
XXII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa – 2012
4-5
12 -14
9- 10 (em T5)
1 2 3 Aproximação para
Compasso 11 (em T5
6 (em T7) 7 (em T5) 8 (em T5) Dó pelo Trítono
com b
Sol
alterações)
Seqüência
Proposta
Subestrutura Proposta (modelo e Cadência Coda
(repetição)
reprodução)
5-24
5-33
4-16 5-24
5-34
Acordes 4-25 (Ambos 7-34 (contem 5-33
Idem (Todos
principais fragmentos o 6-34) (subconjuntos) e
subconjuntos de
de 6-34) conclui com 6-34
6-34)
As transposições (T5 e T7) não representam, aqui, estruturas que evidenciam o trítono e sim
progressões análogas as do sistema tonal. T5 está para a Subdominante assim como T7 está
para a Dominante. Os compassos finais (12-14) ilustram claramente essa funcionalização,
particularmente nos três compassos finais onde encontramos uma progressão II-V-I apesar
dos acordes construidos sobre estes baixos como se pode ver no exemplo 3.
1410
XXII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa – 2012
Exemplo 4. Cadência final no Prelúdio op. 74 nº1, compassos 13-16. Notas diferenciais.
1411
XXII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa – 2012
A partir dos dados coletados nas análises podemos apontar três procedimentos que
caracterizam o estilo de Scriabin em sua última fase, particularmente no que toca seu
tratamento do hexacorde 6-34.
1412
XXII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa – 2012
1413
XXII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – João Pessoa – 2012
Conclusões
Referências
FORTE, A. The Structure of Atonal Music. Londres: Yale University Press, 1972.
SAMSON, J. Music and Transition. Oxford e Nova Iorque: Oxford University Press, 1977.
1
Schoenberg define sentença como: “uma estrutura composta de proposta, resposta, modelo e reprodução
(sequência) e cadência” (SCHÖENBERG, 1991, p. 48).
1414