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BOGDAN DRAGAN

TEORIA ELEMENTAR
DA MÚSICA

(edição 1)

RIBEIRÃO PRETO/SP
2017
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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
INTRODUÇÃO

Arte é uma forma criativa de entender o mundo através do reflexo artístico


(imaginado) da realidade.

Música é um tipo de arte que reproduz as ideias artísticas por meio dos sons,
organizados de uma forma especial no tempo, e destinada a influenciar nos sentimentos e
emoções.

Teoria da música é um conjunto de sistemas (disciplinas), destinados a analisar e


classificar os elementos e recursos musicais para poder compreender e apreciar a música.

Som é o principal recurso da música. As características principais do som são: altura,


duração, intensidade, timbre:

 altura do som é a propriedade do som ser mais grave ou mais agudo;


 duração do som é o tempo de produção do som;
 intensidade do som é a propriedade do som ser mais fraco ou mais forte;
 timbre do som (‘’cor’’) é a qualidade do som, que permite reconhecer a sua
origem.

Melodia, harmonia, ritmo são os principais elementos, com os quais a música é


constituída:
 melodia – conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva (concepção
horizontal da música);
 harmonia - conjunto de sons dispostos em ordem simultânea (concepção
vertical da música);
 ritmo - a relação entre as durações dos sons, e é a organização do tempo.

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
1. PENTAGRAMA / NOTA / LINHAS SUPLEMENTARES

- O PENTAGRAMA ou a PAUTA MUSICAL é o conjunto de cinco linhas e quatro espaços


paralelos e horizontais para escrever as notas musicais.

 linhas e espaços sempre são contados de baixo para cima:

linhas espaços

- NOTA é um sinal que representa graficamente um som musical. As notas são


representadas graficamente com sinais na forma oval, que, pelas posições tomadas no
pentagrama indicam os sons mais graves (escritas para baixo) ou os mais agudos (escritas
para cima), e à escrita da música dá-se o nome de notação musical:

 a nota que está num espaço não deve passar para a linha de cima nem para a de
baixo:

 a nota que está numa linha ocupa a metade do espaço superior e a metade do
espaço inferior:

- LINHAS SUPLEMENTARES – curtos segmentos de linha horizontal que atuam como uma
extensão da pauta para escrever mais notas do que cabem na pauta.

 são individuais para cada nota;


 têm a mesma distância das linhas da pauta;
 a largura da linha suplementar é um pouco maior que a cabeça da nota;
 o número de linhas suplementares é ilimitado, mas procura-se evitar acima de cinco
para facilitar a leitura (inferiores conta de cima p/baixo e superiores de baixo p/cima):

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
2. CLAVES

- A CLAVE é um sinal colocado no início da pauta que dá nome à nota escrita em sua linha.
 a clave é necessária para que as notas recebam nome no pentagrama;
 a palavra CLAVE vem do latim, e significa “chave”.

atualmente usam-se três tipos de clave

 variedades de claves existem para evitar muitas linhas suplementares, o que facilita a
leitura das notas;
 o desenho da clave se repete, rigorosamente, no início de cada nova pauta.

- CLAVE DE SOL (ou violino) é um símbolo musical que indica a posição da nota SOL
(segunda linha) e dá a referência às outras notas:

 a clave de Sol é própria para grafar notas agudas (violino, flauta, vozes agudas etc.).

- CLAVE DE FÁ (ou baixo) é um símbolo musical que indica a posição da nota FÁ (quarta
linha) e dá a referência às outras notas:

 a clave de Fá é própria para grafar notas graves (contrabaixo, vozes graves etc.).

- CLAVE DE DÓ (ou contralto) é um símbolo musical que indica a posição da nota DÓ


(terceira linha) e dá a referência às outras notas:

 a clave de Dó é própria para grafar notas medias (viola, vozes medias etc.).

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
tabela de relação das claves

- Obs.: para instrumentos de percussão de altura não determinada (bateria, tambor,


triangulo etc.) usa-se clave neutra:

3. SETE NOTAS PRINCIPAIS

- SETE NOTAS PRINCIPAIS: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI

 nos espaços e nas linhas subsequentes, ascendentes ou descendentes, as notas são


nomeadas, sucessivamente, de acordo com a ordem:

 as notas na clave de FÁ:

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
 as notas na clave de DÓ:

tabela de relação das notas

4. VALORES / FIGURAS DAS NOTAS / FIGURAS DAS PAUSAS

- VALORES, também chamados de FIGURAS, indicam as durações dos sons e dos silêncios.

 a duração relativa dos sons é definida pelos valores, que definem as proporções entre
as notas; a duração real (medida em segundos) é definida pela indicação do
andamento (Allegro, Lento, Moderato etc.);

 figuras das notas (sons) são valores positivos;

 figuras das pausas (silêncios entre os sons) são valores negativos.

- FIGURAS DAS NOTAS:

 são formadas por até três partes:

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
 a haste é um traço vertical colocado à direita da figura quando para cima, e à
esquerda quando para baixo:

 o comprimento da haste, geralmente, é equivalente a três espaços da pentagrama:

 as notas até a terceira linha têm a haste para cima; as notas acima da terceira linha
têm a haste para baixo. Na terceira linha é facultativo colocar a haste para cima ou
para baixo (geralmente para baixo):

 os colchetes são sempre colocados ao lado direito das hastes:

 quando existe a sucessão de várias figuras com colchete(s), estes podem ser unidos
por uma barra de ligação:

 nos grupos das notas (colcheias, semicolcheias etc.) a direção das hastes depende de
qual é a maioria das notas, se são aquelas que demandam haste p/cima ou p/ baixo:

 nos casos com as quantidades das notas iguais a direção das hastes seria à vontade:

 se nos grupos das notas temos direção ascendente ou descendente, a barra de ligação
deve acompanhar esta direção:

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- FIGURAS DAS PAUSAS:

 cada figura de nota tem sua respectiva figura da pausa que lhe corresponde com o
mesmo tempo de duração:

5. A UNIDADE DE MEDIDA DA MÚSICA / DIVISÃO DE VALORES

- A UNIDADE DE MEDIDA DA MÚSICA é o tempo.

Tempo é a unidade de duração determinada para dividir simetricamente a frase musical.


 cada tempo corresponde a uma unidade métrica (pulsação) do compasso:

A Semibreve, atualmente, é a figura musical de maior duração. Por esse motivo é tomada
como Unidade na divisão proporcional dos valores. Assim sendo, a Semibreve é a única
figura que compreende todas as demais.

 começando pela semibreve, que tem maior duração e é considerada o inteiro, cada
uma das figuras das notas e das pausas, pela ordem, vale a metade da anterior:

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
(tabela da divisão de valores positivos)

6. COMPASSO / FÓRMULA DE COMPASSO

- COMPASSO é a divisão da música em pequenas partes de duração igual ou variável.


Os compassos facilitam a leitura e a execução musical, ao definir a unidade de tempo, a
pulsação musical e o ritmo.

 os compassos são separados por uma linha vertical, que atravessa todo o pentagrama
da quinta à primeira linha, chamada barra de compasso, ou travessão:

 no final da música usa-se a barra final (barra dupla com segunda barra mais grossa):

 para separar seções da música (mudanças de períodos, tons, fórmulas de compassos,


andamentos) usa-se a barra dupla:

- Obs.: evita-se interromper um compasso no fim do pentagrama para completa-lo no


pentagrama seguinte.
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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
- FÓRMULA DE COMPASSO são dois números (em forma de fração) que indicam a unidade
de tempo e a quantidade de tempos do compasso. O número inferior indica a unidade de
tempo (é o valor da nota que representa um tempo do compasso), e o número superior
indica a quantidade permitida de tempos em cada compasso:

 o número inferior da fórmula representa as seguintes notas:

 a fórmula de compasso representa uma fração da semibreve, que, por ser o maior
valor usado, é tomada como unidade:

 a fórmula de compasso é escrita uma única vez (só no início da música), e vigora até o
final da música ou até a indicação de um compasso diferente:

 a fórmula de compasso é escrita após a clave e a armadura:

 os números são grafados um exatamente embaixo do outro;

 a fórmula de compasso deve enquadrar-se no pentagrama;

 não se escreve a linha separatória, pois esta coincide com a terceira linha da pauta;
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7. MÉTRICA / COMPASSOS BINÁRIOS / TERNÁRIOS / QUATERNÁRIOS

- MÉTRICA (pulsação musical) é alternação regular dos tempos fortes e fracos. Usa-se para
estruturação dos sons musicais através da combinação dos apoios fortes e fracos agrupados
em um compasso.

O trecho de um tempo forte até o próximo tempo forte é um compasso, e a barra de


compasso escreve-se antes do tempo forte para destacá-lo.

De acordo com seu maior ou menor apoio na execução musical, os tempos são chamados
fortes ou fracos.

O primeiro tempo do compasso é tradicionalmente considerado forte. Os demais são


considerados meio-fortes ou fracos.

Os tempos são agrupados em quantidades iguais, de dois em dois, de três em três ou de


quatro em quatro, constituindo unidades métricas às quais se dá nome de compasso:

 os compassos de 2 tempos são chamados binários


(métrica binária – 1º tempo forte, 2º tempo fraco):

 os compassos de 3 tempos são chamados ternários


(métrica ternária – 1º tempo forte, 2º e 3º tempos fracos):

 os compassos de 4 tempos são chamados quaternários (métrica quaternária –


1º tempo forte, 2º tempo fraco, 3º tempo fraco (ou meio-forte), 4º tempo fraco):

- Exemplo 1: mesma sequência de valores com duas unidades métricas diferentes – ternária
e binária:

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- Exemplo 2: mesma música com duas unidades métricas diferentes - quaternária e ternária:

- Obs. 1: pausa de semibreve, quando sozinha no compasso (preenche compasso inteiro),


passa a valer o número de tempos do compasso:

- Obs. 2: outra forma de marcar a fórmula do compasso 4/4 - C:

- Obs. 3: o compasso 2/2 (binário), que tem o nome alla breve (significa contar compasso
não com semínimas, mas com mínimas), geralmente, marca-se como “C cortado”:

8. ANACRUSE / MARCAÇÃO DE COMPASSO

- ANACRUSE – nota ou grupo de notas não apoiadas que precedem o primeiro tempo forte
(apoiado) de um compasso.

 anacruse é sempre um compasso incompleto, que, geralmente, se completa com


ultimo compasso:

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
 numerando os compassos, a anacruse pertence ao compasso número zero:

- MARCAÇÃO DE COMPASSO é indicar a divisão dos tempos por meio de gestos apropriados,
geralmente, com as mãos. A marcação do compasso é usada no estudo do Solfejo e na
regência.

9. LIGADURA DE PROLONGAMENTO / PONTO DE AUMENTO /


DUPLO PONTO DE AUMENTO / FERMATA

Há quatro maneiras de aumentar o valor da nota: ligadura de prolongamento, ponto de


aumento, duplo ponto de aumento e fermata.

- LIGADURA DE PROLONGAMENTO ou DE VALOR – linha curva que une duas notas da


mesma altura, somando as suas durações, unindo-as em uma nota só. Não são usadas para
as pausas.
Usado geralmente para permitir a execução de notas cuja duração não possa ser
representada por uma única figura ou por uma figura pontuada ou para representar notas
que se estendem de um compasso ao seguinte.

 só a primeira nota é articulada, a seguinte constitui uma prolongação da primeira:

 a ligadura de valor une as cabeças das notas e não as hastes:

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 ligando mais de duas notas de mesma altura, usam-se tantas ligaduras de valor quanto
forem necessárias para que cada nota seja ligada à nota seguinte:

- PONTO DE AUMENTO – ponto à direita da nota ou pausa que aumenta a duração da nota
ou pausa em metade do seu valor.
 a nota com ponto de aumento se chama nota pontuada:

 a pausa com ponto de aumento se chama pausa pontuada:

 para boa visibilidade o ponto de aumento não se escreve na linha; para as notas
escritas na linha o ponto, geralmente, seria no espaço de cima; para as notas escritas
no espaço o ponto seria no mesmo espaço:

 deve-se evitar o uso de valores pontuados que compliquem a compreensão da


estrutura dos tempos nos compassos:

- DUPLO PONTO DE AUMENTO – dois pontos à direita da nota ou pausa que acrescentam
um meio e um quarto ao valor original. Em outras palavras: o 1º ponto aumenta metade da
nota e o 2º ponto aumenta metade do 1º ponto, no total seria aumento de ¾ ao valor
principal:

Conforme o número de pontos de aumento os valores se classificam em simples, compostos


e irregulares.
 valor simples é a nota sem ponto de aumento, que se subdivide em duas notas
menores (subdivisão binária):

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 valor composto é a nota com um ponto de aumento, que se subdivide em três notas
menores (subdivisão ternária):

 valor irregular é a nota com dois ou três pontos de aumento, que não tem divisão
regular.

- FERMATA – parada; sinal sobre a nota ou a pausa, indicando que devemos sustentá-la em
aproximadamente o dobro do seu valor, embora na maioria das vezes essa duração fique a
critério do intérprete.

 para uma sustentação especialmente maior da fermata, pode-se acrescentar sobre


ela a palavra “’lunga”, que em italiano significa longa:

 uma fermata colocada sobre a barra de compasso indica uma pequena interrupção
entre os dois compassos:

10. DINÂMICA / DINÂMICA DETALHADA

- DINÂMICA – variação da intensidade sonora, indicada pelo compositor como meio de


expressão. Começou a ser aplicada a partir do século 18.

 as graduações de intensidade do som são indicadas geralmente por abreviaturas de


termos italianos:

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 para aumentar ou diminuir gradativamente a intensidade do som, usam-se os
seguintes termos e sinais gráficos (termos - trechos maiores, sinais - trechos menores):

 o termo ou sinal da dinâmica vigora no respectivo trecho até aparecer um novo


termo ou sinal que lhe elimine o efeito:

 os termos e sinais da dinâmica são sempre colocados sob o pentagrama, exceto das
músicas cantadas com letra escrita em baixo, neste caso a dinâmica pode ser escrita
acima do pentagrama:

 quando um crescendo ou diminuendo se estende por vários compassos, para maior


clareza, é recomendável adicionar uma linha pontilhada:

 quando usam-se sinais de crescendo ou diminuendo, geralmente significa que a


intensidade do som cresce ou diminui só até a próxima dinâmica pela seguinte ordem
- PPP – PP – P – mP – mF – F – FF – FFF, ou seja, F cresce até FF ou diminui até mF, P
cresce até mP ou diminui até PP; mas se precisamos de alguma dinâmica maior ou
menor, devemos especificar ela com um termo escrito:

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 quando usam-se termos de crescendo ou diminuendo (cresc. ou dim.) que,
geralmente, marcam trechos maiores do que os sinais podem marcar, é recomendável
especificar com um termo escrito em qual dinâmica eles devem terminar:

 quando é preciso usar termos de crescendo ou diminuendo para um trecho musical


muito comprido, podemos esticar as palavras para todo o trecho da seguinte maneira:

cres - - - - - cen - - - - - do ou di - - - - - mi - - - - - nu - - - - - en - - - - - do.

- PARA DINÂMICA MAIS DETALHADA usam-se mais alguns termos:

poco a poco crescendo – crescer pouco a pouco


(para trecho mais comprido ou para crescendo menos intenso no começo)

poco a poco diminuendo – diminuir pouco a pouco


(para trecho mais comprido ou para diminuendo menos intenso no começo)
più F; più P – mais forte; mais piano
(um pouco mais forte; um pouco mais piano)

meno F; meno P – menos forte; menos piano


(um pouco menos forte; um pouco menos piano)

sempre F; sempre P – sempre forte; sempre piano


(manter a dinâmica sem mudar a intensidade)

subito F (F sub.); subito P (P sub.) – súbito forte; súbito piano


(de repente, sem preparação)

poco F; poco P – pouco forte; pouco piano


(não é muito forte; não é muito piano)

morendo; smorzando; calando; perdendosi – sumindo som totalmente ou quase totalmente


(geralmente trata-se da diminuição simultânea de intensidade e de andamento)

Fp – forte-piano
(mudança bem rápida e brusca de forte para piano)

- Obs. 1: dica prática – deixando a intensidade maior do crescendo ou diminuendo mais


para o fim do trecho marcado, o efeito da mudança seria muito mais expressivo.

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
- Obs. 2: sinal de diminuendo, excepcionalmente, pode ser interpretado da seguinte maneira
de ser uma dinâmica mais expressiva (um dos compositores que usava este tipo de
dinâmica é Franz Schubert):

11. SEMITOM / TOM / SINAIS DE ALTERAÇÃO

- SEMITOM ou MEIO TOM é o menor intervalo adotado entre duas notas na música
ocidental.
- TOM é o intervalo equivalente à soma de dois semitons.

 no piano as teclas imediatamente vizinhas (incluindo pretas) sempre formam


semitons:

- SINAIS DE ALTERAÇÃO ou ACIDENTES são os sinais que, quando colocados em frente da


nota, modificam sua entoação.

alterações ascendentes

Sustenido (#) – muda a altura da nota em um semitom acima:

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Dobrado sustenido (x) - muda a altura da nota em um tom acima (dois semitons):

alterações descendentes

Bemol (b) - muda a altura da nota em um semitom abaixo:

Dobrado bemol (bb) - muda a altura da nota em um tom abaixo (dois semitons):

anulação dos acidentes

Bequadro – anula o efeito dos demais acidentes, tornando a nota natural:

O novo acidente anula o acidente anterior:

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- Obs.: para facilitar a leitura, os acidentes devem ser escritos com muita precisão, sempre
na mesma linha ou no mesmo espaço da cabeça da nota:

efeito dos acidentes

Os acidentes dividem-se em: fixos, ocorrentes, de precaução.

Acidente fixo – acidentes colocados entre a clave e a fórmula de compasso, seu efeito
estende-se sobre todas as notas do mesmo nome, durante toda a música, se não houver
outra indicação (novos acidentes fixos):

- Obs.: acidente fixo deve se repetir no inicio de cada pentagrama.

Acidente ocorrente – acidentes colocados dentro do compasso alteram todas as notas de


mesmo nome e de mesma altura que surgirem depois da alteração até o final do compasso:

- Obs.: o acidente ocorrente, ao contrario do fixo, não afeta as oitavas da mesma nota,
torna-se necessário colocar as alterações também nas notas oitavadas:

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 a ligadura de valor prolonga o efeito do acidente:

Acidente de precaução – acidente de prevenção, usado apenas para evitar um erro


provável de leitura:

12. ENARMONIA / NOTAS ENARMÔNICAS

- ENARMONIA - substituição de uma nota por outra da mesma altura, mas com o nome
diferente.
- NOTAS ENARMÔNICAS - notas de nome e grafia diferentes que, na prática, produzem o
mesmo som:

 para cada nota podem ser encontradas duas notas enarmônicas, com exceção de:
SOL # - LÁ b (só uma nota enarmônica):

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13. SINAIS DE ABREVIATURAS

- SINAIS DE ABREVIATURAS – sinais que facilitam a escrita musical abreviando-a de algum


modo.

abreviaturas de repetição

Ritornelo (em italiano - Ritornello) – sinal que determina a repetição de um trecho musical
(barra dupla, sendo uma grossa e outra fina, com dois pontos - um em cima e outro abaixo da
terceira linha).
 ritornelo requer outro sinal como ponto de referência:

 quando um trecho deve ser repetido desde o início da música, o ritornelo só precisa
ser colocado no final do trecho:

 a repetição de dois trechos sucessivos marca-se da seguinte forma:

 se um trecho de música é repetido, mas com terminação diferente, usa-se a marcação


das “casas”:

 nas músicas com várias estrofes, podem existir mais de duas casas:

 se a dinâmica varia na repetição, a segunda dinâmica deve ser escrita entre


parênteses:

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 em músicas de três partes, onde a 3ª parte repete totalmente a 1ª (A-B-A), para não
escrever ela de novo, no final da 2ª parte escreve-se Da Capo al Fine (ou abreviado - D.
C. al Fine) – que significa repetir do começo da música até a palavra Fim (obs.: na
volta não se repete mais os ritornelos, se tiver):

 em músicas de três partes, onde a 3ª parte repete a 1ª parte, mas não do começo (A-
B-a), para não escrever ela de novo, no final da 2ª parte escreve-se Dal Segno al Fine
(ou abreviado - D. S. al Fine) - que significa repetir a partir do sinal Segno até a
palavra Fim (obs.: na volta não se repete mais os ritornelos, se tiver):

 em músicas de três partes, onde a 3ª parte repete a 1ª parte parcialmente (A-B-a),


podem ser usados dois sinais de Salto para mostrar o pulo necessário:

 em músicas de três partes, onde a 3ª parte repete a 1ª parte, mas com final diferente
(A-B-a/Final), podem ser usados dois sinais de Salto para mostrar o pulo necessário
para Coda (final da música):

- Obs.: só se obedecem os sinais Da Capo, Dal Segno e Salto após executados todos os
ritornelos, lembrando que na volta os ritornelos não se repetem.

abreviaturas - fade-out / fade-in

Fade-out – indica um ritornelo que deve ser repetido várias vezes, diminuindo
gradativamente de intensidade, até desaparecer:

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Fade-in – o contrário do Fade-out:

abreviaturas da repetição de um e dois compassos

abreviaturas de pausas

abreviaturas de oitavas

Para evitar o excesso de linhas suplementares para notas muito agudas ou muito graves,
usam-se as seguintes abreviaturas:

 para tocar uma oitava acima do escrito ou abaixo usam-se os sinais - ottava alta ou
ottava bassa (o efeito do sinal termina com fim de linha tracejada):

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 para tocar duas oitavas acima do escrito ou abaixo usam-se os sinais - quindicesima
alta ou quindicesima bassa (usa-se raramente):

 marcando cifra ”8” (ou col 8; ou con 8) em cima ou em baixo da nota, abreviamos
dobramento de uma oitava acima ou abaixo da nota principal:

abreviaturas dentro do compasso

 desdobramento de notas iguais:

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 desdobramento de notas desiguais:

 tremolo é a repetição rápida de uma nota ou uma alternância rápida entre duas ou
mais notas (figura da nota mostra a duração do tremolo e os tracinhos a duração das
notas repetidas):

- Obs.: quando o compositor necessita de um efeito bem determinado do sinal usado


(tremolo livre ou subdivisão exata da figura), recomenda-se usar em cima das notas
abreviaturas trem. ou non trem.

14. ANDAMENTO / TRÊS GRUPOS DE ANDAMENTOS /


MODIFICAÇÃO DOS ANDAMENTOS

- ANDAMENTO é a velocidade da música (a frequência da pulsação dos tempos), indicado


tradicionalmente por palavras italianas, que se escrevem no inicio da música ou trecho,
sobre o pentagrama:

 para determinar o andamento com mais precisão usa-se também a marcação do


metrônomo (aparelho mecânico ou digital, que produz pulsos de duração regular; a
velocidade dos pulsos (um pulso seria um tempo do compasso) é regulável pela escala
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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
mais ou menos de 30 b.p.m. até 250 b.p.m. (b.p.m. – batidas por minuto)); por
exemplo:

 a marcação do metrônomo pode ser escrita de dois jeitos – junto com a palavra de
andamento ou sem ela:

 na indicação do metrônomo pode ser usada qualquer figura:

 na ausência do metrônomo pode ser usado o seguinte método para achar o


andamento:

 quando o compositor não quer fixar com rigidez o andamento, preferindo deixar ao
intérprete uma certa margem de escolha, a indicação do metrônomo é feita da
seguinte maneira:

- OS ANDAMENTOS DIVIDEM-SE EM TRÊS GRUPOS: lentos, médios, rápidos:

andamentos lentos (de 40 a 70)

Grave (40-45) – muito lento


Largo (45-50) – largamente
Adagio (50-55) – devagar, tranquilamente
Lento (55-60) – lento
Larghetto (60-65) – não tão largamente que largo

andamentos médios (de 70 a 120)

Andante (60-70) – andando


Andantino (70-80) – mais rápido que Andante
Moderato assai (80-90) – bastante moderado
Moderato (90-100) – moderado
Moderato con moto (100-110) – moderado com movimento
Allegretto (110-120) – menos que Allegro

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
andamentos rápidos (de 120 a 210)

Allegro moderato (110-130) – rápido moderado


Allegro non - 27 -ropo (115-135) – não tão rápido
Allegro (120-140) – rápido
Allegro molto (130-150) – muito rápido
Allegro assai (140-160) – bastante rápido
Allegro vivace (150-170) – rápido com vivacidade
Vivo, Vivace (170-190) – vivo, com vivacidade
Presto (180-200) – muito depressa
Prestissimo (190-210) – rapidíssimo, o mais depressa possível

- Obs. 1: a equivalência entre os andamentos expressos por palavras e a indicação do


metrônomo varia muito conforme o compositor, a época, o estilo, etc.

- Obs. 2: Ludwig van Beethoven foi o primeiro compositor a indicar marcas do metrônomo
nas suas partituras.

- AS MODIFICAÇÕES MOMENTÂNEAS NO ANDAMENTO original são indicadas no decorrer


da música pelas seguintes palavras:
aumento do andamento

Accelerando (accel.) – acelerando (gradativo)


Animando (anim.) – animando (gradativo)
Affrettando (affret.) – com pressa (gradativo)
Stringendo (string.) – acelerando, aumentando pressão (gradativo)
Piú mosso – mais rápido (brusco)
Doppio movimento – o dobro mais rápido (brusco)
Stretto (stret.) – comprimido, mais rápido (brusco)

diminuição do andamento

Ritenuto (rit.) – segurando (gradativo)


Rallentando (rall.) – retardando (gradativo)
Allargando (allarg.) – alargando, esticando (gradativo)
Ritardando (ritard.) – atrasando (gradativo)
Calando – calando (gradativo)
Meno mosso – mais lento (brusco)
Smorzando – apagando, suspendendo
Perdendosi – sumindo, perdendo

- Obs. 1: para modificações mais intensas ou menos intensas antes do termo escreve-se:
poco a poco ... – pouco a pouco ...
(por exemplo: poco a poco rit. ou poco a poco accel.)

- Obs. 2: quando o compositor não quer que aconteça algum tipo de modificação no
andamento, escreve-se palavra, por precaução, antes do termo:
Senza ... – sem ...
(por exemplo: Senza rit. ou Senza accel.)

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
voltar os andamentos

A tempo – voltar ao andamento anterior:

Tempo primo; Tempo 1º; Tempo I – voltar ao andamento inicial:

Lo stesso tempo – voltar ao mesmo andamento


Come prima – como do começo, como antes

andamentos livres

Tempo rubato – andamento livre (geralmente para menores mudanças do andamento)


Ad libitum – andamento à vontade (geralmente para maiores mudanças do andamento)
A piacere – mesmo que Ad libitum

andamentos exatos

Tempo giusto – andamento exato (obedecer andamento com muita precisão)

- Obs. 1: na terminologia musical existe o termo agógica, que se usa, geralmente, para
nomear as pequenas alterações no andamento e na métrica para conseguir maior
expressão musical.

- Obs. 2: a alteração significativa do andamento original de uma determinada música pode,


às vezes, mudar totalmente, ou até afetar o caráter dela.

palavras que podem complementar os termos de andamentos

Assai - bastante
Possibile - possível
Com moto – com movimento
Non troppo – não muito
Non tanto – não tanto
Sempre - sempre
Poco - pouco
Pochissimo - pouquíssimo
Molto - muito
Commodo - cômodo
Alla – no estilo

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
os andamentos podem ser também indicados da seguinte maneira

Tempo di Polka – tempo de polca


Tempo di Minuetto – tempo de minueto
Tempo di Marcia – tempo de marcha
Tempo di Waltz – tempo de valsa
Alla Marcia – no estilo de marcha

15. ESCALA NATURAL / GRAU

- ESCALA NATURAL – uma sequência de sete notas diferentes sucessivas, com a oitava nota
repetindo a primeira, separadas entre si por tons e semitons.
Escala natural também é chamada de escala diatônica (Diaton (do grego) é o intervalo que
separa duas notas conjuntas não cromáticas).

- GRAU – nome dado às notas que formam a escala.

 numeram-se por algarismos romanos, e na escala descendente os graus conservam os


mesmos números da ascendente:

Cada grau recebe um nome especial, conforme a função que exerce na escala:

 o primeiro grau – TÔNICA - dá o nome à escala e ao tom. É o grau principal da escala;


 o segundo grau – SUPERTÔNICA – encontra-se um grau acima da tônica;
 o terceiro grau – MEDIANTE – encontra-se no meio dos dois graus mais importantes –
I e V;
 o quarto grau – SUBDOMINANTE – está um grau abaixo a dominante e desempenha
um papel um pouco menos importante que a dominante;
 o quinto grau – DOMINANTE – o grau mais importante depois da tônica. É o grau que
“domina” os outros graus, tanto na melodia quanto na harmonia;

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
 o sexto grau – SUPERDOMINANTE – está um grau acima a dominante. Encontra-se no
meio dos graus importantes – I e IV (na direção descendente);
 o sétimo grau – SENSÍVEL – quando está meio tom abaixo da tônica. Há uma grande
atração da sensível em relação à tônica;

- Obs.: o sétimo grau é chamado de SUBTÔNICA quando está um tom abaixo da tônica:

16. ESCALA MAIOR (forma natural)

- ESCALA MAIOR (forma natural) – escala diatônica, composta pela seguinte sequência de
tons e semitons:

1t. – 1t. – 0.5t. – 1t. – 1t. – 1t. – 0.5t.

 as demais escalas maiores têm sequência idêntica à do modelo (Dó Maior):

- Obs. 1: a escala toma o nome do seu primeiro grau.

- Obs. 2: geralmente, a escala maior escreve-se com letras iniciais maiúsculas.

Na prática usam-se 15 escalas maiores:

escala de Dó Maior (sem acidentes)


7 escalas com sustenidos
7 escalas com bemóis

formação das escalas maiores com sustenidos

1º passo: toma-se como ponto de partida a escala de Dó Maior, que não tem acidentes;
2º passo: a partir do seu Vº grau escreve-se a nova escala;
3º passo: susteniza-se o seu VIIº grau (para formar um semitom entre VIIº e Iº grau):
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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
assim formou-se a primeira escala com um sustenido:

 repetindo-se o mesmo processo, agora a partir da escala de Sol Maior, podemos


formar a próxima escala com sustenidos:

assim formou-se a segunda escala com dois sustenidos:

 por este processo podem ser formadas todas as sete escalas maiores com sustenidos
(de 1# a 7#):

o quadro geral das escalas maiores com sustenidos

 sequência completa das escalas sustenizadas com a escala Dó Maior:

DÓ – SOL – RÉ – LÁ – MI – SI – FÁ# – DÓ#


(0) (1#) (2#) (3#) (4#) (5#) (6#) (7#)
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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
formação das escalas maiores com bemóis

1º passo: toma-se como ponto de partida a escala de Dó Maior, que não tem acidentes;
2º passo: a partir do seu IVº grau escreve-se a nova escala;
3º passo: bemoliza-se o seu IVº grau (para formar um semitom entre IIIº e IVº grau):

assim formou-se a primeira escala com um bemol:

 repetindo-se o mesmo processo, agora a partir da escala de Fá Maior, podemos


formar a próxima escala com bemóis:

assim formou-se a segunda escala com dois bemóis:

 por este processo podem ser formadas todas as sete escalas maiores com bemóis (de
1b a 7b):

o quadro geral das escalas maiores com bemóis

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
 sequência completa das escalas bemolizadas com a escala Dó Maior:

DÓ – FÁ – SIb – MIb – LÁb – RÉb – SOLb – DÓb


(0) (1b) (2b) (3b) (4b) (5b) (6b) (7b)

17. ARMADURA DA CLAVE

- ARMADURA DA CLAVE - conjunto de acidentes fixos escritos imediatamente após a clave


(antes da fórmula de compasso), que indicam quais as notas serão afetadas durante toda a
música, a menos que seja anulada por outra armadura.

 os acidentes são grafados na armadura com a ordem em que surgem na formação das
escalas:

a ordem dos sustenidos na armadura

FÁ – DÓ – SOL – RÉ – LÁ – MI – SI

a ordem dos bemóis na armadura

SI – MI – LÁ – RÉ – SOL – DÓ – FÁ

 armaduras das escalas maiores com sustenidos:

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
 armaduras das escalas maiores com bemóis:

- Obs. 1: a armadura deve ser grafada no começo de cada pauta;

- Obs. 2: não existe armadura que mistura sustenidos e bemóis.

- Obs. 3: interessante, a ordem dos bemóis é a ordem invertida dos sustenidos:

18. ESCALA MENOR (forma natural)

- ESCALA MENOR (forma natural) – escala diatônica, composta pela seguinte sequência de
tons e semitons:
1t. – 0.5t. – 1t. – 1t. – 0.5t. – 1t. – 1t.

 as demais escalas menores têm sequência idêntica à do modelo (lá menor):

- Obs. 1: o nome das escalas maior e menor vem a partir do intervalo entre o Iº e o IIIº grau
destas escalas: no maior entre o Iº e o IIIº grau é intervalo Terça Maior (3M – 2t.), e no
menor entre o Iº e o IIIº grau é intervalo Terça menor (3m – 1.5t.). Exatamente estes
intervalos, no maior modo, definem a sonoridade da escala:
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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
- Obs. 2: geralmente, a escala menor escreve-se com letras iniciais minúsculas.

Na prática usam-se 15 escalas menores:

escala de lá menor (sem acidentes)


7 escalas com sustenidos
7 escalas com bemóis

A escala menor existe independentemente do maior. Entretanto, para se facilitar a


compreensão da formação da escala menor, costuma-se considerá-la derivada da maior.

formação das escalas menores (forma natural)

Cada escala maior tem uma relativa menor, formada a partir do seu VIº grau:

1º passo: toma-se como ponto de partida a escala de Dó Maior, que não tem acidentes;
2º passo: a partir do seu VIº grau escreve-se a nova escala;

assim formou-se a escala relativa de Dó Maior:

 repetindo-se o mesmo processo, podemos formar a escala relativa de Sol Maior:

assim formou-se a escala relativa de Sol Maior:

- Obs. 1: a escala menor tem os mesmos acidentes da relativa maior.

- Obs. 2: a escala maior e a menor são relativas entre si: lá menor é relativa de Dó Maior, e
Dó Maior é relativa de lá menor.

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
o quadro geral das escalas menores com suas relativas maiores (sustenizadas)

o quadro geral das escalas menores com suas relativas maiores (bemolizadas)

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
- Obs.: a escala relativa maior começa no IIIº grau da escala menor, assim pode-se achar
fácil a quantidade dos acidentes da escala menor, lembrando a relativa maior dela:

outra forma de mostrar duas escalas relativas

 a armadura da escala menor é igual da relativa maior:

escalas sem acidentes

escalas com sustenidos

escalas com bemóis

- Obs.: geralmente a “cor” da escala maior cria impressão de mais “luz” e “alegria”
comparando com a escala menor. Este contraste de maior e menor é um dos mais
importantes na linguagem musical.

19. CÍRCULO DE QUINTAS / ESCALAS ENARMÔNICAS / ESCALAS HOMÔNIMAS

- CÍRCULO DE QUINTAS – sistema, onde todas as escalas maiores colocadas em sequência de


intervalos de quinta, que sejam, sustenizadas da nota Dó quintas para cima, e bemolizadas
da nota Dó quintas para baixo (como IVº grau, contando pela escala descendente, teria
intervalo de quinta entre Iº e IVº grau, escalas bemolizadas podem ser colocadas no círculo
para lado esquerdo):
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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
círculo de quintas (maior)
(15 escalas)

 círculo de quintas usa-se para melhor visualização das relações entre as escalas. Por
exemplo: Dó Maior com próxima escala à direita pelo círculo (Sol Maior) serão escalas
mais consonantes ente si por terem seis notas iguais; Dó Maior com próxima à
esquerda (Fá Maior) serão escalas mais consonantes ente si por terem seis notas
iguais:

 por serem o mais consonante possível as escalas vizinhas se chamam escalas parentes
de primeiro grau (Dó Maior – Sol Maior(1#); Sol Maior(1#) – Ré Maior(2#); Dó Maior –
Fá Maior(1b); Fá Maior(1b) – Sib Maior(2b); etc.); em outras palavras, escalas com um
acidente de diferença;

 escalas parentes de segundo grau (Dó Maior – Ré Maior(2#); Sol Maior(1#) – Lá


Maior(3#); Dó Maior – Sib Maior(2b); Fá Maior(1b) – Mib Maior(3b); etc.); em outras
palavras, escalas com dois acidentes de diferença;

 por esta lógica as escalas com vizinhança cada vez mais distante uma da outra se
chamam escalas parentes de terceiro grau, quarto etc., e, claro, soando cada vez
menos consonantes entre si.

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
 cada escala tem duas escalas parentes de primeiro grau:

- ESCALAS ENARMÔNICAS – escalas que representam os mesmos sons, mas com nomes
diferentes.

 entre escalas Maior existem três pares das escalas enarmônicas (bemolizadas
substituem-se por sustenizadas, e ao contrario):

 a soma do número de acidentes nas armaduras de duas escalas enarmônicas é


sempre 12:

Réb Maior (5b) + Dó# Maior (7#) = 12

Solb Maior (6b) + Fá# Maior (6#) = 12

Dób Maior (7b) + Si Maior (5#) = 12

As escalas menores, semelhante à maiores, podem ser representadas por próprio círculo
de quintas, mas, na prática, é mais fácil usar círculo de quintas das escalas maiores com
suas relativas menores:

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)
círculo de quintas (maior e menor)
(30 escalas)

 entre escalas menor também existem três pares das escalas enarmônicas, com
mesma soma de acidentes nas armaduras 12:

- ESCALAS HOMÔNIMAS – escalas que têm a mesma tônica, mas uma é escala maior e
outra é escala menor:
Dó Maior – dó menor(3b)
Si Maior(5#) – si menor(2b)
Fá# Maior(6#) – fá# menor(3#)

- Obs.: a diferença entre as armaduras das escalas homônimas é sempre três.

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(Bogdan Dragan – “Teoria Elementar da Música”)

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