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Neste trabalho propomos uma análise das diferenças entre três traduções realizadas para o

romance original 채식주의자 (Chaesik-juija), autoria de Han Kang, 2007 e suas traduções no Brasil,
feita por Yun Jung Im, ‘A Vegetariana’ em 2013, editora Devir e, outra tradução, feita por Jae
Hyung Woo, mantendo o título ‘A vegetariana’, pela editora Todavia em 2018.

Para tal análise, comparamos a primeira tradução da obra no Brasil, feita por Yun Jung
Im, e a tradução, feita por Jae Hyung Woo. E através dos textos, percebemos que as escolhas de
cada tradutora resultam em interpretações diferentes no que diz respeito às questões alimentares das
personagens, com o foco nas desconjunturas que surgem após a adoção da dieta vegetariana por
uma delas. Como o romance tem como um de seus temas centrais a mulher e as violências que sofre
na sociedade, cada uma das traduções impacta significativamente a leitura e análise literária. Vale
ressaltar que a literatura coreana passa por um processo de internacionalização, recebendo
reconhecimento da mídia e crítica literária. A obra ‘The Vegetarian’ de Han Kang escrita em 2007,
narra a história de Kim Yeong-hye, uma silenciosa esposa e dona de casa, que decide se tornar
vegetariana apesar de todos os ecos que tal decisão pode causar na ordem familiar coreana.

Este estudo comparativo perpassa as divergências nas traduções analisadas e tem como
fundamento teórico os conceitos de Finatto encontrado em “Leitura:um guia sobre teoria(s) e
práticas,2015” e Bakhtin em “Estética da criação verbal,1979”, as quais abarcam os estudos de
gêneros discursivos versus tradução/revisão. Estes conceitos além de mostrarem o aspecto social
dos gêneros discursivos, onde são evocados e praticados sempre em uma interação, imbricam o
aspecto individual da construção dos gêneros, onde a linguagem não se resume às atividades sociais
e às relações pessoais, mas constitui a própria inserção do falante na linguagem de chegada, tendo
em vista que de um lado, o falante enuncia e produz textos a partir de um investimento que é
subjetivo e único e de outro, os textos, que sempre são manifestados em algum gênero, precisam ser
adaptados aos ambientes em que circulam para que sejam aceitos e compreendidos. Portanto, o
tradutor, além da própria leitura de um texto-fonte, precisa ter em mente a leitura tradutória – que é
a leitura de recepção do texto já traduzido, e que se relaciona também com a recriação do gênero da
comunidade-fonte para a comunidade-alvo e nem sempre os gêneros encontram correspondentes de
uma língua para outra.

Assim sendo, optamos por evidenciar nossa análise a partir de alguns parágrafos, os quais
serão evidenciados e comentados. Bem como, por serem significativos à comparação das
divergências encontradas e estarem em conssonância com os tópicos trabalhados durante o semestre
na disciplina de Teorias da Leitura.

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