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O QUE É MÚSICA?

A música é uma linguagem formada por sons, sendo estes constituídos de certas propriedades,
sendo elas o timbre, a altura, a duração e a intensidade. Essas características vão ajudar a compor os
elementos básicos da música: ritmo, melodia e harmonia.

ESCRITA MUSICAL

Antes do surgimento de uma escrita musical, as músicas só poderiam ser aprendidas de forma oral,
com uma pessoa ensinando diretamente a outra, fazendo com que muitas peças musicais acabassem se
perdendo, caindo no esquecimento. Sendo assim, a notação musical nada mais é do que um sistema de
escrita que surgiu com o intuito de registrar e transmitir uma música de forma gráfica, através da partitura,
utilizando-se de símbolos próprios.

Existem diferentes formas de escrita musical, e estas mudaram bastante com o passar dos séculos.
Aqui vamos focar na escrita ocidental, a mais comumente utilizada em diferentes gêneros musicais, mas
cuja origem se encontra na Idade Média, no contexto do chamado canto gregoriano e na prática litúrgica
da Igreja Católica.

● Pentagrama

Ou pauta, é onde a escrita musical é feita, sendo um conjunto formado por 5 linhas paralelas e 4
espaços entre elas, que ajudam a determinar e “visualizar” a altura de cada nota musical. Isso significa
que, quanto mais para baixo uma nota estiver na pauta, mais grave o som dela será e, quanto mais para
cima, mais agudo.

É importante saber que as notas não se limitam apenas à pauta, dependendo de sua altura, elas podem
ser escritas em linhas suplementares superiores (caso sejam mais agudas), ou nas linhas suplementares
inferiores (caso sejam notas mais graves), como indicado na figura abaixo.
● Claves e Notas Musicais

As claves são símbolos que determinam a posição e, principalmente, o nome de uma nota musical
na partitura, sendo elas a clave de sol, a clave de fá e a clave de dó – as duas últimas possuem variações
de acordo com a altura desejada das notas e os instrumentos que elas representam. As claves mais
utilizadas são a clave de sol, a clave de fá na quarta linha e a clave de dó na terceira linha.

Dessa maneira, a clave de sol indica que teremos uma nota sol na segunda linha, já a clave de fá
na quarta linha indica que teremos uma nota fá exatamente na linha onde essa clave se encontra, ou
seja, na quarta. A partir dessas referências, sabemos onde as demais notas se encontram no
pentagrama – tendo em mente a sequência das sete notas musicais: dó - ré - mi - fá - sol - lá - si.

No exemplo acima, temos a clave de dó sendo usada em duas posições diferentes, note que isso
muda a posição das notas na pauta. Enquanto uma apresenta uma nota dó na quarta linha, a outra
indica que teremos uma nota dó na terceira linha.

Para facilitar, daqui para frente, utilizaremos a clave de sol para explicar outros elementos da
escrita musical.

 Figuras Musicais

Elas são as responsáveis por definir a duração de cada nota musical contida na partitura e,
juntamente com a fórmula de compasso e o andamento (velocidade em que uma peça deve ser
tocada), vão ajudar constituir o ritmo de uma música na hora da execução.
Temos sete figuras musicais: semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e
semifusa – cada uma com sua duração específica. E vale ressaltar que o silêncio também é importante para
que a música aconteça e, por isso, cada figura tem a sua pausa correspondente, indicando qual será a
duração desse silêncio.

A semibreve é a nota de maior duração, por padrão, a partir dela, definimos as durações das demais
figuras. Sendo assim, a mínima sempre valerá metade (1/2) da duração da semibreve, a semínima valerá
1/4 da semibreve, a colcheia valerá 1/8 da semibreve, e assim por diante, conforme indicado no quadro
acima. E é preciso destacar que o mesmo acontece com a duração de suas respectivas pausas!

Conforme demonstra o exemplo acima, a pausa da semibreve sempre será representada rente à
quarta linha da pauta, enquanto a pausa da mínima será representada em uma posição oposta, rente
à terceira linha da pauta.

Já a imagem abaixo mostra uma “ramificação”, exemplificando a duração das notas, partindo da
semibreve até chegar na fusa, ou seja, no fim, uma semibreve equivale a 32 fusas. No entanto, o que
eu quero destacar aqui é o agrupamento que acontece na ramificação para o lado direito, a partir das
colcheias. Essas figuras de menor valor, e que possuem o que chamamos de colchete, podem ser
agrupadas dessa forma, ligando-se esses colchetes.

É importante saber que o agrupamento dessas figuras é feito apenas para facilitar a escrita musical
e torná-la mais clara, não alterando os valores e nem a forma de execução das notas.
 Fórmula de Compasso

O compasso é a divisão de um trecho musical em séries regulares de tempo. Na partitura, os


compassos são separados por uma linha vertical chamada de barra de compasso ou travessão, que
atravessa o pentagrama da primeira à quinta linha.

A fórmula de compasso é geralmente representada por uma fração, onde o número de cima indica
quantos tempos um compasso terá, já o número de baixo indica qual figura equivale a uma unidade de
tempo. No exemplo acima, temos um compasso ternário, o três por quatro (3/4), ou seja, cada compasso
terá três tempos e a unidade de tempo é a semínima. Ou seja, com a semínima valendo um tempo, dentro
de um único compasso 3/4 cabem 3 semínimas.

O número inferior da fórmula de compasso está relacionado à tabela do tópico anterior, onde é
explicado sobre a duração das figuras musicais. Lembra da explicação sobre a semínima valer 1/4 da
semibreve? Pois então, o número 4 representa a semínima, assim como o 2 representa a mínima, o 8
representa a colcheia, e assim vale para as demais figuras. Dessa forma, supondo que em uma partitura
existe um compasso 2/8, isso significa que cada compasso teria 2 tempos e a unidade de tempo seria a
colcheia, dessa forma, em um compasso caberiam 2 colcheias, pois elas valeriam um tempo.

Compassos podem ser divididos em simples e compostos, mas por enquanto, para facilitar,
focaremos apenas nos compassos simples, sendo o mais comum deles, o compasso 4/4, que é um compasso
quaternário, onde temos quatro tempos por compasso e a unidade de tempo é a semínima.
 Ligadura e Ponto de Aumento

Ligadura é uma linha curva que se coloca sobre ou sob duas ou mais notas que estejam na mesma
altura, indicando que apenas a primeira nota é articulada, ou seja, toca-se a primeira nota, prolongando-a
até o final do tempo total de duração das notas às quais ela está ligada – geralmente é usada para ligar
notas que se encontram em compassos sequentes.

No exemplo abaixo, cada compasso possui dois tempos, sendo que cada mínima equivale a dois
tempos, enquanto a semínima equivale a um tempo. Então, articula-se a primeira nota dó, prolongando-a
pelo valor total das três mínimas mais o valor de uma semínima, ou seja, o som articulado será mantido por
sete tempos, sendo suspenso ao chegar no último tempo do quarto compasso, que é ocupado pela pausa
da semínima.

Ponto de aumento é um ponto simples colocado à direita de uma figura musical para aumentar
metade de sua duração, ou seja, o ponto adiciona um valor equivalente à metade do valor da nota que o
antecede, prolongando o tempo de execução do som. E o mesmo vale para as pausas – o ponto de aumento
aumentará o valor da pausa, o que significa que teremos um tempo maior de silêncio.

Abaixo temos três exemplos que mostram que uma figura pontuada equivale à própria figura
acrescida da figura que representa a metade de seu valor. Dessa forma, no primeiro caso, a mínima
pontuada é equivalente ao valor da mínima mais uma semínima. Ou seja, supondo que a mínima vale dois
tempos e a semínima vale um tempo, a mínima pontuada vale três tempos.

E a ideia segue a mesma para os demais exemplos: semínima pontuada equivale à semínima +
colcheia; e colcheia pontuada equivale a colcheia + semicolcheia.

Abaixo temos um trecho musical escrito em um compasso 4/4, ou seja, cada compasso possui
quatro tempos e a semínima é a unidade de tempo, o que significa que em um único compasso cabem
quatro semínimas. Ou seja, nesse exemplo a semínima equivale a um tempo e a mínima equivale a dois
tempos (se colocássemos uma semibreve, ela sozinha valeria os quatro tempos do compasso, enquanto a
colcheia valeria metade de um tempo).
Nesse exemplo, temos uma nota sol que deve ser tocada quatro vezes e, em cada uma das
execuções, essa nota deve ser sustentada ao longo de três tempos. Apesar de ser a mesma nota com o
mesmo tempo de duração, sua grafia muda conforme a posição da nota no compasso.

Ao ocupar três tempos de um mesmo compasso, a nota é representada por uma mínima pontuada,
o que muda na transição do primeiro para o segundo compasso, onde foi necessário o uso da ligadura,
sendo assim, temos uma semínima para ocupar o quarto tempo do primeiro compasso e uma mínima
ocupando os dois primeiros tempos do segundo compasso.

Já na transição do segundo para o terceiro compasso, temos uma mínima ocupando os outros dois
tempos do segundo compasso, e uma semínima no primeiro tempo do terceiro compasso, encerrando esse
trecho com uma mínima pontuada preenchendo os três tempos restantes desse último compasso.

De maneira geral, a soma dos valores das figuras dentro de um compasso não deve ser maior ou
menor do que o tempo indicado na fórmula de compasso, por isso a ligadura é importante para
representar uma nota que é executada na transição de um compasso a outro.

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“MIZUKI”

Aqui temos quatro compassos em 4/4, ou seja, cada compasso possui 4 tempos, onde a semínima
vale um tempo e a colcheia vale 1/2 tempo, ou seja, é preciso duas colcheias para preencher um único
tempo desses compassos.

E temos uma clave de sol, assim, a segunda linha é onde se encontra a nota sol. Dessa maneira,
sabemos que a primeira nota dessa música é a nota lá, já que ela se encontra no espaço logo acima dessa
linha. A segunda nota está na primeira linha – partindo da nota lá (espaço 2), a gente vai descendo: sol
(linha 2), fá (espaço 1) e chegamos em mi (linha 1), essa é a segunda nota do primeiro compasso. E dessa
maneira podemos nomear as demais notas desse trecho musical.

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