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A moda precisa mudar!

É somente a moda que precisa mudar? Ou os hábitos de produção e consumo que precisam
ser repensados, juntamente com uma moda mais justa, mais inclusiva, mais responsável, mais
consciente?

O movimento Fashion Revolution de 2019, que atua como uma forma de expor ao mundo que
precisamos agir de forma mais consciente, incentivando e exigindo uma maior transparência
das empresas e ajudando a melhorar a vida de milhões de pessoas que trabalham na cadeia de
fornecimento de moda, caso contrário, não é só o mundo da moda que tende a acabar, mas
também o mundo todo.

Dados publicados por grandes difusores de informações, salienta que a cadeia têxtil, além de
ser a segunda maior força no mercado brasileiro, gerando milhares de empregos, ainda
trabalha com muita obscuridade, fazendo com que esse universo da moda, seja patê de um
pesadelo na vida de muita gente.

Mas como?

- 20% da contaminação das águas vem do tingimento têxtil, onde as águas não tratadas,
resultantes dos diversos processos de tingimento como: coloração química e sintética, fixação
das cores, sabões, amaciantes e demais resíduos, são jogadas nas nossas águas atingindo as
pessoas, a fauna e a flora de forma agressiva, dados da Textile Brochure;

- 16% dos inseticidas do mundo são usados nas plantações de algodão para manter a
qualidade da fibra, mantendo-a longe das pragas e deixando-a mais longa, o que a valoriza
perante o mercado, portanto, esses inseticidas atingem violentamente as vidas diretamente e
indiretamente ligadas à sua produção. Precisamos chamar “a atenção para o uso de pesticidas
no cultivo de algodão. A boa notícia é que esse uso diminuiu desde os picos dos anos 1980,
mas o algodão é ainda uma das culturas que mais utilizam pesticidas no mundo e – o que é
motivo de grande preocupação – o uso está em alta novamente em muitos dos grandes países
produtores de algodão. Muito ainda precisa ser feito”, Keith Tyrell, diretor da Pesticide Action
Network – Reino Unido;

- Desde os anos 2000, a produção global de roupas mais do que dobrou, foram produzidos 100
bilhões de peças, segundo a McKinsey & Company, e para onde vão as peças que não se usa
mais? É comum dizer: Joga fora! Fora de onde, se só temos um planeta? Alguns países tem
feito a “boa ação” de enviar para países mais necessitados, ou seja, transferindo o lixo de
lugar, deixando nas costas dos menos favorecidos;

- De acordo com os dados da OIT, só entre os anos de 1995 e 2013 foram resgatadas 2324
pessoas do trabalho análogo à escravidão no setor de confecções no Brasil, onde trabalhavam
sem remuneração digna, sem condições de saúde e infraestrutura e sem jornada definida de
trabalho;

- Pesquisas do SEBRAE mostram uma estimativa de que são desprezadas 170.000 toneladas de
resíduos têxteis por ano e que, somente no bairro do Bom Retiro em São Paulo, segundo o
Sinditêxtil – SP, são produzidos e despejados nas ruas, aterros e depósitos de lixo da cidade, 12
toneladas desses resíduos. Resíduos estes que poderiam e podem ser minimizados com
adaptações nas modelagens para processos que tendem ao ZeroWaste, com o uso de
softwares que melhoram os processos em geral, sobretudo no encaixe e corte, evitando que
milhares de toneladas de resíduos sejam desprezadas. Porque o importante não é apenas dar
um bom destino para o lixo, mas não gerá-lo é o caminho efetivo.

Vamos pensar mais nisso?

Deixe aqui nos comentários, a forma com que você ou a sua empresa vem atuando para
mudar essa realidade.

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