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O primeiro título
Campeão paulista
invicto em 1914, com
1926
Foi o ano da compra
O primeiro gol
Luiz Fabbi foi o autor na vitória
por 2 a 0 sobre o Estela Polar,
dez vitórias em dez do terreno da em 14 de setembro de 1910,
jogos, o ataque fez 37 Fazendinha. O no Campo da Rua dos Imigrantes
ARQUIVO/AE
gols, 12 de Neco. A estádio foi inaugurado (atual rua José Paulino, no Bom
defesa sofreu 9 gols dois anos mais tarde Retiro). Jorge Campbell fez o 2º
Em 1910, quando a elite por Joaquim Ambrósio, Carlos ros pela modalidade motivou al- que,duas semanasdepois,no dia
da Silva, Rafael Perrone, Antô- guns times da terra da rainha a 14desetembro,osprimeirosatle-
social dominava o futebol, nio Pereira e Anselmo Correia, atravessarem o Atlântico. Um tas já se movimentavam por ali.
um grupo de operários junto com outros oito compa- dos que desembarcaram por Em uma época na qual o fute-
funda o clube que seria nheiros, fundava o Sport Club aqui foi o Corinthians, de Lon- bol era ligado à aristocracia, a ori-
famoso pela popularidade Corinthians Paulista. Battaglia dres. Trata-se de uma equipe gem humilde ajudou na populari-
foi eleito o primeiro presidente. amadora, fundada em 1882 e zação do time. O clube se tornou
Os fundadores trabalhavam que, desde 1939, quando se jun- famoso. De acordo com o site ofi-
Corinthians vai ser naestradadeferroSãoPauloRai- tou ao Casuals, transformou-se cial, “em 1913, o Corinthians plei-
“O o time do povo e o
povo é quem vai fa-
zer o time.” A frase é do alfaiate
lway. E foi no contato com os in-
gleses, inventores do futebol,
que conheceram e se apaixona-
no Corinthian-Casuals Football
Club, cujo uniforme é baseado
nas cores marrom e rosa.
teou uma vaga junto à Liga Paulis-
ta de Futebol e foi aceito, tornan-
do-se, assim, o quarto dos chama-
Miguel Battaglia, que em 1.º de ram por aquele que se tornaria o Clube fundado, nome escolhi- dos ‘três mosqueteiros’ (os outros
setembro de 1910 descreveu esporte mais popular do mundo do, faltava definir a sede. Os ab- eram Americano, Germânia e In-
com rara felicidade aquela que e marca registrada do Brasil no negadosfundadoresjuntaramal- ternacional). Essa foi a origem do
seria a principal marca do clube exterior. Nascia ali a vontade de guns colaboradores e alugaram mascote corintiano”.
que acabara de nascer. Naquela criar um clube de futebol. um terreno na Rua José Paulino, O famoso hino, intitulado “O
esquina do bairro do Bom Reti- Da Inglaterra veio também a que foi aplainado e transforma- Campeão dos Campeões”, foi
ro, na capital paulista, um grupo inspiração para o nome. Naque- doemum rústico campo de fute- composto no início dos anos 50
de amigos operários, formado le ano, o interesse dos brasilei- bol. O processo foi tão rápido pelo radialista Lauro D’Ávila. Encontro. Os dois Corinthians fizeram amistoso em 2001
HISTÓRIA
FOTOS ARQUIVO/AE
1910a1960
Desde sua fundação, o Corin-
thianschamavaaatençãopelafa-
tricampeonatos (22/23/24,
28/29/30 e 37/38/39, além de mar-
cilidade em cativar o público, car a maior goleada de sua histó-
identificadocomaorigemhumil- ria: 11 a 0 no Santos. Em 1928,
de do clube. A torcida crescia em dois anos depois de comprar um
ritmo frenético, assim como o terrenoaoladodoRioTietê,inau-
cartel de títulos da sensação alvi- gurava a Fazendinha. Em 1954
negra.Nadécadade20,porexem- conquistava um dos mais impor-
plo, o Corinthians venceu cinco tantes troféus de sua história: o
Paulistas. Além disso, foram três Paulista do 4.º Centenário (foto).
CARLOS FENERICH/AE–31/7/1988
Sobocomandodofolclóricopresi- pois, a torcida mostra porque é Osanos80nãosãomarcadosape- e Vladimir, dá voz aos atletas,
dente Vicente Matheus, o Corin- chamadadeFielaodividiroMa- nas por títulos. Além do bicam- justamenteemumaépocamar-
thians vive momentos de intensa racanã com o Fluminense, na peonato estadual em 82-83, o Co- cada pela ditadura militar. O
2000
Em 2000, o Corinthians, com rar o escândalo no qual se tor-
Dida no gol (foto), se transfor- nou a polêmica parceria com a
1990
Uma década especial. Começa Paulo, passa pelo Grêmio na ma no primeiro campeão do MSI e a renúncia do presiden-
comaconquistadoprimeirotítu- CopadoBrasil,em95, etermi- mundo de clubes reconhecido te Alberto Dualib, denunciado
lo brasileiro, em 90, com gol de nacom obicampeonatobrasi- pela Fifa. Vence o brasileiro de pordesviodedinheiro.Andrés
Tupãzinho (foto) contra o São leiro de 98-99. 2005emostra forçaparasupe- Sanchez assume em 2007.
EXPEDIENTE
Editor: Eduardo Maluf. Edição: Wilson Baldini Jr. Coordenação: Gilson Vilhena. Textos: Anelso Paixão, Ubiratan Brasil, Wagner Vilaron e Wilson Baldini Jr. Direção de Arte: Fabio Sales. Diagramação: Eduardo Domingues, Eloy Mattoso e
Marcos Azevedo. Ilustração: Baptistão. Infográfico: Marcos Müller. Produção: Lucas Andrade. Tratamento de imagem: Alexandre Godinho, Carla Monfilier, Edmundo Pereira, Fabiano de Vito, Fernando Pereira e Mauricio Braga
Especial H3
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1934
É o ano da contratação
Artilheiro
Em 1936, Zuza marca
seis gols no 10 a 1 em
Tropeço histórico
A maior goleada
sofrida pelo Corinthians
do atacante Teleco, que cima do Sírio e se torna acontece em 1933,
vem do Britânia (PR) e se o atleta com maior quando o time é batido
REPRODUÇÃO
FOTOS ARQUIVO/AE
Para ganhar
a torcida,vale
mais a raça
Foi assim que guerreiros
como Zé Maria, Idário, SEGUNDA PELE
Wladimir e o goleiro
Ronaldo conquistaram o
exigente torcedor ● Os jogadores que mais vezes estiveram em campo com
a camisa do clube nesses 100 anos de história alvinegra
P gentetorcidacorintia-
na,mais do que ser ta-
lentoso, técnico, craque, o joga-
Luizinho
Ronaldo (goleiro)
604
602
dor precisa ter raça, vontade de Zé Maria 599
vencer, amor pela camisa. É por
Biro-Biro 589
isso que brilharam mais guerrei-
roscomoZéMaria,Idário,Wladi- Vaguinho 551
mir e Ronaldo, o goleiro, do que Cláudio 549 MAURILO CLARETO/AE–9/10/1996
O meu caso de amor com o Co- chegada ao Corinthians foi mos e o Riva acabou levando a gratificante. É um negócio que impossível para glorificar o
DEPOIMENTO rinthians teve início bem antes triunfante. Meu pai também culpa que na verdade era de mexe com o ego de todos. A “manto sagrado corintiano” e
de eu começar a jogar no clube era o meu procurador e reali- todos nós. Até hoje a gente se lembrança e o agradecimento exige que o jogador faça o mes-
em 1970. Sou do interior, de zou o sonho dele e o meu. lamenta por isso. me emociona. É uma gratidão mo. Isso já era antes de eu che-
ZÉ MARIA: Lateral-direito do Botucatu, e morava numa fa- Juntou a fome com a vonta- Em 1976, veio a grande luz. eterna e eu não esqueço nunca. gar ao Parque São Jorge, foi na
Corinthians de 1970 a 1983 zenda. Não ia aos estádios, de de comer. Lembro que fui Aquela invasão no Maracanã Passei 13 anos no Corin- minha época de jogador e con-
mas o meu pai era corintiano muito bem recepcionado na contra o Fluminense e a che- thians e posso dizer que foi um tinua sendo. O torcedor não
fanático e sempre comprava a equipe, que naquela época gada à final do Brasileiro trou- casamento perfeito que tive mudou, é muito exigente.
revista Gazeta, que trazia na tinha jogadores como Ado, xeram uma aproximação com o clube e a torcida. Muitas O Corinthians foi pratica-
capa fotos dos grandes jogado- Pedrinho, Ditão, Luís Carlos maior da torcida com os joga- vezes eu sabia que tinha joga- mente tudo na minha vida. Foi
res da época. Então, cresci ven- e Rivellino. O início foi de al- dores. do mal, mas os torcedores vi- o meu sustentáculo. Depois
do imagens do Cabeção, do Lui- tos e baixos, mas o grande Até que, em 1977, enfim, fo- nham e falavam: “Valeu, Zé, que fui para o Corinthians, rea-
zinho, do Idário, do Baltazar... problema era que a equipe mos campeões. Apesar de ter pelo menos você correu, hon- lizei sonhos meus e da minha
‘O time pode Comecei a jogar na Ferroviá-
ria de Botucatu, depois fui para
não conseguia acabar com o
jejum de títulos que vinha
defendido a seleção brasileira e
ter sido campeão mundial em
rou a nossa camisa.”
A Fiel é assim. O time pode
família e acredito que também
de muitos torcedores. Até
perder, mas a Portuguesa, mas o meu auge
mesmo foi no Corinthians, um
desde 1954.
Em 1974 ainda tivemos aque-
1970, aquele título contra a Pon-
te Preta é o marco maior da mi-
perder, mas tem de perder lu-
tando, suando e, se for possí-
quando fui eleito vereador em
1982, tenho certeza que foi por
clube de dimensões gigantes- la decepção terrível na final do nha vida profissional. Até hoje vel, derramando gotas de san- causa do clube. O nome do Co-
tem de perder cas e com uma baita torcida.
Minha saída da Portuguesa
Campeonato Paulista contra o
Palmeiras. A gente tinha con-
vivo muito em função de 1977.
Os torcedores que cruzam
gue dentro de campo. É um
negócio maravilhoso. É um clu-
rinthians está sempre em pri-
meiro lugar por onde eu passo.
REPERCUSSÕES
Pelé Ademir da Guia Dario Raí César Maluco Pepe Zico Roberto Dinamite
O maior carrasco Ídolo do Palmeiras Ídolo do Atlético-MG Ídolo do São Paulo Ídolo do Palmeiras Ídolo do Santos Ídolo do Flamengo Ídolo do Vasco
‘Precisa calar ‘Sempre foi ‘Fiz de tudo ‘Em 1988, ‘Torcida ‘A torcida não ‘Era o meu ‘É preciso
aquela massa um jogo cheio para jogar no um exemplo empurra o parava de 2º time na vencer o time
incrível’ de rivalidade’ Corinthians’ de força’ time pra cima’ incentivar’ infância’ e a camisa’
Nunca tive nada contra Corinthians e Palmei- Não ter jogado no Corin- O maior exemplo da O Oswaldo Brandão (téc- Na época do tabu, quan- Havia um sabor espe- Sempre foi um desafio
o Corinthians. Apenas ras sempre foi um jogo thians é a minha maior força do Corinthians e nico) sempre dizia que, to mais gols o time do cial em enfrentar o ti- encarar o Corinthians,
precisava calar logo repleto de rivalidade. frustração. Sempre que sua torcida foi em um após tomar um gol do Santos fazia, mais a me do Corinthians. um dos grandes clubes
aquela massa incrível. Uma rivalidade impor- jogava contra fazia 2, 3 jogo de 1988. O São Corinthians, você não torcida do Corinthians Quando era pequeno, do Brasil. A motivação
Se não calasse, a torci- tante para os dois la- gols para chamar a Paulo vencia por 2 a 0 deve ter pressa para gritava. Era gostoso eu tinha o Corinthians é sempre enorme quan-
da ganharia o jogo. Sem- dos. Acho que os dois atenção, mas não deu até o fim. A torcida em- recolocar a bola em jo- participar desse jogo, como segundo time. E, do se enfrenta um time
pre tive muitas alegrias clubes ganharam com certo. Em 2005, joguei purrou o tempo todo, go, porque a torcida em- porque a gente ganha- no começo de carreira, tão tradicional assim.
nos jogos contra o Corin- isso. Muita gente dizia pelos veteranos do Co- não parava de gritar. O purra o time. Então, é va quase sempre, mas me firmei num confron- Contra o Corinthians,
thians, pois sempre fiz que uma vitória nesse rinthians e fiz um gol de Corinthians fez o pri- sempre bom esfriar um o clima da partida era to com o Corinthians, tem de vencer o time e
muitos gols, mas sem- clássico valia mais que pênalti. Fiquei alegre e meiro e teve forças pa- pouco. Para o torcedor, intenso porque os corin- de Rivellino e cia. Fiz a força de sua camisa.
pre respeitei muito este a conquista do título. a torcida gritou o meu ra buscar o empate nos vencer o Corinthians tianos não paravam de dois gols e ganhei mais O seu nome já fala por
adversário. Era uma disputa sadia. nome. minutos finais. tem sabor especial. incentivar o time. confiança. tudo.
H4 Especial
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Camisa grená
Em 8/5/1949,
o Corinthians joga de
1940
É o ano da inauguração
Passaporte corintiano
Entre abril e junho de 1952,
o Corinthians faz a sua
grená contra a do Pacaembu. O primeiro primeira excursão pela
Portuguesa, homenagem jogo do Corinthians é Europa. São 16 jogos,
ACERVO APBCCD
aos atletas do Torino vitorioso: 4 a 2 sobre com 12 vitórias, três empates
mortos em acidente aéreo o Atlético Mineiro e apenas uma derrota
R
de origem italia- à conclusão do que o Corinthians re-
na. Por isso, não presenta na sua vida? ● Qual a análise que você faz do período ● Qual foi melhor jogador com quem
chega a ser uma Claro. O Corinthians representa tudo. sem títulos? você já jogou no Corinthians?
surpresa que os Foi no Corinthians que tive a possibili- Cá entre nós, demos um azar danado. Eu fiz uma ótima dupla com o Tião.
integrantes da fa- dade de conquistar tantas coisas, de Nosso time era bom, mas jogamos na Jogamos juntos durante anos. Tam-
mília, tradicional chegar à seleção, enfim, de me realizar mesmo época do Santos de Pelé, do bém joguei no início com Dino Sani.
no bairro do Brooklin, na capital profissionalmente. É claro que com o Palmeiras da Academia, não era mole.
paulista, desde a década de 40, se meu talento eu poderia me dar bem em Também nunca tivemos no banco um ● E o melhor técnico?
transformassem em torcedores do outros lugares, mas o Corinthians foi governador do Estado, como era o ca- Tive alguns, mas destaco o Brandão
Palestra Itália. E assim foi com o jo- muito especial na minha trajetória. so do São Paulo com o Laudo Natel. (Oswaldo Brandão).
vem Roberto até a adolescência (fo-
to), quando, magoado pelo descaso ● Como começou essa sua relação com ● Você já superou bem aquele problema ● Técnicos e jogadores costumam
dos responsáveis pela peneira do o clube? com a torcida? dizer que jogar no Corinthians é dife-
seu time do coração, resolveu defen- Eu sou de uma família italiana. Natu- Na realidade eu nunca tive proble- rente. Isso é papo só para ficar de
der o grande rival. “É verdade, nasci ralmente são torcedores do Palmeiras. mas com a torcida. Sempre saía dos bem com o torcedor ou tem algum
palmeirense. Mas fui tão bem rece- E falo isso com toda a sinceridade. Nas- treinos a pé, andava pelas ruas sem fundamento?
bido no Parque São Jorge que me ci palmeirense, assim fui até a adoles- segurança e nunca fui hostilizado. Isso é a mais pura verdade. Não é só
tornei corintiano rapidamente”, dis- cência. Quando jogava salão pelo Ba- Acontece que cometemos alguns er- para jogar para a torcida, não. Veja
se o craque. “Posso dizer que o Co- nespa, fui convidado para fazer um tes- ros naquela final contra o Palmeiras. o exemplo do que aconteceu em
rinthians me conquistou.” te no Palmeiras. Cheguei lá, mas não Um deles, por exemplo, foi ter leva- 1976. Tudo bem, vários clubes le-
Roberto Rivellino chegou ao me deram muita bola. Fiquei chateado do o jogo final para o Morumbi, que vam torcedores quando jogam fora.
Parque São Jorge no início dos e disse que iria jogar no maior rival. estava com o gramado muito ruim, Mas uma coisa é você motivar 800,
anos 60. Lá não precisou passar Um conhecido da minha família conse- uma lama só, e isso prejudicou mais mil pessoas. Mas ali foram 70 mil.
por testes. Um dirigente da épo- guiu uma oportunidade para mim no a nossa equipe. Nada contra o Sylvio Você tem ideia do que é dividir um
ca o viu atuar em uma partida Corinthians. E lá no Parque São Jorge Pirillo, mas se o nosso técnico fosse estádio como o Maracanã? Toda tor-
de futebol de salão (na época não veu uma história de amor que, como nem precisei fazer peneira, pois permi- o Brandão, duvido que iríamos jogar cida cobra, mas no Corinthians a
se falava futsal) pelo Banespa, fi- toda paixão, teve alguns momentos tiram que eu ficasse um tempo para no Morumbi. Ficamos sabendo no pressão é muito maior. Senti isso
cou deslumbrado com a habilida- conturbados, como sua saída, em mostrar meu talento. Me trataram mui- dia do jogo. Até disse, ‘como assim?’. quando fui para o Fluminense. A vi-
de do garoto e o indicou ao Corin- 1975, sem ter vivido a emoção da con- to bem no Corinthians e me conquista- Mas na época o Matheus (Vicente da nas Laranjeiras era muito mais
thians. No Alvinegro, Rivellino vi- quista de um título. ram, me cativaram. Hoje falo sem a me- Matheus, presidente corintiano) es- tranquila. Até estranhei.
Meia-esquerda Meia-direita
Atacante Lateral-esquerdo
estadão.com.br
do centenário
Volante
Lateral-direito
Roberto Belangero
1947-1960 ● 453 jogos
Brandão
54-57; 64-66; 68; 77-78; 80-81 ● 442 jogos
H8 Especial
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Mané noParque
Garrincha é contratado
em 1966, aos 32 anos, vindo
28
de abril de 1969 é a data da
Sócrates e Biro
Vicente Matheus contrata
a dupla em 1978. Mas a
do Botafogo. Com problemas morte do lateral Lidu e do equipe só conquistaria o
no joelho, disputa apenas ponta-esquerda Eduardo, título paulista no ano
13 jogos e marca em um acidente de carro seguinte, mais uma vez
só dois gols na Marginal do Tietê diante da Ponte Preta.
ARQUIVO/AE
ARTIGO
M
ano comentarista, vocêestáentreelas,metorneicorinthia- veis. Sócrates, para mim o mais impor- corinthiano, ouvem “Nossa, mas vo-
Ataque dos 103 gols. Quinteto atingiu a Campeão paulista de 77. Basílio 1º Brasileiro. Bicampeão. Time dizia que podia até perder com
marca na conquista do Paulista de 1951 comemora fim do jejum de 22 anos Neto vibra em 90 democracia, mas ganhou o Paulista de 82 e 83
O modaemassumiraposi-
ção de sofredor. Ela sur-
giu com os 22 anos sem título en-
conquistadas nos Torneios Rio-
São Paulo nos anos 50 e 60.
Em 1990, com grandes atua-
as conquistas. O título do 1.º
Mundial de Clubes da Fifa, com-
petição que reuniu oito times,
tre 1955 e 1977. Mesmo assim, o ções de Neto diante de Atlético- com destaque para Real Madrid,
Corinthians sempre teve domí- MG e Bahia, respectivamente Manchester United e o Vasco.
nio no Estado de São Paulo, so- nas quartas de final e semifinal, OCorinthiansentroucomo ti-
mando o maior número de títu- conquistavaoBrasilpela primei- me do país-sede. Os adversários
los paulistas. Atualmente está ravez,seigualando aosrivaisPal- não perdoam e não “reconhe- ALCYR CAVALCANTI/AE–14/1/2000
com 26 e apesar da fila mantém meiras e São Paulo. Em sete anos cem” o título. “Para se conquis-
boa vantagem sobre os adversá- forammais trêscampanhas vito- tar, primeiro é preciso conquis-
rios: Palmeiras soma 22 taças, riosas (1998, 1999 e 2005), com taraAmérica”,afirmamsão-pau-
São Paulo, 21, e Santos, 18. destaque para atuações de Mar- linos, santistas e palmeirenses, Vencedores.
Dos 26 campeonatos esta- celinhoCariocanasduas primei- se referindo à falta da Libertado- Tevez
duais conquistados, o Corin- ras, em um dos times mais fortes res em sua sala de troféus. O Co- (acima),
thians ostenta cinco campanhas dahistóriadoclube,edoargenti- rinthians entra no seu segundo Rincón e
invictas. Foram três tricampeo- no Carlitos Tevez na última. centenário com o objetivo de ga- Ronaldo
natos, um feito inédito entre os O gosto por títulos nacionais nhar o torneio sul-americano. também
clubes do Estado. foi demonstrado também nos Mas não tem pressa. Pode ter so- ganharam
O clube ganhou o apelido de bons desempenhos na Copa do frimento. O corintiano gosta. títulos ERNESTO RODRIGUES/AE–26/4/2009
ARQUIVO/AE–25/4/1971
do por 2 a 0, com direito a um AS CONQUISTAS
Jogos memoráveis, para golaço de Adãozinho, em uma
bomba de40 metros, que atingiu TORNEIO RIO-SÃO PAULO:
delírio da nação alvinegra o ângulo esquerdo de Leão: 4 a 3.
No Brasileiro de 1972, o Corin- MUNDIAL:
5
(1950, 1953, 1954, 1966 E 2002)
thians sonhava em ir à decisão. 1 CAMPEONATO PAULISTA:
Os confrontos não quebra do tabu sem vitória sobre Diante de 68.961 torcedores no (2000) 26
oSantosemjogosdoCampeona- Pacaembu, tinha de vencer o CAMPEONATO BRASILEIRO: (1914, 1916, 1922, 1923, 1924,
valiam título, mas to Paulista, em 6 de março de Ceará. O único gol, de Sicupira, 4 1928, 1929, 1930, 1937, 1938,
ficaram marcados por 1968.UmPacaembuenlouqueci- saiu aos 45 da etapa final para de- (1990, 1998, 1999 e 2005) 1939, 1941, 1951, 1952, 1954,
sua importância e pela do festejou os gols de Paulo Bor- lírio geral. Depois, perderia do COPA DO BRASIL: 1977, 1979, 1982, 1983, 1988,
carga de emoção ges e Flávio, que garantiram a vi- Botafogo e ficaria fora. 3 1995, 1997, 1999, 2001, 2003,
tória por 2 a 0, após um jejum de Não é possível falar de gran- (1995, 2002 e 2009) 2005)
22 jogos em 11 anos. “Com Pelé, 4 a 3. Volante Tião fez um des jogos sem lembrar a Invasão SUPERCOPA DO BRASIL: TORNEIO DO POVO:
Nem todo ídolo é craque. E nem com Edu quebramos o tabu”, co- golaço em partida histórica de 1976, no Maracanã, quando 1 1
todo grande jogo precisa ter tro- memoraram os corintianos por 70 mil corintianos viajaram 450 (1991) (1971)
féu em disputa. Foram muitas as toda a noite daquela Quarta-Fei- Nilmar arrasaram: 7 a 1. km para a semifinal do Brasileiro CAMPEONATO BRASILEIRO PEQUENA TAÇA DO
partidasmarcantes nos 100 anos radeCinzas.Paramuitos,osofri- Quando se pensa no arquirri- contraoFluminense.Vitóriadra- SÉRIE B: MUNDO:
de Corinthians. Retirando aque- mento causado por Pelé e cia. só val Palmeiras, o jogo de 1971 é mática nos pênaltis, com direito 1 1
les que valeram título, o mais foi devolvido em 2005, no mes- sempre lembrado. Uma virada a duas defesas de Tobias, após (2008) (1953)
lembrado pela Fiel é o jogo da mo Pacaembu, quando Tevez e sensacional, após estar perden- empate (1 a 1) no tempo normal.
Especial H9
%HermesFileInfo:H-9:20100901:
www.clube13.com.br
SER FIEL
É ISSO:
UM SÉCULO,
UMA ÚNICA
PAIXÃO.
Parabéns ao Sport Club Corinthians Paulista e à sua
imensa nação pelos 100 anos de uma história vencedora.
Atlético Mineiro • Atlético Paranaense • Bahia • Botafogo • Corinthians • Coritiba • Cruzeiro • Flamengo • Fluminense • Goiás
• Grêmio • Guarani • Internacional • Palmeiras • Portuguesa • Santos • São Paulo • Sport • Vasco da Gama • Vitória
H10 Especial
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O melhor doPaís
Com o zagueiro
paraguaio Gamarra, a
74
Gols marca o ataque
O polivalente
Wilson Mano jogou como
lateral, volante e meia. Sua
equipe é campeã em da equipe campeã versatilidade o ajudou a disputar
PAULO PINTO/AE
1998, diante do paulista em 1982, 405 jogos. No primeiro jogo da
Cruzeiro, após três em 40 jogos. São final do Brasileiro de 1990, foi seu
partidas decisivas 26 vitórias na campanha o gol da vitória sobre o São Paulo
ARTIGO
Corinthians faz parte da tância dessa instituição nacional finca- renses: uns estão intrinsecamente liga- gantava na mesma proporção da for-
Um time
O
vida de todos nós. Não dá da há décadas no Parque São Jorge. Não dos aos outros. São dois irmãos que não ça do rival e sua imensa torcida. E fez
para imaginar o futebol interessacomo,maso Corinthianssem- se entendem, vivem aos tapas, e nem a Fiel chorar muitas vezes.
semoAlvinegrohoje cen- pre faz alguém feliz. Quando vence, são assim se largam. São indissociáveis, es- Tenho com o Corinthians ligação
No cinema, a
Figuras folclóricas fazem paixão pelo
clube também já
ganhou espaço
Presidentes que se niais, eram apenas curiosos. O via contratado o “Lero Lero”. E Mas o Corinthians foi célebre época da Democracia Corin-
nome mais ligado ao clube nes- sobre o genial “doutor” Sócra- emcriaroutrosbonspersonagens tiana, com seus cabelos enca-
atrapalham com as tes 100 anos, sem dúvida, foi o de tes, comentou: “Eleé invendável ao longo do tempo. O técnico racolados, as chuteiras bran-
palavras, jogadores com Vicente Matheus (1908 a 1997), e imprestável”, deixando claro Oswaldo Brandão (1916 a 1989) é cas e a camisa sempre para fo-
estilos ousados... O clube o eterno presidente alvinegro. que não aceitaria negociá-lo. um deles. É o recordista de jogos ra do calção. Ou ainda o gago
já teve de tudo Matheus comandou o clube A quem garanta também que no comando do clube (442) e se Ataliba, que de carrasco virou
por oito mandatos, sendo eleito ao agradecer “a Antarctica pelas consagrou com os títulos do 4.º ídolo da torcida. Ou Vampeta
pela primeira vez em 1959. Con- Brahmas que enviou” teria dado CentenáriodeSãoPaulo,em1954, que, entre outras coisas, eter-
história do Corin- seguiu ainda fazer sua mulher, golpe certeiro de publicidade e e o fim do tabu, em 1977. Era co- nizou o apelido “bambi” para Mazzaropi. ‘O Corintiano’
A thians é marcada
por figuras folclóri-
cas, que marcaram época. No-
Marlene,ser presidenteem 1991.
Durante sua passagem, eterni-
zoufrasescélebres,algumasatri-
conseguido assinar contrato
com ambas para colocarem sua
marca nos bares do clube.
nhecido pelo estilo disciplinador,
os ternos escuros e o inseparável
cigarro. Costumava se referir aos
orivalSãoPaulo,ouaindaVio-
la e suas inúmeras imitações
para comemorar gols, a mais estadão.com.br
mes que fizeramparte da cultura buídas a ele mais pelo folclore Ofatoé queseu estilo marcan- jogadores,tantodeseutimequan- famosaprovocandoorivalPal-
popular pelo simples fato de se- que se formou em torno de seu te e suas frases criaram a ima- do do adversário, pelo número. meiras, na final de 1993, cha- Livros e filmes. Confira a lista
remdiferentesevestiremacami- nome. Teria dito quando da con- gem perfeita para o dirigente Entre os atletas, o time ainda furdando como porco. O tiro, sobre o Corinthians no blog
sa de um dos mais tradicionais tratação do meia Biro-Biro, por que tinhaa paixão pelo clube aci- teria figuras curiosas, como o re- porém, saiu pela culatra e o www.estadão.com.br/e/centenario
clubes do País. Não eram ge- exemplo, que o Corinthians ha- ma de qualquer coisa. belde Casagrande nos anos 80, Palmeiras ficou com o título.
Especial H11
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36
É a idade de Roberto
Triste passagem
Em 2007, o time não
resiste aos escândalos
A estrela hermana
O argentino Carlitos Tevez é a
principal contratação do clube
Carlos quando chega em que assolam a para a temporada de 2005. No
2009. É a última grande diretoria e é rebaixado no fim do ano, o camisa 10
contratação Brasileiro. Volta corintiano termina como o melhor
antes do centenário no ano seguinte jogador da competição
Gols
Basílio/1977
1 1
Zé Maria cobra falta na ponta-di-
reita, aos 36 minutos do segundo
2 ZÉ MARIA tempo. Basílio resvala de cabeça
e Vaguinho chuta forte de pé es-
CARLOS querdo no travessão de Carlos,
BASÍLIO
goleiro da Ponte Preta. A bola
inesquecíveis
3
VAGUINHO
volta para o meio da área e Wladi-
mir cabeceia firme, mas a bola
bate na cabeça do zagueiro Os-
car. No rebote, Basílio pega de
bate-pronto perto da marca do
pênalti, de pé direito, e faz o gol
2 da vitória no terceiro jogo da deci-
são do Campeonato Paulista. O
O de Basílio, em 77, faz te, com direito a chapéu fantásti- camisa 8 corintiano corre até a
conozagueiroRonaldoMarcona- bandeirinha de escanteio para
história pelo significado, 6 BASÍLIO
OS ARTILHEIROS toechuteprecisodiantedogolei- OSCAR 4 festejar o momento histórico. Era
mas Marcelinho e Ronaldo ro Edinho, filho de Pelé, lhe ren- 5 o fim do jejum de títulos que dura-
também constroem obras deu uma placa, pedida pelo pró- WLADIMIR va 22 anos. Explosão de alegria e
CARLOS
de arte na Vila Belmiro ● Estes são os maiores prio Rei do Futebol. delírio dos 86.677 torcedores
goleadores do centenário Outros dois gols marcantes na presentes ao Estádio do Morum-
história corintiana tiveram o bi, naquela noite de quinta-feira,
xiste uma unanimidade 1º Cláudio 305 gols Santos como adversário. O do 13 de outubro de 1977.
Ruço/1976
Vaguinho cobra escanteio na pon-
ta esquerda, aos 30 minutos do
primeiro tempo. Geraldão sobe
RUÇO
de cabeça e toca em direção ao
GERALDÃO gol. Ruço, de meia-bicicleta, des-
RENATO via do goleiro Renato e empata o
jogo diante do Fluminense na
semifinal do Brasileiro de 1976.
O Corinthians garantiu vaga na
decisão diante do Inter com uma
ARQUIVO/AE
Alguns uniformes
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1910 Anos 50 Anos 60 Anos 70 Anos 70 Anos 80 2000 2007 2008 2009
H12 Especial
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ARQUIVO/AE
Foi presença marcante nos O título, porém, vem conquista do título
estádios por onde o time jogou. apenas na 3ª partida. paulista de 1977
JOSE PATRICIO/AE–3/5/2009
Q naentoounasarquiban-
cadas do Pacaembu a
música que se tornaria
quisa do Ibope, o número de co-
rintianos é de 25,8 milhões. A di-
ferençaque separa a torcida alvi- A NAÇÃO 25,8 milhões é o número de torcedores
sentam o outro lado desta moe-
da. Muitos se tornaram vítima
desta energia que emana das ar-
sua marca registrada – “Aqui negra da flamenguista, a primei- corintianos no Brasil, segundo pesquisa do Ibope feita este ano. quibancadas.
tem um bando de louco, louco ra do País, diminuiu considera- É o equivalente à soma das populações de Portugal, Suécia e Suíça A paixão que resistiu a 22 anos
por ti Corinthians” –, em plena velmente nos últimos anos. Ho- sem títulos e ao rebaixamento à
caminhadadotimerumoà2.ªDi- je, são 33,2 milhões de flamen- 2.ª Divisãodo Brasileiro pode ser
visão do Campeonato Brasilei- guistas, o que representa 17,2% O momento mais emblemáti- tiana nos pênaltis foi um prê- mostraumacriancinha encaran- comprovada a cada jogo do time,
ro, em novembro de 2007, o Bra- do total no Brasil. O Corinthians co desta paixão foi registrado mio para tamanha demonstra- do o prato de comida e choran- seja no Pacaembu, casa oficial
sil inteiro teve um pouco da di- tem 13,4%. A diferença, que já em 1976, pela semifinal do Cam- ção de amor. do: “Manhê! Caiu um corintiano do clube, ou onde quer que o ti-
mensão do que representa esta chegou a ser superior a 5%, hoje peonatoBrasileiro, contra o Flu- Uma frase de Nelson Rodri- na minha sopa!” Como diziam me se apresente.
ARQUIVO/AE–5/12/1976 ARQUIVO AE–13/9/1961 JOSE PATRICIO/AE–28/3/2010
A famosa invasão. Corintianos na chegada Mar de gente. Pacaembu lotado para duelo Homenagem. Criativos, torcedores exibem a
ao Rio em 1976, para enfrentar o Fluminense com o Palmeiras: cena comum na história evolução do distintivo no Pacaembu
DECLARAÇÕES DE AMOR
“Quando cheguei ao Parque São Jorge eu disse, com absoluta frieza, que era anticorintiano. Hoje, com a
carreira encerrada, digo com a mesma tranquilidade que sou corintiano até morrer.” SÓCRATES ●
“Saio do Corinthians para dirigir o meu País. Não trocaria esse time por nenhum outro do mundo.” PARREIRA ●
“Nunca comemorarei um gol contra o Corinthians, não importa em que clube estiver. Lá ganhei tudo o que
uma pessoa poderia sonhar, e, mais que isso, a torcida me ganhou pra toda a vida.” OSWALDO DE OLIVEIRA ●