Você está na página 1de 26

EXECUÇÃO:

Execução de título judicial (decisão judicial) ou


cumprimento de sentença. Importante ressaltar que
cumprimento de sentença não significa apenas de primeiro
grau, pode ser uma decisão de segundo grau ou de tribunal
superior. É quando não há o adimplemento da parte
vencida.
A execução se divide em: título judicial e título
extrajudicial.
Há necessidade de execução, de se socorrer ao
judiciário para poder executar, porque não houve o
cumprimento espontâneo da obrigação, seja ela qual for a
obrigação (de pagar, fazer, não fazer e de entrega de coisa
certa ou incerta). Uma vez não cumprida a obrigação, a
parte vai ao judiciário para que sejam tomadas as medidas
cabíveis para compelir a parte contrária a cumprir a
obrigação, eis que a própria pessoa não pode fazer isso
com as próprias mãos, apenas o juiz. Quando a obrigação
de pagar não foi cumprida voluntariamente poderá ser
feito a penhora online.
O cpc de 2015 inovou ao retirar os bens
“absolutamente impenhoráveis”, atualmente há apenas
bens “impenhoráveis”, conforme artigo 833, CPC.
A execução pode ser classificada em: comum (que
é a execução normal) e especial ou específica (possui um
procedimento diferente que é o caso de execução de
alimentos/ Fazenda Pública- precatório ou RPV).
O cumprimento de sentença vai do artigo 513 ao
538, CPC. O cumprimento de sentença pode ser provisório
(quando o recurso é recebido apenas no efeito devolutivo)
ou definitivo. Lembrando que em caso de fazenda pública
tem que esperar o trânsito em julgado.
A execução de título extrajudicial está prevista no
artigo 771 ao 925, CPC. Nesse caso, só pode ser execução
definitiva, não há em que se falar em execução de título
extrajudicial provisório. Os artigos 513 ao 925 estão
englobando a fazenda pública também, lembrando que se
for obrigação de pagar, a fazenda só paga em execução
definitiva (após o trânsito em julgado).
O artigo 513 e 771, CPC, autorizam que seja
adotado, subsidiariamente, alguma norma de cumprimento
de sentença na execução de título extrajudicial ou uma
norma de execução de título extrajudicial,
subsidiariamente seja usada no cumprimento de sentença.
A execução pode ser direta ou indireta. Será direta
quando independe da vontade do executado, tanto para
cumprimento de sentença quanto para execução de título
extrajudicial, por ex, penhora, adjudicação e etc. É
obrigação do executado noticiar ao juiz se ele tem bens
para adimplir com a obrigação (quem vai dizer se é
penhorável ou não é o juiz), sob pena de ato atentatório a
dignidade da justiça. Então, independe da vontade do
executado.
Já a indireta é quando o executado não é obrigado
a cumprir, mas poderá sofrer com as consequências do não
cumprimento da obrigação (como multa, indenização e
etc), muito comum em caso de obrigação de fazer e uma
vez não cumprida se transformará em obrigação de pagar.
Se o executado não cumprir a obrigação, poderá o
exequente fazer ou mandar terceiros fazer às custas do
executado.
Dentro de uma mesma execução pode haver mais
de um título, conforme artigo 780, CPC e súmula 27, STJ.
A execução depende de certeza, liquidez e
exigibilidade. 1) Certeza- o título executivo que espelhe
uma obrigação. 2) Liquidez- precisa ter o valor a ser
executado. O credor tem que saber do valor a ser
executado. 3) Exigibilidade- tem que ser possível exigir do
executado o cumprimento da obrigação. Não há título
executável sem esses 3 pressupostos (certeza, liquidez e
exigibilidade) “É nula a execução sem título judicial ou
extrajudicial”.
Mora ex re- Ligado à exigibilidade. Significa que
se pode executar sem que precise notificar o devedor para
o cumprimento da obrigação, pois há no título a data para
cumprir a obrigação.
Mora ex persona: Pode executar depois do devedor
não cumprir a obrigação, com prévia notificação. Aí
depois disso que poderá executar.
Exceção de pré executividade- A defesa do
executado, em sede de cumprimento de sentença, é a
impugnação. Se for em execução de título extrajudicial a
defesa é o embargo à execução. A exceção de pré-
executividade (não tem prazo para a parte ingressar) pode
estar presente em 2 casos: 1- quando não há necessidade
de dilação probatória e a parte já deve ofertar ao juízo as
provas e as razões da exceção de pré-executividade. 2-
Também pode ser ofertada quando for matéria de ordem
pública (não depende de prova), ex: prescrição.
O artigo 784, CPC elenca os títulos executivos
extrajudiciais. Já os títulos executivos judiciais encontram-
se elencados no artigo 515, CPC.
Princípios presentes na execução;
Há autores que falam de alguns, mas não falam de
outros.
 Princ. Da cooperação: O artigo 6°, CPC,
artigo 774, V, CPC e artigo 525, § 4°, CPC (O executado
deve dizer qual o valor que entende ser devido) falam
desse princípio. Todos devem cooperar com o judiciário.

 Princípio da efetividade ou da razoabilidade


temporal: artigo 4° do CPC. A tutela jurisdicional da tem
que ser em tempo razoávelmente curto.

 Princ. Da boa-fé processual: Artigo 5° do


CPC. Válido tanto na fase de conhecimento quanto na fase
de execução. O artigo 774 do CPC também relata o
princípio em comento.

 Princípio da primazia da tutela específica


ou princípio do exato adimplemento: Artigo 497, CPC. O
que se pretende na fase de conhecimento ou no processo
de execução é que a obrigação seja cumprida, no primeiro
momento, exatamente na forma que está no título. O
objeto da execução é atribuir ao credor a mesma vantagem
ou utilidade que se lograria se a prestação tivesse sido
cumprida voluntariamente pelo devedor. Quando o credor
vai às portas do judiciário pedir ao judiciário que
determine o devedor/executado que cumpra a obrigação na
forma estabelecida no título, exatamente da forma que
estar no título, que é o exato adimplemento. A princípio,
a parte requerente, inicialmente, quer que o devedor
cumpra exatamente o que fora determinado, não sendo
possível poderá ser convertido em perdas e danos,
indenização e etc. Lembrando que o juízo pode compelir a
parte para cumprir a obrigação sob pena de multa.
Lembrando, também, que a lei permite ao juiz determinar
que o próprio executado cumpra a obrigação de fazer ou
um terceiro ou o próprio exequente cumpra a obrigação à
custa do executado. Na obrigação de pagar é o mesmo
princípio, ou seja, quer dinheiro que deve, não sendo
possível, da um bem para adimplir a obrigação.

 Princípio da patrimonialidade: artigo 789,


CPC. A execução comum é normalmente expropriatória,
já a especial pode ser também expropriatória e pessoal. No
caso de Fazenda pública não há em que se falar em
expropriação, tendo em vista que os bens públicos são
impenhoráveis. O devedor responde a execução com o seu
patrimônio (presente ou futuro), salvo por vedação legal.
Deve-se ficar atento com a prescrição intercorrente (artigo
921, CPC) e a parte deve pedir o arquivamento dos autos,
eis que o executado pode vim a adquirir bens. Isso
acontece quando não encontra bens do executado e para
que a execução não fique parada sem que haja provocação
por parte do exequente e com isso venha ocorrer a
prescrição intercorrente, deve-se pedir o arquivamento do
processo, pois no futuro pode adquirir bens.

“restrições estabelecidas em lei” (artigo 789, CPC)


- Significa dizer que existem bens que são
impenhoráveis. Artigo 833, CPC; lei 8.009/90 que trata
do bem de família; O município pode penhorar a casa
objeto da dívida de IPTU, e etc. Se o devedor da sua única
casa em garantia de uma divida ao credor e não paga a
dívida, o STJ vem decidindo que pode sim a casa ser
penhorada, eis que no momento de entabular o contrato
dando a casa em garantia, mesmo sabendo que é
impenhorável, o devedor estaria abrindo mão da proteção
que a lei oferece.

 Princípio da disponibilidade do processo


pelo credor: A lei diz (art. 520/523) em caso de obrigação
de pagar a execução é uma faculdade do credor, executa se
quiser. Na obrigação de fazer, a execução pode se iniciar
de ofício, não precisa iniciar por provocação do credor,
conforme artigo 536, CPC, o juiz pode determinar de
ofício. Logo, esse princípio não é aplicado nas obrigações
de fazer apenas obrigação de pagar.

 Princípio da utilidade: Art. 836, CPC.


Quando a penhora de um bem é insignificante em relação
à dívida total, ou seja, não tem utilidade alguma. O valor
do bem é tão pequeno em relação ao valor da dívida que
chega a ser irrelevante, não serve nem para pagar as
custas.
 Princípio da menor onerosidade: A
execução deve ser da menor onerosidade possível para o
executado, conforme artigo 805, CPC.

 Princípio do contraditório: Há exceção de


pré-executividade, mas o executado pode se defender
através de impugnação ou embargos à execução. Quando
for título executivo judicial (cumprimento de sentença) a
defesa do executado será a impugnação, seja o executado
um particular ou fazenda pública. No código de 73 a
defesa da fazenda, mesmo sendo execução de título
executivo judicial, era através de embargos à execução.
Quando for execução de título executivo extrajudicial a
defesa do executado será os embargos à execução, tanto
particular como fazenda pública.

 Princípio do sincretismo: A legislação


brasileira adotou esse princípio. E esse princípio facilita o
cumprimento de sentença (execução de título judicial).
Art. 515, CPC. Na maioria dos casos aplica-se esse
princípio que significa dizer que há o termino da fase de
conhecimento e inicia-se a fase de execução tudo nos
mesmos autos. Ver artigo 523, CPC também, se requer a
intimação do devedor e não citação. O artigo 515, CPC
prevê a aplicação de outro sistema que não é o do
sincretismo, é o processo de execução e não há em que se
falar em fase de execução, não basta a fase de execução e
sim o processo. Esse caso está previsto no artigo 515, § 1°,
CPC e aqui há a citação. Na hipótese do §1° não há
processo sincrético.
PRESSUPOSTOS PARA A EXECUÇÃO:

- Pressupostos Objetivos;

. Título e inadimplemento. Tem que ter um título e


o inadimplemento, se não houver o inadimplemento não
há em que se falar em execução, ao passo que, se não tiver
título não tem execução.

. Legitimidade: a) ordinária- são os que constam


no título, ou seja, credor e devedor, são os sujeitos da
relação jurídica material.

b) extraordinária: é o caso de um terceiro que pode


ter uma legitimidade extraordinária, que não está, a
princípio, na relação jurídica. EX: morte do credor e os
herdeiros prosseguem ou iniciam na execução, que é a
chamada legitimidade derivada causa morte.

c) originária: é o credor e devedor.

d) derivada: há uma substituição na relação


jurídica que pode ser causa mortis ou inter vivos (ex:
credor cede o crédito para um terceiro). Quando há
alteração do credor, não necessita da manifestação do
devedor. O inverso não é verdadeiro, isto é, precisa da
anuência do credor. Os artigos 778/779, CPC, fala dessa
questão de legitimidade.
BENS IMPENHORÁVEIS: Sempre leva em
consideração a dignidade da pessoa humana.
O legislador, para proteger a liberdade, dignidade
da pessoa humana, a vida, integridade física e etc,
entendeu que alguns bens são impenhoráveis.
A impenhorabilidade é uma barreira, limite da
responsabilidade patrimonial do executado que deve ser
respeitado pelo magistrado quando for determinar a
penhora de um bem.
O código de 73 falava de bens “absolutamente
impenhoráveis”, o CPC atual tirou essa terminologia de
“absolutamente”. Isso significa que à luz do caso concreto
a impenhorabilidade pode ser relativizado, flexibilizado.
Alguns autores defendem (maioria) que a
impenhorabilidade não tem a qualidade de ordem pública,
eis que foi retirado o “absolutamente”.
O STJ tem admitido a penhorabilidade do bem
quando uma pessoa oferta à penhora um bem
originariamente impenhorável, pois a pessoa estaria
agindo de má fé. Isto é, quando a pessoa age dessa
maneira, de má fé, o STJ vem admitindo penhora quando
o bem impenhorável foi ofertado à penhora.
O entendimento do STJ em caso de eventual
renúncia: O stj disse que é possível a renúncia, é possível
renunciar a impenhorabilidade de um bem impenhorável,
desde que não seja um bem inalienável e um bem de
família.
Artigo 833, CPC, elenca os bens impenhoráveis.
Essa questão da impenhorabilidade tem sido flexibilizada
por parte do STJ, notadamente, quando se fala a questão
de salário. O STJ fixou a tese de que honorários
advocatícios tem a natureza jurídica de alimentos.
Súmula vinculante n° 47 (trata de honorários
advocatícios). O STF adotou essa súmula devido à grande
discussão entre RPV e Precatório. O STF quis dizer que
honorários sucumbenciais tem natureza alimentar, quando
fala em condenação da fazenda pública em obrigação de
pagar honorários sucumbenciais, que pode ser por
precatório ou por RPV, também tem natureza alimentar e
quando fala em honorários contratuais que também tem
natureza alimentar. O STF se preocupou com RPV e
Precatório (artigo 100, CF) porque possuem
procedimentos específicos e quando a fazenda pública é
sucumbente e tem que pagar por RPV ou precatório, os
honorários terão preferencias sobre verbas não alimentar
devido à natureza alimentar.
O legislador teve a preocupação de elencar no
artigo 833, CPC e na lei 8.009/90, os bens impenhoráveis
para proteger a dignidade da pessoa humana. O STJ tem
flexibilizado bastante a impenhorabilidade dos bens
previsto na legislação em virtude da proteção da dignidade
da pessoa humana. EX: há julgados do STJ dizendo que
pode ser penhorado ar condicionado e há decisões dizendo
que não pode. / Garagem- súmula 449, STJ.
O STJ tem permitido a penhora de parte do salário
para pagamento de alimentos e parte do salário quando for
superior a 20 salários mínimos (não tenho certeza se é esse
o valor correto) para pagamento de dívidas não
provenientes de alimentos, mesmo a lei dizendo que para
nesses casos o salário teria que ser superior a 50 salários
mínimos.
A impenhorabilidade é uma “barreira” que o
legislador colocou limitando a responsabilidade
patrimonial do executado, preservando a dignidade da
pessoa humana e, quando não for o rito da prisão e sim da
expropriação, a liberdade quando não é possível
determinar a prisão do devedor de alimentos.
Um bem inalienável é impenhorável e isso se
justifica porque quando um juiz determina a penhora de
um bem é porque vai pegar esse bem, caso não tenha a
adjudicação, e levar à leilão para que seja arrematado.
Então, se não pode ser alienado não pode ser arrematado.
A alienação não é só venda, envolve outras coisas como
não poder doar se o imóvel é inalienável e etc. Em suma, o
inalienável é impenhorável. Um bem impenhorável não é
inalienável, tanto que o STJ vem admitindo que a
inalienabilidade cesse com a morte do proprietário,
podendo então ser alienado posteriormente.
No fim das constas, o STJ entendeu que se o bem
estiver gravado com cláusula de impenhorabilidade pode
vender, se tiver com cláusula de inalienabilidade não pode
penhorar.
Os bens públicos são impenhoráveis. A
inalienabilidade dos bens pertencentes ao poder público
dependerá da vontade de cada ente, pois é o ente que irá
noticiar, criando uma lei por exemplo, a inalienabilidade
de determinado bem. Então, os bens públicos continuam
impenhoráveis, mas pode haver autorização para alienação
de determinados bens.
Há inabilidade indireta (decorrente da vontade das
partes- Lembrando que tem alguns julgados do STJ que
retira a inalienabilidade) e direta (decorrente de lei- Ex: a
questão da alienação de bens públicos; decorrente de ato
ilícito, art. 533, §1°, CPC).
O artigo 833, II, CPC- Demonstração clara da
proteção da dignidade da pessoa humana, quando o
legislador assevera o que está previsto no artigo em
comento. Esse dispositivo é um conceito jurídico
indeterminado e deve ser analisado o caso concreto, a
necessidade de cada caso.
O inciso III- Também é um conceito jurídico
indeterminado. Bens pessoais de elevado valor pode ser
penhorado sim, pois não irá ferir a dignidade da pessoa
humana. Há entendimento do STJ que não pode ser
penhorado bens de valor sentimental e para isso, o juiz
terá que analisar o caso concreto para decidir sobre a
penhora ou não.
Inciso IV- Trata de salários, subsídios e etc.
Existem várias decisões do STJ com relação a
penhorabilidade de salários. O STJ já decidiu a respeito da
penhora, excepcionalmente, em decimo terceiro e férias,
observado a dignidade da pessoa humana no caso concreto
essa análise será feita pelo magistrado.
Em caso de restituição de imposto de renda: Há
tempo, o STJ tinha decidido que se essa restituição do
imposto de renda for utilizada para as necessidades básicas
do devedor (e cabe a ele provar isso), não vai ser
penhorado. Se for um “algo a mais” que não irá afetar a
vida, família do devedor poderá ser penhorado. Entretanto,
em decisão recente o STJ analisando o caso concreto, não
admitiu penhora na restituição do imposto de renda e
entendeu-se assim porque a restituição do IR é parte do
salário que a união retirou e estaria devolvendo por ter
havido um desconto indevido, portanto, como é parte do
salário não pode ser penhorado.
Rescisão do contrato de trabalho- Segundo o STJ é
impenhorável, pois trata-se de verba alimentar. Mas isso
não é uma jurisprudência consolidada, até porque se o
salário era alto e a rescisão for tb muito alto, não irá ferir a
dignidade da pessoa humana, logo, pode ser penhorado. A
verba meramente indenizatória pode ser penhorada, eis
que não tem natureza de salário e nem de alimentos.
Quanto aos honorários advocatícios o STJ entende
que tem natureza alimentar, mas a depender do valor
recebido poderá ser penhorado. Quando for alimentos não
tem dúvidas que pode ser penhorado assim como em todas
as situações anteriormente tratadas. Recentemente a corte
especial do STJ entendeu não ser possível penhorar salário
para pagar honorários advocatícios, mesmo sendo duas
verbas de caráter alimentar, e assim decidiu a corte com
base no §2° do art. 833, CPC, dizendo que envolvem
alimentos devidos por força de relação de parentesco, ato
ilícito ou voluntários. Com esse entendimento a corte
especial do STJ definiu que não é possível penhor salário
para pagamento de dívida decorrente honorários
advocatícios.
Sobra de salário: Questão muito discutida ainda.
Sobra de salário é quando, p. ex, uma pessoa ganha R$
20.000,00 por mês e vive perfeitamente com R$
15.000,00, há entendimento que pode penhorar essa sobra
(que no exemplo é de R$ 5.000,00). Isso se verifica-se
através de sigilo bancário para ver se a pessoa está
aplicando, adquirindo bens supérfluos e etc. Há também
decisões que não admitem penhora sobre a sobra de
salário.
§2° do art. 833- A questão dos 50 salários
mínimos. A lei é clara ao dizer que o que ultrapassar o 50
salários mínimos pode ser penhorado, abaixo não pode,
mas não é esse o entendimento do STJ que tem
flexibilizado essa possibilidade de penhora de salário R$
20, 25, 27 mil mesmo que não seja para pagamento de
verba alimentar, seja para uma dívida comum, sempre
observando a dignidade da pessoa humana.
Inciso V- autoexplicativo. O bem tem que estar
sendo utilizado para o exercício da profissão. O stj disse
que, em que pese o bem seja para uma atividade
profissional, mas não esteja sendo utilizado, poderá ser
penhorado. O que não pode ser penhorado é o bem que
está sendo utilizado para trabalho ou o bem que
eventualmente é usado como por exemplo livros que é
utilizado para estudo. É preciso sempre analisar a utilidade
do bem. Nos casos dos computadores geralmente é
aplicado o princípio da utilidade. Televisão em escritório,
p. ex, pode ser sim penhorável, posto que não
indispensável para o exercício da profissão, já a TV na
casa pode ser impenhorável, todavia deve sempre observar
o princípio da utilidade. É comum do executado,
principalmente pessoa jurídica, indicar bens para penhora
máquinas que estão ultrapassadas ou de uso muito
específico para até postergar a execução, tendo em vista
que dificilmente será arrematado.
Inciso VI- O seguro de vida é impenhorável, pois
está relacionado com a dignidade da pessoa humana e o stj
entende que seguro de vida é equiparado a salário (como
dignidade da pessoa humana) e equiparou também a
poupança previsto no inciso X ou qualquer aplicação de
até 40 salários mínimos são impenhoráveis, o que passar é
penhorável. A mesma coisa para a previdência privada,
dependerá de cada caso e se for um valor alto poderá ser
sim penhorado.
Inciso VIII- a questão do bem para o pequeno
produtor rural também está ligado a dignidade da pessoa
humana. A jurisprudência do stj vem admitindo que se o
produtor tiver eventualmente 2 ou 3 empregados que
trabalham só durante a colheita ou a colheita é para a
família e vender eventualmente os produtos, não
descaracterizar a qualidade de pequena propriedade rural.
O STJ adotou o entendimento de que não precisa o
trabalhador rural residir em sua pequena propriedade
rural, pois a pequena propriedade rural é a “ferramenta de
trabalho” do trabalhador rural (mesmo raciocínio dos
livros e utensílios).
Na hipótese de que a dívida que estar sendo
cobrada do pequeno trabalhador rural foi proveniente de
um empréstimo bancário para investir na propriedade,
produção, o STJ tem o entendimento de que não poderá
ser penhorado a pequena propriedade mesmo para
pagamento de dívida cujo dinheiro foi utilizado pelo
executado na propriedade.
Inciso IX- Proteção que o legislador deu à uma
instituição de educação, saúde ou assistência social, se
recebe um dinheiro para investir em qualquer uma dessas
áreas anteriormente mencionadas esse dinheiro não pode
ser penhorado. Segundo o STJ, quando o Estado pega o
dinheiro dele, constrói uma escola, compra móveis para a
escola não podem ser penhorados (bem público). Na
hipótese desse inciso, se o Estado pegar um dinheiro
(recurso público) e dá para uma entidade privada aplique
compulsoriamente em educação, p. ex, o dinheiro não será
penhorado eis que é para a educação (verbas para
educação, saúde e assistência não podem ser penhoradas)
e porque o STJ entendeu que o dinheiro “emprestado”
para a instituição privada continua sendo dinheiro público.
Inciso X: A lei fala em poupança, só que o STJ
entende que qualquer investimento se enquadra nessa
hipótese, o que ultrapassar a 40 salários mínimos poderá
ser penhorado. O STJ ainda diz que o dinheiro em espécie
guardado em casa, até 40 salários mínimos não penhora
acima disso penhora. O STJ também disse que se tiver
dinheiro depositados em vários bancos distintos, soma-se
tudo e 40 salários mínimos do total não pode ser
penhorado e o restante pode.
Inciso XI- São impenhoráveis, eis que não deixa
de recurso público e esse “fundo” é uma proteção à
democracia.
Inciso XII- Essa proteção aos créditos aos
imóveis adquiridos em regime de incorporação imobiliária
visa proteger não só o adquirente que comprou uma
unidade imobiliária, como também visa proteger a própria
obra. Essa proteção está ligada à dignidade da pessoa
humana também que se houvesse a penhora desses
recursos inviabilizaria a construção dos imóveis
construídos sob o regime de incorporação imobiliária. Se o
imóvel é adquirido, mesmo sob o regime de incorporação
imobiliária, mas não for para residência do comprador
poderá ser sim penhorado, o que a lei veda são créditos
oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob
regime de incorporação imobiliária para proteger o
adquirente, caso contrário a incorporadora pegaria o
dinheiro e não investiria na construção do imóvel.
§1°- a exceção é a da pequena propriedade rural se
o dinheiro for investido na propriedade.
Art. 834- É chamado de “impenhorabilidade
subsidiária” e “impenhorabilidade relativa”. Se há um
imóvel inalienável, logo impenhorável, mas se não há
outros bens, os frutos que surgem em virtude do imóvel
podem ser penhorados. Lembrando que a colheita da
pequena propriedade rural não poderá ser penhorado, eis
que ficando caracterizado como pequena propriedade rural
os frutos servem de alimentos para família e
eventualmente vender alguma coisa.
Art. 835- aduz à ordem de bens para efeito de
penhora. Existe a súmula 417, STJ que se deve ler. Então,
o STJ disse que a ordem desse dispositivo não tem caráter
absoluto. Outra questão que pode autorizar a inversão da
ordem do artigo em comento são: princípio da menor
onerosidade e o princípio da efetivação da penhora.
Então, esses dois princípios podem gerar a inversão da
ordem prevista no artigo 835, CPC.
Art. 828, CPC- Indisponibilidade. Quando o
credor ingressa com a execução o código anterior dizia
que no momento da distribuição era possível pegar uma
certidão no distribuidor e averbar no registro de imóvel
e/ou no registro de veículo. O CPC atual fala quando a
execução for admitida pelo juiz que conseguirá a certidão,
portanto, não basta o credor distribuir a execução, deve-se
aguardar o despacho do juiz determinando a citação ou
intimação (é quando o juiz admite a execução) do devedor
e, assim, poderá pedir a certidão e ir no registro de imóvel,
p. ex, e averba a existência da execução em face do
proprietário do imóvel. Quando averba a existência da
execução em face do proprietário do imóvel, o credor está
noticiando, através da averbação, que o proprietário está
sendo executado e que aquele imóvel pode vir a ser objeto
de penhora. Esse ato não é uma penhora, é apenas uma
indisponibilidade do bem.
A consequência dessa indisponibilidade
caracteriza fraude à execução, conforme artigo 774, CPC
c/c 828, §4°, CPC, pois se o executado vender o imóvel
ele estará tentando fraudar a execução e o terceiro
comprador não poderá alegar boa-fé, uma vez que já
constava indisponibilidade do bem no registro de imóvel.
§4° do art. 836- ler. Há fraude à execução se
averbado no registro de imóveis e o proprietário vender o
imóvel. Conjugar com o artigo 774, inciso I (é ato
atentatório à dignidade da justiça fraudar a execução).
Caso o executado venda mesmo assim o imóvel, não
pague a dívida e não tem outros bens, o juiz poderá
considera ineficaz a venda para efeito daquela execução,
isto é, o juiz não irá se importar com a venda e pode
determinar a penhora do imóvel.
Penhora no rosto dos autos- art. 860, cpc: A
penhora no rosto dos autos é quando alguém pede a
penhora de um crédito que o terceiro irá receber em um
processo.
Ordem de arrombamento: Art. 846, CPC.
Importante lembrar que o executado não pode criar
obstáculo para penhora e uma vez ocorrendo iss0o o OHA
irá noticiar o fato o juiz que determinará a ordem de
arrombamento. Nem sempre precisa ser com a presença de
policiais para dar efetividade a ordem de arrombamento.
Essa atitude do executado que impede a realização da
penhora se enquadra ao artigo 774, III, CPC.
A penhora pode ser por termo de penhora ou auto
de penhora, então o OJA verifica quais bens possui o
devedor e procede a avaliação, ou seja, faz o auto de
penhora e a avaliação. A avaliação, normalmente, pode ser
feita pelo oficial de justiça, conforme artigo 870, CPC, a
exceção é o p. ú. O termo de penhora não precisa da
presença do OJA no local do bem que será penhorado, p.
ex, quando o credor comunica o cartório RGI a existência
da execução e posteriormente o juiz determina a penhora
do imóvel, isto é, não precisa da presença do OJA, art.
845, CPC.
Substituição do bem penhorado- Art. 847 e 848,
CPC. Toda vez que houver a substituição por proposta do
executado terá que ser dado vista ao exequente e o
contrário é verdadeiro e o juiz decide. Lembrando que
toda decisão em sede de execução cabe Agravo de
Instrumento, conforme 1.015, p.ú, CPC e já há
posicionamentos do STJ nesse sentindo independente do
assunto tratado na decisão.
Art. 851, CPC- é possível a segunda penhora. /
Art. 852, CPC- alienação antecipada. Quando há risco de
depreciação ou deterioração do bem, aí o juiz determina a
antecipação da alienação do bem.
Redução ou ampliação da penhora: art. 874, CPC.
“Tantos bens quantos bastem para pagamento da dívida”.
O juiz pode ampliar ou reduzir a penhora e isso dependerá
do valor da dívida e da avaliação dos bens penhorado.
O leilão é uma alienação e pode ser particular ou
pública e está previsto no artigo 879, CPC.
Penhora pelo sistema Sisbajud- Art. 854, CPC. É a
penhora de ativos financeiros. Com relação a esgotar
outras medidas de penhora não há necessidade. Essa pode
ser a primeira providência a ser adotada pelo juiz, não há
necessidade de esgotar outros meios de penhora e essa é a
posição de STJ. A doutrina tem adotada entendimento de
que não há necessidade de requerimento, mas o
entendimento mais adotado é que deve ser feito
requerimento do exequente para que o juiz determine a
penhora online de ativo financeiro. No primeiro momento
não há uma penhora propriamente dito e sim uma
indisponibilidade. Há entendimentos que mesmo antes da
citação ou intimação do executado o juiz pode fazer a
penhora online para que o executado não torne infrutífera
a penhora online de ativo financeiro.
Uma vez localizado ativo financeiro do executado
ficará indisponível, ainda não é a penhora. Se o executado
não apresentar defesa ou se a defesa for rejeitada aí sim
que ocorrerá a penhora, conforme §5°, do art. 854. O
devedor será intimado para exercer o contraditório, na
forma do art. 854, §3°, CPC. Se o juiz acolher a
manifestação do executado determinará o desbloqueio dos
ativos financeiros em 24h, conforme o §4° do art. 854.
Sobre o prazo de 05 dias que trata o art. 854, §3°,
CPC, o STJ entende que esse prazo de 05 dias não é
preclusivo, pois trata-se, impenhorabilidade e de excesso
de penhora e por conta disso é matéria de ordem pública.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA- ARTS 513 a 519
DO CPC. DISPOSIÇÕES GERAIS.
A maioria dos cumprimentos de sentença são de
obrigação de pagar. A execução foi criada para ser uma
medida célere; na execução não se pede que seja julgado
procedente o pedido, se pede que o magistrado adote as
medidas necessárias para o cumprimento da sentença,
obrigação.
Temos cumprimento de sentença provisório e
definitivo. Quando for particular pode ser provisório ou
definitivo, se for fazenda pública e tiver que cumprir
obrigação de pagar será sempre definitivo, eis que a
fazenda só realiza os pagamentos após o trânsito em
julgado.
Requerimento do exequente- a obrigação de pagar
não se inicial se não houver requerimento do
credor/exequente, o juiz não fará de oficio.
Via de regra o processo é sincrético, ou seja,
terminou a fase de conhecimento e inicia-se a fase de
cumprimento de sentença, com isso, há o pedido de
intimação do executado, conforme art. 513, §2°, CPC. Se
o executado trocar de endereço e não avisou ao juízo, no
caso do §2°, inciso II, o juiz não irá querer saber e vai
considera-lo intimado.
Art. 513, §1°, CPC- quando for obrigação de pagar
tem que ter requerimento do exequente. Não há em que se
falar em início da execução de ofício, se for obrigação de
fazer, não fazer, entrega de coisa, aí poderá se iniciar de
oficio.
A fase de execução pode começar antes de
terminar a fase de conhecimento quando for o caso de
execução provisória, conforme art. 520, CPC. O comando
para que haja execução provisória é quando houver um
recurso recebido apenas no efeito devolutivo. Ex: RE e
Resp que via de regra não tem efeito suspensivo. Sendo
fazenda pública não há em que se falar em execução
provisória de obrigação de pagar, eis que só inicia com o
trânsito em julgado.
Art. 513, §2°, CPC- formas de intimação do
executado. O executado deve manter seu endereço
atualizado nos autos, pois pode ser necessário que ele seja
intimado pessoalmente. Se ele se mudou e não comunicou
ao juízo, ele será considerado intimado, conforme §3° do
art. 513 c/c p. ú do art. 274, ambos do CPC. Inciso III-
algumas empresas (micro empresas, empresas de pequeno
e grande porte e etc) são obrigadas a cadastro no sistema
de processo em autos eletrônicos para efeito de
recebimento de citações e intimações, as quais serão feitas
preferencialmente por meio eletrônico.
Art. 517, CPC- É uma inovação do CPC que é o
protesto. A sentença tem que ter transitado em julgado,
esse protesto irá negativar o nome da pessoa, mas também
é uma maneira coercitiva de fazer com que o executado
realize o pagamento.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO
DE PAGAR QUANTIA CERTA CONTRA A
FAZENDA PÚBLICA: ARTS. 534 e segs.
Cumprimento de obrigação de pagar contra
fazenda pública não pode ser provisório, só definitivo. O
art. 100, CF exige o trânsito em julgado.
Art. 534- informa como deve ser a petição
requerendo a execução, observando esses requisitos.
Deve-se liquidar, fazer os cálculos para chegar a um valor
certo. Esse dispositivo fala basicamente dos cálculos que
deverá ser feito pelo exequente (pode pedir que seja
mandado para o contador). No §2°, não se aplica à fazenda
pública a multa do art. 523, §1°, CPC, pois a fazenda não
tem como realizar o pagamento voluntário, eis que só paga
após o trânsito em julgado através de RPV ou precatório.
No entanto, irá incidir os 10% de honorários advocatícios
sobre o valor da condenação, só a multa que não.
Art. 535, CPC- intimação da Fazenda Pública. Ver
art. 183, CPC (citação/intimação pessoal). Carga é quando
o advogado público vai pegar o processo, não espera o
processo ser levado até ele, já remessa é quando o
processo é enviado para o advogado público. Se for
processo eletrônico, os advogados públicos são intimados
eletronicamente. Os 30 dias são úteis e o STJ já se
manifestou nesse sentido, e é incorreto falar que o prazo
da fazenda pública é em dobro, isso foi apenas uma
coincidência, conforme art. 183, §2°, CPC, pois esse prazo
de 30 dias é prazo próprio para ente público.
Os incisos do art. 535, CPC, trata das matérias que
podem ser alegadas, existem matérias que deviam ser
alegados na fase de conhecimento, se não foi alegado
houve preclusão. Vale lembrar que a fazenda pública não
sofre os efeitos da revelia. Inciso IV- nesse caso a fazenda
irá alegar que o exequente está alegando um valor maior
do que o devido, há um excesso de execução. Não basta a
fazenda alegar, ela tem que demonstrar que existe um
excesso de execução mostrando os cálculos que ela
entende serem devidos, conforme o §2° desse mesmo
dispositivo. Se apenas alegar que o valor está sendo acima
do devido a impugnação não será conhecida.
Inciso III do art. 535, CPC- Deve-se analisar esse
dispositivo cumulado com os §§ 5°, 6° 7° e 8°. Quando o
juiz fundamenta a decisão em lei declarada
inconstitucional pelo STF (independente se é em sede
controle difuso ou concentrado), a obrigação é inexigível.
Na hipótese (§5°) irá cair por terra a execução, pois o
título está viciado, está fundamentado em uma lei ou ato
normativo declarado incons. pelo STF. O TST decidiu que
a execução é inexequível, pois o juiz do trabalho se baseou
em uma lei que havia sido declaro inconstitucional pelo
STF, essa hipótese se aplica nesse caso em comento do
CPC. O §7°- a decisão do STF deve ser anterior a decisão
exequenda (decisão que se está executando). O §8°- fala
na hipótese de ação rescisória. Aqui, fala da situação
inversa, pois se o juiz proferir uma decisão baseada em
uma determinada lei e o STF, depois do trânsito em
julgado da sentença, declara a referida lei inconstitucional,
nesse caso caberá ação rescisória e não alegar isso em fase
de execução.
A impugnação, como regra, da fazenda pública
tem efeito suspensivo, a execução para, quando não é a
fazenda pública, como regra, não suspende o
procedimento da execução, podendo continuar.
Claramente isso não é dito no CPC, mas essa ideia se
extrai do parágrafo 3° do artigo 535, CPC. Portanto, a
expedição do precatório ou RPV só vai ser expedido após
a análise da impugnação ofertada e, assim sendo, a
execução fica parada.
O §4° do art. 535, CPC, partiu do entendimento do
STF e do STJ, chamada de parcela incontroversa. Se a
impugnação da fazenda for parcial, mesmo tendo o efeito
suspensivo, a parcela incontroversa poderá ser levantada
pelo exequente.
_______________________________________________
_______________________
MATÉRIA DE P2.- a partir da aula 07

Você também pode gostar