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Pâmela Santos da Silva
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Assistente Social. Mestranda em Serviço Social, Trabalho e Questão Social pela Universidade
Estadual do Ceará. Bolsista Capes. E-mail: pamela_servicosocial@hotmail.com.
1 INTRODUÇÃO
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Neste artigo admite-se que a utilização dos termos “homem e/ou homens” relaciona-se aos “homens e
mulheres”.
constitutivos, independente da realidade social existente, são: “ 1 ) a atividade
adequada a um fim, isto é o próprio trabalho; 2) a matéria a que se aplica o trabalho,
o objeto do trabalho; 3) os meios de trabalho, o instrumental de trabalho” (MARX,
2013, p. 256). Do processo de trabalho resulta a objetivação da força de trabalho
despendida, ou seja, a materialização do próprio trabalho.
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Nessas condições, o trabalho útil só pode cumprir sua função social se tornar-se trabalho abstrato,
trabalho intercambiável por qualquer trabalho.
estabelecidas no capitalismo que determinam a forma histórica específica do trabalho
que cria valor. O trabalho abstrato é, portanto, trabalho despido de suas qualidades, é
trabalho considerado apenas no seu aspecto quantitativo, medido pelo seu tempo de
duração e destinado, essencialmente, a valorização do capital. Não se trata da
qualidade, do conteúdo específico do trabalho, mas apenas de sua quantidade, do
dispêndio da força de trabalho.
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Como trabalhador assalariado, o trabalhador produtivo integra a chamada classe dos trabalhadores
assalariados ou a classe dos proletários. Mas não podemos esquecer-nos dos trabalhadores assalariados
que estão fora do processo imediato de produção, mas vendem sua força de trabalho aos capitalistas do
comércio e das finanças, por exemplo. Estes são produtivos para o capitalista não por criar mais-valia
diretamente, mas por concorrer para diminuir custos de realização da mais-valia, efetuando trabalho em
parte não-pago (MARX, 1978).
entendimento da origem de várias profissões que na passagem do capitalismo
concorrencial para o capitalismo monopolista tornaram-se quase tão igualmente
necessárias para a continuidade do sistema como o próprio trabalho operário.
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Apesar do avanço e aprimoramento dos mecanismos de controle e domínio da natureza, os seres
humanos nunca poderão eximir-se da dependência do mundo orgânico, de sua vida natural, pois a
ausência dessa relação findaria a existência humano-social, ou melhor, esta nem seria possível.
que qualquer processo de trabalho implica um objeto sobre o qual incide a ação do
sujeito, ou seja, o próprio trabalho, e requer instrumentos para que possa ser
efetivado. Nestes termos, desenvolve a tese sobre o objeto de intervenção do Serviço
Social, os meios de trabalho e o produto desse trabalho. As reflexões desdobram-se
nas assertivas que apresentam:
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“A questão social é indissociável da sociabilidade capitalista e envolve uma arena de lutas políticas e
culturais contra as desigualdades socialmente produzidas. Suas expressões condensam múltiplas
desigualdades mediadas por disparidades nas relações de gênero, características étnico-raciais, relações
com o meio ambiente e formações regionais, colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no
acesso aos bens da civilização” (IAMAMOTO, 2009, p. 17).
amplia-se, por isso a denomina de “classe-que-vive-do-trabalho”. Essa compreensão
abrangeria todos aqueles que vivem da exploração da sua força de trabalho7. Nas
palavras do autor,
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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“A classe trabalhadora hoje exclui, naturalmente, os gestores do capital, seus altos funcionários, que
detém papel de controle no processo de trabalho, de valorização e reprodução do capital no interior das
empresas [...] ou ainda aqueles que, de posse de um capital acumulado, vivem da especulação e dos juros.
Exclui também, em nosso entendimento, os pequenos empresários, a pequena burguesia urbana e rural
proprietária” (ANTUNES, 2009, p. 104).
Serviço Social com o trabalho é um instrumento necessário para fortalecer os
elementos que se constituem inovadores para análise e compreensão da profissão.
Mas também, para dar clareza ao papel e utilidade social dos assistentes
sociais nos espaços sócio-ocupacionais de atuação, sobretudo nas políticas sociais,
campos privilegiados de intervenção. Debater o trabalho no capitalismo
contemporâneo exige que os profissionais tenham o entendimento teórico e conceitual
acerca do trabalho e suas inflexões, para construir uma leitura crítica da realidade na
qual se insere. Para que seja possível estabelecer o compromisso e identificação com
o conjunto dos trabalhadores, o que está na essência do Projeto Ético Político
Profissional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARX. Karl. O Capital: Crítica a Economia Política. Livro 1. São Paulo: Boitempo,
2013.
MOTA, Ana Elizabeth. Trabalho e Serviço Social: considerações sobre o conteúdo dos
componentes curriculares. In: Temporalis, Brasília, ano VII, n. 14, jul./dez. 2007, p.
56-86.
NETTO, José Paulo; Braz, Marcelo. Economia política: uma introdução crítica. São
Paulo: Cortez, 2006.