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Aprendizagens essenciais de Geografia A

Subtema: A valorização ambiental em Portugal e a política ambiental comunitária


Conceitos: área protegida, economia com baixa emissão de carbono, economia circular, pegada
ecológica individual e coletiva, paisagem, paisagem cultural, parque natural, parque nacional, Plano
Nacional da Água (PNA), Rede Natura 2000, Reserva Natural, Agenda 2030, Estratégia Nacional de
Educação Ambiental.

Área protegida - A classificação de uma Área Protegida (AP) visa conceder-lhe um estatuto legal de
proteção adequado à manutenção da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas e do património
geológico, bem como à valorização da paisagem.

As tipologias existentes são:

Parque Nacional;
Parque Natural;
Reserva Natural;
Paisagem Protegida;
Monumento Natural.

Parque nacional - Entende-se por «Parque Nacional» uma área que contenha maioritariamente amostras
representativas de regiões naturais características, de paisagens naturais e humanizadas, de elementos de
biodiversidade e de geossítios, com valor científico, ecológico ou educativo.
A classificação de um Parque Nacional visa a proteção dos valores naturais existentes, conservando a
integridade dos ecossistemas. No território português a única Área Protegida que beneficia deste estatuto
é o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), criado em 1971.

Parque natural - Entende-se por «Parque Natural» uma área que contenha predominantemente
ecossistemas naturais ou seminaturais, onde a preservação da biodiversidade a longo prazo possa
depender de atividade humana, assegurando um fluxo sustentável de produtos naturais e de serviços.
Em Portugal continental, existem, atualmente, 13 Parques Naturais.

Reserva Natural - Entende-se por Reserva Natural uma área que contenha características ecológicas,
geológicas e fisiográficas, ou outro tipo de atributos com valor científico, ecológico ou educativo, e que não
se encontre habitada de forma permanente ou significativa.

Em Portugal estão classificadas 9 áreas como Reservas Naturais.

Paisagem - implica necessariamente uma extensão de território, seja ele rural ou urbano.
Paisagem cultural - Segundo a UNESCO, as paisagens culturais são "ilustrativas da evolução da sociedade
e da fixação humana ao longo do tempo, sob a influência de condicionantes e/ou oportunidades físicas
apresentadas pelo seu ambiente natural, e de sucessivas forças sociais, económicas e culturais, tanto
externas quanto internas".

Plano Nacional da Água (PNA) - O Plano Nacional da Água (PNA) define a estratégia nacional para a gestão
integrada da água. Estabelece as grandes opções da política nacional da água e os princípios e as regras de
orientação dessa política, a aplicar pelos planos de gestão de regiões hidrográficas e por outros
instrumentos de planeamento das águas. Assim, a gestão das águas deverá prosseguir três objetivos
fundamentais:

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a proteção e a requalificação do estado dos ecossistemas aquáticos e dos ecossistemas terrestres,
bem como das zonas húmidas que deles dependem, no que respeita às suas necessidades de água;
a promoção do uso sustentável, equilibrado e equitativo de água de boa qualidade, com a afetação
aos vários tipos de usos, tendo em conta o seu valor económico, baseada numa proteção a longo
prazo dos recursos hídricos disponíveis;
e o aumento da resiliência relativamente aos efeitos das inundações e das secas e outros
fenómenos meteorológicos extremos decorrentes das alterações climáticas.

Rede Natura 2000 - A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica para o espaço comunitário da União Europeia
que tem como finalidade assegurar a conservação a longo prazo das espécies e dos habitats mais
ameaçados da Europa, contribuindo para parar a perda de biodiversidade. Constitui o principal instrumento
para a conservação da natureza na União Europeia.

A Rede Natura 2000, que também se aplica ao meio marinho, é composta por:

Zonas de Proteção Especial (ZPE) - estabelecidas ao abrigo da Diretiva Aves, que se destinam
essencialmente a garantir a conservação das espécies de aves, e seus habitats, e das espécies de
aves migratórias;
Zonas Especiais de Conservação (ZEC) - criadas ao abrigo da Diretiva Habitats, com o objetivo
expresso de "contribuir para assegurar a Biodiversidade, através da conservação dos habitats
naturais e dos habitats de espécies da flora e da fauna selvagens, considerados ameaçados no
espaço da União Europeia".

Pegada ecológica individual e coletiva - A Pegada Ecológica constitui uma forma de medir o impacte
humano na Terra. Este conceito exprime a área produtiva equivalente de terra e mar necessária para
produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos gerados por uma dada unidade de população.
Pode ser calculada para um indivíduo, uma comunidade, um país, ou mesmo para a população mundial.
Dito de outra forma, a Pegada Ecológica avalia a extensão com
que uma dada população se apropria do espaço biologicamente
produtivo. Uma vez que as pessoas usam recursos de todas as
partes do mundo, e afetam locais cada vez mais distantes com os
seus resíduos, esse espaço é, geralmente, o somatório de uma
série de pequenas áreas distribuídas por todo o planeta que, na
sua totalidade, tem vindo a aumentar. A figura mostra que a
Pegada Ecológica da população mundial cresceu 50%, entre 1970
e 1997.

Economia com baixa emissão de carbono - a economia de baixo carbono é uma economia que pretende
reduzir os impactos sobre o meio ambiente, gerando emprego e desenvolvimento. Em especial, procura
reduzir drasticamente as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), ampliar a produção e o consumo de
energias limpas e atingir ganhos de eficiência energética e
produtiva. A competitividade das empresas, numa economia de
baixo carbono, encontra-se no uso racional dos recursos
naturais, na renovabilidade da matriz energética e na
circularidade da produção. Portanto, no centro da economia de
baixo carbono está a inovação dos processos produtivos e as
soluções tecnológicas capazes de reduzir os impactos sobre o
planeta.

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Economia circular - Economia Circular é um conceito estratégico que assenta na redução, reutilização,
recuperação e reciclagem de materiais e energia. Substituindo o conceito de fim-de-vida da economia
linear, por novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, num processo integrado, a
economia circular é vista como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento
económico e o aumento no consumo de recursos.

Agenda 2030 - Em setembro de 2015, na Cimeira das Nações Unidas em Nova Iorque, foram aprovados os
17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), herdeiros dos progressos obtidos com os 8 ODM, que
enformam a nova Agenda 2030, que vigora igualmente por 15 anos (2015-2030).

A Agenda 2030 constitui-se num plano de ação internacional muito ambicioso para o desenvolvimento,
pois:

Aborda as três dimensões do desenvolvimento sustentável (económica, social e ambiental) de


forma interligada, considerando novos domínios não contemplados nos ODM, como a paz e a
segurança, o combate às alterações climáticas, a promoção do crescimento económico inclusivo e
a adoção de padrões de consumo sustentáveis;
Assenta em objetivos e metas universais a serem implementados por todos os países, incluindo as
nações desenvolvidas, ao contrário dos ODM, que se focavam nos países em desenvolvimento;
O combate às desigualdades e a promoção dos Direitos Humanos assumem uma maior dimensão
enquanto preocupação transversal a todos os ODS;
Implica a conjugação de esforços de uma multiplicidade de atores, designadamente países
desenvolvidos e em desenvolvimento, setor público, setor privado, terceiro setor e restante
sociedade civil.

Portugal e a Agenda 2030

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, em vigor desde 2016, visa o alcance de um
Desenvolvimento Sustentável em todo o mundo, por todas as sociedades. Este desenvolvimento será
atingido através do alcance de 17 objetivos económicos, sociais e ambientais, desdobrados em 169 metas.

No âmbito da implementação da Agenda 2030, Portugal trabalha para o alcance dos 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), dando prioridade aos objetivos: Educação de Qualidade (ODS 4),
Igualdade de Género (ODS 5), Indústria, Inovação e Infraestruturas (ODS 9), Redução das Desigualdades
(ODS 10), Ação Climática (ODS 13) e Proteção da Vida Marinha (ODS 14).

As diferentes iniciativas locais, regionais e nacionais que visam o alcance destes objetivos são realizadas de
acordo com a lógica dos 5Ps: Pessoas (promover um mundo onde todos os indivíduos desfrutem de
ambientes saudáveis e vivam com dignidade e igualdade), Prosperidade (fomentar a prosperidade dos
indivíduos, bem como da Natureza), Planeta (proteger o Planeta através de produção e consumo

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sustentáveis, utilizando os recursos de forma responsável), Paz (construir sociedades pacíficas, justas e
inclusivas) e Parcerias (alcançar os objetivos através de um espírito de solidariedade, com a participação
de diversas entidades), que, em conjunto, possibilitarão a erradicação da pobreza e o alcance de um
desenvolvimento sustentável através da saúde, educação, proteção do ambiente, paz e justiça.

Estratégia Nacional de Educação Ambiental - Portugal sempre esteve envolvido nos compromissos
internacionais em matéria de Educação e Ambiente e mantém uma dinâmica intensificada pelo trabalho de
escolas, organizações-não governamentais de ambiente, autarquias e empresas.
A nossa Constituição da República consagrou o direito fundamental ao Ambiente e Qualidade de Vida, assim
como determinou a necessidade de promoção da Educação Ambiental e o respeito pelos valores do
Ambiente.
O nosso país dispõe agora de uma Estratégia Nacional de Educação Ambiental que vai tornar possível
conjugar experiências, agregar prioridades e partilhar recursos.
A Estratégia assume três eixos temáticos:

Descarbonizar a sociedade;
Tornar a economia circular;
Valorizar o território.

Esta intervenção estratégica no domínio da Educação Ambiental visa uma cidadania plena e interveniente,
capacitando crianças e jovens, mas também os agentes económicos e decisores, para os novos desafios
ambientais – todos são agentes de Educação Ambiental.

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