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TRADUÇÃO: MEGHAN W.

Alice

—É ESTA QUERIDA. — Mamãe joga uma peça de roupa por cima


da porta do vestiário. Eu suspiro quando vejo que é outra saia.

Eu deixo de lado. Ela tem boas intenções, mas não estou indo
para o meu primeiro dia de aula parecendo rejeitada da escola
católica. —Mãe, eu te disse. Sem saias.

Eu quero parecer normal, o que significa camisetas, jeans e


tênis Vans, nada de saias com monograma e blusas com golas
incrustadas de pérolas que gritam garota rica e esnobe.

—Eu quero que você se encaixe, — diz ela através da pesada


porta de madeira. —Você deve causar uma boa impressão no
primeiro dia.

—Eu sei. — Eu realmente concordo com a mamãe que as


primeiras impressões são importantes, é por isso que não estou
experimentando ou vestindo metade da loja Gucci, do jeito que a
mamãe acha que devo ir. Fecho o jeans que tirei da prateleira de
descontos. Eles não têm logotipo e nem adornos ou enfeites
extravagantes, ao contrário dos que a mamãe escolheu que têm
franja no lado - o que é fofo, mas definitivamente parece caro. Eu
coloco a camiseta branca enorme que tem uma discreta etiqueta de
designer no canto inferior que é tão pequena que ninguém seria
capaz de vê-la, a menos que eles estivessem no mesmo nível da
minha virilha, o que não está acontecendo no meu primeiro dia - se
ocorrer algum dia.

Eu abro a porta e jogo meus braços para o lado. —Ta dã.

O rosto da mamãe cai. —Jeans e uma camiseta?

—Sim, esse é o estilo, mãe. Isso é o que as garotas normais


usam.

—Garotas normais também usam roupas como esta. — Ela


levanta uma camiseta com pedras enormes, letras maiúsculas
soletrando GUCCI no peito.

—Não. Nenhuma garota normal usa roupas assim no ensino


médio. Se você quer que eu me encaixe e faça amigos, então me
deixe escolher minhas próprias roupas. — Eu aperto minhas mãos
juntas. —Por favor.

Ela solta um enorme suspiro desapontado e pendura as roupas


rejeitadas em uma prateleira próxima. —Eu só quero o melhor para
você.

Eu conecto meu braço ao dela. —Eu sei que você quer, mas eu
prometo que esta é a roupa certa. Por que já não me visto e
colocamos minhas roupas usadas em uma sacola.
Ela acena com a cabeça e sai para encontrar um
funcionário. Enquanto isso, eu separo todas as coisas que estou
optando, que são na maior parte simples, camisetas largas, que
prefiro já que tenho uma grande comissão de frente, e é melhor não
ter todos os garotos fazendo comentários estúpidos sobre isso o dia
todo, e jeans skinny. Também peguei um vestido ou dois, apenas no
caso. Aqueles farão a mamãe feliz.

Eu realmente sei o que estou fazendo. Quando meus pais me


disseram no último semestre que papai estava assumindo uma
posição como diretor do Departamento Cardiotorácico de um
grande hospital em Liberty, e que eu poderia me transferir para a
Franklin Universal High School, que é uma escola para crianças
excepcionais, ou ficar na minha escola de administração privada, eu
imediatamente aceitei a mudança. Eu já odiava aquela escola,
porque todos os garotos se achavam os melhores do mundo só
porque tinham dinheiro. Notícia de última hora: são as piores
pessoas do mundo. O dinheiro, na minha opinião, faz com que algumas
pessoas se tornem uns idiotas.

Posso ser uma também, e não tenha percebido isso, mas meus
pais mantêm as coisas muito pé no chão. Sim, temos uma casa
grande, mas eu não tenho um motorista como a maioria dos garotos
da minha escola. Nós ainda viajamos em voos comerciais, porque os
aviões privados são a pior coisa para o meio ambiente desde a
invenção das garrafas plásticas.

Franklin U High não é exatamente normal. A estrutura social


não é baseada em quem tem a carteira mais gorda. São baseados em
habilidades. É uma escola para crianças com habilidades especiais -
pode ser em música, arte, atletismo ou até mesmo intelectuais. Eu
caio na última categoria e com base nos resultados da hashtag
#FUHigh do Instagram, parece que todos se vestem como
adolescentes comuns em vez de tentarem se superar com as últimas
roupas de grife. Sim, existem algumas garotas que estão se exibindo
com suas bolsas Prada e seus tênis Dolce, mas na maioria das vezes
são garotos comuns tentando passar pelos últimos anos do ensino
médio - assim como eu.

—Tudo isso está me deixando com fome, — declara a mãe.

—Vamos para a praça de alimentação, — proponho. —Vou


querer um hambúrguer.

—E um milk shake? — Mamãe sugere.

—Perfeito. — Pelo menos estamos de acordo sobre a nossa


comida. Nós pegamos nossas bolsas, pagamos as compras e vamos
almoçar.

Quando entramos na fila, ouvimos uma conversa sussurrada.

—Eu não posso pagar, querida, — diz a mãe de aparência


cansada para sua filha com os olhos lacrimejantes, aparentando
estar na escola primária. —É muito caro.

—Ok, eu entendo, — diz a garota, muito decepcionada.

A mãe suga os lábios e pisca rapidamente. —Você sabe que eu


quero comprar para você, baby. Eu quero que você tenha o mundo,
mas está tudo tão apertado em casa com seu pai e tudo.

—Eu sei mamãe. Está bem.


É a maneira prosaica que a garota diz isso, como se ela fosse à
mãe e estivesse acalmando a criança.

Mamãe e eu trocamos um olhar. Seja o que for, queríamos


comprá-lo, mas não podemos mencioná-lo de uma forma que faria
com que se sentissem mal. A coisa é que nem sempre tivemos
dinheiro. Meu pai é cirurgião cardiotorácico, que agora é o diretor
do maior Departamento Cardiotorácico do estado, é na verdade meu
padrasto. Meu pai biológico fugiu quando eu era bebê. Eu não tenho
nenhuma lembrança dele. Mamãe não fala muito sobre ele, mas pelo
que eu sei, ele era um alcoólatra abusivo e ficamos melhores sem ele
em nossas vidas. Mamãe conheceu Carl quando eu tinha dez anos e
ele a cortejou por dois anos, não desistindo apesar de suas repetidas
rejeições.

Quando eles se casaram, ele trouxe seu enorme salário de sete


dígitos e sua grande conta do fundo fiduciário familiar e
mudou nossas vidas. Até então, mamãe e eu morávamos em um
pequeno apartamento com móveis usados de brechós. Basicamente,
as duas à nossa frente eram mamãe e eu há sete anos.

A mãe coloca uma mão na cabeça de sua filha. —Você é uma boa
menina.

A criança se inclina contra a mãe. —E você uma boa mãe.

Lágrimas nublam meus olhos. Mamãe entra em ação. —


Senhora, acho que você deixou cair algo lá, — diz ela.

A senhora olha em volta em um pânico suave. —Ah não. O que


é isso?
—Vamos conversar um instante. Minha filha vai cuidar da sua.
— Mamãe leva a outra senhora para o lado.

Eu seguro a mão da garota na minha e puxo-a para o fim da


fila. —Escolha o que você quiser, — eu digo.

A garotinha pede timidamente um hambúrguer e nada mais,


então eu coloco os extras, pedindo uma grande porção de batatas
fritas e até uma torta de maçã para a sobremesa. —Que sabor de
milk shake você gosta?

A menina pressiona os lábios juntos. —Não podemos pagar um


shake.

—Bem, eu vou pedir um de qualquer maneira, então você pode


me dizer o seu sabor favorito, caso contrário, vai para o lixo.

Ela está começando a hesitar. Deixei-a pensar por um minuto e


fingir que procurava mamãe. Em vez disso, meu olhar é capturado
por um par de intensos olhos castanhos pertencentes a um menino
da minha idade, com ombros largos, uma mandíbula forte e um nariz
tão reto que acho que poderia usá-lo como uma rampa de
esqui. Você sabe, se eu tivesse apenas uns dois centímetros. Seus
lábios se curvam em um sorriso. É bom o bastante, se você curte
isso, só que não eu. Nenhum menino este ano, eu decido. Qual é o
objetivo? Você vai se formar em menos de doze meses e seguir para
a faculdade. Não pretendo desperdiçar nenhuma energia emocional
nos espécimes masculinos, então eu mando ao menino uma
carranca e me volto para minha nova amiga.

—Acho que vou pedir quatro de morangos, mesmo que


ninguém realmente goste desse sabor.
—Eu gosto, — ela afirma.

Escondo um sorriso. —E a sua mãe?

A menina cora. —Ela gosta deles também.

Eu peço quatro milk shakes de morango e um monte de outras


coisas, não sei o que a mãe da menina vai querer. Quando chega
nossa vez na fila, mamãe volta de olhos vermelhos com uma
mulher igualmente de olhos vermelhos ao lado dela. A garotinha se
separa imediatamente e corre para o lado de sua mãe.

—Mamãe, você está bem?

—Sim, querida. — Ela abraça a menina. —Eu estou realmente


bem.

—Eu tenho os lanches, — eu declaro, querendo conter nossas


lágrimas. —Vamos por lá em cima. — Eu gesticulo em direção a uma
mesa vazia com o meu cotovelo. Nós nos apressamos e pegamos a
mesa.

—Esta é Coral e sua filha, Carolyn, — apresenta a mãe. —Coral


faz transcrições médicas, e concordou em fazer parte da equipe de
trabalho do seu pai.

—Fantástico. — Eu desembrulho meu hambúrguer. Meu pai


não precisa de uma transcritora médica porque o hospital fornece
esses serviços, mas minha mãe controla os registros de lá, então ela
vai encontrar uma maneira de ter Coral na equipe.

—O seguro de saúde é realmente generoso, — diz Coral


calmamente.
—Bem, nós não poderíamos ser uma instituição médica sem
um bom seguro de saúde, — mamãe ri.

—Tudo vai ficar bem então, mamãe? — Carolyn pergunta. Ela


não sabe exatamente o que está acontecendo, mas ela pode ler o
humor de sua mãe.

Coral atravessa a mesa e aperta a mão da filha. —Sim. Tudo vai


ficar bem agora. Vamos pegar aqueles tênis de luzinhas depois do
almoço.

—Mas eu pensei que não poderíamos pagar por eles.

Coral lança um olhar agradecido para minha mãe, que está


ocupada mastigando seu hambúrguer. —Nós podemos agora.

Eu pisco para Carolyn, que sorri para mim. Com um sorriso, dou
uma grande mordida no meu hambúrguer. É então que noto que o
garoto ainda está olhando para mim. Eu coloco meu hambúrguer na
mesa e limpo o polegar na minha boca. Eu tenho molho especial no
meu rosto? Por que ele continua olhando para mim? Talvez ele não
esteja interessado. Talvez tenha minha camiseta para fora ou talvez
eu tenha derramado ketchup na frente e não tenha notado. Eu olho
para baixo, mas minha camiseta ainda está completamente livre de
manchas. Eu cutuco Carolyn. —Ei, eu tenho alguma coisa no meu
rosto?

Ela me inspeciona com cuidado. —Não. Nada.

Eu levanto meu queixo e olho para o menino. Pare de olhar, eu


mentalmente grito em sua direção.
Claro, o idiota apenas sorri de volta. Se não fosse por Carolyn e
nossas mães, eu teria mostrado o dedo do meio para ele.

—Algo está acontecendo, querida? — Mamãe pergunta,


notando minha carranca.

Sim, um pênis continua olhando para mim e isso está me


irritando, eu penso. —Não. Acho que acabei de comer uma batata
frita ruim.

Do outro lado, o menino se levanta e me saúda.

Que idiota.

Ele pega a bandeja e joga as embalagens no lixo. Seus jeans são


skinny, mostrando uma bunda apertada e coxas poderosas. Meu
sexo aperta.

Porra. Ele é um idiota sexy.

Esses são os piores tipos. O pior tipo.


Owen

MAMÃE ESTÁ na cozinha, montando a lasanha em um refratário


quando eu chego em casa.

—Você está assobiando. Deve estar de bom humor, — ela


observa enquanto eu me inclino para lhe dar um beijo na bochecha.

—Você está fazendo a minha comida preferida para o jantar, —


eu digo e giro para pegar uma caixa de leite da geladeira.

—Não, isso está mais para 'uma coisa maravilhosa que


aconteceu na minha vida' em vez de um assobio de 'obrigado pela
deliciosa refeição'.

Eu bebo metade do leite antes de responder. —Eu não sabia


que meus assobios falavam tanto.

—Você não pode esconder nada da sua mãe, — ela brinca com
uma colher de pau contra o meu quadril. —E pare de beber leite da
embalagem. Nós temos copos, você sabe.
—Eu sei, mas você não bebe leite, então, porque não? — Eu
guardo a caixa de volta na geladeira.

—Algum dia você vai ter uma namorada e ela não vai gostar se
você beber direto da caixa. — Mamãe termina polvilhando queijo no
topo e envolve a coisa toda em papel alumínio. —Além disso, eu não
quero que ninguém pense que eu te criei em um celeiro.

—Eu pego para você. — Eu chego e apanho o refratário para


que ela não tenha que erguer a lasanha pesada na geladeira. Ela está
certa. A garota do shopping desfrutava de seu shake. —Eu vou fazer
melhor.

—Eu sei que você vai. — Mamãe limpa as mãos e, em seguida,


me fixa com um olhar duro. —Então, quais são as boas notícias?

Por uma fração de segundo, eu espero não contar nada à


mamãe. Eu não sei o nome da menina ou em qual escola ela vai, mas
essa merda não é importante. O importante é que eu percebi que o
coração dela é feito de ouro maciço e essa é a coisa mais sexy do
mundo. Eu dou de ombros. Eu poderia muito bem compartilhar com
a minha mãe. Ela precisa de tempo para se preparar.

—Eu conheci a garota com quem vou me casar.

A boca da mamãe cai aberta. Eu bato no queixo dela de


brincadeira. —É melhor fechar isso ou você vai pegar algumas
moscas.

Eu pego uma maçã e jogo no ar antes de sair da cozinha e vou


pelo corredor em direção ao meu quarto. Quando adentro deixo a
porta aberta porque não quero que ela tenha um colapso. Sento-me
em frente do computador e espero a inevitável explosão.
—Você conheceu quem? — Ela grita alto o suficiente para que,
eu escute, mesmo estando a dois cômodos de distância. Eu agito
meu ouvido e depois abro meu laptop. Hora de fazer algumas
investigações.

—Você conheceu quem? — Minha mãe sem fôlego entra no


meu quarto enquanto estou digitando #FUHigh na barra de
pesquisa.

—A garota com quem vou me casar, — repito. A hashtag


preenche centenas de fotos. Eu rolo através delas, procurando por
um vislumbre da minha garota.

—Você tem dezoito anos, Owen. Você não pode se casar. Por
que você está pensando nisso? Este não é você. Você tem um futuro
inteiro pela frente. Eu pensei que eu te ensinei melhor! — Mamãe se
joga na minha cama em uma verdadeira angústia.

Distraidamente, me aproximo e aperto o joelho dela. —Eu sei


mamãe. Ainda vou pelo mesmo caminho. Vou pegar essa bolsa de
futebol, me tornar um profissional. E ter alguém ao meu lado o
tempo todo. Alguém além de você— - acrescento. Tem sido mamãe
e eu desde que nasci. Meu pai biológico deu à minha mãe uma
grande quantidade de dinheiro e disse-lhe para usá-lo como
quisesse, o que, para ela, estava colocando-o no pré-natal e não no
aborto como o cara provavelmente queria. —Droga, — murmuro
sob a minha respiração. Não há uma sugestão da garota nesta
hashtag. Eu digito alguma outra escola, mas novamente nada.

—O que há de errado? — Mamãe pergunta de repente


se sentando.
Eu a olho carinhosamente. Ela passou de chateada para
preocupada em um nanosegundo. Ela realmente é a melhor e eu sei
que ela vai amar minha garota - assim que puder encontrá-la.

—Minhas habilidades como detetive estão falhando

—Você não tem habilidades de detetive.

Eu estalo meus dedos e os flexiono para fora. —Mamãe, você


deveria ter mais fé em mim.

—Você está procurando por essa garota com quem você vai se
casar?

—Sim.

Ela suspira de alívio. —Então é uma garota fictícia. Como no


tempo em que você teve uma queda por Thandie Newton1.

—Ainda tenho! Ela está na minha lista de celebridades.

Mamãe me bate nos ombros. —Você não pode ter uma lista de
celebridades se você vai se casar com alguém.

—Sim, você está certa. — Eu mentalmente peço desculpas a


Thandie, depois tiro o nome dela da lista.

Mamãe se levanta e afasta a poeira imaginária de seu jeans. —


Divirta-se com sua garota.

Deixei-a sair sem corrigir sua suposição. Ela vai conhecer a


garota real em breve. Pego meu telefone para enviar uma mensagem
a Carter Franklin, o quarterback do Franklin U High. Sim, ele tem o

1
- Atriz britânica, mais conhecida por seu papel como Christine no filme Crash;
mesmo sobrenome de seu bisavô ou algum merda que fundou esta
cidade. Para um garoto rico, ele é bem legal. Pelo menos ele tem sido
para mim.

Eu: Você pode obter a lista de turmas de entrada para o FUHigh


e da escola pública?

Carter: Claro.

Eu: Não vai perguntar pra que?

Carter: Eu preciso saber?

Eu: Não

Carter: Legal. Envio em cinco.

Viu? Muito legal. Eu estalo meus dedos novamente. Então...


minha garota é um pouco tímida. Sem problemas. Que cara não
gosta de um pouco de perseguição? Eu sorrio. E aqui eu pensando
que iria odiar minha nova escola.
Alice

EU ME INCOMODO com a manga da minha camiseta, de repente me


sentindo nervosa. Eu não sei por quê. Desde que meus pais me
perguntaram se estava bem mudar de escola, eu estava cem por
cento bem com isso. É meu último ano e tudo que quero fazer é
terminar minhas aulas. O ensino médio é chato. As aulas são muito
fáceis e os meninos são indutores de dor de cabeça. É apenas um ano
e tenho certeza que não vou ter nenhum problema em me misturar.
Eu sobrevivi ao internato, então isso deve ser fácil. Isso é o que
continuo dizendo a mim mesma de qualquer maneira
para estabilizar meus nervos.

—Desculpe eu ter que trazer você, querida. — Minha mãe se


aproxima e puxa a ponta do meu cabelo. Eu fiz uma trança de lado e
ela sabe que dar um puxão é a única maneira de chamar minha
atenção uma vez que eu esteja perdida em minha própria cabeça.

—Não me importo. — Eu lhe dou um olhar perplexo. Por que


me incomodaria que ela tivesse que dirigir pra mim? Se isso
incomodasse alguém, seria ela. —Além disso— - eu pego o
sanduíche de bacon, ovo e queijo que ela fez para eu comer no
caminho - —Eu posso comer enquanto você dirige. — Eu pego uma
mordida gigante dele.

—Eu sei, mas eu não quero que você se sinta mal— - ela dá um
pequeno encolher de ombros - —não é legal sua mãe estar deixando
você ou algo assim, sendo uma escola nova e tudo mais.

Eu reviro meus olhos. Não para ela, mas para a ideia de não ser
legal. —Como se eu me importasse. Porém, ninguém mais diz que
não é legal, mãe— - digo com a boca ainda cheia de bacon. Desta vez
ela me dá uma revirada de olhos. Nós duas começamos a rir, o que
ajuda a me acalmar. Eu continuo a comer meu sanduíche sabendo
que é provavelmente a única coisa que terei até o jantar.

—Você sabe o que é realmente desagradável? — Ela pergunta


enquanto arqueia uma sobrancelha para mim. —Quando você fala
com a boca cheia.

Eu engulo a comida que estou mastigando, sabendo que é uma


das coisas que mamãe vai falar.

—Veja, talvez eu vá envergonhá-la. — Eu mordo outro pedaço


do meu sanduíche, fazendo-a rir.

—Você vai me dizer por que você está nervosa de repente?

Termino de mastigar antes de responder. —Não.

Sua boca se abre em surpresa. Eu digo a minha mãe


praticamente tudo. Nós sempre fomos próximas. Eu não tenho
certeza se porque era só ela e eu por um tempo ou algo
assim. Muitas das meninas com as quais cresci não tinham o mesmo
relacionamento com as mães. Nosso relacionamento é
provavelmente tão forte porque éramos apenas nós duas em muito
tempo. Além disso, acima de tudo, minha mãe é legal. Mesmo que ela
esteja tentando, não ser. Ela muitas vezes joga o cartão —Eu não sou
sua amiga, eu sou sua mãe, — mas ela só está enganando a si
mesma. Ela é as duas coisas.

A menos que eu saia da linha, então ela já não é mais tão


legal. Ela parece saber andar sobre essa linha tênue entre a
maternidade e amizade. Felizmente eu não tenho o hábito de fazer
qualquer coisa que a deixasse chateada. A pior coisa que minha mãe
poderia fazer por mim é me dar um daqueles olhares
decepcionados. Isso me pega o tempo todo. Eu preferiria que ela
gritasse comigo um milhão de vezes do que ver esse olhar em seu
rosto.

—Eu não tenho certeza, mãe. Se eu descobrir, você será a


primeira, a saber.

Isso a faz sorrir de novo. —Bem, eu ligo para a escola hoje e


garanto que você consiga o seu passe de estacionamento. Talvez
amanhã você já possa vir dirigindo.

Eu dou de ombros. Não é tão ruim quando minha mãe está me


deixando dirigir um Tesla, mas dirigir o meu próprio parece um
pouco estranho às vezes. Eu perdi essa batalha de não obter um
quando minha mãe foi sobre como eles são bons para o meio
ambiente.

—Entretanto, eu ainda vou fazer o café da manhã, — acrescenta


ela, pensando que é o meu problema em vir dirigindo. —Se não, você
vai acabar comendo donuts todas as manhãs, se eu não preparo o
café, e tenho que fazer você ingerir algumas coisas saudáveis. — Ela
espera um minuto antes de murmurar: —Não que você possa
cozinhar.

—Eu não posso cozinhar porque você está sempre me


superando, — eu defendo. Ok, eu não sei cozinhar. Ela tentou me
ensinar. Eu não tenho ideia de por que não posso dominar a
culinária. É só misturar um monte de coisas juntas. Deveria ser tão
fácil. Estou em química avançada, pelo amor de Deus.

—Hmm humm. — Ela franze os lábios, lutando contra uma


risada. Não seguro a minha. Eu rio porque estou sendo ridícula,
reconhecendo que sou terrível nisso. —Não posso ganhar todos
eles, querida. — Ela dá um tapinha na minha perna.

—Esta é a sua parada, garota, — ela diz quando paramos em


frente à minha nova escola. Limpo minhas mãos suadas no meu
jeans.

—Obrigado por me trazer. Te amo, — eu digo, pegando minhas


coisas.

—Amo você. Tenha um ótimo dia. Seja você mesma.

Isso parece bastante fácil. Por alguma razão, o menino do outro


dia passa pela minha cabeça novamente. Ele tem o hábito de fazer
isso desde que o vi na praça de alimentação do shopping. Eu não
tenho certeza se você chamaria ele de menino. Eu continuo me
perguntando se ele vai para a mesma escola, mas eu deixei essa ideia
de lado. Não há como ele estar no ensino médio. Ele tem que estar
na faculdade. Ainda assim, aquele nervosismo me atinge
novamente quando penso nele. O mesmo sentimento que tenho tido
toda a manhã sobre esse dia. Não tenho tempo para tentar entender
por que esse sentimento estaria ligado a ele. Eu empurro os
pensamentos dele para longe e me concentro no que estou fazendo.

Mamãe se aproxima, agarrando minha mão e dando um


pequeno aperto. Eu respiro fundo e abro a porta do lado do
passageiro. Eu posso sentir os olhares vindo dos pequenos grupos
de estudantes que se reuniram na entrada. Fecho a porta, coloco
minha bolsa por cima do ombro e começo a andar na incerteza do
meu primeiro dia.
Owen

—QUAL É A PRESSA? — Ben Hamilton pergunta enquanto eu


rapidamente seco meu corpo recém-lavado com uma toalha.

Eu olho para Carter no final do banco, mas ele está fingindo que
não pode ouvir ou está muito absorto no conteúdo do seu telefone
para espalhar meus sentimentos. Não que seja um segredo. Assim
que eu encontrar Alice, todos na escola saberão o que está
acontecendo, porque eu estou batendo meu nome na bunda dela. Ou
ela pode bater na minha. De qualquer maneira funciona.

—Tenho que conhecer a minha garota. — Eu puxo minha cueca


e jeans e, em seguida, passo desodorante. Eu nunca consigo
encontrar nada no meu maldito armário. A FU está cheia de dinheiro
e esse vestiário rivaliza com algo que você encontraria nas escolas
de futebol da primeira divisão, com seus bancos de madeira escura
e pisos de mármore, mas os armários ainda são pequenos
demais para caberem mais do que um par de sapatos e uma mochila.
—Que garota? Você não tem uma garota. Ou você e eu temos
sido uns amigos de merda e não notei? Que porra é essa? — Ben fica
muito preocupado.

Eu bato no ombro dele. —Não. É novo. Vou apresentá-la na


próxima festa. Estamos saindo depois do jogo de sexta-feira, certo?

Ben dá um suspiro de alívio e se vira para o nosso capitão. —


Será na sua casa, não é, Carter?

Carter acena com a cabeça, mas ainda não olha para cima. O que
quer que esteja no telefone dele deve ser fascinante. Não é da minha
conta, no entanto. Se Carter quisesse que soubéssemos, ele nos
contaria. Eu guardo o resto das minhas roupas e pego minha
mochila.

—Estou indo. Vejo vocês depois, perdedores.

Na porta, Billy Cunningham me para. —Ei, ouvi dizer que você


está fazendo inglês comparativo, este ano. — Ele puxa um pedaço de
papel. —Minha irmã fez no ano passado, então eu tenho as notas de
merda, se você quiser dar uma olhada.

Eu pego o papel, mesmo que eu não tenha intenção de


trapacear para uma boa nota, mas Billy está tentando ser útil do seu
próprio fodido jeito e eu não vou chamar sua atenção na frente da
equipe. Ele já está na lista de merda do Carter por causa de algo que
aconteceu antes de eu chegar. — Aprecio isso. Eu aviso você.

—Sim, bem, nós não podemos ter o nosso novo receptor estrela
sendo reprovado. — Ele dá uma risada engraçada e passa pela
porta.
Antes de sair, Carter está no meu ombro. —Tenha cuidado, —
diz ele.

—Sim, eu sei. — Eu coloco a nota no meu bolso de trás. —Eu


não estou fazendo nada que coloque em risco o time. Além disso, eu
me inscrevi para a aula porque realmente gosto de ler.

—Não me importa o que faz, ou não, faz, — responde Carter. Ele


empurra a porta aberta, segurando-a para mim. —Tudo o que me
importa é ganhar o campeonato e isso significa ter você no campo e
não nas arquibancadas. No entanto, se você faz algo que não é
da minha conta, e você foder o time, então vamos conversar.

Ele inclina a cabeça e espera que eu vá embora, mas não estou


pronto. Não até que eu diga minha própria opinião. —Você já me
deu essa palestra quando me recrutou na última primavera, lembra?

Carter apareceu no posto de gasolina onde eu estava


trabalhando e me perguntou se eu iria encher tanques toda a minha
vida ou se eu queria algo melhor. Eu disse a ele para ir se foder, mas
o idiota continuava aparecendo. Ele acabou esgotando minha
paciência com a promessa de que ele poderia aumentar minhas
estatísticas o suficiente para conseguir uma boa chance em um time
de futebol da primeira divisão. Tudo que eu precisava era de um
quarteback decente que era ele, é claro. A droga foi que ele estava
certo. Eu não tinha um quarterback decente e, a menos que alguém
me lançasse a bola, eu não podia fazer nada. Uma noite assistindo
a seus vídeos no Youtube me convenci de que eu deveria me
transferir. E foi uma decisão rápida. —Sim, algumas pessoas
precisam de um lembrete é tudo, — diz ele, relaxando.
—Não eu, ou talvez você não tenha prestado atenção no treino.
— Você só precisa me dizer uma vez para onde correr ou executar
uma jogada, e ele já deve saber disso agora.

Carter abaixa a cabeça em reconhecimento. —Você está


certo. Desculpa.

—Vocês dois acabaram de ter sua festa de amor para que o


resto de nós possa sair? Eu quero pegar um boquete de uma das
líderes de torcida antes da aula, — reclama Mason LeFleur atrás de
mim. Mason é nosso prostituto residente. O cara seriamente não
pode funcionar sem uma boca no seu pau a cada duas horas. Eu acho
que ele tem um problema.

—Você só tem dez minutos antes da aula começar, — lembra


Carter.

Como ele mantém as programações de todos em ordem, eu


nunca vou saber. Quando Mason argumenta que a aula não é uma
aula de verdade, uma vez que você só precisa produzir um projeto
até o final do semestre, eu saio.

—Cuidado com a menina também, — Carter grita para mim. —


Regras do time.

Eu mostro o dedo, pra ele. Eu já ouvi essa palestra


também. Amigos antes das vadias, ele disse. Essa é a promessa que
todos nós fizemos. Não que as meninas sejam vadias, é claro, o time
vem em primeiro lugar, sempre, é por isso que ele disse —regras do
time, — que é um código para não fazer nada que foda com o time.

Eu sou um multitarefa, então eu não estou preocupado em


garantir tanto a garota quanto o campeonato. Os vencedores vencem,
e eu sou um vencedor. E hoje, o vencedor começa encontrando
Alice. Graças a Carter, tenho um nome e seu plano de
aulas. Ela também está estudando inglês comparativo. Na verdade,
seu horário de aula é estranhamente igual ao meu, exceto que ela
está fazendo mais duas aulas de ciências do que eu. Eu odeio ciência
e prefiro me esfaquear nos olhos a sentar em aulas avançadas sobre
essa merda. Eu gosto de ler, discutir e falar sobre arte, o que nos
torna perfeitos juntos, complementando um ao outro. Quando
chego aos degraus da frente, me deparo com um bando de caras
sentados ao longo das barricadas de pedra.

—O que está acontecendo?, — pergunto ao júnior com a cara


cheia de espinhas. Eu sei que ele é mais jovem do que eu pelo jeito
que ele imediatamente se afasta para o lado e me dá espaço.

—Ah, nós estamos esperando.

—Para quê?

—Para ver as meninas.

—Para ver as meninas fazerem o que? — Eu examino o


terreno. Não há garotas. É como uma convenção de pênis nas
escadas.

—Esperando elas chegarem.

—Você está fodendo comigo? — Cada um desses idiotas está


sentado aqui esperando as meninas da FU descerem de seus
carros? Que bagunça. Eu não quero que Alice passe por isso no
primeiro dia dela. Ando até o centro da convenção e coloco meus
dedos na boca, dando um assobio estridente, chamando a atenção
de todos. Eu localizo dois jogadores do time júnior do colégio e
aponto meus dedos para eles. —Leve cada um desses idiotas para
dentro.

Eles não se movem. Eu bato palmas. —Agora. Regras do time.

Os juniores saem correndo e no minuto seguinte os degraus de


pedra estão vazios. Eu desço a larga escadaria até a calçada e
espero. A qualquer momento, ela deveria estar chegando. Eu
inspeciono os carros - os Rolls Royces, Bentleys, Beemers,
Mercedes. No final da fila tem um Tesla branco. Meu carro
favorito. Eu estou de olho naqueles desde que foi lançado. Algum
dia, depois de assinar meu grande cheque da NFL, vou comprar um
- e o que quer que Alice queira. A fila se move devagar enquanto os
alunos saem de seus carros e seguem para a escola. Alguns estão
surpresos que não há ninguém esperando. Alguns me dão olhares
estranhos. Eu não presto atenção em nenhum deles, pois estou
focado em encontrar uma única garota.

O Tesla finalmente se aproxima. A porta do passageiro se


abre e, sem mentira, um raio de sol incide enquanto Alice salta do
veículo.

Eu sorrio. Veja, é tudo um sinal. Eu sou o filho favorito de Deus


e esta é a evidência. Minha garota chegou no carro dos meus sonhos
e o sol está brilhando no céu.

—Ei, — eu digo.

Alice inclina a cabeça em surpresa. Sem palavras ela aponta o


dedo para o peito.
Meu sorriso se alarga. —Sim, você. — Eu andei até a porta do
carro e enfiei a cabeça para dentro. —Eu sou Owen McCoy. Prazer
em conhecê-la, senhora, — digo à mãe de Alice.

A mãe sorri. —Oh, eu não sabia que você já tinha feito amigos,
querida. — Ela estende a mão. —Prazer em conhecê-lo, Owen.

Eu dou um aperto firme, mas amigável. —Prazer em conhecê-


la também. Não se preocupe com Ace. Eu vou cuidar dela hoje.

—Isso é maravilhoso. — Uma buzina de carro toca e a mãe


de Ace vai para trás do volante. —É melhor eu ir embora.

—Espere, mamãe— Ace diz, mas eu já fechei a porta do carro.

Eu coloco um braço em volta de Ace. —Vamos.

Ela olha para mim. —Quem diabos é você?


Alice

É o garoto do shopping. Aquele que estava me olhando toda vez


que eu olhava para cima. Meu nervosismo evapora quando o
aborrecimento se instala.

—Por que você está me abraçando? — Eu dou de ombros. —Eu


não tenho certeza o que você pensa que está fazendo, mas eu não
estou interessada.

Na minha última escola, os caras sempre tentavam reivindicar


a nova garota. Eles queriam ser os primeiros a —colocar as mãos em
território virgem— como fez um idiota revelando em voz alta
durante a aula. Ele conseguiu uma detenção por isso, mas nunca
apagou o sorrisinho de seu rosto.

Eu odeio sorrisinhos. Eu particularmente detesto caras


quentes e presunçosos, porque eles sempre acham que podem se
safar de qualquer coisa, porque Deus os fez atraentes.
—Você está certa. Você está certa. — Ele levanta as mãos em
sinal de rendição. —Nenhuma mão em você sem permissão. Isso é
inteligente e eu sei que você é inteligente.

—O que diabos isso significa? — Eu me viro para encará-lo e


cometo o erro de olhar em seus olhos. Lembro-me deles sendo
marrons desde a primeira vez que o vi no shopping, mas o que eu
não tinha notado na época era a cor quente de mel que nadava em
torno da íris. Estar perto dele me permite ver de perto todos os
detalhes perigosos. Eu nunca soube que uma cor de olhos poderia
ser tão rica e convidativa.

Há rugas nos cantos dos olhos de seu sorriso genuíno. Ele não
desvia o olhar, continua me encarando. Meu pulso palpita quando
olhamos um para o outro. Nenhum de nós diz uma palavra. Não
tenho certeza se estou respirando.

Ele aproxima sua mão. —Posso?

E eu concordo. Uma covinha se formou em sua bochecha


esquerda, fazendo seu rosto já bonito perigosamente lindo. Ele
coloca uma mecha do meu cabelo de volta no lugar, seus dedos
acariciando gentilmente minha bochecha. Eu fecho meus olhos por
um segundo, seu toque firme na minha pele.

Uma porta de carro bate me tirando do meu transe. Desta vez,


quando abro os olhos, espero que pareçam querer abrir um buraco
diretamente naquele belo rosto dele. A última coisa que preciso é
que ele saiba que estou atraída por ele. Que o seu simples toque fez
uma loucura nas minhas entranhas. Uma paixão é a última coisa de
que preciso.
—Te disse para não me tocar, — eu digo, o que é
irracional porque sei que ele perguntou e eu concordei, mas
precisava fazer com que ele recuasse. Cruzei meus braços sobre o
peito e levantando o queixo, esperando que ele se toque.

—Você disse, não é? — Ele gesticula para eu me mover. —


Depois de você, então.

Eu não gosto que ele concorde comigo. Seria melhor se ele


pensasse que eu sou uma vadia e nunca queira nada comigo porque
eu não tenho muita defesa contra ele. Eu preciso me mover, porque
ficar aqui ao seu lado não é bom para o meu sistema
nervoso. Começo a caminhar em direção às gigantescas portas
duplas de vidro no topo de uma larga escada de cimento. Meu
telefone toca na minha bolsa. Eu o pego grata por uma distração.

Mãe: Ele é lindo!!!

Oh Deus. Claro que ela estava se referindo a ele. Eu dou uma


olhada por cima do meu ombro quando começo a puxar uma das
portas abertas. Owen está de pé onde eu o deixei e ainda está
sorrindo, não perturbado comigo o ignorando.

Eu jogo minha cabeça para trás. Droga. Ele me viu olhando-


o. Por que eu não poderia ter jogado legal e não ter olhado para
trás? Meu telefone toca novamente.

Mãe: Oh, você deveria convidá-lo para jantar. Obviamente eu


vou cozinhar. LOL

Eu mando de volta um emoji de cara furiosa, o que me dá um


emoji de sopro de beijo de volta. Eu disparo de volta antes de
guardar meu telefone e tirar minha agenda, que já memorizei.
Eu tenho alguns minutos antes da minha primeira aula. Já fiz
um tour pela escola na semana passada. É super legal, ainda mais
chique do que o meu internato, o que me surpreende, porque
essa escola tem garotos de todas as classes sociais. É totalmente
financiada por algumas patentes de propriedade do fundador -
Franklin alguma coisa. Desde que eu tenho tempo, eu
provavelmente deveria ir para a minha primeira aula e encontrar
um bom lugar, mas me vejo paralisada no meio do corredor sem
nenhuma boa razão.

Quando um corpo quente vem atrás de mim, eu sei exatamente


o que está acontecendo. Quando eu estava no carro mais cedo eu
estava pensando nele e ele se materializou do nada. Mais uma vez,
meus pensamentos o convocaram e seu braço rude ao meu
lado. Mesmo que meu corpo goste de ter aquele braço em volta de
mim, eu não o deixaria supor que ele poderia fazer o que quisesse.

Eu me viro em sua direção a ele e meus olhos encontram seu


incrível olhar. Meu comportamento suaviza instantaneamente com
seu olhar caloroso e ele ainda está sorrindo para mim.

—Por que você está me seguindo?

—Nós estamos na mesma aula, Ace2. —

—Ace? — Eu levanto uma sobrancelha para ele. Essa é a


segunda vez que ele me chama assim.

—Você nunca admiti qualquer coisa3? — Diz me lançando um


sorriso completo agora. Ele parece quase orgulhoso de
mim. Quando se trata de escola e da maioria das coisas, eu me
2
- ACE –gíria americana para descrever uma pessoa esperta, campeão, craque, sabichão, alguém que se destaca em tudo que faz;
3 - No original: “You ever not ace something?”
supero nelas para que meu apelido se encaixe. Eu coloco meu tudo
nas coisas que faço. Minha mãe me ensinou assim. Exceto
cozinhar. Eu definitivamente não ace4 isso.

—Como você sabe que eu —ace— tudo? — Eu o desafio. Esta é


apenas a segunda vez que nos encontramos, sendo a primeira que
conversamos. Eu tinha certeza de que nunca mais o veria depois
daquele dia no shopping.

—Eu poderia dizer que eu sei tudo sobre você, mas a verdade é
que ... — Ele se inclina um pouco para que sua boca esteja próxima
ao meu ouvido. Eu deveria me afastar, mas meu corpo se inclina de
volta para ele. —Eu perguntei por aí. Depois que te vi no shopping,
e fiz algumas pesquisas, encontrei seu nome e horário das aulas.

—Isso é assustador, — eu declaro, mas por dentro, na parte de


trás da minha cabeça, estou emocionada. Eu me odeio.

—No entanto, estou falando sobre isso, nesse caso deixa de ser
assustador. Além disso, quando eu vejo algo que eu quero, eu
admito, mas tenho a sensação de que você entende. Você não
entende, Ace? — Da maneira como ele diz meu apelido, faz parecer
que somos velhos amigos. Eu tenho que lutar comigo mesmo, para
evitar um sorriso bobo no rosto. Então eu vou mudando de assunto
porque não sei como lidar com Owen.

—Na minha antiga escola, tínhamos uma placa que mostrava


inscrições de clubes e outras atividades extracurriculares que a
escola estaria oferecendo. Existe algum lugar que indique essa

4
- Admito .
informação aqui? — Minha tentativa de mudar de assunto parece
funcionar.

—Eu pretendo mostrar-lhe tudo, Ace. — Seu longo braço


aponta para o corredor. —Deixe-me indicar-lhe o caminho.

Eu vejo algumas pessoas se virarem para nos olhar. Eu me


pergunto se é porque sou nova ou se eles estão olhando para Owen,
que apesar de não me tocar, está no meu espaço pessoal. Nós
provavelmente parecendo um casal.

—Há um determinado clube ou atividade que você deseja


participar? Tem uma tonelada de atividades aqui, mas eu não
participo de nenhuma. Apenas o futebol. — Pela primeira vez, ele
parece um pouco inseguro de si mesmo.

Esse pouquinho de vulnerabilidade mexe comigo e parte do


meu aborrecimento desaparece. —Vou escolher outra coisa. Eu não
estou realmente preparada para o futebol, — o provoco, olhando
para ele sob meus cílios.

—Não é tudo sobre estar no campo. Aposto que você poderia


fazer algumas jogadas assassinas para nós. É tudo sobre
concentração.

Eu acho graça dele achar que possivelmente eu estaria


interessada. Não sei muito sobre futebol. Às vezes leio no sofá
enquanto papai assisti ao jogo. Eu também fui a alguns jogos com
ele. Seria uma mentirosa se não admitisse que acho divertido torcer
da arquibancada. E sabia que fazia meu pai feliz quando eu torcia
junto com ele.
Quando chegamos as inscrições eu procuro por algo
interessante, mas nada se destaca. Quando me matriculei, já me
colocaram no clube de ciências, eu deveria pegar outro. Meus olhos
passam pelo anuário e pelo clube de formatura. Dou um olhar para
o clube de culinária antes de aterrissar na costura. Agora, isso
poderia ser útil, sou boa nisso, mas quero ser melhor. Eu não posso
me tornar uma cirurgiã sem as melhores habilidades de costura.

Aproximo-me e puxo a ficha de inscrição. Pelo menos isso está


fora do caminho e agora eu posso ir para a minha primeira aula.

Owen também pega uma. —Costura? — Pergunta enquanto


coloca o pequeno pedaço de papel em seu jeans.

—Sim. Eu preciso treinar minhas habilidades se eu vou seguir


os passos do meu pai. Não posso ser cirurgiã se não for capaz de
costurar. — Eu dou de ombros. —Há uma razão pela qual você vai
participar do clube de costura?

—Fazer para minha mãe um avental ou algo assim. Ela adora


essas porcarias, com essas mãos posso fazer outras coisas além de
pegar uma bola de futebol. — Diz ele me provocando. Anunciando
querer fazer algo para sua mãe só me faz gostar mais dele do que
deveria. Nós caímos na brincadeira fácil um com o outro. Muito
fácil. Parece que nos conhecemos a mais tempo do que realmente
nos conhecemos. Nossos ombros se esfregam juntos - ou meu ombro
se esfrega no braço dele. Ele não se afasta e nem eu. Já lamento ter
dito que não poderia me abraçar porque era um peso bom e
quente. O ar condicionado dentro da sala estava me deixando com
frio.
A conversa termina quando chegamos à sala de aula. Eu me
dirijo para uma mesa na parte de trás da sala, de acordo com o meu
plano de se misturar. Owen puxa e arrasta uma cadeira. É sentar ou
arrastar. Não querendo fazer uma comoção, eu me sento e Owen
levanta a coisa toda - eu e a cadeira - do chão e a desliza para fora do
corredor e sob a mesa. Eu acho que não tinha percebido que os
músculos em seus braços realmente faziam alguma coisa. Meu sexo
aperta entre minhas pernas. Porra. Um cara quente que pode me
levantar assim está fazendo coisas ruins para o meu corpo.

Ele senta ao meu lado. Deveria ter usado meu cabelo solto
hoje. O rubor em meu rosto provavelmente está em exibição para
todo mundo ver e pela minha visão periférica, todo mundo está
vendo.

Enfio a cara na minha bolsa, pegando meu laptop para tomar


notas. Concentro-me em frente e oro para que esta aula comece em
breve. Minha mente está em todo lugar sobre Owen McCoy.

—Owen

—Sim, Ace?

Eu olho para ele, que está olhando diretamente para mim, não
tentando esconder seu claro interesse. Não há jogo. Está deixando
tudo às claras.

—Eu não namoro. Estou focada na escola. Por alguma razão,


tenho que deixá-lo saber disso. — Talvez eu esteja apenas me
lembrando.

—Amigos então. Você faz amigos, não é?


Eu lambo meus lábios secos. Eu não faço nada, mas minha boca
traidora se abre e diz: —Sim. Amigos eu posso gerenciar.

Ele agarra minha cadeira de escrivaninha com o pé,


enganchando-a na parte inferior e puxando-a e a mim para mais
perto dele alguns centímetros. —Então nós vamos ser melhores
amigos. — Ele segura seu punho para cima. Meus olhos vão para lá
enquanto eu luto com outro sorriso. —Vamos, Ace, não deixe seu
melhor amigo no vácuo.

Eu estendo a mão, batendo o punho e me perguntando como


vou conseguir ser apenas sua amiga.
Owen

ELA ESTÁ SORRINDO. Isso é tudo o que realmente importa neste


momento. Posso fazê-la sorrir. Além disso, estamos sentados lado a
lado e está claro para todos nesta sala de aula que ela é minha. E as
pessoas já estão murmurando ao redor dela.

Teria sido melhor conhecer algumas das garotas para que


pudesse montar um bom grupo de amigas para ela, tento me
lembrar de quais caras do time estão namorando. Eu realmente não
prestei atenção aos casais do grupo porque essa merda não me
interessava antes, mas agora que eu tenho Ace, provavelmente vou
estar mais perto desses caras.

Não me entenda mal. Os outros caras são uma merda, mas as


garotas rastejam em seus paus. Ace, provavelmente desaprovaria
isso, sinceramente, eu também. Se outro cara respirar perto dela,
meus punhos ficarão a postos. Por exemplo, JJ Anderson está
encarando Ace por dois segundos a mais.
—Ei, JJ, olhos para frente, — eu grito.

A cabeça de JJ se vira para mim, seus olhos se estreitam. —


Quem diabos é você?

Eu treino no campo com os caras desde julho, então me esqueci


de que eu sou o novato aqui. Eu estico minhas pernas e coloco um
braço atrás da cadeira de Ace.

—O cara que está trazendo para casa o seu troféu de campeão,


é isso. — Arqueio uma sobrancelha para ele. De acordo com o
memorando da classe que memorizei no meu tempo de inatividade,
JJ está no time, o que significa que ele tem boa força na parte
superior do corpo, mas provavelmente pula o treino de perna. De
qualquer forma, posso levá-lo. E não estou preocupado.

—Futebol, — JJ bufa. —Como alguém aqui se preocupa com


essa merda.

—Eu me importo, — diz uma voz suave na frente.

A cabeça de JJ gira novamente. Todos nós olhamos para ver


Carter, encostado na mesa do professor como se fosse dono da sala
de aula. Provavelmente, desde que seu nome está no prédio.

—Eu cuido disso, — digo a ele. Eu não preciso do quarterback


me seguindo e lutando minhas batalhas. Novatos precisam formar
seu próprio espaço. Fiz isso no primeiro dia em que comecei a
treinar, iniciei uma briga com o maior cara do time e o levei ao
chão. Eu e Higgsy somos amigos hoje. Ele sabia o que eu estava
fazendo e ficou impressionado com os movimentos que usei para
derruba-lo. Embora, não pudesse mantê-lo lá por muito tempo. O
cara pesa 145 kg, mas foi o suficiente para levá-lo. Só que esta
situação nem se compara, JJ é um idiota, está agindo como se fosse
um grande homem, porém ele tem duas opções, voltar atrás no que
disse ou levar um chute na bunda.

—Sim, tudo bem. — Carter senta, ficando de costas para nós.

JJ, que não usa as células cerebrais que Deus lhe deu, assume
que é permitido provocar o novato, saindo de sua cadeira caminha
em direção a Ace.

—Ei, menina bonita. Desde que você é nova aqui, deixe-me


dizer algumas das regras. Toda garota nova tem que chupar o pau
de um veterano. Ainda bem que estou aqui por você.

Estou fora da minha cadeira e prestes a saltar sobre as mesas


quando o punho de Ace dispara, e vai direto às bolas de JJ.

—FF-foda-se, cadela, — ele ofega e se dobra ao meio de dor.

—Eu pensei que você tinha dito para colocar no lugar o pau de
um veterano. Eu ouvi isso errado? — Ela pergunta inocentemente. A
sala se enche de risinhos. Uma garota dois lugares ao lado de Ace
diz: —Não. Eu ouvi a mesma coisa.

Várias outras garotas acenam com a cabeça e gritam


concordando, fazendo a volta ao redor da mesa agarro JJ pelo
colarinho. Ele tropeça em seus pés, com o rosto vermelho de raiva,
e as mãos em concha em torno de seu lixo.

—Você vai me pagar por isso, — ele disse, mas acaba saindo
como um choro de bebê, o que fez todos na sala caírem na
gargalhada.

Eu o levo para fora da sala de aula.


—Pegue um pouco de gelo e esfrie isso, — ordeno e então fecho
a porta.

Eu vou até Ace, me agachando ao lado de sua mesa. —Você


precisa de alguma coisa? — Reparo suas juntas vermelhas.

—Não. — Ela tenta me enganar, mas sua mão treme quando


vira para uma página em branco no seu caderno.

—Tudo bem, mas estou te dando um aviso antecipado. Eu não


vou deixar você fora da minha vista hoje, o que significa que vai ter
que ir ao treino de futebol comigo ou não serei capaz de treinar
direito.

—Eu não posso, — ela me lembra. —Tenho clube de costura.

—Sim, depois do treino.

Volto ao meu lugar, desejando que tivéssemos assento no


banco ou alguma outra merda, então não teria todo esse
espaço entre nós, aproximo minha mesa para mais perto dela. Ela
não parece notar ou se importar.

—A ficha de inscrição dizia que o clube de costura se reúne


depois da aula, — ela insiste.

Bato na mesa para chamar sua atenção, posso dizer que está
abalada, mas fingindo que não, eu não estava mentindo quando
disse que precisaria manter meus olhos nela o tempo todo, então
essa coisa de clube de costura que estamos fazendo, vai ter que ser
em outro momento. Vou falar com o Carter, sei que pode organizar
isso. Por enquanto, eu só tenho que deixar Ace saber que ela não
está sozinha, mas de uma forma que não a faça pensar que estou
tentando usurpar sua autonomia.

—Você realmente vai me manter fora do clube de costura e


fazer minha mãe chorar? Quer dizer, ela não chorou quando Peter
Parker morreu na Infinity War5, então você sabe que ela tem nervos
de aço, mas isso? Isso iria devastá-la.

A linda boca de Ace faz um biquinho tentando não sorrir. —


Está sendo muito melodramático.

—Às vezes a verdade bate em você com força no coração. — Eu


soco meu peito algumas vezes.

—Nem mesmo estou no clube de corrida, — diz ela e é quando


sei que eu a tenho.

—Não se preocupe com isso, com certeza você vem ao


treino. Eu vou passar pela sua aula às 2:45.

—Você nem sabe ... — Ela se corta.

Os cantos da minha boca se erguem. —Sim. Eu sei a sua


programação.

—Claro que tem, acabei de me lembrar, — ela diz, levantando


seu queixo fofo, que eu adoraria apertar, mas estupidamente
prometi não tocá-la sem pedir sua permissão antes. Vou ter que
obter algum tipo de consentimento, mas ela não vai dar agora. Além
disso, ela me fazendo pedir sua autorização antes de tocá-la é meio

5
- Vingadores: Guerra Infinita
que pervertido. Há coisas que posso fazer com isso. Eu sorrio para
mim mesmo.

—Por que esse sorriso? — Ela pergunta desconfiada.

—Nem queira saber. — Eu pisco.


Alice

EU DESENHO círculos no meu bloco de notas esperando acabar a


aula. O Sr. Barker entregou o programa de estudos do semestre e eu
já estava muito à frente, fiquei preocupada de que poderia estar
atrasada no conteúdo, sendo uma nova escola e tudo mais. Mas pelo
que vejo meu último ano do ensino médio vai ser mais fácil do que
eu imaginei que seria. Faltam apenas alguns minutos de aula e me
pergunto se Owen estará me esperando. Ele disse que iria, mas eu
espero por ele? Tenho certeza que levará alguns minutos para vir da
aula dele para a minha.

Fiquei desapontada quando percebi que não tínhamos a última


aula juntos. Ele esteve ao meu lado o dia todo. Isso facilitou meu dia
e eu estava começando a me sentir uma otária do modo que agi
quando ele me abraçou esta manhã. Ainda estou desconfiada de
como ele é bom para mim, mas vou lhe dar o benefício da
dúvida. Tudo o que ele fez até agora pareceu genuíno, apesar de ser
apenas amizade entre nós. Sei que é de fachada, mas eu vou com
ela. Não há como negar a atração entre nós, mas meu foco tem que
ficar em meus estudos. Fico feliz que tenha concordado em fingir
que só permaneceríamos amigos.

Aquele babaca idiota me fez sentir desconfortável. Eu ainda


não posso acreditar que dei um soco no pau dele, porém, ele pediu
por isso, mas poderia ter revidado me batendo de volta. Eu acho que
meu subconscientemente sabia que Owen não deixaria isso
acontecer, também sabia que tinha que me defender. JJ era um
lembrete do porque eu não namoro, mas Owen continua me fazendo
questionar essa regra. Ele é muito bonito e doce para o meu próprio
bem. Passou o dia todo grudado em mim, no almoço tentou me dar
toda a comida do seu prato, várias vezes me perguntando se eu
queria mais.

No decorrer do dia, durante as aulas pude conhecer Owen um


pouco melhor, jogamos conversa fora enquanto aprendíamos
pequenas coisas um do outro. Fiquei surpresa ao descobrir que é
novo na escola também, a maneira como ele interagia com todos
fazia parecer que estava aqui há anos. Ele tem um ar sobre ele
que exige respeito, é confiante sem ser arrogante. Eu não sei como
ele consegue, mas funciona.

Meus olhos descem para onde estou rabiscando círculos para


ver que escrevi o nome dele. —Oh meu Deus, — murmuro fechando
meu caderno. Eu não fiz isso.

—Ei, você quer ser minha parceira? — A garota ao meu lado


pergunta. A mesma que ficou do meu lado esta manhã, a professora
disse que precisaríamos escolher um parceiro até o final da
semana. Eu pretendia conhecer todo mundo e ver se eu cliquei
com alguém. Esperava que assim fosse mais fácil de escolher um
parceiro. O nome dela é Melody eu ouvi quando o professor fez a
chamada. Ela parece ter uma personalidade artística, com seu
cabelo loiro colorido em tons de azuis, roxos e marrons. Ela é alegre
sem sequer tentar ser, simplesmente exala isso. Eu nunca
poderia ser assim. —Vou ser direta com você, eu sou péssima em
anatomia e fisiologia, mas é uma aula obrigatória para a faculdade
que vou prestar. — Isso não é apenas anatomia e fisiologia. É
anatomia avançada e fisiologia II.

Ela solta uma risadinha. —Eu não estou me vendendo muito


bem como parceira, estou?

—Não. — Eu rio com ela.

—Eu trabalho duro, prometo. É que simplesmente não sou boa


no assunto. — Diz ela dando de ombros. Papai sempre me disse que
você não precisa ser o melhor em tudo que faz. Não é que todas
as pessoas de sucesso sejam talentosas; alguns apenas trabalham
duro com um propósito para ter sucesso. Se alguém está disposto a
se esforçar então eles são pessoas com que vale a pena trabalhar.

—Você conseguiu uma parceira. — Eu estendo minha mão. —


Alice. Todo mundo me chama de Aly. — Me apresento, mas tenho
certeza que ela já sabe o meu nome. Esta é a segunda aula que
assistíamos juntas e as duas tiveram chamada.

—Melody. — Ela pega minha mão. —Prometo que não direi a


Owen que você estava rabiscando o nome dele.

Eu gemo, e jogo a cabeça para trás, o que a faz gargalhar. —Eu


não posso acreditar que fiz isso.

—Nem esquenta, se você vai ficar rabiscando um nome, pode


muito bem ser de alguém que te proteja e apoie. — Ela encolhe os
ombros. —Inferno, outros caras teriam ficado com a ‘língua de fora’,
e talvez não conseguissem te levantar em primeiro lugar. Ele parece
ter ficado orgulhoso de você ter golpeado as bolas de JJ.

Fecho os olhos por um minuto. —Ainda não posso acreditar


que fiz isso, — eu admito.

—Foi o destaque do meu dia. Inferno, talvez o destaque do meu


mês.

—Todo mundo está falando sobre isso? — Eu não sei por que
pergunto. Claro que estão.

—Sim. Existe até um vídeo em andamento no Snapchat em


câmera lenta. — Verifico meu celular para ver por mim mesma. —
Estou brincando, — diz Melody. —Deus, isso seria maravilhoso. —
Ela suspira como se estivesse imaginando a cena.

—Turma dispensada, — Barker anuncia da frente da sala.

—Me passa seu número. — Melody puxa o telefone, esperando


que eu dê a ela. Não foi realmente um problema. Provavelmente
deveria me aborrecer, mas eu gosto do quão direta ela é, passo meu
número e ela me envia uma mensagem. Eu vejo que tenho uma
mensagem da minha mãe também, junto com uma imagem do meu
calendário.

Eu posso ser um pouco obsessiva com o meu calendário. Owen


me viu adicionar coisas a isso toda a manhã, na hora que ele pediu
para compartilhar o meu calendário com o dele, como quando
Melody, pediu meu número, eu apenas compartilhei com ele. Eu não
tenho ideia do por que. Pode ter sido, porque ele mostrou uma grade
interesse. Eu cliquei para ver no que Owen havia me convidado, tem
uma festa marcada para esta sexta-feira à noite e todo o meu sábado
está misteriosamente bloqueado. Bem, se eu aceitar os convites, ele
bloqueará tudo automaticamente. Eu clico em seu calendário, que
ele abriu para mim, e os únicos eventos que têm são aqueles que me
enviou. Ele montou um calendário para sair comigo. Grr. Ele é tão
adorável. Preciso definir um lembrete em meu telefone, um que me
diz diariamente que Owen é apenas um amigo. Vou precisar disso.
Owen

—VOCÊ ESTÁ TRAZENDO QUEM PARA O QUÊ? — Carter aperta os olhos


para mim como se, ao me ver de maneira diferente, mudasse as
palavras que eu disse.

Eu fecho a porta do armário, pego meu capacete e repito minha


declaração. —Estou trazendo Ace para treinar. Não quero que ela
deixe a escola sozinha, já que o JJ provavelmente a está esperando.

—Tudo bem, mas você deixa cair uma bola durante os treinos
e estou batendo em você até vomitar.

Eu estendo minha mão. —Você sabe. Minhas mãos são


coladas. Você chega perto eu estou levando para dentro.

Carter bate nos meus dedos com os dele e nós simultaneamente


recuamos com um estalo. Tudo o que Carter quer saber é que minha
cabeça está no jogo e está. Eu sou bom o suficiente, eu posso ter
minha garota sentada na margem do campo, enquanto estou
jogando. É chamado de multitarefa.
—Você está indo atrás daquela garota Alice? — Billy vagueia.

O sorriso escapa do meu rosto. Billy me passa uma ‘vibe’


esquisita, não muito boa. Não é que ele tenha feito algo de errado
comigo, mas toda vez que ele está perto toca uma campainha de
advertência, como você estivesse no quartel do corpo de bombeiros.

—Eu tenho algumas coisas para fazer, — eu digo


despreocupadamente.

—Há uma aposta, para ver quem vai pegar as novatas. Você
quer entrar?

Eu olho para Carter, que está ignorando o assunto, envolvendo


fita adesiva em torno de seus dedos, apostar quem pega as novatas
está tudo bem, mas trazer sua namorada para o treino não? Não
tenho certeza se concordo com isso.

—Não. Eu sou muito seletivo sobre onde deposito o meu pau.


— E eu não estou colocando em qualquer lugar, além da boceta doce
de Alice.

—Você é quem perde. — Billy encolhe os ombros e se move


através do vestiário para fazer sua oferta a um colega diferente. Eu
o vejo ser rejeitado repetidamente. Acho que é a perda de todo o
time.

Ainda em minhas chuteiras, eu a guardo no corredor para


buscar Ace, na sala de aula. Eu chego assim que o sino toca e derrapo
até parar. A porta da sala de aula se abre e os alunos saem como se
a sala os estivesse vomitado.

Ace está na parte de trás do bando.


—Oi, Ace. — Eu levanto meu queixo.

—Oi, Owen, — ela fala tentando soar duro, mais parecendo um


grunhido de gatinho em seu rostinho bonito.

—Esse é o meu nome. — Eu pisquei para ela. Eu chego a puxá-


la para perto e lembro-me do acordo estúpido que fiz com ela. Não
tocar, sem permissão. —Vamos fazer assim, Ace, — eu sugiro. —
Você me chama pelo meu nome e eu suponho que não há problema
em colocar as mãos em você. Dessa forma, você não precisa ficar me
dizendo que está tudo bem quando ambos sabemos que esta.

—Como uma palavra segura, mas ao contrário? — Diz outra


garota.

Eu olho para a esquerda de Ace e espio outra aluna. Eu pesquiso


meu catálogo interno de alunos e paro na Melody James. —Melody,
bom ver você. — Eu estendo meus dedos para um cumprimento.

—Como você sabe meu nome?

Eu finjo estar ofendido. —Eu não sou apenas um bonito pedaço


de carne, Melody. Eu tenho um cérebro. E sentimentos. — Eu soco
meu peito. —Seja gentil comigo.

—Tanto faz, é nesse cara que você estava pensando em todo


período de aula? Ele é um marombado confiante que só a quer em
suas calças. — Melody balança a cabeça em desgosto. —Venha até a
minha casa e eu vou apresentá-lo a Steven Pants.

Há cerca de meio metro de espaço entre meu mais novo inimigo


e Ace. Sem problemas, eu empurro Melody discretamente para
longe da minha garota. —Sorria. Você terá que passar seu contato
para outra garota. Ace é minha.

—Steven Pants é o meu gato, idiota, — diz Melody. —Viu? —


Ela argumenta com Ace. —É disso que estou falando. Ele vai se
infiltrar em sua vida e não vai deixar você se divertir. Você acabou
de chegar, não deixe que ele dite o que vai fazer. Os atletas daqui são
ruins. Só desejam pregar suas conquistas em algum tipo de mural no
vestiário, e exibi-las como um troféu. Os jogadores de futebol são os
piores do mundo.

Meus braços vão protetoramente ao redor de Ace. —Eu não sei


do que você está falando Melody, mas eu sou um estudante em
primeiro, idiota em treinamento em segundo e jogador de futebol
em um distante terceiro lugar. Pronta, Ace?

—Idiota em treinamento? Mesmo?

Eu tomo isso como um sim e começo a conduzi-la pelo


corredor. —Eu me inscrevi para o clube de costura. Ouvi dizer que
as reuniões foram remarcadas para as sete da noite.

—Sim. Como você conseguiu isso?

—Curiosamente, quando eu disse a conselheira que eu estava


interessado em fazer a aula, mas que estava em conflito com meus
treinos de futebol, ela mudou antes que eu pudesse perguntar.

—Você mostrou sua covinha a ela, não é? — Ace acusa.

—Covinhas, a ela? — Isso é novo.

—Sim. Você mostrou sua covinha, e ela facilmente se deitou e


disse: ‘Por favor, senhor, poderei ver a outra’.
—Ah, não havia ninguém deitado no escritório. — Eu
estremeço. De jeito nenhum eu estaria transando com a Sra.
McGee. Ela tem que ter pelo menos setenta anos.

—É uma metáfora, — diz Melody.

Cara. Ela ainda está aqui? Eu suspiro internamente. Eu acho


que Ace fez uma amiga e eu vou ter que aprender a lidar com ela.

—Quanto tempo dura o treino?

—Uma hora e meia.

—Uma hora e meia? — As duas garotas gritam em uníssono.

Eu sacudo meu ouvido para ter certeza de que meu tímpano


ainda está no lugar. —Sim. Qual é o grande problema? O tempo
passa rápido. Há muita ação em campo e bundas apertadas. Você,
Ace, só está autorizada a olhar para a minha bunda. Melody, há
muitos caras solteiros, então, por favor, sinta-se à vontade para
tratar o time como seu buffet pessoal.

—Eu prefiro passar fome em uma árvore.

—Eu sei essa referência.

—Hã?

—Há um poeta que uma vez amou tanto uma mulher que
depois que ela o rejeitou, foi morar no oco de uma árvore, — explico
à minha futura amante da ciência.

Melody estreita os olhos para mim. —Como você sabe disso?


—Eu sou um amante das palavras. — E Ace também, mas eu
guardo isso para mim mesmo. —Minha melhor amiga vai te contar
tudo no treino.
Alice

—MELHOR AMIGA? — Melody pergunta, levantando tanto a sua


sobrancelha que encontra seu couro cabeludo.

Me remexi na cadeira da arquibancada e finjo que não a


escuto. Parece idiota quando ela diz isso em voz alta. Ainda assim,
não posso deixar de achar cativante que ele esteja mantendo
isso. Os olhos de Melody vão para o campo onde todos estão
começando a treinar. Enquanto ela observa os garotos fazendo seus
exercícios, seu nariz se contorce como se nunca tivesse visto
pessoas jogando futebol antes. Estou um pouco surpresa por ela ter
sentado comigo nas arquibancadas. Eu imaginei que ela seria
reservada agora. Porcaria, é então que lembro que tenho uma
mensagem da minha mãe. Eu disse que avisaria quando estivesse
pronta. Não tinha certeza de como seria o dia e, portanto, poderia
escolher um clube que pudesse começar depois da escola ou ter a
necessidade de falar com um de meus professores.
Pego meu telefone para ler a mensagem e ligo para informar
meus planos. É então que vejo mais de um texto perdido dela.

Mãe: Como está indo seu primeiro dia?

Mãe: Seu pai sabe quem é Owen McCoy. Ou como ele me disse
- Owen —Fast6— McCoy.

Mãe: Eu preciso ir buscá-la agora?

Mãe: Você está tão ocupada conversando com Owen que não
pode mandar uma mensagem para sua mãe?

Eu olho para cima para ver Owen correndo pelo


campo pegando uma bola de futebol facilmente. Então entendi o
‘fast’, mas como meu pai sabia quem ele era? Meu telefone vibra na
minha mão. Eu não tenho que olhar para saber quem está
chamando. Desço da arquibancada um pouco antes de apertar o
botão para aceitar a ligação. Não quero parecer rude recebendo
uma ligação no meio do um treino, então eu mantenho minha voz
baixa. Além disso, a voz da minha mãe tende a ficar mais alta se ela
está animada com alguma coisa. Posso dizer que está curiosa sobre
Owen e não tenho certeza se quero que
Melody ouça nossa conversa. Não que ela esteja prestando atenção
nesse momento.

—Eu estava prestes a responder as suas mensagens. Desculpa!


— Falo rapidamente. Eu não estava conversando com Owen, mas ele
está me distraindo bastante. Ela estava parcialmente certa. Como
sempre está. Melody tira os olhos do campo para olhar para mim
por um momento, mas eles se voltam para o campo, quando ela vê

6 - Fast – Rápido em inglês


que eu estou no telefone. Tenho a sensação de que Melody será mais
do que minha parceira de aula. Pareço ter encontrado um parceiro
de arquibancada também.

—O que você está fazendo? — Diz ela jogando no modo mãe,


agora. Sei o que pretende que eu cuspa informações sem ela
perguntar. Afasto-me do tema ‘Owen’ o quanto puder.

—Estou sentada. — Não é mentira, estou sentada mesmo. —


Esperando o clube de costura começar.

—Clube de costura? — Eu posso ver seu rosto


agora, sobrancelhas franzidas enquanto ela se pergunta por que há
um clube de costura, na escola. —Se você fosse alguma outra garota,
eu provavelmente chamaria você de mentirosa. E provavelmente
diria que você tem planos de se esgueirar e fazer algo que não
deveria.

—Não, o clube de costura começa às sete.

—Sete! — Grita. —O que você vai comer no jantar? O que você


fará até começar? Isso são horas de espera. — Ela dispara
perguntas, preocupada.

—Como papai conhece Owen? — Eu jogo essa. Quase me chuto


porque minha mãe vai saber que estou interessada. Eu abri a porta,
praticamente a convidando para indagar sobre ele agora.

—Você responde minhas perguntas e eu respondo as suas, —


ela diz presunçosamente.
—Vou ler enquanto espero, e de qualquer forma comi bem no
almoço, — digo. Então o maldito treinador soa um apito alto o
suficiente para todos ouvirem. Incluindo minha mãe.

—Onde você está lendo? — Pergunta.

—Ei. Eu respondi as suas, agora você responde as minhas.

—Seu pai acha que ele será recrutado para a Notre Dame. Disse
que ele provavelmente será requerido, mas não sabe com quem ele
vai assinar. — Meus ouvidos se animam com isso. É para onde eu
queria ir. É para onde meu pai foi. Foi minha primeira escolha. Meus
olhos se voltam para Owen, que está pegando outra bola. Ele
arranca bem no ar. Uma mão dessa vez. Ele é tão gracioso no campo
que é difícil tirar meus olhos dele. Me pergunto o que mais ele pode
fazer com essas mãos.

—Ele faz com que pareça uma arte, — diz Melody ao meu
lado.

—Quem é essa? — Mamãe pergunta no meu ouvido.

—Melody. Minha parceira de ciência.

—Oh. — Minha mãe parece um pouco desapontada. —Onde


vocês estão meninas? — Ela tenta novamente.

—Você não está me rastreando? — Eu provoco. Minha mãe e


eu temos o rastreamento uma da outra. Eu instalei um tempo atrás
porque gostava de saber quando ela estava a caminho de casa com
a comida. Era a comida que eu estava rastreando na verdade. Já no
caso dela, está me seguindo porque é intrometida. Mesmo que tente
fingir que não é.
—Diz que você está na escola, mas não me mostra muito
mais. — Ela suspira.

—Eu estou do lado de fora do campo de futebol, —


eu finalmente falo.

—Oh, — ela diz novamente. Desta vez ela é um pouco mais


animada.

—Posso te mandar uma mensagem depois? — Eu pergunto, me


sentindo rude ao telefone enquanto Melody está sentada aqui, mas
ela está mais interessada no campo de futebol do que em qualquer
coisa.

—OK. Mas se você precisar de algo pode mandar uma


mensagem e vou levar para você.

—Te amo mãe.

—Também te amo, querida, — diz antes de desligar.

Melody está mais interessada no treino, do que imaginei que


estaria. Não com o discurso dela de antes sobre jogadores de
futebol. Eu seria uma mentirosa se não admitisse que houvesse algo
sexy em ver quão bom Owen está no campo. De repente, estou mais
no futebol do que nunca.

—Por que anatomia e fisiologia, se você não é boa nisso? — Eu


pergunto a Melody, tentando pensar em algo diferente do que as
habilidades sexuais de Owen em campo. Meus olhos vão para o
bloco de desenho que eu notei que está sempre em sua mão. Ela
guardou seus outros livros na sua mochila, mas o bloco permaneceu
com ela. Eu a vi desenhando quando eu estava na aula. Eu sabia que
ela provavelmente estava aqui para a arte.

—Minha mãe diz que a arte não vai me alimentar. Tenho que
fazer algo inteligente para que eu possa cuidar de mim mesma. —
Ela usa um par de jeans de trezentos dólares e alguns tênis brancos
que parecem que ela mesma desenhou. Eu sei que esses não são
baratos também. Meu rosto deve mostrar a pergunta dançando na
minha cabeça. Ela parece surpresa agora. —Ela não quer que eu seja
como ela. — Dá de ombros. Este não é tão indiferente quanto os
outros que ela deu.

—Como ela? — Eu levanto uma sobrancelha, curiosa.

—Dependente de um homem. — Ela diz com nojo em sua


voz.

Sim, alguns homens são nojentos. Papai não é, existem bons por
aí. Meus olhos voltam para o campo de futebol para Owen. —Há algo
errado em depender das pessoas? — Eu acho que seria triste não ter
alguém em quem você pudesse confiar quando precisasse.

—Você não pode contar com ninguém. — Minha cabeça se volta


para ela. Meu coração sofre por ela neste momento.

—Eu sinto muito.

Ela vira a cabeça para olhar para mim agora. —Não se sinta mal
por mim. — Ela ri. Não sei se a risada é para esconder a dor ou outra
coisa. De qualquer maneira eu não gosto disso. Ela fica de pé. —Eu
te vejo amanhã. — Ela pega sua mochila. Eu estendo a mão,
agarrando a outra mão dela.
—Você sempre pode contar comigo, — digo a ela. Eu vejo
aquele começo difícil que ela teve com Owen. E aperto sua mão. Ela
me dá um aceno de cabeça e, sem dizer mais nada, se vira e vai
embora.

A sigo com o olhar, já sabendo que vou fazer um esforço para


ser sua amiga. Ela e Owen foram lembretes hoje de que nem todos
são o que parecem. Existem tantas camadas nas pessoas. Eu puxo
um livro da minha mochila para ter uma vantagem em alguns dos
trabalhos do curso deste ano, me perdendo nele. É um hábito
agridoce que tenho.

Um apito sopra e quando olho para cima do que estou lendo,


vejo um suado Owen correndo na minha direção.

—Dê-me quinze minutos para tomar banho e me


vestir. Podemos seguir para a costura depois disso. Soa bem, Ace?
— Owen diz enquanto fica lá todo homem e suado. É como se minha
língua estivesse travada quando procuro as palavras para lhe dar
uma resposta. Minha boca não obedece ao meu cérebro. Ele está tão
quente que estou sem palavras. Eu finalmente ordeno meu cérebro
e minha boca.

—Ok, Owen.

Ele sorri amplamente com minha resposta quando estende a


mão para tocar meu nariz com o dedo. —Vejo você em alguns
minutos. — Ele pisca para mim enquanto vai para o vestiário.

É então que percebo que de todas as palavras que poderia ter


escolhido para usar, disse o nome dele, dando-lhe permissão para
me tocar.
Owen

TOMO BANHO MAIS RÁPIDO do que nunca e saio do vestiário antes


que alguém possa entrar no meu caminho. Eu posso ter derrubado
um calouro ou dois para fora, mas, eh, é a vida. Ace está sentada
no chão do corredor sujo, lendo seu livro de matemática.

Eu sorrio para mim mesmo. Que nerd, que merda de nerd


gostosa. Talvez ela possa ler as equações em voz alta enquanto eu
enterro meu rosto entre suas pernas. Isso seria sexy. Claro, isso não
é muito exagerado. Acalmo minha respiração.

—Hey, Ace, temos cinco minutos e tenho um bolso cheio de


trocados. Vou alimentar você com algum lanche gourmet da
máquina automática.

Ela se vira e inclina a cabeça como um gato tentando descobrir


se ela vai matar sua presa ou brincar com ela
primeiro. Brinque comigo, Ace , eu imploro silenciosamente. Corra
suas garras de gatinho em cima de mim e depois me foda até a morte.
—Isso soa delicioso. — Ela guarda seu livro na mochila e fica
em pé.

Eu puxo a mochila da mão dela, colocando-a sobre um ombro e


jogo meu braço em volta de suas costas. Ela se encaixa como se ali
pertencesse. —Ótimo. Você é o tipo de pessoa de chocolate ou doce?

—Você disse que isso era um lanche gourmet, então por que eu
tenho que escolher?

—Você está absolutamente certa. LifeSavers 7 e um saco de


M&Ms chegando. — Acabamos comprando um pouco de tudo junto
com dois refrigerantes. Ace devora os M&Ms, mas apenas os
marrons, porque os outros são uma afronta à humanidade, ela
informa. Eu saboreio os chocolates cheios de amendoim e Ace faz
caretas para mim.

Porra, é divertido estar com ela. Embora, por que não seria? Ela
é minha alma gêmea e sou uma pessoa divertida, então faz sentido
que ela também seja. Estamos rindo quando chegamos à sala de
costura. Ace abre a porta e depois para abruptamente, quase me
fazendo pisar nos sapatos dela.

—O que há de errado? — Eu pergunto, imediatamente a


puxando para fora, para que possa protegê-la com o meu
corpo. Perscrutando a sala, procuro por perigo, mas não vejo nada
além de um grupo de cerca de quinze garotas. Talvez ela tenha
algum desentendimento com alguma delas. Me preparo, ninguém
vai ser maldoso com minha Ace, estou aqui para garantir isso.

—Qual deles? — Eu rosno por cima do meu ombro.

7 - Uma marca de bala americana, parecidas com as pastilhas de menta Garoto.


—Qual deles o quê?, — ela pergunta.

—Qual deles precisa corrigir seu comportamento? — Eu


inspeciono os oponentes. Meus olhos pousam em uma garota com
várias presilhas em um lado do cabelo. A assimetria me incomoda
mais do que o número de presilhas. Isso parece anormal.

—Hum, eu não sei do que você está falando. — Ace puxa meu
braço. Sem tirar os olhos do meu suspeito, eu recuo e me agacho,
porque Ace quer sussurrar algo no meu ouvido. —Esta turma, são
todas de meninas, — ela sussurra. Sua boca é apenas cerca de um
centímetro do meu rosto. Se eu me virasse, eu poderia beijar aqueles
doces lábios. É uma tentação.

—Owen

Isso soa como permissão. Fecho a porta e viro para encontrar


seus lábios. Sim. Ângulo perfeito. Eu abro minha boca e corro minha
língua por seu lábio inferior, ela inala rapidamente. Isso soa como
um convite. Eu me inclino para o beijo, sentindo a forma de seus
lábios carnudos, o seu sabor doce, o cheiro de xampu de
morango. Me aproximo mais trazendo seu rosto ainda mais
perto. Ela estremece sob o meu aperto. Suas mãos se levantam e
seguram meu pulso, não para me afastar, mas para me segurar
lá. Entendi. Ela sente como se estivesse se afogando e precisa de
uma âncora.

Eu também me sinto assim. Quero dizer, eu sabia que a queria


desde o primeiro momento em que pus os olhos nela, e sabia que ela
era minha garota eterna quando vi como ela tratava aquela menina
e sua mãe, mas eu realmente não entendia como ela iria balançar
meu mundo até que eu coloquei minha boca na dela.
Nós não estamos realmente nos beijando. Estamos fazendo
promessas sem palavras. Eu estou dizendo a ela que vou dar a
minha vida para fazê-la feliz e ela está me dizendo que ela confia em
mim. Eu a puxo mais perto, me contorcendo e levantando-a para
poder pressionar suas curvas suaves e perfeitas em minha virilha
dura.

Suas pernas se encaixam ao redor da minha cintura, me afasto


de seus lábios e procuro a primeira superfície horizontal
disponível. Quando meus olhos pousam no chão de azulejos, me dou
conta de onde estamos e o que estou fazendo. Este não é o lugar
certo para a nossa primeira vez. Ace merece rosas e luz de velas e
uma cama. Puta merda, eu sou um idiota. Eu a abaixei no chão e me
afasto.

—Desculpe por isso. — Eu esfrego o meu cabelo. —Eu meio que


perdi a noção de onde estávamos.

Ela pisca para mim, seus lábios inchados e vermelhos. —Não


olhe para mim assim, — eu imploro.

—Assim como? — Ela pergunta, se curvando em sua completa


confusão e inocência.

—Como se você não quisesse mais nada além de eu colocar


minha boca de volta na sua. — Eu solto um suspiro longo e
frustrado. —Vamos entrar antes que eu te ataque aqui mesmo.

—E se eu quiser ser atacada?

Eu aperto minha garganta com força. Se controle, idiota. A falta


de oxigênio ajuda a me acalmar um pouco. O suficiente para eu não
a jogar no chão, arrancar suas roupas e tirar sua virgindade de um
jeito que eu e ela nos arrependeremos. Ou amor, diz uma voz
pequena e maligna.

—Você está bem, Owen? — Ela pergunta.

—Não, realmente não, — eu admito. —Eu tenho dezoito anos e


não tive meu pau em nada além da minha mão, então é meio difícil
para eu ouvir você dizer coisas assim e não querer abrir um buraco
em seu jeans e te foder contra a parede, mas é o nosso primeiro dia,
então estou tentando muito causar uma boa impressão aqui. — Olho
para ela. —Como eu estou indo?

Ela sorri. Ô diabos, ela sorri para mim. —Eu vou te dizer depois
da aula de costura, — ela comenta e sai valsando para a aula, me
deixando de pau duro como pedra.

Eu tenho apenas algumas opções aqui. Posso ir ao banheiro


bater uma punheta ou eu posso esperar até que meu pau se
acalme. O problema é que essas duas escolhas levam tempo, então
opto pelo terceiro, e mais doloroso. Eu soco minhas bolas.

Porra! Lágrimas picam meus olhos. Eu me inclino e suspiro,


talvez eu devesse ter esperado dois segundos, tentando pensar em
outra coisa. Tarde demais para isso. Eu suspiro mais alguns
instantes me endireitando.

A turma já iniciou quando eu entro. Ace me olha com


curiosidade, pois eu tenho uma expressão de dor no rosto. Tento
reorganizar minhas feições com um sorriso, que só a deixa ainda
mais curiosa. Me sento ao seu lado e sussurro: —Longa história, te
conto mais tarde.
—Ok. — Diz ela, deixando uma pilha de suprimentos em minha
frente. —Você deve a Sra. Burdock dez dólares.

—Sim. — Pego minha carteira e retiro o dinheiro necessário. —


O que estamos fazendo?

—Uma fronha de travesseiro.

—Adorável. — Examino o material e olho a minha volta. Todo


mundo está classificando suas coisas e fazendo anotações. Eu olho
para a mesa de Ace. Ela tem números em seu bloco. Eu estreito meus
olhos. —Existe matemática nesta aula? Ninguém me disse que
haveria matemática.

—Não há matemática, — Ace me garante.

—Quero dizer ... eu não estou te chamando de mentirosa, Ace,


mas há números em seu caderno.

Ela sufoca uma risadinha. —Prometo a você que não há


matemática.

—Há um sinal de igual. Isso definitivamente sinaliza algum tipo


de adição, subtração. Talvez até aquela coisa avançada chamada
multiplicação. — Eu zombo estremecendo.

—Eu posso ajudar você , — se oferece uma garota à minha


direita.

O sorriso de Ace murcha. Notando seu desconforto, me apresso


a cortar seu embalo para que Ace não saia no tapa com ela. —Nah,
Ace consegue. Ela é uma calculadora humana, certo?

—Na verdade, não.


—Bem, se você precisar de alguma coisa, eu sou Marisa Hardy.
— Ela estende a mão.

Eu olho para Ace para ver o que ela quer que eu faça, porque eu
posso facilmente ignorar essa garota, mas se ela quer que eu seja
amigável, eu posso aceitar a saudação. Eu levanto minhas
sobrancelhas em uma pergunta silenciosa. Ela me dá um leve aceno
de cabeça.

—Owen Fast McCoy, — digo a garota estendo minha mão na


dela. —Novato. Namorado de Ace. Ace é nova aqui também.

—Meu namo... -— Interrompe Ace quando Marisa se vira para


cumprimenta-la também.

—Eu imaginei que você fosse novata, mas eu não queria falar
nada, — diz Marisa para Ace. As duas se apertam as mãos. Eu gosto
dessa garota Marisa. Faço uma nota mental de colocá-la na coluna
de pessoas legais.

—Alice Alistair, mas todo mundo me chama de Aly. Sim sou


nova, meu pai conseguiu um emprego na cidade, então nos
mudamos.

—Isso é bom, — declara Marisa. —Você teve que se mudar no


seu último ano? Eu ficaria lívida.

Ace faz uma careta. —Não. Eu estava num internato terrível


antes, então fiquei feliz em sair. FU parece legal. Quero dizer, é
apenas o primeiro dia, mas a maioria foi legal até agora.

—É onde vocês dois se conheceram? No colégio interno?


—Não, — eu cortei alegremente. —Eu vi Ace no shopping outro
dia.

—Nós não estamos realmente namorando. Somos amigos—


Ace corrige.

—Eu sou um garoto, somos amigos. Isso faz mim seu


namorado. É como matemática apenas com palavras .

Ace suspira. —Nós literalmente nos conhecemos hoje, — diz


para Marisa. —Então não estamos namorando nem nada.

Marisa está perplexa. —OK. Quero dizer, o que vocês dois estão
fazendo não é da minha conta, mas é fofo. Seja o que for. — Ela se
volta para nós. —Apenas fique longe dos caras do futebol. Eles são
todos uns idiotas.

Retiro o que eu disse. Marisa não é uma garota legal. Eu a movo


para a coluna vermelha e coloco um grande X vermelho ao lado do
nome dela. —Uau, isso é uma agulha? — Eu exclamo, pegando uma
pequena coisa de prata, na esperança de inviabilizar qualquer
discussão sobre jogadores de futebol idiotas. Eu me pergunto o que
Carter fez que dá ao time uma notoriedade tão ruim. Quero dizer,
nem tudo pode ser por causa de Billy ... pode?

—Sim, é uma agulha, — Marisa ri. Eu olho para cima para ver
que metade das garotas moveram suas mesas e cadeiras para perto
de mim e Ace.

—Como diabos eu vou conseguir o fio dentro deste minúsculo


buraco? — Eu levanto a agulha e aperto os olhos. Eu tenho mãos
mágicas. Você pode jogar qualquer coisa a uma distância de um
braço de mim e eu estou pegando. Eu não me importo se é uma
melancia, um kettlebell 8 pesando 25 kilos, ou uma bola de
futebol. Eu estou pegando isto. Mas essa coisa de agulha é tão
pequena que mal posso vê-la e o buraco onde o fio deve passar é
ainda menor. —Vocês estão brincando comigo, não é? Isso não é
uma agulha. Ninguém pode colocar a linha neste buraco. Isso é
ridículo. — Eu viro para Ace de acordo, mas ela está cobrindo o rosto
com as mãos para esconder sua diversão. Ao meu redor, os rostos
das garotas estão em diferentes fases de riso. Com a agulha ainda
entre meus dedos, levanto as palmas das mãos em rendição. —É
verdade, não é? E ninguém vai me dizer que não estão mentindo.

—Aqui, você pode usar o meu enfiador de agulha, — oferece a


garota das presilhas.

Isso soa como uma oferta vagamente pornográfica. Eu


recuso. —Ace se ofereceu para enfiar todas as minhas
agulhas. Obrigado embora.

As garotas se voltam para seus lugares.

—Eu ofereci?, — ela pergunta.

Eu pego a mão dela e coloco a agulha na palma da mão dela. —


Você ofereceu, silenciosamente, e eu aceitei. Fique à vontade.

Ace pega a agulha, murmura algo baixinho que soa suspeito


como: —Eu não sei o que está acontecendo, — mas enfia a linha na
agulha para mim de qualquer maneira.

8 - objeto redondo com alça, usado para exercícios físicos


Enquanto isso, eu aliso o tecido xadrez e pego a folha de
instruções para que eu possa descobrir como fazer essa
fronha. Como estou fazendo a porra da matemática estúpida que
ninguém me avisou para que eu possa fazer os cortes certos, me
ocorre que entre nós dois, teremos fronhas combinando, e fronhas
combinadas pertencem à mesma cama. Porra, eu não poderia
ter planejado isso melhor se eu tentasse.
Alice

MEU ROSTO DÓI de tanto rir. Tenho certeza que pareço uma total
idiota, mas não consigo me importar agora. Eu passei de nervosa
hoje, a pensar que minha nova escola seria um pesadelo. É culpa do
Owen, tudo sobre estar perto dele é leve e fácil agora que baixei a
guarda. Algumas das meninas se atiraram um pouco para ele,
quando entramos na sala, seus olhos ficaram tão grandes quanto
pires quando perceberam que ele estava no curso,
também. Algumas pareciam mais do que apaixonadas por ele. Se
oferecendo para ajudá-lo com as coisas mais simples. Eu apenas me
afirmei um pouco, as deixando saber que estava comigo, sem ser
mal-educada. No final da nossa primeira aula, todas estavam
encantadas por ele.

Eu não sei se ele quer ser engraçado ou não, mas ele é. Mais do
que tudo, gosto da atenção dele em mim. Mesmo quando aquelas
poucas garotas batiam os cílios, ele as ignorava ou não se
importava. Sua atenção era toda minha, seu olhar sempre
observando cada movimento meu. Eu sou uma idiota
extraordinária, mas seus olhos estão em mim, minha mão treme um
pouquinho. A tensão sexual entre nós corria desenfreada através do
meu corpo, fazendo com que eu tivesse uma tonelada de energia
reprimida.

—Posso te levar para casa, Ace? — Ele envolve um braço em


volta de mim quando saímos. Eu me inclino um pouco mais,
apreciando a sensação de estar pressionada contra ele. Minha mão
serpenteia em torno de suas costas e a outra descansa em seu
abdômen. Seus abdominais são tão duros quanto eu imaginava que
seriam. As pontas de meus dedos deslizam sobre ele, memorizando
seus músculos, minha mente se dirige para as palavras que ele disse
depois do beijo, meu corpo está implorando para estar tão perto
dele quanto possível. Seu aperto é firme, enquanto continuamos a
andar. Eu estava tão perdida em meus pensamentos sobre ele que
não respondi a sua pergunta.

—Minha mãe virá me buscar. — Eu suspiro. Eu deveria ter


pensado nisso antes. Minha mente lampeja para nós saindo em seu
carro, uma vez eu revirei meus olhos sobre o que as pessoas faziam
em seus carros por horas, mas eu entendo agora. Eu quero estar em
um carro fazendo sabe lá o que, com Owen. Inferno, eu quase o
escalei como em uma árvore quando nos beijamos. Não poderia ter
sido apenas um beijo, foi uma mudança na rotação da terra. Meu
corpo todo se iluminou como uma maldita árvore de Natal.

—Então eu vou esperar com você. — Ele puxa o celular com a


outra mão, afastando rapidamente com o polegar. —Vou avisar a
minha mãe que posso demorar um pouco, — ele me diz antes de
guardar o celular no bolso de trás.
Eu sorrio para ele. Ele me contou sobre sua mãe. Ela lembra um
pouco da minha. Ela trabalha duro, mas sei que nem todos nós
temos a mesma sorte de ter alguém como Carl e salvar o dia. Ok,
talvez ele não tenha salvado o dia. Mamãe e eu teríamos nos
arranjado sozinhas. Nós sempre fomos uma boa dupla, mas meu
padrasto Carl deixou a vida um pouco mais tranquila, e também
fazia minha mãe sorrir. Ver o modo como seu rosto se ilumina toda
vez que estão juntos aquece meu coração. Ela merece isso. Owen e
sua mãe soam como uma dupla também. Isso me faz sentir mais
conectada a ele.

Ele me mostra sua covinha, inclina a cabeça, com um sorriso


sexy brincando em seus lábios.

—Você é realmente virgem? — Eu deixo escapar. Oh Deus. Eu


não disse isso. Seu sorriso se transforma em uma gargalhada
gigante, mostrando seus dentes perfeitos. —Eu acho que sua
covinha tem superpoderes. — Eu murmuro. Está me deixando
maluca.

Agora estou deixando escapar coisas que não quero dizer. Não
vamos nos esquecer da quase transa a seco, na escola, eu adicionarei
isso à lista. Owen tem uma maneira de me fazer sentir e dizer coisas
aleatórias que eu nunca teria feito antes. Embora, por definição,
somos praticamente estranhos, mas sinto que nos conhecemos a
vida toda em vez de um dia.

—Meu V-card 9 é todo seu, Ace. — Me dá uma piscadela


brincalhona.

9 - Virgindade;
—Você acha que eu sou virgem?

Seu braço em volta de mim aperta um pouco. Ele dá


de ombros. Eu não imaginei como ele presumiu que eu fosse virgem
também. Foi só quando pensei em como ele ainda tinha seu V-card,
que me dei conta de que estava esperando que eu fosse uma
também. Estou absolutamente estereotipando porque ele é
um atleta. Também porque ele é sexy como o inferno. Como
conseguiu se manter virgem por todo esse tempo? Ele não é apenas
lindo, é doce, em apenas um dia eu já estou rastejando sobre ele.

Eu simplesmente não entendo como tenha passado dezoito


anos sem uma garota entrar em suas calças. O conheço há menos de
vinte e quatro horas e já estamos discutindo a perda da nossa
virgindade. Eu não tenho certeza de como eu fui de horas atrás
dizendo a ele que eu não saí para falar sobre a minha virgindade.

—Não importa, não é fácil na primeira vez para uma garota. Eu


não gostaria de te machucar. Se você não é, não tem problema.

—Eu sou, — admito. Por alguma razão, sinto meu rosto


corar. Porque eu não sei. Ele me disse que ele ainda era também,
então não há nada para se envergonhar. Eu queria esperar até que
significasse algo ou me sentisse ligada a alguém. A parte mais
estranha de tudo isso foi que eu não tinha um pingo de nervosismo
quando pensei em me entregar a Owen.

—Eu sei. Vou cuidar de você. — Ele abre a porta para


mim. Alguns alunos ainda estão por perto. Um casal olha para nós,
apenas algumas horas atrás eu estava tentando sair de seu controle
na frente da escola e agora estou aninhada a ele. Quando vamos para
a calçada, esfrego meu nariz contra sua camiseta, querendo um
último cheiro dele antes que eu tenha que ir. Sua mão vem debaixo
do meu queixo, levantando-o para que minha cabeça se incline para
trás. Eu deixo cair mais, sabendo que ele vai me beijar
novamente. Ele só esfrega a boca contra a minha antes de se
afastar. Eu quero puxá-lo de volta para mim, mas suas palavras me
impedem.

—Sua mãe está aqui.

Eu sacudo minha cabeça para ver que minha mãe de fato parou
e está olhando diretamente para nós. Agora ela tem um sorriso bobo
no rosto. —Eu acho que ela gosta de mim. — Ele lhe dá essa
covinha. Claro que ela gosta. Eu já posso ver a ideia dançar em sua
cabeça.

—Você me beijou na frente da minha mãe. — Eu gemo.

—Ela vai nos ver beijando. É inevitável.

Minha mãe abaixa a janela do carro. —Oi, Owen.

—Ei, senhora Alistair.

—Me chame de Sonya. — Minha mãe está tão feliz que se eu


não soubesse que ela era casada e minha mãe eu acharia que ela
tinha uma queda por Owen. —Você precisa de uma carona?, — ela
pergunta a ele.

—Estou bem, mas obrigada. — Owen me empurra para o carro,


abrindo a porta para mim, me dando um selinho. Desta vez minha
mãe não pode ver, é mais rápido que o último beijo. —Me mande
uma mensagem quando você chegar em casa. — Eu só aceno com a
cabeça entrando no carro. Ele fecha a porta atrás de mim.
—Vejo você outro dia, Sonya, — ele diz a minha mãe, que dá um
adeus antes subir o vidro.

—Você viu aquela covinha?, — ela me pergunta.

Aquela com poderes mágicos? Quem não viu? Eu não digo isso
a ela, no entanto. Ela acredita em coisas como o destino e outras
forças que estão lá fora para nos guiar. Eu costumava brigar com
ela sobre isso. Eu tentaria explicar a lei de causa e efeito. Papai
sorria e nos observava indo e voltando sem dar sua opinião. Embora
eu saiba que ele está totalmente do meu lado, pelo menos foi o que
ele me levou a acreditar. Agora eu não tenho tanta certeza, porque
eu conheci a covinha mágica. —Seu pai tem uma covinha. — Minha
mãe solta um longo suspiro como se estivesse pensando na covinha
do papai.

Ele tem uma covinha, mas é cem por cento normal. Eu não acho
isso sexy nem me faz deixar escapar coisas aleatórias.

—Doce menina, é melhor você me dizer alguma coisa. — Eu


olho para a minha mãe, que está ansiosa por novidades.

—Eu gosto dele.

—Bem, ele estava beijando você e você o beijando de volta.

Minhas bochechas esquentam. O beijo não é o que me deixa


corada; é o fato de que minha mãe testemunhou isso. Ela nunca vai
desistir de Owen agora. Eu também nunca vou ser capaz de
convencê-la de que ele e eu somos apenas amigos, mas com certeza
vou tentar.

—Somos apenas amigos, — corro para dizer.


—Eu não beijo nenhum dos meus amigos, — ela diz
presunçosamente enquanto sai do estacionamento da escola. Ela
não se engana facilmente.

—Ele continua chamando a si mesmo de meu namorado, —


acabo desistindo e dizendo tudo a minha mãe. Eu nem sei por que,
estava lutando contra isso. Digo a ela praticamente tudo. —Ele me
faz sorrir, — acrescento, mordendo meu lábio.

Mamãe espreita para mim. —Ele parece doce. Eu só quero que


você se lembre...

—Eu sei, mãe. — Olho pela janela. Mamãe e eu já conversamos


várias vezes sobre sexo, inclusive tomo pílula desde fiz dezessete
anos, posso ainda não estar transando, mas um dia eu iria, assim
queria ela que eu estivesse preparada.

—Eu sei que você sabe querida, mas eu sou sua mãe e minha
função é lembrá-la. — Ela dá um tapinha na minha perna, então a
encaro. —Você pode falar comigo sobre qualquer coisa.

—Eu sei. — Eu me inclino e beijo sua bochecha.

—Agora me diga tudo.

Eu dou a ela um resumo do meu dia. Eu pulo o pênis e quão


quente e pesada minha sessão de namoro foi com Owen. Algumas
coisas são melhores deixadas de lado. Eu não quero que ela se
preocupe com um idiota como JJ, que eu não vi o dia inteiro.

—Melody soa ... — Mamãe procura por uma palavra.

—Diferente, — eu forneço. —Um tipo hippie diferente. — Acho


que vou gostar dela. Espero que sim. Ela é minha parceira pelo resto
do semestre. Ela é diferente e não consigo a descreve-la e por
alguma razão eu gosto disso. A maioria das garotas da minha antiga
escola pareciam todas iguais, então conhecer pessoas novas e
interessantes é uma coisa boa.

—Você deveria convidar a ela ou Owen para jantar na sexta-


feira. Ambos se você quiser. — Mamãe soa animada com isso. Então
lembro que Owen me convidou para uma festa. Bem, ele meio que
me perguntou, convidou no meu calendário, e eu ainda não aceitei.

—Owen terá um jogo.

—Oh, então você estará indo?

—Sim, eu acho que vou. — Owen não pediu, mas eu quero vê-
lo jogar. Eu não tenho tanta certeza sobre a festa, mas se ele quiser
ir, eu acho que poderia. Podemos acabar nos saindo bem no
carro. Eu realmente gosto do som disso.

—Seu pai vai ficar tão empolgado, — diz mamãe ao entrar na


garagem. Quando saio, papai já está abrindo a porta, beija minha
mãe antes de me dar um abraço.

—Como foi seu primeiro dia, querida? — Ele me beija no topo


da cabeça.

—Bom. — Eu o abraço de volta.

—Então eu-

—Eu não tenho ideia de para qual faculdade ele vai, — eu


respondo antes que papai possa perguntar, o fazendo soltar uma
risadinha.
—Ela está indo para o jogo dele na sexta-feira, — minha mãe
acrescenta por mim.

—Ele é um bom garoto, pelo que eu ouço por aí. — Claro que
meu pai perguntou ao redor. Eu sabia que ele faria isso, quando
mamãe lhe disse sobre ele esta manhã. É difícil pensar em Owen
quando criança. Ele é maior que meu pai. Quando o vi pela primeira
vez, tinha certeza de que ele estava na faculdade.

—Ele é engraçado, — repito.

—Sim, superengraçado, — mamãe provoca, eu reviro meus


olhos não achando nada engraçado. Pego uma banana no balcão da
cozinha, enquanto meu pai da risada. —Eu vou tomar banho, —
digo.

—Você precisa de mais do que uma banana. — Mamãe tenta me


impedir de sair.

—Me deixe deitar é tarde. — Dou-lhe um beijo na bochecha e


depois em papai. O que eu realmente quero fazer é mandar uma
mensagem para Owen, coloquei meu celular na minha bolsa e agora
estou ansiosa para ver se ele me mandou alguma coisa. Eu posso ter
um problema. Estive longe dele por dez minutos e já estou sentindo
sua falta.

Eu subo as escadas, e finjo ir tomar banho me troco antes de


finalmente ceder e pegar meu telefone. Meu coração vibra feliz
quando vejo que tem uma mensagem dele, não só uma, mas duas.

BF: Ace, achei que você ia me mandar uma mensagem quando


chegasse em casa?
BF: Dê tempo a um homem aqui. Uma mensagem não vai te
matar. Essa demora vai me matar.

Eu disparo de volta uma resposta rápida.

Eu: Eu estava no banho. Desculpa.

Eu poderia ter dito a ele que estava na cama ou conversando


com meus pais, mas queria que ele soubesse que eu estava no
chuveiro. Meu corpo ainda vibra de nossa sessão de pegação.

BF: Você não pode me dizer merdas assim.

Eu não tenho que lutar com um sorriso desta vez. Não estamos
cara a cara para ele ler cada detalhe do que estou pensando. Tenho
certeza que mostro tudo no meu rosto como a mamãe faz.

Eu: Quer me dizer por que seu número é nomeado como BF?

Eu provoco. Ele deve ter feito isso quando pegou meu telefone
para fazer a troca do calendário e colocar o número dele.

BF: Melhores amigos?

Eu: Se você diz.

Eu não sei o que me dá, mas mudo o nome dele, chegando a um


acordo com o que é isso. Não é como se ele fosse saber. Por que eu
não posso sair com ele? Ele é doce e engraçado, o que eu não sei é
porque as garotas da escola estão falando sobre ficar longe
dos jogadores de futebol. Eu não acho que poderia ficar longe de
Owen nem se tentasse. Com certeza tentei e falhei.
Namorado: Enquanto estamos no tópico de fazer coisas para não
matar um ao outro, não vamos falar sobre você ter relações sexuais
com outros homens. Mesmo que seja só você me provocando. Eu
mentalmente chutei cerca de vinte bundas de caras na minha mente.

Mais uma vez eu rio. Eu não deveria me aproveitar do seu


ciúme, mas gosto que ele sinta. Provavelmente porque eu vi como
algumas garotas estavam olhando para ele hoje. Eu não posso culpá-
las. Ele tem uma covinha mágica.

Eu: Eu acho que posso fazer isso.

Namorado: Obrigado Ace, descanse e coma alguma coisa. Vejo


você amanhã cedo.

Eu: bons sonhos

Eu deito na minha cama. Sempre fui uma pessoa caseira, mas


agora eu não quero estar em casa. Eu quero estar com Owen. Eu
poderia mentir e ler um livro enquanto ele brinca com meu cabelo e
assiste a um jogo de futebol. Eu gemo quando percebo que acabei de
dizer a mesma merda que meus pais fazem aos domingos. É
estranho como você não sabe que quer algo até que esteja bem a sua
frente, tenho mentido para mim mesma? Não, eu acho que nunca
conheci alguém como Owen antes.

Namorado: Isso é tudo o que eles são desde que te vi pela


primeira vez.
Eu solto meu telefone, e rolo para o lado. Não há possibilidade
de Owen estar na friendzone 10 . Agora eu sou aquela que quer ser
reivindicada.

Eu: noite, namorado.

Eu mando com um rosto piscando antes de carregar meu


celular, não deixo de verificar sua resposta. Estou gostando da
emoção disso. Vou ter que esperar até a manhã. Ao contrário de
hoje, estou realmente ansiosa para ir à escola amanhã.

10 - Na cultura popular, a "friend zone", refere-se a uma situação onde uma pessoa deseja estar em um relacionamento romântico,

enquanto a outra não. Em resumo, isto acontece quando uma pessoa está apaixonada, enquanto a outra quer apenas amizade.
Owen

—O QUE você quer fazer a seguir? Um bicho de pelúcia ou uma


carteira? — Ace pergunta enquanto ela amarra outro nó nos
cobertores de lã que estamos fazendo para o centro das crianças do
hospital de seu pai.

—Não. Os dois parecem complicados pra caralho. — Já se


passaram três semanas das aulas de costura e enquanto todo mundo
da turma está adiantado, eu ainda estou lutando para enfiar a linha
na agulha. Eu não entendo porque o buraco tem que ser tão
pequeno. Qual é o objetivo disso? As agulhas da máquina não são
tão pequenas e, como um bônus, na máquina elas ainda têm um
passador embutido. —Vamos fazer tudo o que pudermos fazer na
máquina de costura. Não mais costuras a mão.

—Todas elas exigem costuras a mão.

Os dedos de Ace fazem milagres. Eu realmente gosto de assistir


ela costurar. Ela pratica algo chamado bordado em casa, onde tira
fotos e faz coisas lindas com a linha, e tem muita habilidade com as
mãos. Ou seja, é mágica. Ela diz que treina costura para as
cirurgias, ser rápido pode ser importante se as pessoas estão
sangrando ou o que quer que seja que ela tenha que parar
costurando os ligamentos e tecidos juntos. Seus dedos voam sobre
o tecido, a agulha brilha, o fio entra e sai. É calmante, como assistir
a vídeos do Youtube onde as pessoas sussurram11. Esse tipo de coisa
calmante. Eu poderia ficar deitado no sofá por horas e apenas
observa-la trabalhando.

Infelizmente, não posso fazer isso, sob o olhar atento de sua


mãe, que está cozinhando brownies na cozinha do outro lado da ilha,
Ace e eu estamos montando cobertores de lã, cortando as abas nas
laterais do tecido e, em seguida, amarrando essas abas.

—Você sabe, eu poderia usar um desses. Eles são macios como


o inferno. — Eu esfrego o cobertor no meu rosto e imagino deitar
debaixo de um desses bebês com Ace nua.

—Não me olhe assim, — diz ela, me cutucando debaixo da mesa


com o pé e jogando um olhar por cima do ombro para sua mãe.

—Assim como? — Pergunto me fazendo de inocente.

Ace me chuta de novo, mas desta vez eu pego seu pé e deslizo


meu dedo ao longo seu tornozelo. Ela morde o lábio inferior, e eu
quase gozo em meus jeans. Eu coloco o pé dela para baixo. —Você
venceu, — eu sussurro. Eu não tenho defesa contra ela, até a
respiração dela é sexy, mas sempre que faz algo com seus lábios,
estou em apuros. Apenas me coloque no caixão e me jogue na vala.

11- O ASMR é uma sensação prazerosa obtida através de sons relaxantes e repetitivos. Normalmente sussurros.
Estou tentando ir devagar. Eu quero que seja bom para ela, não
um trabalho meia- boca em seu carro ou no meu depois de um jogo
de futebol. Eu quero um colchão, algumas velas perfumadas, música
e qualquer outra coisa que precisamos para torná-lo memorável. Eu
provavelmente nem preciso de um colchão - apenas uma porta ou
uma mesa, mas durante os jogos da temporada, é difícil conseguir
um tempo sozinhos. Eu tenho os treinos e quando não estou
treinando, estou estudando porque apesar do nome, FU High é difícil
pra caralho. Eu posso ter feito muitos avançados, mas não posso me
arrepender porque se eu não tivesse feito isso, provavelmente não
conseguiria acompanhar minha garota nas aulas. Esses cursos de
nível superior são tudo o que ela está fazendo porque ela é incrível
e brilhante, e também está ocupada estudando, não só para as aulas
que estamos fazendo, mas também para os vestibulares.

Nós ficamos juntos o tempo todo, mas a mãe dela é muito


presente. Poderíamos abandoná-la e estudar na biblioteca ou ir a
uma festa nos fins de semana, mas não há realmente nenhum lugar
horizontal na biblioteca. Se não fosse nossa primeira vez, talvez eu
pudesse empurrá-la contra as estantes de metal, levantar sua saia e
foder com ela rápido e forte enquanto ela morde a mão para não
gritar. Se já tivéssemos transado por um tempo, a ideia de se
esgueirar para na parte de trás da casa de alguém, ajoelhar na grama
úmida e enfiar minha língua entre suas pernas, enquanto ela se
inclina contra o muro, seria um plano que eu votaria a favor. Mas
não transamos ainda. Nem sequer uma vez.

Eu quero, desesperadamente, mas ela não parece estar


pronta. Se estivesse, ela não continuaria me convidando para ir até
sua casa e ficar perto de sua mãe. Não quer dizer que a Sra. Alistair
não seja legal. Ela é. Ela é uma cozinheira incrível, sorri para mim
toda vez que eu apareço a sua porta, e não reclama de toda a comida
que consumo enquanto estou aqui.

Mas ela está sempre à espreita e o máximo que eu pude fazer


com ela assistindo Ace e eu como um falcão, é esfregar os tornozelos
de Ace debaixo da mesa. Eu aprendi que ela é sensível lá, o que é
uma boa informação, mas bem que eu poderia ter aprendido isso em
seu quarto, com a porta fechada e sem roupas.

Quando termino o meu lado do cobertor, me ocorre que estou


tratando essa situação como um jogo de futebol. Como sou um
grande receptor, tenho que esperar que a bola seja jogada para
mim. Eu não posso pegar a bola do centro e fazer minhas próprias
jogadas. Ter um quarterback decente pode significar a diferença
entre um receptor indo para uma escola de primeira divisão ou não
recebendo nenhuma bolsa de estudos.

Mas a vida não é um jogo de futebol. Eu me levanto. —Você


terminou?

Ace pisca surpresa. —Hum, quase, por quê?

—Porque nós vamos sair para comer alguma coisa.

—Mas eu tenho que estudar.

—Traga seus livros. — Eu me volto para a Sra. Alistair. —Estou


levando Ace para a minha casa depois de pegarmos comida. Nós
voltaremos mais tarde.

Seus olhos se arregalam. Ace faz um pequeno som atrás de


mim. Protesto? Surpresa? Não tenho certeza. A Sra. Alistair me
inspeciona por um longo e desconfortável momento, mas, no final,
ela balança a cabeça. —Eu espero que você use um preservativo.

—Mãe! Nós não estamos transando.

A Sra. Alistair apenas encolhe os ombros. —Eu só estou


avisando, use proteção.

Eu pego a mão de Ace. —Nós não vamos transar até Ace estar
pronta. — Mas há muitas coisas que podemos fazer que não
envolvesse meu pau em sua doce boceta. Um monte delas.
Alice

MEU JOELHO ESTA TREMENDO, meu coração está abalado com o que
minha mãe disse. Eu não posso acreditar que ela deixou escapar
isso. Ok, isso é mentira; não é completamente chocante. A mão de
Owen cai no meu joelho.

—Ace?

Eu me viro para ele. Seu olhar encontra o meu por um momento


antes de voltar para a estrada.

—Eu não estou com fome. — Eu lambo meus lábios. —Não de


comida.

—Confie em mim, eu vou comer você. — Minhas pernas se


apertam juntas. O pequeno pulsar que atingiu no segundo em que
entramos em seu carro está ficando mais intenso. A antecipação do
que está por vir deixa meu corpo agitado. Suas palavras me deixam
excitada e nervosa ao mesmo tempo. Saber que ele é virgem
também impede que pensamentos de insegurança surjam. Nós dois
estamos no mesmo barco quanto à inexperiência. Eu sei que o que
decidirmos fazer hoje à noite será bom para nós dois,
independentemente de quão longe o levarmos. Não há dúvida em
minha mente que Owen fará ser especial para mim. Eu olho de volta
para ele e vejo seu perfil. Os pensamentos de suas mãos me tocando
em todos os lugares enquanto sua boca me consome me faz ficar
mais impaciente a cada segundo.

—Dirija mais rápido.

—Estou indo tão rápido quanto posso, Ace.

Meus olhos vão para o velocímetro e verifico que ele está


exatamente no limite de velocidade. Ouvi meu pai conversando com
Owen sobre dirigir com cuidado quando eu estivesse no carro. E
pensei que ser doce, até agora. Ele está realmente fazendo o que
meu pai disse, e me surpreendo com isso, aquece meu coração que
ele tenha respeitado meu pai o suficiente para atender a seu
pedido. Isso diz muito sobre Owen. Achei cativante que, embora
meu pai não soubesse se ele acelerava ou não, Owen ainda optava
por atender a um pedido dele.

Estas últimas semanas foram intensas. Eu tenho andado no


limite do quão longe eu deveria levar as coisas com Owen. Eu sabia
que estaríamos indo até o fim, mas quero saborear todos os
momentos antes disso, cada toque demorando um pouco mais, indo
um pouco mais longe. Tem sido uma provocação. Foi a mais doce
tortura. Eu continuo esperando por Owen para dar o próximo passo,
mas ele nunca empurra. Seu controle está acabando
completamente.
Minha respiração está ficando instável a cada quilômetro que
passa. Nosso destino não estará chegando em breve. Toda vez que
olho para Owen, fica pior, espio pela janela para distrair minha
mente de pensamentos sujos, observando a estrada por um
tempo. Fecho os olhos na esperança de que o tempo passe mais
rápido. Estou longe em minha mente, quando sinto o carro parar no
acostamento.

—Porra, eu preciso provar você, Ace. Não vou aguentar chegar


em casa sem te tocar. — Sua mão solta meu cinto de segurança e me
puxa em direção a ele. Sua boca desce sobre a minha. Nosso beijo é
desesperado, consumindo um ao outro. Eu gemo em sua boca,
tentando chegar o mais perto possível, interrompo o beijo e escalo
o console para que eu esteja sentada em seu colo.

—Ace, — diz gemendo meu nome. Suas mãos sobem,


segurando meu rosto enquanto me puxa de volta para o dele. Nossas
bocas fazem amor. É cru e doce, misturado com tanta necessidade
que eu acho que vou me desfazer, quero voltar para o meu lugar
para que possamos ir logo para sua casa, mas também não quero me
separar. Eu choramingo em sua boca, não sabendo o que fazer.

—Eu tenho você, — ele me diz. Suas mãos caem do meu rosto,
uma indo para o meu quadril enquanto a outra desliza para dentro
da minha calça, a mão que está no meu quadril, me segurando
firmemente. Eu sei que estou pressionada contra sua ereção, não
percebi até que estava balançando meus quadris para trás e para
frente tentando encontrar algum alívio. Desesperada e sem
vergonha de meus movimentos, todas as minhas inibições foram
jogadas para fora do carro.
Seus dedos deslizam pelos lábios da minha boceta, o único som
no carro é da nossa respiração. Os dedos de Owen encontram meu
clitóris e ele respira fundo. Eu sei que não estou apenas
molhada, estou encharcada, me acostumei a isso estando perto de
Owen, mas desse jeito nunca fiquei, em circunstancias normais me
sentiria tímida sobre isso, mas quando Owen fecha os olhos e eu sei
que ele está do mesmo jeito. Sua ereção abaixo de mim dá um
empurrão. Sim, ele está gostando de como estou molhada. Eu não
sei se é normal ficar tão molhada, mas não me importo.

—Owen. — Essa é a única palavra que consigo falar. Minha


mente e meu corpo estão focados apenas em uma coisa, e preciso
que ele dê para mim. Aqueles olhos castanhos escuros se abrem
enquanto seus dedos se movem sobre o meu clitóris, dando ao meu
corpo exatamente o que ele precisa.

—Me dê isso, Ace. Deixe sua doce boceta gozar nos meus dedos.

Com essas palavras, meu corpo pega fogo, o prazer passando


por mim da cabeça aos pés tomando conta de tudo. Minha mente fica
em branco quando deixo a sensação me levar, não há palavras para
descrever o que estou sentindo, me perco nela. Estou perdida
nele. Ainda, me mantendo em seu colo, seus dedos se movem para
obter o último pedaço de prazer do meu orgasmo.

Deito com a cabeça enterrada em seu peito, esfregando meu


nariz para frente e para trás, o cheirando, tentando roubar outro
fôlego dele, isso relaxa não só ao meu corpo, mas minha mente.

A mão no meu quadril desliza pelas minhas costas, me


esfregando de um lado para o outro. Seu pênis treme abaixo de mim,
me lembrando que ele ainda não gozou.
—Owen, — eu ofego contra seu pescoço. Eu quero fazê-lo se
sentir bem.

—Tenho que trazer você de volta, para que possa voltar ao seu
lugar. — Concordei me aninhando ainda mais em seu pescoço, não
querendo ir a lugar algum. Ele me agarrou com mais força ainda. Seu
pênis treme contra mim novamente. Eu sorrio em seu pescoço antes
de colocar um beijo lá. Então outro.

—Ace, — ele avisa.

—Eu sei. — Suspiro enquanto me inclino para trás.

—Me dê um beijo e sente no banco. — Deu uma ordem sem


entusiasmo, sei que não me quer em nenhum outro lugar, onde
estou agora, mas faço que pede.

—Você pode tentar dirigir um pouco mais rápido? — Eu


pergunto enquanto me sento, afivelando o cinto de segurança. Vejo
como ele se ajusta, trazendo os dedos até o nariz, respirando meu
perfume antes de colocá-los em sua boca. Meu estômago se agita
com excitação, eu quero essa boca em mim. Em toda parte. Mas
quero prová-lo também. Nós não nos aventuramos tão longe.

—Desculpe, isso eu não posso fazer. Carga preciosa.

Eu estreito meus olhos. Ele tem que estar sofrendo mais do que
eu. Pelo menos eu tive algum alívio.

As palavras da minha mãe flutuam na minha cabeça. Eu sabia


que seu pai era o único quando ele sempre nos colocava em primeiro
lugar. É quando você sabe que tem um bom homem, quando ele pensa
em você antes de si mesmo.
—Tudo bem, — eu concordo. Eu me inclino para trás em meu
assento, sabendo que serão apenas mais alguns minutos até que
ambos consigam o que queremos. Mais do que tudo, sei que estou
me entregando ao homem certo.
Owen

A CASA ESTÁ quieta quando eu levo Ace para dentro. Mamãe está
trabalhando no turno da noite e a única luz acesa é a do fogão. Eu
ligo as luzes principais e jogo minhas chaves no balcão.

—Você está com fome? — Pergunto, Ace ri. —Eu quero dizer de
comida, — esclareci.

—Certo. O que você tem? — Ela se acomoda em um dos bancos


de bar abaixo da pequena ilha. Então, somente agora percebo como
são diferentes as nossas casas, sua cozinha é cheia de mármore e
aço, a ilha onde sua mãe prepara jantares é mais longa do que todo
o meu corredor. Eu acho que poderia caber toda a minha casa no
primeiro andar da casa de Ace. Ela é uma garota rica - uma garota
muito rica - não acho que tenha percebido isso até o momento em
que ela descansa os cotovelos no topo da minha bancada laminada
lascada.
—Eu serei um profissional, você sabe, — eu deixo escapar, me
sentindo na defensiva. —Eu vou assinar um grande contrato e
haverá dinheiro para o endosso, então isso não é tudo o que você vai
ter se ficar comigo.

Ace pisca, sem ter certeza do que fazer com o meu desabafo. Eu
esfrego a mão pelo meu cabelo e viro para esconder meu rosto
confuso na geladeira. Normalmente, não me falta confiança, nunca
me importei antes o que tinham as outras pessoas. Não prestei
atenção ao que outras garotas pensavam de mim antes, porque eu
nunca quis uma antes. Mas eu quero Ace, mais importante, eu
preciso dela. Um futuro inteiro sem ela não é algo que eu queira
contemplar, mas agora constatando que talvez, não possa prover a
ela o que está acostumada, almejo que ela possa esperar.

—Do que você está falando?, — pergunta.

Fechando a geladeira me viro para enfrentar Ace. —Não preste


atenção em mim. Eu estou sendo um idiota, nós temos sanduíche de
carne e eu faço um macarrão com queijo médio. Tenho certeza que
temos um pouco de molho por aqui.

—Não, Owen, estou falando sério. O que você quis dizer que
planeja se tornar um profissional? Ou que você terá endossos? Você
acha que estou com você porque vai ficar rico?

Eu realmente tenho que começar a segurar minha maldita boca,


mas como Ace está lá com uma expressão ferida no rosto, eu sei que
tenho que limpar. Mesmo que isso me faça parecer idiota, inseguro
e superficial.
—Eu estava sendo um idiota, — digo a ela, me encostando no
balcão. —Na maioria das vezes não percebo que você é uma garota
rica e eu sou ... bem, não sou. Rico, isso é. Não uma
garota. Obviamente. — Minhas palavras estão ficando
emaranhadas, a carranca de Ace ainda em seu rosto. Eu sacudi a
cabeça e procurei por alguma clareza. —Tudo que estou dizendo é
que eu quero o melhor para você e algum dia eu poderei
providenciar. É isso aí.

Ela ainda tem seus lábios estreitos e um olhar infeliz. —Eu não
me importo com dinheiro. Se importasse, haveria muitos outros
caras com quem eu poderia ficar, Owen. Estou com você porque sei
que você está sempre cuidando de mim. Você não deixa outras
garotas babarem em você. Você respeita a minha mãe, não faz
joguinhos. Isso é tudo o que eu quero.

Há uma aspereza em sua voz que nunca ouvi antes, mas eu


mereço isso, vou até ela e coloco minhas mãos em volta das dela,
trazendo seus punhos fechados para a minha boca. —Eu sou um
idiota. Eu já disse isso. Me perdoe?

Ela se desloca um pouco na cadeira antes de concordar. —Nada


a perdoar.

—Ótimo. Agora que tiramos isso do caminho, me dei conta que


na sua lista de coisas que você quer de um homem, não está incluído
tirar suas calças e enfiar minha língua entre suas pernas, então
está fora da lista ou não?

Ela tira as mãos do meu aperto e puxa minha franja. —Talvez


eu queira o seu macarrão com queijo, em primeiro lugar.
—Feito. — Eu fico ocupado, pegando a caixa de macarrão e
buscando o leite. Estou prestes a derramar o leite em um copo de
medição quando me ocorre que eu tenho babado em toda a
caixa. Mamãe me disse para não beber e eu não a escutei. Com um
suspiro, coloco o leite de volta na geladeira. —Que tal espaguete? O
leite expirou.

—Tudo bem. — A voz dela está um pouco distante.

Eu me viro para vê-la inspecionando as fotos que mamãe


pendurou em toda a parede.

—Você sempre foi bom em futebol? — Ace pergunta.

—Sim. Sempre. Eu sou rápido e tenho uma boa consciência


situacional. — Eu encho uma panela com água, jogo um pouco de sal
e acendo o fogo. —Eu tive alguns olheiros da faculdade nos meus
jogos. Meu treinador veio até mim e disse que deveria transferir-me
para a FU High porque o quarterback é melhor e eu teria uma chance
de entrar em uma boa escola. E quanto a você? Sempre soube que
queria ser uma cirurgiã?

—Não, não até minha mãe se casar com Carl. Eu nunca pensei
em ser médica, eu não sabia o que queria ser quando crescesse, um
dia ele me levou para o hospital, e até me deixou assistir a sua
cirurgia. Você senta em uma pequena sala com janelas enormes no
alto, é muito legal. Ele salva pessoas. Eu quero fazer isso.

—Ele parece realmente decente.

—Ele é.
A água começa a ferver então eu jogo o macarrão e começo a
aquecer o molho. —Eu sou realmente um merda de cozinheiro, —
eu digo para que ela não tenha esperanças.

—Eu não estou aqui por causa da sua comida, — diz ela, se
juntando a mim no fogão.

Meu pau instantaneamente ganha vida. —Você não pode dizer


essa merda, enquanto estou no fogão cozinhando, — declaro.

Ela sorri maliciosamente e inclina a cabeça para o lado. —E se


eu te dissesse que, de repente, estou com fome apenas por uma
coisa?

Eu desligo o fogão, e a levanto, a jogando no balcão. —Então


acho que é hora de eu comer.

Ela está tensa, provavelmente pensando que eu vou atacá-la,


capturo seus lábios, correndo minha língua contra o céu da sua boca,
sentindo a suavidade de sua bochecha. O desejo varre minha
corrente sanguínea, disparando terminações nervosas tornando
tudo muito mais sensível, meu pau cresce duro e pesado. Se ela me
tocasse, se envolvesse sua mão macia ao redor do meu eixo, eu
gozaria em um instante. E por mais que eu queira, por mais que
encher sua mão e sua boceta com minha porra, eu não conseguiria
parar de beijá-la. Seguro seu rosto e corro meus polegares ao longo
de suas bochechas.

Ela esfrega as mãos pelo meu cabelo, suas unhas raspam meu
couro cabeludo me causando arrepios na espinha. Sua língua
emaranhada com a minha, agressivamente e certamente me
informando que ela é minha, é mais do que isso, no entanto. Ela tem
o poder, com o toque de sua pequena mão, um vislumbre de seu
sorriso brilhante, estou pronto para me ajoelhar.

—Owen, — ela murmura contra a minha boca.

—Sim, eu sei. — Ela quer mais. Beijo sua mandíbula, vou


descendo por sua garganta, sinto seu pulso bater violentamente,
belisco levemente, ela choraminga e se contorce, tentando fazer com
que sua boceta dolorida tenha alguma satisfação.

—Shhhh, — eu sussurro. —Eu vou fazer melhor.

—Owen, — ela diz novamente. A necessidade crua em sua voz


faz meus joelhos cederem e minha boca se encharcar. Sua boceta vai
ficar tão molhada quando eu chegar lá, sei que ela está encharcando
sua calcinha, posso sentir o cheiro de sua excitação, ela me quer.

Eu alcanço a bainha de sua blusa e puxo por sua cabeça, ela


solta o sutiã antes que eu possa chegar a ele, e seus seios saem
alegres, saltando como dois pêssegos suculentos.

—Olhe para você, — eu digo com voz rouca. —Você é linda pra
caralho. — Belisco seus seios empinados que endurecem com a
minha atenção. —Esses bebês precisam de um pouco de amor, —
digo a ela.

Ela ronrona em protesto, e para assim que começo a mamar em


seus seios, se contorcendo no balcão, seus dedos puxam meu cabelo,
—Meu Deus, — ela suspira. —Owen, por favor!

Sorrio, continuando a sugar seu peito, eles são tão sensíveis,


que imagino que enlouquecerá quando estiver lambendo sua
boceta, talvez possa até arrancar meus cabelos. Não que eu me
importe, valeria a pena. Eu chupo forte, provocando cada mamilo
deixando apertado e duro. Ela se debate debaixo de mim e me
pergunto se eu poderia fazê-la gozar apenas chupando seus seios,
não sei se isso é possível. Não é algo que os caras falem no
vestiário. Claro, isso poderia ser porque eles são uns egoístas que só
querem molhar seus paus.

Por mais que meu pau doa, há algo extremamente satisfatório


em ver minha garota louca de prazer. Eu quero ver aquele amor
bêbado em seu rosto todo o tempo e se isso significa adiar o
meu próprio orgasmo até que ela goze dez, cinquenta, cem vezes, é
o que eu quero também.

Me movo para baixo, puxando o cós da sua calça. Seus dedos se


enroscam com os meus enquanto arrancamos a calça, sua calcinha
vem junto, a deixando gloriosamente nua.

Me inclino para trás e a puxo comigo, sua pele está brilhando à


luz da cozinha. Ela parece uma deusa. Se eu fosse pintor, seria assim
que eu a imortalizaria – se apoiando nos cotovelos, um joelho
inclinado para fora e o outro sobre a borda do balcão. Seu peito
está cheio, corado de excitação. Suas bochechas estão rosadas e seus
lábios estão inchados dos nossos beijos. Ela me olha com as
pálpebras pesadas, bêbada de excitação.

—Você é tão linda, — eu digo, deslizando um dedo do seu


umbigo, através dos pelos pubianos, parando logo acima do clitóris,
que está implorando por atenção. —É difícil me concentrar quando
estamos juntos, porque tudo o que posso pensar é como você é linda
e quanto eu quero provar você.
Eu não posso esperar mais, deslizo minhas mãos sob sua bunda
e a levanto para mim. Ela grita e me beija com força, eu a bebo, a
devorando como se corresse dezesseis quilômetros e precisasse de
mais água do que de ar. Mas é o mesmo, preciso dela mais que
ar. Preciso tê-la em meus braços, minha boca contra sua pele, minha
língua encharcada com sua essência. Eu preciso de todas essas
coisas para viver.

—Owen, baby, isso é ... isso é ... eu não posso ...

Eu sei. É tudo. Eu chupo os lábios de sua boceta, enfio minha


língua dentro de seu canal apertado, me deliciando com o mel que
inunda minha boca.

Sinto seu aperto, em minha língua.

—Eu nunca soube que poderia ser assim, — ela sussurra. Seus
dedos puxam meu cabelo e ela começa a balançar na minha boca,
pulsando contra meus lábios e língua, me usando impiedosamente.

Meu pau lateja dentro da minha calça. Uma bola quente de


desejo rola na base da minha espinha, vou gozar apenas chupando
ela, libero uma mão e balanço um braço debaixo de sua bunda e selo
minha boca contra sua boceta molhada ensopada.

Com minha mão livre, eu desfiz meu jeans e tiro meu pau, com
movimentos irregulares, bombeio com uma mão enquanto minha
língua a leva ao êxtase. Sua boceta convulsiona contra a minha
boca. Seus gritos enchem a sala, meu esperma explode do meu pau.

Eu a seguro até ela desfalecer no balcão e meu pau


ficar seco. Ela desliza para os meus braços e eu afundo no chão, a
aninhando com força.
—Ace, garota, eu te amo, — eu sussurro em seu cabelo. —Eu
vou cuidar de você pelo resto da minha vida. Tudo bem?.

—Ok, — ela responde baixinho, acariciando o nariz no


meu pescoço encharcado de suor.

Nós nos sentamos assim por um longo tempo - eu com meu


jeans desabotoado e minha camiseta grudada às minhas costas e ela
nua, enfiada no meu abraço. Eu ainda quero transar com ela. Eu
ainda quero mergulhar meu pau duro naquele sexo quente,
apertado e molhado dela. Mas isso é bom. Este momento de ternura,
amor, doçura é bom.

Bons momentos, nunca são demais.


Alice

—TEM CERTEZA QUE não quer que eu espere? — Melody


pergunta, com as chaves do carro nas mãos. Ela vem para os jogos
comigo toda sexta-feira. Eu não tenho certeza se é porque gosta de
vê-los ou simplesmente para sair, fiz alguns amigos na aula de
costura, mas Melody me faz rir. Ela não estava mentindo sobre
trabalhar duro, também. Sempre faz as anotações melhores do que
eu, e traz lanches quando nos encontramos para estudar. Nossa
parceria floresceu, na pequena quantidade de tempo que estive
aqui, adoro provocá-la sobre eu estar nessa amizade por causa dos
lanches.

Ela está encostada no meu carro enquanto estou vendo as


pessoas saírem do estacionamento. O jogo terminou há alguns
minutos, logo este lugar estará vazio. Eu não vou a lugar nenhum até
que Owen chegue aqui. Eu dirigi hoje porque é dia de jogo. Nós
fizemos disso um padrão. Eu dirijo em dias de jogo porque depois
das aulas nós comemos algo rápido no caminho, antes de voltar para
a escola.
Quando voltamos, costumo ir à biblioteca enquanto ele inicia o
aquecimento no campo. Eu venho para o jogo para prestigia-lo, e
depois de jogarmos o jogo falso de ‘você quer ir para a festa hoje à
noite’, acabamos nunca indo. Se tivermos tempo livre, gastamos um
com o outro de maneiras agradáveis. O boquete que eu dei a ele no
carro antes que fosse para o aquecimento era um ótimo exemplo
disso, lambo meus lábios só de pensar, ainda estão um pouco
inchados de serem esticados ao redor dele. Eu nunca soube que dar
prazer a ele também me deixaria excitada, Owen teve que enfiar a
mão na minha calcinha antes de sair para que eu pudesse gozar
também. Ele disse que não havia como me deixar no estado em que
eu estava. Insisti que não precisava, para que não se atrasasse,
porém insistiu que seria rápido, declarando que seu jogo dependia
de eu estar satisfeita porque não havia como conseguir se
concentrar no campo sabendo o jeito que eu estava nas
arquibancadas. Revirei os olhos para ele, mas deixei que fizesse o
que queria.

—Não. Owen vai sair a qualquer momento.

—Até mais. — Ela levanta os dedos para se despedir antes de


sair.

Volto a olhar por onde os caras saem depois do jogo,


estranhamente gostei de entrar na agenda com Owen. Sempre sei
seus horários que ele está fazendo e ele sabe o que eu estou fazendo
também. Nós organizamos nossas agendas, para que possamos
aproveitar o máximo de tempo disponível juntos. É fofo e um pouco
obsessivo, mas eu não me importo. Fazemos o que devemos. Nós
dois mantemos nossa carga de trabalho. Além disso, estudar é muito
mais divertido quando eu roubo beijos e um orgasmo de vez em
quando de Owen. A vida tem estado ocupada, mas divertida. Eu não
acho mais que ter um namorado vai me atrasar ou atrapalhar, agora
vejo como é bom ter alguém, que traz o seu melhor, te encoraja
quando fica difícil, é tão gratificante. Encontrei isso em Owen,
podemos ter objetivos diferentes para os quais estamos
trabalhando, mas estamos caminhando juntos.

Normalmente, Owen é o primeiro a sair pela porta, e vir


correndo para mim, noto alguém se aproximando, me encosto ao
carro, tento manter o olhar franzido, percebo que é Billy. Eu não tive
nenhum desentendimento com ele, mas ouvi os sussurros das
garotas de que é o maior babaca de todos eles. Há rumores de que é
bruto e não gosta da palavra não, me preparo e espero o pior
quando ele chega a mim.

Verifico meu telefone para evitar contato visual, não quero nem
me preocupar com falsos ‘olás’, mas meu plano não
funciona. Instantes depois, o corpo dele está bloqueando parte da
luz que está acima de mim na área do estacionamento, sou grata a
Owen por estacionar próximo na área mais iluminada. Eu reclamei
com ele quando estava procurando por um lugar por muito tempo,
assim que nós voltamos com nossa comida mais cedo, o
estacionamento é liberado após as aulas, agora eu sei por que ele
levou um tempo extra, para que eu tivesse luz enquanto ficaria
esperando, ele está sempre me colocando em primeiro lugar.

—Aly. — Ele arrastou o Y quando disse meu nome. Não sei se


está tentando ser fofo ou flertar comigo. Não importa; é
irritante. Arrepios pinicam minha pele quando meu nome sai de sua
boca.
—Alice, — eu corrijo. Apenas amigos me chamam de Aly. Ele
estreita os olhos em mim por um momento.

—Owen vai sair em um minuto, o treinador e Carter estão


conversando com ele.

—Obrigada. — Eu dou um meio sorriso na esperança dele se


afastar, só que se aproxima ainda mais de mim, levantei minhas
mãos para detê-lo e já estou contra o meu carro agora.

Preciso inclinar minha cabeça para trás para encara-lo, Owen é


mais alto que ele, mas Billy ainda é muito alto comparado a mim. A
maioria das pessoas é, começo a me sentir
encurralada. Silenciosamente, entro em pânico, mas também estou
tentando traçar mentalmente uma maneira de contorná-lo.

—Billy. — Mantenho meu tom firme, por dentro estou


enlouquecida, arrisco me lembrar que se eu gritar, alguém vai me
ouvir. A maioria das pessoas deixou o local, mas mais pessoas irão
sair em breve. Se não for nesse mesmo segundo, Owen estará aqui
em breve. Eu continuo dizendo a mim mesma isso.

—Ouvi dizer que você gosta de dar um boquete no carro. É por


isso que ele jogou tão bem hoje à noite? — O rubor sobe no meu
rosto, não sei se é raiva ou vergonha. Seu sorriso é arrogante. Eu sei
que minha pele está mostrando o que estou sentindo. Tenho certeza
de que estou num belo tom de rosa sob as luzes do estacionamento.

—Você sabe eu tenho um carro muito legal, você pode me dar


um boquete a qualquer hora que você quiser, conheço você, garotas
Cooper gostam de dinheiro, estando comigo você não terá que
esperar por isso como espera por Fast. Minha família tem o
suficiente.

—Foda-se. — Rosno pra ele, gostaria de ter algo mais


inteligente para dizer. Não tenho certeza de que haveria um ponto
sequer para alguém como Billy. Seria um desperdício de tempo e
respiração. Cooper não é um nome que eu ouvi há algum
tempo. Embora não tenha vergonha dele, era o nome de solteira da
minha mãe. O nome que ela deu a mim quando eu nasci, então papai
nos fez Alistairs no dia em que ele se casou com ela e pediu para ser
meu pai.

Ainda assim, me irrita que alguém pense que minha mãe estava
com meu pai por dinheiro. Ela ama aquele homem.

—Eu te foderia a qualquer momento. — Ele se inclina. —Ele já


pegou sua cereja? — Minha mão voa antes que eu saiba o que estou
fazendo. O som é alto.

—Merda, — eu grito, o ardor picando em minha palma. Billy


vira a cabeça para trás para olhar para mim. Sua própria mão vai
para a bochecha que eu bati, parecendo momentaneamente chocado
com o que eu fiz, somos dois.

—Hey! — Alguém grita, fazendo Billy se virar para ver quem


é. Eu não sei o nome dele, mas sei que ele está no time. Billy se afasta.

—Apenas dizendo à garota do Fast que ele está atrasado, —


Billy diz ao cara. Os olhos do cara saltam entre nós dois. Eu não
tenho um adesivo de Owen Fast McCoy estampado em mim,
entretanto todos na escola sabem que estamos juntos. Owen deixa
isso muito claro para qualquer um que pergunte ou olhasse para
nós.

—A qualquer momento, Aly. — Billy pisca para mim antes de


sair, o cara se vira para voltar para onde os jogadores sempre
vêm. Minhas mãos se fecham em punhos. Minha palma direita ainda
está ardendo. Não é nem mesmo segundos depois quando vejo
Owen correndo em minha direção. Tenho a sensação de que outro
garoto foi e disse alguma coisa.

—O que aconteceu, Ace? — Os olhos de Owen estão em cima de


mim. Ele alcança meu pulso, levantando minha mão que está
cerrada em um punho. Quando eu abro, você pode ver que esta
vermelha e brilhante.

—O que ele disse para você? — Eu posso dizer que Owen está
tentando manter a calma, mas a raiva sangra através de cada
palavra. Eu digo a ele tudo o que Billy disse.

—Como ele saberia disso?, — pergunta. Eu sei que ele está


falando sobre o boquete, também sei que Owen não teria contado a
ninguém. Deve clicar em sua cabeça. Billy deve ter nos vistos.

—Ele tocou em você? — Algo escuro aparece em seus olhos. Eu


sacudo minha cabeça. —Palavras, Ace. Eu preciso delas.

—Ele não me tocou. — Os olhos de Owen fecham por um


segundo antes de cair a testa na minha. Bati em Billy, mas tenho a
sensação de que Owen já sabe disso. O garoto desconhecido deve ter
dito a ele sobre o tapa, porque minha mão foi a primeira coisa que
ele verificou.
—Eu quero que você entre no carro, baby, e vá para casa. —
Seus olhos abrem e fecham com os meus.

—Sozinha? — Eu questiono.

—Me mande uma mensagem quando você chegar lá. — Ele


abre a porta do meu carro, para mim.

—Owen

—Ace, por favor. Entre no carro e mande uma mensagem para


mim quando chegar em casa. — Eu posso ver a terminação em seu
rosto.

—Ok, — eu digo.

—Ok? — Ele levanta uma sobrancelha para mim, mas eu vejo o


alívio encher seu rosto quando não lutei sobre isso.

—Sim, tudo bem. — Eu confio nele. Se há algo que ele precisa


fazer, tudo bem. —Não faça nada idiota, — acrescento, porque às
vezes os homens fazem coisas estúpidas.

Ele me dá um sorriso, mas sem covinhas. —E eu quero o meu


beijo. — Eu estava esperando por mais do que um beijo, mas Billy
matou qualquer sonho por agora.

Owen se inclina para dentro do carro, beijando levemente


minha boca.

—Me mande uma mensagem, — ele me lembra.

—Ok, — eu digo antes que ele feche minha porta. Ele me


observa sair do estacionamento.
Quando eu entro na minha garagem, mando uma mensagem
para ele.

Eu: Casa.

Eu começo a mandar outra mensagem ‘Eu te amo....’, mas me


paro. Minhas emoções estão em todo o lugar agora e isso não é algo
que você diz em um texto. Talvez seja algo que ele precisa ouvir
neste momento. Eu lambo meus lábios olhando para o meu telefone
enquanto eu debato o que fazer.
Owen

NO MINUTO EM QUE OS faróis traseiros de ACE somem no


estacionamento, eu procuro por Billy. No instante em que pôr as
mãos naquele idiota, vou deixar seu rosto desfigurado, passo
através dos carros, procurando por aquele broxa, mas não consigo
localizá-lo. Está escuro e não sei qual é o carro dele, nunca quis
saber. No meio do estacionamento, vejo um carro que conheço. É o
Benz prata de Carter com as portas asas de gaivota 12 . Acomoda
apenas duas pessoas e nunca é ocupada por ninguém além de
Carter. Andi Thompson, uma modelo real para uma revista ou algo
assim, certa vez pediu uma carona para casa da escola e Carter disse
a ela que não era boa o suficiente para sentar em seu carro.

Eu chego ao veículo a tempo de ver Carter deslizar para o banco


do motorista. —Carter, — eu grito.

12 -
Ele para no meio do movimento - uma mão ainda na porta do
carro e o pé no chão.

—O que você quer, Fast? — Ele parece irritado, como se eu


estivesse interrompendo algum compromisso.

Eu não dou à mínima. Billy precisa aprender uma lição.

—Onde está Billy Crenshaw?

—Não faço, ideia. — Carter começa a fechar a porta, mas eu o


agarro e forço. —Você se importa? — Ele diz secamente.

—Sim. — Eu não tenho tempo para a atitude de Carter, hoje


não. —Me diga onde Billy está e você pode ir.

Meu quarterback estreita os olhos para mim. —Por que


você quer saber?

—Porque ele tentou colocar as mãos na minha menina.

Carter faz uma careta e sai do carro, me empurrando para fora


do caminho e, em seguida, puxando a porta para baixo para fechá-
la. —Vamos. Eu ajudarei você a encontrá-lo. Ele provavelmente está
tentando convencer uma das líderes de torcida a ir para casa com
ele.

—Ótimo. Me diga onde ele está, não preciso da ajuda de Carter.

—Desculpa. Você está tomado e preparado para causar algo


bem sério, então é melhor eu ir para limpar depois da sua
bagunça. Você marcou quatro touchdowns hoje à noite, então eu
não posso te suspender. — Vai em direção a academia de atletismo,
e outros esportes eu não me importo, mas ele está indo muito
devagar. Eu o empurro de lado e corro para frente. Quando chego às
portas da frente, pego a primeira pessoa que vejo. —Ei, onde é o
vestiário das líderes de torcida?

A garota sacode o polegar por cima do ombro. —Lá dentro, mas


quase todo mundo se foi. Quem você está procurando? — Um
sorriso curva seus lábios. —Porque se você não a encontrar, eu
posso te levar para casa hoje à noite.

—Vá em frente, Claire, — ordena uma voz atrás de mim. —Ele


tem namorada.

Corro para dentro, mas percebo o final de sua resposta, que soa
um pouco como: —Não faz mal tentar.

Outro cara provavelmente teria aceitado, mas a única garota


que eu quero é Ace. Não posso acreditar que Billy a encurralou. Que
porra é essa? No meio do corredor, vejo uma placa que diz: LÍDERES
DE TORCIDA. A porta se abre quando eu bato meu punho contra ela,
ouço um grito estridente, e um grunhido, ao virar o corredor, já
estou com o punho erguido quando vejo os ombros escuros de Grant
Tones, um dos defensores do time, curvado à frente enquanto ele se
segura contra o armário.

—Saia, — ele fala, com a mão na cabeça da menina ajoelhada na


frente dele.

—Onde está Billy Crenshaw?

—Não sei, não me interessa.

—Que tal ela? Ela sabe?

—Ela está ocupada, — ele responde sucintamente.


Carter aparece ao meu lado. —Vamos. Deixe os dois pombinhos
sozinhos. Billy está no estacionamento, recebi uma mensagem. —
Me mostra a tela do celular, que exibe uma foto granulada de
Billy encostado contra um carro esportivo branco.

—Desculpe, cara, — eu grito por cima do ombro quando


começo a correr para fora da sala. Carter me agarra antes que eu
possa alcançar a porta. —O que você quer? — Eu exijo com raiva.

—Temos que conversar.

—Conversa lá fora, porra, — rugiu Grant.

Carter, abre a porta me empurrando pra fora. Com impaciência,


eu pergunto: —É sobre as regras do time? — O quarterback está
sempre pregando a equipe primeiro, tudo mais em segundo, o que
pode ser o seu lema, mas não é meu, porra.

—Sim é. Olhe, vá em frente e coloque o Billy no hospital, não


dou à mínima, mas não faz isso em público e ninguém precisa ficar
sabendo.

Eu sacudo minha cabeça. —De jeito nenhum. Ele deve um


pedido de desculpas a minha garota. Ele colocou as mãos nela e
abriu sua boca de lixo pra ela. Eu não aguento isso.

—Billy é um pedaço de merda, com certeza, e é por isso que


estou dizendo para punir aquela lata de lixo. Tudo o que estou
pedindo é que você mantenha a calma. Se você fizer uma grande
bagunça, você pode ser suspenso e não terá chance de bolsa de
estudos. — Ele estala seus dedos. —E assim acaba nossa
temporada. Pense nisso.
Ele enfia as mãos nos bolsos, como está indo embora, ele diz: —
Além disso, não machuque suas mãos.

Eu não gosto do que ele disse, mas ele tem razão. Se eu for
expulso da equipe, então não há escola, a bolsa já era e o pior
nenhum DRAFT13 e minhas chances de dar para Ace o que ela está
acostumada vão embora. Então isso é uma merda. Por outro lado, se
eu ficar quieto, posso fazer o que quiser e Carter vai olhar para o
outro lado. Vou descobrir como fazer Billy se desculpar com
Ace. Não vou deixar isso passar, mas não preciso humilhar
publicamente o verme. Eu só preciso lhe passar uma lição.

Quando chego ao estacionamento, no entanto, só há um carro


prateado. Billy está longe de ser visto. Eu soco meu punho contra a
palma da minha mão. Vou precisar incluir outro nome na minha lista
de mortes.

Um cara que eu não conheço se afasta da lateral do carro e se


aproxima para bater uma chave na minha mão. —Carter disse que
você precisava de um lugar tranquilo. Armazém às onze horas.

OK. Carter pode viver. Agradeço ao cara e saio. O galpão de


armazenamento está escuro quando eu chego lá, mas há luz exterior
suficiente para que eu possa ver Billy sentado em um banco. Ele pula
de pé quando eu abro a porta.

—O que ... onde está Lisa? — Ele olha ao redor. —Carter disse
para ficar aqui porque alguém queria me ver.

13- O Draft da NFL é um evento anual em que os 32 times da National Football League escolhem novos jogadores elegíveis vindo do futebol americano
universitário. É a forma mais comum de recrutamento de jogadores da NFL
—Ele estava retendo você para mim, — eu digo a ele com os
dentes cerrados.

—Pra você, Fast? O que você quer?

—Seu pau na sua garganta, mas por hora vou deixar seu rosto
parecendo uma pintura de Picasso. — Eu o soco no nariz, ouço a
cartilagem quebrar, eu rio. —Se sente bem?

—Que diabos? — Ele chora, tropeçando para trás. Sangue


escorre pelo queixo e em sua camiseta. —O que é isso? Somos
companheiros de time!

—Então? — Soco ele novamente que cambaleia para o lado e


cai de joelhos, o puxo pelo cabelo e empurro a cabeça pra trás até
que o pomo de Adão dele quase sair do pescoço. —Eu vou levar Ace
para você na segunda-feira, e você vai ficar de joelhos e pedir
desculpas a ela.

—Porra, cara, tudo isso por causa de uma boceta? São todas
iguais.

Ainda segurando seu cabelo, eu o soco bem no pomo de


Adão. Ele engasga e cai no chão. Porra. Eu não percebi que o faria
desmaiar, olho em volta procurando por um pouco de água para
jogar em seu rosto e encontro um balde velho com algum liquido
dentro, é bom o bastante. Atiro em sua forma inerte. Ele dispara
para a vida com um triste gemido.

Eu o empurro para cima novamente. —Eu preciso me repetir?

Ele sacode a cabeça. Eu jogo o verme de volta ao chão. Apenas


três socos. Estou desapontado. A raiva ainda está correndo dentro
de mim. Talvez não desapareça até que Ace receba seu pedido de
desculpas. Vamos ver na segunda-feira como me sinto. Até lá, vou
passar cada segundo com ela. Isso faz meu estômago estremecer ao
saber que ela estava em perigo enquanto eu ficava no banho após o
jogo. O pacto de sigilo que fiz com Carter me atormenta. Se ninguém
sabe o que Billy fez de errado, outros caras vão mudar suas atitudes?

Frustrado, eu pego meu telefone para ver a mensagem de Ace,


ela estava em casa e segura. Eu giro no meu calcanhar e saio. Pelo
menos Billy não vai olhar em direção a Ace novamente. Isso deveria
ser o suficiente.
Alice

—NÃO É O SUFICIENTE, — eu gemo no pescoço de Owen, inalando


seu cheiro. Juro que o cheiro dele às vezes é tão erótico para mim
quanto o seu toque, ele tem a mão dentro da minha calcinha
enquanto eu monto nos dedos dele dentro de mim. Estou
tentando ficar quieta, mas falhando. Meus pais não estão em casa,
mas podem estar a qualquer momento. Estou muito perdida para
me importar neste momento. Meu corpo está à beira de um
orgasmo. Estou tendo dificuldade em ouvir o som da porta da
garagem ou do carro deles sobre a minha respiração pesada.

—Ace. — Owen geme meu nome, sabendo o que eu quero. Ele


quer conceder para mim. Eu sei que não gosta de me dizer não, pode
não estar verbalizando a palavra não, mas nós dois sabemos que isso
não vai levá-lo a tirar minha virgindade. Minha esperança de que ele
me jogasse no sofá e me possuísse, não estaria acontecendo. Muito
em breve eu vou ser a única o jogando para baixo e tomando o seu
lugar, estou ficando mais impaciente enquanto os dias se
arrastam. Eu acho doce que ele continue me dizendo que não há
pressa porque ele não vai a lugar nenhum. Ele continua dizendo que
temos uma vida inteira juntos, deixando claro que pode esperar.

Owen gosta muito dos meus pais, sei que ele os respeita e
importa para ele o que eles pensam dele. Por causa disso, sei que
não haverá perda de virgindade acontecendo hoje à noite. Ele não
vai arriscar meus pais nos pegando. Neste momento com meu grau
de excitação nas alturas, posso arriscar, mas Santo Owen não. Eu
não sei como ele mantém o controle, mas ele faz.

Eu quero fazer amor com ele, meu corpo está ansiando por isso,
mas sei que não temos tempo. Ele me disse isso quando me arrastei
para o seu colo, jogando o livro para longe, me avisou quando
começamos a nos beijar. Eu disse que só iria me mover um pouco,
ele riu disso. Agora estou pedindo mais, como de costume, não
posso evitar. Ele faz essas coisas ao meu corpo que deixariam
qualquer pessoa normal insana. Quando estou perto dele, minha
mente tem vida própria, que sei ser impossível. Ainda aqui estou
vendo essa impossibilidade. Ele é o único que age dessa maneira.

—Eu não quero gozar em sua mão, — eu minto. Agora eu quero


de qualquer jeito, mas eu realmente quero que seja com ele dentro
de mim. Nós dois dando prazer um ao outro.

—Desculpe, Ace, — diz ele enquanto o polegar acrescenta mais


pressão ao meu clitóris, se movendo mais rápido para me enviar
para a borda. Eu mordo seu pescoço quando eu gozo. Eu não sei se
eu fiz isso para ser infantil ou porque ainda estou tentando não
gritar. De qualquer forma, pelo som que Owen faz, acho que
ele gosta disso. Ele me segura perto enquanto desfruto do brilho do
meu orgasmo, beijei o lugar onde eu mordi. —Desculpa.
—Mentirosa. — Ele ri, fazendo todo o meu corpo tremer, tira os
dedos da minha calça e eu o ouço lambê-los. Meu corpo começa a
voltar à vida, querendo outro orgasmo, mas tenho de cuidar do meu
homem. Ele está sempre cuidando de mim. Não é com frequência
que costumo retornar o favor, como sempre ele cuida de mim
primeiro. Muitas vezes ficamos sem tempo. Nosso tempo juntos é
apressado ou alguém estará chegando, então ele tem que
parar. Nesta noite estou determinada a fazê-lo gozar em minha
boca. Eu só tenho que levá-lo a concordar.

—Sua vez. — Eu levanto para olhar para ele, colocando minhas


mãos em seu peito, ainda em cima dele. Suas grandes mãos vão para
minha bunda, onde ele me pega por um momento, me colocando de
volta no sofá.

—Desculpe, Ace, o tempo acabou.

Eu o agarro, mas como o nome dele já diz, ele corre para o


banheiro, me deixando onde ele me colocou. Me sento impaciente
esperando pelo seu retorno. Ele pode pensar que está fugindo
para o banheiro, mas estou determinada a lhe dar prazer. Ele não
está me esquivando tão fácil.

—Podemos ter tempo. — Eu me sento de joelhos. O que está


acontecendo aqui? As garotas realmente têm que implorar aos
namorados para lhes dar boquetes?

—Sua pequena mordida cuidou de mim. — Ele caminha, caindo


no sofá ao meu lado e me puxando de volta para seu colo. —Tive que
me limpar. — Adoro que ele abertamente admite que eu o fiz gozar
em suas calças. Essa admissão me faz sentir sexy. A maioria dos
homens provavelmente seria muito macho para admitir algo assim
e o fato de que Owen diz, me faz amá-lo mais.

—Você dá orgasmos e limpa. Eu sou uma garota de sorte, — o


provoco, me inclinando para beijá-lo. Eu me perco no beijo até que
estamos ambos sem fôlego. Eu recuo, sabendo o quão rápido
as coisas aumentam entre nós. Meus pais devem voltar em
breve. Eles saíram para ver um filme há algumas horas atrás.

—Eu vou ver Billy amanhã ou ele vai sumir como JJ? — Eu tento
falar pouco sobre o que aconteceu, posso dizer que Owen ainda está
pensando nisso, ambos temos nos distraído um com o outro pelas
últimas horas, ninguém falando sobre o que aconteceu com
Billy. Agora que está quieto, posso dizer que Owen está se perdendo
em sua própria cabeça. Estou quase certa de que Owen conseguiu
dar uma lição em Billy se suas mãos fossem alguma indicação. Ele
parou na minha casa dizendo que precisava de um beijo de boa
noite. Eu acho que nós dois queríamos nos ver. Eu precisava saber
que ele estava bem e ele precisava do mesmo para mim.

—JJ? — Ele tenta provocar de volta, mas eu posso ver que o cara
deixa um gosto ruim em sua boca. JJ desapareceu da minha primeira
aula de período após o dia do soco no pau. Eu o vi na escola algumas
vezes, mas ele manteve distância. Eu não sei se ele mudou de turma
sozinho ou se eles foram trocados por ele. De qualquer forma eu não
me importei. Eu não acho que Billy seria tão fácil se livrar assim, ele
está no time de futebol. Se aprendi alguma coisa sobre a minha nova
escola, é que o time de futebol é intocável. Todas as garotas
disseram para ficar longe dos jogadores. É um aviso que recebi mais
de uma vez.
Eu não sabia sobre o que elas estavam falando, até Billy,
aparecer e dar uma de babaca para cima de mim. O único jogador de
futebol com quem falo é Owen e ele não tem sido nada mais que doce
e respeitoso. Dito isso, mantenho meu nariz nos livros ou pergunto
ao meu homem. Não há tempo suficiente para prestar atenção em
outras coisas. Agora vejo o que algumas das outras garotas queriam
dizer, elas não diziam por que, mas isso me fez pensar se havia
algum tipo de regra tácita em torno do Franklin U High. Você nunca
menciona o que os garotos da equipe fazem; você apenas fica longe
deles.

—Ambos conseguiram o que mereciam. — Não tenho culpa por


nenhum deles. Eu só podia esperar que eles realmente aprendessem
uma lição. Eu só posso fazer suposições do time de futebol desde
que não tenho tempo suficiente para ficar sabendo sobre
eles. Quando assisto aos jogos, meus olhos estão sempre em
Owen. Tem que haver algo mais na história, o que eu não entendo
porque Owen seria amigo de um monte de garotos que tratam as
mulheres como lixo. Ele não é dessa maneira, é muito respeitoso
quando se trata de mulheres. É onde minha mente fica presa. Tudo
isso não faz sentido para mim.

—Não foi o suficiente. — Owen balança a cabeça. Sim, ainda


está corroendo ele. Melody me enviou uma foto de Billy. Eu não
tinha dito a ela o que aconteceu, mas ela me perguntou. Ela
provavelmente assume que Owen teria me contado desde que eles
eram companheiros de equipe. Eu sabia exatamente quem tinha
deixado o rosto de Billy daquele jeito, mas mantive minha resposta
casual para Melody. Parece que seu rosto encontrou um punho é a
única coisa que eu disse. Foi a verdade. Ela o viu na loja e tirou uma
foto. Pode não ser suficiente na mente de Owen, mas estava quase
lá. Eu diria que a pontuação tinha sido igualada, mas Owen
discordaria, com base em sua expressão.

—Eu te amo. — Eu digo as palavras que estão na ponta da


minha língua há dias. Quando ele disse para mim, parecia tão
certo. Eu queria dizê-las para ele, mas não queria que ele pensasse
que eu estava apenas as repetindo de volta. Essas são palavras
poderosas para dizer a alguém e eu queria que elas viessem no
momento certo. Ele precisa saber que eu quero dizer com todo o
meu coração. Sua cabeça empurra para trás, fazendo com que seus
olhos se fechem com os meus. A emoção que vejo nelas traz lágrimas
aos meus olhos. Sua mão chega a acariciar meu rosto enquanto seus
lábios gentilmente beijam os meus. O beijo é doce e terno, assim
como o meu Owen sempre é comigo.

—Eu também te amo, Ace, — diz ele contra a minha boca. —Já
é hora de você admitir isso, — acrescenta, me fazendo rir. Ele me dá
uma daquelas covinhas.

—Eu sei. Eu cedi. — Pisquei para ele. Desta vez ele me joga no
sofá, mas ele me faz cócegas.

—Não foi assim que pensei em encontrar vocês dois no sofá. —


Mamãe diz em pé com meu pai na entrada da sala de estar.

—Não fique aí parada. Me ajude! — Eu grito para eles através


do meu riso. Os dois apenas nos olham divertidos. Eu acho que é
seguro dizer que meus pais estão um pouco apaixonados por Owen
também. Eu não posso culpá-los. Ele é fácil de amar e eu tenho a
sorte de ser a única que consegue fazê-lo.
Owen

EU NÃO TINHA PERCEBIDO que JJ não estava na escola. Eu procuro


por ele na segunda-feira, mas não o vejo. Quando o treino da tarde
termina, é a primeira coisa que pergunto a Carter, em seu armário.
—O que aconteceu com o JJ?

—Anderson? O jogador de basquete? — Carter dá de


ombros. —Ouvi dizer que ele foi transferido para Jefferson.

—Por quê?

Carter me dá uma olhada. —Você não sabe por quê?

Eu não me movo. —Não. Eu não sei. Sou um jogador de futebol


idiota. Preciso de coisas explicadas com fotos e em negrito.

—Você está em três turmas avançadas, — diz Carter com


aborrecimento. —Eu pensei que ele foderia com seu
desempenho. Ele é uma droga no basquete, então eu sugeri que
fosse embora e foi. Fim da história. — Ele fala se afastando.
Eu não tinha pensado em expulsar Billy da escola, mas gosto
dessa opção. Eu estalo meus dedos. A melhor maneira é apenas
bater nele todos os dias, não tenho dinheiro para ameaçá-lo, que é a
ferramenta que aposto que Carter usou, mas sou capaz de dar um
soco no rosto de Billy toda vez que o vejo. Na verdade, essa ideia me
deixa muito feliz.

—Não.

Eu me viro para ver Carter franzindo a testa atrás de mim. —


Você está falando comigo?

—Sim e eu vejo o que você está pensando. Você não pode se


livrar do Billy.

—A porra que eu não posso. — Carter está começando a me


irritar. —Ele é o terceiro running back 14 . Até um calouro poderia
fazer sua parte.

—Vai mexer com a dinâmica da equipe. Estamos a dois jogos


do final da temporada. Faça o que quiser depois das playoffs, mas
até lá o Billy fica no time.

—Por quê? Ele é um jogador de merda. Não adiciona nada ao


entrosamento do time. É literalmente mais inútil que o garoto da
água. A menos que ele esteja chantageando você, por que ele não
deveria ser forçado a sair da equipe?

Carter joga as almofadas na cabeça. —Porque eu sou


supersticioso, é por isso, — ele bufa impaciente. —Dance com a

14- Running Back é uma posição do futebol americano. O principal papel de um running back é correr com a bola que pode ser passada para ele pelo
quarterback ou também ajudar no bloqueio
garota que você trouxe e essas merdas. Você sabe? Porra. Novatos, —
ele murmura baixinho e vai embora.

—Você não sabia? — Grant pergunta. —O garoto em casa


coloca seus sapatos na mesma ordem todos os dias. Pé esquerdo
primeiro e pé direito depois. Ele sempre come um quarto de uma
barra de Snickers e depois dobra o resto até depois da vitória.

Eu esfrego minha cabeça. —Primeiro, eu nunca vi ele se vestir,


segundo eu achei que ele só dava algumas mordidas, porque
Snickers é uma barra de chocolate ruim, e ele comeria o resto,
porque tinha esquecido, por causa de todos os golpes que levou no
campo.

Grant bufa. —Você tem boas mãos, Fast, mas fora do campo
você é um distraído da porra.

Ele diz isso, porque sabe o quanto eu sou afiado no campo, e


mesmo que Carter esteja irritado comigo, ele ainda me lança a bola,
e eu pego todas.

Depois do treino, faço meu caminho para a aula de costura. Ace


já está em seu lugar com um monte de garotas amontoadas ao redor
dela. Elas se espalham quando eu entro.

—Eu interrompi alguma coisa?

—Não. — Ace sorri para mim, mas eu vejo o jeito furtivo que
Melody leva seu telefone para longe.

—Vocês estão vendo


pornografia? Fronhas? Trigonometria? Eu posso aguentar. — Falo
me acomodando no assento ao lado da minha garota.
—Absorvente interno. Estamos falando sobre quais têm a
melhor proteção contra vazamentos, — Melody diz com uma
pequena inclinação desafiante em seu queixo.

—Me deixe saber no caso de eu ter que comprar algum, — eu


respondo.

Ace revira os olhos. —Eu posso comprar meus próprios


absorventes, obrigada.

—Claro, mas se você tiver uma emergência, eu deveria saber,


não é mesmo? Dessa forma, posso cuidar disso.

—Você é de verdade? — Melody interrompe.

—Tenho certeza de que sou. O que você acha, Ace? — Eu a olho,


e vejo que que cora lindamente.

—Ele é de verdade, — diz ela, e dá um tapinha na pilha de


tecidos a nossa frente. —Vamos, temos trabalho a fazer.

São tocas de bebê que concordamos em fazer para o hospital


infantil. Quando Ace entregou os cobertores, ela perguntou se havia
mais alguma coisa que pudéssemos fazer, eles sugeriram o ‘projeto
da toca’ porque mandavam cada recém-nascido para casa com um
cobertor e uma toca.

As outras garotas fazem como Ace sugere e nós nos ocupamos


em cortar quadrados que eventualmente serão transformados em
toquinhas para bebê. Eu me voluntario para me juntar à equipe de
corte. Ace se dirige para o grupo que vai costurar as duas camadas
de tecidos juntas.
Melody fica no meu grupo. —Se você machucar, Ace, eu vou
pegar essas tesouras e cortar o seu pau, — ela sussurra
ameaçadoramente. Melody tem cerca de um metro e meio. Eu
poderia esmagá-la com a mão.

—Ok. — Não há nenhum ponto em discutir com ela. Ace olha


para nós e eu sorrio docemente para ela. Ela não precisa saber que
sua melhor amiga quer levar um objeto afiado para o mesmo pedaço
de mim que está morrendo de vontade de ter dentro dela.

—Você vai me levar a sério por um segundo? — Melody exige.

—Eu não tenho planos de feri-la. Eu a amo, então faça todas as


ameaças que você quiser.

—É o time de futebol, — diz Pixie na máquina de costura para


duas pessoas.

—O que você quer dizer?

—Não confiamos no time de futebol. Carter executa esse


programa e ele não se importa se houver maçãs podres, enquanto
vencerem. Billy não é o único cara que anda por aí pensando que
pode tocar garotas porque ele usa um pads15 na sexta-feira, então
nos desculpe por nos preocuparmos com Ace aqui. — Pixie acena
com a cabeça na direção da minha garota.

Ace me dá um olhar resignado. —É verdade. Desde que


comecei aqui, tem havido rumores sobre o time de futebol. Você é

15 - Um tipo de amortecedor que os jogadores de futebol usam durante os jogos;


um cara legal, mas os caras com quem você anda têm uma má
reputação.

—Eles não são todos ruins, — eu começo a discutir, mas então


eu me pergunto. O que eu sei sobre esses caras? Eu nem percebi que
Carter era supersticioso. —Eles são todos ruins? — Eu pergunto
genuinamente curioso, nunca gostei muito de Billy desde o começo,
mas os outros caras pareciam decentes.

—Nem todos eles, — diz outra garota. —E, claro, se você


reclamar, esse cara será punido, mas não haverá como provar.
Ninguém diz explicitamente que Billy quebrou o nariz porque tocou
na garota errada. Em vez disso, tudo é apenas presumido. E o
Billy? Ele está dizendo que bateu em uma porta e metade da escola
acredita nele e não que Aly foi agredida.

—É o silêncio que faz parte do problema, — afirma Ace. —Eu


sei que você cuidou de Billy por mim, mas e todas as outras garotas
que não têm namorado para bater em Billy? Os outros caras
parecem pensar que o time de futebol acredita que está tudo bem,
então deve ficar tudo bem.

Eu coloco minha tesoura para baixo e cruzo minhas mãos


juntas. —Então, o que você acha que precisa ser feito?

—Faça de Billy um exemplo. O leve a dizer o que fez, que foi


errado e o porquê. Comece a fazer os caras falarem sobre o que está
de errado, em vez de fazer as garotas tentarem proteger umas às
outras , — diz Melody.
Eu olho para Ace. —É isso que você quer? — Porque ela estaria
no meio disso se eu fizesse uma cena. Ela seria a única que Billy
estaria se desculpando.

Ela lambe os lábios e me dá um breve aceno. Eu


me endireito. —Um pedido de desculpas chegando.
Alice

—ONDE ESTÁ A SUA SOMBRA? — Melody pergunta enquanto ela cai


no assento ao meu lado no refeitório. Ela pega algumas batatas fritas
do meu prato.

—Disse que ia buscar uma sobremesa, — eu digo a ela antes de


empurrar a última mordida de pizza na minha boca. Eu olho em
volta para ver por onde Owen desapareceu, teria sido bom com uns
amassos de sobremesa, mas ele estava de pé e fora antes que eu
pudesse dizer isso a ele. Não o vejo em lugar nenhum. Normalmente
ele é fácil de detectar porque ele é tão alto, mas a cafeteria
está lotada. Ele provavelmente está esperando na fila da máquina
ou algo assim.

—Espero que ele consiga algo bom, — diz Melody antes de


pegar mais batatas do meu prato. Estou acostumada com isso agora,
ela nunca quer esperar na fila, então está sempre roubando comida
do meu prato. Ela normalmente está atrasada para almoçar
também, deixando a sala de arte no último minuto, perdendo seu
tempo para comer. Eu não posso reclamar, porque ela sempre traz
petiscos para as nossas sessões de estudo, então deixo pra lá.

—Tenho certeza que ele vai te trazer alguma coisa. — Ele


normalmente traz, não acho que é porque ele está tentando ser mais
gentil com Melody. É mais provável que ele não goste dela comendo
da minha comida. Ele adquiriu o hábito de garantir que receba o
suficiente para ela também. Eu ainda não tenho certeza se ambos
gostam um do outro. Muitas vezes, observá-los discutir sobre algo
era divertido, embora. Eles brigam como irmão e irmã.

—Oh merda. — Melody suspira. Eu olho pra ela por cima do


meu telefone, e então o deixo na mesa, seus olhos estão arregalados
enquanto sua boca está em choque, me viro para seguir sua linha de
visão e ver o que está acontecendo. É quando eu vejo Owen, não
posso sentir falta dele agora porque ele está trazendo Billy, pela
nuca, o arrastando em minha direção.

O rosto de Billy não parece muito melhor hoje. Provavelmente


não ajuda que esteja vermelho como tomate agora. Todos estão se
voltando para o que está acontecendo. Mesmo eu não tenho certeza
do que Owen está fazendo, mas estou começando a entender
rapidamente. O som das cadeiras sendo afastadas das mesas de
almoço é tudo que você ouve enquanto as pessoas saem
do caminho. Owen continua a guiar Billy em minha direção. Seus
olhos ficaram colados aos meus enquanto ele o empurra para
frente. Instantaneamente fico de pé, não tenho certeza do que devo
fazer, mas não quero que Owen tenha problemas. Pior, estou
preocupada que ele seja expulso da escola ou fora do time porque
Billy é um idiota. Billy merece o que quer que aconteça com ele, mas
Owen não merece as consequências que ele pode sofrer por garantir
que Billy assuma a responsabilidade.

—Ace. — Owen me chama. Ele sorri, me dando as covinhas


como se ele tivesse acabado de me trazer um cachorrinho, em vez
de um jogador de futebol. Billy parece uma patética boneca de pano
nas mãos de Owen.

—Owen? — Eu respondo de volta. O refeitório inteiro ficou


quieto agora. Toda atenção está em nós.

—Deixa pra lá. Eu não quero nada, — Melody diz ao meu lado.

Eu volto minha atenção para ela por uma fração de segundo


porque eu não tenho ideia do que diabos ela está falando. —Você
não quer?

Ela olha para mim como se eu fosse à louca. —Esse pedaço de


merda nojento que Owen arrastou aqui. Ele disse que estava nos
dando algo doce. Isso é besteira. — Se eu não estivesse tão nervosa
com Owen se metendo em confusão, eu teria rido. Volto minha
atenção para o grande elefante nesta cafeteria, me preparando para
o que Owen tem em mente. Quanto mais cedo acabarmos com isso,
melhor será para todos nós.

Os olhos de Billy permanecem focados no chão. Ele não olhou


para cima uma vez desde que eles pararam na nossa frente, o aperto
de Owen no pescoço dele se intensifica enquanto força a cabeça para
cima, fazendo com que ele olhe diretamente para mim. Seu rosto
parece que passou por um boxeador profissional. Tenho um
segundo de simpatia por ele antes de afastar, lembrando das
palavras maldosas que ele disse para mim. O medo que ele tentou
incutir ainda está fresco em minha mente. Eu não estou fazendo
isso apenas por mim, mas por todas as meninas que sofreram em
suas mãos. Tenho sorte porque tenho alguém para me proteger. A
maioria das meninas não tem isso, e isso enviará uma mensagem
clara. Dizendo que isso não será mais tolerado.

—De joelhos, idiota. Você vai implorar pelo perdão da minha


garota. Na verdade, você vai rastejar pelo perdão de todas as garotas
nesta escola e em qualquer outro lugar que você possa tê-las
desrespeitado. — Owen empurra com força o pescoço de Billy, o
fazendo cair de joelhos na minha frente. A cafeteria inteira solta um
suspiro, mas ninguém se move. Owen se abaixa o rosto bem em
frente ao de Billy. —Eu não posso te ouvir.

—Sinto muito. — Eu mal ouço as palavras que Billy sussurrou


para o chão. Owen parece que está ficando mais chateado a cada
segundo que passa.

—Eu disse que não posso te ouvir. Fale merda. Olhe para a
minha garota quando você está se desculpando. — Billy levanta a
cabeça, e seus olhos encontram os meus.

—Sinto muito, — ele diz novamente, mais alto desta vez, o


suficiente para toda a cafeteria ouvi-lo.

—Faça melhor que isso. — Owen bate na cabeça dele. —Esse


pedido de desculpas não é bom o suficiente. Ouça as próximas
palavras que vou dizer com muito cuidado. Eu quero que você olhe
para a minha garota e diga: 'Me desculpe por eu ser um idiota doido,
que nem sequer merece olhar para você, não importa que diga coisas
repugnantes na sua presença. Porque eu sou um bastardo nojento, que
nunca mais falará com você ou qualquer outra mulher dessa
maneira’. Owen para de falar e espera pela resposta de Billy.

Os olhos de Billy se encontram em mim novamente. —Eu sinto


muito. — Eu não tenho certeza se ele quer dizer isso ou não. Não
interessa. Não é o objetivo. Owen solta o pescoço de Billy com um
empurrão, o fazendo quase cair. Ele estende a mão e segura a
minha. Eu tranco meus dedos com os dele. Ainda ninguém diz
nada. Tenho certeza de que todos estão em choque quando Owen
me tira da cafeteria. Eu vou com ele. Eu seguiria esse homem para
qualquer lugar.
Owen

COM O ÚLTIMO jogo da temporada fora, todos nós decidimos


comemorar. Grant organizou uma festa em sua casa no lago. É
enorme, ainda maior que a de Ace, com mais garagens do que a
minha casa tem quartos. O andar de cima está fora dos limites, mas
temos rédea livre no enorme porão. Eu juro que poderia correr no
campo de futebol mais rápido do que eu poderia ir de um lado ao
outro dessa casa.

A maioria das pessoas está do lado de fora, no entanto. O tempo


está ficando frio, então Grant acendeu uma enorme fogueira na
praia. Cerca de cinquenta de nós estão amontoados em torno dela. O
resto está na casa. Ace está encolhida entre as minhas pernas com
a minha jaqueta enrolada em volta dela. Eu ainda estou quente com
a vitória, e acima de tudo, Ace.

—As coisas devem estar bem entre você e Carter, — diz ela,
olhando através do fogo para a figura escura sentada em uma das
poucas cadeiras aqui em baixo.
—Ele ainda me lança a bola, — eu respondo. Há um espaço ao
seu redor que eu não tinha notado antes e não sei se é porque ele
quer ou porque todo mundo tem medo de se aproximar dele. Ele
pode ser um filho da mãe malvado, mas, eu não sei, neste momento
ele parece meio solitário.

—Vocês não conversaram, depois do show com Billy? — Ace


olha para mim com surpresa.

—Por que nós falaríamos sobre isso? — Eu fiz o que tinha que
fazer. Carter aceitou e nós seguimos em frente. —Não há nada a
dizer.

Ace sacode a cabeça. —Homens, — é tudo o que ela diz.

Eu suponho que isso seja um insulto, mas eu não me


importo. Billy se foi. JJ se foi. Acabamos de terminar a temporada
regular, invictos. Eu tenho olheiros de várias faculdades farejando
minha nuca e a melhor garota do mundo inteiro se aconchega contra
o meu pau.

O mundo não poderia ser melhor. Bem, poderia. Eu poderia ter


meu pau dentro da melhor garota do mundo. Eu tomo um gole da
minha cerveja e enterro meu rosto no pescoço de Ace. Ela cheira a
fumaça e doçura. Meu pau incha e Ace percebe imediatamente. Acho
que é difícil sentir falta de estar sentada no meu colo. Ela gira os
quadris em um movimento lento e triturante. Eu mordo o pescoço
dela em retaliação. Se ao menos tivéssemos um cobertor. Grant e
sua garota têm um e eu juro que ele está mexendo com ela por
baixo. Nenhum julgamento, no entanto. Eu adoraria ter meus
dedos enterrados dentro da boceta suculenta de Ace. Minha mão se
desvia para o cós. Ace congela e depois salta em pé.
—Ah, é tarde. Minha mãe disse que eu tinha que estar em casa
às onze , — declara ela. Eu rapidamente digo nosso adeus e corro
atrás dela.

—Quando ela disse isso? — Eu pergunto preocupado. Eu nunca


perdi um toque de recolher de Ace antes.

—Ela não disse, — Ace admite. —Eu só queria ir para casa. —


Ela desliza a mão na minha. —Estou cansada e com frio.

—Certo. Sem problemas.

Ace mora a apenas alguns minutos de Grant, então não demora


muito para chegar à casa dela. Eu a acompanho até a porta,
querendo ter certeza de que ela não se meta em encrenca por ficar
fora até tarde, mas quando entramos, a casa está silenciosa.

—Onde estão seus pais? — Eu pergunto, desconfiado.

—Papai foi para uma conferência médica e mamãe com ele.

—Isso foi neste fim de semana? — Me lembro deles falando


sobre isso, mas eu pensei que isso estava acontecendo no próximo
ano por algum motivo.

—Sim. — Ace me puxa pela cozinha, passando a grande sala e


subindo as escadas.

Eu paro no meio do caminho. —Ace, baby, eu acho que deveria


ir para casa. — Estar sozinho com ela neste lugar é muita
tentação. Minha cabeça já está esvaziando todos os pensamentos,
menos um - o quão rápido eu posso ficar nu.
—Não. Você vai vir ao meu quarto e tirar minha virgindade, —
ela afirma corajosamente. —Eu esperei a temporada acabar, mas
estou impaciente e com tesão. Estou cansada de me esfregar em
seus dedos, e me perguntar como seria ter seu pau dentro de
mim. Ou você sobe comigo ou eu estou jogando você nas escadas e
montando em você como um cavalo.

Meu queixo cai e eu congelo. Mas apenas por um segundo. No


próximo tique do ponteiro do relógio, eu tenho Ace por cima do
ombro e estou correndo para o quarto dela. O riso dela morre no
momento em que eu pego seu sexo quente através de seus jeans.

—Owen, — ela suspira.

Eu a esfrego através do jeans. —Sim, baby?

—Eu queria isso há muito tempo. Por que você me fez esperar?

—O inferno se eu sei, — eu admito, a abaixando para o chão


quando eu chego a sua cama. —Eu não queria que você pensasse
que estava contigo, por causa de seu corpo quente.

—Esse momento passou como oito semanas atrás.

—Começamos a namorar há oito semanas.

—Exatamente. — Ela sorri para mim.

Eu derreto. Bem, meu coração se derrete, porque meu pau


ainda está duro como aço. —Ok, então considere as oito semanas
como preliminares, porque eu não vou durar muito tempo dentro
de sua boceta. — Será um milagre se eu puder durar mais do que
algumas investidas, mesmo agora, estou prestes a gozar nas minhas
calças. Eu aperto meu pau com força suficiente para ver estrelas.
—Eu não me importo. Contanto que possamos fazer isso de
novo, qual é o problema? Estamos aprendendo juntos, certo?

—Certo. — Alice Alistair é minha primeira e será minha última.

Eu abro o jeans e deslizo a mão dentro de sua calcinha até


chegar a sua boceta suculenta. Eu já a provei antes. Eu a peguei com
meus dedos, mas não é a mesma coisa, não importa quantas vezes
eu a toque, isso sempre parece um privilégio - um milagre.

Eu caio de joelhos e arrasto sua calça jeans até os


tornozelos. Ela sai deles e uma camiseta voa sobre a minha
cabeça. Seu sutiã se solta pela sala um segundo depois. Eu corro
minhas mãos até suas pernas firmes, acaricio a parte de trás de seus
joelhos e beijo as áreas tenras ao longo de sua parte interna da coxa,
lambendo o mel líquido que gotejou para fora de sua vagina para
cobrir sua pele.

—Por favor, — ela implora enquanto eu demoro sobre sua


boceta quente, inalando sua essência picante, lambendo sua doçura
pegajosa.

—Sim, eu sei. — Meu pau está prestes a explodir. Eu beijo sua


boceta um pouco mais, sabendo que não importa quantas vezes eu
a tenha tocado, ela ainda vai doer. Meu pau não é uma coisa
pequena, mas ela é pequena e frágil e vulnerável. Eu beijo ao longo
das dobras suaves e, em seguida, a abro com meus dedos enquanto
eu a fodo com a minha língua.

—Simmm, — ela sussurra. Suas unhas arranham meu couro


cabeludo e seu corpo estremece quando sua liberação inunda minha
boca. Molhada e pronta, ela volta para a cama.
Eu tiro minhas roupas e a sigo, me apoiando em seu corpo nu
com um joelho no colchão e uma mão plantada ao lado de sua
cabeça.

—Você está pronta? — Eu pergunto, pegando meu pau


dolorido na minha mão.

Ela balança a cabeça, os olhos brilhando.

Eu pressiono a cabeça larga entre os lábios inchados e no canal


apertado de sua boceta. Ela inala bruscamente.

—Dói, baby?

Ela passa os dentes pelo lábio inferior e acena com a


cabeça. Cristo, ela é tão apertada. E quente. E úmida.

Meu braço treme enquanto eu luto para que eu não empurre de


uma só vez, dentro dela. Me afasto um pouco para que eu possa
encontrar seu clitóris, aperto levemente e depois esfrego em
círculos até que as paredes de sua boceta amolecem apenas o
suficiente para aceitar um centímetro, talvez dois.

O suor escorre pela minha testa.

—Me deixe entrar, — eu digo ofegante. —É isso aí. Sua pequena


boceta quer isso, relaxa. É bom, não é?

Ela olha para mim com olhos grandes. —Você é tão grande. Não
sei se você vai se encaixar.

Eu solto uma risada que se transforma em um gemido. —Sim,


isso não ajuda. — Eu posso sentir meu pau inchando maior e mais
grosso.
Ela ri em resposta. —Eu não posso evitar. Você é enorme -
maior do que estava na minha boca ou quando eu tinha a minha mão
em você.

Ela se contorce e eu suspiro com a sensação quando eu afundo


ainda mais nela.

—Oh, — diz surpresa. Ela não esperava que isso acontecesse,


mas quando ela se move, eu me movo. Meu pau só segue a sua
direção.

—Você está bem?

—Sim. Há muito ... mais?

Nós dois olhamos para baixo e a visão do meu pau penetrando


sua boceta é erótica demais. Eu fecho meus olhos e jogo minha
cabeça para trás.

—Como eu estou tomando tudo isso dentro de mim? — Ela


engasga.

—É um mistério. — Eu solto um suspiro pesado. Nesse ritmo,


vou morrer antes de estar totalmente dentro dela, definitivamente
poderia gozar, o que seria humilhante, mas o que uma mera pessoa
pode fazer quando está fodendo a deusa de seus sonhos? Eu puxo
sua bunda nua e a seguro ainda enquanto eu avanço para frente
mais um centímetro.

Sua cabeça cai para trás, apresentando seu belo pescoço. Eu me


inclino para frente para marcá-la ao mesmo tempo em que seus
quadris se elevam.

—Owen! — Ele chora.


—Você tem isso, Ace. Você tem isso. — Eu tenho tão pouco
controle sobrando. É um cadarço gasto quase todo o caminho. Eu
penetro fundo, e espero que ela comece a respirar novamente.

Eu lambo seu pescoço, belisco seu sensível lóbulo da orelha,


espalhei beijos em seu rosto, o tempo todo comandando o esperma
que está reunido em minhas bolas para
esperar. Esperar. Esperar. Esperar.

E então acontece. Ela se move. Seus quadris giram lentamente


em movimentos cautelosos, testando a si mesma. Sons de sucção
molhada enchem o ar enquanto ela se move no meu eixo rígido.

—Você é tão difícil, — ela geme.

Eu quase choro com a dor de esperar. —Baby, você é tão


gostosa. Eu quero que você goze em cima de mim. Deixe meu pau
encharcado.

—Eu quero gozar, — diz ela. —Me ajude a gozar...

—Nada do que eu queira mais. — Eu cavo minha mão entre nós


novamente, achando aquele pequeno botão sensível.

Ela engasga quando eu coloco meus dedos nela, balança contra


mim, mais rápido e mais forte. Os saltos dos pés dela cavam na parte
de trás das minhas coxas. Sua boceta fica mais fina e os sons
de porra suja e suja pontuados por suspiros enchem o quarto.

—Você se sente bem, não é, Ace? Você gosta do meu pau grosso
dentro de sua pequena boceta, não é?

Ela solta um gemido sufocado enquanto eu conduzo meu pênis


dentro dela em movimentos ferozes e seguros, meu duro membro
deslizando até que apenas a ponta da minha cabeça larga ainda
separa seus lábios e depois batendo para a frente com força
suficiente para levar todo comprimento.

Ela chega ao clímax em apenas alguns segundos antes da minha


irromper do meu corpo. O jorro de esperma é quente e
longo. Parece que nunca gozei antes. Eu continuo jorrando dentro
dela, a enchendo com a minha semente até que ela vaze de sua
vagina, encharcando suas coxas.

Espasmos tremulam em seu corpo enquanto ela canta meu


nome.

—Owen, Owen, Owen. Sim. Sim, foda-se sim.

Eu continuo porque esta é a nossa primeira vez e eu nunca


quero que isso acabe. E nunca acabará.
Alice

Meses depois

EU DESLOCO OWEN para o lado antes que ele possa abrir a


boca. —É perfeito. — As paredes estão vazias e não há nada no
quarto, somente duas camas de solteiro e duas mesas pequenas.

—Nós podemos tornar isso mais confortável, em pouco tempo.


— Minha mãe bate palmas, animada com a decoração do meu
quarto. Se tem alguém que pode tornar este lugar confortável é ela,
sempre foi boa em pegar o nada e transformá-lo em algo. Nenhuma
ideia de como ela faz isso, mas ela faz.

—Temos sorte de eu ficar em um quarto sozinha, — sussurro


para Owen. Ele me dá uma piscadela, me fazendo pensar se era
realmente sorte ou não. Entrei em Notre Dame e Owen também. Ele
realmente não precisou se inscrever. Todas as escolas estavam
batendo em sua porta. Eu tive as notas e pontuações para entrar por
conta própria, meu trabalho duro me rendeu uma carta de aceitação
antecipada. Tenho certeza de que, quando Owen e eu viemos juntos
em nossa turnê, eles ficaram muito felizes, como eu já havia me
comprometido com a escola naquele momento, tinham uma
garantia de que eles iriam prender Owen. A escola fez questão de
nos mostrar as muitas vantagens que eles ofereciam. Tenho certeza
de que, se Owen não estivesse comigo, eu não teria recebido o
mesmo tratamento, teria sido conduzida com todos os outros alunos
em vez de receber um tour privado e um quarto que parecia ser para
dois. Estava preparada para isso.

Os calouros precisam morar no campus. Para minha sorte,


havia um único quarto que de repente se tornou disponível. Tinha o
meu nome escrito por todo o lado.

Owen foi praticamente empurrado para uma casa de


fraternidade com todos os outros jogadores de futebol. Além disso,
ele também tem seu próprio quarto.

Owen envolve um braço em volta de mim, me puxando para


perto dele. Minha mãe já está fazendo uma lista de coisas que
precisaremos para o meu quarto.

—Nós não estamos mais passando noites separados. Chega


dessa merda, — ele diz apenas para meus ouvidos. Os olhos de
minha mãe se movem para nós e tenho a sensação de que ela
poderia ter ouvido Owen. Não é segredo o quão sério nós somos. Eu
até tenho um anel de compromisso no meu dedo que Owen colocou
lá. A promessa é que ele e eu estaremos sempre juntos. Essa
faculdade é apenas o próximo passo em nossa jornada, não
importando o quão longa seja, vamos fazer isso juntos.
Eu nunca duvidei disso, com anel de compromisso ou não,
sempre sei onde estou com Owen. Toda pessoa em nossas vidas
sabe do nosso comprometimento, ele nunca é tímido sobre deixar
todos saberem que eu sou dele.

Ele nunca fez isso como se eu fosse uma propriedade, no


entanto. Sempre foi mais uma maneira de se orgulhar de me
glorificar. Ele gosta de se gabar sobre mim brinca que não sabe
como conseguiu me conquistar, diz que deve ter sido sua beleza,
porque com certeza não era sua matemática ou habilidades de
costura. Eu sempre respondo dizendo que foi a doçura dele que me
influenciou. Acima de tudo, foi isso que realmente me
dominou. Owen é sempre doce e generoso quando se trata de
mim. Tem sido assim desde o minuto em que o conheci e é assim até
hoje, sei que permanecerá o mesmo para o resto de nossas
vidas. Estou ansiosa para apreciar cada momento disso.

—Na Europa, eles empurram as duas camas juntas para torná-


la única.

—Mãe! — Eu estalo para ela. Eu juro que ela diz essas coisas
para me provocar. Eu deveria estar acostumada com elas. Owen
apenas ri, tendo se acostumado com seus comentários. —É
verdade. É só pegar um colchão queen, e colocar as duas camas
juntas. Não quero que você caia da cama. Você não está acostumado
a um gêmeo.

—Seja como for, — murmuro. Owen só resmunga mais.

—Pelo menos eu não tenho que viver com outros quinze


homens. — Eu lembro Owen de sua própria situação de vida.
—Não dou a mínima para onde eu durmo, Ace. — Quando
minha mãe se vira para fazer anotações em seu pequeno bloco, ele
se inclina ao lado da minha orelha. —Enquanto você estiver ao meu
lado. — Ele beija abaixo da minha orelha. —Abaixo de mim. — Desta
vez ele dá ao meu pescoço uma pequena mordidela. —Em cima de
mim. Eu não me importo. — Meu corpo todo aquece. Eu tenho que
lembrar que minha mãe está aqui. Meu pai e a mãe de Owen
aparecerão a qualquer minuto também. É dia de mudança para nós
dois.

—Acho que tenho a lista pronta. — Minha mãe se vira para


olhar para nós dois. Seu sorriso feliz fica suave quando ela vê que
Owen tem o braço dele em volta de mim apertado. Seus olhos
começam a lacrimejar e eu sei o que está por vir. Instantaneamente,
um nó se forma na minha garganta.

—Eu deveria ... — mamãe o interrompe.

—Não, Owen. Você fica, — ela diz a ele antes de segurar meu
rosto. —Você fez isso, eu sabia que você faria.

—Nós fizemos isso, — eu corrijo. Sem ela eu não estaria aqui.

—E você continuará fazendo.

—Eu vou, — eu concordo. Ela me dá um beijo antes de soltar as


mãos.

—E você vai estar com ela. — Ela aponta para Owen, que se
levanta um pouco mais reto.

—Sempre, — ele responde sem perder o ritmo. A expressão


severa que minha mãe por um breve momento apontou para ele cai.
—Eu sei que você vai. Você é um bom homem. — Puxando
Owen para lhe dar um beijo no rosto antes de sair do meu
quarto. Ela provavelmente vai encontrar meu pai que está no
caminhão da mudança, pode ter se desculpado antes de começar a
chorar.

—Estamos fazendo isso, Ace. — Owen se vira. Eu inclino minha


cabeça para olhar para ele. Nós estamos. Tenho sorte de encontrar
meu verdadeiro amor em uma idade tão jovem, Owen não me
deixou afastá-lo. De alguma forma nós sempre compensamos o
outro. Nós somos uma combinação perfeita.

Até a mãe dele se encaixa na minha família. Somos uma grande


família agora. Vai crescer um dia, mas não hoje. Owen e eu ainda
temos sonhos que queremos cumprir. Nós temos todo o tempo do
mundo. Eu vou saborear cada momento como eles vêm.

A decisão de mudar de escola, um ato de bondade e um


vislumbre na direção certa levou a esse momento. Eu serei
eternamente grata que as estrelas se alinharam para trazer Owen
para minha vida.

AGORA VAMOS fazer tudo juntos. Tudo, desde jogos de futebol,


sessões de estudo tarde da noite, Owen sendo convocado para a
NFL, me graduando na escola médica, tendo uma estrela da NFL
como marido, comprar um lugar nosso e vendo meu marido não
apenas ganhar um Superbowl, mas dar a sua mãe a vida que ele
sempre sonhou. Então um dia ter bebês e fazer malabarismos com
tudo isso. Algumas partes podem ser fáceis, enquanto outras serão
difíceis, mas sei que juntos teremos tudo.
EPÍLOGO

* Alice *

QUASE QUATRO ANOS depois

MEUS OLHOS SE MOVEM para o relógio, sabendo que Owen deveria


estar em casa a qualquer momento, estou tendo dificuldade em
prestar atenção ao que eu deveria estar fazendo. Eu volto para o
livro, soltando um longo suspiro antes de cair de volta no sofá e
olhar para o teto.

Ele se foi há uma semana, não entrou no DRAFT em seu


primeiro ano como muitos outros fizeram, decidiu ficar para o
último ano e obter o seu diploma. Conseguiu a graduação em três
anos e meio, terminou a faculdade nos últimos meses, mas não
estará na formatura em maio, com o resto da nossa turma. Obteve
seu bacharelado em administração de empresas e eu estava no topo
da minha classe em pré-med16. Já escolhi para onde quero ir para a
faculdade de medicina.

OWEN ACHA QUE eu vou ficar aqui, mas ele terá uma surpresa. Me
inscrevi em todos os lugares e estou feliz em dizer que as cartas de
aceitação estão chegando. Foi por causa de Owen e nossos pais que
eu pude colocar tudo no meu curso e está valendo a pena. Eles
permitem que eu me concentre em meus estudos sem ter que me
preocupar com distrações externas.

AGORA O trabalho árduo DE OWEN também vai valer a pena. Ele


pode fazer com que pareça fácil estar no campo de futebol, mas meu
homem trabalha duro, não só por sua equipe, mas por nós. Não há
um dia que passe que eu não sou grata por ele. Ele ainda é meu
tudo. Eu sei que juntos, ele e eu podemos fazer qualquer coisa para
a qual planejamos. Estes últimos anos provaram isso.

QUANDO OUÇO a chave entrar na fechadura do nosso


apartamento eu pulo. Ele mal consegue abrir a porta e já estou em
cima dele. Nós conversamos todas as noites, mas eu ainda sentia
falta de tocá-lo. Eu até consigo vê-lo agitar na tv combinada com
meu pai. Minha boca encontra a dele e eu deixo a porta se fechar
atrás de nós, um momento depois estou em seu colo, enquanto
continuamos a nos beijar. Minha boca não pode deixar a dele. Eu
subiria nele se pudesse. Eu senti falta dele mais do que eu jamais
pensei ser possível.

—FODA-SE, ACE, — ele geme em minha boca, tendo sentido a


minha falta também. —Senti tanto a sua falta. — Ele afunda as mãos

16 - Pré-medical ou pré-med é um curso acadêmico introdutório à área da medicina.


no meu cabelo, aprofundando o beijo. Eu começo a puxar suas
roupas, precisando ser pele a pele. Ele não me impede.

MOMENTOS depois, estamos ambos nus e esgotados. É rápido,


mas doce, nós dois mostrando o quanto sentimos falta um do outro,
depois, nós nos deitamos nus no sofá emaranhados e juntos. Estou
sem fôlego, mas é claro que Owen está pronto para outra rodada.

ELE COLOCA beijos preguiçosos no meu pescoço. —Te amo, Ace,


— ele respira contra a minha pele. —Sempre tenho e sempre vou.
— Lágrimas nublam meus olhos pensando em como eu sou
sortuda. O amor jovem nem sempre dura, mas o nosso sim. As coisas
nem sempre são fáceis, mas ambos nos sacrificamos um pelo
outro. É o que as pessoas fazem quando se amam.

—EU TAMBÉM TE AMO. — Eu mudo para que eu possa olhar para


ele. Eu posso sentir que algo está errado. É mais do que sentirmos
falta um do outro. Nós vivemos nossos primeiros anos de faculdade
separados. Não que nós os passássemos assim. Nosso primeiro ano
Owen e eu estávamos no final. Nós temos um pequeno apartamento
que ficava em cima de uma pizzaria. Na verdade, era mais barato do
que os dormitórios em frangalhos. Agora, tendo vivido com ele, uma
semana de intervalo é difícil, mas administrável. Eu sei que teremos
mais desses, mas juntos podemos fazer qualquer coisa. Nada nos
atrasa. Ele e eu, somos uma dupla imparável. Eu corro meu dedo ao
longo de sua mandíbula não barbeada. Ele é tão bonito quanto no
primeiro dia em que o vi naquele shopping.
—NOVA YORK, — ele finalmente diz. Ele não precisa dizer mais
nada. É para onde ele está indo. Através de toda a liga, fiquei
sabendo que ele irá à primeira rodada do DRAFT para a NFL. Eles já
estavam apostando, para aonde iria. —Os Jets vão me levar. Já
falaram comigo. — Fico tão feliz, isso significa que ele vai primeiro
escolher. Eu sabia que eles tinham isso. Ele não parece tão feliz
quanto eu. Nós deveríamos estar comemorando.

SEUS OLHOS SE FECHAM POR UM MOMENTO. —Eu não posso deixar


você. — Suas palavras saem estranguladas. Este é o seu sonho. Ele
não ama futebol com tudo nele, mas ele gosta disso. Ele gosta mais
do que qualquer coisa que seja algo que ele possa fazer e que não
apenas cuide de sua mãe, mas também de nós. Ele quer mais do que
qualquer coisa. No fundo, meu Owen é um zelador. Um homem de
família. Eu me sento, batendo no peito dele.

—CLARO QUE você não está me deixando. — Eu balancei minha


cabeça para ele. Eu vou me arrastar para longe dele, mas ele me
impede de me mover. Ele sempre será mais rápido que eu. —Me
deixe pegar uma coisa. — Ele relutantemente me deixa ir, me
observa caminhando até a nossa pequena mesa de jantar. Eu folheio
meus papéis, voltando com um. Eu seguro isso para ele. É minha
carta de aceitação para a NYU School of Medicine.

ELE LÊ, E se senta sozinho. —Você vai para a faculdade de


medicina aqui. É para onde seu pai foi.

EU BALANÇO MINHA CABEÇA COM UM NÃO, que não vou. Eu já


conversei com meu pai sobre isso. Ele concordou comigo. —Eu vou
aonde você for.
OWEN COMEÇA a falar, mas eu coloco minha mão sobre sua boca
para detê-lo. Eu caio no colo dele. Sua língua dispara, lambendo meu
dedo onde está meu anel de noivado. Ele colocou no meu dedo há
dois anos. —Acima de tudo, meu pai me ensinou que a família vem
em primeiro lugar. Que ele e mamãe são uma equipe. Somos todos
uma equipe. É você e eu para sempre, Fast. Não há nada que não
possamos realizar juntos. — Ele puxa minha mão para baixo e me
beija com força. Eu recuo, sabendo que preciso dizer mais uma coisa
antes de terminarmos naquela cama. —Estou tão orgulhosa de você,
Owen. Não apenas pelo seu sucesso, mas pela maneira como você
me ama e cuida de mim.

NÓS OLHAMOS nos olhos um do outro. Essa decisão nos manterá


juntos. Eu já discuti isso com sua mãe também.

A MÃE DE OWEN se aproximou dos meus pais ao longo dos


anos. Era impossível isso não acontecer. Nós fazemos tudo juntos
como uma família. Owen e eu ainda não nos casamos, mas esse dia
está chegando. Na verdade, são meses longe de estar aqui. —NYU é
uma boa escola, — eu digo com uma risada. A melhor mesmo. Eu
tenho sorte que eles me escolheram.

—VOCÊ VEM COMIGO. — Seus olhos ficam suaves.

—TODA VEZ, — eu digo instantaneamente.

—EU VOU fazer isso com você. — Um sorriso feliz brincalhão


puxa seus lábios, me dando essas malditas covinhas.

—NÃO HÁ COMO NÃO FAZER ISSO. — Não é assim que isso funciona,
mas sei que não há como lutar com Owen sobre isso. Ele me vira de
costas, pairando sobre mim.
—OH, eu vou fazer de várias maneiras, — ele diz enquanto se
move pelo meu corpo, abrindo minhas pernas. Eu não o paro. Eu sou
todo para esse tipo de maquiagem.
Owen

Dez anos depois disso

ACE SEMPRE FOI A inteligente de nós dois, nunca tive problemas


em admitir isso. Mas estou tão orgulhoso dela, com certeza. Ainda
assim, não estou entendendo como ela não colocou isso
junto. Inferno, eu nem sei como isso aconteceu. Ok, eu sei como isso
aconteceu. Só não sei por que o controle de natalidade dela não
funcionou. Não que eu esteja reclamando. Ela entra e recebe tiros
para isso. Ela deve ter perdido um ou algo assim. Sabíamos que
queríamos uma família, mas ela acabou de se tornar uma cirurgiã
certificada.

—Tem algo de errado comigo. — Ela anda de um lado para o


outro. Não há nada de errado com minha esposa. Ela é
perfeita. Foda-se, ela é fofa enquanto se preocupa, com o lábio entre
os dentes inferiores enquanto pensa. Eu não sei como eu percebi
que ela estava grávida antes que ela o soubesse. Ela é
médica. Provavelmente porque conheço cada centímetro do corpo
dela, podia sentir as mudanças nele. Ace pode viver em sua cabeça
às vezes. Ela muitas vezes se esquece de suas próprias
necessidades. Não que ela precise se preocupar. Quando se trata de
minha esposa eu sempre me certifico de que ela esteja recebendo o
que ela precisa. Esse sempre será meu papel e eu aproveito cada
segundo disso.

—Nada está errado com você, Ace. — Eu me levanto, e vou a


sua direção. Eu a levanto, a sentando no balcão. Estamos prontos
para uma família. Nós podemos lidar com isso. Não é uma coisa que
nunca tenha ficado no nosso caminho ou testado o amor que temos
um pelo outro. Não eu ter que viajar durante a temporada ou todas
as horas que ela teve que trabalhar durante a sua
residência. Nada. Nós até fomos os queridinhos da América. Os
tabloides publicam histórias aleatórias sobre nós às vezes. Não
incomoda nenhum de nós, ignoramos isso, mas eu estou mais no
centro das atenções. Eu preciso de uma mudança de ritmo e esta é a
oportunidade perfeita para mim. Muitas coisas precisam mudar na
verdade. É hora de levar minha garota para casa. Nova York tem
sido boa para nós. Até me deu alguns anéis do Superbowl e fez com
que eu nunca tivesse que me preocupar com dinheiro. Eu sempre
serei grato aos Jets pela chance que eles me deram, mas é hora de
Ace brilhar. Bem, Dra. Ace, é isso.

Suas mãos descem no meu peito nu. Ela não está trabalhando
hoje e eu a tenho toda para mim. —Eu não me sinto bem. — Ela se
mexe contra mim. Eu luto com um gemido quando ela esfrega contra
o meu pau. Seu roupão cai de um ombro.

—Confie em mim. Você estava perfeita esta manhã, —eu a


provoco. Ela revira os olhos para mim, mas luta com um sorriso.
—Estou falando sério. — Quando ela diz isso, ela esfrega o nariz
no meu peito.

—Eu acho que é hora de ir para casa. — Ela para de se mover


completamente. Espreita para mim através de seus cílios. Houve
muitas noites ao longo dos anos em que nos deitamos juntos
planejando nossas vidas. Quando falamos sobre crianças, sempre
dizíamos que era hora de voltarmos para casa.

—Estou me aposentando. — Dou um pequeno encolher de


ombros. Sua boca se abre. —Além disso, eu engravidei você. — Seus
olhos ficam tão redondos que eu luto para não rir. —É a minha vez
de dar, vou ser um desses pais que ficam em casa. — Eu sorrio
pensando nisso. Nunca tive um pai. Não até Ace.

Além disso, sei que nossos pais vão querer ter participação
ativa. Eu também sei que Ace vai se sentir muito melhor sabendo
que ela tem todos nós para ajudar. Sem mencionar que sempre foi
seu sonho trabalhar ao lado de seu pai. Agora ela pode fazer isso. Ela
fez todos os meus sonhos se tornarem realidade e agora é a minha
vez de retribuir o favor.

—Mas— ela começa a sacudir a cabeça. Essa mente dela está


finalmente tentando alcançar.

—Eu não estou renunciando meu contrato. Estamos indo para


casa. — Eu pego seu queixo para impedir que sua cabeça balance
para frente e para trás. —Estamos aumentando nossa família. Está
no papo. Nós vamos ter tudo.

Seus olhos começam a se encher de lágrimas, mas um sorriso


se forma em seus lábios carnudos. —Eu te amo.
—Eu também te amo, Ace. — Eu a beijo longa e
profundamente. Ela me envolve enquanto eu a carrego de volta para
a cama onde eu posso fazer amor com ela novamente. Nós sempre
seremos a casa um do outro, mas eu vou levá-la de volta para onde
tudo começou. Para onde ela me transformou de um garoto para um
homem.
Alice

Cinco anos depois disso

SUBO no carro e sento por um minuto antes de ligar o motor e


ir para casa. Eu realizei uma cirurgia de coração aberto de cinco
horas e salvei uma vida hoje. Minha adrenalina sempre corre após
uma cirurgia bem-sucedida.

Nem todo dia é um sucesso, mas hoje foi. Estou ansiosa para
chegar em casa com Owen e meus bebês. Eles podem não ser mais
pequenos, mas eles serão para sempre meus bebês. O pensamento
de ir para casa traz um sorriso na minha cara. Ele se aposentou dos
Jets como ele disse que seria e se tornou o ‘Sr. Mãe’. Ele ama cada
minuto disso também. Eu não poderia ter pedido por um marido ou
pai melhor.

Quando construímos nossa casa dos sonhos, Owen garantiu


que estaríamos perto do hospital, mas longe o suficiente para nos
dar o espaço para um grande quintal. Eu estava tranquila quando
descobri que estava grávida. Owen sempre teve um efeito calmante
em mim. Então eu percebi que eram gêmeos. Foi quando eu perdi a
calma.

Olhando para trás, eu sei o quão louca eu estava sendo. Owen


fez a parentalidade parecer fácil e isso é muito. Nossos garotos
podem ser terríveis às vezes, mas eles também são espertos demais
para o seu próprio bem. Eles têm um pouco de nós dois. Essas
covinhas que atiram em mim não ajudam quando estão fazendo algo
que não deveriam, posso não estar imune a eles, mas, felizmente,
Owen é. Depois de todos esses anos, ainda sou caidinha por ele.

Eu apertei o botão para os portões se abrirem antes de puxar a


nossa longa entrada. A casa está iluminada. Eu já sei o que vou ver
quando entrar na cozinha. Meu marido cozinhando o jantar, as
crianças o ajudando, ou brincando com algo na ilha da
cozinha. Estou tão orgulhosa da família que estamos criando, toda
vez que chego em casa e os vejo, isso me lembra de que um simples
ato de bondade em um shopping nos trouxe uma vida inteira de
felicidade. Aquele momento no tempo conectou Owen e eu, e por
isso estou muito grata.

Quando abro a porta lateral, o cheiro de espaguete enche meu


nariz. Meu estômago ronca. Meu homem pode cozinhar. Felizmente
um de nós pode. Eu não sei como, mas sempre compensamos o
outro de alguma forma. Owen diz que é porque somos uma
combinação perfeita. A sensação de fome é bem-vinda depois de
vomitar esta manhã. Levou apenas um teste para eu saber o
porquê. Eu estou grávida. Este também não foi planejado. Eu ri
quando li os resultados, esqueci minha pílula novamente. Eu acho
que subconscientemente fiz nas duas vezes, de propósito. Owen se
prontificou a fazer a vasectomia um tempo atrás, quando falamos
sobre ter mais filhos e eu estava em cima do muro. Ele me disse para
dizer a palavra e ele teria feito, brincou que suas bolas estavam no
meu tribunal. Eu sei que não estava tão atrasada no meu ciclo. O
apelido de Owen, Fast, não é apenas no campo. Seu sêmen tem a
mesma rapidez em fazer o trabalho.

Snickers me cumprimenta primeiro na porta, me inclino,


pegando o gato fofo que os garotos trouxeram no Natal ano
passado. Eles são tão bons com ela que agora Owen está falando
sobre um cachorro, mas devemos esperar já que agora temos um
pão no forno. Nossos pais vão se animar, até papai se aposentou ano
passado, para ser avô em tempo integral. Isso ajuda que a mãe de
Owen tenha um apartamento que fica quintal da nossa casa. Ela está
muitas vezes dentro e fora. Ela não é de ficar quieta por muito
tempo. Ela não precisa trabalhar, mas se mantém ocupada com
projetos.

As duas, ela e minha mãe juntas, fazem muito trabalho


voluntário no hospital. É bom poder vê-las lá também. Eu amo que
parece que em todos os lugares que eu vou tem minha família. Owen
estava certo. Nós tivemos que voltar para casa. Por mais que
amássemos Nova York, pertencíamos aqui. Tudo deu uma volta
completa quando voltamos. Era indispensável criar nossa família
aqui.

Entro na cozinha e caio na gargalhada. Um dos meus filhos olha


para cima do kit de tricô que ele está usando nos últimos dias. E está
realmente indo muito bem e Snickers vai ter um lenço novo a tempo
para o verão. É Owen e meu outro filho que me fazem rir. Eles estão
jogando Operação enquanto o jantar ferve atrás deles no
fogão. Owen continua fazendo a campainha soar enquanto meu filho
usa facilmente as pinças de metal para puxar cada órgão para fora.

—Tem certeza de que eles têm algo de mim? Owen fica de pé


sobre o balcão para olhar em minha direção. Eu lanço para cada um
dos meus filhos um saco de balinhas de goma que eu peguei da
máquina de vendas no trabalho. Ambos os pegam facilmente no ar e
isso está dizendo muito porque eu jogo como merda. Eles até fazem
isso com uma mão enquanto ainda seguram suas coisas na outra
mão.

—Eu acho que eles têm você neles. — Eu rio. Owen sorri, se
aproximando.

—Eu acho que você tem um pouco de mim em você também.

Eu bato no peito dele, o fazendo rir por um momento. Eu


deveria adivinhar que ele sabia que eu estava grávida. Seu rosto fica
sério por um minuto. —Tudo bem? — Ele pergunta quando ele me
pega, me colocando no balcão. Eu me inclino, apimentando beijos
em cada um dos rostos dos meus meninos. Eles ainda deixam.

—Perfeito. — Eu digo a ele uma palavra, o deixando saber como


foi minha cirurgia. Além disso, sou boa com o que está
acontecendo. Eu sei que podemos lidar com isso.

—Fiz o seu favorito. — Ele faz um gesto para eu me inclinar


para trás para que ele possa obter seus beijos em seguida. Eu amo
beijar meu marido. Eu soltei um pequeno suspiro. Eu amo meu
trabalho, mas eu amo estar em casa mais do que qualquer outra
coisa no mundo inteiro. Owen fez isso para que eu não precisasse
escolher. O que eu fiz para merecê-lo, eu nunca vou saber, mas tenho
certeza que eu digo a ele que o amo todos os dias.

—Você está sempre fazendo minhas coisas favoritas, — eu digo


contra sua boca. —Eu te amo.

—Também te amo, Ace. — Ele me beija novamente. Seus beijos


viajam até o meu pescoço, onde ele pode sussurrar em meu ouvido:
—Nós vamos ficar acordados até tarde hoje à noite. — Ele beija
abaixo do meu ouvido.

—Oh sério? — Eu deslizo meus dedos em seu cabelo,


inclinando minha cabeça um pouco mais para que ele possa
continuar me beijando lá. —Sim, você tem que me ajudar a melhorar
no jogo de operações. Ele tem quatro anos e chuta minha bunda.

Eu jogo minha cabeça para trás e rio histericamente. —Você


não pode ganhar todos eles, — eu o provoco.

—Confie em mim, Ace. Eu mais do que ganhei todos eles.

Eu fiz também. Desta vez ele me deu uma garotinha. Isso


deixou nossa família completa. Nós realmente ganhamos tudo.

Fim

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