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BRASIL E EUROPA

ALEMANHA:

-O país possui um PIB de US$ 2.896.876 bilhões, com 1% oriunda da agropecuária, 30% da indústria
e 69% de serviços. A sua taxa de crescimento médio anual é de 2,8%, com uma renda per capita de
US$ 38.810. As exportações somam um montante de US$ 1,111.969 bilhão e as importações 908.630
milhões. A força de trabalho alemã está calculada em 41 milhões de pessoas.
- O país alcançou a unificação em 1870, com a Prússia sendo a principal força dentro da união. Em
1885-1886, sediou o Congresso de Berlim, no qual os países europeus dividiram, principalmente a
África, a fim de estabelecerem colônias, a Alemanha também partir para a aventura colonial visando
ao abastecimento de sua indústria de matérias primas e competir com as demais nações européias nas
conquistas de novos territórios. Em 1914, ao lado dos outros Impérios Centrais entrou na Primeira
Guerra Mundial, sendo derrotada e enfrenta uma crise econômica gravíssima.
- No inicio dos anos de 1930, o Nazismo ascende no país, levando-o a um período de fortalecimento
econômico e político. A Alemanha, em 1938, parte para novas conquistas territoriais, começando a II
Guerra Mundial, sendo derrotada novamente pelos Aliados e dividida em duas; a parte ocidental
ficou sob a administração dos EUA, França e Grã-Bretanha enquanto que a parcela oriental foi
ocupada pela ex-URSS. A Alemanha foi dividida, em Berlim, por um muro e por vários pontos
militares de observação, provocando fugas, até certo ponto, desesperadas de pessoas da Alemanha
Oriental para o lado capitalista.
- A Alemanha tem a divisão confirmada em 1949, com a parte ocidental capitalista e a oriental sob
orientação soviética. Durante a Guerra Fria, o país tornou-se membro da OTAN, recebendo em seu
território militares de vários membros da organização. A Alemanha recuperou-se economicamente,
tendo sido beneficiada pelo Plano Marshall de reconstrução da Europa Ocidental patrocinado pelos
EUA.
- Em 1953, o almirante Álvaro Alberto, presidente do Conselho Nacional de Pesquisa, faz viagem a
Europa (Alemanha e França) para obter cooperação técnica-científica ao desenvolvimento da política
atômica brasileira, incluindo a importação de três centrífugas alemãs para enriquecimento de urânio.
No mesmo ano, foi organizada a Comissão Mista Brasil-Alemanha para Desenvolvimento
Econômico. A RFA (República Federal Alemã) já é o segundo país exportador para o Brasil, atrás
apenas dos EUA.
- Em 1956, o Brasil instrui suas missões diplomáticas a votares contra a admissão da Alemanha
Oriental em conferências e organismos internacionais. Por outro lado, no mesmo ano, no inicio do
mandato de JK, o País estabelecia relações diplomáticas com a RDA (República Democrática
Alemã), recebendo pouco depois a missão comercial daquele país chefiada por Georg Kulessa.
- Em 1957, são constituídas em Roma a Comunidade de Energia Atômica Européia (EURATOM) e a
Comunidade Econômica Européia (CEE), com vistas ao estabelecimento de um mercado comum
europeu abrangendo a Europa dos 6: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Holanda. O
Brasil vê com preocupação os efeitos do Tratado de Roma no comércio dos países europeus com o
País. No mesmo ano, a Mercedes-Benz e Volkswagen abrem fábricas no ABC paulista, começando a
registrar grandes investimentos na indústria automobilística brasileira.
- Após a reticência inicial, a respeito do Tratado de Roma, o Brasil estabelece relações diplomáticas
com a Comunidade Econômica Européia, com Frederico Augusto Schmidt apresentando credenciais
como embaixador junto à CEE, em 1960.
- Como conseqüência dos postulados da PEI, a representação brasileira na Polônia era elevada à
condição de embaixada. Também foram estabelecidas representações diplomáticas na Hungria e
Romênia, pois o Brasil havia rompido relações com ambas no pós-II Guerra, na mesma lógica de ter
rompido relações com a URSS. Uma missão brasileira foi enviada à Europa Oriental sob a chefia do

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jornalista João Dantas para melhorar os laços comerciais, culturais e científicos com os países
socialistas, especialmente a RDA. Foram criadas as legações na Bulgária e na Albânia, em 1961.
- No mesmo ano, Roberto Campos visitava os países da Europa Ocidental para obter créditos nos
bancos europeus.
- Em 1962, era criado no Itamaraty o COLESTE (Comissão de Coordenação do Comércio com os
Países Socialistas da Europa do Leste), com o status de órgão interministerial.
- Em 1963, Josip Broz , o Tito, presidente da Iugoslávia visitou o Brasil. O presidente daquele país
europeu era um dos principais líderes do Movimento Não-Aliado. Em 1964, com a correção de
rumos pelo regime militar, o Brasil pauta-se por seguir uma política externa voltada para o Ocidente,
após os militares criticaram o neutralismo da PEI.
- Apesar do discurso, o Brasil envia uma missão econômica para a URSS e Iugoslávia, em 1966. Em
1968, o COLESTE foi reorganizado e transformado em Comissão de Comércio com a Europa
Oriental. No ano seguinte o Brasil condenaria a invasão soviética à Tchecoslováquia. Seria a
repressão à Primavera de Praga. Em 1969, o Brasil e a Alemanha Ocidental assinaram o Acordo
Geral de Cooperação nos setores de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico.
- Como parte da estratégia dos grupos de esquerda que combatiam o regime militar, o embaixador
alemão, Ehrenfried von Holleben, era seqüestrado, sendo, posteriormente, trocado por 40 presos
políticos, que seguem para a Argélia, em 1970.
- Em 1973, o Brasil assinou acordo comercial com a CEE, sendo estabelecidas relações diplomáticas
com RDA. No ano seguinte, as legações brasileiras na Bulgária, Hungria e Romênia foram elevadas à
condição de embaixada.
- Em 1975, foi firmado o Acordo Nuclear entre Brasil e RFA, instituindo a cooperação para uso
pacífico de energia nuclear, que previa a instalação no Brasil, até 1990, oito usinas com reatores a
água pressurizada de 1,300 mega watts. Haveria também o programa de enriquecimento de urânio a
cargo da Nuclebrás e por uma subsidiária da Siemns. No ano de 1976, era assinado o Acordo de
Salvaguardas entre Alemanha, Brasil e AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
- Em 1978, o Brasil acertou condições para o fornecimento à Nuclebrás pelo consórcio Urenco
(formado pela RFA, Grã-Bretanha e Holanda) de urânio enriquecido que abastecerá as usinas de
Angra dos Reis. No mesmo ano, Ernesto Geisel visitava a Alemanha Ocidental. Na comitiva, seguiu
uma missão empresarial, assinando ajustes no acordo nuclear de 1975, além de uma declaração
conjunta.
- Em 1979, sob a presidência de João Baptista Figueiredo o presidente da Alemanha, Helmut Schmidt
visitou o Brasil, assinando acordos bilaterais de cooperação.
- Em 1983, era assinado o Acordo Brasil-Itália de Cooperação Econômica e Industrial, deixando a
Embrear e as empresas italianas prontas para a construção conjunta do caça supersônico AMX.
- Com a redemocratização e com o Brasil voltando-se para o Primeiro Mundo, o presidente Collor de
Mello visitou, em 1991, a Áustria, Itália, Espanha, Suécia e Noruega. Em visita o País, o chanceler
alemão Helmut Kohl anunciou a concessão de uma linha de crédito de 250 milhões de dólares para a
preservação da Amazônia.
- Em 1995, FHC deu início ao ciclo da diplomacia presidencial visitando entre outros países a
Alemanha, além de visita oficial à União Européia.
- Em 1999, FHC visitou a Alemanha, que se firma como o principal parceiro comercial do Brasil na
Europa, com o comércio bilateral de quase US$ 7,5 bilhões e com investimentos alemães no Brasil
superiores de mais de US$ 10 bilhões. No mesmo ano, o presidente FHC participou com líderes
europeus e dos EUA da reunião sobre “Governança Progressiva para o Século XXI”.
- Em 2000, a nova embaixada brasileira era inaugurada na Alemanha pelo presidente FHC, que
aproveita e visita a Espanha que passava a ser o maior investidor europeu no Brasil.
- Em 2002, o chanceler da Alemanha, Gerard Schröder, visitou o Brasil manifestando apoio à
ascensão do País como membro do Conselho de Segurança da ONU, além de assinar acordo de
cooperação financeira para a execução de projetos de preservação de florestas tropicais. No mesmo
ano, foi fundado em Berlim o primeiro centro de Promoção Comercial Conjunta do Mercosul no
exterior.

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- Em 2003, o presidente Lula visitou vários países da Europa, recebendo na França e Grã-Bretanha, o
mesmo apoio que recebera da Alemanha, para a ascensão do Brasil como membro permanente do
CSONU.
- Em 2004, era inaugurada, em Berlim, a I Mostra Institucional do Mercosul, com o objetivo de
promover o comércio.
- Com o final da Guerra Fria e a queda da antiga URSS foi feita a reunificação do território alemão.
Os custos de colocar a antiga parcela oriental em sintonia com o sistema capitalista ainda tem
provocado grandes gastos ao país. Outros custos que alarmam a Alemanha são aqueles com a guerra
contra o terror e a manutenção de tropas no Afeganistão, sendo que 60% dos alemães são favoráveis
ao retorno de seus soldados para casa. Há uma diretriz do governo alemão para que as tropas do país
não progridam em direção do sul afegão. Esta diretriz recebe inúmeras criticas dos militares
estadunidenses visto que nesta área que se concentram o maior número de combates entre os homens
da ISAF e os insurgentes talibãs e os membros da Al Qaeda no país asiático.
- O comércio bilateral Brasil-Alemanha está inserido na meta do país germânico de ampliar cada vez
mais o comércio com os países da América Latina, sendo que o País ocupa a posição de destaque
nesta estratégia, o que coloca o Brasil como principal parceiro comercial alemão no subcontinente. A
Alemanha, em 2001, alcançou a posição de 4º principal destino para as exportações brasileiras,
somando US$ 2,5 bilhões, sendo 4,3% exportado pelo País e 16.8% exportado para a União
Européia. As importações alemãs para o Brasil somaram 4,8 bilhões de dólares, no mesmo ano. Isto
faz com que a Alemanha seja o 3º principal fornecedor para o mercado nacional, atrás dos EUA e da
Argentina.
- Os investimentos alemães no Brasil atingiram o montante de US$ 1.047.54 bilhão, posicionando a
Alemanha como 7º investidor estrangeiro no País. Isto representa que a Alemanha investiu sozinha
5% dos investimentos estrangeiros em território nacional no ano de 2001. A maior parte deste
investimento foi direcionada para os setores de máquinas, equipamentos e indústria automobilística.
De acordo com dados do Banco Central brasileiro, os investimentos do País naquela nação européia
alcançaram US$ 51 milhões, tendo como ano base 2001.
- A pauta de exportações brasileiras para a Alemanha é composta principalmente por minérios e
cinzas, máquinas e equipamentos mecânicos, sementes e frutos oleaginosos, além de grãos. Café,
chá, mate e especiarias também aparecem na pauta. As importações alemãs para o Brasil são
compostas de máquinas e equipamentos mecânicos, maquinas e aparelhos elétricos e seus
componentes, além de veículos automóveis e seus componentes, estes três grupos de produtos
respondem por 54% das importações brasileiras.

FRANÇA

- O país tem uma população de 61,9 milhões de pessoas e uma força de trabalho calculada em 27.3
milhões de pessoas. Em julho de 2008, a França assumiu a presidência da U.E., pelo período
institucional de 6 meses. A primeira medida adotada foi o combate à imigração ilegal, seguidos por
energia, meio ambiente, agricultura e defesa. A França vive permanentemente sob ameaça terrorista
por ter deslocado tropas para o Iraque e Afeganistão.
- O país tem um PIB de US$ 2.248.091 bi, sendo que 2% são da agropecuária, 21% da indústria e
77% de serviços. O crescimento médio anual do PIB é de 2%, a renda per capita francesa é US$
36.560. As exportações francesas somam US$ 490,368 milhões e as importações ficam em US$
534.894.
- Em 1948, o acordo cultural entre Brasil e França foi concluído.
- Em 1951, Paris-Bonn torna-se o eixo da futura integração da Europa Ocidental, através do
Memorando Monet e do Plano Schumann cria-se a Comunidade Européia do Carvão e do Aço
(CECA).
- Em 1979, o presidente Giscard D’Estaing visitou o Brasil.
- Em 1981, visitou a França.
- Em 1986, François Mitterand visitou o Brasil.
- Em 1996, FHC visitou a França.

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- Em retribuição a visita do chefe de Estado brasileiro, Jacques Chirac visitou o País, em 1997.
- Os laços comerciais com o Brasil geraram um montante de US$ 4,5 bilhões, sendo que o país
absorve 3% das vendas brasileiras para a U.E. A pauta de produtos brasileiros exportados para a
França é composta majoritariamente de produtos primários, maquinários e móveis. A França vendeu
para o Brasil 582 milhões de dólares em produtos industrializados, sendo que balança comercial é
extremamente favorável ao país europeu, que na década de 2000 foi o segundo maior parceiro
comercial do Brasil na União Européia.
- Em 2000, o Brasil comprou da França o porta-aviões “São Paulo”, restabelecendo uma política de
compra de armamentos e troca de conversões visando ao reaparelhamento das Forças Armadas
Brasileiras, principalmente da Marinha e Força Aérea.
- Em 2002, o Brasil e a França assinaram o acordo de cooperação para usos pacíficos de energia
nuclear.
- A França é importante e tradicional parceiro comercial do Brasil. No ranking de 2008, ocupou a 9ª
posição entre os principais mercados das vendas e compras brasileiras. Essa posição garantiu
participação de 2,4% no total do comércio exterior brasileiro. No âmbito da União Européia, é o
quarto principal parceiro, após a Alemanha, Países Baixos e Itália. As estatísticas do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que o comércio entre os dois países
praticamente dobrou nos últimos cinco anos. Em média, cresceu 18,4% ao ano, evoluindo de US$ 4,5
bilhões em 2004, para US$ 8,8 bilhões em 2008. As exportações brasileiras, com aumento médio da
ordem de 17,1% ao ano, passaram de US$ 2,2 bilhões para US$ 4,1 bilhões, no mesmo período de
2004-2008. A cifra recorde das vendas brasileiras para a França foi alcançada em 2008 com
incremento de 19% em relação ao ano anterior. Vale notar que esse crescimento ocorreu após a
expansão recorde em 2007, da ordem de 30%. Pelo lado das importações, observam-se também
crescimentos em todos os anos do intervalo em análise. Em valores, as compras brasileiras passaram
de US$ 2,3 bilhões em 2004, para US$ 4,7 bilhões em 2008, com expansão média da ordem de
19,6% ao ano. Apesar de quase equilibrada a balança comercial entre os dois países, os dados
mostram déficit brasileiro em todos os anos do quinquênio, acumulando aproximadamente US$ 1
bilhão. O menor déficit brasileiro no intervalo sob análise foi registrado em 2007, quando somou
US$ 53 milhões.

Brasil e França: Novas Parcerias para o Século XXI

A amizade e a cooperação entre o Brasil e a França estão enraizadas na história dos dois países e
conhecem, hoje, um momento sem precedentes de realizações e de novas oportunidades. No plano
político, compartilhamos os mesmos princípios e uma mesma visão de mundo, voltada para a paz, o
desenvolvimento e a justiça, e baseada na crença nas virtudes do multilateralismo e do direito
internacional. Trabalhamos juntos nos diversos organismos internacionais – em particular no
Conselho de Segurança da ONU –para fortalecer essa visão.
Internamente, os dois países vêem-se confrontados a agendas de reformas econômicas e sociais que,
se têm características próprias em cada um deles – como é natural, dada a disparidade dos níveis de
desenvolvimento –, atestam também importantes coincidências, que refletem desafios comuns de
fortalecimento da solidariedade e do bem-estar social no novo contexto engendrado pela globalização
da economia, do conhecimento e da informação.
O Brasil, decididamente vinculado ao Mercosul e à América do Sul, e a França, firmemente inserida
no projeto de integração européia, são atores de relevo em suas regiões e no mundo. Seu diálogo e
sua cooperação estão entre as forças motrizes da aproximação entre América Latina e Europa, em um
momento em que novos fatos e novas tendências ocasionam um redesenho da ordem internacional.
Na cultura, é intenso o interesse recíproco entre os dois povos. Há, na França, genuíno apreço pelas
coisas brasileiras. A música brasileira é omnipresente, nossa literatura é traduzida, lida e valorizada, e
o estudo de nossa história e nossa sociedade ocupa espaços de prestígio nas melhores universidades
francesas. Em 2001, o Prêmio Goncourt – maior homenagem do mundo literário francês – foi
outorgado a um romance
intitulado “Rouge Brésil”, inspirado no episódio da “França Antártica”.

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E não se deve esquecer a destacada contribuição francesa, em diferentes momentos de nossa história,
para a formação de nossas instituições universitárias e culturais. 2005 será o “Ano do Brasil na
França” e marcará um ponto alto nessa trajetória de profunda afinidade cultural entre dois povos.
Na ciência e na tecnologia, o terreno é igualmente fecundo. A França é um dos países pioneiros na
inovação e na construção de uma economia onde o conhecimento desempenha papel decisivo, e o
Brasil tem dado passos significativos nesse sentido, destacando-se em áreas de ponta.
No comércio e na economia, o intercâmbio entre os dois países dá mostras de promissora vitalidade.
Os investimentos franceses no Brasil ampliaram-se de forma expressiva desde meados dos anos 90.
De 1998 a 2002, a França foi o terceiro maior investidor no Brasil, com US$ 2 bilhões por ano, em
média. A maioria das grandes empresas francesas tem, hoje, presença importante no Brasil. O
empresariado brasileiro está atento para as oportunidades que se abrem no dinâmico mercado francês.
E não há dúvida de que os fluxos de investimento se refletirão, igualmente, em uma multiplicação de
oportunidades no plano comercial. Para além dessas dimensões mais conhecidas, compartilhamos
também uma fronteira comum: a que nos separa e nos aproxima da Guiana Francesa. Brasil e França
têm, hoje, a consciência do interesse comum de trabalharem para promover uma efetiva cooperação
fronteiriça com benefícios concretos para as comunidades locais, para a proteção do meio ambiente e
para o desenvolvimento sustentável da região. O projeto de construção da ponte sobre o Rio
Oiapoque é o símbolo maior desse esforço.
Brasileiros e franceses têm uma densa agenda de trabalho comum para os próximos anos. A última
reunião da Comissão Geral Brasil-França (julho de 2003) confirmou o quanto temos a fazer juntos. É
gratificante verificar, nessas ocasiões, que o relacionamento entre Brasil e França não depende
apenas de projetos concebidos pelos dois Governos. Longe disso. Constata-se uma notável
espontaneidade das propostas e das iniciativas de cooperação, que revela o quanto existe de interesse
real entre os atores sociais, nos dois países.
Todos os que são parte desse trabalho conjunto – governos, sociedade civil, empresários,
profissionais, artistas e intelectuais – temos um desafio comum: o de mobilizar as inesgotáveis
energias da amizade franco-brasileira para transformar um horizonte de possibilidades em um
percurso de realizações ainda mais brilhantes do que as que já foram alcançadas no passado.

UNIÃO EUROPÉIA

- A União Européia (U.E.) é o maio bloco econômico do mundo, sendo também o mais ativo e
eficiente, visto que superou o PIB dos EUA, exportando um volume que supera em cinco vezes
aquele exportado pelos EUA. Havia a perspectiva que haveria, em dois anos, um crescimento interno
da ordem de 2,9%, com a criação de 8 milhões de empregos e a redução da taxa de desemprego em
7,1%.
- A criação desta união está no Tratado de Maastrich, em 1992, que originariamente tinha apenas 12
componentes. Dez anos depois, a moeda comunitária entrou em circulação: o Euro, sendo adotado
por 12 países, enquanto a união já havia alcançado 15 membros, em 1995.
- Em 1995, era assinado em Madri, o Acordo-Quadro de Cooperação Inter-Regional entre o Mercosul
e União Européia (U.E.). A U.E. torna-se o principal parceiro dos países Mercosul, o artigo 4 do
acordo previa a implementação de um programa de liberalização progressiva dos fluxos comerciais.
O Acordo de Wassenaar substitui o extinto Comitê de Coordenação de Controle Multilateral de
Exportações (COCOM) como novo regime para controle das transferências de armas convencionais e
de bens e tecnologias de duplo uso. Este foi a preparação para que, em 1999, fossem iniciadas as
conversações para o estabelecimento do Acordo de Associação Inter-Regional, o que resulta em
liberalizar o comércio de forma recíproca e diversificar a atividade comercial entre as duas regiões.
- A adoção da moeda única implica na obediência de uma série de regras para o país membro, como
o corte de gastos públicos. A equalização dos diversos orçamentos nacionais teve influência na vida
cotidiana das pessoas, provocando uma queda acentuada no poder aquisitivo nas classes médias dos
países mais pobres. Várias ondas de adesões ocorreram desde 1992, mas houve recentemente um
endurecimento para o recebimento de mais membros, deixando Turquia, Croácia e Macedônia sem

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prazo par ingressar na U.E. Atualmente, 27 países compõem o bloco, que tem um PIB de 13,8
trilhões, por outro lado referendos na França e na Holanda barraram a tentativa de uma proposta de
Constituição da U.E., que para entrar em vigor deveria ser aprovado por todos. Em 2007, o Tratado
de Lisboa serviria para resolver o impasse, mas foi rejeitado pela Irlanda.
- A U.E. é o maior parceiro comercial do Brasil, sendo que as exportações brasileiras para o bloco
somaram, em 2002, US$ 16,2 bilhões (44% de produtos agrícolas e 56% de produtos
industrializados). As importações brasileiras do bloco somaram, no mesmo ano, US$ 16,3 bilhões,
sendo compostas de 96% de produtos industrializados. As partes assinaram, em 1992, um “Acordo de
Terceira Geração”, que entrou em vigor, em 1995. Este acordo visava à ampliação da cooperação nos
campos comercial, econômico, científico e tecnológico.
- A U.E. é também o principal parceiro comercial do Mercosul, sendo que o volume comercial entre
os dois blocos vem crescendo nos últimos anos, passando dos US$ 24 bilhões dos anos 1990, para
US$ 44 bilhões, em 2001. As exportações do Mercosul para a U.E. somaram US$ 21,8 bilhões, em
2001, e as importações US$ 21,7 bilhões, no mesmo ano.
- Em 2001, ocorreu a visita do Comissário de Comércio Exterior da União Européia, Pascal Lamy,
com o objetivo de discutir as negociações comerciais Mercosul-U.E. Os países do Mercosul
conferem prioridade à liberalização da agricultura, mas o tema depende de mudanças na Política
Agrícola Comum (PAC) da U.E., objeto de acesas controvérsias também na OMC.
- Em 2003, o Brasil liderou o movimento dentro do G-20 contra os subsídios agrícolas e barreiras
comerciais patrocinados pelos EUA e pela U.E.
- Em 2004, painéis da OMC deram ganho de causa ao Brasil em contenciosos com os EUA sobre o
algodão e com a U.E. sobre subsídios à exportação de açúcar.

REINO UNIDO

- Em 1969, a rainha Elizabeth II visitou o Brasil, sendo a primeira de um governante britânico ao


País, em caráter oficial.
- Em 1974, foi descoberto por jornalistas britânicos e preso pela policia do Rio de Janeiro, Ronald
Biggs, fugitivo inglês, não sendo extraditado para a Grã-Bretanha devido à inexistência de tratado
bilateral de extradição.
- Em 1978, o herdeiro do trono britânico, príncipe Charles, visitou o Brasil. Em 1982, com a Guerra
das Malvinas, um avião inglês foi reabastecido em Porto Alegre, embora fosse proibido o sobrevôo
de aeronaves britânicas em território brasileiro. O País se declarou neutro na guerra e passou a
representar os interesses argentinos em Londres devido ao rompimento de relações diplomáticas
entre Argentina e Grã-Bretanha. Por outro lado, o governo brasileiro se opôs ao uso da força para a
retomada da ilhas pelo governo britânico, reconhecendo a soberania argentina sobre as ilhas.

Evolução recente do comércio:

- O Reino Unido é um dos mais tradicionais parceiros do Brasil no comércio exterior e tem no País o
seu principal parceiro na América Latina.
- As exportações brasileiras para o mercado britânico, em 2007, representaram cerca de 2,1% do total
exportado pelo Brasil. Já o Reino Unido fornece cerca de 1,6% das importações brasileiras.
- O volume total do comércio bilateral vem crescendo continuamente desde 1985 (à exceção de 1999
e 2003). Os dados do intercâmbio comercial de 2007 confirmam a tendência de crescimento nas
trocas. As exportações brasileiras cresceram 16,7% em relação a 2006, totalizando US$ 3,3 bilhões, e
as importações atingiram a marca de US$ 2 bilhões, representando um crescimento de quase 38% em
relação a 2006.
- O saldo do intercâmbio bilateral foi favorável ao Brasil nos últimos 20 anos, tendo sido negativo
apenas no biênio 1997/98.

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- O grande crescimento das exportações brasileiras nos últimos três anos não foi acompanhado por
igual crescimento das importações provenientes do Reino Unido, com a excessão notada em 2007.
Desse modo, o superávit a favor do Brasil, que era de US$ 266 milhões em 2000, saltou para US$
762 milhões em 2004, US$ 1,236 bilhão em 2005, US$ 1,391 bilhão em 2006, e, finalmente, para
US$ 1,346 bilhão em 2007.
- As exportações brasileiras para o Reino Unido são compostas tanto por produtos industrializados
como por produtos básicos, tanto agrícolas quanto minerais.
- Em 2007, os principais produtos exportados foram motores, calçados, minério de ferro, carnes e
preparações, soja e derivados, madeira compensada, aviões, óleos brutos de petróleo e móveis.
- No tocante às importações, deve-se notar que os produtos manufaturados representam a maior parte
das importações brasileiras do Reino Unido. Em 2007, os principais itens importados foram produtos
para a indústria farmacêutica e química (medicamentos, inseticidas, e compostos), uísque,
instrumentos de precisão, motores para veículos automóveis, automóveis, motores elétricos, bombas
e compressores.
- O Reino Unido foi, em 2007, o 15º principal destino das exportações brasileiras no mundo, e o
sétimo principal destino entre os países que compõem a União Européia. No mesmo período, aquele
país foi 16º principal como origem das importações.
- Entre os países da América do Sul, o Brasil é o maior receptor de investimentos britânicos. Em
2007, segundo dados do BACEN, os investimentos diretos britânicos no Brasil deram um salto,
constituindo 3% dos ingressos totais registrados no período, tendo somado US$ 1,003 milhão
(comparado com 1,8%, equivalente a US$ 395,18 milhões, em 2006). O aumento nos ingressos
registrados em 2007 resultou em que o estoque de investimento britânico no total brasileiro subisse
da 13ª posição, em fins de 2006, para a nona posição, em 2007, depois de Países Baixos, Estados
Unidos, Luxemburgo, Espanha, Alemanha, Ilhas Cayman, Bermudas e França. Ainda segundo os
dados do BACEN, o estoque de investimentos britânicos acumulava US$ 1.488 milhões em 2000 e
US$ 3.457 milhões em 2006. As principais empresas britânicas possuem filiais no Brasil.
- Dos principais investidores do Reino Unido, destacam-se as seguintes empresas: Amersham
Biosciences, Anglo-American, Tate & Lyle (açúcar), Unilever, Wellstream(equipamento e filtros
para a indústria do petróleo e gás), WGSN (análise de tendênciasde estilo e moda), Willett
(equipamento para máquinas,empacotamento), Willis (seguros), Wilson & Sons.
- Vale mencionar alguns desenvolvimentos recentes relativos aos investimentos britânicos no Brasil:
aquisição pelo HSBC do Bamerindus e Lloyds TSB do Brasil; aquisição pela Rexam (empresa do
setor de embalagem) da Latas de Alumínio SA– Latasa (por US$ 481,4 milhões); celebração do
centenário da British American Tobacco (que controla a Souza Cruz) no Brasil.
- Instalação em Niterói da Wellstream (empresa especializada na fabricação de dutos para
plataformas de petróleo em alto mar) de sua primeira unidade fabril na América Latina, com
investimentos de R$ 130 milhões na construção, montagem de equipamento e treinamento de mão-
de-obra; aquisição pela Cadbury Schweppes, em 2002, da Adams; aquisição da Comgás por
consórcio formado pela BG/Shell; obtenção de licença pela National Grid para operar a empresa de
telecomunicações Intelig; aquisição pela Pilkington de fábrica de vidro em São Paulo, e construção
de nova fábrica em Curitiba; instalação de nova fábrica da GlaxoSmithkline no Rio de Janeiro; em
2007, aquisição pela Arcelor Mittal (por cerca de US$ 5 bilhões) da Acesita; e a aquisição pela
Experian (US$ 1,2 bilhão) da Serasa. Entre as empresas brasileiras com representação no
ReinoUnido, destacam-se: Banco do Brasil (que inclui a BB Securities), Banco Itaú Europa; Banco
Votorantim; Petrobras; Noronha Advogados; TAM Brazilian Airlines; Globo International Ltd;
Instituto de Resseguros do Brasil IRB;TristãoTrading; Embraer; Marfrig; Friboi; Perdigão. Segundo
os dados do United Kingdom Trade and Investment (UKTI), os investimentos brasileiros no Reino
Unido teriam atingido o valor de US$ 154 milhões.
- Ressalte-se, ainda, o crescimento, nos últimos anos, do número de empresas britânicas de
propriedade de brasileiros residentes e domiciliados no Reino Unido.

Perspectivas das relações econômico-comerciais

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- As tendências do comércio bilateral são de ampliação dos fluxos comerciais. O comércio bilateral,
entretanto, apresenta resultados aquém do potencial das duas economias. O Governo britânico tem
dado claras demonstrações de interesse no mercado brasileiro, ao defini-lo como sendo mercado de
importância estratégica, ao lado dos mercados chinês, indiano e mexicano. Para atingir a meta de
ampliar a penetração britânica nesses mercados, o UKTI, agência de investimento do Governo
britânico, alocou mais de 5 milhões de libras para a promoção de produtos.
- O UKTI possui, no momento, 45 funcionários trabalhando tempo integral em cinco escritórios no
Brasil. A agência identificou potencial de exportações e investimentos britânicos no Brasil nas áreas
de petróleo e gás natural, tecnologias de comunicação e informação, tecnologias ambientais, ciência e
tecnologia e biotecnologia.
- No tocante à ampliação da penetração de produtos brasileiros no mercado britânico, uma vez que
tratar-se-ia de mercado aberto e extremamente competitivo, haveria duas opções para ampliar o fluxo
de exportação de produtos e serviços do Brasil para o Reino Unido. A primeira delas seria a
ampliação do volume dos produtos já exportados, o que requeriria a execuçãode uma estratégia de
manutenção de nichos específicos. A outra alternativa seria conquistar mercado para novos produtos,
o que demandaria a identificação de novos nichos, implementação de ações enfocadas e esforço mais
integrado de promoção comercial no mercado britânico.
- São igualmente positivas as perspectivas de ampliação dos investimentos britânicos no Brasil, uma
vez que o cenário de crescimento sustentado da economia brasileira, e a valorização das commodities
no mercado internacional, passaram a atrair interesse de novas áreas de investimento. São exemplos
dessa tendência positiva a aquisição, em 2007, da Acesita pela Arcelor, Mittal e da Serasa pela
Experian. Constatamos, ainda, forte aumento no interesse de investimentos no mercado imobiliário
no Brasil.

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