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domingo, 23 de outubro de 2016

FELIZES OS QUE TÊM UM CORAÇÃO PURO


Mateus 5.8
Felizes as pessoas que têm o coração puro, pois elas verão a Deus.

Série: Guarde seu coração

INTRODUÇÃO

Hoje nós chegamos à ultima mensagem da série Guarde seu coração.

Tomamos como ponto de partida Provérbios 4.23

Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.

O coração, mais do que todas as outras coisas deve, ser protegido, guardado,
porque dele procedem as fontes de vida.

O coração é como um manancial. Para contaminar um rio basta contaminar a fonte.

Damos muita atenção ao nosso corpo. E isso é muito importante. Os parques estão
cheios de pessoas caminhando; você sobe na balança e descobre que engordou 1
quilo e, imediatamente se propões a fazer um regime. Está com dor de cabeça, toma
um analgésico. Com sacrifício você paga um convênio médico. Você gasta com
produtos cosméticos, com salões de beleza (Brasil é o terceiro país do mundo em
consumo de cosméticos – Zero Hora). Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE revelou que o brasileiro gasta mais com beleza do
que com comida. Segundo o levantamento, dos R$ 43,4 bilhões que os brasileiros
gastaram comprando produtos de higiene, beleza e cuidados pessoais em 2011.
Mas a Palavra de Deus afirma, que acima de tudo isso, você deve dar atenção ao
seu coração

O nosso texto de hoje diz que as pessoas que têm um coração puro são felizes.
Trata-se um trecho extraído das chamadas Bem Aventuranças, no Sermão da
Montanha.

Vamos analisar alguns termos desta palavra de Jesus:

CORAÇÃO

 Alma, mente, emoções, personalidade, vontade

 Coração se refere ao seu verdadeiro eu, pensamentos, considerações,


avaliações, alegrias, ansiedades, tristezas.

 O coração é o seu verdadeiro “EU”

 O grande problema da sua vida não é a falta de dinheiro, condições de


trabalho, violência, marido, filho. O grande problema da sua vida é o seu
coração.

 Nesta vida eu tenho encontrado muitas pessoas amarguradas, insatisfeitas,


ingratas, invejosas, reclamadoras.

 Da mesma forma tenho encontrado pessoas alegres, agradecidas, satisfeitas.

 Onde está a explicação? A resposta está no coração.

 Quando eu morei no Rio de Janeiro como seminarista, fiz estágio por 3 anos
em uma favela, a Favela do Jacarezinho.. Muita pobreza, muita violência. Mas
convivi ali na Igreja Batista Central no Jacarezinho com pessoas extraordinárias
como o irmão Albino, o irmão Jasiel, o Manuel Brasil, um cadeirante, sempre
com um sorriso nos lábios, a irmã Araci. E eu pensava: “Meus Deus, quanta
riqueza em meio a tanta pobreza”. Mas eu morava no Seminário, que ficava
num bairro de classe média alta – a Tijuca. Convivi com muitas pessoas que
tinham bons empregos, carro do ano, moravam bem – mas sempre
reclamando. E eu pensava: “Meu Deus, quanta pobreza em meio a tanta
riqueza”.

 Guarde o seu coração.

 Apareceu um pensamento sujo, um sentimento negativo, faça o mesmo que


você faz quando aparece alguma feridinha no seu corpo: vai tratar.

 Eu não entendo como há pessoas que conseguem conviver com mágoas,


rancores, sentimentos de culpa, preconceitos por anos a fio, sem fazerem nada
para mudar esta situação.

 A segunda palavra que eu quero destacar é...

PURO

 A palavra “puro” tem vários significados no original grego (katharós):

a) Era usada no processo de lavar roupas sujas


b) Era usada para tirar a palha do trigo
c) Significava um exército depurado de todo soldado covarde, descontente,
incapaz
d) Era usada para o leite não misturado com água
e) Significava o metal que não tinha nenhuma escória ou impureza
O significado de katharós, portanto, é sem mescla, não adulterado, sem liga. Poderia
traduzir-se da seguinte maneira:

Feliz é a pessoa cujas motivações são sempre integras e sem mescla de mal
algum, porque esta é a pessoa que verá a Deus.

 Os limpos de corão são íntegros, livres da tirania de um “eu” dividido. Pessoas


de duas caras. Hipócritas. Antigamente se chamava este tipo de crente de
“domingueiros”.

 Os judeus estavam muito familiarizados com os rituais de purificação. Nos


vários grupos existentes no judaísmo, uma aguda distinção era feita entre o
que era ritualmente puro e o que era impuro.

 Pureza cerimonial:

a) Havia animais puros e impuros

b) Quem tocasse em um corpo morto ficaria impuro por sete dias (bom
samaritano)

c) Antes de sentar-se à mesa um judeu lavava as mãos de uma forma


determinada, não por higiene, mas por questões de natureza cerimonial:
dedos para cima, jogando água até chegarem aos punhos; limpava cada
palmo da mão com o punho da outra; dedos para baixo, jogando água dos
punhos até alcançar mãos e dedos.

d) No dia do perdão o sacerdote lavava o corpo com água limpa 5 vezes.


Também lavava as mãos e os pés 10 vezes.

e) Quem fizesse isso era considerado puro e estava agradando a Deus.


 Para alguém ser sacerdote tinha que ser descendente de Arão. O critério não
era a qualidade moral, discernimento espiritual, piedade, humildade,
honestidade, santidade, mas ser descendente de Arão. O sujeito poderia ser o
maior picareta. Podia ser um estelionatário, adúltero, mentiroso, vaidoso.
Bastava ser descendente de Arão para ser sacerdote. Um homem poderia viver
irradiado pela graça de Deus, mas se não fosse descendente de Arão, não
poderia ser sacerdote. O único obstáculo para um descendente de Arão ser
sacerdote era ter um das 142 imperfeições físicas estabelecidas pela lei.
Qualquer imperfeição física, por menor que fosse, impediria alguém de ser
sacerdote.

 Aí Jesus chega e diz: não pensem que estes banhos ou regrinhas exteriores,
tornam vocês agradáveis a Deus. Ninguém agrada a Deus porque deixou de
tocar num defunto. Deus não olha para o exterior, Deus olha para o coração de
vocês.

 Isto não era novidade.

Quem será capaz de subir ao monte do Senhor? Quem será capaz de viver diante do
Senhor, no seu santo lugar? Somente quem tem as mãos e o coração limpos de
maldade, quem é sempre sincero, verdadeiro e honesto. – Salmo 24.3,4

Quem pode entender o coração humano? Não há nada que engane tanto como ele;
está doente demais para ser curado. – Jeremias 17.9

Porque é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a imoralidade


sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as
mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar
nas conseqüências. - Mc 7.21,22

 Todos temos uma máscara. Muitas vezes temos segundas intenções.


Ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme! – Salmo
51.10

a) Felizes são os puros de coração, que são aqueles que não vivem uma
vida dupla.
Os puros de coração não têm segredos que tentam guardar. Os puros de coração
não têm intenções que buscam esconder. Se as suas mentes pudessem ser
examinadas por um aparelho detector de mentiras, seriam encontradas ali os
pensamentos e os desejos mencionados pelos seus lábios.
A maior tragédia do Cristianismo são cristãos duplos: cristãos que abençoam e
amaldiçoam ao mesmo tempo; cristãos que elogiam fácil, mas a crítica fica guardada
no sorriso; cristãos que seguem a Cristo, mas não o Cristo da fé, mas o Cristo do
sinal, o Cristo do milagre, o Cristo da magia, atrás de vantagens pessoais; cristãos
que adoram a Deus, mas odeiam aos seus irmãos. Jesus nos adverte contra essas
pessoas: "Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim"
(Mateus 15.8). Os puros de coração cultuam ao Senhor sem nada esperar dEle em
troca ou em retribuição.
A maior tragédia para a saúde espiritual e emocional de uma pessoa é ter um
coração duplo. O duplo se engana a si mesmo. O duplo não deixa a sua condição. O
duplo é morno. A duplicidade é uma enfermidade espiritual e emocional. O duplo não
está longe de Deus, mas também não está perto. Dificilmente o duplo se arrepende
porque ele se acha fiel.
Os puros de coração são aqueles que buscam a Deus de todo o coração e se
entregam a Ele sem reservas, sem coxear entre dois desejos. Quem é puro assim é
verdadeiramente feliz.

1.2. Felizes são os puros de coração, que são aqueles não deixam que seus
corações se contaminem com os estilos e práticas de outros corações.
O sangue bombeado para os corações dos puros vem de uma Fonte boa, não dos
muitos rios que irrigam a terra. Eles convivem com pessoas ímpias, mas não fazem
parte da sua comunidade; eles conversam com pessoas de índole perversa, mas não
se tornam perversos; eles circulam por grupos de zombadores, mas não se torna um
deles. Os puros são convidados ao vício, mas não se viciam. Os puros são
desafiados aos prazeres ilegítimos, mas não cedem aos convites. Os puros são
tentados a dirigir os seus negócios como "todo mundo" dirige, mas preferem perder a
ganhar com a propina ou com a sonegação.
Os puros fazem como Daniel, que propôs no seu coração não se contaminar de
forma alguma com os alimentos, aparentemente puros, do palácio onde morava
(Daniel 1.8) Daniel sabia que, uma vez corrompido pela cultura do povo onde estava,
teria muitas dificuldades de manter a sua fidelidade nas outras práticas também.
Assim como a pureza é um processo, a contaminação também o é (Apocalipse
22.11). Gosto de dizer que o pecado é uma escada que só tem degraus de descida,
mas também que, quando desejamos ser purificados, somos levantados do chão,
tirados da lama. A promessa bíblica continua fiel: Jesus nos purifica de todo o
pecado, mediante a confissão. Por isto, "se você confessar com a sua boca que
Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos,
será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para
salvação" (Romanos 10.9-10).

1.3. Felizes os puros de coração, porque são bons.


Naturalmente não somos bons, porque a queda nos tornou maus. No entanto,
quando somos salvos, devemos ser bons, uma vez que nossa imagem-semelhança
foi restaurada na cruz.
Os puros são aqueles que estão dispostos a caminhar a segunda milha, em lugar de
cultivar a vingança; na verdade, eles nunca desejam o mal de outras pessoas,
mesmo que tenham sido feridas por elas. Os puros investem suas vidas na busca do
reino de Deus em primeiro lugar, em vez de se deixarem dominar pelo seu eu; na
verdade, eles conhecem a força do seu ego e têm medo dele; é por isto que querem
manter o seu coração ligado no coração de Deus, para receber dEle vida e
renovação. Os puros procuram se envolver em boas obras, ao invés de se
contentarem com um cristianismo de louvores; eles preferem ser reconhecidos pelos
frutos da sua vida, e não por algum tipo de identidade meramente formal. Os puros
se esforçam para tratar com bondade seus colegas, superiores e subordinados;
mesmo que este comportamento seja visto como ingenuidade .

1.4. Felizes são os puros de coração, que são aqueles que só desejam uma
coisa: Deus (Kierkegaard), com Sua verdade e Seus valores.
Os puros de coração não confiam em si mesmos, mas em Deus. Já os impuros são
arrogantes e petulantes. Os impuros desejam a si mesmos, como se fossem donos
da verdade e mestres de seus próprios valores. A impureza é uma tentação para
todos nós. Por isto, recebemos a divina recomendação: "Confie no Senhor de todo o
seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento" (Provérbios 3.5).
A pureza é um processo de subtração. Nela, permitimos que Cristo, presente em
nós, vá jogando para fora do nosso coração o que não deve estar ali. É como se
permitíssemos que Ele fosse escavando, da superfície para o centro, nosso coração
e fosse removendo a impureza encontrada. Quanto mais impureza é tirada, mais
desejamos de Deus.
Deve ser assim com quem deseja mais de Deus, como quem deseja ver a Sua glória.

1.4. Felizes os puros de coração, pela coragem que têm de fazer a difícil
oração do salmo 139: "Sonda-me".
Os puros de coração são aqueles que têm a coragem de orar como o poeta do
saltério: "Sonda, ó Deus, e conhece o meu coração; prova, e conhece as minhas
inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige pelo caminho eterno"
(Salmo 139.23-24).
Quem é puro, toda manhã, se ajoelha e ora assim:
"Senhor, com os recursos que tens por si
e com o conhecimento que tens de mim,
eu te peço, porque dependo como de ti:
pesquisa todo o meu coração,
pesa na tua balança cada intenção,
põe tua luz sobre o meu íntimo pensamento
para descobrir se há algo que te ofenda
porque quero ser conduzido tão somente
ao longo de tua eterna e pura senda".

Os puros de coração, portanto, são puros porque têm sede de ser purificados. Eles
continuam orando assim: "Cria em mim um coração puro, o Deus, e renova dentro de
mim um espírito estável" (Salmo 51.10). Não somos capazes de tornar puros os
nossos corações, mas podemos pedir para que Deus o faça e Ele o fará.

Os puros de coração se aproximam de Deus, em lugar de tentarem, inutilmente, se


afastar dEle. Ao fazerem assim, obedecem a recomendação bíblica: "Aproximem-se
de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que
têm a mente dividida, purifiquem o coração" (Tiago 4.8). Quem se aproxima de Deus
será abençoado com um encontro com Ele.

VERÃO A DEUS

 Recompensa
 “verão” - (perceberão, tomarão consciência) .
 É obvio que se trata de enxergar sentido espiritual, pois Deus é Espirito

 Um dos fatos mais simples da vida é que vemos somente aquilo que somos
capazes de ver. Este afirmação não vale somente no sentido físico, mas em
qualquer outro sentido possível. Se uma pessoa comum sair em uma noite
estrelada, a única coisa que verá é uma enorme quantidade de manchinhas
luminosas que cintilam no firmamento; vê aquilo que está capacitado a ver.
Mas em idênticas circunstâncias o astrônomo poderá nos dizer o nome de
cada estrela e planeta, e passeará seu olhar pelas constelações como se
fossem suas velhas conhecidas. Sob o mesmo céu, um navegante lerá os
sinais que podem conduzir sua nave ao porto desejado através dos mares nos
quais não há caminhos nem rotas demarcadas.
 A pessoa comum pode caminhar pelo campo, e a única coisa que verá na
margem do atalho é um matagal de seixos e flores silvestres; mas o botânico
saberá o nome e uso de cada planta e até possivelmente seja capaz de
descobrir alguma raridade ou curiosidade de alto valor científico, porque para
isso seus olhos estão capacitados a ver.

 Levemos duas pessoas a um museu cheio de quadros antigos. Quem não tiver
a formação necessária não será capaz de distinguir a obra autêntica da
imitação fraudulenta, enquanto que o crítico de arte poderá distinguir entre
muitas telas de menor importância artística aquela que, sendo obra de algum
grande mestre, vale uma soma enorme.

 Há pessoas de mente suja que em qualquer situação veem a oportunidade


para dizer uma anedota picante ou uma brincadeira suja. Em qualquer esfera
da vida vemos somente aquilo que somos capazes de ver. É neste sentido que
Jesus afirma que somente os limpos de coração verão a deus. É muito
importante recordar, como advertência, que se mediante a graça de Deus
conservamos limpos os nossos corações, ou mediante o pecado os enchemos
de sujeira, estamos determinando nossa futura capacidade ou incapacidade
para ver a Deus.

FELIZES

 “makarios”
 Não está dizendo que se sentirão felizes, mas o que Deus pensa sobre elas.
 O tipo de pessoa que agrada a Deus.
 Nós existimos por algum motivo.
 Cremos que fomos criados por Deus. Eu não há nada melhor para nós do que
vivermos de acordo com o que Ele planejou para nós.
 Dizem que Santos Dumont se suicidou ao ver o uso do avião como instrumento
de morte na Primeira Guerra Mundial. É muito pouco provável que isto seja
verdade, mas ilustra a nossa relação com Deus. Como deve entristece-Lo ao
nos ver dominados por pensamentos, sentimentos e valores tão corrompidos.

CONCLUSÃO

Felizes as pessoas que têm o coração puro, pois elas verão a Deus.

Invista no seu coração.

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