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DENISE GOULART
Porto Alegre
2007
DENISE GOULART
Porto Alegre
2007
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CDD 362.6042
Bibliotecária Responsável
Isabel Merlo Crespo
CRB 10/1201
DENISE GOULART
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Juan José Mouriño Mosquera
_________________________________________
Prof. Dr. Claus Dieter Stobäus
_________________________________________
Profª. Drª. Marilú Fontoura de Medeiros
Dedico este trabalho
A Reginaldo e Vilma, meus pais,
que me ensinaram o melhor caminho: Jesus Cristo.
A Eliseu Santos, meu amigo, meu amor, meu marido.
A Mariana Santos, minha alegria, minha filha.
AGRADECIMENTOS
The present study was done with senior age groups which participated in
digital inclusion classes at Santander Cultural, located in downtown Porto Alegre.
The study brings a brief historical from the society of information and communication
tecnologies; the aging and senior age groups; and the senior age related with
learning experience through life. The methodology used was of a quantitative-
qualitative nature being explanatory and interpretative with a bibliographic research
and field research (through interviews and questionnaires), which gave a greater
involvement with the object under study and flexibility, between the theory
and practice, was characterized as a case study and made possible the
understanding of the digital inclusion in senior age groups; having as reference the
methods by Bardin: Content Analysis. Seventy seven questionnaires and six partial
interviews were done with the senior age groups that participated in the digital
inclusion classes. From the pieces of information gathered, 3(three) previous
categories and 2(two) final categories were constructed, these categories were
formed based on the answers of partial interviews and from all the questionnaires
done along the classes; still, according to the importance given by the subjects of the
study, by the researcher and according to the theoretical referential and the directing
questions. It is possible to notice that the categories 1.Learning Process, 2.Inclusion,
3.Challenge, 4.Autonomy, 5.Exclusion are relationed, directly, to education, therefore
inclusion, in spite of being a hard task to our society, promotes subjects free of
exclusion, whatever its social or pedagogical origin. It is realized that there are many
reasons that induce seniors to look for informatics classes, such as: the will of
learning more or keep on learning as a way to not be excluded from society or, even,
from their own families duo to the lack of understanding and knowledge about
tecnologies and its language; to overcome the difficulties and make a good use of the
computer which implies a better relationship between older and younger generations
and, the personal realization that increases self-confidence. It is possible to notice
that most part of seniors have common interests, needs and difficulties in relation to
digital learning process which are: to continue included in the society and pass over
the obstacles found through life. It may be affirmed that the biggest challenge to
senior age groups is to go on being autonomous without asking for help or staying
totally dependent from other people to manage their lives. Digital inclusion is very
important and an urgent need for those who are in the senior age; they do not want
to waste time anymore: they want entering in the virtual world and understand all its
possibilities. Through the research we intended to verify that the aging groups, even
though having many physical, emotional and social prejudices, have the potentiality
to continue learning and, in this way, be included digitally.
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................17
4 METODOLOGIA ................................................................................................78
4.1 INVESTIGAÇÃO ..........................................................................................78
4.1.1 Problema......................................................................................................80
15
6 CATEGORIAS .................................................................................................105
6.1 QUADRO 05: TABELA CATEGORIAS ......................................................105
6.2 MAPA CONCEITUAL DAS CATEGORIAS ................................................106
6.2.1 Mapa Conceitual: conceito.........................................................................107
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................139
REFERÊNCIAS.......................................................................................................144
APÊNDICES ...........................................................................................................154
ANEXOS .................................................................................................................163
INTRODUÇÃO
idosos, porque, de uma forma ou de outra, estes sujeitos sempre fizeram parte da
minha vida de maneira positiva.
Reporto-me à minha infância e entendo que, quando somos crianças,
observamos o mundo com outros olhares e, no percurso da vida, há uma mudança
gradativa: percebemos que conselhos, instruções e orientações das pessoas com
mais idade são, na verdade, muitos caminhos já percorridos nos quais uns deram
certo e outros não; por isso, talvez, a dedicação e a preocupação (às vezes
exageradas) em tentar nos mostrar e orientar para escolhermos o melhor deles;
porém, não devemos ver essas atitudes e conselhos como um fardo ou
aborrecimento para nós, mas como uma oportunidade de crescimento, apesar das
diferenças de gerações.
Mesmo com todos os avanços que vivenciamos no dia-a-dia, em minha
caminhada pude perceber que a mesma sociedade que discrimina também é a
mesma que quer incluir, pois, a partir de muitas pesquisas e campanhas promovidas
por entidades governamentais ou não, já há uma conscientização de que envelhecer
é um processo acelerado e universal e que atinge a todos. Mesmo que não se dê o
devido valor para estas pessoas, a sociedade depende delas para se manter viva,
geração após geração, pois através de suas ações é que se vai determinando o tipo
de pessoas que teremos em nossa sociedade.
Gostaria de lembrar que no ANO INTERNACIONAL DO IDOSO, em 1999, o
lema do Dia Mundial da Saúde 1 foi “Sigamos ativos para envelhecer bem”, ou seja, a
pessoa que se mantém ativa, ao longo de toda sua vida e em todos os setores da
atividade humana, quer física quer mentalmente, envelhece bem e com qualidade de
vida.
Quando refletimos sobre o envelhecimento, devemos pensar no tempo
linear, que é feito de dias e anos, e o tempo interno, que é singular e intransferível,
dessas pessoas, para que elas não sejam descartadas do seio familiar, indo muitas
vezes viver em casas de repouso, mas que possam a cada dia participar ativamente
de nossa sociedade, mantendo o corpo e a mente sadios, aprendendo a aprender,
1
O Dia Mundial da Saúde é comemorado dia 07 de abril. A OPAS (Organização Pan-Americana da
Saúde) é o escritório Regional para as Américas da OMS (Organização Mundial da Saúde); é um
organismo internacional de saúde pública com um século de experiência. Sua missão é orientar os
esforços estratégicos de colaboração entre os Estados Membros e outros parceiros no sentido de
promover a eqüidade na saúde, combater doenças, melhorar a qualidade de vida e elevar a
expectativa de vida dos povos das Américas. (ORGANIZAÇÃO Pan-Americana da Saúde. Disponível
em: <http://www.opas.org.br>. Acesso em: 05 abr. 2007).
20
diante dos novos desafios que o mundo digital proporciona, e este é um dos motivos
de minha preocupação com estes sujeitos.
No entanto, no mundo globalizado, que muda rapidamente, e na sociedade
de informação em que vivemos, nos quais as tecnologias que se caracterizam por
permitir um grande aumento em nossa capacidade de acessar, organizar,
selecionar, armazenar e distribuir informações, e ainda por efetuar comunicação
rápida e eficaz com outras pessoas, onde quer que elas estejam, creio que estas
tecnologias deveriam estar inseridas no cotidiano deste segmento que está
envelhecendo, pois elas estão alterando o formato da sociedade e estão
possibilitando a oportunidade de gerar o próprio conhecimento sobre a realidade e
seu entorno. Entretanto, entendo que temos um grande desafio ainda pela frente,
para que as tecnologias de informação e comunicação venham a ser aperfeiçoadas
e adaptadas, para nosso público de Terceira Idade, possibilitando melhoria e
qualidade em suas vidas.
Percebo que as tecnologias são vistas como uma das principais ferramentas
para disponibilizar acesso rápido e instantâneo da informação e que aguça a
curiosidade tanto de crianças, jovens, adultos como também de grupos da Terceira
Idade que, na maioria das vezes, se sentem excluídos do processo digital, mas que,
ao mesmo tempo, querem participar das tecnologias inseridas nesse processo e de
suas funções e, é claro, entendê-las.
A escolha por este grupo e tema tem um valor pessoal: creio que, em vez de
pensar colocar estas pessoas, depois de contribuírem com suas experiências,
trabalho e dedicação à família e à sociedade, em casas de repouso, devemos tentar
desvincular e desmistificar as várias imagens sociais de que sejam sujeitos doentes,
acabados e sem perspectivas, refletir sobre os processos de aprendizagem, nesta
fase, que para elas tem a função de dar significados às experiências constituídas,
direcionando a autonomia e a emancipação social e individual.
Minha preocupação com essas pessoas - homens e mulheres - que são e se
sentem excluídas, classificadas erroneamente como analfabetas, mesmo digitais, é
redimensionar os novos referenciais sociais e a construção de novas imagens a
partir do envelhecimento, portanto faz esse tema de pesquisa assumir uma
importância fundamental, seja para a educação ao longo da vida, seja para a própria
constituição da subjetividade e da educação dessas pessoas no mundo de hoje.
21
1.1 INTERNET
4
O serviço WWW surgiu em 1989 como um integrador de informações, dentro do qual a grande
maioria das informações disponíveis na Internet podem ser acessadas de forma simples e consistente
em diferentes plataformas. A forma padrão das informações do WWW é o hipertexto,o que permite a
interligação entre diferentes documentos, possivelmente localizados em diferentes servidores, em
diferentes partes do mundo. O hipertexto é codificado com a linguagem HTML (Hypertext Markup
Language), que possui um conjunto de marcas de codificação que são interpretadas pelos clientes
WWW (que são os browsers, como o Netscape), em diferentes plataformas. O protocolo usado para a
transferência de informações no WWW é o HTTP. O protocolo HTTP é um protocolo do nível de
aplicação que possui objetividade e rapidez necessárias para suportar sistemas de informação
distribuídos, cooperativos e de hipermídia. Suas principais características são: comunicação entre os
agentes usuários e gateways, permitindo acesso a hipermídia a diversos protocolos do mundo
Internet, tais como, SMTP, NNTP, FTP, Gopher, WAIS ; obedece ao paradigma de pedido/resposta:
um cliente estabelece uma conexão com um servidor e envia um pedido ao servidor, o qual o analisa
e responde. A conexão deve ser estabelecida antes de cada pedido de cliente e encerrada após a
resposta. (WWW. Disponível em: <http://penta.ufrgs.br/pesquisa/joice/cap3.html>. Acesso em: 05
maio 2007).
5
Home page, home-page ou homepage é a página inicial de um site da internet também chamado
sítio). Compreende uma apresentação do site e de todo seu conteúdo.O termo home page, home-
page ou homepage é normalmente designado para nomear a primeira página ou a página principal de
um sites, sendo a função diferenciá-la das outras páginas que compõem um site. A home page seria
como uma capa de revista. Na Internet, esse termo costuma funcionar como a página introdutória do
site com explicações sobre o que será encontrado nas demais páginas do site, Ela seria como o
índice dum site a ser visitado. (WIKIPEDIA – a enciclopédia livre. Home Page. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Home_page/>. Acesso em: 10 abr. 2007).
6
Site é um termo inglês derivado de website ou Web site. Alem de site, o conjunto de páginas
também é chamado de website, Web site, WWW site ou, em Portugal, de sítio (as vezes websítio, ou
sítio web).Há uma discussão na internet de língua portuguesa entre usar site (difundida no Brasil,
apesar de ser estrangeirismo) ou sítio, por ser de comum origem latina (sítio tem origem no latim
situs: "lugar demarcado, local, posição"). O termo sítio é de uso amplamente difundido apenas em
Portugal. No Brasil praticamente não é utilizado. Isso ocorre pela confusão com o significado de sítio
no português do Brasil (propriedade rural de área modesta, frequentemente usada para lazer ou
lavoura). Mesmo assim a utilização desta palavra é defendida por alguns, pois segue os padrões da
língua portuguesa de pronúncia da palavra escrita. (WIKIPEDIA – a enciclopédia livre. Site.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Site>. Acesso em: 10 abr. 2007).
28
7
O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - IBOPE - fornece o maior conjunto de
informações sobre o mercado brasileiro e latino-americano. Para apoiar a tomada de decisões de
seus clientes, o Grupo IBOPE realiza pesquisas sobre os mais variados temas: mídia, opinião pública,
política, consumo, comportamento, mercado, marca, propaganda, Internet, entre outros. O Grupo
IBOPE é uma multinacional brasileira composta por 52 empresas, que empregam 2.800 profissionais.
Atua em 16 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos,
Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela..No Brasil, tem sedes
em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de filiais instaladas em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba,
Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador. (IBOPE. <http://www.ibope.com.br/>.
Acesso: 02 abr. 2007).
29
8
Thomas Samuel Kuhn nació en Cincinnati, Ohio, el 18 de julio de 1922. Estudió Físicas en la
Universidad de Harvard, por la que se doctoró en dicha especialidad en 1949. A partir de entonces su
interés se orientó hacia el estudio de la Historia de la Ciencia, al que se dedicó por completo.
Permaneció en Harvard como profesor ayudante de Historia de la Ciencia hasta 1956, en que aceptó
una oferta de la Universidad de Berkeley, donde ocupará la Cátedra de Historia de la Ciencia a partir
de 1961. En 1964 pasará a desempeñar ese mismo puesto en la Universidad de Princenton hasta
1979, año en que se instalará en Boston, ocupando la Cátedra de Filosofía e Historia de la Ciencia
del Massachusetts Institute of Technology. Falleció el 17 de junio de 1996 en su casa de Cambridge,
Massachusetts. Por José Sánchez-Cerezo de la Fuente. (FUENTE, José Sánchez-Cerezo de la.
Thomas Samuel Kuhn. Disponível em: <http://www.webdianoia.com/contemporanea/kuhn.htm>.
Acesso em: 10 abr. 2007).
9
Paradigma (do grego parádeigma, modelo, exemplo; e do verbo paradeigma títzo, propor, mostrar) o
termo era bastante usado na filosofia e na lingüística. Uma definição muito geral: conjunto de
convicções e conceitos que caracterizam uma determinada maneira de perceber e interagir com ele.
Admite definições em diferentes níveis até as diferentes concepções teórico-práticas do que é o
conhecimento científico. Thomas Kuhn (A estrutura das revoluções científicas), ele insistiu em
diversos componentes de um paradigma, com destaque 1) ao fato que ele funciona como filtro na
percepção e projeção da realidade; 2) a importância decisiva da adesão de um número significativo
dos que operam na área, à qual o paradigma se refere, para que consiga implantar-se. (ASSMANN,
1998,p.169)
31
[...] exclui a idéia de hierarquia entre os desiguais, uma vez que é o respeito
às diferenças o que nos faz igual.Trata-se de um novo modelo, que tem
como imperativos éticos à participação e à solidariedade, articulados à
ciência e ao mundo da vida.[...] Para construir este novo referencial é
necessário garantir a cidadania para todos, inclusive para aqueles que a
tiveram e perderam. É a partir da inclusão social que se pode contar com
pessoas solidárias, cordiais e conectadas com tudo e todos. É neste marco
que se pode resgatar o ser idoso como valor para a sociedade (2004).
[...] mas o homem, diante dessa nova realidade, continua o mesmo: íntegro
na sua individualidade, na sua personalidade, nas suas aspirações, na
defesa de seus direitos, na busca da sua felicidade e de suas realizações, e
no comando desta mudança, como o único ser dotado de vontade,
inteligência e conhecimento capaz de compreender os desafios e definir os
passos que direcionarão seu próprio futuro (2000).
12
A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 192 Estados
soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar
relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos
humanos. Os membros são unidos em torno da Carta da ONU, um tratado internacional que enuncia
os direitos e deveres dos membros da comunidade internacional. As Nações Unidas são constituídas
por seis órgãos principais: a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e
Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão
situados na sede da ONU, em Nova Iorque, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.
Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em áreas tão diversas como saúde,
agricultura, aviação civil, meteorologia e trabalho – por exemplo: OMS (Organização Mundial da
Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho), Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário
Internacional). Estes organismos especializados, juntamente com as Nações Unidas e outros
programas e fundos (tais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF), compõem o
Sistema das Nações Unidas. (NAÇÕES Unidas no Brasil. Conheça a ONU. Disponível em:
<http://www.onu-brasil.org.br/conheca_onu.php />. Acesso em: 10 maio 2007).
39
13
Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma agência especializada em saúde, fundada em 7 de
abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas. Sua sede é em Genebra, na Suíça.
O Diretor-Geral é, desde 2006, o sueco Anders Nordström. A OMS tem suas origens nas guerras do
fim do século XIX (México, Criméia). Após a Primeira Guerra Mundial, a SDN criou seu comitê de
higiene, que foi o embrião da OMS. Segundo sua constituição, a OMS tem por objetivo desenvolver
ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos. A saúde sendo definida nesse mesmo
documento como um « estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo
somente da ausência de uma doença ou enfermidade. » O Brasil tem participação fundamental na
história da Organização Mundial da Saúde, criada pela ONU para elevar os padrões mundiais de
saúde. A proposta de criação da OMS foi de autoria dos delegados do Brasil, que propuseram o
estabelecimento de um "organismo internacional de saúde pública de alcance mundial". Desde então,
Brasil e a OMS desenvolvem intensa cooperação. (WIKIPEDIA – a enciclopédia livre. Organização
Mundial da Saúde. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Organizaçao_Mundial_da_Saude>.
Acesso em: 05 abr. 2007).
14
O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor
de toda a riqueza gerada no país. O cálculo do PIB, no entanto, não é tão simples. Imagine que o
IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão. Ele cobra, por uma escultura, de madeira, R$
30. No entanto, não é esta a contribuição dele para o PIB. Para fazer a escultura, ele usou madeira e
tinta. Não é o artesão, no entanto, que produz esses produtos --ele teve que adquiri-los da indústria.
O preço de R$ 30 traz embutido os custos para adquirir as matérias-primas para seu trabalho. Assim,
se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o PIB foi de R$ 10, não de R$
30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de madeira e um pouco de
tinta em uma escultura. O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda a cadeia produtiva brasileira.
Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de
outros setores. Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor,
chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento
econômico.Hoje o IBGE divulgou apenas a variação percentual da economia brasileira, que cresceu
1,4% no primeiro trimestre. O valor em reais do PIB deve ser conhecido apenas no próximo mês.
(FOLHA Uol. Entenda o que é PIB e como é feito seu cálculo. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u108161.shtml>. Acesso em: 02 abr. 2007).
40
Citamos os três primeiros artigos, da Lei 10.741, porque neles podemos ter
uma base do que ela abrange, porém ela possui 118 Artigos, todos voltados aos
cuidados dos idosos. Esta Lei foi criada para que os idosos sejam amparados e
protegidos, e entendemos que é uma questão de fazer mais por pessoas que estão
nesta etapa, próximas ou não de nós, para que esta fase possa transcorrer de forma
15
Por recomendação da ONU, o ano de 1999 foi considerado o Ano Internacional do Idoso. O Dia
Internacional é comemorado dia 1º de Outubro. No Brasil, o Dia Nacional do Idoso foi estabelecido
pela Comissão de Educação do Senado Federal, também em 1999, com o objetivo de conhecer os
direitos e dificuldades dos idosos brasileiros. É comemorado no dia 27 de setembro. (PORTAL do
Voluntário. Disponível em: <http://www.portaldovoluntario.org.br>. Acesso em: 05 jun. 2007).
16
BRASIL. Planalto Central. Lei nº. 10.741, de 1º de outubro de 2003. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2003/L10.741.htm>. Acesso em: 04 abr. 2007.
41
mais sadia, mental e fisicamente, e não ser estereotipada como uma fase de
invalidez, incapacidade e senilidade.
O perfil e o modo de viver das pessoas são caracterizados por diferenças, e
cada cultura possui sua peculiaridade, como salienta Balbinotti “os adultos maduros
de hoje são diferentes da época de nossos avós. Seu perfil é outro [...] desde um
novo visual até a luta pela manutenção da auto-estima” (2000, p. 10). Diante desse
contexto, devemos entender que há uma politização, em termos globais, para a
construção de uma nova e boa velhice, com mais autonomia e saúde, sem
preconceitos. Portanto, devemos rechaçar a idéia que Sommerhalder e Nogueira
comentam que, em nossa sociedade,
Para Kachar,
17
NAÇÕES Unidas no Brasil. Disponível em: <http://www.onu-brasil.org.br/>. Acesso em: 02 abr.
2007.
43
Por isso, temos um desafio não só local, mas nacional e global com a
população que está em processo de envelhecimento e, se a sociedade como um
todo entender que devemos proporcionar aprendizagem permanente ao longo da
vida pensando em capacitação em vez de incapacidades, oportunizar o
desenvolvimento de novas aprendizagens e habilidades, principalmente em relação
às tecnologias de informação e comunicação, pois fazem parte dos hábitos da
sociedade. Com variados programas e, principalmente, voltados a esclarecimentos
sobre o que é um envelhecimento saudável, de como é se preparar para este
envelhecimento, de como planejá-lo e de como cuidar de si mesmas, com certeza
teremos um número maior de pessoas com uma melhor qualidade de vida, à medida
que estas envelhecerem. Com isso, haverá menos gastos com assistência e
tratamentos médicos, e pessoas mais engajadas ativamente em projetos sociais,
econômicos, políticos, na vida familiar ou comunitária, prolongando a independência
a e autonomia por um período mais longo possível.
45
Olds (2000) nos informam as diferenças entre elas, que estão resumidas na tabela
abaixo.
18
Médico pela Keio University (Japão), Ph.D em Medicina pela Keio University (Japão), Professor
Titular do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, Professor do Programa de Pós-Graduação
em Gerontologia Biomédica da PUCRS, Professor da área de concentração em Geriatria do
Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde PUCRS.
19
Biólogo pela UFRGS, Mestre em Educação pela PUCRS, PHD em Medicina pelo Insitute for
Medical Science of Aging, Aichi Mecial University (Japão), Professor dos Programas de Pós-
Graduação em Gerontologia Biomédica, em Medicina e Ciências da Saúde e em Biologia Celular e
Molecular da PUCRS.
48
O ser humano não nasce pronto; ao nascer, ele é um projeto que, ao longo
do seu desenvolvimento humano, vai-se moldando e se adaptando conforme suas
experiências de vida, escolhas e relações com outros seres humanos; assim, vai-se
construindo a partir da interação com o mundo externo através de uma rede de
relações. Em sua busca, o ser humano vai evoluindo nos aspectos pessoal, cultural
e social podendo realizar-se ou não, pois muitas de suas atitudes no passado
podem determinar seu presente, tornando-o uma pessoa realizada ou não com sua
vida.
Ao longo da existência do ser humano, o físico vai-se alterando e, como
conseqüência, ocorrem também mudanças psicológicas alterando sua visão e
relação com o mundo espiritual; Portal “a espiritualidade é um sentimento de
conexão com uma ordem superior, sendo percebida de forma diferente para cada
pessoa [...] é uma jornada pessoal e íntima” (2003, p. 17).
Com o avanço da ciência, o homem foi influenciado e estimulado para ter
uma visão de mundo em que tudo que existe é de forma fortuita, mecânica e
mensurável tornando a sociedade individualista, em que não há mais espaço nem
consideração com as pessoas que envelhecem, conseqüentemente muitas delas
são ‘descartadas’ por não serem mais produtivas e adaptadas a esta realidade. O
descaso com o ser humano existe, pois “nascemos todos egocêntricos” Suhr (2004),
e, mesmo com tantos avanços científicos - foi descoberta na seqüência do genoma
humano a similaridade entre os seres humanos -, portanto a humanidade vive um
destino comum.
51
20
As Organizações não governamentais (ou também chamadas de organizações não
governamentais sem fins lucrativos), também conhecidas pelo acrônimo ONG, são associações do
terceiro setor, da sociedade civil, que se declaram com finalidades públicas e sem fins lucrativos, que
desenvolvem ações em diferentes áreas e que, geralmente, mobilizam a opinião pública e o apoio da
população para melhorar determinados aspectos da sociedade. Estas organizações podem ainda
complementar o trabalho do Estado, realizando ações onde ele não consegue chegar, podendo
receber financiamentos e doações do mesmo, e também de entidades privadas, para tal fim.
Atualmente, estudiosos têm defendido o uso da terminologia organizações da sociedade civil para
designar as mesmas instituições. É importante ressaltar que ONG não tem valor jurídico. No Brasil,
três figuras jurídicas correspondentes no novo Código Civil compõem o Terceiro Setor: associações,
fundações e organizações religiosas (que foram recentemente consideradas como uma terceira
categoria). (WIKIPEDIA – a enciclopédia livre. ONG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/ONG>. Acesso em: 10 abr. 2007).
53
“Ele” supre o vazio existencial: o vazio de nossas almas que peleja um eterno
conflito entre a razão e a emoção, o bem e o mal, de uma maneira egoísta e nociva
para nossas vidas. Essa batalha é vencida quando acreditamos que podemos mudar
as situações, reconstruir nossas vidas, reinventar nossa existência e ajudar de forma
incondicional, estendendo a mão àqueles que mais necessitam. Assim, não teremos
dúvida de que isso faz muito bem: o nosso físico será mais saudável, o psicológico
mais ajustado, o social mais interativo e abundante, e o praticar do espiritual com
todo ímpeto nos motivará e nos estimulará a enfrentar as adversidades com mais
tranqüilidade, proporcionando-nos uma melhor qualidade de vida.
No capítulo 3, Terceira Idade e a Aprendizagem ao Longo da Vida,
finalizando o referencial teórico, abordaremos a definição de autores sobre
aprendizagem ao longo da vida; como se processa; quais motivações as pessoas
precisam ter para continuar aprendendo; como a aprendizagem pode ser
reencantada, através do virtual.
3 TERCEIRA IDADE E A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA
Para Claxton
Aprender ao longo da vida deve significar mais do que adultos indo para a
escola a fim de aprender a usar a Internet [...]; significa ter a capacidade de
lidar de modo inteligente com a incerteza e a persistir diante da dificuldade
[...] significa fazer escolhas sobre quais convites de aprendizagem aceitar e
quais declinar (2005, p.24).
21
NAÇÕES Unidas no Brasil. Disponível em: <http://www.onu-brasil.org.br/>. Acesso em: 02 abr.
2007.
62
linearidade nesse processo. Pozo explica que, se não estivermos motivados, não há
mudanças na aprendizagem, pois aprender implica mudar; assim
de segurança, que vão da simples necessidade de estar seguro dentro de uma casa
a formas mais elaboradas de segurança, como um emprego, uma religião, a ciência,
entre outras; necessidades de amor, afeição e sentimentos de pertença tais como o
afeto e o carinho dos outros; necessidades de estima, que passam por duas
vertentes: o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento
dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que
desempenhamos; necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura
tornar-se aquilo que ele pode ser.
Podemos traçar um paralelo entre a informação e as necessidades que
Maslow propõe, pois na nossa sociedade, atualmente, aparece como uma das
necessidades básicas, sendo utilizada para suprir as mesmas necessidades tanto
individuais como em grupos, e muito mais para os grupos de Terceira Idade que
precisam dela, para estarem inseridos nos contextos dos quais participam.
Mosquera, ao comentar sobre as necessidades, nos coloca que as crises
biopsicossociais da velhice podem ameaçar seus níveis mais inferiores.
indivíduos, porém isso não significa que o idoso tenha que se abster de tudo, como
continuar a aprender, trabalhar, ter vida sexual e social ativa e lazer.
A idéia imposta pela sociedade de que, a partir de determinada idade, certas
atividades não devem mais ser ‘desfrutadas’ é uma concepção que vem sendo
superada em relação às constantes transformações sociais, uma vez que a
expectativa de vida vem aumentando muito e, com isso, surge a necessidade de
repensar como envolver esses indivíduos em seus tempos livres. Uma educação ao
longo da vida, utilizando as tecnologias de informação e comunicação, pode ser uma
alternativa viável para que eles continuem a aprender e usufruir esse tempo,
estimulando-os a aprender a usar o computador em rede, abre novas possibilidades
e oportunidades, porque todos nós somos obrigados a utilizá-lo no dia-a-dia; tornou-
se um pré-requisito para a inserção em nossa sociedade e é imprescindível para
todas as atividades, indiferente de idade.
Todos deveriam ter o direito ao acesso e ao uso das tecnologias não sendo
limitados por questões sociais, geográficas e financeiras; devemos combater todos
os elementos que fazem com que a inclusão digital inexista. Contudo, apesar do
dualismo e seletividade que há em nosso país, com o advento das tecnologias,
houve uma melhora de igualdades, pois existe a possibilidade de contemplar todas
as camadas sociais que estão em diferentes fases da vida, e muitos ainda não têm
acesso a esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à
informação, infelizmente ainda existe uma lacuna entre a população e o uso de
tecnologia. É certo que existem muitas pessoas sem acesso a computadores e à
Internet, mas não podemos ficar restritos a essa constatação. Na verdade, a
exclusão que existe não é somente digital, mas é social, de conhecimento,
informação e cidadania.
O professor da Universidade de Brasília e coordenador do programa
Inclusão Digital ‘Escola Digital Integrada’, Suaiden, afirmou em uma entrevista para o
Correio Brasiliense o seguinte:
[...] somos uma nação de analfabetos digitais. Do total de pessoas que têm
acesso ao computador, somente 18% estão incluídas na sociedade da
informação. Inclusão digital não é só ter acesso ao computador, mas saber
trabalhar com a informação. Pessoas desinformadas são manipuladas
facilmente, tornando-se reféns da opinião alheia, já que não têm meios de
formar a própria (2003).
69
Lèvy também explica que “o ciberespaço oferece objetos que rolam entres
grupos, memórias compartilhadas e hipertextos comunitários para a constituição de
coletivos inteligentes” (1996, p. 129), e afirma que
Muitas ferramentas estão prontas para o uso, mas temos de aprender como
usá-las. Para fazer bom uso de um processador de palavras, de uma
calculadora gráfica ou da Internet, é necessário um investimento de tempo
de aprendizagem. É preciso estudar os manuais, elaborar aulas, explorar as
competências. Todavia, uma vez feito esse investimento, o objeto da
aprendizagem torna-se uma ferramenta que possibilita tipos de exploração e
aprendizagem diferentes, os quais podem conduzir a um melhor
desempenho (2005, p. 161).
Uma sociedade onde caibam todos só será possível num mundo no qual
caibam muitos mundos. A educação se confronta com essa apaixonante
tarefa: formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura sejam
necessidade vivenciais e elementos definidores dos sonhos de felicidade
individual e social (1998, p. 29).
Já contamos com muitas pesquisas, em nosso país, que revelam o perfil dos
novos idosos, mesmo sendo estigmatizados e que, com todos os limites impostos
pela idade, estão reinventando a Terceira Idade, pois estão buscando novos
conhecimentos e novas aprendizagens através de vários cursos e, principalmente,
cursos de informática. Uma vez informados, eles têm mais visibilidade e
credibilidade que é representada através de uma imagem mais ativa, fazendo com
que o prolongamento da educação, mesmo que seja digital, para os idosos, assuma
um papel fundamental em suas vidas. Knechtel nos afirma que a educação
permanente pode ser vista
Esse processo de aprendizagem via inclusão digital não pode ser visto como
um amontoado sucessivo de coisas que vão se reunindo, Assmann, “ao longo desse
percurso devemos dar significados para que as construções do conhecimento sejam
significativas”; o mesmo autor também comenta que “quando alguém aprende algo
novo, não é apenas esse elemento novo – motórico, lingüístico, conceitual – que se
acrescenta ao que supostamente já foi adquirido, mas ocorre uma reconfiguração do
seu cérebro/mente” (1998, p.41).
As mudanças sociais aceleradas juntamente com as rupturas trazidas por
elas, fazem a aprendizagem adquirir outra conotação na vida dos indivíduos, como
uma nova função do saber, em que a informação e a comunicação têm diferentes
funções do que as formas de saberes do passado, como constatamos com os
usuários da Internet que fazem constantes trocas de saberes e definem as
estruturas da sociedade. Neste início de século, a aprendizagem ganha um novo
significado: é vista como uma necessidade social e econômica tanto para os
indivíduos como para os países, e ela acontece no presente, e juntamente com
nossos planejamentos e caminhos que percorremos, é que vão determinar o nosso
futuro.
75
ENVELHECIMENTO
Processo inerente e contínuo a todo ser humano.
Processos do Envelhecimento Características Gerais do Envelhecimento
Pode ser dividido em dois: A idade funcional é a que determina
Primário, sendo um processo se um sujeito é velho ou não, através da
gradual e inevitável de deterioração qualidade de vida juntamente com as
corporal que começa mais cedo na vida e condições de meio ambiente em que ele
continua com o passar dos anos; viveu e vive.
Secundário, consiste dos O envelhecimento é um estágio
resultados de doenças, abuso ou desuso inerente ao curso natural da vida, e algumas
– fatores que muitas vezes são evitáveis e características físicas são afetadas.
dentro do controle das pessoas.
Teorias do Envelhecimento Dimensões Físicas, Psicológicas, Sociais
Teorias de Programação Genética e Espirituais na Terceira Idade
e O ser humano vai se construindo a
Teorias de Taxas Variáveis. partir da interação com o mundo externo,
através de uma rede de relações. Como
conseqüência, ocorrem mudanças físicas e
psicológicas alterando sua visão e relação
com o mundo espiritual.
APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA
Aprender ao Longo da Vida Motivação Para Aprender
Não significa apenas introjetar ou A motivação exerce um fundamental
acumular informações, mas atribuir nosso papel como elemento de necessidade, para
próprio significado a elas, fazendo desse que o indivíduo que está envelhecendo
processo um contínuo aprendizado que aprenda a aprender, continuamente,
levamos ao longo de nossa vida. desenvolvendo suas capacidades.
Inclusão Digital na Terceira Idade
A aprendizagem ganha um novo significado, pois é vista como uma necessidade
social e econômica; os idosos que adquirirem novas competências, compreenderem e
acompanharem as mudanças tecnológicas e suas efetivas atuações na sociedade, estarão
inseridos com mais facilidade nesse novo formato de sociedade alicerçado nas tecnologias.
Fonte: O autor, 2007
4 METODOLOGIA
4.1 INVESTIGAÇÃO
E Castro
com muitas técnicas utilizadas por pesquisas históricas, porém acrescenta duas
fontes de evidência que não são incluídas no repertório do historiador: ”observação
direta dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas
nele envolvidas” (2000, p. 26). E Gil também comenta que os propósitos do estudo
de caso “não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de
uma população, mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de
identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados” (2002, p.
54).
Bogdan e Biklen caracterizam a investigação qualitativa como “fonte direta
de dados no ambiente natural, constituindo-se o pesquisador no instrumento
principal, interessando-se mais pelo processo do que pelos dados” (1994, p. 47).
A pesquisa qualitativa também apresenta o aspecto descritivo que Gil define
como,
4.1.1 Problema
Objetivo Geral
- Compreender o que motiva grupos da Terceira Idade a procurar
programas de inclusão digital.
Objetivos Específicos
- Investigar quais são seus interesses, necessidades e dificuldades na
aprendizagem digital de grupos de Terceira Idade; e
- Documentar o significado da inclusão digital nos grupos de Terceira
Idade.
Faixa Etária
(77 Sujeitos)
80
70 55 a 64 anos
60
42 65 a 79 anos
34
50 80 anos
40
30
20 1
10
0
4.2.2 Gênero
Gênero
80 58
70
60
50 Feminino
40 19 Masculino
30
20
10
0
1
Estado Civil
80
70
60 Casados
50 40 Viúvos
40 Separados
30 Divorciados
14
20 9 7 7 Solteiros
10
0
1
- Entre 55 a 64 anos:
o 22 sujeitos são casados;
o 9 sujeitos são viúvos;
o 3 sujeitos são solteiros;
o 5 sujeitos são separados e
o 3 sujeitos são divorciados.
85
55 a 64 anos
80
70
60 Casados
50 Viúvos
40 Separados
30 22 Divorciados
20 9 Solteiros
3 5 3
10
0
1
- Entre 65 a 79 anos:
o 18 sujeitos são casados;
o 3 sujeitos são solteiros;
o 5 sujeitos são viúvos;
o 4 sujeitos são separados e
o 4 sujeitos são divorciados.
65 a 79 anos
80
70 Casados
60
50 Viúvos
40 Separados
30 18
20 Divorciados
3 5 4 4
10 Solteiros
0
1
80 anos
80
70
60
50 casado
40 1
30
20
10
0
1
4.2.4 Escolaridade
Escolaridade
80
70
60 Pós-Graduação
50 Graduação
40 32 Superior Incompleto
30 22 20 Ensino Médio
20
3 3 Ensino Fundamental
10
0
1
- Entre 55 a 64 anos:
o 9 sujeitos com ensino fundamental;
o 19 sujeitos com ensino médio;
o 2 sujeitos com superior incompleto;
o 11 sujeitos com superior completo e
o 1 sujeito com pós-graduação.
55 a 64 anos
80
70
60 Pós-Graduação
50 Graduação
40 Superior Incompleto
30 19 Ensino Médio
20 11 9
10 1 2 Ensino Fundamental
0
1
- Entre 65 a 79 anos:
o 11 sujeitos com ensino fundamental;
o 12 sujeitos com ensino médio;
o 1 sujeito com superior incompleto;
o 8 sujeitos com superior completo e
o 2 sujeitos com pós-graduação.
65 a 79 anos
80
70
60 Pós-Graduação
50 Graduação
40 Superior Incompleto
30 Ensino Médio
20 12 11
8 Ensino Fundamental
10 2 1
0
1
80 anos
71
61
51 Ensino Médio
41
31 1
21
11
1
1
Tempo de Serviço
50
40 Nunca trabalharam
até 10 anos
30
11 a 20 anos
19
20 17 21 a 30 anos
14
11 9 31 a 40 anos
10 7
Mais de 40 anos
0
1
- Entre 55 a 64 anos:
o 6 sujeitos nunca trabalharam;
o 5 sujeitos até 10 anos;
o 3 sujeitos até 20 anos;
o 10 sujeitos de 21 a 30 anos;
o 2 sujeitos de 31 a 40 anos e
o 9 sujeitos com mais de 40 anos trabalhados.
90
55 a 64 anos
50
40 Nunca trabalharam
até 10 anos
30
até 20 anos
20 21 a 30 anos
10 9 31 a 40 anos
10 6 5 3 2 Mais de 40 anos
0
1
- De 65 a 79 anos:
o 2 sujeitos nunca trabalharam;
o 2 sujeitos até 10 anos;
o 6 sujeitos de 11 a 20 anos;
o 10 sujeitos de 21 a 30 anos;
o 12 sujeitos de 31 a 40 anos e
o 7 sujeitos com mais de 40 anos trabalhados.
65 a 79 anos
50
40 Nunca trabalharam
até 10 anos
30
11 a 20 anos
20 21 a 30 anos
10 12
7 31 a 40 anos
10 6
2 2 Mais de 40 anos
0
1
80 anos
50
40
30 30 anos
20 1
10
0
1
Lazer
Leitura
80
Cinema
70 Teatro
61 Viagens
60
Esportes
50
Artesanato
40 41 39
40 35 Dança
30 Música
30 25
Culinária
20 15 17
13 Jogos de Cartas
11
10 6 5 Escrever
Cursos de Línguas
0
Assistir Televisão
PESQUISA QUALITATIVA-QUANTITATIVA
ESTUDO DE CASO
Problema de pesquisa:
• Como acontece a inclusão digital de sujeitos que estão na Terceira
Idade?
Objetivo Geral:
• Compreender o que motiva grupos da Terceira Idade a procurarem
programas de inclusão digital.
Objetivos Específicos:
• Investigar quais são seus interesses, necessidades e dificuldades na
aprendizagem digital de grupos de Terceira Idade; e
• Documentar o significado da inclusão digital nos grupos de Terceira
Idade.
Questões Norteadoras:
• O que motiva sujeitos que estão na Terceira Idade a procurarem cursos
de inclusão digital?
• Quais os interesses, necessidades e dificuldades dos sujeitos na
aprendizagem e inclusão digital?
• Qual o significado da inclusão digital, para os grupos de Terceira Idade,
no término do curso?
Sujeitos:
• Grupos da Terceira Idade
Instrumentos:
• Questionários
• Entrevistas semi-estruturadas
22
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Praça Montevidéo, n.º 10 - Porto Alegre / RS – Brasil CEP
90010-170 (PREFEITURA Municipal de Porto Alegre. Disponível em: <http://www.portoalegre.
rs.gov.br>. Acesso em: 02 mar. 2007).
23
O termo “telecentro” tem sido utilizado genericamente para denominar as instalações que prestam
serviços de comunicações eletrônicas para camadas menos favorecidas, especialmente nas
periferias dos grandes centros urbanos ou mesmo em áreas mais distantes. Essa experiência tem
sido utilizada em iniciativas que vão desde a prestação de serviços de telefonia e fax em escritórios
espalhados no Senegal até centros associados a projetos de telecomutação e teletrabalho na Europa
e Austrália. Outros termos usados como sinônimos ou como designações em outros idiomas têm
sido: telecottage, centro comunitário de tecnologia, teletienda , oficina comunitária de comunicação,
centro de aprendizagem em rede, telecentro comunitário de uso múltiplo, clube digital, cabine pública,
infocentro, espace numérisé, Telestuben, centros de acesso comunitário etc. Aqui se adota
“telecentro” como denominação genérica para abarcar toda essa gama de experiências. Do ponto de
vista do público atingido diretamente por iniciativas como as dos telecentros, parece ser inegável que
eles têm tido um papel de destaque no processo de universalização do acesso à Internet. E, mais
ainda, se forem analisados os perfis dos diferentes públicos que deles se utilizam, não parece haver
dúvida de que suas experiências têm agregado segmentos sociais que dificilmente teriam acesso à
rede sem telecentros. Fonte: SocInfo – Livro Verde, 2000.p.34.
24
O Santander Cultural está localizado no centro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, em um
edifício histórico totalmente restaurado para abrigar o melhor da produção artística brasileira e
mundial. O Santander Banespa tem como principal missão criar valor para todos aqueles com que se
relaciona. E nada simboliza melhor a capacidade humana para criar valor do que a cultura. O
Santander Cultural é a retribuição do Santander Banespa à calorosa acolhida e a confiança que
recebeu dos brasileiros, em geral, e dos gaúchos, em particular.Seu principal objetivo é projetar a
cultura do Rio Grande do Sul e ampliar o acesso dos diversos segmentos do público à produção
cultural contemporânea nacional e internacional. Um pólo de geração e distribuição de produção
própria que, em intercâmbio com outras instituições, promove a integração da região ao circuito global
das artes.
Espaço sem fronteiras entre o local, o nacional e o global, o artístico e o lúdico, o popular e o erudito,
o tradicional e o contemporâneo, o Santander Cultural irá gerar, pensar e exibir fatos culturais que
rompam limites. Rua Sete de Setembro, 1028 - Centro - Porto Alegre – CEP 90016-900.
(SANTANDER Cultural. Disponível em: <http://www.santandercultural.com.br>. Acesso em: 02 mar.
2007).
97
25
Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA, disponibiliza
para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, demais clientes e para os cidadãos, as tecnologias da
informação e comunicação, garantindo a contínua modernização de seus produtos e serviços. A
Procempa, fundada no dia 9 de setembro de 1977 como órgão de processamento de dados,
transformou-se numa moderna empresa de tecnologia da informação e comunicação. Ao longo de
29 anos, a companhia desenvolveu sistemas para a administração pública municipal nas áreas da
saúde, tributos e finanças, educação, trânsito e transporte, saneamento, limpeza urbana,
planejamento, obras e gerenciamento administrativo. Avenida Ipiranga, 1200 - Porto Alegre / RS –
Brasil – CEP 90.160-091 (PROCEMPA. Disponível em: <http://www.procempa.com.br/>. Acesso em:
02 mar. 2007).
98
março de 2006 (iniciando o primeiro Curso de Inclusão Digital para Terceira Idade,
no estabelecimento citado).
4.4.4 Monitoria
26
UNIVERSIDADE Luterana do Brasil. Disponível em: <http://www.ulbra.br/>. Acesso em: 13 abr.
2007.
27
FACULDADES Rio-Grandenses. Disponível em: <http://www.fargs.br/>. Acesso em: 14 maio 2007.
101
• Aprendizagem • Autonomia
• Inclusão • Exclusão
• Desafio
Fonte: O autor, 2007.
O mapa conceitual teve sua origem nos anos 70; Joseph Novak desenvolveu
a teoria a respeito dos Mapas Conceituais 28 . Foi um dos principais pesquisadores
sobre mapas conceituais - para ele, os mapas podem ser usados como ferramentas
para organizar e representar o conhecimento. Os mapas conceituais foram
baseados na Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, isto é: a
aprendizagem precisa fazer algum sentido e acontece quando a nova informação
ancora-se nos conceitos relevantes já existentes na estrutura cognitiva de quem está
aprendendo. Nesse processo, a nova informação interage com a estrutura de
conhecimento específica, que Ausubel chama de conceito “subsunçor”. Quando a
nova informação não consegue fazer sentido a algo já conhecido, ocorre o que
Ausubel chamou de aprendizagem mecânica, ou seja, ocorre quando as novas
informações são aprendidas sem interagirem com conceitos relevantes existentes na
estrutura cognitiva. Assim, podemos utilizar o seguinte exemplo: uma pessoa pode
decorar fórmulas e leis para fazer uma prova, mas, assim que termina, esquece
logo.
Para haver aprendizagem significativa, é preciso haver duas condições: o
sujeito precisa ter uma disposição para aprender (se quiser memorizar
arbitrariamente, então a aprendizagem será mecânica); o material a ser aprendido
tem de ser potencialmente significativo, ele tem de ser lógico e psicologicamente
significativo.
Mapas conceituais são representações gráficas de conceitos construídos de
tal forma que as relações entre eles sejam significativas. Os conceitos-chave ou
principais aparecem dentro de retângulos ou círculos, sendo importante sempre
manter a mesma forma, para não haver confusões. As relações entre os conceitos
28
Mapas Conceituais são representações gráficas semelhantes a diagramas, que indicam relações
entre conceitos ligados por palavras. Representam uma estrutura que vai desde os conceitos mais
abrangentes até os menos inclusivos. São utilizados para auxiliar a ordenação e a seqüenciação
hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno. Esta
abordagem dos mapas conceituais está embasada em uma teoria construtivista, entendendo que o
indivíduo constrói seu conhecimento e significados a partir da sua predisposição para realizar esta
construção. Servem como instrumentos para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado em
conteúdo significativo para o aprendiz. Novak é considerado o criador dos mapas conceituais e refere
ter usado este em várias pesquisas, contemplando as diversas áreas do conhecimento. MAPAS
(Conceituais. Disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/
mapasconceituais/defmapasconceituais.html>. Acesso em: ago. 2007).
108
são especificadas através de frases de ligação que os une. Após outros conceitos,
vão sendo incorporados, que são palavras ou frases relacionadas ao conceito
principal. Os conceitos vão sendo ligados por setas, ou frases de ligação, que
podem ter uma única direção ou várias, surgindo a relação entre os dois conceitos.
As setas podem ligar todos os conceitos relevantes. Quando os conceitos são
conectados por uma frase de ligação, chamamos de proposição, que são uma
característica particular dos mapas conceituais. Os mapas conceituais podem ser
utilizados para a introdução de novos conceitos, e reforçar a compreensão e a
aprendizagem, mantendo a importância do conceito principal e suas ligações,
sintetizando e resumindo conceitos e suas inter-relações.
7 ANÁLISE DOS DADOS QUALITATIVOS CATEGORIZADOS
7.1 APRENDIZAGEM
29
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura foi fundada
em 16 de novembro de 1945. Para esta agência especializada das Nações Unidas, não é suficiente
construir salas de aula em países desfavorecidos ou publicar descobertas científicas. Educação,
Ciências Sociais e Naturais, Cultura e Comunicação são os meios para se conseguir atingir um
objetivo bem mais ambicioso: construir paz nas mentes dos homens.A UNESCO funciona como um
laboratório de idéias e como uma agência de padronização para formar acordos universais nos
assuntos éticos emergentes. A Organização também serve como uma agência do conhecimento –
para disseminar e compartilhar informação e conhecimento – enquanto colabora com os Estados
Membros na construção de suas capacidades humanas e institucionais em diversos campos. Em
suma, a UNESCO promove a cooperação internacional entre seus 192 Estados Membros e seis
Membros Associados nas áreas de educação, ciências, cultura e comunicação. A UNESCO está
trabalhando para criar condições para um genuíno diálogo baseado no respeito a valores
compartilhados e na dignidade de cada civilização e cultura. Este papel é crítico, particularmente face
ao terrorismo, o qual constitui um ataque contra a humanidade. O mundo requer urgentemente de
visões globais de desenvolvimento sustentável baseado na observância dos direitos humanos,
respeito mútuo e na erradicação da pobreza. Visões estas que estão todas no cerne da missão da
UNESCO e em suas atividades. Através de suas estratégias e atividades, a UNESCO está
ativamente dedicando-se a atingir o Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas.
(UNESCO no Brasil. UNESCO: o que é e o que faz. Disponível em:
<http://www.unesco.org.br/unesco/sobreaUNESCO/index_html/mostra_documento/>. Acesso em: 20
maio 2007).
111
Por que tantos idosos querem aprender a usar o computador? Alguns estão
simplesmente curiosos, ou precisam adquirir novas habilidades de trabalho
ou se atualizar. Outros querem acompanhar as tecnologias mais recentes:
comunicar-se com crianças e netos que usam computadores ou com
amigos que estão na Internet (2000, p. 519).
Para mim é muito importante; eu sinto que estou progredindo, pois a gente
na Terceira Idade se aposenta, parece que fica em casa parado sem saber
nada, eu acho muito importante. Minha vida vai mudar bastante, talvez eu
me interesse por outras coisas, através disso aí; seria uma porta de entrada
para o meu desenvolvimento cultural, porque a gente tem de aprender
sempre, senão compromete o meu desenvolvimento pessoal, porque se a
gente pára, até a mente fica parada e a gente não desenvolve; por isso que
eu acho muito importante.
Idade, como afirma o S52 “tive a oportunidade de ver que não é tão difícil aprender,
mesmo não tendo nenhuma noção de conhecimento do mundo digital”, eles podem
enriquecer seus conhecimentos e continuar desenvolvendo suas habilidades.
Mantendo a mente ativa, estes idosos terão mais facilidades para lidar com as
transformações que envolvem a sociedade em todos seus segmentos.
Cursos oferecidos para incluir digitalmente o público da Terceira Idade,
como a iniciativa do Santander Cultural em parceria com a PMPA, incentivam, não
somente os idosos, mas as pessoas de sua convivência, pois, por ser gratuito,
contempla tanto os que têm recursos como os que não têm, como confirmamos na
fala do S30 “muito positivo dar oportunidade gratuitamente às pessoas idosas a fim
de se apropriarem das informações no contexto atual” e do S41 “representa a
oportunidade de ampliar meus conhecimentos nas atividades do meu lazer sem
gastos”.
A oportunidade de inserir-se no mundo digital também pode ajudar os idosos
que ainda estão trabalhando, pois a nossa legislação permite que aposentados
voltem ao mercado de trabalho, desde que não seja aposentadoria por invalidez,
atualizando-os e capacitando-os nas tecnologias, proporcionando que continuem
sonhando com o futuro, em vez de ficarem presos ao passado, como comenta o S54
”uma necessidade importante para desenvolver diferentes atividades das quais faço
parte”; e como complementa o S68 “a minha inclusão é me sentir atualizada dentro
do contexto, porque perdi várias oportunidades de serviço em função de não ter
conhecimento de informática e agora já posso participar do mercado de trabalho
novamente”.
Dependendo das oportunidades e dos obstáculos que os sujeitos
enfrentaram para desenvolver suas potencialidades de aprendizagem, ao longo de
suas vidas, são fatores que podem influenciar e motivar a procura ou não por novos
cursos. Mosquera salienta que “a capacidade de olhar para o futuro, desenvolvido
adequadamente, contribui para diminuir a apatia e manter a inteligência acordada”
(1987, p. 143); concordamos com a idéia do autor, porque, se houver mais
“telecentros” e políticas públicas engajadas e conscientes que disponibilizem cursos
gratuitos para os idosos, eles não estarão atrelados a pensamentos do passado nem
às manias de doenças como muitos costumam gastar seu tempo, como o mesmo
autor enfatiza “a saúde se converte em um dos temas de conversas preferidos e a
sensação de que não se dispensa atenção suficiente pode conduzir ao momento de
115
queixas sobre a má saúde” (p. 143); seus alvos com certeza serão de um presente e
um futuro propício para novas conquistas, rico em atividades produtivas e satisfação
pessoal.
Muitos grupos de Terceira Idade manifestam suas preocupações e
interesses em adquirir mais conhecimentos, não como aprenderam em suas épocas
de ensino, nos livros e enciclopédias, mas um conhecimento diferente, porque para
eles são conhecimentos mais rápidos, simultâneos e atualizados, e, no seu ponto de
vista, é do que precisam para inserir-se e participar do mundo digital, como o S05
coloca “meu interesse é adquirir conhecimentos para poder participar mais desta
sociedade moderna de forma interativa, através do mundo digital”.
O E06 define o que é para ele aprender informática:
O que me motivou aprender informática foi eu ter achado que vai abrir um
mundo novo para mim; estes conhecimentos, acho, vão servir para tudo o
que eu quero, falar com meus parentes; tenho muitos parentes que moram
fora do Rio Grande do Sul, e vou me comunicar por e-mail com colegas;
enfim, principalmente para mim que sou aposentada.
[...] eu não quero trabalhar com isto, não é esta minha intenção, é para
lazer, para poder conhecer, tem tanta coisa. E a minha expectativa é poder
me comunicar com eles, com a família. Este aprendizado, a inclusão digital,
vai ser excelente, eu não quero aprender a fazer uma planilha, toda cheia
de quadradinhos, este é o meu maior interesse: poder conversar com quem
eu quiser, interagir, navegar, conhecer, viajar longe, sair dentro da minha
casa e ir lá para o outro lado (E05).
7.2 INCLUSÃO
Entendemos que a inclusão digital não deve ser vista separadamente, mas
como uma das prioridades das políticas públicas dos governos, pois é um direito do
cidadão assegurado por Lei 30 , e o fato de haver outras exclusões não justifica, no
contexto atual, abandoná-la, promovendo-a a um segundo plano; portanto, a
sociedade deve preocupar-se e engajar-se em promover diferentes e diversos tipos
de inclusão, conforme definiu Suaiden:
30
DECRETO Nº 6.023, DE 22 DE JANEIRO DE 2007, Altera o art. 2o do Decreto no 5.602, de 6 de
dezembro de 2005, que regulamenta o Programa de Inclusão Digital instituído pela Lei no 11.196, de
21 de novembro de 2005.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o
art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no § 1o do art. 28 da Lei no 11.196, de
21 de novembro de 2005. (BRASIL. Planalto Central. Decreto nº 6.023, de 22 de janeiro de 2007.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6023. htm/>.
Acesso em: 22 maio 2007)
118
Quando você fala sociedade da informação, você pressupõe que está toda
humanidade, não é. No Brasil, atualmente, apenas 20% da população estão
incluídos nesta sociedade da informação. Uma sociedade que prega a
democratização do acesso à informação, porém que exige um
comportamento e uma infra-estrutura. E o Brasil é um país que tem
analfabetos e desnutridos, pessoas que jamais terão condições de participar
desta sociedade, na qual a exclusão e a inclusão passam a ser parâmetros
(2003).
Atualizar-se no mundo atual na era da informática, para não ficar por fora,
porque todo mundo fala esta linguagem e a gente não sabe nada, por
exemplo tudo o que a gente faz agora, vai se inscrever num concurso, tudo
é através da informática, tudo pela Internet. Antigamente a gente chegava
ali e se inscrevia, dava os dados, os documentos, agora é tudo através da
Internet. Uma devolução de imposto de renda tem que ir à Internet, colocar
o número do CPF para ver se já está à disposição. A inclusão digital é uma
necessidade.
A participação faz com que o sujeito se integre e possa ser entendido com o
reconhecimento do papel das pessoas na sociedade, tendo a mesma conotação
para os idosos. Quando eles falam em participar da sociedade de informação, isso
nos reporta a uma minoria que precisa estar agregada a um contexto maior - no
caso, grupos de Terceira Idade - que procuram a aprendizagem digital para
agregarem-se a uma sociedade digital.
Nas respostas dos sujeitos que participaram da pesquisa, percebemos que a
disposição que os idosos têm em participar do mundo tecnológico é muito intensa,
pois, para eles, participar da sociedade confere uma nova construção de identidade,
uma nova maneira de pensar e interagir, como comenta o S20 que quer “sair do
ostracismo, participar e interagir mais com o mundo”. Essa participação muitas
vezes é motivada, porque em um grupo uns incentivam os outros a superar suas
dificuldades, ansiedades e necessidades, muitas vezes dispensando a ajuda técnica
dos monitores, apoiando com palavras e estimulando a pensar que, mesmo sendo
idosos, é possível aprender, como salienta o S01 “a inclusão nos torna capazes de
enfrentar e participar dessa nova tecnologia que abrange a todos, em todo o mundo,
nos deixando em condições de sonhar e viver o mundo digital”.
121
Acho que é uma necessidade, acho que é imprescindível; quem está por
fora é o analfabeto dos dias de hoje. É o analfabeto, eu penso nisso, meu
Deus; os netos dirão, minha vó era analfabeta, ela não sabia lidar com o
computador, é esse o motivo principal.
Para que os idosos não sejam vistos como Kachar (2003) constata que o
sistema capitalista não os valoriza, porque os vê fora do sistema de produção e com
importância social diminuída; nesse contexto, as ofertas de cursos para a Terceira
Idade deveriam ter outros olhares, pois com o contingente de pessoas idosas e que
estão envelhecendo, em nosso país, é melhor para todos os segmentos que a
população permaneça ativa física e mentalmente, porque eles precisam de apoio e
integração como em qualquer outra faixa etária e, se assim for, não fiquem atrelados
às conversas sobre o tempo passado e aos males do corpo. O E01 comenta qual
sua expectativa quando estiver incluído:
7.3 DESAFIO
mundo através da Internet, é um aprendizado novo e acho que é isso a minha maior
dificuldade”.
E, ao selecionar informações, ainda há dificuldade em analisar e produzir
seu próprio saber e transformar a pesquisa num momento de aprendizagem e de
produção criativa, como comenta o S21 “às vezes me sinto com baixa auto-estima
por não saber lidar com o computador; agora, fazendo o curso, quero aprender a
mexer na Internet, entendo que este é o meu maior desafio”.
Sendo o desafio maior compreender a lógica da Internet a qual eles
entendem como uma rede complexa e descentralizada, e navegar em sites, que
aguça a curiosidade de conhecer o desconhecido, como salienta o S58 “entender a
Internet é o fator mais importante, atualmente é um desafio que tem de ser
enfrentado e vencido”. O E05 define a importância e a dificuldade que enfrenta com
a Internet :
o idoso tem condições de ter Internet em casa, nada adiantará se não souber como
e por que utilizar a lógica desta tecnologia, como afirma o E05
[...] a Internet é muito importante, porque, como sou uma pessoa sozinha,
eu poderia fazer muita coisa dentro de casa, se eu tenho de fazer um
pagamento no banco, eu tenho de sair; para mim é importante por estar em
casa sozinha, de repente não tem o que fazer, não quero televisão, vou à
Internet conhecer o mundo, vou aqui, vou lá, para conhecer; não tem coisa
melhor. Tem de acessar direito, clicar no link certo; é isso que eu quero.
A convicção de que eles têm o potencial para aprender deve ser passada
nas primeiras aulas, como também as dúvidas devem ser sanadas, para que se
sintam confiantes em si mesmos, como salienta Claxton “a crença em nossa própria
competência para fazer diferença no curso dos acontecimentos é fundamental para
a aprendizagem ao longo da vida” (2005, p. 47), e como refere o S56 “tenho
confiança em que aprenderei a lidar com as várias tecnologias diferentes e suas
diferentes ferramentas”, para ter uma melhor aprendizagem, Claxton também afirma
que
Muitas ferramentas estão prontas para o uso, mas temos de aprender como
usá-las.Para fazer bom uso de um processador de palavras, de uma
calculadora gráfica ou da Internet, é necessário um investimento de tempo
de aprendizagem. É preciso estudar os manuais, elaborar as aulas, explorar
as competências. Todavia feito este investimento, o objeto da aprendizagem
torna-se uma ferramenta que possibilita tipos de exploração e aprendizagem
diferentes, os quais podem conduzir a um melhor desempenho (p.161).
Assim, o que nos disse o S08 é um exemplo a ser seguido pelos outros
idosos que enfrentam dificuldades com as ferramentas; para ele, incluir-se no mundo
digital é “interagir com o mundo e aprender mais, as dificuldades maiores são de
memorizar os comandos do computador para navegar na Internet, mas enfrentamos
tantos obstáculos, este é só mais um”. Com certeza, elas serão sanadas, mesmo
que seja em um ritmo mais lento, como comenta Kachar “a aprendizagem neste
contexto etário depende de uma percepção e compreensão dos recursos e da
estimulação da memória. A memória ativa o lembrar, no exercício do refazer,
reconstruir, repensar, repetir” (2003, p. 118).
Mesmo assim, muitos idosos resistem em procurar cursos para aprender
novos conhecimentos e vinculam isso à sua memória que começa a falhar, como
evidenciamos na resposta do S63 “tenho dificuldade de gravar o que aprendo, pois
logo me dá um branco, mas tenho de entrar na era da informática para me atualizar”,
porém Papalia e Olds nos informam que “o treinamento da memória pode beneficiar
os idosos” (2000, p. 521).
Entretanto, já foi constatado através de muitos estudos que, ao envelhecer,
a memória realmente tende a ficar deficitária, mas o que é memória? Izquierdo nos
explica:
7.4 AUTONOMIA
situação ambígua, porque elas querem viver e participar mais, porém, ao mesmo
tempo, as limitações da idade lhes causam muitos temores e desafios, pois a
maioria não quer perder sua identidade por dependência tanto da família como de
possíveis cuidadores.
A importância de continuar mantendo suas relações sociais e constituir
novas relações é imprescindível para os idosos, porque na Terceira Idade seus
papéis sociais são alterados, e uma estratégia de continuar se socializando é a
inserção desses indivíduos no mundo digital, porque, através de diferentes
aprendizagens, não transferindo conhecimentos mas sim instigando, desafiando e
questionando e, assim sendo, possibilitando que continuem sendo autônomos e
gestores de suas próprias vidas.
Delors enfatiza que esta
fatores em nossas vidas. E a Internet, entre as tantas tecnologias, pode ser definida
como a ferramenta que proporciona maior autonomia, pois, diante de tantas
escolhas que podemos fazer e de informações que acessamos, podemos adquirir
variados conhecimentos: acadêmicos, profissionais, assuntos referentes à saúde,
informações sobre doenças de amigos e parentes ou simplesmente fazer pesquisas
sobre produtos que queiramos adquirir.
Visto o avanço da tecnologia ser atualmente um instrumento de trabalho,
diversão e variados tipos de relacionamentos usados por grande parte da
população, devemos proporcionar acesso a todos, promovendo a autonomia diante
dessas tecnologias, por conseguinte os menos favorecidos, como os idosos, terão a
chance de participar do mundo digital através da aprendizagem virtual.
Souza corrobora com esta idéia quando afirma:
7.5 EXCLUSÃO
[...] uma pessoa idosa sofre discriminação não somente pelo que ela é,
como um indivíduo, mas pelo que ela se torna enquanto pertencente a um
grupo que foi estereotipado de forma negativa. Em resumo, todas essas
características atribuídas às pessoas consideradas “velhas” (e.g.
passividade, cumplicidade, fraqueza, submissão, impotência) influenciam
como os outros vão perceber e interagir com ela, tanto no nível individual
quanto institucional (2003, p. 29).
Entendemos que a forma mais eficaz para que os idosos não sejam
excluídos é inseri-los em cursos em que a aprendizagem seja o foco, criando
oportunidades em diferentes áreas do saber conforme seus interesses, Geremek
(2004) “a educação ao longo da vida opõe-se à mais dolorosa das exclusões, a
exclusão devido à ignorância, de não participar ou de não querer participar da
sociedade da informação através das TICs”.
E como enfatiza Franco:
Uma das soluções para os sujeitos idosos que não têm acesso às TICs são
os telecentros, como o Santander Cultural, um espaço direcionado ao público da
Terceira Idade, onde há a possibilidade de aprender informática, promovendo a
participação de um maior número de excluídos digitais na sociedade da informação
e do conhecimento, como constatamos na fala do S22 “finalmente estou
participando do século XXI, sem ser excluído”.
Com o aumento da qualidade de vida, grande parte das pessoas que chega
à Terceira Idade está em condições de cuidar de si e até mesmo de pessoas com as
quais convivem, como pais, cônjuges e netos. Os grupos que necessitam de
assistência diária é menor. Essas pessoas idosas são tanto provedores de atenção
quanto receptoras, porém observamos que muitos sentem faltam de um contato
maior com a família, amigos, de continuarem aprendendo e participando de um
círculo social que possam interagir mais efetivamente, como fala o S38 “representa
uma maior aproximação daquelas pessoas com as quais me relaciono, pois me
sentirei inserida em um ‘novo tipo de linguagem’, favorecendo o meu pessoal e meu
convívio”.
Muitas pessoas que estão na Terceira Idade participam de várias atividades
de lazer como dança de salão, esportes, trabalhos voluntários, porém estes não são
mais seus únicos interesses para passar o tempo, eles estão procurando aprender
informática para atuarem e participarem do mundo digital, ajudando netos e filhos
em diversas atividades diárias, como menciona o E02:
136
Questionário final
80
60
Sujeitos 40
20 NÃO
SIM
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
NÃO 1 0 2 1 1 2 1 14 18 25
SIM 76 77 75 76 76 75 76 63 59 52
Perguntas
Observou-se que muitos idosos que chegam para fazer o curso têm uma
visão negativa em relação a si e ao envelhecimento, como algo que os marginaliza,
portanto muitos têm a preocupação que podem ser descartados por serem
considerados inúteis ou pesos mortos, entretanto desde a palestra motivacional que
é ministrada no decorrer do curso, que se pode passar por esta fase de maneira
muita tranqüila, com auto-estima elevada e produtiva, pois, como todas as outras
fases da vida, esta é mais uma. Mosquera destaca que “a vida adulta é um enorme
desafio, pois de sua compreensão e equilíbrio depende, em grande parte, a
dinâmica das outras gerações” (1986, p. 357). Nesse contexto, aprender informática
passa a ser uma realização pessoal, porque muitos trazem uma bagagem carregada
de preconceitos e descréditos, impostos tanto pela família como pelo meio com o
qual convivem, mas com novas motivações conseguem entender que ainda podem
aprender e continuar aprendendo.
Entende-se que, quando não se preparam os idosos para ter acesso às
tecnologias, corre-se o risco de eles se tornarem alienados, dependentes e doentes,
desperdiçando uma excelente oportunidade para que continuem tendo experiências
de aprendizagens enriquecedoras e formadoras. Deve-se introduzir uma educação
ao longo da vida, juntamente com as tecnologias de informação e comunicação,
suas dimensões e tudo o que elas comportam, pois as interações fazem com que os
143
Diante disso, não podemos ser neutros, uma vez que, em um mundo tão
conturbado, desafiador e competitivo, temos a obrigação de cuidar, motivar nossos
idosos para que, no alvorecer de suas vidas, suas aprendizagens possam ser
reencantadas e suas vidas sejam mais florescentes e, assim, continuem dando
frutos em todos os aspectos.
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IZQUIERDO, Ivan. Questões sobre memória. Coleção Aldus 19. São Leopoldo:
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SINGH, Karan. Educar para a sociedade mundial. In: DELORS, Jacques (org.).
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SUHR, Myong Won. Abertura de espírito para uma vida melhor. In: DELORS,
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YIN, R.K. Estudo de caso: planejamento e método. 3 ed. Porto Alegre: Artmed,
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YUS, Rafael. Educação integral: uma educação holística para o século XXI.
Trad. Daisy Vaz de Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2002.
INÍCIO DO CURSO
Data:_____/______/_______
Nome:__________________________________________________________
Idade:__________________________________________________________
Estado civil:______________________________________________________
Escolaridade:____________________________________________________
Graduação:______________________________________________________
Tempo que trabalhou fora de casa:___________________________________
Atividade de lazer:________________________________________________
∗
Foram utilizadas as mesmas perguntas no questionário e na entrevista semi-estruturada
(perguntas 1 a 5, Início do Curso e perguntas 1 e 2 no Término do Curso)
156
TÉRMINO DO CURSO
Data: ____/____/____
Assinatura do participante____________________________________
Assinatura da pesquisadora__________________________________
________________________________________________APÊNDICE C
INÍCIO DO CURSO
QUESTIONÁRIO Nº 75
Nome: ENTREVISTADO Nº 04
Data: ____/____/ 2007
Idade: 77 ANOS
Estado civil: SOLTEIRO
Escolaridade: 1º GRAU
Graduação: XXXXXXXXXXXX
Tempo que trabalhou fora de casa: 30 ANOS
Atividade de lazer: ESPORTE
∗
Para não identificar o entrevistado, foi retirado o nome, o dia e o mês, que foram feito o
questionário e a entrevista semi-estruturada.
160
TÉRMINO DO CURSO
Data:____/____/ 2007
ENTREVISTA 04
ANEXO B
209
210
ANEXO C
211
212
213
214
215
216
217