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Noções de Administração de Recursos Materiais

para o IBAMA
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03
AULA 03 - O Patrimônio das empresas e órgãos
públicos. O Patrimônio Imobiliário. O Patrimônio
Mobiliário. O controle dos materiais e do patrimônio.
Inventário de material. Análise do valor e Alienação.
Arquivamento, recebimento, proteção, conservação e
distribuição, classificação, padronização, codificação e
inventário. Sistema Patrimonial. As compras nas
Organizações: Aquisição dos materiais e do patrimônio.

SUMÁRIO PÁGINA

Sumário
Diplomas Normativos Pertinentes ................................................................... 2

O Patrimônio das Empresas e Órgãos Públicos.............................................. 3

O Patrimônio Imobiliário e Mobiliário ............................................................... 3

Sistema Patrimonial......................................................................................... 8

O Controle de Materiais e Patrimônio .............................................................. 9

Tombamento dos Bens ................................................................................... 9

Inventário de Material .................................................................................... 10

Análise de Valor ............................................................................................ 16

Alienação de Bens, Alteração e Baixa de Bens............................................. 21

Arquivamento, recebimento, proteção, conservação e distribuição,


classificação, padronização e codificação................................................................ 24

As Compras nas Organizações – Aquisições de Materiais e Patrimônio. ..... 36

Organização do setor de compras................................................................. 38

Etapas do Processo de Compras .................................................................. 39

Negociação.................................................................................................... 41

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Centralização e Descentralização de Compras ............................................. 42

Modalidades de Compras .............................................................................. 44

Acompanhamento de Pedidos....................................................................... 46

Cadastro de Fornecedores ............................................................................ 47

Perfil do Comprador ...................................................................................... 55

Compras no Setor Público ............................................................................. 56

Modalidades, Dispensa e Inexigibilidade de Licitação e Objeto de Licitação 60

Edital de Licitação ......................................................................................... 71

Pregão ........................................................................................................... 74

Contratos e Compras .................................................................................... 77

Convênios, contratos de gestão e termos similares ...................................... 82

Questões Comentadas .................................................................................. 86

Questões Propostas .................................................................................... 105

E vamos para nossa última aula do curso. Para variar, não tem muito
segredo.

Diplomas Normativos Pertinentes

Recomendo a leitura dos seguintes diplomas normativos, como forma de


complementação do conteúdo da aula:

http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/in/in205_88.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D99658.htm

Farei menção a eles nesta aula, ressaltando o que costuma cair em prova,
mas sempre tem alguma pergunta perdida tirada de um artigo nunca antes utilizado,
então, vale a pena perder quinze minutos para ler os links :P.

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O Patrimônio das Empresas e Órgãos Públicos

O Patrimônio Imobiliário e Mobiliário

A grande sacada deste tema é que ele não se encontra dentro da


Administração de Recursos Materiais. Nós já vimos que os recursos materiais se
voltam ao processo produtivo. Estamos falando de outra categoria de bens aqui.
São bens que, princípio, a instituição não deseja colocar a venda, mas, pelo
contrário, tais bens tendem a ser incorporados à estrutura da empresa, e
dificilmente serão vendidos por ela.

Outro aspecto é que a maior parte dos tópicos do edital diz respeito à gestão
patrimonial na administração pública. Desta forma, eu que sempre falei de empresa,
hoje vou falar de órgão, instituição ou entidade.

E já que até agora não falei de bens patrimoniais, é melhor que eu comece
definindo o que é patrimônio.

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma instituição que


podem ser avaliados monetariamente. Tudo, tudo, tudo que a empresa possui que
possa ser avaliado em dinheiro é patrimônio, inclusive suas dívidas. Sim, até
mesmo as dívidas (obrigações) compõem o patrimônio da empresa.

E já que tais bens não serão alienados tão cedo pela entidade, existe um
raciocínio diferente no seu estudo. Já veremos isso logo mais.

Os bens que compõem o patrimônio da instituição ali estão para que esta
possa perseguir seus objetivos. Eles asseguram a continuidade das atividades da
instituição.

Tudo isso você já viu com detalhes na Aula 01. O que nós veremos agora é
uma distinção mais apurada entre o patrimônio mobiliário e o patrimônio imobiliário.

Pois bem, a diferenciação entre o patrimônio mobiliário e imobiliário começa


com uma distinção bastante simples entre duas modalidades de bens, quais sejam:

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- Bens Móveis: são os bens que que podem ser removidos de sua posição
sem que sua substância seja destruída. Ou, de maneira bem mais simples, todo
bem que possa ser movimentado sem ser destruído. A caneta de novo, eu tiro
ela da mesa e ponho em outra e a caneta continua caneta.

- Bens Imóveis: estes bens perdem sua substância quando


desprendidos do solo. Encontram-se firmemente preso a ele, e são destruídos ou
descaracterizados com sua movimentação. Lembra-se do nosso prédio? Não dá
para coloca-lo na esquina ao lado só porque bate mais luz ali. Ele será destruído no
processo.

Esta distinção tem origem no Código Civil, nos seguintes dispositivos:

LIVRO II
DOS BENS

TÍTULO ÚNICO
Das Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO I
Dos Bens Considerados em Si Mesmos

Seção I
Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas
para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Seção II
Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:


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I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados,
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de
algum prédio.

A distinção entre patrimônio mobiliário e imobiliário tem justamente estes


dispositivos como premissa.

Desta forma, o patrimônio mobiliário das organizações será composto pelos


bens dotados de mobilidade, quer seja por movimento próprio (nesta categoria
estão os semoventes, animais que são capazes de se mover por “iniciativa própria”)
ou por remoção por força alheia (são os objetos inanimados, sem vida própria, a
exemplo de uma mesa, cadeira, lápis, computadores e etc).

Existe mais um ponto importante nesta classificação: não pode haver


alteração na substância ou na destinação econômico social do bem. Que se quer
dizer com isto?

Uma cadeira, quando movida de um ponto A para um ponto B ainda é uma


cadeira. Ela poderá ser utilizada da mesma maneira no ponto B como poderia ter
sido utilizada no ponto A. Ela não deixará de ser cadeira por conta disto, e as
pessoas poderão continuar a sentar nela :P.

De maneira análoga, o patrimônio imobiliário das organizações é composto


pelos bens naturalmente ou artificialmente incorporados ao solo. As árvores são
bens que se encontram fixadas ao solo sem que a força humana tenha concorrido
para tanto. Entretanto, um grande edifício só encontra suas fundações
profundamente arraigadas ao solo através do engenho humano (bonito né? :P),
sendo um exemplo de incorporação artificial.

Os bens que compõem o patrimônio imobiliário, por definição, não podem ser
removidos de sua posição original sem que com isto sua substância seja destruída,
ou sua finalidade desvirtuada. Uma casa movida do ponto A para o ponto B
provavelmente será convertida em “pilha de escombros” em questão de instantes,

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deixando de ter a finalidade econômico social que possuía anteriormente (pessoas
morando nela :P).

Embora esta classificação tenha sido a única mencionada expressamente


pelo seu examinador, não se descuide: existem outras tão importantes quanto, que
precisam ser conhecidas pelos senhores. Veja só:

Bens materiais: na contabilidade, estes bens corresponderiam ao ativo


imobilizado da empresa. São bens dotados de existência física, tangíveis,
palpáveis. São mais do que meras ideias, são coisas, objetos. Um prédio, um
carro, um lápis, todos estes bens são materiais, pois correspondem a algo que
podemos tocar. E claro, além de poderem ser tocados, são bens permanentes, ou
seja, a instituição tem a intenção de mantê-los. É isso que os diferencia das
mercadorias em estoque.

Bens imateriais: corresponderiam aos ativos intangíveis. Estes “bens” não


são exatamente bens, mas sim são direitos que a instituição possui. Uma
patente é um direito que possui uma instituição de fabricar determinado produto de
maneira exclusiva. E este direito, por conceder uma vantagem de mercado, pode
ser avaliado monetariamente, embora não passe de uma simples ideia. Tais
“bens” são intangíveis, não podem ser tocados.

Ok, você já sabe o que são bens matérias e porque os bens materiais não
são mercadorias (e, por favor, não existe estoque de bens materiais nem de bens
do ativo permanente ou imobilizado).

A gestão patrimonial volta sua atenção aos bens materiais. Todos os itens do
edital são voltados ao cuidado que se deve ter na gestão destes bens.

Mas não é só isso. Do ponto de vista do proveito que a instituição pode retirar
de determinado bem patrimonial, concorda comigo que uma caneta é
substancialmente diferente de um prédio, embora ambos sejam bens materiais?

Por isso, a simples classificação entre bens materiais e bens imateriais não é
suficiente. Devemos ir mais fundo. Tais bens podem ser classificados entre:

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- Bens de Consumo: é a caneta do nosso exemplo. Por suas características,
o uso contínuo acaba por esgotar este bem ao final de um período curto de
tempo (menos de dois anos), de maneira que ele precisa ser reposto com mais
frequência. E nenhuma carga de caneta vai durar a próxima década, razão pela
qual sua futura mesa terá um monte delas.

- Bens Permanentes: o uso corrente destes bens não o destrói. Ele


tende a permanecer com as mesmas características da data de sua aquisição
durante um longo tempo (pelo menos mais de dois anos). O prédio não
desmorona assim que saímos dele, nem precisa ser reconstruído dia após dia. Ele é
utilizado por mais de um século e continua lá, do jeitinho que era (algumas
rachaduras, mas é só isso).

E não é só isso (também), existe ainda outra classificação, lá do Direito Civil,


que diferencia os bens entre:

E acredite, embora não seja diretamente cobrado em provas de ARM (e sim


de Direito Civil), você precisará conhecer:

Bens de uso comum do povo: São bens de uso geral, que podem ser
utilizados livremente por todos os indivíduos. A praça aonde você vai é um bem
público que pode ser utilizado por qualquer pessoa.

Bens de uso especial: São aqueles nos quais são prestados serviços
públicos, tais como hospitais públicos, escolas e aeroportos. Sua característica
principal é a que, embora públicos, seu acesso pode ser restringido. Por
exemplo, a repartição onde você irá trabalhar é um bem público, nem por isso todo
mundo pode entrar em qualquer sala da unidade.

Bens dominicais: São bens públicos que não possuem destinação


definida, e desta forma, são passíveis de alienação.

Ok, prometo que é só isso que precisa ser tratado quando falamos de bens.

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Sistema Patrimonial

Eis aqui outro tópico que cheira a Contabilidade Pública :P. Não seria
surpresa: a FCC faz quase todas as provas de fiscal estadual e municipal que eu
consigo e lembrar, então, é normal que ela puxe da nossa disciplina aquilo que ela
faz melhor :P.

Tomando emprestado a definição que aquela disciplina traz a este conceito,


podemos dizer que o Sistema Patrimonial registra analiticamente todos os bens
de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a
perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua
guarda e administração, bem como mantém registro sintético dos bens
moveis e imóveis.

Depois desta definição, viriam 50 páginas a respeito de previsão


orçamentária, resultado de exercícios, ativos de todas as espécies possíveis e
imagináveis, e após isso, você teria arranhado a superfície daquilo que se pretende
que um especialista no assunto conheça :P.

Não é assim aqui :P (ao menos, até hoje nunca foi cobrado algo tão
específico).

O que mais importa neste ponto são duas coisas: o registro (porque tudo na
Administração Pública é registrado) preciso daquele bem que compõe o patrimônio
e o controle (afinal, é dinheiro público, e assim, merece toda nossa atenção).

Assim o sendo, os próximos tópicos ajudarão você a entender o


funcionamento do sistema patrimonial na Administração Pública.

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O Controle de Materiais e Patrimônio

Tombamento dos Bens

Vou explicar o processo desde o início. E no início, não há bem algum. Nossa
instituição, que pretendia adquiri-lo, licitou o objeto há muito tempo atrás. E agora
ele, o dito bem, chegou, está na porta da repartição. O que fazer?

Obviamente que você irá recebê-lo. Mas e aí? Mais nada? Errado!

Todo bem que adentra a instituição (e principalmente uma instituição pública)


precisa ser devidamente registrado.

Lembra-se dos procedimentos de recebimento de materiais da aula 02?Tudo


que está lá é importante para o recebimento do bem. Mas o tombamento é a etapa
que sucede a recepção.

Vamos relembrar rapidamente a recepção dos materiais, cujo princípio é o


mesmo aqui:

O recebimento provisório envolve apenas procedimentos de conferência


dos materiais, já o recebimento definitivo, momento posterior à conferência, é
quando se emite o aceite em documento fiscal e se declara que o material está de
acordo com o especificado no contrato firmado entre o comprador e o fornecedor,
em quantidade e qualidade, ou ainda, devolve o material ao fornecedor, por estar
em desacordo com as especificações, para que este regularize os materiais.

Uma vez dado o recebimento definitivo, está na hora de realizar o


tombamento do bem. E o que é isso?

Tombamento é o procedimento administrativo de identificação de um


bem permanente e seu registro no patrimônio da instituição. Essa identificação
administrativa consiste em efetuar um cadastro onde são dispostas todas as
informações relacionadas ao bem. E ao final, gera-se um número de patrimônio,

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normalmente em uma plaqueta a ser afixada no bem, que será o número de
controle deste mesmo bem até sua alienação ou perecimento.

Enquanto este bem for um bem, e enquanto integrar o patrimônio da


administração, seu número de identificação permanecerá com ele. De tempos em
tempos a administração efetuará o inventário de todos os bens do seu patrimônio, e
os números de patrimônio serão úteis nesta missão.

Mas concorda que não é todo bem que é suscetível de ser “emplacado”?
Alguns deles, por razão de seu valor econômico diminuto, talvez sejam mais baratos
que a própria plaquinha que seria colocada neles, né?

Eu tinha dito que iria parar de classificar bens. O problema é que esta
classificação está diretamente relacionada ao tombamento, de forma que eu preciso
coloca-la nesta parte da aula. Mea culpa...

Dentro da classificação de bens móveis encontramos dois tipos de bens:

Bens Controlados: este é o material sujeito a tombamento propriamente


dito. Seu valor monetário justifica um rigoroso controle sobre sua existência, e
responsabilidade sobre sua guarda e conservação.

Bens Relacionados: Este material é dispensado de tombamento. Sim,


não vai rolar plaquinha. Mas isso não quer dizer que ele não será controlado pela
instituição. Mas ele sofrerá um controle simplificado. Não é toda caneta que entra
na repartição que vai ganhar um número de patrimônio

Inventário de Material

Ok, o bem já está dentro da instituição e devidamente catalogado. Mas nós


devemos continuar a prestar atenção nele. Os bens da instituição não podem
desaparecer de uma hora para outra, pois como dissemos, o objetivo é que
continuem a servir aos objetivos da instituição durante muito tempo mais.

Os bens intangíveis, por serem meras ideias, não podem ser contados, mas
também não podem ser “perdidos”, de maneira que não é necessário exercer
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controle sobre eles. Desta forma, não é a eles que se volta a atividade de controle
de bens.

Por outro lado, bens tangíveis imóveis dificilmente “desaparecem”, sendo


sua falta sentida tão logo não estejam mais lá. Você notaria se sua casa não
estivesse no lugar em que você deixou quando voltasse do trabalho.

Assim sendo, o controle dos bens se volta àqueles que estão mais
suscetíveis a desaparecimentos, subtração e danificação, ou seja, a atividade de
controle de bens diz respeito aos bens móveis tangíveis, quer de consumo,
quer de produção.

E a melhor maneira de exercer este controle é através do inventário.

Dá-se o nome de inventário à verificação ou confirmação da existência de


bens na instituição. Este inventário pode se dar tanto sobre os materiais em
estoque como sobre os bens patrimoniais da entidade.

O inventário em si consiste no levantamento físico ou contagem dos


materiais para que os dados obtidos sejam comparados ao registro efetuado pela
instituição. Desta forma, inventariar os bens significa certificar-se de que as
informações constantes no controle da instituição refletem a realidade.

E como você também vai para trabalhar em um órgão federal, nada como
uma definição saída de uma Instrução Normativa para te deixar mais a vontade
(Instrução Normativa SEDAP 205/1998):

8. INVENTÁRIO FÍSICO É O INSTRUMENTO DE CONTROLE PARA A


VERIFICAÇÃO DOS SALDOS DE ESTOQUES NOS ALMOXARIFADOS E
DEPÓSITOS, E DOS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS PERMANENTES EM USO
NO ÓRGÃO OU ENTIDADE, QUE IRÁ PERMITIR, DENTRE OUTROS:
A) O AJUSTE DOS DADOS ESCRITURAIS DE SALDOS E
MOVIMENTAÇÕES DOS ESTOQUES COMO SALDO FÍSICO REAL NAS
INSTALAÇÕES DE ARMAZENAGEM;
B) A ANÁLISE DO DESEMPENHO DAS ATIVIDADES DO
ENCARREGADO DO ALMOXARIFADO ATRAVÉS DOS RESULTADOS OBTIDOS
NO LEVANTAMENTO FÍSICO;
C) O LEVANTAMENTO DA SITUAÇÃO DOS MATERIAIS ESTOCADOS
NO TOCANTE AO SANEAMENTO DOS ESTOQUES;
D) O LEVANTAMENTO DA SITUAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E
MATERIAIS PERMANENTES EM USO E DAS SUAS NECESSIDADES DE
MANUTENÇÃO E REPAROS; E
E) A CONSTATAÇÃO DE QUE O BEM MÓVEL NÃO É NECESSÁRIO
NAQUELA UNIDADE.

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E como proceder ao inventário? Existem duas maneiras principais de se fazer


isso:

Inventário Geral ou Periódico: Estes são feitos no final do exercício fiscal, e


a contagem e verificação se faz de uma única vez para todos os itens do estoque ou
patrimônio. Como você deve ser capaz de imaginar, isto levará um tempo
considerável para ser feito, e desta forma, a execução do inventário geral
normalmente paralisa as atividades da área inventariada.

Inventário Rotativo: o Inventário Geral é custoso para a instituição, pois


paralisará as atividades da entidade. Para evitar estes males, existe o Inventário
Rotativo. Nestes casos, haverá um cronograma periódico a se seguido, fazendo-se
a contagem mês a mês de cada área pretendida, de maneira que ao final do
exercício, todas as áreas tenham sido inventariadas. A vantagem do método está
justamente em não paralisar a atividade da instituição.

O inventário rotativo tem mais uma vantagem. Caso a empresa combine


algum método de classificação de materiais (por exemplo, a classificação ABC),
poderá fazer com que alguns grupos de itens sejam verificados mais vezes do
que outros. E como vimos no capítulo da curva ABC, alguns poucos itens merecem
mais atenção que outros muitos itens.

Os materiais podem ser divididos, por exemplo, em três grupos:

Grupo 1: itens correspondentes à Classe A, que por sua importância e valor


significativo, merecem atenção redobrada, e, portanto, serão inventariados, por
exemplo, três vezes ao ano.

Grupo 2: itens correspondentes à Classe B, que tem importância


intermediária, e assim, podem ser inventariados, por exemplo, apenas duas vezes
ao ano.

Grupo 3: estes são os demais itens (Classe C), que existem em grande
quantidade e pequeno valor total. E por representarem um valor menor do estoque

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(além de dar bem mais trabalho inventariá-los), serão contados apenas uma vez por
ano.

Por outro lado, levando-se em conta a Instrução Normativa 205/1988, existe


a classificação feita no âmbito da SEDAP, que é bom que você conheça também:

8.1. Os tipos de Inventários Físicos são:


a) anual- destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens
patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, existente em 31 de
dezembro de cada exercício - constituído do inventário anterior e das
variações patrimoniais ocorridas durante o exercício.
b) inicial- realizado quando da criação de uma unidade gestora, para
identificação e registro dos bens sob sua responsabilidade;
c) de transferência de responsabilidade- realizado quando da mudança
do dirigente de uma unidade gestora;
d) de extinção ou transformação- realizado quando da extinção ou
transformação da unidade gestora;
e) eventual- realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da
unidade gestora ou por iniciativa do órgão fiscalizador.

E como é feito o inventário? Já disse para você que é impossível que alguém
lhe diga como fazer algo, mas sempre existem critérios a serem levados em
consideração. A doutrina costuma estruturar os passos da seguinte maneira:

- Convocação das equipes de inventariantes: Normalmente, o inventário é


feito através de duas equipes: a primeira equipe vai fazer a primeira contagem, e
a segunda equipe vai.... adivinha.... contar de novo! Este procedimento é feito
para fins de revisão, já que seria mais difícil que duas equipes contassem errado o
mesmo número de itens;

- Arrumação física: Não dá para contar objetos se eles não estiverem


organizados. Desta forma, nesta fase, os itens semelhantes são agrupados e, se
possível, sairão do caminho, para que as equipes possam transitar livremente. No
caso do inventário patrimonial, rearranjar os objetos pode ser bastante difícil
(imagine colocar todas as cadeiras do seu andar em um canto da sala), de maneira
que essa fase não é obrigatória;

- Cartão de Inventário: É a ficha na qual os itens são contados. Nela, são


inseridos os dados do objeto inventariado, e, depois, sua quantidade. Isto, lógico, se

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o processo for feito manualmente. Caso, por exemplo, todos os materiais tenham
recebido códigos de barra ao chegar à entidade, seria só passar a maquininha :P.

- Atualização dos registros de estoque: Se houver algum documento


parado que altere as informações constantes na entidade antes do inventário,
este documento precisa ser processado. Por exemplo: se no dia anterior foi feita
uma retirada de 50 canetas, é claro que elas não estarão lá para serem contadas.
Mas, se por qualquer razão, esta informação ainda não foi computada, chegou a
hora de fazer isso.

- Contagem do estoque (ou dos materiais): E finalmente chega o momento.


Depois de tanta preparação, está na hora de contar os materiais ou bens. Cada
item será contado duas vezes. Da primeira vez, será colocado um cartão, etiqueta
ou ficha no bem, para mostrar que a primeira equipe o incluiu na contagem. A
segunda equipe de contagem vai contar tudo de novo, retirando parte da marca
identificadora, para mostrar que também contou o bem. E o que sobrou da marca
será removido ao fim do inventário.

- Reconciliação e ajustes: Fizemos tudo isto para nos certificarmos que não
há divergência entre a realidade e o registro da entidade. Mas e se houver?
Cabeças vão rolar :P. Brincadeira, mas alguém terá de explicar as divergências
(e se você vier a ser chefe, vai te dar uma baita dor de cabeça). Uma vez explicada
a variação, é feito o registro da informação real, e assim, a contagem fica
conciliada.

Estas etapas, na gestão patrimonial, também comportam outra classificação


que é cobrada em provas:

Levantamento: É a coleta de dados sobre todos os elementos do


patrimônio. Nesta etapa, se determinada o que irá ser contado e procede-se à
contagem, em três sub etapas:

- Identificação: Verificação das características dos elementos do


patrimônio a serem inventariados, para posterior agrupamento por semelhança;

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- Agrupamento: Agora nós vamos juntar os elementos identificados
conforme sua semelhança, para ficar mais fácil de conta-los.

- Mensuração: É a contagem, o inventário em si. Nesta etapa será


determinada quantidade de bens existentes na entidade.

Arrolamento: Registro das informações levantadas.

Tombamento. É uma fase que nós já vimos. Também é um registro, mas


não das informações, e sim do próprio bem que compõe o patrimônio da
entidade.

E como todo bem patrimonial é suscetível de avaliação monetária, passamos


à última fase, que é a da:

Avaliação: compreende a aferição do valor monetário do bem. Sem a


avaliação, o arrolamento só serve para controlar a existência do bem, mas tal
registro não poderá ser utilizado na contabilidade da entidade (não que você precise
saber disso, mas eu preciso dizer :P).

Estes itens correspondem à etapa ou etapas da descrição anterior. São dois


meios de classificar os passos a serem tomados no processamento do inventário.
Então, eles podem conter etapas comuns.

Um último termo a ser aprendido: Cut-off.

É uma paralisação em toda movimentação de materiais da empresa (é


recomendável que esta paralisação seja real, mas ela pode ser simplesmente
teórica, através de um registro apartado), a fim de que o material possa ser
contado. É recomendável (não obrigatório, como veremos nas questões) que a
empresa não receba materiais na data do inventário, que as necessidades do
processo produtivo sejam atendidas previamente, de maneira que quando realizado
o Cut-off, nenhum material na empresa esteja sendo movimentado, ou se não for
possível parar a movimentação, que esta seja feita em separado, com um controle a
parte.

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Isto é perfeitamente justificável: se o material continuasse a entrar e sair
livremente, o inventário nunca terminaria, já que sempre existiriam novos itens
para serem contados ou baixados.

Através do Cut-off, a empresa especifica a data limite que as


informações do inventário abarcarão. Por exemplo: inventário até o dia 31 de
dezembro de 2012. Isto significa que os itens que entrarem ou saírem da empresa
no dia 1º de janeiro não serão contados naquele inventário.

Mas para traçar este limite com precisão, é necessário algo mais que a
simples estipulação da data. A empresa precisa apontar quais são as últimas
operações a serem consideradas no inventário (preferencialmente três) para que
esta delimitação fique bem clara.

Desta forma o cut-off pode ser feito através de um mapa que detalhe os
três últimos documentos considerados antes da contagem, e assim, o
inventário pode ser feito com tranquilidade, sem o risco, por exemplo, de que itens
sejam esquecidos ou contados em duplicidade.

Viram que não tem muito segredo? É porque é só isso mesmo.

Próximo ponto.

Análise de Valor

Bom meu caro, este tópico é estudando com bastante profundidade na


disciplina de contabilidade. Suponho que o Sr. deseje apenas uma vaga nos órgãos
da Administração Pública, de maneira que o conhecimento geral, amplo e irrestrito
da disciplina possa ser trocado por um “compiladão” do que cai em concurso :P.
Espero que aceite a troca :P.

Pois bem, todos os bens e patrimoniais que se encontram em poder da


empresa devem ser avaliados monetariamente. Isto você já sabe. Ocorre que este
valor talvez não seja o mesmo ao longo de sua vida útil, ou da própria vida da
empresa.

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Se todo bem ou material adquirido pela empresa ingressa em seu patrimônio
pelo valor de aquisição, alguns eventos poderão fazer com que este valor já não
mais corresponda ao valor real do bem.

Pelo princípio contábil da continuidade, devemos pressupor que a


Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração dos
componentes de seu patrimônio deverá levar em conta esta circunstância. Este
princípio é particularmente forte na Administração Pública (já viu a União “falir” ou
“encerrar suas atividades”?), mas as atividades de qualquer entidade, a menos
que haja motivos para acreditar no contrário, devem supor-se permanentes (a
empresa não tem perspectiva de encerrar suas atividades em um futuro próximo).

Um bom exemplo de como a perspectiva de encerramento próximo muda a


avaliação dos bens: uma máquina tem capacidade de produzir 500 peças por ano,
peças estas que custam R$ 20,00 cada, e ainda ser vendida ao final do período de
10 anos por R$ 5.000,00.

Entretanto, uma forte crise faz com que a empresa entre em falência,
precisando vender seus bens para pagar os credores. Aquela máquina que poderia
ser avaliada por R$ 100.000,00 + R$ 5.000,00 (isto é uma simplificação, o cálculo
completo envolveria trazer o valor das peças a “valor presente”, o que foge do
objetivo da nossa disciplina) agora terá de ser vendida pelo seu valor de mercado,
que, dada as condições de crise no mercado atual, e o fato da máquina ser de um
modelo antigo, pode muito bem ser de R$ 30.000,00 (por exemplo).

Veja que o simples fato de a empresa ter a perspectiva de não operar


continuamente fez com que o valor de um dos componentes de seu patrimônio
“perdesse valor” (tecnicamente, o que ocorreu foi uma reavaliação).

Outro ponto importante na análise de valor corresponde ao reconhecimento


da depreciação, exaustão ou amortização dos ativos. Novamente, procurarei poupá-
los da parte grossa de contabilidade, e ir direto ao que interessa para ARM.

Em primeiro lugar, não é com base na conceituação de patrimônio mobiliário


e imobiliário que diremos se um bem sofre depreciação, amortização ou exaustão,

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ou se estará sujeito a outra forma de avaliação de valor, mas sim, se seu conceito
pode ser enquadrado na definição de ativo imobilizado ou intangível.

O ativo imobilizado, segundo a Lei 6.404 de 1976, são direitos que tenham
por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da entidade, ou
exercidos com essa finalidade, inclusive os bens dos quais a entidade tenha a
posse com ânimo de proprietário, embora deles não seja dona.

Simplificando: a empresa ou órgão público comprou aquele bem corpóreo


para que fosse utilizado em suas atividades, mas não destinado a comercialização
ou incorporação a produtos fabricados para venda? Se sim, estamos diante de um
ativo imobilizado.

Neste cenário, uma mesa pode tanto compor o patrimônio da instituição,


estando suscetível aos efeitos da depreciação, como esta mesma mesa pode
compor seus estoques (destinada a comercialização) e assim, estar sujeita a outra
tipo de análise de valor e, mais importante, não estar suscetível à depreciação.

Os ativos imobilizados estão sujeitos à depreciação ou exaustão, e aqui


começa a parte que nos interessa a respeito da análise de valor.

A depreciação é referente à diminuição do valor de determinado bem


calculado em função de sua vida útil, decorrente de sua utilização. Seria como
reconhecer o desgaste natural daquele bem durante seu uso, e atribuir a este
desgaste determinado valor, a ser subtraído do valor do bem.

O critério mais comum de depreciação, e aquele que acredito que cairá na


sua prova, é o linear. Tomemos por exemplo uma máquina com vida útil de 5 anos,
no valor de R$ 105.000,00, com valor residual de R$ 5.000,00. Pelo método linear,
atribuiremos a cada ano uma despesa por conta do funcionamento desta máquina,
que diminuirá o valor do bem. E o valor residual é a parcela do valor do bem que
não está suscetível à depreciação.

Pois bem, observem:

Primeiro, devemos desconsiderar o valor residual do cálculo da depreciação:

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R$ 105.000,00 – R$ 5.000,00 = R$ 100.000,00

Agora pegaremos o valor obtido e dividiremos pelo número de anos de vida


útil do bem:

R$ 100.000/5 = R$ 20.000,00

Esta máquina deprecia a razão de R$ 20.000,00 por ano. Isto significa dizer
que, por exemplo, ao final do terceiro ano, seu valor será o seguinte:

R$ 105.000,00 – 3x (R$ 20.000,00) = R$ 45.000,00

Você não estará pronto para um concurso onde contabilidade for exigida no
edital, mas tenho certeza que irá bem em qualquer prova de ARM com isto :P.

A exaustão segue a mesma lógica, mas seu conceito está ligado à


diminuição do valor aplicado na aquisição de direitos de exploração de recursos
minerais e florestais, em virtude de sua efetiva exploração. Desta forma, não será
mais com uma máquina que estaremos lidando, e sim com uma mina, ou uma
floresta.

Lembre-se apenas de efetuar os cálculos levando em conta as seguintes


variáveis:

- Total de recursos existentes (“possança”): a quantidade de recursos que


pode ser extraída até o completo exaurimento do bem (no caso de uma floresta, até
que não reste uma única árvore no lugar :P).

- Capacidade de exploração: quantas unidades de medida do bem explorado


podem ser extraídas em determinado período de tempo.

Por exemplo: nossa empresa recebe o direito de explorar uma mina de ouro
com capacidade de 100 toneladas de ouro, e consegue extrair 20 toneladas por
ano. Desta forma, a exaustão será calculada a razão de 20% do valor da
concessão.

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E lembre-se: só falaremos de exaustão quando o prazo fixado para
exploração for superior ao prazo necessário para o completo exaurimento dos
recursos explorados, ou então, for por prazo indeterminado.

Por fim, resta tratar do fenômeno da amortização. A amortização representa


perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial
ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou
cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado.

E agora chegou a hora de falarmos sobre o ativo intangível, do qual o direito


sobre a propriedade industrial ou comercial é um exemplo.

O ativo intangível é composto pelos direitos que determinada entidade tem


sobre bens incorpóreos (não dotados de existência física), mas que ainda assim
podem ser avaliados monetariamente. O direito sobre uma patente é um bem
incorpóreo, pois concederá a seu titular a exploração exclusiva do bem vinculado
àquela patente. Da mesma forma, este bem incorpóreo pode ser negociado entre
particulares, sendo-lhe atribuído valor.

Novamente, muda a natureza do bem, o raciocínio permanece o mesmo.


Devemos ter em mente por quanto tempo a entidade terá direito a explorar a
patente, calcular seu valor, e atribuir um custo para cada exercício que passa,
reduzindo assim o valor daquele direito. Isto até o dia em que, por exemplo, o prazo
da patente tiver se esgotado, e neste caso, aquele direito simplesmente não valerá
coisa alguma :P.

Só um adendo, meus caros: as explicações e métodos são uma simplificação


um tanto grosseira de um fenômeno estudado na contabilidade com muito mais
detalhes. Sendo bem honesto com vocês, acredito que seu examinador colocou o
tópico “análise de valor” no edital apenas para exigir de você uma ideia geral sobre
o fenômeno. Dificilmente cairão contas elaboradas ou exercícios que vão muito
além do que foi explicado aqui. Ademais, mesmo nas provas da FCC que cobraram
este conteúdo no edital, não houve questões a respeito do tema. É mais por
desencargo de consciência :P.

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Resta falar da análise de valor dos estoques. Lá na aula 01 você já viu como
apurar seu valor através dos métodos PEPS, UEPS e Média Móvel. Aqui caberão
apenas algumas considerações gerais.

No caso das matérias primas, você já é capaz de desconfiar que o valor


delas em estoque é justamente o de aquisição. Conforme novos lotes forem sendo
adquiridos, provavelmente por preços diferentes, o valor do estoque variará
conforme o método empregado (PEPS, UEPS ou média móvel).

Entretanto, sinto informar que não para por aí :P.

Os estoques devem sofrer reavaliação de seu valor sempre que o custo de


aquisição for superior ao atual valor de mercado desses mesmos materiais. E faz
todo sentido.

Se sua empresa possui estoques de produtos acabados, cujo custo total de


aquisição e fabricação chega a R$ 10,00 por unidade, mas esta mesma empresa só
conseguirá vende-los a R$ 8,00, manter o registro de R$ 10,00 não mais
corresponde à realidade, não é mesmo? Desta forma, os estoques sofrerão
reavaliação, para que reflitam as atuais condições de mercado.

Desta forma, vale a máxima repetida por qualquer professor de contabilidade


“custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois, o menor”.

E ufa! Era isso (na verdade, é bem mais, mas só quando estudarem
contabilidade :P). O fórum existe para vocês tirarem dúvidas, qualquer uma mesmo.

Alienação de Bens, Alteração e Baixa de Bens

Serão tratados juntos, simplesmente porque ao alienar o bem, deve ser feita
a baixa do mesmo no registro da entidade.

A alienação é uma das formas pela qual o bem da entidade pode deixar o
seu patrimônio, e desta forma, não há mais razões para realizar o seu controle.

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Alienar é transferir a propriedade de um determinado bem a terceiro. No
Direito Civil, este termo é utilizado especificamente na venda do bem, não se
aplicando a doações ou permutas. Entretanto, seu futuro patrão (e o meu antigo)
acredita nisto: A Alienação consiste na operação que transfere o direito de
propriedade do material mediante, venda, permuta ou doação. Esta é a definição
trazida pelo Decreto 99658/1990, especificamente em seu artigo 3º inciso IV. Veja
só:

Art. 3º Para fins deste decreto, considera-se:

I - material - designação genérica de equipamentos, componentes,


sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros
itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades dos órgãos e
entidades públicas federais, independente de qualquer fator;

II - transferência - modalidade de movimentação de material, com troca


de responsabilidade, de uma unidade organizacional para outra, dentro do
mesmo órgão ou entidade;

III - cessão - modalidade de movimentação de material do acervo, com


transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, entre órgãos
ou entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional do Poder Executivo ou entre estes e outros, integrantes de
qualquer dos demais Poderes da União;

IV - alienação - operação de transferência do direito de propriedade


do material, mediante venda, permuta ou doação;

V - outras formas de desfazimento - renúncia ao direito de propriedade


do material, mediante inutilização ou abandono.
Neste caso, mesmo que o bem seja doado, estaremos diante das hipóteses
de alienação do bem. Na verdade, não faz tanta diferença, já que as operações a
serem adotadas serão as mesmas.

A alienação no setor público é um fenômeno melhor estudado nas aulas de


Direito Administrativo, especificamente nos procedimentos licitatórios. Seria
grosseria de minha parte tentar resumir em algumas linhas o tema de uma aula
inteira, de maneira que vou passar rapidamente os requisitos para alienação dos
bens móveis e imóveis:

- Alienação de bens móveis: o administrador público não faz nada sem que
o interesse público o esteja amparando. Assim sendo, é necessário que se
comprove o interesse por trás da operação (público, por favor). Fora isto, é
necessário que ocorra a “desafetação” do bem, que nada mais é do que sua
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descaracterização enquanto “bem de uso comum do povo” ou “bem de uso
especial”, pois estas modalidades de bens públicos são inalienáveis, e consequente
caracterização do bem enquanto bem dominical. E, por fim, deve ocorrer licitação,
salvo exceções.

- Alienação de bens imóveis: Deve ocorrer tudo que eu mencionei acima, e


mais ainda, deve haver autorização legislativa que permita a alienação do bem.

Ok, mas a alienação não é a única espécie de alteração que o acervo


patrimonial da entidade pode sofrer, apesar de ser a principal (e única cobrada no
seu edital diretamente).

O bem também pode perecer em decorrência de um sinistro (ocorrência de


um evento imprevisível) ou mesmo por simples extravio (embora o bem perdido
continue a existir, não integra mais patrimônio da entidade).

E tem mais uma hipótese, lá do fim da nota de rodapé, que é o comodato.


Comodato é um contrato de Direito Civil no qual o comodante cede um bem de sua
propriedade gratuitamente ao comodatário, sob a condição de que este restitua o
mesmo bem ao final do período fixado. Se qualquer das hipóteses grifadas não
ocorrer, não estamos falando de comodato, certo?

E todas as hipóteses acima geram uma necessidade: a de que o bem


registrado no patrimônio seja devidamente baixado, uma vez que não compõe
mais o patrimônio da entidade.

Na verdade, a baixa do bem é a atividade administrativa correspondente à


saída dele do patrimônio. Tudo é registrado, e TUDO MESMO é registrado em uma
repartição pública.

Pois bem, já sabemos que na baixa o bem deixa de compor o patrimônio da


entidade. Mas ele será para sempre lembrado. E por qual razão? O número de
registro patrimonial dele não poderá ser utilizado em nenhum outro bem.
Aquele número pertence àquele bem, e mesmo que a plaqueta seja removida, não
poderá ser utilizada em outro bem.

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Caso, um dia, aquele mesmo bem retorne ao patrimônio da entidade,
somente aí o número voltará a ser utilizado. Até lá, o número fica guardado em
outro registro, o de bens desincorporados.

Arquivamento, recebimento, proteção, conservação e


distribuição, classificação, padronização e codificação.

Meu caro aluno e colega de sorte: acreditem vocês ou não, estes tópicos
foram vistos de maneira diluída ao longo do curso. Alias, eu confesso a vocês que
não faço ideia do que a FCC estava pensando quando relacionou estes itens,
quando eles normalmente são tratados junto com outros tópicos do edital (pelo
menos nas minhas aulas :P). Como ARM não é uma matéria estanque, para que
você pudesse aprender, por exemplo, sobre o estudo dos almoxarifados, foi
necessário ensinar-lhe sobre conservação e distribuição de materiais.

Assim sendo, não estranhe se este tópico tiver muita coisa que você já viu :P.
Lembro a vocês também que minhas pesquisas são constantes, e qualquer
vislumbre de que o examinador pode ter alguma especificidade em mente, eu volto
correndo aqui para fazer os acréscimos. Alias, este tópico tem tão poucas
novidades que está mais para uma revisão do que para um tópico novo :P

Em frente.

O arquivamento diz respeito à guarda do bem. Tenha em mente as nossas


lições sobre estocagem. O vital neste ponto é entender que o material não precisa
ser simplesmente guardado. Quando falamos em arquivamento, a guarda do bem é
um aspecto secundário.

O que se pretende em um arquivamento de qualidade é que o responsável


pela guarda dos bens tenha condições de, quando solicitado o material, entregar
tempestivamente o que consta na requisição à unidade responsável.

Dessa forma, há dois tipos de sistemas que podem ser utilizados


normalmente: o de estocagem fixa e o de estocagem livre.

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Sistemas de estocagem

1. fixa 2. livre

Na estocagem fixa os materiais ficam sempre em um mesmo local (por


isso o nome), já na estocagem livre isto não ocorre, sendo que os materiais são
colocados nos locais, nos espaços físicos, que estiverem disponíveis.

A principal vantagem de uma estocagem fixa é a facilidade de localização


do material quando se precisa dele, o que obviamente não ocorre quando a
estocagem é livre. No entanto, no caso de estocagem fixa pode haver um
desperdício de espaços, que podem ficar inocupados por estar destinados a um
determinado material, em situações que os estoques deste material estiverem
baixos.

Importante: Alguns materiais denominados de estocagem especial,


mesmo no sistema de estocagem livre, serão armazenados em locais fixos. Por
exemplo, um material inflamável deve ser armazenado em local específico e não em
qualquer lugar. É uma exceção.

Exemplo: eu tenho diversas prateleiras no meu almoxarifado, cada uma com


o nome do produto (no mais das vezes, o tipo de produto) que vai ali. Enquanto a
etiqueta estiver lá, eu só vou guardar aquele tipo de produto ali. Não me interessa
se a prateleira está vazia e eu tenho vários produtos para os quais não tenho lugar
para guardar (pois suas respectivas prateleiras estão cheias), aquela prateleira fica
vazia até que chegue um material daquele tipo.

Embora isso pareça ruim, quando eu precisar pegar algum material, eu só


terei de ir ao corredor daquele material, já que ali só são guardados materiais
daquele tipo.

Como você pôde perceber, as características dos materiais também deverão


ser levadas em consideração na hora de armazená-lo, um material inflamável deve
ficar muito bem protegido e em embalagem adequada, alguns materiais poderão

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ficar em lugares descobertos, já outros exigirão uma área coberta. E por aí vai
(lembra o que eu falei sobre imaginação?)

A vantagem da estocagem livre é justamente a contrária: há o


aproveitamento de todos os espaços existentes, já que o material novo vai ser
armazenado onde quer que haja espaço para ele. Entretanto, se eu não aplicar um
sistema rigoroso de controle, o material vai ficar “perdido” nas prateleiras.

Quanto ao recebimento, você já deve estar careca de saber. Mas vou


melhorar um pouco nossa definição, desta vez reproduzindo o teor do item 3 da
Instrução Normativa SEDAP 205/1988:

3. Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao


órgão público no local previamente designado, não implicando em aceitação.
Transfere apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do material,
do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxarifados, salvo quando o
mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou recebido, caso em que a entrega
se fará nos locais designados. Qualquer que seja o local de recebimento, o registro
de entrada do material será sempre no Almoxarifado.

3.1. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos sistêmicos, decorrerá de:

a) compra;

b) cessão;

c) doação;

d) permuta;

e) transferência; ou

f) produção interna.

Ressalto apenas que o que ocorreu ali foi tão somente uma troca de
responsáveis. O material ou bem continua na propriedade do fornecedor, e a
transferência dela somente ocorrerá com a aceitação do material. Mas você já sabe
muito bem disto :P.
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Da mesma forma, os temas conservação e proteção também já lhe são
caros. Se eu tivesse que diferenciar uma coisa da outra, provavelmente diria a você
que as atividades de conservação buscam evitar a deterioração do material em
virtude de alguma omissão de seu responsável. Em outras palavras: os materiais
deterioram sozinhos quando não conservados adequadamente, bastando que o
responsável nada faça para que eles pereçam.

No caso da proteção, buscamos evitar que os matérias pereçam, mas não


por ocorrência de um evento natural, mas desta vez, será uma ação a colocar-lhes
em risco. Uma barra de vinte quilos de ouro não tem o hábito de desaparecer no ar,
por conta da sua composição molecular, mas deixe-a sem qualquer vigilância e sem
qualquer restrição de acesso, e ela irá “magicamente” desaparecer depois de
algumas horas :P.

E alguém aí se lembra quais são os principais fatores de deterioração?

- Reações Químicas: experimente combinar ácido sulfúrico com água e veja


o desastre que acometerá seu almoxarifado :P. Desta forma, alguns materiais
devem ser conservados longe de outros, para evitar a sua combinação. O frio e o
calor também podem dar origem a algumas reações, devendo a temperatura ser
levada em consideração. E talvez você não tenha feito nada disso, mas os produtos
tenham uma tendência natural a sofrer reações. É o caso da maior parte dos metais,
em especial o ferro, em combinar-se com o oxigênio, fenômeno este conhecido
como oxidação (e no caso do ferro, nossa querida ferrugem).

- Umidade: esta aqui, meu caro, é minha velha conhecida desde as aulas de
arquivologia. Lá, o eu diria para você que o papel absorve e perde água para o
ambiente conforme a concentração de umidade, desgastando suas fibras. Aqui eu
digo a você que todo material sofre com a manutenção de níveis de umidade fora de
suas especificações.

- Temperatura: experimente armazenar 5 toneladas de carne fora de um


frigorífico (um galpão comum à temperatura ambiente já fará estrago), e regozije-se
em meio a forte odor de podridão que atormenta suas narinas.

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- Contaminação: Um saco de açúcar tomado por formigas dificilmente
conseguirá ser vendido no mercado, assim como móveis tomados por cupins.
Quando falamos em contaminação, nos referimos tanto a agentes biológicos que
podem infestar o material, como ainda a contaminação por substâncias tóxicas, que
tornam o material impróprio para o fim a que se destina.

- Avarias: Um computador que cai no chão dificilmente servirá para alguma


coisa que não seja ser um peso de papel gigante e caro. Qualquer dano físico,
normalmente atribuído ao descuido na movimentação ou operação do material está
contido aqui.

- Odores: Sim meu caro, alguns materiais absorvem odores, e isto, em


alguns casos, terminará por inutiliza-lo.

Dito tudo isto, caro aluno, podemos estabelecer alguns cuidados gerais no
que tange à conservação de materiais:

- Separar materiais explosivos, inflamáveis ou tóxicos de todos os demais, de


maneira que os danos sejam minimizados em caso de falta de cuidado;

- Ter em mente que alguns materiais devem ser estocados em câmaras


isoladas ou áreas de segurança (pode pensar em plutônio altamente instável que
tenho certeza que os desenhos que passam na TV te darão a noção exata do que
quero dizer aqui :P)

- No caso de alguns materiais perecíveis, ou quando a natureza do material


assim recomendar, cuidar de armazená-lo em câmaras frigoríficas, ou ao menos em
locais mantidos em baixa temperatura.

- Atentar-se ao prazo de validade dos materiais.

- Isolar materiais que exalem odores fortes de alimentos (sim, alimentos


também são materiais, e pode apostar que eles absorvem grande parte dos odores
do ambiente em que estão).

Quanto à proteção, os cuidados são bem mais simples, a maior parte deles
buscando evitar que “alguém” (sim, uma pessoa) faça algo que não deve, quer seja
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furtando material, quer seja usando empilhadeiras para tirar “racha” dentro do
almoxarifado :P”. Só relembrando:

- evitar o acesso de pessoas não autorizadas ao almoxarifado;

- instalar equipamentos contra incêndio;

- evitar o trânsito de veículos transportadores em alta velocidade no


almoxarifado;

- indicar cuidados específicos na estocagem, manuseio e transporte de


materiais, sendo recomendado a utilização de símbolos para tanto;

Além disto, estimula-se a utilização de cores, símbolos de segurança, placas,


cones, ou qualquer outra medida ou recurso capaz de sinalizar os cuidados
necessários com a armazenagem. Lembre-se: use a imaginação se for preciso :P;

A distribuição também se encontra regulada na Instrução Normativa SEDAP


205/1988, da seguinte forma:

5. As unidades integrantes das estruturas organizacionais dos órgãos e


entidades serão supridas exclusivamente pelo seu almoxarifado.

5.1. Distribuição é o processo pelo qual se faz chegar o material em


perfeitas condições ao usuário.

5.1.1. São dois os processos de fornecimento:

a) por Pressão;

b) por Requisição.

5.1.2. O fornecimento por Pressão é o processo de uso facultativo, pelo


qual se entrega material ao usuário mediante tabelas de provisão previamente
estabelecidas pelo setor competente, e nas épocas fixadas,

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independentemente de qualquer solicitação posterior do usuário. Essas
tabelas são preparadas normalmente, para:

a) material de limpeza e conservação;

b) material de expediente de uso rotineiro;

c) gêneros alimentícios.

5.1.3. O fornecimento por Requisição é o processo mais comum, pelo


qual se entrega o material ao usuário mediante apresentação de uma
requisição (pedido de material) de uso interno no órgão ou entidade.

Lembre-se também o que vimos por ocasião do estudo da rede de


distribuição. Se o que vimos acima diz respeito à parte normativa deste fenômeno,
lembremos também que a doutrina fala bastante sobre isso, em especial quando
prevê princípios básicos que devem reger a movimentação de materiais em
qualquer almoxarifado:

Lei Definição Comentários


É evitar ao máximo situações de
Lei da Obediência Consiste em construir trajetórias interrupção entre uma tarefa de
do Fluxo das de movimentação que possam ser transporte e outra. Se a palavra
Operações mantidas em sequência. "combo" lhe for familiar, acredito
que seja perfeita aqui
Percorrer o mínimo de espaço
Lei da Mínima Nada de perambular feito um zumbi
possível para movimentar os
Distância pela empresa. Ande em linha reta.
materiais, evitando o zigue zague.
A idéia aqui é evitar o contato
Dar preferência ao transporte
Lei da Manipulação manual com o equipamento, que é
mecânico, evitando a manipulação
Mínima menos eficiente e o deixa mais
de dos materiais.
sucetível a acidentes.

Explorar ao máximo as Acho que aqui é tranquilo, o


Lei da Máxima
funcionalidades dos equipamentos, objetivo é fazer tudo que o
Utilização dos
tirando o máximo proveito de sua equipamento puder fazer para
Equipamentos
operação. auxiliar na movimentação.

Lei da Máxima Também é autoexplicativo.


Utilizar o máximo de espaço cúbico
Utilização do Espaço Espaços vazios é desperdício e
disponível.
Disponível desperdício é perda.

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Parte da disciplina de
Manter a segurança dos movimentaçaõ de materiais se
Lei da Segurança e
empregados e reduzir a fadiga dos volta aos operadores dos
Satisfação
mesmos. equipamentos, que devem ser
respeitados.
A idéia de marca pode te ajudar a
entender este ponto. Utilizar um
Utilizar o máximo de equipamentos único tipo de empilhadeira, por
Lei da Padronização
padronizados (do mesmo tipo) exemplo, ajuda na manutenção da
mesma, já que as peças serão as
mesmas o dia que quebrar.

Os equipamentos utilizados devem,


preferencialmente, servir para Assim, eu posso utilizar o mesmo
Lei da Flexibilidade
transportar tipos variados de equipamento para várias tarefas.
cargas.

Lei da Máxima Esta lei recomenda o


"Para baixo, todo santo ajuda" e
Utilização da aproveitamento máximo da
acho que isso já diz tudo.
Gravidade gravidade

O equipamento deve ser analisado pela


Escolher o equipamento de transporte com
média destes custos, já que pode seu custo
Lei do Menor Custo base no menor custo total (custo inicial +
de aquisição pode ser barato, mas pela
Total custo operacional + custo de manutenção) e
baixa qualidade dos componentes,
o tempo de vida útil
demandar manutenção constante.
Fonte: Gonçalves, Paulo Sérgio

E para arrematar, ao falarmos de classificação, padronização e codificação


de materiais, pensemos, de novo :P, em uma fábrica de bicicletas.

O almoxarifado possui quinze tipos de correias dentadas, que se diferenciam


pelo seu tamanho, material, e marca, e vários pneus de diferentes aros.

É perfeitamente aceitável que o almoxarifado comece a se confundir quando


o setor produtivo pede uma “correia” em sua requisição de materiais e acabe
entregando uma correia diferente daquela que o setor produtivo esperava receber.
Mas embora isso seja aceitável, vai atrasar toda a produção das bicicletas, o que vai
deixar o dono da empresa bastante frustrado.

Por conta desta diversidade incontável de itens, fica inviável identificar todos
eles usando apenas o seu nome, você já viu a zona que seria.

Mas, se ao invés disto, eu agrupasse todos os itens “correia” e inventasse,


sei lá, um número ou três letras, um código, que representasse todo o grupo, e na

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segunda parte deste código eu distinguisse todas as correias que estão no estoque
também por outro número, isso tornaria as coisas mais fáceis, não acha?

A cada item específico corresponde um código, mas os códigos são


montados de maneira que todo item semelhante possua parte do código igual aos
seus pares.

E o setor produtivo, ao invés de pedir a correia dentada x, vai pedir o item AC


1275, que corresponde exatamente ao tipo da correia dentada que deseja, em
tamanho, marca e material.

É isto que representa a codificação de materiais.

Mas, o código só será eficiente se for capaz de agrupar itens semelhantes,


do contrário, ao invés de uma infinidade de nomes, eu terei uma infinidade de
códigos sem sentido, que não servirão para muita coisa.

Assim o sendo, conforme Marco Aurélio P. Dias faz questão de deixar claro:
"O objetivo da classificação é definir uma catalogação, simplificação,
especificação, normalização, padronização e codificação de todos os materiais”

Codificação você já sabe o que é, aqui vai a descrição dos demais temas.

- Catalogação: a empresa irá arrolar (registrar) todos os itens existentes,


de maneira a não esquecer nenhum deles. Isto permitirá ter uma ideia geral.

- Simplificação: consiste em reduzir a grande variedade de itens


existentes quando eles tem a mesma finalidade. Por exemplo, se a empresa tem
dois materiais que fazem exatamente a mesma coisa, seria bom escolher a penas
um deles. Isso facilitará a normalização.

- Especificação: chegou a hora de descrever detalhadamente cada item,


com todas as informações referentes a formato, tamanho, peso, etc. Desta forma,
ganha-se duas vezes: não haverá dúvida sobre o material que será solicitado, e isto
facilitará a inspeção de qualidade do material.

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- Normalização: todo material tem um propósito. Serão descritas todas as
suas diversas aplicações nesta etapa.

- Padronização: não adianta nada a empresa executar todos os passos


anteriores se ainda tiver de estocar uma infinidade de itens. Na padronização, se
estabelece uma especificação para determinado material, que será sempre
deste ou daquele tipo, evitando que uma infinidade de materiais fique estocada
desnecessariamente. Acredito que o exemplo do parafuso é ilustrativo: na
padronização, a empresa específica que só irá utilizar parafusos com este peso e
diâmetro, e assim, só aquele parafuso é comprado e estocado.

Ok, feito tudo isto, estamos prontos para utilizar um sistema de codificação.
Os dois mais cobrados em prova são os seguintes:

- Sistema alfabético: os materiais são codificados utilizando letras, e cada


letra especificando um conjunto de características e especificações. Como só
possuímos 26 letras no alfabeto, este sistema de codificação é pouco utilizado.
Exemplo: A- Pedal, B- Correia, C- pneu.

- Sistema alfanumérico: este sistema utiliza uma combinação de letras e


números, nas quais as letras representarão a classe do material e o seu grupo
dentro da classe, enquanto os números representam o código indicador do item.
Exemplo:

AD – 2568

A – Grupo

D- Classe

2568 – Código Indicador

Vou explicar o significado de grupo, classe e código indicador no item do


sistema decimal.

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Sistema Decimal: este é o sistema mais utilizado, inclusive por repartições
públicas na codificação não só de matérias, mas de quase qualquer coisa que
precise de uma codificação (por exemplo, contas públicas em direito financeiro).

Sua popularidade decorre da facilidade de seu uso e da possibilidade de


classificar milhões de itens através das combinações dos números. Você já vai ver
porque.

Funciona assim:

Os dois primeiros dígitos especificarão o grupo do item. Esta é classificação


mais abrangente e constitui o primeiro agrupamento de itens. Exemplo:

01 – matéria prima

02 – produtos em processamento

03 – produtos acabados

04 – material de escritório

Como você pode ver, estes agrupamentos são bastante gerais, e essa é a
ideia do Grupo.

Cada grupo sofrerá uma nova divisão, agora em classes, que nada mais são
do que detalhamentos da informação do grupo. Exemplo:

04 – material de escritório

01 – canetas

02 – lápis

03 – papel

Ok, está muito mais específico, mas ainda não é suficiente. Canetas existem
de diversos tipos também. Mas falta uma definição destes diversos tipos de
materiais, o que é feito através do código de identificação. Vamos brincar com as
canetas:
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04 – material de escritório

01 – canetas

01 – caneta marca “qualidade”, ponta fina, cor preta

02 – caneta marca “estilo”, ponta grossa, cor azul

A questão é que quando chegamos neste ponto, podemos ter uma infinidade
de itens. Então normalmente, quando se chega neste ponto, utiliza-se quatro, cinco
ou seis dígitos ao invés de apenas dois.

E o melhor desta classificação é que ainda poderíamos especificar o código


em subclasses, subgrupos e o que mais imaginarmos.

E antes de finalizar, um dos sistemas numéricos mais famosos é o sistema


americano “Federal Supply Classification”, que segue o mesmo esquema do que eu
já expliquei:

XX – XX – XXXXXX – X

Tem tudo que nós já aprendemos (explico o último digito logo mais). Os dois
primeiros dígitos são o grupo, os dois seguintes a classe, a terceira sequencia o
código de identificação e o último é o dígito verificador.

No que diz respeito ao dígito verificador, concorda que existe a


possibilidade de o encarregado do processo produtivo digitar o código errado. Isso
também traria atrasos. Para evitar isto, acrescentamos o último algarismo (ou par
de algarismos), que é um dígito verificador.

Ele é gerado através de uma fórmula que leva em conta os dígitos


anteriores. Pode ser qualquer fórmula. Desta maneira, se o encarregado errar um
dos dígitos do código, o número verificador não vai bater, gerando uma
mensagem de erro. Tudo que ele precisará fazer é ver onde errou e reinserir a
informação.

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As Compras nas Organizações – Aquisições de
Materiais e Patrimônio.

Este tópico, apesar de parecer curto no edital, é tão grande que precisa ser
dividido em tópicos. Mas nada que a gente não resolva.

Falamos bastante sem atender a necessidade da empresa com os materiais


entregues em tempo, modo e lugar corretos.

Mas como é que um material chega ao estoque? Qual setor será responsável
por suprir os estoques?

Primeiramente observe que a ideia de suprimento está ligada ao


abastecimento da produção, e este ocorrerá por meio do fornecimento de
materiais, matérias-primas e insumos, quando necessários à produção.

O material chegará ao estoque por intermédio de compras, uma operação


essencial entre aquelas que compõem o processo de suprimento de uma
empresa1. É por está razão que as compras assumem um papel tão importante na
ARM.

Falamos que os estoques são investimento da empresa, pois bem, este gasto
ocorre justamente por meio das compras. E já foi demonstrado que as matérias-
primas e insumos (os materiais em geral) representam parcela significativa dos
custos envolvidos na produção.

De acordo com Chiavenato2: “O órgão de compras é hoje considerado um


centro de lucro e não simplesmente um centro de custo, uma vez que, quando

1
Dias, Marco Aurélio P., Administração de Materiais: princípios, conceitos e
gestão, ed. Atlas, 6ª ed.

2
Chiavenato, Idalberto. Administração de Materiais, ed. Campus, pág. 100.

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bem administrado, pode trazer consideráveis economias, vantagens e lucros para a
empresa.”.

O processo de compras, como quase todos os processos da AM, deve


analisado de forma ampla, pois envolve desde a programação de compras
(localização de fornecedores, negociações...), passando pelo acompanhamento dos
pedidos, pelo dispêndio financeiro, até chegar o momento em que os materiais são
recebidos e verificados na empresa.

Observe então:

As atividades de
compras mantém
relações:

tanto com o quanto com a


setor administração
financeiro de materiais

Estão entre os objetivos de um setor de compras de uma empresa: manter


a produção abastecida com os materiais necessários; obter a quantidade de
materiais necessários e com baixos preços; prezar pela qualidade do material
que será adquirido; enfim, buscar as melhores condições possíveis para a
empresa.

Suprir as necessidades do sistema de produção, garantindo as entradas do


processo produtivo e estabelecendo, por consequência, uma cadeia de
suprimentos. Preste atenção especialmente no que diz respeito a:

A Quantidade

A Qualidade e especificações

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As Datas (prazos)

Organização do setor de compras

No processo de compras são fatores que influenciarão na tomada de


decisão: A quantidade (de acordo com a demanda), a qualidade, o preço e o prazo.

Segundo Marco Aurélio P Dias:

“Independentemente do porte da empresa, os princípios básicos de


organização constituem-se em normas fundamentais, assim consideradas:

 Autoridade para compras;


 Registro de compras;
 Registro de preços;
 Registro de estoques e consumo;
 Registro de fornecedores;
 Arquivos e especificações;
 Arquivos de catálogos. [...]

Utilizemos o exemplo de uma compra de supermercado. Se você estivesse


encarregado do setor de compras e para que o investimento, o gasto, fosse
adequado, quais seriam as etapas que você utilizaria no processo de compra? E
qual seria a primeira atividade que a desenvolver? Parece não restar dúvidas de
que você deveria começar com uma pesquisa, não só a pesquisa de preços (de
custos), mas, dentre outros, o estudo do mercado, o conhecimento do fornecedor, a
possibilidade de se utilizar materiais alternativos.

Passada a pesquisa temos a aquisição, por esta etapa se entente desde a


encomenda, quando necessária, até o recebimento do material. Logo depois de
recebido o material, passamos a administração os procedimentos de
armazenamento em depósito.

No que diz respeito às compras ela esta assim estruturada:

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A administração de compras deve manter um fluxo contínuo de


suprimentos, mas não deve incorrer em gastos desnecessários e que provocariam
excedentes, ou seja, é fundamental que este setor execute uma programação de
compras.

Etapas do Processo de Compras

De acordo com a estrutura e o porte da empresa, o processo de compras,


também denominado ciclo de compras, poderá apresentar pequenas variações, no
entanto, a sequência a baixo seria uma organização básica:

1. Solicitação de compras (análise das ordens de compras3 – Ordem de


Compras, recebidas);
2. Seleção de fornecedores (em decorrência de pesquisa);
3. Cotação de preços e determinação do preço certo;
4. Negociações com o fornecedor;
5. Pedido de Compra;
6. Acompanhamento de compras (follow up);

3
É a comunicação enviada ao setor responsável pelas compras da necessidade de
aquisição de materiais.

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7. Recepção e aceitação das mercadorias (controle e recebimento do
material comprado);
8. Aprovação da fatura do fornecedor para pagamento.

A solicitação de compras é a origem do processo de compra, ocorre por


meio da ordem de compra (OC), que é o documento que informa a necessidade de
compra, indicando também, qual o material se deve comprar, a quantidade que se
deve comprar, o prazo e o local de entrega. (a solicitação de compras pode ser com
ou sem concorrência)

A seleção de fornecedores4é etapa que antecede a cotação, na seleção de


fornecedores, são analisados o preço, a qualidade, a capacidade produtiva do
fornecedor, o prazo de entrega e as condições de pagamento (falaremos de
tudo isso na parte de cadastro de fornecedores).

Veja que, na seleção de fornecedores, uma serie de fatores são analisados,


portanto não se pode afirmar que a o fornecedor selecionado será obrigatoriamente
o que apresentar o menor preço. A empresa analisará, de acordo com a suas
necessidades, qual é o fornecedor mais adequado.

Como bem leciona Chiavenato à página 105, há dois tipos de fornecedores, o


real e o potencial. “Fornecedor real é aquele que já efetuou vendas de materiais ou
insumos à empresa, enquanto o fornecedor potencial é aquele que pode se
candidatar a futuros fornecimentos.” (grifos nossos).

A cotação (registro) de preços normalmente é feita entre alguns


fornecedores pré-selecionados e tem como objetivo encontrar, a preço satisfatório,
os materiais de qualidade e nas especificações que a produção necessita.

O pedido de compra é a oficialização do negócio, é o contrato formal que


se estabelece entre o comprador e o fornecedor logo após a negociação.

4
Normalmente a pesquisa e a seleção são feitas entre os fornecedores
previamente cadastrados pela empresa, que registra também em um banco de dados as
negociações passadas.

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Após o pedido ter sido efetuado passamos a uma nova etapa que é a de
acompanhamento (follow up). Esta etapa, de certa forma, é o controle do
processo de compra5, que dedicando atenção, dentre outras coisas, à entrega do
material.

Este acompanhamento deve ocorrer por meio de registros devidamente


documentados.

Negociação

A negociação tem um papel significativo no processo de compras, Trata-se


de uma relação entre o comprador e o fornecedor, na qual serão levados em
consideração alguns itens, tais como: a quantidade, a qualidade, o preço e o prazo.

Devem ter como objetivo


o equilíbrio do negócio,
Negociador de uma situação em que Fornecedores
compras ambos possam sair
ganhadores.

A empresa deve tratar seus fornecedores como parceiros em seus negócios


(e direi logo logo o porquê).

“A negociação serve para definir como será feita a emissão do pedido de


compra ao fornecedor.”.

5
O setor de compras precisa manter uma boa comunicação com o fornecedor
mesmo após a realização do pedido. O processo não deve ser abandonado até o
recebimento e conferência da mercadoria.

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O resultado final de uma negociação bem sucedida é o pedido de compra.

Em quase todas as oportunidades, este pedido de comprasse encontrará


consubstanciado em um contrato formal que representa fielmente as condições
estipuladas na negociação.

Das poucas vezes em que não houver contrato, a própria aceitação do


pedido de compra pelo fornecedor possui caráter contratual, obrigando-o a
atender todas as condições estipuladas no pedido, como por exemplo,
quantidade, qualidade, frequência de entregas, prazos, preços e o local de
entrega dos materiais.

Dado este caráter contratual da negociação (fique tranquilo que teoria dos
contratos é tema de Direito Civil, então, infelizmente, não vou dar aula disso agora
:P), quaisquer alterações nas condições originais devem ser objeto de novas
discussões e entendimentos, para que não haja dúvidas sobre o que se propõe e
deseja que seja fornecido. Do contrário, a empresa corre o risco de que haja
contestação por parte dos fornecedores, que acreditarão ter cumprido as condições
contratadas.

Centralização e Descentralização de Compras

Outra característica da organização das compras é aquela relacionada a


analise quanto a sua centralização (onde um único órgão é responsável pelas
compras – o que favorece o controle de estoques) ou descentralização (quando há
unidades de compras dispersas).

Já foi questão de concurso: “São condições básicas para o controle de


estoques: centralização das compras em um setor de compras, sob a direção e
responsabilidade de um especialista, com rotinas claras e definidas; estocagem
de todos os materiais em locais previamente designados e sujeitos à supervisão
direta; e determinação de limites (máximos e mínimos) para cada item do
estoque.”.

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Importante: Observe que quando falado das atribuições do setor de compras
não é citada a responsabilidade com transporte, porque esta fica a cargo do
próprio fornecedor, que tem a obrigação de entregar o material na qualidade e no
prazo acordados.

Acredito que o que realmente importa neste tópico seja a análise comparativa
sobre as vantagens de cada uma:

A Centralização das Compras, de acordo com a doutrina, oferece as


seguintes vantagens:

- Possibilidade de compras em maior volume, o que pode significar o


aproveitamento de condições e preços melhores, decorrentes de descontos, por
exemplo;

- Redução dos custos de transporte vez que valor do frete poderá ser
“rateado” entre um maior número de mercadorias;

- Homogeneidade na qualidade dos materiais adquiridos;

- Possibilidade de acerto de entregas menores e periódicas, que evitam a


ocorrência de pedidos duplicados;

- Melhor controle global das transações financeiras relacionadas ao setor


de compras, uma vez que todas elas serão gerenciadas pelo mesmo departamento;

- Evita a concorrência danosa entre os compradores regionais e as


disparidades de preços de aquisição de um mesmo material por vários compradores

Por outro lado, a Descentralização das Compras é associada às seguintes


vantagens:

- Oferece maior autonomia funcional às unidades regionais;

- Permite maior flexibilidade e sensibilidade na solução de problemas


regionais. A unidade descentralizada está mais próxima dos problemas e anseios de
sua área de controle, além de melhor representar seus interesses, por constituir um
grupo menor. Desta forma, é de se esperar que possua melhor conhecimento a
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respeito das fontes de suprimento, meios de transporte e armazenamento mais
próximo da região;

- Em situações emergenciais, costuma oferecer soluções mais rápidas e


adequadas àquele momento, pelas mesmas razões do item anterior.

- Permite melhor controle de suas funções. Lembre-se que estruturas


menores são sempre mais fáceis de gerenciar.

Modalidades de Compras

Toda classificação tem um propósito (ou ao menos, deveria ter um). Não
existem classificações boas ou ruins, mas existem classificações úteis e inúteis.

As modalidades de compras não são mais do que classificações que se


referem aos modos como eu posso dividi-las. E não, isto aqui não tem
absolutamente nada a ver com a matéria de licitações, que vocês verão com clareza
nas aulas de Direito Administrativo.

Dito isto, eu não me preocuparia tanto em memorizar as modalidades aqui


expostas, são autoexplicativas.

Vamos lá:

Eu posso dividir as compras conforme o item comprado. Assim temos:

Compra voltada para o investimento: os bens assim adquiridos não


integrarão o produto final, mas farão parte do ativo imobilizado da empresa. Toda
vez que a empresa compra um prédio, máquinas de produção, ou até as cadeiras
onde os funcionários sentam, está comprando voltando seu foco para o
investimento, pois não tem intenção de vender esses itens no mercado.

Compra voltada para o consumo: falamos aqui daqueles materiais que


compõem o processo produtivo. Olhe para a seta de novo:

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Materiais
Materiais em Materiais Produtos
Materias- primas acabados ou
processamento semiacabados acabados
componentes

Todos os itens comprados para integrar esse processo são feitos por
compras voltadas para o consumo.

Posso dividir também levando em conta onde está o fornecedor.

Compra local: Sem complicações: são as compras feitas no mesmo país


da empresa compradora.

Compra importada: O fornecedor dos produtos encontra-se em outro país


que não o do comprador.

Também posso classificar as compras de acordo com seu nível de


formalização:

Compra formal: Essas aqui são mais comuns no setor público, face à
exigência de licitação e outras exigências burocráticas atinentes ao Direito
Financeiro. São compras que exigem comprovação de, se não todas grandes parte
dos processos que as justificaram.

Compra informal: Por sua vez, são compras que não necessitam seguir um
ritual tão detalhado e rígido. Pense na feira: é tudo feito e combinado de boca, você
e o feirante acertam o preço na hora e você sai com a verdura, sem nenhum "papel"
que comprove a operação.

Outra classificação que pode ser cobrada (e essa sim eu considero muito útil)
é a da urgência na entrega do item:

Compras antecipadas: São compras feitas com planejamento. A empresa


compra o item antes mesmo de vir a precisar dele.

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Compras contratadas: Neste caso, a figura do contrato de fornecimento
ganha uma importância maior. Nele ficará discriminado a época em que o material
deve ser entregue (não sendo recomendado nem que a entrega seja feita antes,
nem depois), ou em quantas vezes a entrega será feita (um lote, dois, três, e assim
por diante).

Compras emergenciais: Compras realizadas quando deu o popular "xabú"


(que desconfio não ser com "x"). A necessidade da compra não foi prevista com
antecedência, seja pela imprevisibilidade do evento que a provocou ou pela própria
falta de planejamento do gestor. Esse tipo de compra merece atenção especial, pois
é prejudicial à empresa. A pressa coloca o fornecedor em posição de vantagem,
pois a empresa não tem tempo de procurar muitos fornecedores para avaliar o
preço. Devem ser evitadas.

Acompanhamento de Pedidos

Seu examinador esqueceu-se de me dizer que pedidos são esses :P.


Felizmente, ele também não é muito criativo, de maneira que ele faz menção aqui
ao Acompanhamento de Pedidos de Compras.

Nós já falamos por cima desse assunto. Este é o “Follow up” que mencionei
no ciclo de compras.

A fim de que a nossa empresa não entre em falência pela ausência de


materiais para dar seguimento a sua produção, é necessário que o órgão de
compras certifique-se que o material será entregue dentro dos prazos estipulados,
como não poderia deixar de ser, na quantidade e qualidade contratadas.

Para que se tenha absoluta certeza de que isto irá ocorrer, o setor de
compras não deve abandonar o fornecedor logo após o encaminhamento do
pedido de compras.

Muito pelo contrário: deve entrar em contato com o fornecedor de


maneira constante, assegurando-se que a produção do material solicitado está
em andamento.
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Ao realizar este monitoramento constante sobre o fornecedor, cobrando de
maneira permanente resultados (que no caso são os fornecimentos de bens
demandados), ao invés de simplesmente largar mão do controle do pedido, é como
se o setor de compras desse prosseguimento no desempenho de sua atividade,
razão pela qual o correspondente em inglês desta descrição é o nosso Follow up
(acompanhar, seguir, agendar).

E é só isso. Próximo ponto.

Cadastro de Fornecedores

O que, em verdade, seu examinador quer neste tópico é o conhecimento


teórico por trás da construção do cadastro de fornecedores. E é o que eu vou
ensinar a você.

Antes de qualquer coisa, você poderia imaginar que o cadastro de


fornecedores é algo inútil e ultrapassado. Afinal, eu sempre posso procurar na
internet por determinado produto e compra-lo, sem ter de incorrer nos custos de
manter um cadastro próprio. Além do que, o cadastro do Google sempre será maior
e mais completo que o de qualquer corporação do mundo :P.

Bobagens à parte, só tem um problema neste raciocínio: não estamos mais


comprando um quilo de carne no açougue. O ato de compra em uma empresa é
uma tarefa bastante complexa, envolvendo conhecimentos que vão desde o
próprio objeto da compra (especificação do material, normas aplicáveis, critérios
de inspeção) até a busca de fontes de suprimento que sejam capazes de
abastecer a empresa com o produto desejado, na hora certa, local certo e na
quantidade certa. Lembra-se da tríade? Olha ela de novo:

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Dentro de um processo produtivo, a Administração de Materias (AM) precisa controlar:

A Localização (não basta o


O Tempo ( o momento em
A Quantidade (para que se material estar disponível ele
que os materias estarão
evite a falta ou os excessos) também precisa estar
disponíveis)
disponível no local certo)

Já ficou mais complicado né? Para isso serve o cadastro de fornecedores. Ao


conseguir criar seu próprio cadastro, a empresa tem em mãos a lista de todos seus
parceiros de negócio que vão lhe garantir a vantagem competitiva de que necessita.
O cadastro de fornecedores é o corpo central que alimenta o processo de
suprimento da empresa.

Eu falei em parceiros de negócio logo acima. E eu realmente quis dizer isso.


O fornecedor não é uma pessoa da qual a empresa tenta tirar vantagem,
comprando o produto pelo menor preço possível, aumentando suas margens. Essa
visão de curto prazo é contrária à ideia por trás do cadastro. O que se busca é
formar alianças estratégicas visando interesses comuns. Só assim se garantirá
que o suprimento de materiais tenha:

- Qualidade

- Tempestividade

- Regularidade

Outra ideia que deve estar encrustada na sua mente é que o cadastro de
fornecedores não busca sempre e a todo o momento a aquisição de material pelo
menor preço. Nos sistemas de administração tradicional, a busca pelo fornecedor só
se inicia no momento da necessidade de materiais. Espera-se ter sede para se abrir
o poço.

E somente a partir da existência da necessidade se busca o fornecedor. Uma


vez encontrado, começa-se a discutir preços e prazos de entrega. E pior, buscam-

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se condições espetaculares de fornecimento para aquela ocasião, em um raciocínio
típico de quem não pensa no longo prazo. O cadastro de fornecedores não se
presta a isto.

Veja: o que se busca com o cadastro é a construção de uma relação de


longo prazo com os fornecedores eventualmente aprovados para ali figurar. Esta
ideia, no longo prazo, se revelará mais rentável, por dois motivos principais:

- Não dá para manter o padrão espetacular de aquisições em todas as


compras, e assim, fatalmente, o ganho de uma operação se perderá em outra.

- Os fornecedores também têm seus interesses, e assim, procurarão melhor


servir os seus bons e leais clientes, em detrimento dos demais.

Se você acha que tudo que eu falei acima não se aplica ao regime público,
por conta das licitações, se engana. Os órgãos públicos também possuem cadastro
de fornecedores, e embora estejam atrelados à Lei de Licitações para fazer
contratações, lembre-se que, por exemplo, a modalidade convite comporta algum
grau de preferência (pensem bem, três fornecedores são diretamente convidados
pela repartição enquanto os demais precisam fuçar editais em quadros de aviso
nelas). Além do que, a tomada de preços depende da existência de cadastro prévio
dos fornecedores interessados. Embora mitigada, a importância do cadastro
também se faz presente nas repartições públicas.

Pois bem, agora que você já tem em mente as premissas do cadastro, vamos
falar de sua construção.

E quais fornecedores nós queremos em nosso cadastro? Os melhores! E os


melhores serão aqueles que:

- Tenham condições de fornecer o material ou executar os serviços na


quantidade, qualidade e prazo certos;

- Possam tornar-se uma fonte regular de suprimentos de materiais ou de


serviços;

- Possuam preços e condições competitivas.


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O primeiro passo é pesquisar todos os existentes. Catálogos de fabricantes,
guias comerciais, e até a internet. Nesta primeira fase, buscamos conhecer todos os
fornecedores potenciais, a fim de vir a escolher algum deles.

Assim sendo, o órgão responsável pelo cadastro de fornecedores vai coletar


informações destas fontes, tabulando os dados para que sejam manipulados mais
facilmente em um momento posterior do processo.

Alias, o cadastro tem de ser de fácil consulta por qualquer interessado dentro
da empresa. Afinal de contas, o cadastro existe para facilitar a vida de quem
precisará de fornecedores.

Por isso, outra preocupação do cadastro, fora a tabulação dos dados para
pesquisa, é que contenha os dados necessários para identificação do fornecedor,
entre os quais:

- Tipo de produto vendido (autoexplicativo né, se eu quero lâmpadas, o


fornecedor tem de ser capaz de fornecer lâmpadas);

- Capacidade de produção (o número de unidades que o fornecedor é


capaz de atender por pedido).

- Facilidade de comunicação e relacionamento com seus clientes

- Localização geográfica (os produtos têm de sair do fornecedor para


chegar à empresa, e esta informação é relevante para se estimar o custo de frete).

- Situação do fornecedor (uma empresa em falência provavelmente não


poderá continuar a ser fornecedora por muito tempo, e ainda que possa, talvez a
nossa empresa não se interesse por ela :P).

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Tipo de
produto
vendido

Situação do Capacidade
fornecedor de produção

Localização Facilidade de
geográfica comunicação

Vencida estas etapas, a empresa está pronta para avaliar os fornecedores, e


uma vez feito isto, terá seu cadastro de fornecedores. Tudo que irá precisar fazer
daqui para frente é analisar o desempenho dos mesmos ao longo do tempo, para
garantir que o fornecedor mantém o mesmo padrão de excelência no cumprimento
de suas obrigações.

O processo de avaliação e seleção dos fornecedores também é específico,


mas não foi cobrado em seu edital, mas vou pelo menos relacionar os requisitos
mais usuais, a fim de que você “feche” o raciocínio na sua cabeça.

Os parâmetros usuais de avaliação e aprovação do fornecedor (são aqueles


que autorizam a inclusão do fornecedor no cadastro, sem isso, a empresa nem quer
saber que aquele fornecedor existe):

- Preço

- Qualidade

- Condições de Pagamento

- Condições de Embalagem e Transporte


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Uma vez preenchidos os requisitos acima nos patamares desejados (cada
empresa terá o seu conforme sua situação), deve haver uma análise inicial das
entregas, para que a empresa avalie:

- Cumprimento dos prazos de entrega;

- Manutenção dos padrões de qualidade;

- Política de preços ao longo do tempo;

- Assistência Técnica

Isto que falei das avaliações são só parâmetros. Cada empresa ou órgão
público pode usar os parâmetros que desejar, e não há maneira de especificar a
infinidade de possíveis critérios. Apenas coloquei estes para que você tenha uma
ideia de como se processa a fase de avaliação, não acredito que será solicitado em
seu edital, mas você não pode ter uma visão “quebrada” do cadastro, pois isso
dificultará a memorização.

O cadastro normalmente manterá dois tipos de fornecedores:

Fornecedores ativos: Aqueles que gradativamente suprem as necessidades


de bens e serviços da empresa. São aqueles a quem a empresa recorre
normalmente quando precisa de materiais.

Fornecedores potencias: São fontes alternativas de fornecimento. Caso um


fornecedor ativo não consiga fornecer os bens em determinada ocasião, é bom que
a empresa tenha um “Plano B” para não ficar sem o material. Conforme o
desempenho do fornecedor potencial, ele talvez consiga chegar ao cadastro de
fornecedores ativos da empresa.

Não há um número fixo de fornecedores no cadastro para cada tipo de


material, entretanto, é sugerível que se mantenha ao menos três fornecedores
diferentes para cada item. Isto dificultará a interrupção do fluxo de fornecimento de
materiais.

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Mas como eu disse, é apenas sugerível. Veja que no caso de fornecedores
monopolistas (fabricantes de produtos exclusivos no mercado) e especiais
(dominam materiais ou processos específicos, normalmente não encontrados entre
outros fornecedores), a manutenção de mais de um fornecedor neste cadastro é
impossível ou inviável, ou mesmo não desejada. Por essas razões, a relação entre
fornecedores e compradores neste caso é conhecida como de “fonte única”.

Alias, uma última dica: o cadastro de fornecedores volta-se, essencialmente,


a manter uma base de dados de fornecedores habituais (em contraposição aos
fornecedores monopolistas e especiais).

E isto é perfeitamente justificável: os fornecedores habituais oferecem


produtos padronizados. Existem vários deles concorrendo entre si e, portanto, em
busca de parceiros comerciais que permitam sua sobrevivência. Eles se
diferenciarão no que diz respeito à qualidade de seu atendimento e sua eficiência, e
por isso, o cadastro da empresa buscará ter como parceiro apenas aquele que
cumpra de maneira satisfatória seus objetivos. Os fornecedores habituais, a seu
passo, estabelecem relações de “fontes múltiplas”, já que o comprador possui
diversas opções em mercado para obter os materiais de que necessita.

E já que falamos de fontes, vamos passar mais uma classificação, que já tem
um tempinho que não vejo ser cobrada:

Fonte Única: Há exclusividade do produto fornecido (quer seja pela


existência de monopólio, produto especial, ou mero acordo exigindo que o material
seja obtido apenas daquele fornecedor);

Fonte Múltipla: O contrário :P. Agora o comprador tem livre acesso a


diversas fontes de materiais, podendo escolher a que mais lhe agradar.

Fonte Simples: Essa daqui é a cereja do bolo na organização do setor de


compras. Como dissemos, a tarefa de escolha do fornecedor é árdua. E, além de
tudo, “acertar” na escolha de um bom fornecedor é bastante difícil. Quando o setor
de compras consegue isto, se agarra com unhas e dentes nele :P.

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A fonte simples indica uma relação na qual a empresa poderia comprar de
qualquer fornecedor, mas que por questões de planejamento e estratégia, firma um
contrato de longo prazo com um fornecedor específico, sedimentando a relação
comercial entre eles. Muito bonito :P

Falemos um pouco do SICAF agora.

No serviço público, os fornecedores ficam cadastrados em uma base de


dados chamada SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores).

Todos que desejam contratar com a Administração Pública em algumas


modalidades de licitação (que serão objeto de uma aula a parte) devem possuir
cadastro no SICAF. Embora seja fácil de fazer, imagino que saber como não te
interesse tanto agora :P.

O SICAF nada mais é que um banco de dados, através do qual as diversas


entidades do serviço público podem realizar pesquisas dentro da base a fim de
promover maior competitividade nas licitações.

A pessoa física ou jurídica que deseja se cadastrar no SICAF terá de indicar


exatamente quais tipos de produtos ela encontra-se apta a fornecer em caso de
eventual contrato com a Administração. Você verá o porquê dessa exigência na aula
que irá tratar dos requisitos para licitar com a administração. Por enquanto, tenha
em mente apenas que esse procedimento facilita o processo de busca dentro da
base de dados.

Quanto às empresas em geral, elas podem seguir qualquer padrão de


cadastro que desejarem, basta que este cadastro contenha informações úteis à
escolha do fornecedor. É intuitivo: qualquer informação que possa ajudar na escolha
do fornecedor pode estar no cadastro, sem limitações.

Atente-se apenas para alguns itens essenciais: tipo do produto (se a empresa
fornecedora vende sabonete ou pneu de caminhão isto tem de estar no cadastro), e
claro, o preço praticado pelo fornecedor.

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Quanto ao cadastro, é só isso. Não foi pouco, mas acredito que você não terá
problemas em dominar os conceitos, e mais importante, o raciocínio por trás do
cadastro.

Perfil do Comprador

Comprador é aquele que compra. Parece óbvio, mas das três palavras que
estão nessa frase, a mais importante é "aquele". O comprador é uma pessoa. Esta
atividade ainda não pode ser substituída por uma máquina, de maneira que é dever
do comprador, representando sua empresa, estabelecer um ponto em comum entre
o seu representado e o fornecedor, e fazer isso da maneira mais profissional
possível.

Porém, é altamente recomendável que essa pessoa tenha algumas


características, pois de outro modo, o exercício de sua função será um desastre, ou
ao menos, extremamente antiética. Você consegue se imaginar como fornecedor,
recebendo um representante da empresa interessada em comprar vindo de shorts,
sem camisa, mascando chiclete e te chamando de "cara" o tempo todo? Lógico que
não.

Mas para fins de prova, acredito que as características mais importantes e


procuradas no comprador são as seguintes:

- O comprador defende sua empresa. Ele tem em mente satisfazer os


interesses de seu patrão e não do fornecedor. Não pode, por exemplo, fazer uma
compra 20% mais cara do que seria possível para "rachar" com o fornecedor os
10%.

- Por outro lado, defesa de interesses tem limite. O comprador não pode ser
um estelionatário profissional a serviço de sua entidade. Ele age com
transparência, sem a ideia de querer prejudicar o fornecedor.

- O comprador deve ser um sujeito honesto. Ele não só não pratica


irregularidades, ele denuncia irregularidades de que tenha ciência.

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- Por fim, do ponto de vista do comprador, todos os fornecedores devem
ser tratados de maneira igual. Então, nada de fazer um favorzinho para aquele
seu primo que ta com dificuldades financeiras para facilitar a compra de material da
empresa dele. Tão ruim quanto é aceitar uma joia ou outro presente caro no caso de
uma negociação bem sucedida com a empresa.

Só a título de curiosidade, no caso do serviço público federal, presentes


abaixo de R$ 100,00 podem ser aceitos sem problemas, por serem classificáveis
como "brindes". Acima desse valor entende-se que o presente passa a influenciar
nas atribuições do servidor. Para distinguir as situações em que o recebimento do
presente ultrapassa a mera cortesia, utilize este parâmetro.

Embora essas características todas sejam até mesmo óbvias, o que se


assiste no Jornal Nacional todos os dias é justamente servidores fazendo o contrário
disso. Então, lembre-se das reportagens como o exato oposto do perfil do
comprador :P. E por favor, quando passar nessa prova, nada de "esquema".

Compras no Setor Público

Os temas relacionados a Compras no Setor Público são eminentemente de


Direito Administrativo. É a minha casa, aquilo que passei cinco longos anos
estudando com afinco. Entretanto, para resolver as questões de ARM, não faria
sentido algum eu marretar vocês com tudo que há para se falar sobre o tema. O que
vai aqui é apenas o necessário para resolver esta parte da prova, e ter uma noção
razoável sobre o assunto. Já adianto que se você já fez algum curso de Direito
Administrativo na vida, para algum concurso que abordasse o tema de licitações e
contratos, asseguro a vocês que já sabem absolutamente tudo que tratarei aqui no
tópico 4, razão pela qual podem ficar tranquilos em pular direto para o tópico 7, se
assim o desejarem.

O setor público também compra. Repartições, por mais que pareçam etéreas
e incompreensíveis, são, em sua maioria, grandes escritórios, e com esta visão, não
são muito diferentes das empresas que existem por aí.

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Desta forma, os órgãos públicos precisam de materiais tanto quanto qualquer
empresa em funcionamento. Mas temos um pequeno problema agora.

Quando a empresa precisa de um material, o gerente da empresa é


informado disso e procede à autorização da compra. Entretanto, ele só tem
autoridade para fazer isso porque o dono da empresa (uma pessoa física e muito
bem conhecida por todos) disse que ele encontrava-se autorizado a tanto. Essa
pessoa física, fala, pensa e pode ser localizada dentro do espaço físico que
chamamos de “realidade” :P. O dono da empresa pode muito bem comprar de um
fornecedor mais caro, a preços extorsivos e não haveria nada de errado com isso.

Entretanto, pense comigo: é o negócio dele. Ele lucra com a eficiência de sua
empresa. Desta forma, é perfeitamente normal que busque sempre a melhor oferta
possível, o melhor fornecedor, as melhores condições, enfim, busque não ser
enganado.

Só que na Administração Pública esse raciocínio opera de outra forma. A


Administração Pública não existe no plano físico. Ela não é uma pessoa, não pensa
e não fala. Desta forma, a Administração Pública, enquanto entidade, não é capaz
de resolver quem, dentre os fornecedores que se apresentam, é o melhor para
aquele caso, menos ainda manifestar verbalmente esta vontade, pelo simples fato
de ela não ser dotada de existência física :P.

A Administração Pública opera através de seus representantes devidamente


eleitos (Prefeitos, Governadores e Presidente). Só que, mesmo estes
representantes não passam de meros “gerentes” da grande empresa que é a
Administração Pública. E assim o sendo, estão vinculados às ordens do chefe.

Mas já que o chefe mesmo não fala, como descobriremos a sua vontade? E
aqui começa a sua longa jornada de descobrimento: a vontade do Estado é a Lei.
As leis editadas por esta querida nação representam aquilo que o Estado procura
ver acontecer em seu território, sendo a manifestação do que a Administração
Pública entende por correto.

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Pois bem, este raciocínio geral funciona aqui também. O chefe já disse como
quer que compremos materiais. Se um órgão público precisar de materiais, e para
ser bem sincero, de quase qualquer coisa, terá de realizar um procedimento
específico, que garanta que aquele contrato fechado com um fornecedor era, de
fato, a melhor oferta entre todas as que se ofereceram e encontravam-se
disponíveis.

Este procedimento é chamado de licitação, e encontra-se atualmente


regulado na Lei 8666/1993. Olha o chefe falando aqui:

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e


contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos


órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias,
as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,


alienações, concessões, permissões e locações da Administração
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas
nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo


e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
qual for a denominação utilizada.
Não resta dúvida, esta é a vontade do patrão, e assim será feito! Mas esse
patrão também explica o porquê de suas razões:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

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Lembre-se: como todo patrão, a Administração Pública não deseja levar
prejuízo. Era para impedir que isso ocorra que fazemos uso do procedimento
licitatório.

Mas eu ainda não defini o que é uma licitação. Recorramos à doutrina de


meus queridos bancos acadêmicos:

“Licitação é procedimento administrativo pelo qual um ente público, no


exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às
condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem
propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a
celebração do contrato”. Esta definição é José Roberto Dromi, com algumas
adaptações para o nosso caso aqui.

Através da licitação, a Administração abre a todos os interessados que se


sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de
oferecer à Administração a sua proposta.

Mas isso não é feito de qualquer jeito. A licitação é procedimento


administrativo, e assim o sendo, segue um rito determinado pela lei. E, mais
importante: a Administração Pública fixará as regras pelas quais analisará as
propostas, a fim de decidir qual delas é de fato a mais vantajosa.

O tal instrumento convocatório de que tanto falo é o edital, que será também
visto na aula de hoje. Então, fique tranquilo.

Ah sim: você está vendo nesta aula Lei 8666/93 para ARM. Este capítulo
introdutório precisaria de bem mais páginas se eu fosse falar sobre Lei 8666/93 para
Direito Administrativo (um dia... :P). Então, se você já conhece a matéria, não
estranhe algumas omissões. Como vocês podem ver, embora existam vários
trechos importantes na lei do ponto de vista da disciplina de contratos
administrativos, entretanto, só grifei aqueles que são pertinentes a nossa disciplina.
O que não quer dizer que esta aula esgote o assunto (nem que eu não saiba a
matéria :P).

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Modalidades, Dispensa e Inexigibilidade de Licitação
e Objeto de Licitação

A expressão “objeto de licitação” é repetida incontáveis vezes ao longo da Lei


8666/1993. Ela quer fazer referência àquilo que será contratado pela Administração
Pública, seja material, bem, serviço ou qualquer coisa que possa passar pela sua
cabeça.

É a primeira coisa que deve constar no edital de uma licitação, a teor do


artigo 40 da Lei 8666/1993:

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o


nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia
e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

[...]

Mas por qual razão um termo cuja explicação pode ser dada em três
parágrafos foi exigido em um tópico separado?

Porque, em algumas ocasiões, o objeto da licitação acaba forçando a


realização da licitação em uma determinada modalidade.

Mas vamos por partes, falemos das modalidades de licitações existentes:

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

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§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente


cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até
o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao


seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e
quatro) horas da apresentação das propostas.

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha


de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de


bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a
quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)

[...]

Só de olhar as modalidades de licitação, você já tem alguma ideia dos


objetos possíveis deste procedimento. Veja, por exemplo, no caso do Leilão, o
objeto de uma licitação pode ser “produto legalmente apreendido” ou ainda “bem
imóvel”.

Pois bem, aqui para a nossa disciplina, peço apenas que você saiba o
seguinte:

A concorrência é obrigatória para os seguintes objetos contratuais:

- obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00;

- compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a R$


650.000,00;

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- compra e alienação de imóveis, qualquer que seja o valor, ressalvados os
casos de alienação de bens adquiridos em procedimentos judiciais ou mediante
dação em pagamento (estes casos admitem tanto leilão como concorrência).

- concessões de direito real de uso

- elaboração do registro de preços, ressalvado neste caso a possibilidade de


se utilizar da modalidade pregão.

Estes são exemplos de objeto de licitações. Mas tenha em mente que a


expressão significa apenas e tão somente “aquilo que se contrata” com a
Administração Pública. Simples? Fácil? É porque é para ser mesmo!

Só que agora o negócio vai ficar mais complicado. Nem sempre é necessário
realizar a licitação. Como assim??? Você acabou de dizer que era! Sim, eu disse,
mas digamos que nosso patrão tem lá seus caprichos :P.

Existem dois motivos pelos quais uma licitação pode não ser feita: a primeira
delas é simplesmente porque não dá para fazer, e a segunda é porque o Estado
não deseja fazê-la.

Tendo isto em mente, vamos refinar um pouco o raciocínio.

Os casos de inexigibilidade de licitação compreendem hipóteses em que a


competição entre licitantes é impossível, ou inviável. Sinta os artigos envolvidos:

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em


especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser


fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de


natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

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III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou
pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito


no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências,
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado


superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o
fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de
outras sanções legais cabíveis

Veja que estes casos refletem uma impossibilidade de competição, o que


torna a exigência de licitação quase uma piada de mau gosto. Exemplos esdrúxulos
que podem fazer você entender a piada:

I – A empresa “Mochileiros da Galáxia” é a única vendedora do aparelho


“gerador de improbabilidade infinita”, uma geringonça vital para aqueles que
desejam viajar no espaço. A partir do momento em que o Estado demanda este
aparelho, não há como outra empresa concorrer com a “Mochileiros da Galáxia”,
visto que ela, e somente ela produzem a máquina. O servidor, coitado, não pode ser
penalizado por não fazer a licitação neste caso. Mas, coisa muito diferente seria um
edital de licitação que tivesse como objeto um carro da marca “PeopleWagen”. Esta
exclusividade decorre da preferência de marca, coisa que o inciso I veda.

II –Determinada Autarquia, que não conta com Procuradores em seus


quadros funcionais, contrata o parecerista Pontes de Miranda para confecção de um
parecer favorável à não aplicação do artigo 5º da Constituição Federal no âmbito
desta federação, parecer este a ser apresentado perante o STF em ação direta de
inconstitucionalidade. Para quem não conhece, Pontes de Miranda foi um
doutrinador da disciplina de Direito Civil, e somente um parecer altamente
especializado como o dele pode conceder à União a chance de passar com algo tão
nefasto. Não adianta ser um parecer do Joãozinho das Flores, bacharel recém-
formado. A especialização faz o trabalho do tio Pontes mais super duper especial
que os demais. Por outro lado, caso Didi Mendonça, renomado publicitário seja
contratado para fazer propaganda sobre as escolas Federais, tal contratação,

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apesar de constituir serviço técnico especializado, não poderá ser feita em regime
de inexigibilidade de licitação, por conta da vedação do inciso II.

Só para constar, o artigo 13 da Lei 8666/1993 é o seguinte:

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais
especializados os trabalhos relativos a:

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;

III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou


tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

VIII - (Vetado).

Inciso III – A contratação do imortal Falcão, um cantor famoso por seu terno
amarelo e girassol gigante para cantar em um show organizado por uma entidade
pública para arrecadar fundos. De novo, não adianta chamar o Joãozinho das
Flores, que além de bacharel, canta no bar do Tião as quintas e sextas feiras. O
público consagrou Falcão, e sua participação no show é que o torna especial.

Veja que nestes três casos, a inexigibilidade da licitação é a única saída, já


que não tem jeito nenhum de se realizar uma licitação competitiva.

Agora, meu filho, respire fundo, e pense comigo: é impossível prever todas as
hipóteses de inexigibilidade de licitação. A imaginação de nosso legislador não pode
ir tão longe, e ele tem mais coisas para fazer do que supor todas os 359847 casos
em que seria impossível realizar uma licitação competitiva. Não é um capricho, é um
fato.

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Desta forma, o artigo 25 está apenas enumerando exemplos onde,
obviamente, a competição é inviável. Mas, sempre que nos deparamos com uma
hipótese de licitação inviável, estaremos diante da inexigibilidade.

Assim, o rol do artigo 25 é exemplificativo, fornecendo apenas exemplos.


Outros casos podem surgir (daí a locução “em especial”).

Mas há casos em que a Licitação poderia ser realizada, mas o chefe tem
suas preferências, e nestes casos, por razões referentes ao pequeno valor, a
situações excepcionais, ao objeto e em razão da pessoa com quem contrata,
opta por não realizar a licitação.

Poderia ser vantajoso competir? Sim! Poderíamos encontrar alguém


querendo dar mais? Sim! Mas o chefe simplesmente dispensou a realização deste
procedimento.

São os casos de dispensa de licitação. Sinta o drama (dê só uma passada de


olho agora, preciso que você leia o que está lá embaixo para fechar o raciocínio):

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela
Lei nº 9.648, de 1998)

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto
na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei,
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior
vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada


urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial
ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência
da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

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V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as
condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou
normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente


superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados
pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços,
por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art.
48)

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos


casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa
Nacional; (Regulamento)

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades


precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a
sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em


conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor,
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo


necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente


da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à
recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional


específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de


autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou
entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da


administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
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informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883,
de 1994)

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,


necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao
fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,


embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada
eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes,
por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos
prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde
que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta
Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de
1994)

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins


lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública,
para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa


científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por
outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim
específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural


com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação
específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista


com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou
obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado.(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações


sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por


agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de
uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com


entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma

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associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XXVII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que


envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos


urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis,
com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde
pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que


envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído
pela Lei nº 11.484, de 2007).

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes


militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem


fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no
âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de
2.010) Vigência

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da
Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
constantes. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da
Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos


estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de
setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por
ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído
pela Lei nº 12.715, de 2012)

Bela paulada né? Vou ser honesto com você: é humanamente impossível
memorizar estas hipóteses, e mesmo que seja possível, isto vai consumir um
espaço monstruoso na sua cabeça que poderia ser mais bem aproveitado com outro
conteúdo. Eu mesmo tenho de recorrer à Lei 8666/1993 quando preciso responder
uma questão a respeito de Dispensa de Licitação.
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O que você pode fazer é o seguinte: peque um lápis, e anote do lado de cada
inciso em qual das quatro hipóteses ele se encaixa. Isso vai, aos poucos, ajudar
você a memorizar mais naturalmente o assunto. Mas não se desespere se você, ao
tomar posse no último cargo público da sua vida, ainda precisar recorrer ao Vade
Mecum para responder estas perguntas :P

Continuando. Repare que o artigo como um todo parece um tanto aleatório,


né? Um monte de hipóteses sem aparente ligação. Existem duas razões para isso:

- As hipóteses de dispensa de licitação são taxativas, ou seja, se não


estiver previsto em lei, a licitação é obrigatória. Isso força o legislador a sair
escrevendo tudo que lhe vem à cabeça, pois se não estiver lá, tem de licitar. Note
que existem várias leis posteriores à 8666/1993 que adicionam novos incisos, e a
tendência é isso continuar indefinidamente :P.

- Como as dispensas de licitação tem origem casuística (são editadas para


atender a determinados cenários, conforme vão surgindo), o artigo começa a
crescer desordenadamente, e sem nenhuma coesão, já que a edição legislativa é
fruto de diversas épocas, todas condensadas neste caótico dispositivo :P.

E para ficar bonitinho, vamos ao SmartArt:

Inexigibilidade: Dispensa:
Situações em que Situações em que
a competição é a competição é
inviável. Rol dispensada. Rol
Exemplificativo Taxativo

Hipóteses
de não
realização
da Licitação

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E falta falar de um algumas coisinhas mais :P. A primeira delas você já
conhece de outros carnavais: a homologação.

A homologação é a simples aprovação do procedimento. Só que este ato


singelo é precedido do exame de todos os atos que integraram o procedimento, de
maneira a garantirmos que não houve nenhum vício no curso da licitação. Estando
tudo em ordem, o procedimento é homologado. Igualzinho concurso público (alias,
você ficaria surpreso com quantas perguntas sobre licitação você pode acertar
pensando em concurso público :P)

A segunda é um pouco mais pomposa. Nós não passamos por um monte de


fases para que o objeto não fosse finalmente contratado. A Administração, através
daquela longa lista de procedimentos previstos na Lei 8666/1993 queria saber quem
oferecia o objeto da licitação nas melhores condições possíveis. E ela achou o
sujeito ideal, razão pela qual homologou o procedimento, de maneira a atestar a
regularidade de tudo que se passou ali.

Aí chegamos à etapa final do procedimento licitatório: a adjudicação.

Doutrinariamente, a adjudicação é "o ato pelo qual a Administração, pela


mesma autoridade competente para homologar, atribui ao vencedor o objeto
da licitação".

Primeira lição: adjudicação é um ato declaratório. Não é a assinatura do


contrato. Assemelha-se mais a um ato formal no qual a Administração proclama
que o objeto da licitação será entregue ao vencedor. Depois disso é que vem a
convocação para assinatura do contrato. E se o licitante não assinar o contrato,
apesar do objeto já ter sido adjudicado?

Como eu já disse, a adjudicação não é a celebração do contrato. Se o


particular, depois de tudo isso, não quiser contratar, não contrata e pronto. Será
punido por isso, mas até que passe a caneta no contrato, não ocorreu a
contratação. Isto deve ficar bem claro na sua cabeça.

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Edital de Licitação

Caro concurseiro. No fundo, você já sabe essa matéria. Era você que estava
lá dando F5 constantemente na página do Diário Oficial (ou do Fórum, conforme seu
nível de preguiça :P) para ver em primeira mão o edital de algum concurso (quem
sabe até deste).

O que é o edital? “Edital é o ato pelo qual a Administração divulga a


abertura da concorrência, fixa os requisitos para participação, define o objeto
e as condições básicas do contrato e convida a todos os interessados para
que apresentem suas propostas”. Essa definição é da minha querida Professora
de Direito Administrativo da Faculdade, que alguns de vocês conhecem por “DI
PIETRO”.

Vou começar fazendo as comparações com o edital de concurso público, e


depois vou falar do edital de licitação. Assim, pela familiaridade, você vai saber o
que procurar. Quer ver?

- divulga a abertura da concorrência: A Administração Pública procura uma


competição justa, mas, mais ainda, deseja que o máximo de pessoas apareça para
fazer propostas, pois assim, é mais provável que consiga a melhor oferta possível.
Isto só é possível através de divulgação, para que todos saibam que aquela licitação
vai acontecer, e em breve.

Pense no seu edital deste concurso: todo mundo ficou sabendo que o
concurso estava aberto por conta do edital. Não foi manda uma cartinha para
nenhum apadrinhado comparecer em um concurso secreto. Tornou-se público que o
seu concurso público seria realizado e TODO MUNDO ficou sabendo.

Uma questão interessante é a seguinte: porque a definição doutrinária fala


sobre “concorrência”? A rigor, a fase de abertura do edital está vinculada a este tipo
específico de licitação.

A licitação na modalidade concorrência é a mais ampla possível, permitindo a


participação de praticamente qualquer interessado. E mais ainda, de maneira a
garantir essa participação ampla, faz uso do edital. Caso estivéssemos tratando da
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modalidade de licitação “convite”, a Administração Pública mandaria o que
chamamos de “carta-convite” para três potenciais fornecedores, e afixaria no quadro
de avisos da repartição um informe para os demais.

Veja que a carta-convite é diretamente direcionada a alguns fornecedores.

No caso da concorrência, é na base do edital mesmo :P.

- fixa os requisitos para participação: No caso do edital de concurso


público, lá encontramos disposições a respeito da idade mínima, quitação das
obrigações eleitorais e militares, nível de escolaridade exigido e afins.

Para o nosso edital de licitação, a coisa não muda em absolutamente nada. A


Administração Pública possui algumas exigências a serem cumpridas por aqueles
que desejam com ela contratar.

Estes requisitos são verificados através de uma fase chamada “habilitação”,


no qual a Administração Pública deseja ver cumpridos os seguintes requisitos:

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos


interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº
12.440, de 2011) (Vigência)

- define o objeto e as condições básicas do contrato: Aqui vale a máxima:


o edital é a lei da licitação. O que estiver contido no edital deve ser seguido
rigorosamente, sob pena de nulidade de todo o procedimento. Isso está muito nítido
no artigo 3º da Lei 8666/1993:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos

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Desta forma, nem o particular que aceitou participar da licitação, nem a
própria Administração Pública, que já manifestou a sua vontade através do edital,
poderão mudar de ideia depois. Sim, nem mesmo a Administração Pública. Lembre-
se que a licitação busca um fim bastante peculiar: a assinatura de um contrato,
representando direitos e obrigações de ambas as partes. A Administração Pública
precisa de algum bem ou material, e para isso, contrata com o particular. Mas não
se pode mudar as regras do jogo no meio do caminho, e isso não é direito
concedido nem mesmo à Administração Pública. É a mesma ideia de um contrato
de fornecimento: o fornecedor fez preparativos para atender ao pedido da empresa,
cumprir os prazos e ainda tirar uma margem de lucro da operação. Se as regras
ficarem mudando, essa expectativa se frustra.

O que pode te ajudar em prova é a seguinte afirmação: A licitação é uma


oferta de contrato feita pela administração a todos os interessados que atendam às
exigências nele estabelecidas. Como oferta de contrato, você deve entender
imaginar o seguinte: A Administração Pública já tem um contrato escrito com todos
os seus direito e obrigações ali discriminados, razão pela qual está apenas
buscando alguém que possa assiná-lo. Mas para assiná-lo, não basta querer, é
preciso mostrar-se capaz de cumprir as obrigações nele contidas. Assim sendo, a
licitação está buscando localizar e identificar este alguém.

- convida a todos os interessados para que apresentem suas propostas:


Este é tranquilo. É o bom e velho convite para que todos que quiserem participem
do procedimento, tal como qualquer interessado na vaga deste concurso poderia se
inscrever se assim o desejasse.

Recomendo uma leitura pausada do artigo 40 da Lei 8666/1993. Ele possui


todas as informações daquilo que deve constar em um edital. Eu normalmente
reproduziria os artigos aqui, mas a aula se tornaria excessivamente longa. O que é
verdadeiramente importante que você aluno tenha em mente é que qualquer inciso
do artigo 40 pode ser encaixado dentro de uma dessas quatro funções coloridas:
divulgação, fixação de requisitos, definição do objeto ou convite dos
interessados. Pode ir lá tirar a prova :P.

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Pregão

Pregão também é modalidade de licitação. E porque não a coloquei lá no


começo, junto das demais?

1 – Esta modalidade não está prevista na Lei 8666/1993, e sim na Lei


10.520/2002, o que prejudicaria um pouco a coesão do curso.

2- Seu edital pediu um tópico específico, então, é melhor que eu te dê um


tópico específico :P

O Pregão é uma espécie de leilão inverso, onde os participantes dão lances


cada vez menores, até que se proclame um vencedor. Esta é a ideia geral, e é com
estes olhos que você deve olhar os próximos itens.

Comecemos:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na
modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital,
por meio de especificações usuais no mercado.

Art. 2º (VETADO)

§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da


informação, nos termos de regulamentação específica.

[...]

Primeira lição: pregão serve para aquisição de bens e serviços comuns.


Embora a lei defina o que é um bem ou serviço comum, esquece aquilo e pensa
nisso: um bloco de folhas de sulfite. Dá para fixar objetivamente padrões de
desempenho e qualidade? Não sabe? Bom, eu consigo colocar no edital, sem
provocar gargalhadas, que o objeto do pregão será a aquisição de folhas sulfite,
brancas, próprias para impressão em impressora laser, tamanho A4? São
critérios objetivos. Por outro lado, fazer um pregão para apresentação de uma
cantora que seja bonita e cante bem não vai rolar, pois são atributos subjetivos,
dependendo da opinião de quem observa o objeto.

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Como não estamos em Direito Administrativo, não vou marretar vocês com
todas as minúcias do tema. É improvável que algo muito profundo vá cair em ARM,
quando a banca poderia muito bem passar por cima de vocês em Direito
Administrativo.

Mas você vai sair daqui sabendo o necessário.

O Pregão costuma ser dividido em duas fases: a fase interna (ou


preparatória, anterior a abertura do procedimento ao público) e a fase externa (a
partir da publicação do edital).

A fase interna busca o seguinte:

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o


objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das
propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com
fixação dos prazos para fornecimento;

II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações


que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;

[...]

Veja que estes passos são, inclusive, comuns a todos os procedimentos


licitatórios. Só que a Lei 10.520/2002 resolveu deixá-los bem clara. Só ressalto que
aqui não há nenhuma peculiaridade desta modalidade em relação às demais.

E a fase externa? Veja só:

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos


interessados e observará as seguintes regras: [...].

O artigo 4º é um primor de detalhamento. Reproduzi-lo aqui é desnecessário,


além de extremamente chato. Apenas chamo a sua atenção a uma casca de
banana, eternizada pelas bancas de concurso:

VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão


declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e
entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos,

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procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com
os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;

Não existe disposição semelhante na Lei 8666/1993. E por quê? Porque no


pregão, a fase de habilitação é posterior à fase de competição, o que não ocorre
nas modalidades de licitação da Lei 8666/1993. Por que isso faz alguma diferença?

Pense no seguinte: em uma licitação "normal", eu coletaria todos os


envelopes contendo a comprovação da habilitação dos licitantes, abriria um por um
e opinaria pela comprovação ou não dos requisitos para participar. Isso leva
bastante tempo, fora o fato de que a decisão que delibera pela não habilitação do
licitante comporta recurso (o que quer dizer mais tempo gasto).

Sabendo disso, o Pregão tenta se mais ágil. O pregoeiro só irá olhar os


envelopes de habilitação DEPOIS de terminada a fase de competição. Mas aqui
vem a grande sacada: ele só precisa abrir o envelope do vencedor. Menos
documentos para olhar, menos tempo perdido. Se o licitante não cumprir os
requisitos, o objeto da licitação não lhe será adjudicado, e se passa ao segundo
lugar.

Reforço que isto não está nem perto de ser um curso satisfatório de Direito
Administrativo, mas você saiu daqui sabendo o que precisa saber para
Administração de Recursos Materiais :P. O dia que seu professor for agraciado com
a oportunidade de ministrar aquele curso, nós vamos perder bem mais tempo aqui
:P.

E por fim, reproduzo algumas peculiaridades do procedimento do Pregão que


você deve ter em mente, caso não tenha tempo de dar uma lida na lei:

VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com
preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e
sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior,
poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos
lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

X - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor


preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e
parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;
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Contratos e Compras

Bom meu caro, tudo que estava lá em cima não passaria de um exercício de
futilidade se a Administração, ao final desta história, não resolvesse finalmente
contratar o objeto licitado.

E tal como nós, meros mortais, a Administração Pública também contrata. E


por favor, não perca de vista o detalhe mais importante da frase anterior: isto é um
contrato.

O que significa isto? Significa que a Administração Pública mostra outra


identidade quando celebra acordos de vontade com o particular. A face do Estado
que você conhece é daquele órgão instituidor de leis e capaz de, por meio destas
mesmas leis, fazer com que você, mero mortal, seja forçado a agir de acordo com a
vontade estatal, mesmo que você não queira. Alias, o Estado dispõe de meios
coercitivos suficientes para forçar você a seguir a vontade dele (Estado).

Mas em licitações e compras públicas, não é assim que funciona. Não é


através de leis que as obrigações das partes são fixadas, mas através de um
instrumento de manifestação bilateral de vontades que você conhece por contrato.

Agora o Estado não obriga, ele se obriga. E o particular ingressa nesta


relação se assim o desejar. Este é o ponto que deve guiar seu raciocínio neste
tópico.

Feita esta introdução, vamos a conceitos agora. O primeiro deles é o de


Contrato Administrativo: Contrato administrativo, de acordo com a Lei nº
8.666/1993, é todo e qualquer ajuste celebrado entre órgãos ou entidades da
Administração Pública e particulares, por meio do qual se estabelece acordo de
vontades, para formação de vínculo e estipulação de obrigações recíprocas.

A definição acima foi retirada do Manual de Licitações e Contratos do


Tribunal de Contas da União, e com palavras muito mais bonitas, sintetiza o que
vimos na introdução.

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Mas sempre tem uma pegadinha: o Estado, por mais que aceite contratar
com nós, particulares, permitindo que as obrigações sejam fixadas através da
vontade conjunta dela, Administração, e nós, particulares, se reserva a algumas
prerrogativas.

E já adianto: se eu e você contratássemos qualquer objeto, e eu fizesse


constar cláusulas de natureza semelhante, provavelmente este contrato firmado
seria declarado nulo ou abusivo pelo Judiciário (seriam chamadas de cláusulas
leoninas, e o contrato, por sua vez, de contrato leonino). Entretanto, a Administração
Pública, por representar o interesse coletivo, deve inserir tais cláusulas em seus
contratos.

Por que contei esta história? Para que você entendesse o nome que lhes é
dado em algumas provas: “clásulas exorbitantes”. Através de cláusulas, que, por
exemplo, permitem à Administração Pública rescindir o Contrato Administrativo
unilateralmente, alegando interesse público, aplicar sanções unilaterais ao particular
que descumprir o contrato, ou pior ainda, dentro de determinados limites, alterar a
quantidade de materiais contratados sem sequer perguntar o que o particular acha
disto, a Administração Pública termina por assumir uma posição superior ao
particular, mesmo nesta relação contratual.

Veja as disposições do artigo 58 da Lei 8.666/1993:

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos


instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a
eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às


finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no


inciso I do art. 79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial


do ajuste;

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V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto
do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado,
bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos


contratos administrativos não poderão ser alteradas sem
prévia concordância do contratado.

§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas


econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para
que se mantenha o equilíbrio contratual.

Legal né? Imagina que se eu prevejo isto nos contratos de aulas. O Judiciário
vai comer meu fígado! Mas a Administração Pública pode fazer isto..

Quanto aos tipos de contratos que podem ser firmados pela a Administração
Pública, acredito que merecem menção aqueles que podem ser extraídos
diretamente do texto da Lei 8666/1993:

- Contrato de Compra: O nome já dá a pista, estes tipos de contrato buscam


a aquisição remunerada de bens para fornecimento, seja de uma só vez, seja
parceladamente. Servem de exemplo as compras para materiais de escritório (papel
sulfite, clipes, grampos), de computadores, mobiliário e o que mais você conseguir
imaginar.

- Contrato de Obra: Contratos que envolvem em alguma medida, serviços


de construção civil, embora contratem não o serviço em si, mas o seu resultado
final, tais como construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de
alguma coisa, sendo esta coisa aquilo que a Administração Pública deseja.
Exemplos clássicos: construção de hidrelétricas, pontes, estradas, reforma ou
ampliação de edifícios;

- Contratos de Serviços: Envolvem não a entrega de um objeto, mas uma


obrigação de fazer algo. Normalmente associados a serviços de demolição,
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação,
manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-

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profissionais. Exemplo: conserto de computadores, manutenção de jardins, locação
de veículos, instalação de aparelhos de ar condicionado. Se ficou em dúvida quanto
a como diferenciar este item do anterior, tenha em mente: nos contratos de serviço,
a Administração já possui o bem que eventualmente será objeto da prestação do
serviço. Por exemplo, na prestação de serviços de reparo de computadores, a
Administração já tem o computador a ser concertado, ao passo que na construção
da hidrelétrica, a dita hidrelétrica ainda não existe :P.

O Contrato Administrativo também exige formalização. Doutrinariamente, o


contrato é só uma ideia, desprovido de substância física, sendo adequado se falar
em “Instrumento de Contrato”, já que o contrato (ideia) será fixado em um
instrumento (documento escrito em papel, geralmente). Mas a própria Lei 8666/1993
refere-se à palavra “Contrato” como o próprio documento formalizado.

Pulando estas discussões doutrinárias, todo contrato administrativo deve ser


formalizado por escrito, por meio daquilo que chamamos de “termo de contrato” nos
seguintes casos:

- Licitações realizadas nas modalidades concorrência, tomada de preços e


pregão;

- Hipóteses de dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujo valor esteja


compreendido nos limites das modalidades concorrência e tomada de preços;
Talvez tenha ficado um pouco confuso, mas simplificando: se a licitação foi
dispensada ou era inexigível, e o valor do objeto estivesse nas faixas que obrigavam
a contratação por concorrência ou tomada de preços, o “termo de contrato” também
se faz necessário.

- Contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações futuras.


Tome cuidado aqui também. O objetivo de forçar a realização de licitações nestes
casos é que as obrigações futuras onerarão o erário durante longos períodos de
tempo, devendo ser observadas com mais atenção. A contratação para entrega
periódica de suprimentos de merenda é um belo exemplo do que estou tentando
dizer aqui.

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Ok, e aquilo que não tiver sido mencionado acima? Aí pode tudo! :P.
Brincadeira, NÃO PODE NÃO!!!! Existem quatro instrumentos que podem ser
utilizados no lugar do termo de contrato, a saber:

- carta-contrato

- nota de empenho de despesa

- autorização de compra

- ordem de execução de serviço

E apenas em raríssimos casos a Administração Pública permite a assunção


de obrigações de forma verbal. Veja só:

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas


repartições interessadas, as quais manterão arquivo
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se
formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato


verbal com a Administração, salvo o de pequenas
compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas
de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em
regime de adiantamento.

Só para constar, o valor a que se refere o parágrafo único não pode exceder
a R$ 4.000,00 (presente, para que você não tenha de ficar calculando os valores).
Saiu disto, o contrato é nulo, simplesmente não tem valora algum!

Por fim, sugiro que você leia o artigo 55 da Lei 8.666/1993. Ali constam todas
as cláusulas que precisam constar do contrato. Eu poderia reproduzi-las aqui, mas a
aula ficaria desnecessariamente extensa, fora o fato de você já conhecer este artigo
das aulas de Direito Administrativo.

Para Administração de Recursos Materiais, o conteúdo deste item é


suficiente para responder as questões. Caso queiram ir mais longe, neste caso eu

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sugeriria um Manual de Direito Administrativo ou, ao menos, um curso da disciplina
:P.

Convênios, contratos de gestão e termos similares

Pois bem, os termos acima citados referem-se a diversas modalidades de


contrato administrativo que não aqueles firmados através da Lei 8666/1993. São
contratos, conforme veremos mais a frente, que podem ser firmados inclusive com
órgãos da Administração Pública, em um autêntico exercício de esquizofrenia :P.

Brincadeiras a parte, comecemos pelos termos que seu edital dignou-se a


enumerar:

Convênios:

Olha que legal. O convênio em si não é uma modalidade de contrato.


Assemelha-se mais a um instrumento pelo qual a Administração Pública pode
associar-se a outras entidades, sejam elas públicas ou privadas.

Alias, atente-se para a definição doutrinária: “convênio é forma de ajuste


entre o Poder Público e entidades públicas ou privadas, para a realização de
objetivos de interesse comum, mediante mútua colaboração.” O que isto tem a ver
com Administração de Materiais? Quase nada, mas não vivemos para questionar, e
sim para seguir :P.

E por qual razão a legislação e doutrina autorizada insistem em dizer que o


convênio não é contrato, apesar de ser instrumento pelo qual vontades são
firmadas e objetivos delineados? As razões mais usuais são as seguintes:

- Os Contratos são construídos através de interesses opostos das partes


contratantes. Embora o objeto do contrato seja o mesmo (compra e venda de
determinado bem), o interesse que motiva as partes é contraditório (uma parte quer
se livrar do bem, por um dado preço, enquanto outra deseja o bem para si, ainda
que a custa de determinada quantidade de dinheiro). No caso dos convênios, os
objetivos pretendidos pelos participantes são precisamente o mesmo;

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- Os objetivos institucionais dos conveniados são comuns. Uma
universidade pública, com o propósito de disseminar o conhecimento firma convênio
com outra entidade, a fim de que, por exemplo, esta inicie uma pesquisa financiada
pela universidade. Exemplos são os mais variados;

- Pelas mesmas razões, os resultados buscados com o convênio são os


mesmos para todos os participantes;

- Há mútua colaboração entre os participantes. Não se cogita de preço


fixado por uma das partes para remunerar a outra.

Na página anterior, eu disse que não fazia ideia do porque este tópico caiu
em Administração de Materiais. Lembra-se disto? Bom, de fato, continuo achando
que não faz sentido algum, entretanto, seu examinador pode ter imaginado que o
tema era pertinente pelo fato de o convênio também poder ter por objeto a
prestação de serviços contínuos (à semelhança dos contratos administrativos, mas
seguindo as particularidades que podem ser pactuadas através de convênio, como
nos exemplos citados).

Outra particularidade: as licitações para celebração de convênio são


reputadas pela doutrina como inexigíveis, face à inviabilidade de competição.
Este talvez seja o ponto mais importante de todo este capítulo. Como não se cogita
de preço para a celebração de um convênio, não se admite competição quanto ao
mesmo (afinal, se não se pode fixar remuneração, como é que aferiríamos a
proposta mais vantajosa?)

E não consigo imaginar o que mais o seu examinador poderia querer sem
invadir o edital de Direito Administrativo :P.

Passando adiante, temos os Contratos de Gestão.

Meu caro, este aqui realmente é digno de curiosidade. Quando o vi na


faculdade, achei-o fascinante, e espero conseguir mostrar a vocês a razão disto.

Contratos de Gestão são firmados entre a Administração Pública Direta


de um lado, e do outro, pasmem, entidades da Administração Pública Indireta,

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ou mesmo entidades privadas que atuem em paralelo com o Estado (entidades
paraestatais).

Lembre-se que as entidades da Administração Pública Indireta possuem


personalidade jurídica própria, de maneira que são pessoas jurídicas
diferentes da Administração Pública a qual pertencem. Isto é o primeiro ponto
que chama a atenção.

Mas por que raios algum ente federado resolveria firmar um Contrato de
Gestão? As razões se tornam mais claras quando observamos seu objetivo: O
Contrato de Gestão é firmado com o intuito de estabelecer determinadas metas a
serem alcançadas pela entidade, em troca de algum benefício a ser outorgado pelo
Poder Público. Sim! É exatamente isto que você leu: a entidade da Administração
Pública Indireta concorda em atingir determinadas metas, e em troca, ganha alguma
coisa do Poder Público (Administração Pública Direta). Percebeu porque este
contrato chamou tanto minha atenção? É uma pessoa jurídica que integra o Estado
negociando com o próprio Estado!!! :P.

Ok, a Administração Pública Direta firma metas a serem alcançadas, que


provavelmente são de seu interesse, e o que a tal entidade leva nisso tudo? A
“recompensa” mais comum é a liberação de certas formas de controle, conferindo
maior autonomia à entidade.

Se você já estudou Direito na vida, favor abstrair a possibilidade de


impugnação perante os Tribunais de Contas e a provável inconstitucionalidade
deste tipo de acordo. Eu sei que o arranjo é estranho, você também sabe, mas sou
só o professor, e pior, de Administração de Recursos Materiais :P.

Ah sim, não nos esqueçamos que na esfera federal, o contrato de gestão


possibilita a autarquias e fundações públicas que o firmarem passem a ostentar o
título de “agências executivas” se conseguirem cumprir os termos do contrato de
gestão.

Por fim, como muito bem observado pela minha antiga professora de Direito
Administrativo:

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“O contrato de gestão, quando celebrado com entidades da Administração
Indireta, tem por objetivo ampliar a sua autonomia; porém, quando celebrado com
organizações sociais, restringe a sua autonomia, pois, embora entidades privadas,
terão que sujeitar-se a exigências contidas no contrato de gestão”. Esta observação
da Professora Di Pietro é digna de uma questão de prova, então, pense nisso com
carinho.

Quantos aos “termos similares”, sugiro a vocês que deem uma olhada nos
seguintes artigos das seguintes leis, que expressam o conceito dos termos que irei
enumerar:

Parceria Público-Privada: artigo 2º e seus parágrafos da Lei 11.079/2004;

Concessão e contratos afins: artigo 175 da Constituição Federal e artigos 29


a 31 da Lei 8987/1995 (definem as obrigações do Poder Concedente e da
Concessionária)

Consórcio Administrativo: ler na íntegra a Lei 11.107/2005.

Lógico que seu professor poderia ter colado os artigos, mas eu gostaria
mesmo que vocês sentissem a curiosidade de ler estes diplomas. E se vocês
sacarem os objetivos de cada contrato da leitura das leis, isto garantirá a fixação do
conteúdo de maneira bem mais natural. Qualquer coisa, grite!

Pois bem, com isso, encerramos nosso curso. Você viu tudo que eu poderia
imaginar que precisasse ser visto para uma prova de Administração de Materiais.

Daqui para frente, é com você. O que não quer dizer que eu não estarei no
fórum para uma mãozinha :P.

Grande abraço.

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Questões Comentadas

CESPE 2008/SERPRO/Analista – Gestão Logística. Acerca da


movimentação, da alienação e de outras formas de desfazimento de materiais,
julgue os itens.

1. A alienação consiste na operação que transfere o direito de propriedade do


material mediante venda, permuta ou doação.

Comentário: Item correto. É a própria definição de alienação, já estudada


por nós na aula.

CESPE 2008/STF/Analista Judiciário. Acerca de administração de materiais


nos setores privado e público, julgue os seguintes itens.

2. Diz-se que um bem móvel classificado como material permanente está


sujeito ao tombamento quando ele não pode ser alienado nem modificado,
tampouco sua destinação alterada.

Comentário: Item errado. Todo item está sujeito a tombamento enquanto


integrar o patrimônio da instituição pública, desde que, como falamos, seu valor
econômico justifique rigoroso controle sobre sua existência. Não interessa se ele é
dominical (passível de alienação). Alias, vimos que o registro deve permanecer
mesmo quando o material deixou de fazer parte do patrimônio da entidade (bens
desincorporados).

3. IADES - 2010 - CFA - Assistente Administrativo Assinale a alternativa que


define a cessão de um material pertencente do patrimônio de uma instituição.

a) Ocorre quando materiais são entregues na organização com a


transferência gratuita de posse e direito de uso.
b) Ocorre quando os materiais são produzidos no próprio órgão.
c) Cessão é a troca de materiais ocorrida entre organizações e que
tenham o mesmo valor comum.
d) Cessão é a mesma coisa que aquisição remunerada de material
com a utilização de recursos orçamentários disponíveis na
organização.

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Comentário: Questãozinha bem específica, arrancada direto do Decreto
99.658/1990, o qual regula, no âmbito da Administração Pública Federal, o
reaproveitamento, a movimentação, a alienação e outras formas de desfazimento de
material. Vale uma lida. Veja só:

Art. 3º Para fins deste decreto, considera-se:

[...]

III - cessão - modalidade de movimentação de material do acervo, com


transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, entre órgãos ou
entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional do
Poder Executivo ou entre estes e outros, integrantes de qualquer dos demais
Poderes da União;

[...]

Letra a)

4. FCC - 2010 - Sergipe Gás S.A. - Assistente Administrativo O processo


realizado pela instituição a fim de cumprir a legislação e manter em dia as
informações patrimoniais é denominado

a) Recolhimento.
b) Redistribuição.
c) Cadastramento
d) Inventário físico.
e) Alienação

Comentário: Nós dedicamos um capítulo inteiro desta aula para falar disso, a
FCC conceituou o procedimento de inventário físico nesta questão. Desta forma, a
letra d) é a correta.

5. IADES - 2010 - CFA - Assistente Administrativo Assinale a alternativa


que apresenta vantagem da gestão de inventário e controle de estoque em uma
organização.

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a) Gestão de inventário e controle de estoque são necessários para manter
baixos custos de capital e manutenção das linhas de produção.
b) A gestão de inventário permite reduzir os custos no processo de vendas,
por meio da otimização de rotas.
c) Uma das vantagens é a negociação com os fornecedores em bases
favoráveis, uma vez que os estoques estarão abarrotados.
d) A efetiva gestão do inventário possibilitará ganhos de escala na
produção, por meio da automatização dos processos de compra e
controle de estoques.

Comentário: Essa é uma questão interessante. Você chega à conclusão dela


se usar todos os conceitos que utilizamos nas aulas. A empresa gerencia seu
inventário e controla estoques para ter certeza de que os bens e mercadorias ali
constantes permanecem com as características de quando foram adquiridos (e até
mesmo para saber se o item não se extraviou).

Ora, ao fazer isso, ela consegue gerir seu estoque com o máximo de
eficiência, já que só terá de fazer compras estritamente necessárias ao seu
funcionamento. E eficiência gera economia. Mas a alternativa b) também fala de
redução de custos e a d) de ganho de produção. Entretanto, o controle feito através
do inventário permite uma economia direta no custo de capital, embora isso vá,
indiretamente, reduzir os custos das vendas. E o examinador quer, no mais das
vezes, a consequência imediata. Letra a) é a alternativa correta.

6. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em


Material e Patrimônio A interdependência dos componentes patrimoniais, o
conteúdo econômico avaliável em moeda dos bens que compõem o patrimônio bem
como a vinculação do conjunto patrimonial a entidade que vise determinado fim
constituem requisitos básicos para que um conjunto de bens, direitos e obrigações
seja considerado patrimônio.

Comentário: Patrimônio só é patrimônio se puder ser identificado, controlado


e mensurado. Item Certo.

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7. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em
Material e Patrimônio Com relação ao patrimônio e seus aspectos qualitativos e
quantitativos, julgue os itens a seguir.

São inalienáveis, enquanto empregados no serviço público, os bens de uso


especial, embora possam ser contabilizados no ativo, inventariados e avaliados.

Comentário: Os bens públicos só podem ser alienados em prol do interesse


público. E a princípio, se foram adquiridos, é porque a sua utilização e manutenção
são mais interessantes ao poder público do que o valor monetário que representam
(fosse de outro modo, não precisariam ser adquiridos). Mas nada disto impede que
o gestor público exerça controle sobre eles. Pelo contrário, é desejável que o faça.
Item correto.

Alienação de bens é a transferência de domínio de bens a terceiros.

Comentário: Mais uma definição de alienação. Sublime :P. Item Correto

8. CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Administrativa -


Específicos Compras e doações são as únicas origens de recebimento de bens
patrimoniais nos órgãos sistêmicos.

Comentário: Pelo amor de Deus. Dificilmente alguma coisa é a única coisa


possível de ser algo :P. Expressões como “sempre”, “nunca”, “único”, “todos”,
“nenhum” quase sempre (já que não existe “sempre”) invalidam a alternativa. E aqui
não é diferente. As permutas também são meios de recebimento de bens materiais,
e isso é só um exemplo. Item Errado.

9. COPEVE - 2010 - Prefeitura de Penedo - AL - Agente Administrativo -


1O controle de materiais utilizados em uma repartição pública obedece ao conjunto
de competências do responsável pelo setor. O controle deve ser capaz de identificar
a qualquer momento as opções abaixo relacionadas, excetuando-se:

a) quantidades a disposição.
b) devoluções feitas ao fornecedor.
c) necessidades específicas de aquisição.

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d) compras recebidas.
e) compras aceitas.

Comentário: O ilustre servidor do almoxarifado é um guardião. Ele é capaz


de dizer a qualquer instante o que está em seu poder naquela sala. Mas ele não faz
ideia do porque e nem para que serve aquilo que ele guarda. Assim sendo, ele não
conhece as necessidades que conduziram à aquisição daquele item. Letra c)

10. CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa Na


gestão patrimonial, o registro das características e das quantidades determinadas
pelo levantamento consiste na etapa de inventário denominada:

a) Grupamento.
b) Mensuração
c) Arrolamento
d) Avaliação
e) Identificação

Comentário: Nós já vimos isso. O registro de característica vem logo depois


da fase de levantamento. É necessário anotar o que foi levantado, e isso se chama
arrolamento. Item c).

11. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em


Material e Patrimônio Para o inventário de material permanente, deve-se
considerar o material cuja vida útil estimada seja superior a dois anos.

Comentário: Perfeita a definição de material permanente. Seu uso contínuo


não descaracteriza sua substância, e sua vida útil é estimada em mais de dois anos.
Item correto.

12. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em


Material e Patrimônio O arrolamento, uma das fases do inventário do patrimônio,
consiste no registro das características e quantidades obtidas na fase do
levantamento.

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Comentário Acho que nem precisa comentar né? Mas se precisar, o
arrolamento é justamente a fase após o levantamento do inventário, no qual as
características e quantidades obtidas na contagem são registradas. Item Correto

13COPEVE - 2010 - Prefeitura de Penedo - AL - Agente Administrativo -


1Em uma repartição pública, ao se proceder ao levantamento de todos os seus
ativos (tangíveis, intangíveis, ativo mobilizado etc.) está elaborando-se.

a) o inventário de patrimônio.

b) a lista de bens.

c) o rol de objetos e processos.

d) o registro de documentos.

e) a classificação pecuniária.

Comentário: Definição perfeita e acabada de inventário de patrimônio. A


repartição está querendo verificar se todos os bens que a guarnecem continuam em
seu poder, e em perfeito estado. Item a).

14. CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área Administrativa -


Específicos - 01Caso determinado item apresente duas contagens divergentes em
um mesmo inventário, deve-se adotar como estoque físico a média aritmética entre
os resultados das duas contagens, assumindo-se o número inteiro imediatamente
inferior.

Comentário: Trapaceiros :P. Se a primeira conta não bateu com a segunda,


isto significa que a contagem de ser refeita. Este “bem bolado” de tirar a média
acaba descaracterizando a dupla contagem, que tem justamente a finalidade de
dimensionar a real situação dos bens e materiais, e não uma simples aproximação.
Item Errado.

15. COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Assistente de Administração Em


relação ao processo de inventário na administração pública, não é correto afirmar:

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a) na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a legislação
estabelece que o levantamento geral de bens móveis e imóveis terá por base o
inventário analítico de cada unidade gestora e os elementos da escrituração
sintética da contabilidade.

b) a fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, bem como


a responsabilidade dos setores onde se localizam tais bens, a Administração
Pública deve proceder ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma
vez a cada cinco anos.

c) na Administração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento


dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodicamente, com o
objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que são registrados na contabilidade
e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a
responsabilidade dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens.

d) é um instrumento de controle para verificação dos saldos de estoques nos


almoxarifados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão ou
entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo atualizados e
conciliados os registros do sistema de administração patrimonial e os contábeis,
constantes do sistema financeiro.

e) os inventários na Administração Pública devem ser levantados não apenas


por uma questão de rotina ou de disposição legal, mas também como medida de
controle, tendo em vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa
física, mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer danos.

Comentário: Lembre-se sempre: não existe regra específica de quantas


vezes um inventário deve ser feito no ano. Entretanto, caso estejamos falando de
uma repartição pública, normalmente será recomendado que se fizesse o inventário
ao menos uma vez por ano, o que mostra que a incorreção da letra b).

16. CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Administração -


Específicos Com relação à administração patrimonial e de materiais, julgue os
itens seguintes.

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Para efeito de identificação e inventário, os equipamentos e materiais
permanentes devem receber códigos alfanuméricos ou numéricos, não
necessariamente sequenciais, que devem ser apostos ao material, por meio de
gravação, fixação de plaqueta ou etiqueta.

Comentário: Não tem sentido utilizar um sistema de codificação numérica se


ele não for sequencial. Fosse para simplesmente jogar números aleatoriamente,
sem qualquer ordem, melhor seria não fazer o controle patrimonial. Item errado

17. CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA


DE ADMINISTRAÇÃOO inventário, ou levantamento físico para verificação de
estoques, deve ser realizado uma única vez ao final do ano fiscal, para fins de
declaração do imposto de renda da empresa.

Comentário: O inventário pode ser feito quantas vezes a instituição reputar


válidas, e em qualquer época do ano. Lembram que o inventário rotativo se
caracteriza justamente pela realização de diversos inventários ao longo do ano,
cada um de uma área da instituição? Item errado

18. CESPE - 2010 - MPU - Técnico Administrativo Considere que o


responsável pelo setor de estoque de certa organização pretenda adotar um método
de inventário físico que permita que os artigos de alta rotatividade sejam contados
com mais frequência que os de baixa rotatividade. Nessa situação, o responsável
pelo referido setor deve adotar o método de inventário periódico.

Comentário: Olha que legal, eu fiz essa questão na época que ela saiu :P. O
que o examinador sugeriu logo acima é mais bem realizado com o inventário
rotativo e não com o periódico. O inventário periódico se presta a efetuar a
contagem do estoque todo, de maneira uniforme. Por outro lado, eu posso organizar
o inventário rotativo de maneira que determinadas áreas e classes de itens sejam
contadas mais vezes do que outras. Essa é uma das finalidades da classificação
ABC: selecionar os itens que merecem mais atenção do gestor de estoques. Desta
forma, é perfeitamente possível que o inventário rotativo preveja contagens 12
vezes ao ano para itens da classe A, e se contente com apenas duas contagens dos
itens da classe C. Item errado.

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19. CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Técnico do Banco Central - Área
1Após o término do inventário físico dos itens em estoque, deve-se calcular um
índice representativo da acurácia dos controles de movimentação de materiais da
empresa. Considerando que foram inventariados 10.000 itens e encontrados 1.200
itens com divergências, o índice de acurácia desse estoque é de

a) 12%

b) 13,6%

c) 76%

d) 88%

e) 94%

Comentário: Fica tranquilo que dá pra resolver sem conta. O inventário


contou 10.000 itens e identificou durante a contagem 1200 itens com divergência.
Acurácia é uma palavra que significa algo muito próximo de “nível de acerto”. Se
1200 de 10.000 estavam errados, 12% do estoque estavam divergentes. E desta
forma, os outros 88% estavam corretos, e os 88% são o nível de acurácia (NÃO OS
12%). Letra d).

20. FCC - 2007 - TRE-MS - Técnico Judiciário - Área Administrativa


Considere as afirmativas abaixo quanto ao inventário:

I. É a contagem física de todos os estoques da empresa, para que seja verificado se


as quantidades efetivas correspondem aos controles registrados.
II. O maior benefício do inventário é ter os estoques com as quantidades registradas
corretamente.
III. Quando se trabalha com volumes de estoques muito pequenos, a prática de
inventário é mais onerosa que o benefício por ela proporcionado.
IV. As divergências devem ser acertadas no sistema através de requisições para
possibilitar a saída ou de pedidos para se aportar entradas.
V. É necessário que durante o processo de inventário o atendimento seja
paralisado, pois entradas e saídas comprometem as contagens.

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VI. É recomendável que o inventário seja coordenado pelo setor responsável pelo
almoxarifado, pois os funcionários dominam as rotinas e conhecem os itens
estocados.
VII. É recomendável que seja dada atenção prioritária aos itens classificados como
A, dentro do conceito de curva A, B, C.
É correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e VII.

b) II, V e VII.

c) I, IV e VI.

d) III, IV e V.

e) IV, V e VII.

Comentário: Essa é para encerrar o seu curso. Vamos começar pelos casos
mais absurdos. Se inventário deu divergência, esta divergência precisa ser
registrada. Comprar mais bens para cobrir o saldo negativo é simplesmente
subverter a ideia por trás do inventário, que é a de controlar os bens e itens que já
existem na instituição. O item IV está errado.

Agora, imagine-se como fornecedor. Você chega ao destinatário com a carga


e o responsável vira para você e te responde que estão fechados para inventário,
favor voltar mês que vem. Isso pode comprometer as atividades futuras da empresa.
Desta forma, embora se possam paralisar as atividades do almoxarifado para
realizar o inventário (e como vimos no cut-off isso é até recomendável), a contagem
pode muito bem ser feita com este em andamento, apenas demandando maior
cuidado. Item V também incorreto.

O item III também propõe uma excrecência: menos volume, menos espaço,
mais trabalho? Não faz sentido. O estoque menor é mais fácil de gerenciar, e claro,
de contar. Item III está fora.

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O item VI é bem mais legal. Eu aprendi a responder este item em Auditoria.
Preste atenção: é recomendável que quem realize determinada tarefa não seja a
mesma pessoa que fiscaliza o correto cumprimento da mesma. Quer seja por dolo
(se houver alguma divergência, esta pessoa irá, deliberadamente, ocultar sua
existência por medo ou para obter alguma vantagem) ou por culpa (é muito pouco
provável que uma pessoa identifique um erro próprio, pois se fosse capaz disto, não
teria errado em primeiro lugar), sua análise encontra-se prejudicada.

Assim sendo, se são os funcionários do almoxarifado quem executam as


funções concernentes ao estoque e o inventário é justamente a conferência deste
trabalho, é recomendável que seja feito justamente por alguém que não trabalhe no
almoxarifado.

Os outros itens estão de acordo com o que vimos na aula.

21. ESAF – 2013 – DNIT Considere um setor de compras e os responsáveis


pelas compras. Analise as opções abaixo e selecione aquela que representa um
atributo do perfil do comprador.

a) Um comprador deve ser preparado, mas não é preciso que seu


conhecimento esteja no mesmo nível do fornecedor.

b) Todo comprador deve perseguir uma compra que resulte em economia de


recurso financeiro, independentemente das políticas organizacionais.

c) O comprador deve orientar seu comportamento nos mais altos níveis, em


concorrências, discussões de preços e finalização da compra.

d) A ética negocial é definida pelos negociadores e não pelas organizações.

e) O sigilo das negociações é opcional, podendo o negociador revelar as


ofertas feitas por concorrentes para obter melhor preço do fornecedor.

Comentários: Não fazia ideia (e acho que ninguém fazia) do que a ESAF
queria com o tópico “perfil do comprador”. Felizmente, é tão primário que não tem
como inventar muito e o curso fornecia informação suficiente para construção do
raciocínio.
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O comprador deve conhecer o que compra, de maneira que seu
conhecimento precisa estar no mesmo nível do fornecedor, do contrário, corre o
risco de ser enganado, ou de simplesmente adquirir um produto que não é capaz de
atender a expectativa de sua organização. Questão a) está incorreta.

Por outro lado, o comprador é um empregado da organização. Ele representa


os interesses de seu empregador. Se a política da organização prestigiar algum
outro valor (preservação do meio ambiente, respeito à legislação trabalhista ou outro
fator), é possível que este valor represente um acréscimo nos custos de aquisição,
entretanto, o comprador deve respeitar esta política. Alternativa b) também errada.

A ética negocial, como qualquer manifestação da ética, não é definida por


indivíduos, mas por grupos, que ao possuírem uma noção geral e bem definida
daquilo que é ou não aceitável dentro do mundo dos negócios, prestigia ou rechaça
determinados comportamentos. Entretanto, os negociadores, como meros agentes
dentro deste contexto, não tem poder para delimitar a ética que rege essas
relações. Alternativa d) errada.

E por fim, a alternativa e) é um absurdo completo. O sigilo é regra em


negociações, razão pela qual a divulgação de ofertas feitas por concorrentes afronta
os princípios da ética negocial. Representa muito mais um aspecto de discrição, e
sua violação é no mínimo uma indelicadeza (para não dizer antiética).

Só ficamos com a letra c). Sim, o comprador deve se pautar nos mais altos
níveis, qualquer que seja a etapa da negociação. Mais do que um bom comprador,
ao portar-se de maneira tão elevada, reflete os padrões éticos que a instituição
busca transmitir a seus contratantes (inclusive fornecedores). Alternativa c).

22. ESAF – 2013 – DNIT Entende-se por tombamento de bens:

a) o ato de incluir um bem em uma lista de plaquetas metálicas.

b) o registro de um bem permanente no sistema de controle patrimonial.

c) processo realizado pelo almoxarifado com o fim de transferir a


responsabilidade de guarda dos bens.

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d) processo por meio do qual é verificado se os materiais se encontram onde
deveriam estar guardados.

e) processo de derrubada do registro de patrimônio de bens.

Comentários: Observemos a definição mostrada em aula:

Tombamento é o procedimento administrativo de identificação de um


bem e seu registro no patrimônio da instituição. Essa identificação administrativa
consiste em efetuar um cadastro onde são dispostas todas as informações
relacionadas ao bem. E ao final, gera-se um número de patrimônio, normalmente
em uma plaqueta a ser afixada no bem, que será o número de controle deste
mesmo bem até sua alienação ou perecimento.

Não tem nem o que argumentar, alternativa b) na cabeça. Entretanto,


concedemos bônus artístico ao examinador pela piadinha da letra e. É bom saber
que elaborar questões não tirou o seu bom humor...

23. ESAF – 2013 - DNIT - A seção de patrimônio de uma organização é


responsável pela conferência dos bens que constam da lista de materiais que se
encontram nos ambientes da organização. Assinale a opção correta.

a) Os bens que estão na lista e não foram encontrados são excluídos do


inventário.

b) No final do inventário é publicada uma lista com as divergências


encontradas.

c) O inventário de materiais administrativos é realizado pelas áreas de


expedição.

d) O inventário patrimonial é realizado a qualquer momento durante o ano


fiscal.

e) O inventário físico e o patrimonial são ambos de responsabilidade da


contabilidade da organização.

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Comentários: Espero que ainda se lembre dos últimos passos de realização
do inventário:

- Contagem do estoque (ou dos materiais): E finalmente chega o momento.


Depois de tanta preparação, está na hora de contar os materiais ou bens. Cada
item será contado duas vezes. Da primeira vez, será colocado um cartão, etiqueta
ou ficha no bem, para mostrar que a primeira equipe o incluiu na contagem. A
segunda equipe de contagem vai contar tudo de novo, retirando parte da marca
identificadora, para mostrar que também contou o bem. E o que sobrou da marca
será removido ao fim do inventário.

- Reconciliação e ajustes: Fizemos tudo isto para nos certificarmos que não
há divergência entre a realidade e o registro da entidade. Mas e se houver?
Cabeças vão rolar :P. Brincadeira, mas alguém terá de explicar as divergências
(e se você vier a ser chefe, vai te dar uma baita dor de cabeça). Uma vez explicada
a variação, é feito o registro da informação real, e assim, a contagem fica
conciliada.

Pois bem, depois da contagem do estoque, verificamos uma primeira leva de


divergências. Estas divergências têm de, necessariamente, passar pela
reconciliação, para serem explicadas, e se for o caso, o estoque ser reajustado (e
não varrer a sujeira pra debaixo do tapete, como a alternativa a) sugere).

Mas, se a reconciliação não conseguir mesmo localizar estes bens, o estoque


precisa ser ajustado. A ESAF provavelmente estava pensando em seu novo
emprego quando falou em publicação :P. Mas de fato, deve se dar ciência (ao
menos para a organização) de que aquelas divergências existem e foram
localizadas, de maneira a permitir eventual apuração de responsabilidade e, em
caso de admissão de um novo responsável pelo setor, para que este não se veja na
posição de ter de explicar um fato que ocorreu em momento anterior a sua chegada.

24. CESPE - ATI (ABIN)/Administração/2010 As funções da equipe de


compras envolvem todo o processo de localização de fornecedores e fontes de
suprimento, cotação, aquisição de materiais, acompanhamento da ordem de

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fornecimento junto aos fornecedores e o recebimento do material comprado, para
controlar e garantir o fornecimento de acordo com a especificação solicitada.

Comentários: Questão que não merece qualquer reparo, servindo inclusive


como reforço nos estudos. Pode memorizar o item, pois ele reflete fielmente o que é
a função da equipe de compra.

Item Certo

25. CESPE - ATI (ABIN)/Administração/2010A fonte simples é


caracterizada pela existência de apenas um fornecedor disponível no mercado, seja
em razão de patentes, especificações técnicas, matéria-prima, seja em razão de
localização.

Comentários: Como você pode ver, a prova que exigiu esse conhecimento é
de 2010, mas não custa nada reforçar o seu aprendizado:

Fonte Única: Há exclusividade do produto fornecido (quer seja pela


existência de monopólio, produto especial, ou mero acordo exigindo que o material
seja obtido apenas daquele fornecedor).

Fonte Múltipla: O contrário :P. Agora o comprador tem livre acesso a


diversas fontes de materiais, podendo escolher a que mais lhe agradar.

Fonte Simples: Indica uma relação na qual a empresa poderia comprar de


qualquer fornecedor, mas que por questões de planejamento e estratégia, firma um
contrato de longo prazo com um fornecedor específico, sedimentando a relação
comercial entre eles.

Item Errado

26. CESPE - ATI (ABIN)/Administração/2010 No planejamento de um


inventário devem ser incluídos a convocação e o treinamento das equipes
inventariantes, bem como a arrumação física dos estoques e a preparação dos
cartões de inventário, ou instrumento similar.

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Comentários: Questão que reafirma os conceitos vistos na aula. Irretocável
:P. As atividades do planejamento de inventário compreendem a descrição do
enunciado.

Item Certo.

27 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo Inventário é a


verificação da existência dos materiais da empresa, que consiste na contagem dos
materiais existentes, comparada com os estoques anotados no banco de dados.

Comentários: Dá-se o nome de inventário à verificação ou confirmação da


existência de bens na instituição. Este inventário pode se dar tanto sobre os
materiais em estoque como sobre os bens patrimoniais da entidade.

O inventário em si consiste no levantamento físico ou contagem dos


materiais para que os dados obtidos sejam comparados ao registro efetuado pela
instituição. Desta forma, inventariar os bens significa certificar-se de que as
informações constantes no controle da instituição refletem a realidade.

Item Certo

28 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo Um componente


processado que, contudo, ainda adquirirá outra característica ao final do processo
produtivo deverá ser baixado do estoque, porém continuará no inventário.

Comentários: Esta é uma alternativa que merece estudo aprofundado. O


enunciado estava se referindo ao avanço do processo produtivo, com o material
ainda no meio do caminho.

Neste caso, o item é baixado do estoque, pois já não existe mais como
aquele material, mas continua no inventário. Por exemplo: damos baixa em dois
pneus de bicicleta, pois eles já viraram "bicicleta", e, afinal, não podem mais ser
utilizados pelo setor produtivo para confecção de novos produtos.

Se a linha de produção precisar de mais pneus, de nada adiantará o


almoxarife dizer: tenho dois aqui, mas estão em outra bicicleta :P. Por isso o item é

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baixado do estoque (não está mais disponível para uso), mas continua no inventário
(afinal, ele não desapareceu)

Item Certo

29 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo Uma organização que


centraliza o processo de suprimento tem como principal vantagem a agilidade nas
suas compras.

Comentários: A centralização traz várias vantagens inegáveis, mas a


agilidade na resposta das necessidades não é uma delas, vez que a
organização procurará a melhor oportunidade de fazer a compra em maior
quantidade, e isto nem sempre é a alternativa mais ágil.

Item Errado.

30 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo A Descentralização no


processo de suprimento possibilita que a organização obtenha, durante as compras,
maiores descontos junto aos fornecedores potenciais.

Comentários: Exatamente o contrário, meu caro. Ao descentralizarmos o


processo de compras, estas serão feitas por cada unidade, de acordo com suas
necessidades particulares, o que implicará número menor de unidades adquiridas e,
consequentemente, menor poder de barganha.

Item Errado

Julgue os itens seguintes, acerca das medidas que devem ser adotadas pela
administração pública federal nos processos de aquisição de bens e serviços, de
inventário e controle de bens patrimoniais.

31 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo Para a aquisição de bens e


serviços comuns, quando permitida a participação de consórcio de empresas,
deverão estar explicitadas, nos editais de pregões eletrônicos, as condições de
liderança da empresa-líder e a definição de índices contábeis das empresas
consorciadas.

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Comentários: Espero que tenha visto este conteúdo em Direito
Administrativo, pois é uma parte bastante específica do tópico de contratos
administrativos: os consórcios administrativos.

A resposta desta questão em específico pode ser encontrada no artigo 33 da


Lei 8666/1993 e traz os mesmos itens enunciados na questão 109:

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio,


observar-se-ão as seguintes normas:
I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio,
subscrito pelos consorciados;
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às
condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de
cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos
quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-
financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua
respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um
acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual,
inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por
micro e pequenas empresas assim definidas em lei;
IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação,
através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio,
tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

Talvez você se pergunte da aplicação destas regras para o caso do pregão


eletrônico. E aqui o caminho é tortuoso. Veja a disposição do artigo 9º da Lei
10520/2002 (que trata dos pregões "comuns"):

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as


normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

E chegando finalmente no Decreto 5.450/2005, temos logo em seu


preâmbulo:

"O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.520, de
17 de julho de 2002"

O Decreto que institui o pregão eletrônico está simplesmente regulamentando


a Lei 10.520. Pegou o caminho?

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Item Certo

32 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo Na descrição do objeto da


licitação, é obrigatória a previsão das quantidades de materiais e serviços a serem
fornecidas.

Comentários: Vamos olhar de novo a nossa querida Lei 8666/1993:

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços


obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
[...]
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de
materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não
correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
Item Certo

33 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo O inventário é o único


instrumento disponível à administração pública para o controle de bens patrimoniais.

Comentários: Questãozinha polêmica. Se você consultar os eu bom senso,


verá que qualquer alternativa que diga “sempre”, “jamais”, “único”, “nunca” ou
qualquer outro radicalismo, está provavelmente errada, pois é extremamente raro
que um objeto atinja tal nível de exclusividade.

Nesta questão em específico, posso mencionar a vocês o tombamento como


meio de controle de bens patrimoniais: a Administração cola a famigerada placa de
patrimônio no item, e passa a controla-lo a partir daí.

Desta forma, o inventário já não é mais o único meio de controle de bens


patrimoniais.

Item Errado.

34 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo No inventário analítico, o


bem móvel que tiver valor de aquisição ou custo de produção desconhecido poderá
ser avaliado tomando-se como referência o valor de outro, semelhante ou
sucedâneo, no mesmo estado de conservação e a preço de mercado.

Comentários: Esta questão foi arrancada diretamente da Instrução


Normativa SEDAP 205/1998

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(http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/in/in205_88.htm), que vincula a
Administração Pública Federal no que diz respeito à administração de materiais.
Veja só:

8.2.2. O bem móvel cujo valor de aquisição ou custo de produção for desconhecido será
avaliado tomando como referência o valor de outro, semelhante ou sucedâneo, no mesmo estado de
conservação e a preço de mercado.

Item Certo

Questões Propostas

CESPE 2008/SERPRO/Analista – Gestão Logística. Acerca da


movimentação, da alienação e de outras formas de desfazimento de materiais,
julgue os itens.

1. A alienação consiste na operação que transfere o direito de propriedade do


material mediante venda, permuta ou doação.

CESPE 2008/STF/Analista Judiciário. Acerca de administração de materiais


nos setores privado e público, julgue os seguintes itens.

2. Diz-se que um bem móvel classificado como material permanente está


sujeito ao tombamento quando ele não pode ser alienado nem modificado,
tampouco sua destinação alterada.

a) Ocorre quando materiais são entregues na organização com a


transferência gratuita de posse e direito de uso.
b) Ocorre quando os materiais são produzidos no próprio órgão.
c) Cessão é a troca de materiais ocorrida entre organizações e que tenham o
mesmo valor comum.
d) Cessão é a mesma coisa que aquisição remunerada de material com a
utilização de recursos orçamentários disponíveis na organização.

3. IADES - 2010 - CFA - Assistente Administrativo Assinale a alternativa que


define a cessão de um material pertencente do patrimônio de uma instituição.

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a) Ocorre quando materiais são entregues na organização com a
transferência gratuita de posse e direito de uso.

b) Ocorre quando os materiais são produzidos no próprio órgão.

c) Cessão é a troca de materiais ocorrida entre organizações e que tenham o


mesmo valor comum.

d) Cessão é a mesma coisa que aquisição remunerada de material com a


utilização de recursos orçamentários disponíveis na organização.

5. IADES - 2010 - CFA - Assistente Administrativo Assinale a alternativa


que apresenta vantagem da gestão de inventário e controle de estoque em uma
organização.

a) Gestão de inventário e controle de estoque são necessários para manter


baixos custos de capital e manutenção das linhas de produção.

b) A gestão de inventário permite reduzir os custos no processo de vendas,


por meio da otimização de rotas.

c) Uma das vantagens é a negociação com os fornecedores em bases


favoráveis, uma vez que os estoques estarão abarrotados.

d) A efetiva gestão do inventário possibilitará ganhos de escala na produção,


por meio da automatização dos processos de compra e controle de estoques

9. COPEVE - 2010 - Prefeitura de Penedo - AL - Agente Administrativo -


1O controle de materiais utilizados em uma repartição pública obedece ao conjunto
de competências do responsável pelo setor. O controle deve ser capaz de identificar
a qualquer momento as opções abaixo relacionadas, excetuando-se:

a) quantidades a disposição.

b) devoluções feitas ao fornecedor.

c) necessidades específicas de aquisição.

d) compras recebidas.

e) compras aceitas.

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10. CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Administrativa Na
gestão patrimonial, o registro das características e das quantidades determinadas
pelo levantamento consiste na etapa de inventário denominada:

a) Grupamento.

b) Mensuração

c) Arrolamento

d) Avaliação

e)Identificação

11. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em


Material e Patrimônio Para o inventário de material permanente, deve-se
considerar o material cuja vida útil estimada seja superior a dois anos

12. CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em


Material e Patrimônio O arrolamento, uma das fases do inventário do patrimônio,
consiste no registro das características e quantidades obtidas na fase do
levantamento.

13COPEVE - 2010 - Prefeitura de Penedo - AL - Agente Administrativo -


1Em uma repartição pública, ao se proceder ao levantamento de todos os seus
ativos (tangíveis, intangíveis, ativo mobilizado etc.) está elaborando-se

a) o inventário de patrimônio.

b) a lista de bens.

c) o rol de objetos e processos.

d) o registro de documentos.

e) a classificação pecuniária.

14. CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área Administrativa -


Específicos - 01Caso determinado item apresente duas contagens divergentes em
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um mesmo inventário, deve-se adotar como estoque físico a média aritmética entre
os resultados das duas contagens, assumindo-se o número inteiro imediatamente
inferior.

15. COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Assistente de Administração Em


relação ao processo de inventário na administração pública, não é correto afirmar:

a) na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a legislação


estabelece que o levantamento geral de bens móveis e imóveis terá por base o
inventário analítico de cada unidade gestora e os elementos da escrituração
sintética da contabilidade.

b) a fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, bem como


a responsabilidade dos setores onde se localizam tais bens, a Administração
Pública deve proceder ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma
vez a cada cinco anos.

c) na Administração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento


dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodicamente, com o
objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que são registrados na contabilidade
e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a
responsabilidade dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens.

d) é um instrumento de controle para verificação dos saldos de estoques nos


almoxarifados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão ou
entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo atualizados e
conciliados os registros do sistema de administração patrimonial e os contábeis,
constantes do sistema financeiro.

e) os inventários na Administração Pública devem ser levantados não apenas


por uma questão de rotina ou de disposição legal, mas também como medida de
controle, tendo em vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa
física, mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer danos.

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16. CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Administração -
Específicos Com relação à administração patrimonial e de materiais, julgue os
itens seguintes.

Para efeito de identificação e inventário, os equipamentos e materiais


permanentes devem receber códigos alfanuméricos ou numéricos, não
necessariamente sequenciais, que devem ser apostos ao material, por meio de
gravação, fixação de plaqueta ou etiqueta.

17. CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA


DE ADMINISTRAÇÃOO inventário, ou levantamento físico para verificação de
estoques, deve ser realizado uma única vez ao final do ano fiscal, para fins de
declaração do imposto de renda da empresa.

18. CESPE - 2010 - MPU - Técnico Administrativo Considere que o


responsável pelo setor de estoque de certa organização pretenda adotar um método
de inventário físico que permita que os artigos de alta rotatividade sejam contados
com mais frequência que os de baixa rotatividade. Nessa situação, o responsável
pelo referido setor deve adotar o método de inventário periódico.

19. CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Técnico do Banco Central - Área


1Após o término do inventário físico dos itens em estoque, deve-se calcular um
índice representativo da acurácia dos controles de movimentação de materiais da
empresa. Considerando que foram inventariados 10.000 itens e encontrados 1.200
itens com divergências, o índice de acurácia desse estoque é de

a) 12%

b) 13,6%

c) 76%

d) 88%

e) 94%

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20. FCC - 2007 - TRE-MS - Técnico Judiciário - Área Administrativa
Considere as afirmativas abaixo quanto ao inventário:

I. É a contagem física de todos os estoques da empresa, para que seja verificado se


as quantidades efetivas correspondem aos controles registrados.
II. O maior benefício do inventário é ter os estoques com as quantidades registradas
corretamente.
III. Quando se trabalha com volumes de estoques muito pequenos, a prática de
inventário é mais onerosa que o benefício por ela proporcionado.
IV. As divergências devem ser acertadas no sistema através de requisições para
possibilitar a saída ou de pedidos para se aportar entradas.
V. É necessário que durante o processo de inventário o atendimento seja
paralisado, pois entradas e saídas comprometem as contagens.
VI. É recomendável que o inventário seja coordenado pelo setor responsável pelo
almoxarifado, pois os funcionários dominam as rotinas e conhecem os itens
estocados.
VII. É recomendável que seja dada atenção prioritária aos itens classificados como
A, dentro do conceito de curva A, B, C.
É correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e VII.

b) II, V e VII.

c) I, IV e VI.

d) III, IV e V.

e) IV, V e VII.

21. ESAF – 2013 – DNIT Considere um setor de compras e os responsáveis


pelas compras. Analise as opções abaixo e selecione aquela que representa um
atributo do perfil do comprador.

a) Um comprador deve ser preparado, mas não é preciso que seu


conhecimento esteja no mesmo nível do fornecedor.
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b) Todo comprador deve perseguir uma compra que resulte em economia de
recurso financeiro, independentemente das políticas organizacionais.

c) O comprador deve orientar seu comportamento nos mais altos níveis, em


concorrências, discussões de preços e finalização da compra.

d) A ética negocial é definida pelos negociadores e não pelas organizações.

e) O sigilo das negociações é opcional, podendo o negociador revelar as


ofertas feitas por concorrentes para obter melhor preço do fornecedor.

22. ESAF – 2013 – DNIT Entende-se por tombamento de bens:

a) o ato de incluir um bem em uma lista de plaquetas metálicas.

b) o registro de um bem permanente no sistema de controle patrimonial.

c) processo realizado pelo almoxarifado com o fim de transferir a


responsabilidade de guarda dos bens.

d) processo por meio do qual é verificado se os materiais se encontram onde


deveriam estar guardados.

e) processo de derrubada do registro de patrimônio de bens.

23. ESAF – 2013 - DNIT - A seção de patrimônio de uma organização é


responsável pela conferência dos bens que constam da lista de materiais que se
encontram nos ambientes da organização. Assinale a opção correta.

a) Os bens que estão na lista e não foram encontrados são excluídos do


inventário.

b) No final do inventário é publicada uma lista com as divergências


encontradas.

c) O inventário de materiais administrativos é realizado pelas áreas de


expedição.

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d) O inventário patrimonial é realizado a qualquer momento durante o ano
fiscal.

e) O inventário físico e o patrimonial são ambos de responsabilidade da


contabilidade da organização.

24. CESPE - ATI (ABIN)/Administração/2010 As funções da equipe de


compras envolvem todo o processo de localização de fornecedores e fontes de
suprimento, cotação, aquisição de materiais, acompanhamento da ordem de
fornecimento junto aos fornecedores e o recebimento do material comprado, para
controlar e garantir o fornecimento de acordo com a especificação solicitada.

25. CESPE - ATI (ABIN)/Administração/2010A fonte simples é


caracterizada pela existência de apenas um fornecedor disponível no mercado, seja
em razão de patentes, especificações técnicas, matéria-prima, seja em razão de
localização.

26. CESPE - ATI (ABIN)/Administração/2010 No planejamento de um


inventário devem ser incluídos a convocação e o treinamento das equipes
inventariantes, bem como a arrumação física dos estoques e a preparação dos
cartões de inventário, ou instrumento similar.

27 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo Inventário é a


verificação da existência dos materiais da empresa, que consiste na contagem dos
materiais existentes, comparada com os estoques anotados no banco de dados.

28 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo Um componente


processado que, contudo, ainda adquirirá outra característica ao final do processo
produtivo deverá ser baixado do estoque, porém continuará no inventário.

29 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo Uma organização que


centraliza o processo de suprimento tem como principal vantagem a agilidade nas
suas compras.

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30 - CESPE 2013/SERPRO/Técnico Administrativo A Descentralização no
processo de suprimento possibilita que a organização obtenha, durante as compras,
maiores descontos junto aos fornecedores potenciais.

31 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo Para a aquisição de bens e


serviços comuns, quando permitida a participação de consórcio de empresas,
deverão estar explicitadas, nos editais de pregões eletrônicos, as condições de
liderança da empresa-líder e a definição de índices contábeis das empresas
consorciadas.

32 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo Na descrição do objeto da


licitação, é obrigatória a previsão das quantidades de materiais e serviços a serem
fornecidas.

33 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo O inventário é o único


instrumento disponível à administração pública para o controle de bens patrimoniais.

34 CESPE 2013/MPU/Técnico Administrativo No inventário analítico, o


bem móvel que tiver valor de aquisição ou custo de produção desconhecido poderá
ser avaliado tomando-se como referência o valor de outro, semelhante ou
sucedâneo, no mesmo estado de conservação e a preço de mercado.

Gabarito:

1 C 11 C 21 C 31 C
2 E 12 C 22 B 32 C
3 A 13 A 23 B 33 E
4 D 14 E 24 C 34 C
5 A 15 B 25 C
6 C 16 E 26 C
7 C 17 E 27 C
8 E 18 E 28 C
9 C 19 D 29 E
10 C 20 A 30 E

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